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Anna O

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
DÉBORA EDITH SANTOS DE MELO 21188758
GEOVANA OLIVEIRA SILVA 20937028
MARIA ISABEL FRAGA 20978684
SARA OLIVEIRA DE MIRANDA 21188163
PSICANÁLISE: ANNA O.
Atividade Prática Supervisionada
São Paulo
2019
ANNA O.
HISTERIA
Vale ressaltar que antes dos estudos Jean-Martin Chacort, este termo já era
conhecido desde a antiguidade (460-377 a.C), no antigo Egito, Hipócrates –
considerado uma das figuras mais importantes na história da medicina – afirmava
que a sufocação da matriz, como ele denominava na época, cujo nome anos depois
foi conhecido como histeria, era uma doença relativamente feminina, ou seja, se
manifestava apenas em mulheres, além de enfatizar que a causa desta doença
estaria ligada ao útero e mulheres que não tinham uma vida sexual ativa eram mais
suscetíveis a esta patologia. Os sintomas descritos pelos egípcios e que chegaram
até Hipócrates eram: perda da palavra, sufocação, resfriamento das pernas, dores
de cabeça, vômitos e a saliva que fluíam pela boca. Posteriormente, outros autores
também estudaram esta doença na época, como Sorano de Éfeso e Claudio Galeno.
Por volta do século XIX, em Paris, Chacort – neurologista renomado –
inaugurou o “período cientifico” relacionado à histeria. Inicialmente acreditava que a
origem da histeria seria de causas traumáticas de origem genital. Chacort estudou
metodicamente os efeitos da Hipnose – termo cunhado por James Braid anos antes
– e utiliza deste recurso como um método de tratamento para a histeria, descobrindo
que a hipnose era uma ferramenta importante no controle da doença, afinal, era sob
o estado hipnótico que as histéricas recordavam de cenas traumáticas, além de
atribuir a possibilidade de que a histeria poderia ter relação com causas hereditárias,
afetando tanto homens como mulheres, o que chamou atenção de Sigmund Freud,
que observou as manifestações de histeria e efeitos da sugestão.
Após as orientações de Charcort, Freud volta a Viena e abre seu consultório
privado voltado a doenças nervosas, havendo um grande aumento em sua clientela
com pacientes com sintomas histéricos. Freud se utiliza do método da eletroterapia e
outros métodos derivados, até quando percebe que estes já não seriam mais
eficientes, e então adota o método da hipnose.
Através dos relatos das pacientes de Freud sob efeitos hipnótico, onde as
mesmas revelavam através da fala cenas em que foram vítimas de traumas sexuais,
Freud começa a repensar sobre a origem da histeria, questionando se esta doença
não teria de fato seu início na primeira infância. Freud apresentou a noção de
fantasia iniciando as ideias de um trauma, não de ordem física, mas sim de ordem
psíquica. Freud dizia que as histéricas sofriam de reminiscência – como uma
lembrança afastada da consciência, onde as mesmas não tinham acesso.
Os conceitos a respeito da histeria modificaram-se com o tempo, no momento
presente, o termo histeria no DSM V recebeu outra denominação, cujo nome seria
transtorno somatoforme. Diante disto, sintomas possivelmente semelhantes a
histeria, é possível identificar por exemplo em indivíduos diagnosticados com
fibromialgia ou síndrome do pânico.
HISTÓRIA DO CASO
O caso de Anna O. (Bertha Pappenheim), caso 0, foi um marco inicial para
psicanálise, pois a partir dele, pôde-se estudar a respeito dos sintomas e causa da
histeria. O tratamento de Anna O. perdurou os anos de 1880 e 1882 com o médico
Joseph Breuer, e carregava um conjunto de sintomas, podendo ser definido como
manifestações corporais, tais como paralisia de membros do corpo, estrabismo nos
olhos, além de aversão por água, dores de cabeça, alucinações e entre outros, sem
causas ou motivos orgânicos, sendo tratado como histeria.
