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Oncologia Pediátrica Tumor de Wilms ● Epidemiologia: ○ 1 : 10.000 entre 0 - 15 anos ○ tumor renal e intra-abdominal mais comum em crianças ○ 5 - 6% neoplasias malignas em crianças ○ 1 - 1,2 F : 1 M ○ 75% em < 5 anos, pico 2 - 3 anos. ○ média de idade ao diagnóstico: 36 meses menino, 43 meses menina. ○ tumor de wilms bilateral: 23 meses meninos e 30 meses menina ○ raro em RN ○ 5 - 7% bilaterais: sincrônico 85% e metacrônico 15% ● Associação com anomalias congênitas - Síndromes: ○ WAGR: ■ tumor de Wilms ■ Aniridia ■ anomalia Geniturinária ■ Retardo mental ○ Beckwith-Wiedemann: ○ Denys-Drash: esclerose mesangial difusa. ● Associação com anomalias congênitas - Isoladas: ○ aniridia ○ hemi-hipertrofia ○ criptorquidia ○ hipospádia ● Genética: ○ WT1: supressor, WAGR e Denys-drash ○ WT2: codifica fator de crescimento embrionário, beckwith-wiedemann ○ Proteína B1: adesão célula, WT1 ○ WTX: inibe transdução promovendo degradação e translocação ○ genes familiares ○ mutação p53: 75% anaplásicos ● CAI NA PROVA: ○ Quadro clínico: ■ massa abdominal assintomática ■ tumores não palpáveis: US na investigação de dor abdominal ■ hematúria: 24,4% ■ coagulopatia: 10% ■ hipertensão: 20 - 25% (SRAA) ■ febre, anorexia e perda de peso: 10% ■ varicocele ■ mal funcionamento cardíaco ■ abdome agudo: ruptura e hemorragia do tumor. ● Diagnóstico diferencial: ○ neuroblastoma ○ hepatoblastoma ○ rabdomiossarcoma ○ linfoma ● Diagnóstico: ○ RX: localização anatômica e extensão ○ US: sítio de origem, extensão intravascular ou ureteral ○ TC: confirma a origem renal e determina bilateralidade ○ RNM: não é superior à TC ○ sítios comuns de metástase: pulmão e fígado ■ pulmão: 13% nos tumores unilaterais e de histologia favorável. ○ PET Scan: não há consenso ○ Screening: ■ reservado para crianças com risco de desenvolver tumor de wilms ■ BWS, WAGR, DDS ■ US renal: 3 - 4 meses ■ BWS: desde o nascimento até 10 anos (tumor de wilms e hepatoblastoma) ● Patologia: ○ clássico (trifásico): blastema, estroma e epitélio ○ monofásico: podem ser invasivos ○ anaplásicos: desfavorável, raro nos primeiros 2 anos de vida ■ focal: um ou alguns focos sem atipia nuclear ■ difuso: células anaplásicas fora do rim, anaplasia em biópsias randômicas, anaplasia em mais de uma região do rim ou extremo pleomorfismo nuclear. ○ quimioterapia pode induzir diferenciação tumoral ○ SIOP: 10% após QTx eram totalmente necróticos - com excelentes resultados. ● Estadiamento: ○ NWTS x SIOP: ■ NWST: ressecção primária na maioria dos casos; tumores unilaterais, a histologia é definida antes da QTx ou RTx ■ SIOP: recomendam quimioterapia seguida de nefrectomia com estadiamento cirúrgico / patológico no mesmo momento. ● IMPORTANTE: ○ Fatores prognósticos: ■ histologia: ● favorável: clássico trifásico 90%, nefroblastoma cítico parcialmente diferenciado, nefroma mesoblástico congênito, nefroma rabdomiomatose fetal. ● desfavorável: anaplasia nos estádios 2,3,4 e 5. ■ estadiamento: ● doença difusa tem pior sobrevida ● Tratamento cirúrgico: ○ ressecção segura ○ estádio acurado ○ evitar complicações que aumentem o estádio (ruptura ou biópsia desnecessária) ○ documentação detalhada dos achados intraoperatórios ● Quimioterapia Neoadjuvante: ○ tumores bilaterais ○ tumores volumosos ○ tumores irressecáveis ○ tumores em rim único ○ extensão intravascular supra-hepática na veia cava inferior. ● Radioterapia: ○ estádios: 2, 3 e 4 com histologia desfavorável ○ estádios: 3 e 4 com histologia favorável ○ doença metastática ● Follow - UP: ○ estádios 1 e 2: RX tórax em 6 semanas, 3 meses, de 3/3 meses até 18 meses, 6/6 meses até 3 anos e anualmente até 5 anos. ○ estádio 3: além disso, RX e US abdome ○ estádio 4 com metástase pulmonar: RT tórax com 6 semanas de intervalo até que as metástases não sejam observadas por mínimo de 9 meses; após, de 