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Avaliação da Aprendizagem no Ensino Superior 2/231 Avaliação da Aprendizagem no Ensino Superior Autora: Cecília Iacoponi Hashimoto Como citar este documento: HASHIMOTO, Cecília Iacoponi. Avaliação da Aprendizagem no Ensino Superior. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015. Sumário Apresentação da Disciplina 04 Unidade 1: Conceitos e Funções 06 Assista suas aulas 24 Unidade 2: Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação 32 Assista suas aulas 52 Unidade 3: Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa 60 Assista suas aulas 82 Unidade 4: Técnicas: Observação, Autoavaliação e Aplicação de Provas 89 Assista suas aulas 113 Unidade 5: Arguição, Dissertação e Testagem 120 Assista suas aulas 141 2/232 3/2313 Unidade 6: Outros Métodos de Avaliação 149 Assista suas aulas 168 Unidade 7: Prova Objetiva e Dissertativa 175 Assista suas aulas 195 Unidade 8: Portfólios e Mapas Conceituais 203 Assista suas aulas 225 Sumário Avaliação da Aprendizagem no Ensino Superior Autora: Cecília Iacoponi Hashimoto Como citar este documento: HASHIMOTO, Cecília Iacoponi. Avaliação da Aprendizagem no Ensino Superior. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015. 4/231 Apresentação da Disciplina Avaliar é uma prática fundamental do ser humano. A todo momento estamos avaliando e sendo avaliados em nossas atitudes, maneiras de agir, de pensar, nas nossas ações e interações no mundo. Como ilustração, temos na história da humanidade, situações clássicas em que jovens meninos, por volta de 12 e 13 anos, para fazerem a passagem de menino- adulto, necessitam se submeter a provas que, muitas vezes são dolorosas e exigem sofrimento carnal. Estas indicarão o grau de esforço e superação de cada um. Vencendo esta etapa, estarão aptos ao mundo dos adultos. No cotidiano das interações sociais, a avaliação também se apresenta de maneira mais assertiva, tanto nas empresas, utilizando técnicas próprias e sofisticadas para melhorar sua produção e desempenho de seus funcionários, como em escolas, com medidas criteriosamente elaboradas para atingir suas metas em relação a seus alunos. Ao longo destes oito capítulos, iremos nos debruçar sobre a temática avaliação da aprendizagem, no sentido de compreendermos um pouco mais acerca seus impactos no ambiente educativo, tanto para professores quanto para educandos, as múltiplas maneiras de utilização dos instrumentos avaliativos e refletiremos, também, sobre as funções e consequências que permeiam o ato de avaliar. 5/231 Vivemos um momento de mudanças significativas no cenário da Educação Brasileira e o entendimento e análise dos processos educacionais, mediante as ferramentas que a avaliação nos proporciona, tanto em nível de macrossistema quanto no nível escolar, nos fortalece para as escolhas de rumos e direções a seguir. Boa leitura e bom aprendizado a todos! 6/231 Unidade 1 Conceitos e Funções Objetivos 1. Conhecer as definições mais comuns de avaliação; 2. Compreender as finalidades da avaliação de aprendizagem; 3. Entender quais são as funções da avaliação. Unidade 1 • Conceitos e Funções7/231 Introdução Encontramos, na literatura, vários autores que discutem o tema avaliação da aprendizagem, e apresentam definições que ora se complementam, ora divergem devido as suas concepções pedagógicas adotadas. Quando lemos criteriosamente todos, percebemos que há um acúmulo de adjetivos sobre o mesmo tema. Se prestarmos um pouco mais de atenção, reconheceremos que há um certo “modismo” nas definições, ou seja, dependendo do momento sócio-histórico- político-econômico pelo qual determinado país está vivendo, algumas concepções de avaliação ficarão mais fortalecidas, em detrimento de outras. Se a hora é de privilegiar determinadas classes sociais, em termos de ascensão escolar, como também de estabilidade e permanência na escola, garantindo-lhes direitos de acesso ao universo letrado e culto por maior quantidade possível de tempo, o teor dos instrumentos avaliativos versará por situações que ofereçam maiores possibilidades às classes eleitas. Podemos afirmar, desta forma, que avaliar também é um ato político, econômico e social! 