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Resumo Direito Penal III

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DIREITO PENAL III
HOMICÍDIO
a) HOMICÍDIO DOLOSO
1. HOMICÍDIO SIMPLES = consumário = morte - caput
- crime material: consumário = resultado naturalístico. Admite tentativa branca (quando não atinge a vítima) ou tentativa cruenta (quando a vítima é atingida). 
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
2. HOMICÍDIO PRIVILEGIADO - causa de diminuição de pena: reduz de 1/6 a 1/3. Algumas hipóteses o juiz aplica essa redução de pena.
- relevante valor moral: ligado ao motivo do crime. Exemplo: eutanásia.
- relevante valor social: Exemplo: traidor da pátria
- violenta emoção, seguida de injusta provocação da vítima. Exemplo: crime passional. Violenta emoção não exclui o crime, pode ser um atenuante. Mas pode ser uma causa de diminuição de pena desde que tenha injusta provocação da vítima. Ex: chama de corno. É diferente de agressão.
Caso de diminuição de pena
Art. 121 § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
3. HOMICÍDIO QUALIFICADO: aquele que é mais grave, deixa o crime pior. 
Art. 121 § 2º Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
· Homicídio qualificado sempre crime hediondo. 
Homicídio mercenário: crime praticado mediante paga ou promessa de recompensa (estando relacionado a dinheiro, não pode ser por exemplo favor sexual. Ai seria motivo torpe.) Tem que ter no mínimo duas pessoas (quem paga e quem mata).
Motivo torpe ou fútil (insignificante): matar por herança. Agravante ou qualificadora (entre duas usa essa que é mais específica). 
Meio: cruel, insidioso. Veneno sempre vai qualificar (seja meio cruel ou insidioso). 
Modo de execução: emboscada, traição (a vítima confia no assassino e o assassino aproveita desta situação para matar), dissimulação (disfarce pra cometer o crime mais fácil). São coisas que qualificam o crime porque deixam mais fácil. 
Conexão: sempre que por alguma razão um crime estiver ligado a outro, houver uma conexão entre os crimes. Estupro seguido de morte para não reconhecer como estuprador. São crimes conexos, ambos serão julgados no júri, mesmo o estupro que originalmente não seria, em razão da conexão ao homicídio – consequência processual. O crime foi cometido para assegurar a execução/ocultação/impunidade ou vantagem ($ ou patrimônio) de outro crime. 
Assegurar execução: primeiro o hediondo e segundo um outro crime.
Ocultação: primeiro outro crime e segundo o homicídio 
Impunidade: matar para que ninguém saiba da autoria, mesmo já sabendo do crime.
Vantagem de outro crime: questão econômica 
Feminicídio: não é um crime específico, é uma das modalidades de crime qualificado. Menosprezo à condição de mulher, só se aplica à mulher. Atualmente em casos de transgêneros valerá a certidão da pessoa, se ela houve alterado judicialmente para o sexo masculino não se aplica, caso contrário se aplica. 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:   
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:   
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:  
I - violência doméstica e familiar;    
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.   
- Violência doméstica e familiar. = Art. 5º da lei 11.340/06 Lei Maria da Penha. Parentesco por afinidade: conta na lei M.P, é feminicídio. 
- Causa de aumento de pena (1/3), § 7º – para configurar precisa ter dolo. 
a) gestação ou nos 3 meses posteriores ao parto – se a mãe e o feto morrer há dois crimes, feminicídio e aborto. 
b) menor de 14 anos ou maior de 70 anos ou deficiente
c) presença de ascendente ou descendente. 
Contra agentes estatais e seus familiares VII
Milícia privada e grupo de extermínio 
Art. 121§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.
Milícia privada – “justiceiros”. OBS: art. 288 CP – quadrilha ou bando (revogado). O novo entendimento, art. 288 A, é que a milícia privada seria a chamada associação criminosa (diferente de concurso de agentes). Pessoas que se reúnem por um tempo indeterminado para praticar vários crimes, isso gera o aumento + 1/3. A milícia privada se enquadra no art. 288, A, já os crimes que essa milícia pratica se enquadrará em outros artigos e posteriormente as penas serão somadas. 
Grupo de extermínio - a lei não é expressa em sua definição, há inconstitucionalidades, a doutrina tenta definir mas não é um assunto pacifico. A principal característica dos grupos de extermínio é a matança de pessoas, pois são recrutados ou contratados para esta finalidade. Claramente, existe o ônus pagos pelo interessado, ou uma motivação ideológica contra grupos específicos. Exemplos: policiais, homossexuais, negros, judeus e etc. 
PERGUNTA PARA PROVA
Homicídio qualificado E privilegiado. Pode haver um crime com os dois ao mesmo tempo? Depende.
Possível desde que a qualificadora (+grave) e o privilégio (-grave) sejam compatíveis. Não pode haver incompatibilidade. 
Ou quando a qualificadora for objetiva, se for subjetivo não pode – conflito
Entendimento STF é que nesses casos não há crime hediondo, pois o privilegio afasta a hediondy – para ser hediondo tem que ser apenas qualificadora. Há uma outra corrente que considera que será sempre hediondo, independentemente se a qualificadora estiver com privilegiado. 
* Privilegiado sempre subjetivo. 
Pensar que tem que ser compatível. 
Qualificado = torna mais grave. Privilegiado = torna menos grave. 
Ex: Eutanásia com veneno. (valor moral com motivo torpe!)
Qualificadora pode ser objetiva ou subjetiva. Quando for qualificadora objetiva ai pode ter homicídio qualificado e privilegiado. 
PERGUNTA PARA PROVA:
1- Diferença entre homicídio qualificado pela tortura (dolo/intenção é matar) e crime de tortura (dolo/intenção torturar)? 
É a intenção. Logo, vai depender da intenção.
b) HOMICÍDIO CULPOSO
Art. 302 CTB + § 3º - único crime contra a vida que não irá a júri popular. 
Crime Culposo: não existe intenção de produzir o voluntário
- conduta voluntária: conduta de ser descuidado, de fazer algo errado. Não existe a intenção de produzir o resultado, mas há uma conduta voluntária de fazer alho incorreto. Exemplo: dirigir com excesso de velocidade
- resultado involuntário: o que acontece não estava nos seus planos
- previsibilidade: resultado totalmente imprevisível não caracteriza culpa, é necessário que haja previsibilidade. A doutrina classifica dois tipos de previsibilidade: objetiva (previsibilidade ligada ao homem médio) ou subjetiva (ligada ao caso concreto, se é ou não previsível para aquela pessoa e caso específicos) 
- quebra de um dever de cuidado: sujeito deixa de tomar um cuidado. Imperícia (falta de conhecimento técnico, pessoa faz algo que ela não sabe), Imprudência (cuidado insuficiente, mais comum - agir de maneira que não era a esperada, não tomou o cuidado esperado, guardar arma carregada na gaveta) e Negligência (absoluta falta de cuidado - deixar arma na mesa com criança pequena em casa e torcer para que não aconteça nada). 
i) Causas de aumento da pena: § 4º + 1/3
- Inobservância de Regra Técnicade Profissão, Arte ou Ofício: diferente de imperícia no qual a pessoa vai fazer algo que não sabe, na inobservância o sujeito sabe o que faz, exemplo, o médico que não se limpa adequadamente para realizar a cirurgia mas faz desse jeito mesmo, e o paciente vem a falecer por infecção. 
- Omissão de Socorro: não tomar as providências que serão cabíveis nessa situação
- Fuga para evitar o flagrante (conflito – ninguém precisa produzir prova contra você mesmo). 
- Não procura diminuir as consequências
OBS: CTB – aumento de pena = não habilitado/sobre a faixa/omissão de socorro/motorista profissional/embriaguez. 
ii) Perdão judicial – ocorre quando as consequências do crime são tão graves para o agente, que a pena se torna desnecessária – só no caso de homicídio culposo. Previsto no art. 107, IX, CP. Exemplo: matar o filho de forma culposa. 
Esse perdão é possível no CTB – havia uma norma de perdão no CTB, mas foi vetado por ser considerada desnecessária e ser restritiva, foi vetada para que se uso o perdão do CP. 
- analogia (para o benefício do réu o direito penal aceita – in bonam partem). 
- justificativa do veto.
PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO 
No Brasil o suicídio não é considerado crime, pois não gera lesão ou ameaça a bem jurídico alheio. Mas ajudar o sujeito a cometer suicídio é crime, se configura como homicídio indireto – convencer alguém a se matar. 
É crime induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxilio para que o faça.
- induzir: criar a ideia, a pessoa não estava pensando em se matar e o sujeito a induz a fazer isso.
- instigar: fortalecer a ideia, a pessoa já pensava em se matar
- prestar-lhe auxilio: prestar apoio material 
Esse crime é chamado de ação múltipla, possui mais de um verbo, assim como a lei de tráfico – quando uma pessoa comete mais de um verbo, como instigar e prestar-lhe auxilio, é acusada de um único crime. 
É possível a omissão do garante, se omitir em caso de suicídio, em geral, não gera responsabilidade, exceto se o sujeito for garante (ex. um enfermeiro de um clínica psiquiátrica que deveria evitar o suicídio e acaba deixando que ocorra o suicídio, se omite, nesses casos específicos gera responsabilidade. 
No suicídio é sempre é sempre doloso, não há crime de forma culposa (ex. falar zoando pra um amiga se matar), só se responsabiliza se for dolosa, ter a real intenção. 
Conceito de suicídio: supressão voluntaria e consciente da própria vida. 
- se não for voluntária, se de alguma forma for obrigado a cometer, não se caracteriza como suicídio (ex. ou você se mata ou eu mato sua mãe – será homicídio). 
- deve ser consciente, a pessoa deve saber que aquilo que está fazendo pode matá-la (dar um refrigerante para um diabético, ele bebe achando ser zero, mas não é e morre – homicídio). Leva em consideração a ideia, pessoas muito novas e com deficiência será caracterizado como homicídio. 
Consumação: morte da vítima (fim da atividade encefálica). 
Não se aplica a tentativa. Só ocorre punição em suas hipóteses de punibilidade:
- morte 2 a 6 anos 
- lesão corporal grave 1 a 3 anos 
Causas de aumento de pena – parágrafo único (aumenta a pena 2x)
a) Motivo egoístico: quando a morte propiciar ao agente algum tipo de vantagem (ex. sujeito convence chefe a se matar para pegar o cargo dele)
b) Capacidade de resistência diminuída: duas hipótese = vítima entre 14 a 18 anos (adolescência é mais influenciável) e outra causa como, problema mental e drogas. 
INFANTICÍDIO (art. 123 CP) 
Situação bem especifica – mulher com depressão pós parto que mata o filho recém-nascido influenciada pela depressão. 
Será considerado na pratica um homicídio privilegiado – esse crime terá uma pena bem menor que a do homicídio. Pena de detenção de 2 a 6 anos. 
Matar sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após, recém-nascido. 
- estado puerperal: depressão pós parto – necessidade de uma perícia medica para confirmar o diagnóstico, caso não seja confirmado, se caracteriza homicídio. É o conjunto de alterações pelo qual o organismo da mulher, durante o parto e logo após o nascimento do bebê, que pode levar a um sentimento de rejeição em relação a ele. Esse estado puerperal é temporário, caso na hora da perícia ela já não se encontre mais nesse estado ocorre o pró-réu, ou seja, o ônus da prova vai ser da acusação, ela não precisa provar. 
- parto: se considera parto o instante da dilatação até o nascimento – se a mulher mata o filho antes da dilação se considera aborto.
- logo após: enquanto durar o estado puerperal – analisado por perícia médica, geralmente dura alguns dias, mas varia de caso em caso. 
A consumação do crime se dá com a morte e admite tentativa. 
PERGUNTA – se uma mulher em estado puerperal decidir matar o próprio filho no hospital e o marido ajuda ficando de olho – os dois serão responsabilizados por infanticídio, pois seria concurso de crimes, teoria monista. Se ela por engano mata outro bebê ao invés do dela – erro de agente, será responsabilizada por infanticídio da mesma forma, em razão da intenção. 
PERGUNTA – se uma mulher matar o filho recém-nascido por imprudência será homicídio culposo, pois não existe infanticídio culposo, apenas doloso – poderá ocorrer nesse caso, por ser culposo, o perdão judicial.
ABORTO
OBS: aborto é um caso de notificação compulsória, o médico quando ciente é obrigado a notificar. 
 
