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Cirurgia pediátrica HÉRNIA INGUINAL, HIDROCELE E CISTO DE CORDÃO ESPERMÁTICO HÉRNIA INGUINAL Entrada de conteúdo abdominal em um processo vaginal persistente. 80% dos casos em <6 meses. Sexo masculino 9:1 Sexo feminino. Ocorre 60% a direita, 25% a esquerda e 15% bilateral. Diagnóstico: abaulamento intermitente na região inguinal, escroto ou grandes lábios quando há aumento da pressão intraabdominal. Palpação do cordão espermático demonstra espessamento. Diagnóstico diferencial: hidrocele, orquite, testículo retrátil, anomalias na posição do testículo (criptorquia e ectopia). OBS.: Hérnia inguinal estrangulada: conteúdo irredutível, sem transiluminação, com dor, vômitos e parada do trânsito intestinal. Tratamento: herniorrafia inguinal. Sutura intradérmica com fio absorvível. HÉRNIA INGUINAL ENCARCERADA OU ESTRANGULADA Quando a redução espontânea da hérnia não ocorre. >50% ocorre no primeiro ano de vida (sobretudo nos primeiros 6 meses). Pode haver vômitos, dor em cólica, distensão abdominal, parada na eliminação de fezes e gases. Se a hérnia não for reduzida > compromete a vascularização > hérnia estrangulada. Diagnostico diferencial: hidrocele, torção de testículo, orquite e tumor de testículo. Tratamento: em até 12h tentar redução manual com sedação em Posição de Trendelemburg, bolsa de gelo sobre a hérnia e manobras delicadas. Se reduzida - operação repetida após 24h. Se não reduzida - exploração cirúrgica imediata. Se há ressecção intestinal = NPO, sondagem gástrica, hidratação venosa, realimentação quando houver peristaltismo franco (eliminação de gases + ruídos peristálticos audíveis). Se não houver ressecção intestinal = alimentação VO quando houver peristaltismo franco. HIDROCELE Vaginal: líquido na túnica vaginal própria do testículo, com obliteração da porção proximal. Mais comum. Do cordão: líquido no processo vaginal com obliteração na porção proximal e distal. Rara. Comunicante: obliteração parcial do processo vaginal, há passagem de líquido da cavidade peritoneal. Incidência: meninos pequenos. Mais frequentes à direita. Diagnóstico: transiluminação positiva, consistência cística, variações de volume na hidrocele comunicante. Diagnostico diferencial: Hérnia inguinal: o conteúdo não é transiluminável. Hérnia inguinal estrangulada: dor, vômitos, parada do trânsito intestinal. Tumor de testículo: testículo de consistência firme, não transiluminável, volume aumentado. Pode haver hidrocele associada. Tratamento: Hidrocele vaginal e de cordão: cirurgia após 6 meses se não houver regressão espontânea. Hidrocele comunicante: cirurgia após o diagnostico. Cirurgia: ressecção parcial da túnica vaginal em todos os casos e ligadura alta do processo vaginal nas hidroceles comunicantes. OBSERVAÇÕES Indicar cirurgia o mais precoce possível após o diagnostico das hérnias inguinais, até os 6 meses pois é a idade com probabilidade maior de encarceramento. Observar a involução espontânea da hidrocele, o que acontece quase sempre, sem necessidade de cirurgia. Diagnóstico diferencial de hidrocele = TRANSILUMINAÇÃO Não há necessidade de antibioticoterapia profilática nas cirurgias de correção de hérnias ou hidrocele. Não entram na cavidade peritoneal.
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