1. Condições para avaliar Segundo Luckesi (2011, p. 266-276), existem duas condições prévias a todo pesquisador no que diz respeito ao ato de avaliar: Unidade 1 • Conceitos e Funções8/231 a) Disposição psicológica para o acolhimento da realidade: que significa ser comprometido com o conhecimento que se investiga de modo a não o distorcer, sendo capaz de ler o que vê efetivamente e não trocar os dados de maneira a favorecer seus interesses pessoais ou externos; b) Corpo teórico com o qual opera a avaliação: e teoria é sua lente de investigação, cada ato realiza-se de acordo com seu ponto de vista. Mesmo que inconsciente, existe por detrás de cada ato de investigação e avaliação, uma teoria que sustenta a compreensão do processo investigativo. Para saber mais Cipriano Luckesi é um dos mais respeitados e renomados estudiosos brasileiros na temática avaliação de aprendizagem. Especialista nesta área, há 40 anos contribui com suas pesquisas e análises quanto aos instrumentos de medidas avaliativas. Vale a pena ler o seguinte trabalho do autor: O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem? Cipriano Carlos Luckesi. Pátio On-line Pátio, Porto alegre: Artmed, n. 12, ano 3, fev./abr. 2000. Disponível em: <https://www. nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/ imagem/2511.pdf> Acesso em: 04 out. 2015. https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2511.pdf https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2511.pdf https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2511.pdf Unidade 1 • Conceitos e Funções9/231 Desta maneira, a avaliação da aprendizagem está a serviço de pressupostos teóricos inseridos no projeto pedagógico a que está atrelada. Avaliar é diagnosticar e qualificar a realidade! Apenas para exemplificar, apresentaremos rapidamente, alguns conceitos de avaliação mais conhecidos e solicitamos que fiquem atentos às definições que estão atreladas à concepção pedagógica que cada teórico defende. 1.1 Conceitos sobre avaliação a) Avaliação é o processo de delinear, obter e fornecer informações úteis para julgar decisões alternativas (SILVA, 1992). b) É um processo contínuo, sistemático, compreensivo, comparativo, cumulativo, informativo e global, que permite avaliar o conhecimento do aluno (MARQUES, 1976). c) Avaliação é a coleta sistemática de dados, por meio da qual se determinam as mudanças de comportamento do aluno e em que medida estas mudanças ocorrem (BLOOM, 1980). d) O ato de avaliar é um ato de investigar. Enquanto a ciência estuda como funciona a realidade, a avaliação estuda a sua qualidade. Ambas se servem de rigorosos recursos metodológicos: a ciência descreve e interpreta a realidade: a avaliação descreve-a e qualifica-a (LUCKESI, 2011). Unidade 1 • Conceitos e Funções10/231 e) A avaliação, diferentemente da verificação, envolve um ato que ultrapassa a obtenção de configuração do objeto, exigindo decisão do que fazer ante ou com ele. A verificação é a ação que congela o objeto: a avaliação, por sua vez, direciona o objeto numa trilha dinâmica de ação (DESPRESBITERIS E TAVARES, 2009). f) A avaliação é tradicionalmente associada, na escola, à criação de hierarquias de excelência. Os alunos são comparados e depois classificados em virtude de uma norma de excelência, definida no absoluto ou encarnada pelo professor e pelos melhores alunos. Na maioria das vezes, essas duas referências se misturam, com uma dominante: na elaboração das tabelas, enquanto alguns professores falam de exigências preestabelecidas, outros constroem sua tabela a posteriori, em função da distribuição dos resultados, sem, todavia, chegar a dar sistematicamente a melhor nota possível ao trabalho ”menos ruim”. (PERRENOUD, 1998). Com base nestas definições,a dificuldade que existe é a de como deve ser elaborado um programa de avaliação, pois não há nas definições, orientações claras que auxiliem o professor. Assim, colocamos algumas questões importantes para pensar: A) O que