Conceito de aborto: interrupção da gravidez, com a destruição do produto da concepção. O aborto será possível a partir do início da gravidez – qual será o início da gravidez? Há várias vertentes:
a) a partir da fecundação (não é a majoritária em razão da possibilidade de pílula do dia seguinte)
b) nidação – óvulo se instala no útero (entendimento majoritário) 
c) STF tomou uma decisão recente de 2016 que diz ser a partir da formação do sistema nervoso central, aproximadamente a partir do terceiro mês, antes desse tempo, por tanto, não se caracterizaria crime (apesar desse entendimento o aborto ainda é crime no Brasil – gera muita discussão). 
Tipos de aborto: há três tipos de abordo 
1. Art. 124 CP – auto aborto: provocar aborto em si mesma (com medicamentos ou utensílios) ou consentir que outrem provoque (ir até uma clínica clandestina), detenção de 1 a 3 anos. A única vítima é o feto. É chamado de crime de mão própria, ou seja, crime que não consegue se terceirizar, a própria pessoa é a única que pode cometer, no entanto, se admite a participação do crime e será responsabilizado. Não se admite a coautoria. 
OBS: o homem pode ser responsabilizado por auto aborto, caso ele ajude com o consentimento da vítima a realizar o aborto, ele será partícipe do crime, qualquer pessoa que for partícipe será acusada por auto aborto.
2. Art. 126 CP – aborto com consentimento: aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante. Eventualmente na prática há a possibilidade de concurso com o crime de associação criminosa (art. 288 CP). Esse concurso acontece quando, por exemplo, o médico possui uma clínica clandestina (associação criminosa + aborto = dois crimes). Clinica clandestina - não se aplica a teoria monista (exceção) a mulher será responsabilizada pelo art. 124 CP e o médico pelo art. 126 CP, responsabilidades diferentes. 
3. Art. 125 CP – aborto sem consentimento da gestante 
Hipóteses:
- não há consentimento da mulher (foi obrigada, sedada e etc). 
- mulher vítima de outro crime – para configurar precisa ter dolo direito ou eventual.
- quando tem o consentimento inválido – por razoes jurídicas o consentimento se torna invalido.
 
