Prévia do material em texto
AULA 1 FUNDAMENTOS DE BIOENERGIA Profª Maria de Fátima dos Santos Ribeiro 02 CONVERSA INICIAL As plantas, algas e algumas bactérias possuem a capacidade de captar a energia luminosa e transformá-la em energia química, a qual ficará armazenada na biomassa, que, posteriormente, passará por algum processo de liberação e aproveitamento dessa energia. O Brasil tem um grande potencial de geração de energia a partir da biomassa, pois possui uma grande diversidade de solos férteis e um clima em sua maior parte tropical e subtropical, com chuvas abundantes. De forma diferente de outras energias renováveis, a energia da biomassa é ampla de possibilidades, justamente por essa diversidade climática que prevalece no país, possibilitando o cultivo de diferentes espécies de plantas que podem ser aproveitadas para a geração de energia: a cana-de-açúcar, as espécies florestais, como eucalipto, e muitas outras, por exemplo a soja e canola. No entanto, a produção de biomassa não se dá apenas em função dessas espécies. Como a biomassa se refere a qualquer material orgânico, os resíduos de abate de animais também podem ser utilizados na geração de energia, bem como outros materiais residuais, como dejetos da produção animal, resíduos das indústrias de processamento de alimentos e resíduos sólidos urbanos dispostos em aterros. Essa biomassa residual é de extrema importância, pois, além de gerar energia, contribui para solucionar o problema do lixo urbano e da poluição das águas e da atmosfera. Como a diversidade de matérias-primas é grande, consequentemente para cada matéria-prima deverá haver tecnologias e sistemas específicos que possibilitem o aproveitamento energético desses materiais, os quais são constituídos por diferentes moléculas energéticas. Dessa forma, o conhecimento das características de tais moléculas energética é a base para a compreensão das tecnologias de conversão da energia da biomassa. Para citar um exemplo: na produção de etanol de milho (principal planta utilizada nos Estados Unidos), antes da fermentação, é necessária uma etapa de gelatinização, que consiste no aquecimento dos grãos em água. Isso ocorre porque o amido (molécula energética) possui baixa solubilidade em água, o que não ocorre com a sacarose (molécula energética da cana-de-açúcar). Da mesma forma, quando se aproveita o bagaço da cana-de-açúcar para a produção de etanol de segunda geração (etanol 2G), é necessária uma etapa de hidrólise para disponibilizar o açúcar contido na celulose, o qual será posteriormente fermentado. 03 Dessa forma, esta aula tem por objetivo fornecer uma base para que você possa compreender como as plantas captam a energia luminosa e a transformam em energia química e, sobretudo, conhecer os diferentes tipos de moléculas energéticas. Serão apresentados os aspectos gerais da fotossíntese, pois esse é o processo-chave responsável pelo armazenamento de energia nas plantas e posterior síntese das diversas moléculas que vão formar os produtos energéticos (etanol, lenha, carvão, biodiesel etc.) Assim, esta aula está estruturada da seguinte forma: inicialmente, vamos descrever, de uma forma bem sintética, o processo da fotossíntese. A seguir, apresentaremos as características das principais moléculas que vão armazenar a energia da fotossíntese e que posteriormente serão utilizadas nos processos de aproveitamento da energia da biomassa. CONTEXTUALIZANDO Os organismos fotossintetizantes captam a energia luminosa e a armazenam na forma de energia química, contida em diferentes tipos de moléculas. A partir da fotossíntese, o metabolismo das diferentes espécies vegetais percorre diferentes rotas metabólicas e produz moléculas armazenadoras de energia que vão constituir os tecidos e as células vegetais. Assim, plantas oleaginosas, como a soja, vão direcionar a energia para a produção de óleo; a cana-de-açúcar, para a produção de sacarose; as espécies florestais, para a produção de celulose; o milho, para a produção de amido. Seguindo a hierarquia da cadeia alimentar, os seres heterotróficos vão alimentar- se dessas plantas e armazenar a energia contida nos tecidos vegetais. A geração da energia a partir da biomassa consiste em desconstruir esses tecidos e células vegetais de forma a retirar a energia contida em tais moléculas. Dessa forma, quando um colmo de