avaliar? B) Quando avaliar? Unidade 1 • Conceitos e Funções11/231 C) Quem deve fazer a avaliação? D) Que instrumental pode ser usado para coletar e registrar informações? E) O que fazer após o ato de avaliar, com os resultados obtidos? F) Que instrumentos serão utilizados? Além destes questionamentos, a avaliação contém em seu cerne características bem definidas, como: temporalidade, totalidade, continuidade, orientação para um fim. Para saber mais Quando dizemos que a avaliação tem caráter de temporalidade significa que ela tem seu valor em um tempo e espaço, ou seja, para aquela turma, naquele momento, com aquelas condições. Se o professor quiser utilizar a mesma avaliação de um ano para outro, prática muito comum nas escolas, já perderá o seu teor, visto que os alunos são outros, o professor está diferente e a situação da classe mudou. Cada avaliação tem um propósito e objetivo claros para determinada clientela, em um determinado tempo histórico. Unidade 1 • Conceitos e Funções12/231 2. As finalidades da escola e da avaliação educacional Fala-se muito em avaliação escolar. Porém, não se discute a problemática central que permeia esta questão: o sentido de exclusão e classificação. Refletiremos, a seguir, acerca de alguns pontos significativos. Objetivos: ao invés de haver uma preocupação com a aprendizagem, tudo passa a girar em torno de medidas classificatórias. Em termos de avaliação da aprendizagem, o produto deve ser a nota, o conceito, a letra que aprova ou reprova, padrão competente ou incompetente, repetente ou promovido, na educação infantil, carinha alegre e carinha triste. A) Prática pedagógica: o docente é um cumpridor de programas e, na busca de chegar às metas, utiliza-se do caminho mais conhecido entre nós – a aula expositiva. Geralmente não trabalha os conteúdos de maneira diferenciada, com outros elementos que garantam maior entendimento para o aluno, como estratégias diversificadas, jogos, exemplos e oficinas que auxiliem a compreensão. B) Ética: as modalidades de avaliação que são excludentes classificam o aluno fora do padrão desejado, visto que há um score a ser atingido. E desta maneira, ocorre uma experiência negativa com os processos avaliativos. Unidade 1 • Conceitos e Funções13/231 Se refletirmos sobre o efeito da avaliação classificatória e excludente, imediatamente pensamos nos alunos que são reprovados. Mas, embora estes passem por situação de frustração, há que se pensar, também, nos alunos que obtém sucesso. Como será isso para ele? Analisando as duas possibilidades, temos as seguintes consequências: Link A função pedagógica da Avaliação. Disponível em: <http://professor.ufop.br/sites/default/files/ danielmatos/files/a_funcao_pedagogica_ da_avaliacao.pdf>. Acesso em: 30 set. 2015. A) Aluno Aprovado • Conseguiu tirar notas, passar de ano, adequou-se ao sistema formal de ensino, aprende a sobreviver no sistema de ensino; • Embora não tenha se apropriado totalmente do saber, foi aprovado; • Uma minoria aprendeu os conceitos e outros tantos, aprenderam no esquema formal de focar a atenção na classificação. B) Aluno reprovado • Levado a novas reprovações, pois é colocado nas mesmas condições que produziram o fracasso – alunos multirrepetentes; http://professor.ufop.br/sites/default/files/danielmatos/files/a_funcao_pedagogica_da_avaliacao.pdf http://professor.ufop.br/sites/default/files/danielmatos/files/a_funcao_pedagogica_da_avaliacao.pdf http://professor.ufop.br/sites/default/files/danielmatos/files/a_funcao_pedagogica_da_avaliacao.pdf Unidade 1 • Conceitos e Funções14/231 • Evade por achar que estudo não é para ele; • Uma minoria dá-se bem na repetência e outros tantos tentam se enquadrar no esquema formal para sobreviver. Para saber mais Sendo o homem um ser de relações e interações com o mundo que o cerca. Ainda refletindo sobre esta dinâmica, é um ser que desenvolve cultura, transforma e sofre estas influências da cultura, é natural que, dentro destes processos, aprimore seu pensar, agir e falar mediante reflexões e avaliações que faz de si, do mundo e do outro. Nesse