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HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA INTRODUÇÃO HPB representa uma das doenças mais frequentes do homem. Alta prevalência Considerada uma condição natural e inexorável do envelhecimento masculino. O aumento da glândula, gera em parcela significativa da população masculina, sintomas do trato urinário inferior (STUI) e determina forte impacto negativo econômico, social e na qualidade de vida dessa população por alterar o ritmo do sono e suas atividades diárias. 30% dos homens, durante a vida, necessitam tratar os STUI. EPIDEMIOLOGIA Prevalência da HPB histológica > prevalência da HPB clínica > Tratamento. • Nem todos os homens com HPB histológica apresentam sintomas clínicos e uma parcela menor necessita de tratamento clínico ou cirúrgico Idade = fator associado com a gravidade dos sintomas • Volumes prostáticos elevam-se com a idade em taxa média anual de 1,6%. • Elevada prevalência da HPB e dos STUI, correlacionados com o envelhecimento masculino. HPB: doença de grande prevalência, moderada morbidade e rara mortalidade. • Retenção urinária aguda e necessidade de cirurgia podem ser desfechos clínicos da evolução do HPB, mas mortalidade diretamente relacionada à HPB é muito rara. Fatores relacionados ao desenvolvimento da HPB: • Envelhecimento • Presença de testículos funcionantes Fatores de risco ou contribuintes para a evolução da doença: Fatores demográficos e ambientais • Raça o Sintomas urinários: raça amarela (japoneses) mais exacerbados e severos, comparados com população americana de raça branca. o Volume prostático médio: japoneses < americanos. o STUI de armazenamento mais severo na raça negra. o Risco de HPB por raça: negra e hispânica > branca. o Sintomas severos (IPSS): negros e hispânicos > brancos. • Nível socioeconômico: o Não está relacionado ao risco de desenvolvimento da doença o Maior grau de escolaridade e melhor status econômico = melhora clínica mais rápida e maior queda no IPSS, quando há indicação de terapia para HPB • Obesidade, Síndrome metabólica e atividade física: o Síndrome metabólica (SM): conjunto de anormalidades metabólicas que incluem obesidade visceral, resistência aumentada à insulina, dislipidemia, hiperuricemia e hipertensão. Relaciona-se a elevação de risco de eventos cardiovasculares o SM e obesidade: fatores relacionados ao desenvolvimento de HPB. o Atividade física reduz risco de desenvolvimento de HPB e STUI. o Mudança do estilo de vida altera a história natural da HPB. • Atividade sexual e vasectomia: o NÃO têm relação comprovada com desenvolvimento da HPB. • Ingesta de álcool e cirrose hepática: o Efeito protetor na patogenia da doença: ↑ingesta alcoólica = ↓HPB o Cirrose = ↓HPB e ↓Peso prostático. PQ? ↓Testosterona e ↓DHT. • Fatores familiares e genéticos: o Susceptibilidade hereditária da HPB PATOLOGIA Alterações histológicas da HPB= proliferação de nódulos epiteliais glandulares e estromais na zona de transição e na região periuretral (no interior ou imediatamente adjacentes ao esfíncter pré-prostático). • Esfíncter pré-prostático: estrutura cilíndrica composta por músculo liso, que circunda o segmento proximal da uretra do colo vesical ao verumontanum. • Função do esfíncter pré-prostático: contrair-se no momento da ejaculação, levando a oclusão da uretra e impedindo a ejaculação retrógrada. HPB do tipo estromal = Nódulos periuretrais: • Composição predominante de estroma, com deposição de colágeno, proliferação de miofibroblastos e modesta quantidade de pequenas glândulas; • Mais comum em homens jovens; • Próstatas não volumosas e mais fibrosas ao toque. HPB do tipo glandular = Nódulos glandulares • Crescem na área adjacente ao esfíncter pré-prostático ou zona transicional • Grande proliferação glandular, estroma escasso com poucas células musculares lisas; • Mais comuns nos indivíduos mais idosos; • Próstatas de grande volume, ao toque: consistência elástica e macia. Proporção estroma/epitélio glandular • Próstata normal = 2:1 • HPB até 5:1 Hiperplasia fibromiomatosa ou fibroadenomatosa FISIOPATOLOGIA Obstrução uretral Resposta do músculo detrusor na presença de obstrução Obstrução uretral: componente mecânico/estático componente dinâmico/funcional Obstrução pelo componente mecânico = • Aumento volumétrico da próstata → Efeito massa sobre a uretra prostática e o colo vesical → Redução do calibre uretral e