cana-de-açúcar entra em uma usina de etanol, seu caldo é extraído e passa por um processo de fermentação alcoólica para a quebra de suas moléculas de sacarose, onde está armazenada a energia. O grão de soja passa por um processo de extração de seu óleo e de transesterificação para a separação do ácido graxo contido no óleo e posterior separação da glicerina, produzindo biodiesel que será usado em motores de combustão interna. O dejeto produzido em uma criação de suínos ou em um aterro sanitário vai passar por um processo de biodigestão anaeróbia, na qual bactérias decompõem esses resíduos até produzir metano (CH4). Em outras palavras, quando se produz 04 energia a partir da biomassa, percorre-se o caminho inverso daquele percorrido pelos organismos. Portanto, o conhecimento desses processos metabólicos e moléculas energéticas produzidas a partir desses processos é a base para a compreensão das tecnologias de conversão da biomassa em energia. TEMA 1 – BIOMASSA: DEFINIÇÃO Segundo a ANEEL (2002), do ponto de vista energético para fins de outorga de empreendimentos de energia elétrica, biomassa é todo recurso renovável oriundo de matéria orgânica, vegetal ou animal que pode ser utilizado na produção de energia. Assim, a energia da biomassa é uma forma indireta de energia solar, a qual é convertida em energia química a partir da fotossíntese. TEMA 2 – DE ONDE VEM A ENERGIA DA BIOMASSA? A energia da biomassa está contida em moléculas energéticas resultantes de processos de síntese. Tudo começa com a fotossíntese, e, em seguida, o metabolismo das plantas vai seguir diversas rotas metabólicas, produzindo diferentes tipos de moléculas. Assim, a cana-de-açúcar vai armazenar a energia na forma de sacarose; a mandioca e o milho vão armazenar a energia na forma de amido contido em suas raízes e grãos, respectivamente; as plantas oleaginosas, como a soja e a canola, ou ainda as algas vão armazenar a energia na forma de óleos e gorduras, e plantas lenhosas, como o eucalipto e o pinus, produzirão celulose, hemicelulose e lignina. A geração de energia consiste na degradação dessas moléculas a partir de processos como a degradação térmica (combustão, pirólise) e a biológica (fermentação alcoólica ou biodiestão anaeróbia). TEMA 3 – FOTOSSÍNTESE: ONDE TUDO SE INICIA A fotossíntese é um processo fisiológico que ocorre nas plantas captando a energia proveniente do Sol e a transformando em energia química por meio de complexas reações bioquímicas. Em uma disciplina que objetiva apresentar os fundamentos da energia da biomassa, é fundamental compreender a fotossíntese, pois sem ela não haveria energia da biomassa. Os organismos fotossintetizantes (plantas superiores e algas) utilizam a energia do Sol para a síntese de compostos carbonados, a partir da energia 05 luminosa e das moléculas de dióxido de carbono e água, formando carboidrato e oxigênio, segundo a equação 1: 6CO2 + 6H2O → C6H12O6 + 6O2 (1), Em que: CO2 = molécula de gás carbônico H2O = molécula de água C6H12O6 = molécula de carboidrato ou hidrato de carbono, representada na equação pela glicose O2 = molécula de oxigênio Verifica-se pela Equação 1 que a fotossíntese é um processo no qual a planta fixa o carbono contido no gás carbônico da atmosfera e libera oxigênio para a atmosfera. A compreensão desse processo é importante visto que essa capacidade de fixar o carbono da atmosfera é que torna a biomassa um recurso energético importante do ponto de vistaambiental, pois ela retira da atmosfera o CO2, um dos gases de efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global. A importância em se compreender a constituição dos carboidratos (ou hidratos de carbono) reside no fato de que essas moléculas desempenham funções de armazenamento de energia na planta (como a sacarose e o amido), mas também dão origem a outras moléculas com funções estruturais, como a celulose e a lignina. A fotossíntese ocorre em estruturas denominadas cloroplastos, existentes nas células vegetais (Figura 1). Esses cloroplastos contêm pigmentos denominados clorofila, os quais são os responsáveis pela absorção da luz. A fotossíntese ocorre em duas fases: a fase fotoquímica, quando a clorofila capta a energia luminosa, e a fase bioquímica, que vai resultar na fixação do carbono da atmosfera. Esse carbono vai dar origem aos carboidratos, que vão conter a energia. 