OBS: Art. 125, parágrafo único – juridicamente praticar ato sexual com menor de 14 anos configura-se estupro, se uma mulher menor de 14 anos está gravida houve estupro, sendo assim o aborto se torna legal em razão do estupro - certa contradição, pois neste mesmo artigo diz ser crime, mas posteriormente diz ser permito por ser estupro – como resolver? – representante legal: menor de 14 anos não pode dar consentimento para o aborto, os representantes legais devem dar esse consentimento,nesse caso não haverá crime, o aborto será legal. No entanto, se ao invés dos país a própria menor der o consentimento haverá crime, em razão da incapacidade. 
Consumação: a morte – admite tentativa. 
- crime impossível: ex. querer realizar aborto em uma mulher que não está grávida. 
PROVA – mulher grávida procura clínica clandestina para fazer aborto, o médico ao realizar o ato encontra o feto morto por causas naturais, ele retira o feto morto e finaliza o procedimento, posteriormente a mulher morre de infecção – médico será acusado de homicídio culposo e não aborto, pois não efetuou a morto do feto. 
- “aborto culposo” – não existe conduta culposa, aborto é sempre culposo. Se alguém provocar o aborto de forma culposa na mulher comete lesão corporal culposa. 
Causas de aumento de pena – art. 127 CP
- aumenta 1/3 se ocorrer lesão corporal grave – o dolo é cometer o aborto e culposamente ocorre a lesão corporal. 
- 2x em caso de morte – o dolo é cometer o aborto mas culposamente mata a mulher 
Serão aplicáveis nos artigo 125 e 126 já no artigo124 não se aplica essas causas de aumento
PROVA – o namorado leva a namorada para fazer um aborto, paga o procedimento, depois leva a namorada embora e cuida dela, a namorada sofre uma lesão grave depois do aborto – o namorado é participe do crime de auto aborto (o crime da mulher, art. 124), a pena dele não será aumentada pela lesão corporal, pois não é aplicável ao artigo 124 CP. O aumento de pena será aplicável ao médico e não ao namorado, pois o médico responderá pelo artigo 126 CP. 
Aborto legal: aborto permitido por lei, hipóteses previstas no artigo 128 CP 
- excludentes de ilicitude exclusiva para o crime de abordo
1. Aborto necessário – quando não há outro meio para salvar a vida da gestante, não precisa ser um perigo atual, ou seja, se constatado o perigo à mulher se torna permitido o aborto.
2. Aborto humanitário – gravidez fruto de estupro, é opcional, a mulher é que escolhe se quer ou não continuar a gravidez. 
Portaria 1.5008/05: a mulher terá que fazer um exame para comprovar o estupro, quando comprovado ela terá direito ao aborto, não precisa identificar o estuprador ou algo do tipo. 
OBS: aborto eugênico – anomalia no feto. Abortar o filho em razão da descoberta de uma anomalia NÃO É LEGAL, exemplo autismo ou síndrome de Down. É um caso totalmente diferente do anencefálico, pois foi decidido que nesses casos de anencefalia não há vida, portanto não há crime. 
LESÃO CORPORAL (art. 129 CPC)
Ofender a integridade corporal (dano anatômico) ou a saúde de outrem (função). 
Lesão corporal dolosa – o sujeito tem animus laedendi ou vulnerandi. 
a) Leve: diferente da grave e da gravíssima. Ela é residual, pois a lei não fala nada sobre o que seria, a lei só define o que é lesão grave e gravíssima. 
Importante não confundir a lesão leva com vias de fato (art. 21 CPC), que é uma agressão física menos grave que uma lesão corporal, ou seja, uma agressão sem o dolo de lecionar. 
Consumação: causar a lesão na pessoa – admite tentativa. 
§ 1º violência doméstica:
- vítima trazida pela lei
- relação doméstica (se for mulher se aplica também a maria da penha). 
b) Lesão corporal grave § 1º 
- Incapacidade para ocupações habituais (trabalho ou não, aquilo que a pessoa frequentemente faz) por mais de 30 dias. Tudo isso será determinado por meio de perícia médica. Essa incapacidade sempre será verificado por meio de duas perícias – assim que aconteceu a lesão, é feita a primeira perícia e após 30 dias é feita a segunda para verificar se ainda persiste a incapacidade ou não (ex. professor fica afônico, ele pode exercer outra profissão, não esta totalmente incapacitato).
Deve ser uma ocupação lícita, não precisa ser moral, não há esse tipo de restrição (ex. um traficante que fica incapacitado de traficar não se enquadra pois é ilícito, no entanto uma prostituta se enquadra, pois não é ilícito, apenas imoral). 
- Perigo de vida: o médico da pericio é quem verifica se houve ou não perigo de vida.
- Debilidade permanente de membro sentido ou função: membros são basicamente braços e pernas, sentidos diz respeito aos 5 sentidos do ser humano e função diz respeito a funções do corpo (respiratória, digestória). Debilidade é uma redução da capacidade funcional 
- aceleração do parto: gestante sofre lesão corporal e em razão disso o parto é prematuro, nesse caso o bebê deve sobreviver, caso morra é aborto. Hipótese de preterdolo. Não pode ter o dolo de provocar o abordo, a agressão causa a aceleração (nascer antes da hora) mas não ter a intenção de abortar. Caso ele tenha a intenção de causar o aborto, mas causa a aceleração será indiciado por aborto sem consentimento da vítima, o que importa é a intenção.
c) Gravíssima § 2º hipóteses (parecidas com a lesão corporal grave, só que pior)
- invalidez: a pessoa fica incapacitada para o trabalho. Aqui se fala em invalidez genérica para o trabalho, a pessoa não consegue mais trabalhar de forma alguma. 
- transmissão de doença incurável: por exemplo, AIDS (assunto que causa muitas discussões, pois hoje em dia é uma doença já controlada, anteriormente causava a morte). Se enquadra quando o sujeito dolosamente transfere uma doença incurável para outra. Incurável no momento, pois se daqui a algum anos se tornar uma doença curável ela não será mais enquadrada como gravíssima, mas isso não retroagirá para as transmissões anteriores.
- perda ou inutilização de membro, sentido ou função: a pessoa perde definitivamente (perder o braço) ou se tornar totalmente inutilizável. 
PROVA – uma pessoa fura o olho de uma outra pessoa, essa lesão será classificada como grave e não gravíssima, pois ele não perdeu o sentido da visão, ficou debilitado. Para ser gravíssima tem que furar os dois olhos, pois haverá a perda do sentido da visão. 
- deformidade permanente: dano estético, para se caracterizar deve ser algo significativo (colocar fogo em uma pessoa), não se caracteriza se for algo que dê para esconder em trajes de banho, algo pequeno, não tanto significativo, 
- aborto: é uma hipótese preterdolosa, causa o aborto sem a intenção. A lesão foi gravíssima que causou o aborto, se for doloso se enquadra como crime de aborto.
- lesão corporal seguida de morte: hipótese de preterdolo, provoca a lesão corporal sem querer matar, mas acaba matando, se tiver a intenção de matar é homicídio. 
d) Violência doméstica - § 9º, 10 e 11 
- + 1/3, nas hipóteses do § 9º, também para as lesões graves, gravíssimas e seguidas de morte
- + 1/3 se deficiente
e) Causa de diminuição de pena - § 4º igual ao homicídio 
– se a lesão for leve e tiver causa de diminuição de pena ou lesões reciprocas ai pode aplicar apenas a multa, e o juiz deixar de aplicar a pena privativa de liberdade. 
f) Causas de aumento de pena §§ 7º e 12 – igual ao do homicídio 
Lesão corporal culposa - § 6º + CTB. 
O código de transito não prevê lesão dolosa, somente culposa. A pena do culposo é maior que a do crime doloso – totalmente incoerente 
PROVA – a gravidade da lesão não altera a tipificação! Não existe lesão corporal culposa leve, grave ou gravíssima, apena a dolosa tem essa classificação, quando for culposa é apenas lesão corporal culposa. 
- § 7º aumento de pena de 1/3 – totalmente análoga ao do homicídio 
- § 8º possibilidade de perdão judicial – igual ao do homicídio 
- súmula 542 STJ: se a lesão corporal culposa for caso de violência doméstica, de aplicação da lei Maria da Penha, haverá ação penal pública incondicionada. 
“A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada”. 
PERICLITAÇÃO CONTRA A VIDA E A SAÚDE
O crime é dividido em:
- crime de dano 
- crime de perigo. 
Crime de dano – é a regra, para haver um crime é necessário que haja um dano a terceiro. Esse dano deve ser sobre um bem jurídico significante. 
Crime de perigo – é a exceção, no qual não precisa ser um dano para se caracterizar crime, basta haver um perigo, exemplo, porte ilegal de arma, mesmo que a pessoa nãofaça nada com ela, o porte é crime. Periclitação é crime de perigo. Há uma subdivisão do crime de perigo:
- concreto (perigo deve ser demonstrado – ex. crime de incêndio). 
- abstrato (perigo presumido, a lei presume que o perigo existe – ex. porte ilegal de arma. Acaba se tornando um exagero, deveria ser uma situação excepcional). 
1. PERIGO DE CONTAGIO VENÉREO – art. 130 CP 
“Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contagio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado.”
Quando a pessoa tem o dolo de transmitir a doença o sujeito comete lesão corporal ou qualificada do art. 130. Esse caso em questão (caput) não deve haver dolo de dano do agente em transmitir a doença, apenas dolo de perigo. 
- sabe: dolo direto (situação mais incomum)
- deve saber: dolo eventual 
- ato libidinoso: qualquer ato que gere prazer sexual 
- moléstia venérea: qualquer doença que seja transmitida sexualmente
O art. 130 é um perigo concreto em razão do artigo expor, precisa haver uma exposição, risco da pessoa contrair a doença. 
· Consentimento do ofendido: o consentimento do ofendido nesse caso é irrelevante por ser questão de saúde pública, a ação nesse crime é condicionada. O consentimento é excludente de responsabilidade se o bem jurídico for disponível (ex. não posso abrir mão d aminha vida, mesmo com consentimento é considerado crime). 
· Contagio: exaurimento. 
Forma qualificadora: existe quando há a intenção de transmitir a doença. Como separar essa qualificadora de lesão corporal? Solução é a especificidade, se for doença venérea se enquadra nesse artigo, caso seja outra doença se enquadra em lesão corporal. 
2. ABANDONO DE INCAPAZ - art. 133 CP
Conceito: Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono. 
- qualquer motivo incapaz: não diz respeito apenas a crianças, mas sim qualquer pessoa que se encontra incapaz naquele caso concreto, não há uma regra, é preciso analisar. 
- cuidado, guarda, vigilância ou autoridade: precisa ter uma relação especial de assistência entre a vítima e o agente para se caracterizar o crime. – tutor, curador, país ou pessoas que se tornaram responsáveis no momento. 
Consumação: vai acontecer com o abandona + o risco concreto, se aceita tentativa. É um crime de perigo concreto, não está descrito na norma que para se consumar é necessário que a pessoa morra ou sofra alguma lesão – riscos resultantes, diz que necessita de um risco concreto, sem um perigo concreto não se caracteriza crime de abandono e sim tentativa, por que não chegou a ter um risco concreto.
Qualificadora: §§ 1º e 2º - lesão grave ou morte (preterdoloso) – o dolo é apenas de abandonar. 
Aumento de pena: § 3º 
- abandono acontece em local ermo 
- parentesco 
- maior de 60 anos (estatuto do idoso)
3. EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM NASCIDO – art. 134 CPF 
Não confundir com abandono de incapaz- a diferença é que nesse caso o crime ocorre quando a pessoa que abandonou tem uma finalidade especial, quando houver a intenção de ocultar desonra própria (pessoa que não deveria ser mãe e resolve abanador a criança para ninguém saber). Esse crime é mais especifico e o abandono de incapaz é mais residual. 
Conceito: expor ou abandonar recém-nascido para ocultar desonra própria. 
- desonra própria: sujeito ativo pai ou mãe, não pode ser nenhuma outra pessoa. Exemplo: se o pai da mãe abandonar a criança sem a mãe saber se caracteriza como abandono de incapaz.
 
- filho recém-nascido: até quando é recém-nascido? Enquanto for possível ocultar a desonra, ou seja, enquanto ninguém sabe do parto. A partir desse momento, se ocorrer abandono se caracteriza como abandono de incapaz. 
Consumação: exposição/abandono + perigo concreto. Admite tentativa. 
Qualificação: lesão grave ou morte – é preterdoloso, ou seja, a pessoa não deseja a morte ou lesão grave, mais culposamente acontece. 
4. OMISSÃO DE SOCORRO – art. 135 CP 
Crime se omissão pode ser: 
- Próprio ou puro – tipo penal omissivo, é descrito na norma a omissão. 
- Improprio, impuro ou comissão por omissão – figura do garante, dever de agir para evitar um resultado concreto.
Conceito: deixar de prestar assistência, quando possível fazer sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e eminente perigo, ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública. 
- sem risco pessoal: não é obrigado a fazer um ato heroico, se arriscar. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa que não seja garante, tenha responsabilidade sobre aquela pessoa (pai, mãe, tutor e etc), pois se não será comissivo por omissão. 
Exemplo – pai estava cuidando do filho que nadava no rio, mas se distrai conversando, e a criança começou a se afogar, a mãe da criança que também estava próxima vê o ocorrido, mas preferi deixar ele afogar, um nadador que passava por lá também vê o ocorrido, mas não ajuda por estar atrasado para o treino, a criança sobrevive por razoes alheias, com lesão corporal. Responsabilidades: 
Pai: crime de lesão corporal culposa 
Mãe – tentativa de homicídio – dolo de matar 
Nadador – crime de omissão de socorro – não depende do resultado
Consumação: com a omissão – crime de perigo. Não precisa de nenhum resultado (morrer ou lesão), apenas se omitir já é crime. Esse crime não admite tentativa. 
Aumento de pena: resultado lesão grave ou morte – são hipóteses preterdolosas, não há dolo, ocorre de forma culposa. 
CRIMES CONTRA A HONRA
Honra é o complexo ou conjunto de qualidades da pessoa. A honra se subdivide em:
- objetiva – consideração social (o que o outros pensam da gente)
- subjetiva – nossa autoestima (o que pensamos de nós mesmos). 
Não é algo pacifico que a honra merece tutela penal, alguns entendem que esse assunto pode ser tratado no âmbito civil. Há três espécies: (não tem como um fato ser mais que uma espécie – para se caracterizar tem que haver dolo). 
	