aumento da resistência ao fluxo urinário. Obstrução pelo componente dinâmico = • Grande quantidade de receptores alfa-1-adrenérgicos na superfície das células musculares lisas existentes no colo vesical, cápsula prostática e estroma fibromuscular da zona transicional da próstata → Estímulo pelo SNAS → contração da glândula + redução do calibre uretral + aumento da resistência ao fluxo urinário. Presença da cápsula prostática também colabora de forma importante no desenvolvimento dos sintomas de esvaziamento prostático Resposta do músculo detrusor na presença de obstrução: HPB → Obstrução infravesical (OIV) → alterações morfológicas e funcionais na musculatura detrusora da bexiga. Fase inicial da OIV: hipertrofia detrusora compensatória na tentativa de manutenção do fluxo urinário. • 20 a 40% mantêm Qmáx normal, à custa de pressão vesical elevada. Obstrução uretral HPB HPB • Mudanças morfológicas: aumento da espessura e do peso da parede vesical • Intracelular: alterações ocorrem na função mitocondrial, na expressão de proteínas contráteis como actina e miosina, no citoesqueleto e nos mecanismos de sinalização celular (canais iônicos) → desenvolvimento da instabilidade vesical (aparecimento de contrações involuntárias) → sintomas de armazenamento como urgência e frequência. • Persistência da OIV: instalação de fibrose progressiva → bexiga inelástica, com força contrátil reduzida → elevado resíduo urinário pós-miccional. • Progressão do quadro → falência detrusora = retenção urinária crônica e incontinência por transbordamento. DIAGNÓSTICO Anamnese: focada em queixas de jato urinário fraco, esforço para urinar, polaciúria, urgência urinária, incontinência urinária, noctúria, disúria e hematúria. • Não são sintomas específicos de OIV causada pela HPB, fazer diagnótico diferencial: o Estenose de uretra, câncer de próstata, infecção urinária, câncer de bexiga e bexiga neurogênica. o Insuficiência cardíaca congestiva, Insuficiência vascular e edema dos membros inferiores, além de polidipsia e bexiga hiperativa podem causar noctúria. o DM pode levar a poliúria e aumento da frequência miccional. • Medicamentos podem desencadear STUI: o Anticolinérgicos → diminuição da contração do detrusor → STUI o Alfa agonistas → aumento da resistência uretral→ STUI Questionários: Escore Internacional de Sintomas Prostáticos (I-PSS). Classificação da intensidade dos sintomas de acordo com a pontuação do escore: • Sintomas leves (até 7), • Moderados (de 8 a 19) e • Intensos (20 a 35). o Escores elevados (intensos) se relacionaram com maior risco de evolução da doença. o A pergunta sobre qualidade de vida é preponderante para a decisão de iniciar ou reavaliar um tratamento. Diário miccional: horário e volume de cada micção, volume de líquido ingerido e registro de episódios de urgência e incontinência. • Anotações noturnas ajudam diferenciar poliúria noturna X noctúria Exame digital da próstata: o toque retal permite estimar o volume e a consistência da próstata. • Volume prostático em pacientes com STUI é um dos indicativos da modalidade de tratamento a ser instituído Dosagem PSA: o antígeno prostático específico correlaciona-se com o volume da glândula. • Níveis > 1,6 ng/mL = maior risco de progressão da HPB. • Homens com PSA elevado mostraram maior risco de crescimento da próstata, evolução dos sintomas, retenção urinária aguda (RUA) e necessidade de cirurgia Creatinina sérica:normal = 0,7 a 1,2 mg/dL. • NÃO há maior risco de perda de função renal em portadores de HPB. Exame de urina: análise de sedimento e elementos anormais em amostra da urina. • Pode indicar ITU ou outras alterações do trato urinário. • Indicação de citologia urinária = homens com disúria e polaciúria e com hábito de tabagismo para descartar o câncer de bexiga. USG: avaliação do trato urinário superior, da espessura da parede vesical, do resíduo miccional e do volume da próstata. • Volume prostático mensurado pela US → escolha de TTO da HPB. • Informações da US não são consideradas essenciais no diagnóstico da OIV pela HPB, mas ela deve ser realizada quando houver elevação de creatinina, suspeita de litíase ou na presença de hematúria. Urofluxometria: avaliação urodinâmica não invasiva que documenta de forma objetiva a queixa referente ao jato urinário. • Indicação: Pacientes que serão submetidos a cirurgia (AAU). • Não diferencia a OIV da hipocontratilidade do detrusor em casos