06 Figura 1 – Fotografia de um tecido vegetal, no qual se observam as células e os cloroplastos Fonte: Infobiología, S.d. Nas equações da fotossíntese, em geral o carboidrato é representado pela molécula de glicose. Entretanto, as principais moléculas de açúcares resultantes do processo fotossintético são a sacarose e o amido (Teiz; Zeiger, 2013). TEMA 4 – MOLÉCULAS ENERGÉTICAS 4.1 Carboidratos Segundo Nelson e Cox (2011), carboidratos são polidroxialdeídos, polidroxicetonas ou substâncias que geram esses compostos quando hidrolisadas. Muitos carboidratos têm fórmula empírica (CH2O)n. Existem três classes gerais de carboidratos: monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. Dentro dessa classificação, serão apresentadas a seguir as principais moléculas de interesse da geração de energia da biomassa. 4.1.1 Monossacarídeos Os monossacarídeos são sólidos cristalinos e incolores plenamente solúveis em água. Os esqueletos dos monossacarídeos são compostos por cadeias de carbono não ramificadas, nas quais todos os átomos de carbono estão unidos por ligações simples. Monossacarídeos com quatro, cinco, seis e sete átomos de carbono são chamados de tetroses, pentoses, hexoses e heptoses, respectivamente (Nelson; Cox, 2011). A estrutura molecular de dois monossacarídeos importantes do ponto de vista de energia da biomassa – glicose e frutose – é apresentada na Figura 2. 07 Figura 2 – Representação esquemática das moléculas de glicose (à esquerda) e frutose (à direita) 4.1.2 Dissacarídeos Os dissacarídeos consistem de dois monossacarídeos unidos por uma ligação O-glicosídica. Esse tipo de ligação é prontamente hidrolisada por um ácido. Assim, os dissacarídeos podem ser hidrolisados para originar seus compostos monossacarídicos livres (Nelson; Cox, 2011). A sacarose, um dissacarídeo produzido pelo metabolismo da cana-de-açúcar, é formada por uma molécula de frutose e uma molécula de glicose (Figura 3) e é hidrolisada por meio da fermentação alcoólica durante o processo de produção de etanol. Figura 3 – Representação esquemática de uma molécula de sacarose 4.1.3 Polissacarídeos A maioria dos carboidratos ocorre na natureza como polissacarídeos. Estes diferem entre si na identidade das unidades de monossacarídeos repetidas, no comprimento das cadeias, nos tipos de ligação que unem as unidades e no grau de ramificação. Assim, os homossacarídeos contêm apenas uma espécie monomérica, e os heterossacarídeos contêm mais de uma espécie (Nelson; Cox, 2011). Os polissacarídeos de origem vegetal de interesse da energia da biomassa são o amido, a celulose e a hemicelulose. 08 O amido é um polissacarídeo de reserva encontrado em grãos, raízes e tubérculos, como o milho, a mandioca e a batata, respectivamente. A molécula de amido é formada por polímeros de glicose (Figura 4) Figura 4 – Representação esquemática de uma molécula de amido De forma diferente de uma célula animal, a célula vegetal possui uma parede celular constituída por uma mistura de polissacarídeos, proteínas, compostos fenólicos e sais minerais. Os polissacarídeos representam cerca de 90% do peso seca da parede celular e consistem em celulose (20% a 40% da parede celular), hemicelulose (15-25%) e pectinas (aproximadamente 30%). Além dos polissacarídeos, a parede celular também é impregnada pela lignina, um polímero aromático que confere rigidez à planta (Farinas, 2011). A celulose é uma substância fibrosa, resistente e insolúvel em água encontrada na parede celular das plantas. A celulose é um polissacarídeo com função estrutural, abundante nos tecidos lenhosos. Santos et al. (2012) descrevem a estrutura da celulose em três níveis. O primeiro é definido pela sequência de resíduos β-D-glicopiranosídicos unidos por ligações covalentes, formando o homopolímero de anidroglicose com ligações β- D(1→4) glicosídicas, de fórmula geral (C6H10O5)n. O segundo nível descreve a organização espacial das unidades repetitivas e é caracterizado pelas distâncias das ligações e seus respectivos ângulos e pelas ligações de hidrogênio intramoleculares. O terceiro nível define a associação das moléculas formando agregados com uma determinada estrutura cristalina. Esses agregados conferem elevada resistência à tensão, o que torna a celulose insolúvel em água e em um grande número de outros solventes. A Figura 5 apresenta uma representação esquemática da molécula de celulose. 