	 CALÚNIA
	 DIFAMAÇÃO
	 INJÚRIA
	Imputação 
	Fato definido como crime 
	Fato desonroso 
	Qualidade negativa 
	Veracidade
	Falsa – tem como provar a
veracidade do fato
	Indiferente – tem como
provar 
	Não se aplica – qualidade
é algo subjetivo, não tem
como provar veracidade
	Exceção da 
verdade (forma de se defender do crime 
contra a honra 
provando que a 
imputação feita é 
verdadeira)
	Regra – se for verdade pode
Se defender utilizando
	É indiferente se a 
imputação feita é
verdade ou mentira
Exceção – funcionário
público no exercício de
sua função. Se provar
ser verdade, exclui o
crime. 
	Não possui – pois não tem
como discutir veracidade
de qualidade
	Honra 
	Objetiva 
	Objetiva 
	Subjetiva 
	Comunicação a 
terceiros (outras 
pessoas precisam 
ficar Sabendo para 
ser crime)
	é necessária - por ser 
objetiva precisa que outras 
pessoas fiquem sabendo
as vezes nem o próprio
ofendido saiba. 
	É necessário 
	Não é necessário – basta
a pessoas ser ofendida
o ofendido ficar sabendo
a) CALÚNIA (art. 138 CP)
Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente a pratica de fato definido como crime. 
- Também é cometido por quem propaga a imputação Para caracterizar esse crime, não precisa necessariamente ser o inventor da mentira, espalhar a mentira também é crime (isso vale para calunia e difamação).
- possível contra morto – morto tem honra objetiva. Não tem como injuriar o morte, pois não possui honra subjetiva. 
- exceção da verdade: § 3º - regra, exceto:
i. Absolvição por sentença irrecorrível – absorver e transitar em julgado, tecnicamente é inocente. Fazer exceção da verdade nesse caso seria um jeito de reaver o processo, não pode
ii. Ação penal privada, sem condenação – quando por alguma razão for impossível ter a condenação, pois para faze-la é necessário que tenha condenação 
iii. Calunia contra presidente da república ou chefe de governo estrangeiro – questão politica 
b) DIFAMAÇÃO (art. 139 CP) 
Difamar alguém imputando-lhe fato ofensivoà sua reputação. Não precisa ser um fato falso, pode ser uma verdade, se caracteriza crime da mesma forma. Basta ter a intenção de prejudicar a imagem da pessoa. 
- Exceção da verdade: é uma exceção, em princípio não terá, pois é irrelevante se o fato é verdade ou mentira. § único – único caso em que terá exceção da verdade, contra funcionário público no exercício das funções. 
c) INJÚRIA (art. 140 CP) 
Injuriar alguém ofendendo lhe a dignidade ou o decoro. Quando alguém imputa à alguém uma qualidade negativa. Deve ter a intenção de constranger a pessoa. 
- dignidade: está ligado a questão dos atributos morais (antiético, desonesto)
- decoro: está ligado a atributos físicos (a pessoa é feia) ou intelectuais (a pessoa é burra).
 
- Nesse caso não há exceção da verdade em caso algum, pois atinge a honra subjetiva, não é fato. 
- Injúria é diferente de desacato. Desacato é um crime contra a administração pública, a ofensa tem a ver com a profissão da pessoa, quando ocorre o desacato você está desacatando toda a administração pública 
a) Consumação = momento em que o ofendido toma conhecimento da ofensa – admite tentativa
b) Forma: é livre. Maioria das vezes é verbal, mas não necessariamente, pode ser também por carta, redes sociais, por gesto, imagens e etc. 
c) Perdão judicial 
- §1 provocação reprovável 
 - retorsão imediata – quando uma pessoa ofende a outra 
d) Injúria real - § 2º injúria + violência 
- violência 
Física: lesão corporal ou vias de fato (contravenção penal, tapa na cara)
Moral: ameaça 
A pena nesses casos é somada – injuria + violência 
e) Injuria racial - § 3º 
Utilização de elementos legados a raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
- ofensa à pessoa determinada se é dirigida ao povo como um todo não se caracteriza como injuria racial. Em princípio contar piada não gera crime mesmo que ofenda – a dois critérios para se caracterizar crime: o dolo de ofender e ser dirigida a uma pessoa determinada. Exemplo: fizer uma piada sobre português pode ser racismo mas não injúria. 
d) DISPOSIÇÕES COMUNS (crime contra a honra) 
a) Sujeito ativo – qualquer, exceto quem tem imunidade
 
b) Sujeito passivo 
· Menores de 18 anos
- calúnia: há possibilidade, pois pode praticar ato considera como crime, mesmo que não seja condenado como crime por ser menor de idade. 
- injuria: pode, desde que o menor tenha discernimento para entender a situação – honra subjetiva. 
- difamação: pode ser difamado, pois possui honra objetiva.
· Mortos
- calunia: pode ocorrer, pois morto tem honra objetiva como qualquer pessoa, herdeiros que iram tomar as medidas cabíveis
- injuria: não tem honra subjetiva, pois está morto, ou seja, crime impossível
- difamação: não há previsão legal. Não é punível a difamação contra morto no momento. 
· Pessoa jurídica
- injuria: não possui honra subjetiva, é um crime impossível
- difamação: muito comum, espalhar noticiais falsas sobre uma marca (ex. rato na coca-cola).
- calúnia: é possível, mas apenas crime ambiental pois é o único crime que a pessoa jurídica comete.
c) Causas de aumento de pena – art. 141 CP 
· Contra presidente da república ou chefe de governo estrangeiro
· Contra funcionário, no exercício das suas funções 
· Crime cometido na presença de várias pessoas ou meio que facilite a divulgação. 
· Contra maior de 60 ou deficiente, exceto injuria – pois esse crime cometido contra maiores de 60 ou deficientes constitui injuria racial, então não pode qualificar o crime como injuria racial e depois aumentar o crime como injuria novamente, condenar duas vezes pelo mesmo motivo
· Paga ou promessa de recompensa – a pena é dobrada nessa situação 
d) Exclusão de ilicitude (imunidades, estão autorizadas a praticar crime contra a honra) – não são aplicáveis a calunia, vale só pra difamação e injuria.
· Imunidade judiciaria – ofensa feita em juízo pelo procurador (art. 7º, §2º, OAB) ou pela parte (art. 142, I, CP). Não vale para desacato (advogado não pode desacatar autoridade). 
· Imunidade crítica, literária e cientifica – pode criticar mas não pode ter a intenção/dolo de prejudicar o autor
· Conceito ou informação desfavorável dada por funcionário público (ex. fiscalização sanitária) 
e) Hipótese de retratação (voltar a traz sobre algo dito) – extinção da punibilidade 
- apenas na calunia e na difamação (fato) injuria não tem retratação em hipótese alguma
- anterior à sentença de 1º grau, tem que se retratar antes da sentença 
- a retratação tem que ser completa, cabal, se retratar por completo, e deve ser feito a retratação da mesma forma que foi feita a calunia ou difamação (se foi divulgado na TV deve ser retratado na TV). 
- apenas na ação penal de iniciativa privada (art. 143 CPC – o querelado só tem na ação penal privada)
OBS: ofensa duvidosa, nem sempre fica muito claro se o que está sendo dito é ofensivo ou não, nesses casos a pessoa ofendida pode entrar com pedido de explicações judicial. 
f) Ação penal – é privada, salvo:
- crime praticado contra presidente ou chefe de governo estrangeiro. Nesses casos há ação penal pública condicionada a requisição do ministro da justiça 
- crime praticado contra funcionário público no exercício das funções. Nesse caso haverá ação penal pública condicionada a representação. Isso foi feito para ajudar o funcionário público, o estado (MP) disponibiliza a defesa do funcionário, não precisa gastar dinheiro com o advogado. Mas o funcionário precisa aceitar para que possa ocorrer. Por conta disso ser um benefício, o juízes admitem queixa crime, nesse caso especifico, pois só estará abrindo mão do benefício, terá que pagar um advogado para ingressar com a ação. 
- injúria real – injúria seguida de agressão. É chamado de crime complexo, pois atinge mais de um bem jurídico. Haverá nesse caso a ação penal de violência. 
CRIME CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
 