3/3 meses por 15 meses. ○ toda criança com aniridia / hemi-hipertrofia esporádica, BWS: exame físico, US abdome cada 3 meses nos 2 anos de vida e a cada 6 meses até 10 anos de idade. ● Complicações a longo prazo: ○ falência renal ○ dano pulmonar ○ falência cardíaca congestiva ○ dano hepático ○ infertilidade ○ segunda neoplasia maligna ○ defeitos musculoesqueléticos Neuroblastoma ● Apanhado geral: ○ Tumor sólido maligno extracranial mais comum da infância ○ 1 : 100.000 → 7 - 10% de todos os tumores malignos abaixo dos 15 anos → responsável por 15% das mortes por câncer em crianças. ○ doença esporádica, mas tem 2% de chance de ser familiar ○ tumor do sistema nervoso simpático. ○ pode originar em qualquer lugar no caminho da migração das células da crista neural - adrenal, gânglio paraespinhal simpático. ○ histologicamente: presença de processo neurítico e rosetas de Homer Wright ○ caracterizado por secretar catecolaminas e potencial de regredir ou cirar maduro. ● Genética: ○ deleção braço curto 1p e amplificação MYCN - aumenta síntese de DNA e proliferação celular, encurtando a fase G1 do ciclo celular. ○ 20 - 35% tem deleção 1p → 70% na doença avançada ○ 25% neuroblastomas primários tem amplificação MYCN → 40% em doença avançada e 5 - 10% em doença inicial ○ outros: mutação braço curto cromossomo 2p, receptor tirosina quinase, inativação caspase-8, expressão CD44. ● IMPORTANTE: ○ Quadro clínico: ■ 75% ocorrem no abdome ● outros sítios: 20% mediastino posterior, 1% cervical e 4% pelve. ■ massa abdominal, dor abdominal ● alteração respiratória ou disfagia (torácico); alteração na evacuação ou na diurese (pelve); síndrome de horner - ptose, miose e anidrose (cervical). ● Diarreia, perda de peso e hipertensão: excesso de catecolamina ou secreção de peptídeo intestinal vasoativo (VIP). ● mais de 40%: metástase ao diagnóstico - medula óssea, linfonodos e óssea. Outros raros: cérebro, medula espinhal, coração e pulmão. ○ dor óssea e anemia. ● Laboratório: ○ DHL: prognóstico (1.500 IU/L ruim) - monitora atividade da doença ou resposta terapêutica. ○ ferritina: altos níveis (> 150 ng/ml) - tumor grande ou de rápida progressão ○ enolase não específica: > 100 ng/ml prognóstico ruim ○ metabólito de catecolaminas: detectado na urina em mais de 90% dos pacientes. ● Imagem: ○ RX: ■ tórax: massa mediastinal posterior ■ abdome: massa com calcificação (50% dos casos) ○ USG: screening ○ TC: 85% mostram calcificação e infiltração medular ○ RNM: melhor e mais sensível para diagnóstico e estadiamento - metástase ósseas e de medula óssea. ○ MIBG: avalia osso e medula óssea ○ biópsia de medula: invasivo ● Tratamento: ○ doença heterogênea - regressão, maturação ou progressão maligna ○ tratamento baseado no estágio da doença e na estratificação de risco ■ 18 meses, MYCN e histopatologia ○ baixo risco: ressecção ○ risco intermediário: quimioterapia + ressecção quando redução (normalmente não necessita radioterapia) → tirar o máximo ○ alto risco: quimioterapia + radioterapia + ressecção se possível Rabdomiossarcoma ● IMPORTANTE: ○ O que é? ■ tumor de tecido mole: células mesenquimais imaturas que formam qualquer tecido menos osso ■ 50% dos sarcomas de tecido mole em crianças e adolescentes ■ 3º tumor extracranial mais comum em crianças (após Tu wilms e neuroblastoma) ■ bimodal: 65% abaixo 6 anos e restante entre 10 - 18 anos ■ maioria diagnosticada abaixo dos 14 anos: ● ⅓ cabeça e pescoço, 22 - 31% geniturinário, seguido de tronco extremidades. ■ tumor pequeno, redondo e de células azuis (neuroblastoma, sarcoma Ewing, sarcoma osteogênico de células pequenas, linfoma não Hodgkin e leucemia) ■ subtipos: embrionário botriíode, embrionário célula fusiforme, embrionário não especificado, alveolar, anaplásico e indiferenciado. ■ botrióide: bom prognóstico - bexiga e parede vaginal (crianças pequenas), nasofaringe (maiores) ■ fusiforme: paratesticular, cabeça e pescoço, extremidades e órbita. ■ não especificado: 60 - 70% casos crianças pequenas ■ alveolar, anaplásico e indiferenciado : 35% dos casos → pior prognóstico. ● Biologia molecular: ○ mutação gene supressor: TP53 ○ 10% dos pacientes com rabdomiossarcoma:síndrome Li-Fraumeni e neurofibromatose tipo 1 ○ outros: genes 11p15 / 9q22 / ● Quadro clínico: ○ varia de acordo com localização, idade e presença de metástase ○ cabeça e pescoço (órbita, tecido parameníngeo - orelha média, cavidade nasal, nasofaringe, tecido não parameníngeo - escalpo, face, cavidade oral, orofaringe, pescoço: mais comum e não envolvem linfonodo local. ■ ptose, oftalmoplegia, obstrução nasal, sintomas meníngeos, paralisia do nervo craniano, massa indolor. ○ tumor paratesticular: aumento escrotal ou inguinal, indolor, com altas taxas de infiltração linfonodal de retroperitônio. ○ tumores na bexiga ou trato: obstrução, hematúria, constipação e polaciúria. ○ tumores na vagina: comum em pacientes pequenos, sangramento vaginal, massa e corrimento. ○ tumores de útero: comum em meninas maiores, massa grande ao diagnóstico. ○ tumores de extremidades: costumam ser mais agressivos, tipo alveolar, apresentam como uma massa - 50% tem envolvimento linfonodal e 15% doença metastática. ● Diagnóstico: ○ suspeita clínica ○ biópsia confirma - endoscópica, por punção, incisional ou excisional ○ laboratório, imagem (rx tórax, TC /RNM da lesão primária, TC tórax), medula óssea. ● Tratamento: ○ ressecção primária ○ avaliação linfonodal ○ cirurgia second-look ○ cirurgia para recidivas ○ cirurgia para metástases: pulmões, medula óssea, linfonodos, óssea - média sobrevida 20 meses - melhora com cirurgia combinada com radioterapia (5 anos). Hepatoblastoma ● Apanhado geral: ○ tumor maligno hepático ○ maioria antes dos 3 anos de idade (média de 18 meses): apenas 3% em crianças acima de 15 anos ○ predominante seco masculino 1,7 : 1 ● Epidemiologia: ○ associação com síndrome de Beckwith - wiedemann (apesar de ser mais comum com wilms) ■ monitorizar: coleta AFP, USG abdome até os 8 anos ○ screening para histórico familiar polipose adenomatosa - gene supressor APC ○ outros: síndrome de Budd-Chiari, síndrome de Gardner, trissomia 18, muito baixo peso ao nascer (< 1000 g), mães jovens (< 20 anos), tratamento de infertilidade, tabagismo, IMC elevado. ● Histologia: ○ lesão unifocal (grande maioria): 50% lobo direito, 15% lobo esquerdo, 27% central em ambos lobos ○ 6 diferentes subtipos: subtipo fetal puro representa o melhor prognóstico, enquanto subtipo pequenas células indiferenciadas representa o pior prognóstico. ● CAI NA PROVA: ○ Quadro clínico: ■ massa abdominal em hipocôndrio direito, indolor, notado pelos pais ou pediatra ■ RARA ruptura: hemorragia e hipovolemia ■ puberdade precoce: alta produção de gonadotrofina coriônica humana ■ anorexia: tumores grandes (compressão) ■ grandes: podem ultrapassar a linha média e ir até pelve ■ trombocitose: aumento de níveis de trombopoietina ● Imagem: ○ 1ª USG: diferencia massa renal x hepática ○ TC abdome: com contraste - auxilia no diagnóstico e no estadiamento para ressecção ○ reconstrução 3D: limites com veia cava, veias hepáticas e veia porta ○ RNM: auxilia ○ nenhum exame de imagem diferencia lesão benigna de maligna. ● Laboratório: ○ anemia ○ trombocitose (plaquetas > 500.000) ○ APF (alfafetoproteina) ELEVADA (90%) - auxilia no diagnóstico e seguimento pós-cirurgico ○ Recentemente: Glypican (GPC3) - células tronco hepáticas e identificado em hepatoblastoma. ● Tratamento: ○ cirurgia: ressecção total do tumor primário - chance para cura ○ associado ou não a quimioterapia pré-operatória (diminuição do tumor, diminuindo riscos cirúrgicos e diminuindo a vascularização tumoral) ○ transplante hepático (irressecáveis)
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