09 Figura 5 – Representação esquemática de uma molécula de celulose Apesar de amido e celulose pertencerem à classe dos polissacarídeos, possuem uma diferença fundamental, que é o tipo de ligações glicosídicas, o que confere propriedades físicas diferentes para ambos (Nelson; Cox, 2011). Essa diferença vai resultar em uma resistência muito maior da celulose em relação ao amido no que se refere à desconstrução de suas moléculas para a obtenção de energia. A hemicelulose é um heteropolisscarídeo composto por D-glucose, D- galactose, D-manose, D-xilose, L-arabinose, ácido D-glucurônico e ácido 4-O- metil-glucurônico (Santos et al., 2012). A representação esquemática dessa molécula é apresentada na Figura 6. Figura 6 – Representação esquemática da molécula de hemicelulose Fonte: Santos et al. (2012) Um dos principais gargalos na produção de etanol celulósico (etanol 2G) é “desmontar” a parede celular liberando os polissacarídeos como fonte de açúcares fermentescíveis de forma eficiente e economicamente viável, pois estes estão na forma de celulose e hemicelulose e são recobertos por uma macromolécula de lignina, formando a microfibrila celulósica (Figura 6). A celulose possui uma estrutura bastante recalcitrante difícil de ser desestruturada e convertida em monossacarídeos fermentescíveis (Santos et al., 2012). 010 Figura 7 – Estrutura da biomassa lignocelulósica Fonte: Santos, 2012. 4.2 Compostos fenólicos Dentre os compostos fenólicos produzidos pelas plantas, a lignina tem importância do ponto de vista de geração de energia, sendo utilizada como 011 matéria-prima em processos de combustão, sobretudo nas indústrias de papel e celulose e na produção de etanol celulósico. A lignina é encontrada nas paredes celulares de vários tipos de sustentação das plantas e está em íntimo contato com a celulose e a hemicelulose. A rigidez mecânica da lignina fortalece os caules e o tecido vascular (Teiz; Zeiger, 2013). A lignina possui natureza química bem diferente dos carboidratos: é caracterizada por uma estrutura aromática de natureza eminentemente fenólica (Farinas, 2011). A representação química da lignina é apresentada na Figura 8. Figura 8 – Representação esquemática de uma macromolécula de lignina de eucalipto Fonte: Santos et al. (2012). 4.3 Ácidos graxos Os ácidos graxos (AG) são ácidos carboxílicos de cadeia carbônica longa (Ramalho; Suarez, 2013). Essas moléculas estão presentes nos óleos e nas gordurasvegetais e animais, juntamente com ácidos graxos livres, fosfatídeos, esteróis, vitaminas lipossolúveis, tocoferóis, pigmentos, ceras e álcoois graxos (Ribeiro; Costa, 2015). Óleos diferem de gorduras devido ao seu ponto de fusão à temperatura de 25 oC. A essa temperatura, os óleos apresentam-se em estado líquido, enquanto as gorduras apresentam-se em estado sólido (Ramalho; Suarez, 2013). Essa 012 propriedade deve-se às características dos ácidos graxos que os compõem. Os ácidos graxos podem variar quanto ao número de átomos de carbono e quanto ao tipo e ao número de ligações entre eles. São classificados como saturados, monoinsaturados e poli-insaturados. Os ácidos graxos saturados não possuem dupla ligação entre os seus átomos de carbono; os monoinsaturados possuem uma dupla ligação, e os poli-insaturados possuem mais de uma dupla ligação entre os átomos de carbono. A Figura 9 mostra diferentes moléculas de ácidos graxos. Pode-se observar na figura que o ácido palmítico possui 16 carbonos, e o ácido esteárico possui uma cadeia carbônica mais longa, com 18 carbonos. Esses dois AG não possuem duplas ligações e, por isso, são denominados de saturados. Por outro lado, os ácidos oleico, linoleico e linolênico possuem uma, duas e três duplas ligações, sendo, portanto, AG insaturados. Figura 9 – Estrutura molecular dos ácidos graxos. a. palmítico; b. esteárico; c. oleico; d. linoleico; e. linolênico Fonte: Ramalho; Suarez, 2013. Essas características são de vital importância, porque conferem maior ou menor aptidão do óleo ou gordura como matéria-prima para a produção de biodiesel ou bioquerosene. Por exemplo, o grau de insaturação de um óleo vai afetar a estabilidade à oxidação do biodiesel, o seu número de cetano (característica relacionada à qualidade de ignição do combustível) e o ponto de entupimento de filtro. À medida que a insaturação