O primeiro contato de Breuer com a paciente deu-se por razão de uma tosse
muito intensa, considerada uma tussis nervosa típica, ao que tudo indica, esta
primeira consulta ocorrera em abril de 1881. Mas foi apenas quando a paciente
passou apresentar outros sintomas – como dor de cabeça, estrabismo com
perturbações da visão e anestesia de suas extremidades superior e inferior direita,
entre outros – que o tratamento iniciara de fato. Após este período, a paciente ficou
acamada com notáveis episódios que Breuer nomeou de “absences”, que seriam
momentos em que a paciente apresentava narrativas curiosas de histórias criadas
pela mesma.
Durante o percurso do tratamento, a maioria das ações de Breuer para o
avanço do mesmo, era obrigar Anna a falar sobre assuntos que lhe causara tais
distúrbios; produzindo uma notável melhora e fazendo com que em março de 1881
sua extremidade esquerda voltasse a movimentar-se. Sua parafasia também
regredira neste momento juntamente com seu estrabismo; sendo que o segundo
retornava apenas em momentos de grande excitação. Anna retornou a sustentar sua
cabeça e em 1º de abril de 1881 levantou-se pela primeira vez.
Em 5 de abril o pai da paciente falece e por consequência deste evento, Anna
passa a apresentar grande excitação e profundo estupor. Seu braço e sua perna
direita anestesiaram-se e sua visão ficou bastante restrita e não reconhecia as
pessoas, sendo Breuer a única pessoa que Anna O. se recordava. Neste período,
um sintoma que tinha sido recorrente – a paciente não conhecia mais escrever –
passou a regredir fazendo com que Anna voltasse a escrever de forma peculiar. A
paciente passou a recusar qualquer tipo de alimento, sendo Breuer o único que
conseguia alimentá-la.
Em um dado momento, após uma crise de angústia muito grave da paciente,
Breuer precisou sair de Viena e ao retornar, encontrou-a muito pior. A paciente
passara dias sem alimentar-se. Seu estado psíquico continuava a se deteriorar
acompanhado de fortes impulsos suicidas e por decorrência disso, a mesma foi
levada para morar no campo. Durante os dezoito meses que a paciente ficara em
observação, a auto hipnose e a hipnose foram o que ajudou a mesma a remover seu
estado de estimulação. Durante o período que ficara no campo, Breuer não pôde
acompanha-la diariamente, mas em suas visitas, procurava ir de tarde – período em
que a paciente se encontrava em auto hipnose – e o mesmo a aliava de todo
conteúdo imaginativo acumulado durante os períodos que não estava presente.
Porém, quando a paciente se encontrava brava e angustiada, era difícil fazê-la falar
mesmo em estado hipnótico.
Breuer não fazia o uso de narcóticos no tratamento, mas nas noites em que a
calmaria de Anna era inalcançável, o médico recorria ao cloral; o que resultava em
Anna sono precedido por um estado de intoxicação. Mas sua dose foi-se diminuindo
gradualmente. Seu estado começou a apresentar melhora. A mesma passou a
ingerir alimentos sem dificuldades e a paralisia de sua perna diminuíra. Após isso,
Dr. Breuer viajara de férias e em sua volta, confirmou o efeito patogênico das
fantasias da paciente. Tudo o que fora acumulado nas semanas de sua ausência,
passou a ser descarregado depois que Breuer providenciou o retorno da paciente
para Viena; ea narrativa da paciente em momento hipnótico, fazia com que seu
estado patológico deixasse de atuar por um período. Por decorrência disso, Breuer
passou acreditar em um possível progresso, já que em sua expressão oral os
estímulos patológicos eram descarregados. No entanto o estado psíquico de sua
paciente piorou. Anna não possuía um sequer dia em que permanecesse bem,
mesmo expressando verbalmente tudo o que possivelmente a afetara.