1. CONSTRANGIMENTO ILEGAL – artigo 146 CP]
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer nada se não em virtude de lei.
- constranger: ocorre sempre que se tem uma pessoa forçando/obrigando outra pessoa a fazer algo
- violência: aplicação de força física 
- grave ameaça: promessa de um mal injusto e grave 
- reduzido a capacidade de resistência: qualquer coisa que faça com que a pessoa não possa resistir, exemplo, drogas, hipnose, embriagues e etc. 
· Constrangimento ilegal: crime subsidiário, só vai acontecer quando não houver outro crime mais especifico que se enquadre no fato. A ameaça é mais subsidiária ainda, pois muitos crimes acompanham ameaça, mas são específicos em lei. 
· Sujeito passivo (vítima): qualquer pessoa, exceto quem não tem capacidade para decidir, exemplo, uma criança pequena. 
· Consumação: no momento em que a vítima realiza a vontade do agente. Admite tentativa.
· Penas cumulativas e em dobro: situações que eventualmente constitui outro crime, exemplo, emprego de armas (mais de uma), a pena é em dobro e cumulativa pois se responsabilizara por porte de arma; e mais de três pessoas cometerem um crime será associação criminosa e a pena também será em dobro. 
· Eventual violência não é absolvida 
· Excludentes: 
- coação para evitar o suicídio (ex. ameaça a pessoa que diz querer se matar para que ela não faça isso, dizendo que irá machucar alguém que ela goste e etc). 
- intervenção médica cirúrgica sem o consentimento do paciente ou do seu representante legal se justificada por eminente risco de vida 
2. SEQUESTRO OU CÁRCERE PRIVADO – art. 148 CP 
Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado:
Prender a pessoa e não deixar ela sair, sem relação com recompensa.
- sequestro: sempre acontece em um local cercado (ex. prender pessoa em uma ilha, fazenda). 
- cárcere privado: confinamento(ex. prender a pessoa em um quarto) 
Quando o autor do crime é um funcionário público eventualmente haverá abuso de autoridade, deve se analisar o caso para ter certeza.
· Pode ser por omissão, não é o mais comum, geralmente é comissivo (ex. médico que não da alta para o paciente que não pagou conta – pode caracterizar sequestro, não fez nada mas não liberou a pessoa). 
· Crime permanente: é aquele crime que fica acontecendo por um tempo. A problemática é no caso de flagrante – enquanto houver a permanência ainda que leve anos, é possível ser caracterizado flagrante. 
· Consumação: se dá com a restrição à liberdade da vítima. Admite tentativa. 
· Formas qualificadas (pena maior) 
I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
III - se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias.
IV - se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; 
V - se o crime é praticado com fins libidinosos.
Rapto não existe mais desde 2015 – era o prático com fins libidinosos, hoje em dia é uma qualificação.
§2º - grave sofrimento físico ou moral
3. VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO – art. 150 CP 
Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
- Permanecer: é um termo juridicamente relevante, deve ser caracteriza que a pessoa não quer ir embora, não tem um tempo determinado
· Hipótese em que não há crime 
art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal prevê que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial.
- flagrante (encontrar drogas na casa) é diferente de foragido 
- socorro 
- mandado judicial – apenas durante o dia, se entrar a noite se torna invasão ao domicilio 
Para não haver dificuldade com a interpretação de “casa” o próprio legislador conceitua
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
I - qualquer compartimento habitado;
II - aposento ocupado de habitação coletiva; (ex. cortiço)
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. (ex. escritório de advocacia). 
Não é casa hospedarias, estalagens (exceto quarto ocupado, se estiver ocupado é considerado casa para fins legais), tavernas e casas de jogo. 
· Qualificadora:
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas (concurso de agentes). 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
4. INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO – art. 154, A, CP 
Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita
- A expressão dispositivo informática é muito criticada – doutrinadores dizem que seria melhor ser “dispositivo eletrônico” pois é mais abrangente, se refere a qualquer coisa que tenha acesso a internet.
- Mediante violação indevida de mecanismo de segurança: eletrônicos que possuam senha de segurança. Para ter crime, precisa disso, pois se não se torna fato atípico, se não houver senha ou se vc disponibilizar a senha. Esse é um erro grave do legislador que dificulta a eficácia da norma, 
A internet vai ser apenas um mecanismo de cometer crime, o código prevê a grande parte dos crimes que acontecem pela internet, exemplo, estelionato. Mas há crimes que ainda não eram previsto, como o de copiar arquivos pessoais de alguém, não é uma coisa móvel, como lidar? Em 2012 houve o caso da Carolina Dieckmann de invasão e compartilhamento de arquivos pessoais, e houve uma grande dificuldade para criminalizar os culpados, em razão disso foi criado o artigo 154, A. 
· Consumação: invasão - não precisa chegar a fazer um dos atos do dispositivo (obter, adulterar e destruir), basta apenas invadir, desde que exista a intenção de obter, adulterar e destruir. Admite tentativa. PROVA
· Instalar vulnerabilidade (nome chic para ‘virus de pc’) para obter vantagem ilícita 
i. Parágrafo 1º - produzir, oferecer, distribuir, vender ou difundir dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a pratica da conduta definida no caput
- Ação penal pública condicionada – existe um problema aqui, pois em caso de hacker que disponibilizam vírus para público aleatório, como ação se mantem condicionada?
ii. Parágrafo 2º - aumento de pena prejuízo econômico
iii. Parágrafo 3º Forma qualificada obtenção de conteúdo de comunicação eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei (seções II e IV do CP), ou o controle remoto não autorizado.
iv. Parágrafo 4º - Divulgação, comercialização ou transmissão a terceiros dos dados/ informações obtidos
v. Parágrafo 5º +1/3 a ½, se crime praticado contra autoridade (Presidente, Governador, Presidente do STF etc.)
MATERIA DO EXAME
VI – Crimes contra o patrimônio 
1. FURTO SIMPLES Art 155 CP – Subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel
Subtrair – desapossar, tirar alguma coisa de alguém com a intenção de se locupletar (animus furandi)
OBS: furto de uso – pega algo de alguém emprestado sem autorização e com intenção de devolver – fato atípico 
· Uso momentâneo
· Coisa não consumível
· Efetiva e integral restituição do bem
Coisa móvel – pode ser removida
· Energia elétrica (parag 3º)
Coisa alheia 
– o proprietário da coisa não pode ser autor do furto (quando há um furto e a pessoa que foi furtada pega o bem novamente ocorre o exercício arbitrário das próprias razões – justiça com as próprias mãos, não se caracteriza como furto, mas ainda assim é crime)
 
– não pode ser RES NULIUS (coisa que não pertence a ninguém, exemplo, ar, água do mar) e RES DERELICTA (coisa que foi jogada fora, exemplo, não é furto pegar algo que foi jogado fora, que deixou de ser coisa alheia). 
– não será crime de furto se coisa perdida, apropriação de coisa achada ou omitida por erro (art. 169, parágrafo único, CP). 
– cadáver, geralmente ocorre a violação de sepultura, exceto se o cadáver tiver proprietário, nesse caso se caracteriza como crime de furto, por exemplo, cadáver comprado por faculdade para curso de medicina, se furtado é crime de furto. 
– coisas sepultadas com o cadáver. Há duas correntes que diz respeito ao furto de coisas sepultados com o cadáver – a primeira afirma que quando o cadáver é enterrado com pertences é interpretado que houve o abandono (RES DERELICTA), sendo assim, não há crime de furto, apenas violação de sepultura; já a segunda corrente entende que os pertences não foram abandonados e sim “guardados” na sepultura, ainda é coisa alheia, se caracteriza como crime de furto. 
 Não tem possibilidade de acontecer a violação de sepultura + o crime de furto, pois nesse caso a violação é entendida como meio para o crime. 
– pegar o órgão de alguém não é crime de furto e sim lesão corporal 
Sujeito passivo (quem pode ser vítima de furto)
1 – apenas o proprietário da coisa 
2 – proprietário e possuidor 
3 – proprietário, possuidor e detentor (majoritária) 
Furto não é um meio legal de obtenção de propriedade. O ladrão tem a posse da coisa, mesmo sendo de forma ilegal ele é possuidor. Se for adotada a 2 ou 3 corrente o ladrão também pode ser vítima de furto. Exemplo: A está no supermercado e coloca um vinho no seu carrinho, B aproveita da distração de A e pega o vinho e coloca no seu carrinho, paga e vai embora, houve crime?Depende - se adotar a primeira corrente não, pois o vinho até então pertencia ao mercado e não houve prejuízo a ele. Se adotar a segunda ou terceira há crime, pois A, a partir do momento em que pegou o vinho se tornou detentor, possuidor dele. 
Consumação
1 - teoria da ILLACTIO ou APPREHENSIO REI – retirada do bem da esfera de vigilância da vítima mais posse tranquila (a posse não é turbada - se não houver posse tranquila se caracteriza tentativa). Teoria mais clássica, mais comum de acontecer tentativa. 
2 - teoria da AMOTIO – haverá consumação no momento em que a coisa subtraída passa para a posse do agente, sai da esfera de disponibilidade da vítima. É uma teoria menos favorável para o réu, ela tem preponderado, é um entendimento mais recente. É mais difícil nesse caso ter a tentativa, mas pode ocorrer (quando se inicia a execução do furto mas é impedido por ações alheias a sua vontade). 
Modalidades de furto 
a) Furto praticado durante o repouso noturno (§1º) – a pena aumenta em 1/3. A dificuldade nessa modalidade é a respeito do conceito de repouso noturno. A solução majoritária apresentada pela doutrina – analogia ao direito do trabalho (horário do trabalho noturno), furto noturno é aquele praticado depois das 22 horas; salvo se a vítima tiver um hábito diferente e o agente souber disso
 