do óleo aumenta, a estabilidade 013 à oxidação e o número de cetano diminuem. Por outro lado, as propriedades sob baixas temperaturas, como o ponto de entupimento de filtro, podem ser melhores (Suarez et al., 2009; Knothe, 2008). A Tabela 1 apresenta algumas espécies de ácidos graxos e seus teores estimados em alguns óleos vegetais. Cada ácido graxo é identificado por seu nome comum e sua notação abreviada (Cn1:n2). Nessa notação, n1 refere-se ao número de átomos de carbono e n2, ao número de duplas ligações entre esses átomos (Ribeiro; Costa, 2015). Tabela 1 – Espécies de ácidos graxos e seus teores estimados em alguns óleos vegetais Matéria-prima AG Saturados AG Insaturados Palmítico Esteárico Oléico Erúcico Ricinoleico Linoléico Linolênico (C16:0) (C18:0) (C18:1) (C22:1) (C18:1) (C18:2) (C18:3) ------------------------------------------------%------------------------------------------- Algodão 17-29 1-5 13-44 33-58 Amendoim 6-14 2-6 36-67 13-43 Colza 1-10 1-3 8-60 15-64 9-23 1-14 Canola 2-6 1-5 52-67 16-31 6-14 Girassol 3-8 1-6 14-43 44-74 Soja 2-13 2-6 18-31 49-57 2-10 Crambe 1-3 0,5-1 13-19 54-59 6-9 2-6 Cártamo 5-7 1-2 10-32 59-78 Mamona 1-2 1-2 3-6 85-90 3-7 Pinhão manso 13-16 4-10 34-49 29-47 Fonte: Ribeiro; Costa (2015), organizado a partir de dados de Ferrari, 2009; Knothe, Gerpen, Ramos, 2006; Van Gerpen et al., 2004) FINALIZANDO Nesta aula, vimos que a energia da biomassa está contida em diferentes tipos de moléculas energéticas oriundas de processos de síntese. Os organismos responsáveis pela síntese das moléculas energéticas são as plantas, algas e algumas bactérias que possuem a capacidade de captar e transformar a energia luminosa em energia química a partir de uma série de complexas reações bioquímicas que vão resultar na produção de carboidratos, ácidos graxos, celulose, hemicelulose e lignina, as quais são as principais 014 moléculas que contêm energia. A compreensão da constituição dessas moléculas e desses processos é fundamental para se entender os requisitos das diferentes matérias-primas vegetais e animais no que se refere às tecnologias de geração de energia a partir da biomassa. Os carboidratos são divididos nas classes dos monossacarídeos (glicose e frutose), dissacarídeos (sacarose) e polissacarídeos (amido e celulose). Os dissacarídeos e polissacarídeos precisam ser desconstruídos para obter as moléculas de monossacarídeos e os produtos energéticos como o etanol e apresentam diferentes solubilidades, exigindo, assim, diferentes processos. 015 REFERÊNCIAS ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Atlas de energia elétrica do Brasil. Brasília, 2002. FARINAS, C. S. A parede celular vegetal e as enzimas contidas em sua degradação. São Carlos, EMBRAPA Instrumentação, 2011. (EMBRAPA Instrumentação, Documentos). CLOROPLASTOS. Infobiologia. Disponível em: <http://www.infobiologia.net/p/cl oroplastos.html>. Acesso em: 31 jan. 2018. KNOTHE, G. “Designer” biodiesel: optimizing fatty ester composition to improve fuel properties. Energy & Fuels, 2008, 22, 1358-1364. NELSON, D. L.; COX, M. M. (Org.). Princípios de bioquímica de Lehninger. Porto Alegre: Artmed, 2011. RAMALHO, H. F.; SUAREZ, P. A. Z. A química dos óleos e gorduras e seus processos de extração e refino. Revista Virtual de Química. Niterói, Faculdade de Química, Universidade Federal Fluminense. 5 (10, 2-15), 2013. Disponível em: <https://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/1285870/58/Quimicade0leoseGord uras.Artigo.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2018. RIBEIRO, M. F. S.; COSTA, B. J. Importância e características dos óleos vegetais. In: MELO, G. L.; RIBEIRO, M. F. S. (Org.). Processamento de oleaginosas como alternativa de agregação de valor na agricultura familiar, IED, Irati: Instituto Equipe de Educadores Populares, 2015, v. 1., p. 7-13. SANTOS, F. A. et al. Potencial da palha de cana-de-açúcar para produção de etanol. Quim. Nova, vol. 35, n. 5, p. 1004-1010, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 40422012000500025>. Acesso em: 31 jan. 2018. SUAREZ, P. A.; SANTOS, A. L. F.; RODRIGUES, J. P.; ALVES, M. B. Biocombustíveis a partir de óleos e gorduras: desafios tecnológicos para viabiliza- los. Quim. Nova, Vol. 32, n. 3, p. 768-775, 2009. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 5. ed. São Paulo: Artmed, 2013.