de fluxo diminuído, mas pode selecionar casos que necessitarão de maior investigação. • Pacientes sintomáticos, mas com fluxo máximo normal (> 15 mL/s) devem ser avaliados com estudo urodinâmico completo. Estudo fluxo/pressão: fase miccional do estudo urodinâmico que registra simultaneamente a pressão detrusora durante o fluxo urinário. • Pressão elevada e fluxo baixo indicam OIV. • Exame invasivo e tem indicação específica a pacientes candidatos a cirurgia, quando os dados da urofluxometria forem insuficientes e naqueles considerados como falha do tratamento clínico. Resíduo pós-miccional: US suprapúbica obtém a estimativa do volume restante na bexiga após a micção com acurácia. • Valor do teste é questionável • Em pacientes sob vigilância clínica o aumento progressivo do resíduo pode indicar deterioração vesical pela OIV. QUADRO CLÍNICO STUI podem ter várias etiologias. OIV é a mais comum nos homens > 40 anos: • Crescimento prostático → ↑ resistência uretral → STUI de esvaziamento: o Jato fraco o Jato interrompido o Esforço para urinar o Gotejamento terminal o Sensação de esvaziamento incompleto o Hesitância. • OIV → Reação do detrusor à OIV → STUI de armazenamento: o Urgência o Incontinência de urgência o Polaciúria o Noctúria. Diminuição do fluxo máximo, crescimento prostático e STUI = envelhecimento. COMPLICAÇÕES Retenção urinária aguda (RUA): Incapacidade abrupta de esvaziamento vesical. • Dor progressiva em hipogástrio e • Globo vesical palpável • URGÊNCIA. Infecção do trato urinário (ITU): OIV + estase urinária favorecem ITU Litíase vesical: • Jato interrompido • Disúria • Polaciúria • Hematúria • Pode evoluir para RUA • Esvaziamento vesical incompleto + estase urinária predispõem formação de cálculos na bexiga (composição: ácido úrico, oxalato de cálcio, fosfato amoniacal magnesiano se infecção) • +- 30% acompanha ITU • Agentes etiológicos: organismos produtores de uréase = Pseudomonas, Proteus, Klebsiella, Ureaplasma urealyticum... • CÁLCULOS MIGRANTES: oriundos dos rins, que migram para a bexiga, e apresentam dificuldade de eliminação. Aumenta volume pela estase urinária e pH urinário elevado. Hematúria: pode estar presente mesmo sem ITU ou cálculos vesicais • Tecido prostático hiperplásico = maior densidade de microvasos sujeitos a ruptura, atribuídos a uma angiogênese provocada pela produção elevada de fator de crescimento de fibroblasto básico (bFGF) Descompensação vesical: falência do detrusor: • Espessamento da parede vesical, trabeculação e surgimento de divertículos • Resposta da OIV ou • Presente em idosos sem OIV Hidronefrose e uremia: • NÃO há risco aumentado de insuficiência renal em portadores de HPB. • Hidronefrose = complicação tardia do estágio final da OIV. Raro. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Medicações de 1ª linha no tratamento dos STUI-HPB: • 𝞪-Bloqueadores: promovem relaxamento da musculatura lisa prostática e colo vesical (componente dinâmico) • Inibidores de 5-𝞪–redutase: reduzem o volume prostático, atuando no componente estático da obstrução prostática. • Antimuscarínicos: 1ª linha no TTO de sintomas de armazenamento. Combinações medicamentosas no tratamento dos STUI-HPB: • 𝞪-Bloqueadores + I5AR o A terapia hormonal atua sobre o componente estático enquanto alfa bloqueadores agem na obstrução dinâmica da HPB o Benefício em homens com próstata volumosa na USTR (>30ml) e LUTS moderado a severo. • 𝞪-Bloqueadores + antimuscarínicos • I5AR + antimuscarínicos LUTS moderado, próstata>40g α bloqueador + i5α redutase LUTS moderado, próstata <40g, DE α bloqueador + iPDE5 LUTS moderado, próstata>40g, DE i5α redutase + iPDE5 LUTS → armazenamento após α bloqueador α bloqueador + antimuscarínico Antagonistas 𝞪-adrenérgicos = 𝞪-Bloqueadores: • 1ª linha • Próstata = alto índice de receptores 𝞪-adrenérgico; o 98% receptores 𝞪-1A = estroma prostático • Bloqueio 𝞪-1A = o Melhora micção o Reduz tônus da musculatura lisa estromal • Bloqueio 𝞪-1B = o Vasodilatação, podendo ocasionar tontura e hipotensão • CLASSIFICAÇÃO: o 𝞪-Bloqueador não seletivo: Fenoxibenzamida § Efetivo, porém muitos efeitos colaterais o 𝞪-Bloqueador seletivo para receptores 𝞪-1: § Curta duração: Prazosina, Indometacina, Alfuzosina § Longa duração: Terazosina, Doxazosina... o 𝞪-Bloqueador seletivo para receptores 𝞪-1A: Tansulosina • TTO dos STUI moderados a graves: o Melhora dos sintomas e do fluxo urinário o Rápido efeito (mas leva algumas semanas para atingir o pico) o Resposta clínica dose-dependente. 