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PRATICA SIMULADA III PEÇA 3 2019 2

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA ____DO ESTADO XXXX
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Processo nº:
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	MATEUS, já qualificado nos autos do processo acima indicado, vem, na presença de V. Excelência, através do seu advogado abaixo assinado (procuração em anexo), na forma do artigo 396 do Código de Processo Penal, apresentar:
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RESPOSTA Á ACUSAÇÃO
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Com base nos fatos e fundamentos ora expostos:
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I – DOS FATOS
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MATEUS, de 26 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas previstas no artigo 217 A, parágrafo 1º, c/c artigo 234 A, III do Código Penal, por crime contra MAÍSA, de 19 anos de idade. O réu dirigiu-se à casa da vítima, para assistir, pela televisão a uma partida de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a sós com Maísa, o denunciado constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, embora não empregado violência. O fato que ocasionou a gravidez da vítima, atestada em laudo de exame de corpo de
delito. Segundo o Ministério Público, o réu aproveitou do fato da vítima ser incapaz de oferecer resistência aos propósitos libidinosos, assim como dar validamente o seu consentimento, visto que é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma, portanto, não teria condições de discernir, muito menos de consentir tal prática.
O juiz da 2ª Vara Criminal do Estado xxxx recebeu a denúncia e determinou a citação do réu para se defender no prazo legal de 10 dias, tendo sido citado efetivamente em 18/11/2016.
 
II – DO MÉRITO
II. a – DA ABSOLUÇÃO SUMÁRIA:
É a sentença que extingue o processo com julgamento de mérito, reconhecendo a inocência do réu, sem a necessidade de remetê-lo aos jurados, conforme artigo 397, III, CPP.
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
 	No caso em comento, levando em consideração o arguido na preliminar desta peça, o fato de constituir conjunção carnal com parceiro de relação de modo algum constitui crime, sendo que tal ato não é ilícito, nem típico e muito menos culpável. Não ficou confirmado violência e o réu já namorava a vítima havia algum tempo com consentimento a família, sua avó materna, Olinda, e sua mãe, Alda, que moram com ele. 
Ademais, cabe ressaltar que suposta vítima não tem o interesse no prosseguimento da ação penal em epígrafe, tendo, inclusive, manifestado tal desejo, no entanto, mesmo assim, o promotor, por conta própria deu prosseguimento ao feito.
 	
No entanto, sabe que a vítima não apresenta nenhum tipo de incapacidade mental, total nem relativa, não sendo plausível nem sustentável apontar-lhe como portadora de tal enfermidade. Sabe que a vítima é perfeitamente sã, podendo, inclusive, ser averiguado em depoimento pelo próprio juízo. Levando-se em consideração uma razoável interpretação do texto legal nos leva diretamente à não existência de crime na conduta do agente, tendo em vista que a ação praticada não constitui crime.
Na face da situação hipotética apresentada em defesa se seu cliente, foi pedido a absolvição sumariamente do réu, e a rejeição da ação.
II. b – DA AUSENCIA DE JUSTA CAUSA:
 
Definir a justa causa no processo penal tornou uma tarefa complexa devido à sua imprecisão conceitual e ao verdadeiro sentido de sua natureza jurídica. Esta imprecisão permitiu, a parte da doutrina jurídica, defini-la como sendo um simples interesse de agir, enquanto outra parte alega se tratar de uma quarta condição autônoma etc. Ainda existem doutrinadores que sustentam que a justa causa seria outra espécie de condição da ação que engloba todas as demais. 
Art. 395, CPP. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Renato Brasileiro de Lima (2014) define a justa causa como sendo:
 O suporte probatório mínimo que deve lastrear toda e qualquer acusação penal. Tendo em vista que a simples instauração de um processo penal já atinge o chamado status dignitatis do imputado, não se pode admitir a instauração de processos levianos, temerários, desprovidos de um lastro mínimo de elementos de informação, provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis, que dê arrimo à acusação. (LIMA, 2014, p.196).
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III – DOS PEDIDOS:
Ante o exposto, requer a V. Excelência:
A – Absolvição sumária do réu, com base no artigo 397, III do CPP;
B – Caso V. Exa., indefira o pedido anterior deverá rejeitar a ação penal na forma do artigo 395, III, CPP;
C – Por fim, requer a intimação das testemunhas de defesa a baixo arroladas para serem ouvidas na audiência de instrução e julgamento.
Nestes termos,
 Pede deferimento
 Local, Data 30.11.2016
 Advogado
 OAB
ROL DE TESTEMUNHAS:
1 – Olinda, (qualificação)
2 - Ainda, (qualificação)
3 - Maísa, (qualificação)

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