b) Furto privilegiado (§2º) - criminoso primário e coisa de pequeno valor (até um salário mínimo). 
c) Furto qualificado (§4º) 
i. Destruição ou rompimento do obstáculo: destruição dano total ou rompimento dano parcial. Pode ser um obstáculo passivo ou ativo (desligar cerca elétrica não gera dano então não se enquadra, mas se ela for destruída é qualificadora). 
Para furtar – a intenção da destruição ou rompimento deve ser para furtar, se for só por destruir nãos e enquadra. 
Regra importante: o obstáculo não pode parte integrante do objeto furtado (ex. danificara própria coisa que esta furtando não se caracteriza como qualificadora – quebrar vidro do carro para furta-lo não se enquadra, mas quebrar o vibro para furtar uma pasta dentro deste se qualifica). 
ii. Abuso de confiança – para se qualificar precisa haver uma relação de confiança no caso concreto entre a vítima e o violador, haverá um abuso de confiança, o agente se aproveita dessa relação de confiança, exemplo, empregada doméstica de grande confiança da família se aproveita dessa relação e rouba objetos da casa, se qualifica; agora se essa empregada roubar o empregador na rua como qualquer outro bandido não se qualifica, pois não se aproveitou da relação de confiança ou se não houver relação de confiança entre o empregador e a empregada e esta vier a roubar a casa não se qualifica também. 
iii. Fraude – qualquer artificio utilizado para distrair a vítima e facilitar a subtração, “truque de mágico”. É diferente de estelionato, que também tem fraude, no entanto, na fraude suponha-se uma subtração e no estelionato a própria vítima enganada entrega a coisa ao estelionatário. 
iv. Escalada – é o acesso anormal ao local do furto. Precisa haver um esforço considerável.
v. Destreza – habilidade para tirar o bem da vítima sem que ela perceba 
vi. Chave falsa – qualquer instrumento utilizado para abrir a fechadura, que não seja a chave verdadeira. Copia clandestina, se utilizar a chave verdadeira não se caracteriza. 
vii. Concurso de agentes – para haver a qualificadora basta saber que houve concurso de agentes, não precisa identificar todos os agentes. 
d) Furto de veículo automotor (§ 5º) 
Veículo automotor que venha a ser transportado para outro estado ou para o exterior. Se roubar um carro e não houver o transporte, será furto mais não qualificado. 
- consumação: momento em que o agente cruza a fronteira ou divisa. Exige que venha a ter essa passagem, caso um caso seja roubado e o sujeito seja preso antes de cruzar a divisa é furto simples e não qualificado. 
PROVA – é possível tentativa de furto de veículo automotor? Não admite tentativa (teoria da Amotio, basta tirar o bem da vítima que o crime está consumado), sendo assim, mesmo que não se passe a fronteira será crime de furto simples. Pela teoria da Ablatio poderá ocorrer tentativa, mas é um caso muito incomum, exemplo: chegar a transportar para outro estado sem ter posse tranquila, em casos de perseguição. 
e) Abigeato (§ 6º)
Semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da soletração. 
OBS: roubar um açougue não é abigeato, pois o animal não foi abatido. 
2. ROUBO art. 157 CP 
Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência (roubo próprio). 
ROUBO = FURTO + violência/grave ameaça/impossibilidade de resistência
Violência: qualquer forma de aplicação de força física. Exemplo: roubar a bolsa e esbarra na pessoa se enquadra como violência. 
Grave ameaça: promessa de fazer algo com a pessoa, exemplo, passa a bolsa se não te mato.
Impossibilidade de resistência: violência impropria é aquela situação em que faço que a pessoa não possa resistir, exemplo, boa noite cinderela, bebida alcoólica e etc. 
A vítima da violência ou grave ameaça também é vítima de roubo, muitas vezes vai coincidir, de a pessoa roubada é dona do bem roubado, mas pode ocorrer que a pessoa roubada não seja dona do bem, nesse caso haverá duas vítimas, a que teve o bem violado e a que sofreu grave ameaça.
- consumação: se dá com a retirado do bem da vítima. Não tem discussão sofre posse tranquila, basta retirar o bem. Admite-se tentativa, precisa ter acontecido o início da execução e a não consumação por vontade alheia do agente, exemplo, houve a grave ameaça mas o sujeito não consegue consumar o roubo pois a vítima se defendeu. 
a) Roubo impróprio (§1º)
“As ordem dos fatores não altera o produto” – logo depois de subtraída a coisa, emprega violência ou grave ameaça, a fim de assegurar impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. 
 
PROVA – conceito de logo depois - quando o crime de furto não estiver consumado. Consumou o crime não será possível robô impróprio
- consumação: violência ou grave ameaça. Não admite tentativa se usar violência ou grave ameaça o crime será consumado se não usar será furto, poderá ser até tentativa de furto mas de roubo não tem. 
b) Causas de aumento de pena (§ 2º) + 1/3 a ½
i. Concurso de agentes 
ii. Transporte de valores – dolo direto, pessoa tem que saber que é uma coisa muito valiosa (exemplo: roubo de carro forte do banco). A vítima tem que estar a serviço do transporte de valores, como o motorista, uma atividade profissional. 
iii. Veículo automotor (mesma coisa de furto) 
iv. Restrição à liberdade da vítima. Exemplo: dono da casa vai ao banheiro e sujeito entra na casa para roubar e tranca a porta do banheiro – é roubo e não furto por houve restrição à liberdade. 
v. Roubo de explosivo 
(§2º A) + 2/3 = arma de fogo, emprego de explosivo 
c) Qualificada 
i. Lesão grave (Sempre sem o dolo de matar, apenas o dolo de lesionar, se tiver se torna latrocínio)
ii. Morte (latrocínio – 20 a 30 anos)
- Culposa ou dolosa: não importa, o resultado morte configura latrocínio.
- Roubo próprio ou impróprio: indiferente, se tem o latrocínio desde que presente a violência
- Vítima da morte/lesão não precisa ser o proprietário da coisa roubada, exemplo: A está roubando B, C amigo de B, tenta intervir. A mata C para concretizar o roubo. É latrocínio.
PROVA: Se não tiver morte: Lesão grave pode ser tentativa de latrocínio (intenção de matar) ou qualificada pela lesão grave (se intenção é lesionar a pessoa). 
	Subtração
	Morte
	Resultado
	Consumada
	Consumada 
	Latrocínio 
	Tentada
	Tentada 
	Tentativa de latrocínio 
	Consumada 
	Tentada 
	Tentativa de latrocínio 
	Tentada 
	Consumada 
	Latrocínio 
Perguntas que podem ser pra prova !!!!!!!
1- A vítima morre de susto: teve ataque cardíaco e morreu. Qual a responsabilidade penal: roubo simples + homicídio culposo. 
2- A vítima morreno acidente de trânsito. Qual a responsabilidade do ladrão que roubou o carro e a vítima está dentro do carro? Roubo + homicídio culposo do CTB.
3- Vítima morre durante roubo por tiro acidental. Latrocínio (resultado morte que ocorreu pela violência).
4- Vítima fica com lesão grave por tiro acidental. Roubo qualificado pela lesão. 
5- Dolo de lesionar (ladrão atira na vítima querendo lesionar) e ai tem morte: latrocínio. 
6- Dolo de lesionar e lesão grave: roubo qualificado pela lesão.
7- Dolo de matar e lesão grave: tentativa de latrocínio. 
3. EXTORSÃO art. 158 CP: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica (sexual não), a fazer, tolerar que se faça (tolerar que o agente rasgue o cheque) ou deixar de fazer alguma (não depositar o cheque) coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.”
Famosa “chantagem”;
-tem que ser dinheiro ou algo que possa ser convertido em dinheiro. Não pode ser por exemplo de cunho sexual: estupro; 
-a colaboração da vítima é indispensável; se a vítima não colaborar o crime não acontece.
Exemplo: sequestro relâmpago é extorsão: leva a vítima até o caixa eletrônico para sacar dinheiro. 
Exemplo que ele muda as provas: 
Entram na casa procurando barras de ouro:
1ª prova: barras num cofre e o dono da casa abre o cofre e ele abre o cofre e entrega as barras. = extorsão
2ª prova: barras estão debaixo da cama e os ladrões sabem disso. = roubo
Consumação: sempre se dá no momento em que a vítima realiza a vontade do agente. No momento que a vítima faz/tolera/deixa de fazer o que o agente quer. Independentemente da obtenção da vantagem (Súmula 96, STJ).
a) Aumento de pena – parag. 1º + 1/3 a ½
i. Concurso de agentes + emprego de arma
b) Qualificada – parag. 2º
i. Igual ao do roubo
c) Sequestro relâmpago – parag. 3º 
-Armadilha: se a vítima se nega a pagar. Não consumou, portanto, vai ser Tentativa de Extorsão. Porque pra consumar tem que fazer a vontade.
Diferença entre roubo e extorsão: Na extorsão a colaboração da vítima é indispensável. 
a) Extorsão mediante sequestro (também conhecido como chantagem) – Tipo qualificado de extorsão. Crime formal.
Ex: Sequestram a Mafalda e pedem resgate, Mafalda é a gata da chefa, e, por ser animal, não é extorsão mediante sequestro, a qual diz que tem que ser PESSOA.
Consumação: Arrebatamento da vítima. Jogou a vítima no porta-malas, por exemplo, consumado estará o crime. Não precisa levar ao cativeiro.
O agente joga a vítima no carro, com a intenção de pedir o resgate, a polícia o para. Qual será o crime? Extorsão mediante sequestro.
Tentativa: Admite. Posso tentar arrebatar, mas NÃO conseguir. Ex: Professor tenta me arrebatar, eu chuto o joelho dele: tentativa!!!
Revisão: Resultado = Material (tem que mudar algo no mundo. Ex: Homicídio. Pessoa que estava viva é morta - mudou algo no mundo). Formal (Tem um resultado naturalístico: alguém fica mais rico e alguém vai ficar mais pobre, além da restrição da liberdade da vítima. Não precisa do resultado naturalístico. A consumação se dá com o constrangimento). Mera conduta (não muda nada no mundo, mas a mera conduta já é crime. Ex: desacato. Não precisa haver resultado naturalístico).
É um crime PERMANENTE: A consequência é a prisão em flagrante. Enquanto houver a permanência, há a possibilidade de flagrante.
É um crime hediondo.
i. Formas qualificadas: 
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Pena - reclusão, de oito a quinze anos 
Qualquer vantagem: Entendimento 1- necessária a vantagem ser financeira por se tratar de crime contra o patrimônio. Entendimento 2: vantagem sexual, econômica, qualquer vantagem mesmo. 
· Duração maior que 24 horas (§1º) 
Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Pena - reclusão, de doze a vinte anos. 
 