1ª alternativa de TTO para STUI-HPB • Terazosina: o Doses de 2,5 e 10 mg o Eficácia dose-dependente o Melhora dos sintomas e do fluxo urinário o Efeitos colaterais: tontura, fadiga, hipotensão postural, sonolência, congestão nasal, impotência sexual. § Hipotensão: mais comum em hipertensos sem tratamento. • Doxazosina: o Meia-vida: 22h ( > terazosina: 12h) o Aumenta fluxo urinário (dose-dependente) o Efeitos colaterais: tontura, fadiga, edema, dispneia, hipotensão postural. • Tansulosina: o Doses diárias: 0,4 e 0,8 mg. o Melhora clínica para escore de sintomas e fluxo urinário o Mínimo efeito na PA o Efeitos colaterais: tontura, disfunção ejaculatória, fadiga Inibidores 5-𝞪-redutase = I5AR: • 5alfa-redutase = converte testosterona em di-hidrotestosterona (DHT) o Aumenta proliferação celular prostática o Diminui morte celular • I5AR: bloqueia produção de DHT. • Finasterida: o Ação seletiva na isoenzima 5AR 2 (predominante na próstata) o Reduz chance de RUA e de necessidade de TTO cirúrgico. o Melhora fluxo urinário o Efeitos colaterais: sintomas de disfunção sexual = perda da libido, disfunção erétil, distúrbios ejaculatórios • Dutasterida: o Ação rápida o Reduz DHT o Reduz volume prostático o Melhora fluxo urinário o Reduz chance de RUA o Longa meia-vida (6 semanas) = droga de escolha se má adesão o Efeitos adversos: sintomas sexuais = disfunção erétil, distúrbios ejaculatórios, perda de libido, ginecomastia Novas drogas: Inibidores da fosfodiesterase-5: • STUI + disfunção erétil Agonistas beta-3 adrenérgicos: • Efeito relaxante na bexiga • Tratamento de sintomas de armazenamento • Melhora incontinência, frequência miccional, noctúria, urgência NX-1207: • Injetada na zona de transição da próstata, guiada por US transretal • Promove morte celular focal por apoptose: o Reduz próstata o Melhora sintomas em curto e longo prazo PRX302: • Redução do IPSS • Melhora qualidade de vida • Redução do volume prostático em 1 ano • Não altera função erétil • Efeitos adversos: leves/moderados e transitórios TRATAMENTO CIRÚRGICO (HPB → OIV) Cirurgia convencional a céu aberto: (paciente com glândulas mais volumosas) • Prostatectomia transvesical • Prostatectomia suprapúbica (Millin) Técnicas trasuretrais • Ressecção transuretral dapróstata (RTUp) o TTO Padrão-ouro para OIV secundária à HPB, com aumento de volume leve a moderado (< 80g). • Incisão transuretral da próstata (iTUP) Indicação TTO cirúrgico: STUI moderados a graves Falha no TTO clínico História de RUA, ITU de repetição, hematúria recente, lesão do trato urinário secundária à OIV ou litíase vesical. RTUp: • Padrão-ouro no TTO cirúrgico da HPB • Síndrome de absorção hídrica (síndrome pós-RTU) (2%): confusão mental, náuseas, vômitos, hipertensão, braquicardia e distúrbios visuais. • Volume: 30 a 80 g • ATB profilática: fluoroquinolonas, sulfametoxazol-trimetropim ITUp: • Indicação: pacientes jovens, ISSP moderado a severo e próstata < 30g. • Se estende da região do trígono vesical justameatal e termina no veromontanum prostático e, em profundidade até a gordura retrovesical e prostática, seccionando o colo vesical. Prostatectomia transvesical: • Indicação: próstatas maiores (> 80g) ou que apresentem complicações da HPB (litíase ou divertículos vesicais) • Incisão abdominal infraumbilical, enucleação do adenoma por via transvesical suprapúbica ou por via retropúbica. • Complicações: hemorragias e fístulas urinárias, retenção urinária pós-op, incontinência urinária, ejaculação retrógrada, DE, esclerose de colo vesical. TRATAMENTO MINIMAMENTE INVASIVO Stents uretrais: • Indicação: pacientes sem condições clínicas para procedimentos anestésico e cirúrgico. ● Dispositivos introduzidos na uretra prostática por endoscópio ● Complicações: retenção urinária, hematúria, frequência e urgência. o Podem persistir até 2 sem após o procedimento. Ablação prostática por holmium laser (HoLAP) • Holmium laser vaporiza a água dos tecidos e tem boa propriedade hemostática. • Pode ser usado em pct em uso de anticoagulantes ou doenças de coagulação Desvantagens: tempo longo de cirurgia, não tem como coletar material para estudo anatomopatológico, sintomas irritativos prolongados no pós- operatório, e alto custo. Incisão transuretral da próstata Termoterapia com micro-ondas
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