Neste período, a paciente apresentara estar estagnada em momentos do
passado e eventos subsequentes do inverno de 1881 encontravam-se
desconhecidos, a não ser o evento da perda do pai. Nas hipnoses ocorridas durante
a noite, a mesma expressava não só apenas os produtos imaginários
contemporâneos, mas alguns vividos anteriormente. Em julho de 1880, por uma
incubação da moléstia, eram produzidos fenômenos psíquicos que só desapareciam
os sintomas quando em hipnose o evento era falado e assim, seguiu-se o
tratamento. Quandoum evento causador de um sintoma era falado, o mesmo
desaparecia de maneira permanente.
Dessa forma as paralisias, distúrbios da visão, tosse, tremores entre outros
sintomas, foram eliminados pela fala – a paciente mesmo que caracterizou o
tratamento como sendo um período de “limpeza da chaminé” e enquanto Anna O.
falava sobre um sintoma em específico, o mesmo era vivido intensamente durante o
período da fala. Alguns dos fatos descritos pela mesma eram apenas vividos
internamente sem nenhuma verificação externa de tais eventos e trazê-los à
memória nem sempre era simples.
Consiste em simplesmente não dirigir o reparo para algo específico e em
manter a mesma ‘atenção uniformemente suspensa’ em face de tudo que se escuta
[...] Ver-se-á que a regra de prestar igual reparo a tudo constitui a contrapartida
necessária da exigência feita ao paciente, de que comunique tudo o que lhe ocorra,
sem crítica ou seleção (FREUD, 1911, p.125-26).
Assim, toda doença desaparecera – sendo um desejo da paciente que isso
acontecesse um ano após sua ida ao campo, e por isso, a mesma iniciara o mês de
junho de forma empolgada. A mesma saiu de Viena e viajou, libertou-se das
perturbações e após um período considerável recuperou seu equilíbrio mental,
voltando a gozar de perfeita saúde.
O caso não foi concluído, pois Breuer abandona o atendimento devido problemas
pessoais com sua esposa. No decorrer do tratamento acontece a transferência, uma
neurose universal e importante para o processo terapêutico (porém desconhecido na
época). A transferência ocorre quando o sujeito envolve o analista em seu processo
de análise, figuras importantes do passado do paciente retornam e é transferido ao
analista os sentimentos e reações cabíveis a essa época, de maneira inconsciente e
simbólica.
A transferência fez com que Anna O. Tivesse uma gravidez psicológica, e foi
acometida de dores histéricas similares a dor de parto. Consequentemente, Bertha
passou a possuir um sentimento de repudio a tudo que envolvesse a psicanálise e
optou por não estar associada a qualquer coisa que derivasse disso. Passou a
dedicar sua vida a assistência social no Movimento das Judias e filiou-se ao
movimento feminista.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOCHESATTO, Waleska Pessato Farenzena. A cura pela fala. Estud.
psicanal., Belo Horizonte , n. 36, p. 165-171, dez. 2011 . 
FREUD, S. Estudos Sobre A Histeria - Vol 2. Curitiba: Imago. 2006.
GUGGENHEIM, S. O caso fundador da psicanálise. Freudiana. 2018. Disponível em:
< https://www.freudiana.com.br/textos-interessantes/o-caso-fundador-da-psicanalise-
por-susan-guggenheim.html > Acesso em: 25 nov 2019
SANTOS, Manoel Antônio dos. A transferência na clínica psicanalística: a
abordagem freudiana. Temas psicol., Ribeirão Preto , v. 2, n. 2, p. 13-27, ago. 1994
.
https://www.freudiana.com.br/textos-interessantes/o-caso-fundador-da-psicanalise-por-susan-guggenheim.html
https://www.freudiana.com.br/textos-interessantes/o-caso-fundador-da-psicanalise-por-susan-guggenheim.html
https://www.freudiana.com.br/textos-interessantes/o-caso-fundador-da-psicanalise-por-susan-guggenheim.html
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