· Vítima menor de 18 e maior de 60 anos 
· Delação premiada (no Brasil, tradicionalmente, não tivemos delação premiada no Brasil. O nosso processo penal nunca trabalhou a ideia de acordo. Por outro lado, nos países de omon law, sempre existiu). No Brasil, com o advento da lei 9099, tentou-se copiar os EUA na parte do acordo com o MP. NA mesma época foi introduzida a delação premiada. Quando surgiu, existia para pouquíssimos crimes. Na medida em que foi dando certo, o rall foi se expandindo, quase todos os crimes admitem-na). No crime de extorsão mediante sequestro, está no parágrafo quarto. Precisa que haja concurso e delação do concorrente. O que delata faz uma confissão de que estava participando do esquema. Não é delação premiada se não participa do esquema e, também, se ele não confessar que participou. Precisa-se que a delação seja eficaz. Tem que haver a localização da vítima viva. EX: sequestram o prof. Giovani. Bruna delata as amigas, contando que Giovani estava na casa de Bárbara, a polícia resgata Giovani VIVO. A delação foi eficaz. Ela é meio de prova, mas tem de ser complementada por outras provas.
· Lesão grave (§2º) 
Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. 
(Ocasionado em quem foi SEQUESTRADO. Pode ser que outra pessoa sofra a lesão grave, como no exemplo de que a mãe da Julia foi sequestrada e morre ao pagar o resgate. Será homicídio e extorsão mediante sequestro, sem a qualificadora em questão).
· Resultado morte (§3º) 
§ 3º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. 
(De quem foi SEQUESTRADO, pode ser dolo ou culposamente) - (vai trazer a MAIOR pena que existe no CP- versão oficial: pena mais alta porque o crime é muito grave, pois atinge a vida, o patrimônio e a liberdade de locomoção da vítima. Já a criminologia diz que o Direito Penal tende a ser mais rigoroso com alguns crimes do que com outros. Quem é a vítima é pessoa rica e que é o agente é pobre. 
· “Quadrilha ou bando” (§4º)
Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. Prova: critério para a redução: A eficácia da delação. Quanto mais eficaz, menor a pena. Menos eficaz, maior a pena.
 – foi REVOGADO, não existe mais esse crime, mas, cuidado, há entendimento que diz que onde está quadrilha ou bando, lê-se associação criminosa. Então, há entendimento de que foi revogado e outro dizendo que mudou o nome. - Art. 288: antigamente = quadrilha ou bando; atualmente, virou associação criminosa. O crime de quadrilha ou bando foi inventado em 1940, pensando em Lampião e Maria Bonita – Cangaço no Nordeste. Em desuso, portanto, nos dias de hoje. Em 2012, houve julgamento do mensalão e muita gente foi condenada por corrupção, já, com relação a outras contra as quais não havia provas cabais, Joaquim Barbosa classificou a atuação deles como ação de quadrilha. Criaram, a partir disso, a organização criminosa.
Os requisitos para quadrilha: precisava ter mais de 3 pessoas; associação criminosa: 3 ou mais pessoas.
b) Extorsão indireta
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
4. DANO artigo 163 CP. 
Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia. 
- destruir: coisa deixa de existir
- inutilidade: perda funcional
- deteriorar: forma genérica 
SEMPRE É DOLOSO. 
Não pressupõe intenção de lucro
Não pode ser cometido pelo proprietário – eventualmente destruir uma coisa sua pode gerar crime, exemplo, estelionato, incêndio. 
Animais são considerados coisas, por tanto, teria crime de dano quando “danificados”, mas em 1998 essa previsão mudou, houve a criação das leis de crimesambientais Lei 9,605/98– essa lei criou dois crimes:
a) Crueldade contra animais (art. 32, Lei 9,605/98) 
b) Pichar (art. 65, Lei 9.605/98). A rigor quem picha não gera crime de dano, pois não danificou o bem, mas hoje está resolvido na mesma lei (proteção ao meio ambiente urbano – essa lei não protege apenas a natureza). 
Não faz diferença ser coisa móvel ou imóvel para fins de crime de dano 
Consumação: com o dano, crime material. 
Tentativa: admite tentativa 
Subsidiário: só será crime de dano se não houver outro crime cabível, exemplo, dano for meio necessário para um furto, não será aplicado o crime de dano e sim furto. 
Dano qualificado
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça; - sujeito usa violência e grave ameaça para danificar a coisa. Se primeiro tiver o dano e depois a ameaça não se qualifica, nesse caso será dois crimes, dano simples e crime de ameaça. 
A vítima não precisa ser o proprietário da coisa, pode ser qualquer pessoa que venha a tentar evitar o dano e sofra violência ou grave ameaça. 
Violência pode gerar uma lesão corporal, essa eventual lesão não é absolvida – se houver lesão responde pelos dois crimes. 
 
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave 
PROVA – OBS crime incêndio: não confundir dano qualificado com crime de incêndio, são diferentes, pois o crime de dano tem dolo de dano e no incêndio (crime de perigo) o dolo é de perigo. 
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos; - contra administração pública
      	
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima: - por motivo egoístico, exemplo: inveja. Prejuízo considerável: ponto de vista da vítima, pouco importa situação financeira do agente do dano, e sim da vítima. 
 Ação penal
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante queixa 
– em princípio/regra crime de dano é crime de ação penal privada, pois não possui muito interesse público, fica a critério da vítima se importar ou não com o dano – dano simples ou qualificado por motivo egoístico e prejuízo considerável 
Alguns casos não poderão ser ação penal privada, deve ser ação penal pública incondicionada se tiver interesse público – dano qualificado por violência e grave ameaça; substancia explosiva ou inflamáveis e contra administração pública. 
5. APROPRIAÇÃO INDÉBITA artigo 168 CP
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
PROVA- não confundir furto e apropriação indébita. A diferença é que furto o sujeito não tem a posse da coisa e a furta (ex. Furtar a biblioteca da faculdade), na apropriação a coisa já esta com a pessoa e ela decide se apropriar dela (ex. Pegar um livro da biblioteca com a carteirinha e não devolver mais).
- pressuposto fundamental: pessoa já esteja na posse licita anterior – apropriação com a intenção de assenhoramento definitivo. 
SEMPRE SERÁ DOLOSO (Ex. pegar o livro de forma licita na biblioteca e esquecer de devolver – não tinha dolo, não tem crime, tem só a responsabilidade civil, como multa, mas não penal). 
- a posse deve ser licita: para haver o crime a vítima ou alguém em seu nome efetuou a entrega da coisa de forma livre, espontânea e consciente. Não pode haver coação, pessoa não pode ser obrigada a entregar a coisa. A pessoa deve estra em plena consciência do que está acontecendo, não pode estar em erro – se houver erro é estelionato e não apropriação indébita. 
- necessário que haja dolo posterior, ou seja, a pessoa pega o bem de boa-fé e posteriormente muda de ideia. Não há apropriação indébita se desde o início haver dolo de assenhoramento – nesse caso pode haver crime de estelionato. 
- pose desvigiada: diferente de crime de furto que pressupõe uma pose vigiada. Exemplo: pegar o livro na biblioteca e levar para casa, é licito, desde que esteja de volta no prazo correto, essa posse é desvigiada. Enquanto a pessoa estiver dentro da biblioteca a posse será vigiada. 
Exemplo: motorista transporta um cofre fechado e no meio do caminho decide abri-lo descobre barras de ouro e foge – normalmente em regra caminhoneiro que se apropria de carga é apropriação indébita, porém nesse caso o cofre estava fechado não estão em uma posse desvigiado do interior do cofre, há furto. 
A posse do continente cerrado não implica na posse do conteúdo. 
- coisa fungível: depende – é possível tanto fungível quanto infungível, mas se tratando em fungível o preceito fundamental é que a pessoa não tenha a intenção de repor a coisa. 
- bem do idoso: estatuto do idoso – art. 102 da Lei 10.241/2003
a. Causas de aumento de pena - §1º A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
i. Deposito necessário – deposito legal (art. 1233 CC) – se alguém encontrar algo na rua deve ser entregue a autoridade competente para ser entregue ao respectivo dono. 
 – deposito judicial 
 – deposito miserável: decorrente de calamidade pública (art. 647, II, CC). 
 – deposito essencial 
ii. na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial – administrador judicial (art. 173 da Lei 11.101/05) 
iii. em razão de ofício, emprego ou profissão (ex. Pessoa que vai até a residencia alegando concertar panelas e furta a panela). 
CUIDADO com funcionario público no exercicios das funções não comete esses crimes – não é apropriação indébita e sim peculato. 
b. Forma privilegiada – art. 170 CP Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º (igual furto). 
6. ESTELIONATO artigo 171 CP
Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento. 
- mantendo: a pessoa se engana sozinha e a outra mantenve em erro (ex. Pessoa vai pagar algo a Rodolfo, mas se engana e acha que rodrigo é rodolgo e paga para ele, rodrigo o mantem em erro e pega o dinheiro para si). 
- artifício: algum tipo de aparato material
- ardil: conversa enganosa 
- CRIME SEMPRE DOLOSO
- Resultado duplo: vantagem ilícita e prejuízo da vítima = para caracterizar estelionato precisa ocorrer os dois, se o prejuízo não ocorrer é considerado tentativa.
- Fraude bilateral – todos são responsabilizados 
- sujeito passivo: pessoa determinada. Crime de pirâmide não possui pessoa determinada como vítima, pois não sabe onde vai parar, sendo assim não se enquadra em estelionato e sim na Lei de crimes contra a economia popular. Exemplo: dois irmãos gêmeos, um deles engana a namorada do outro para ter relações sexuais, seria um estelionato com fins sexuais. 
a. Forma privilegiada: §1º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. – igual a furto. 
b. Cheque sem fundo: VI defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém; - dar cheque com fundo e depois mandar sustar oc heque também se enquadra como estelionato. Para ser caracterizado o estelionado nos dois caso, sem fundo e sustação, deve haver a má-fé, a ideia de enganar a pessoa. 
OBS: sumula 246 STF - Comprovado não ter havido fraude, não se configura o crime de emissão de cheque sem fundos
- consumação: recusa do pagamento. Basta uma apresentação do cheque (para ficar com o nome “sujo” precisa ser duas vezes apresentado, mas para ser enquadrado como estelionato basta uma apresentação). 
- Súmula 554 STF O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal. – denuncia nesse caso diz respeito a petição inicial. Se a pessoa paga ro cheque antes da denuncia não haverá ação penal – éuma regra especial de arrependimento posterior, repara o dano após o crime consumado. 
c. Causas de aumento de pena
§ 3º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.
§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso. 
7. RECEPTAÇÃO art. 180 
a. Dolosa simples propria - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime...
- sabe ser produto de crime: exige que seja dolo direto, se tiver culpa não será esse tipo de receptação. 
- produto de crime: qualquer crime, não é ncessariamente roubo, mas tem que ser crime, não pode ser por exemplo, contravenção penal. 
- adquirir: tornar-se proprietário, não é necessariamente o mesmo que comprar. 
- receber: entrar na posse 
- ocultar: esconder – guardar o carro roubado no prédio de um amigo e pagar mil reais o dia. 
OBS: art. 349 CP – crime de favorecimento real - Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. Exemplo: guardar um carro furtado na garagem de um amigo, sem qualquer tipo de proveito. 
Diferença entre crime de favorecimento e recepção: na receptação deve haver um proveito, já no favorecimento não há proveito econômico. 
Se o sujeito comprar um seu próprio objeto furtado, reconhecendo como seu objeto, não se caracteriza como crime, pois apesar de sabe ser objeto de crime, não há nenhum tipo de vantagem ou proveito. Acontece muito com os caminhoneiros e suas cargas. 
- produto de crime: envolve bens transformados, não precisa levar a coisa in natura, pode roubar ouro e fabricar um anel e vende-lo, será crime de receptação. 
 
- dolo direto anterior
- coisas móveis
- crime anterior com reflexos patrimoniais – ainda que autor desconhecido ou isente de pena (§4º)
- consumação: conduta – admite tentativa 
b. Receptação dolosa simples impropria – influir para que terceiro, de boa-fé, adquira, receba ou oculte (ex. chinês que vende a pessoa de boa-fé produto pirata. Já se o comprador soubesse que o produto é pirata e mesmo assim comprar será enquadrado na receptação própria, e o vendedor como participe). 
- não pode ser praticado pelo autor do crime anterior.
 
- consumação: com a proposta independentemente da aceitação (ex. só do vendedor chinês oferecer o produto já se enquadra). Teoricamente admite tentativa, mas é uma situação muito difícil de acontecer (ex. sujeito escreve a carta oferecendo o produto contrabandeado, mas a carta é extraviada), e mesmo se ocorrer não haverá processo, pois não terá conhecimento. 
c. Causa de aumento de pena (§6º) – 2x - bem pertencente à administração pública. 
d. Receptação privilegiada – (§ 5º) igual a furto 
OBS: existe uma discussão sobre a possibilidade de aplicação na receptação qualificada. Quem diz que não pode aplicar, justifica que como está citada antes da qualificada significa que se aplica apenas nas anteriores, a outra corrente entende ser possível. 
e. Recepção qualificada (§1º) 
Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime. 
- principal diferença da qualificada para a simples é que na qualificada o crime deve ocorrer n exercício de atividade comercial ou industrial. 
OBS: §2º - quando fala de atividade comercial ou industrial não fala necessariamente de loja grande, pode ser um comercio irregular ou clandestino, inclusive em casa. 
- coisa que deve saber: diferente do simples, pode ser dolo eventual não apenas direto. 
- Trata-se de um tipo penal de ação múltipla (vários verbos) – não comete um crime por verbo, é crime único. 
- nesse caso não se aplica o princípio da insignificância 
f. Receptação culposa (§3º) – mais comum
Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso. 
- receptação simples com dolo eventual se caracteriza simples. 
- natureza da coisa é que vai indicar 
- desproporção entre o valor e preço: é o que mais evidencia – mais comum 
- condição de quem oferece: “a pessoa teria condições de ter essa mercadoria?”
- cosumação: com a aquisição ou recebimento – não admite tentativa (crime culposo não admite tentativa). PROVA
8. RECEPTAÇÃO DE ANIMAL art. 180 A CP
Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime. – antes de ser criada essa lei a receptação de animal era considerada como receptação qualificada. 
- deve saber: dolo direto ou eventual (diferente de receptação simples).
- novatio legis in melius (retroatividade)– não só apenas diminui a pena para receptação de animais como retroagirá para crimes passados. 
9. DISPOSIÇÕES GERAIS 
a. Imunidades absolutas art. 181 CP 
- escusas absolutórias 
 É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:  
 I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal – ex. Furto entre cônjuges não gera responsabilidade penal em regra. Possível nos casos de união estável por analogia in bonam partem, desde que ela possa ser convertida em casamento (existe casos em que não se pode converter como a união estável entre irmãos). 
 II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural – em princípio crime de patrimônio praticado entre essas pessoas não gera punição. Final do artigo não é mais adotado, pois não há mais essa diferenciação. 
b. Imunidades relativas art. 182 CP (ação penal pública condicionada à representação do ofendido). 
Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:           
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado – ex cônjuge 
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita – se não morarem juntos não se aplica.
c. Exclusões art. 183 CP
Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa – ex. Se roubar a mãe mediante violência não se aplica a imunidade. 
II - ao estranho que participa do crime – concurso de agentes, exemplo, filha com a ajuda de um amigo planeja roubar a mãe, a filha não será responsabilizada já o amigo sim. 
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos – estatuto do idoso. 
EXERCÍCIOS 
1. O furto de uso é punível? Explique. 
Furto de uso é quase a mesma coisa que furto, no entanto, pelo fato de não haver fim de assenhoreamento definitivo, tal prática não é punível. 
Em principio é fato atipico, pois o crime de furto pressupõe o “animus furandi”, se não tem o dolo de ficar com a coisa, não há de se falar em crime de furto. Porém tem regras importantes a serem seguidas: tem que restituir a coisa da mesma forma e no mesmo lugar que a encontrou; é um periodo curto de tempo. 
2. Manuel, manobrista de um estacionamento, subtrai um dos veiculos que estava sob a sua vigilância, nesse caso qual será a sua responsabilidade penal? 
O furto pressupõe uma pose vigiada, nesse caso, como o proprietário entregou o carro ao manobrista é uma pose desvigiada sendo assim é apropriação indébita e não furto. 
3. Bruno aborda motorista Fernando na porta de um restaurante apresentando-se como manobrista, razão pela qual Fernando lhe dá o veículo. Considerando que bruno não era manobrista e acabou se apropriando do veículo como deverá ser sua responsabilidade penal? 
O crime

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