sentido, temos o dever enquanto educadores de olhar nossos alunos não apenas como avaliados, em uma condição de passividade, mas também como avaliadores, pessoas que pensam e que tem potencial crítico de análise e síntese, componentes fundamentais do ato avaliativo. A avaliação transcende dimensões. Além de sua aplicabilidade ser bastante discutida na escola, há também que se considerar a avaliação de si mesmo, do docente em relação a sua prática: • Como estou na minha prática? • Tenho clareza de meus objetivos? Unidade 1 • Conceitos e Funções15/231 O que mais incomoda quando há discussão sobre avaliação escolar é o descompasso entre a simplicidade de seu conceito e a dificuldade de colocá–la em prática! Até que ponto o professor tem clareza do significado da avaliação que executa? O que efetivamente se passa na escola? 2.1 Funções da Avaliação O desafio histórico de democratizar a educação nos remete a um olhar crítico para a escola. Considerando os condicionantes estruturais do Estado brasileiro, o fracasso escolar está diretamente relacionado a maneira de como a escola está organizada e estruturada, de modo a cumprir regras, normas, práticas, enfim, o conjunto de interações e relações que nela se estabelecem. Aqui cabe a análise do significado da avaliação, como tem sido entendida e vivida dentro da escola, principalmente com a legitimação do fracasso escolar. Utilizada como meio de controle, acentua sensivelmente uma prática discriminatória e de seleção social. O compromisso com a democratização do ensino supõe romper com a prática classificatória da avaliação, de modo que permita uma vivência avaliativa que sirva como função diagnóstica de modo que seus resultados orientem tanto o avanço do conhecimento, quanto cumpram efetivamente sua função educacional, alcançando o direito de todos. Unidade 1 • Conceitos e Funções16/231 O ato de avaliar, por sua constituição mesma não se destina a um julgamento definitivo sobre alguma coisa, pessoas ou situação, pois não é um ato seletivo. A avaliação se destina ao diagnóstico e, por isso mesmo, à inclusão (LUCKESI, 1995). Embora o tema avaliação de aprendizagem esteja sempre sendo debatido, estamos caminhando lentamente para que esta se transforme em um instrumento de promoção de desenvolvimento de todos os alunos. Link Funções da Avaliação. Disponível em: <http://www.pedagogia.com.br/artigos/funcoes_avaliacao/ index.php?pagina=2%20www.pedagogia.com.br/artigos/funcoes_>. Acesso em: 03 out. 2015. A avaliação tem sofrido transformações ao longo das décadas, tanto em relação a objetivos quanto a procedimentos avaliativos utilizados. Podemos notar que, em cada período há uma tendência que move os mecanismos de valoração, as maneiras de produzir instrumentos de http://www.pedagogia.com.br/artigos/funcoes_avaliacao/index.php?pagina=2%20www.pedagogia.com.br/artigos/funcoes_ http://www.pedagogia.com.br/artigos/funcoes_avaliacao/index.php?pagina=2%20www.pedagogia.com.br/artigos/funcoes_ Unidade 1 • Conceitos e Funções17/231 testagem e provas – isso também sofre influência do próprio desenvolvimento tecnológico e da ciência propriamente dita. Sob o ponto de vista dos resultados propriamente ditos, uma avaliação bem elaborada nos revela o que podemos melhorar nos processos de ensino- aprendizagem, nos aspectos estruturais, curriculares, metodológicos, etc. Sant`Anna (2013) discorre sobre o processo de avaliação salientado que há duas funções claramente definidas: funções gerais, que são a base do planejamento, em que professores,alunos e gestores estão envolvidos no sentido de analisar as práticas e políticas escolares, modificando- as e inovando-as. Destaca, ainda, as funções específicas, que visam a melhoria do aprendizado do aluno mediante elementos que foram detectados no diagnóstico aplicado. Além disso, também são estas que apresentam os scores de dados que classificam os alunos, suas notas e consequente promoção para as séries posteriores. Temos ainda, pelas definições de Bloom (1980), três variantes de funções da avaliação. São elas: a) Função Diagnóstica: verifica se o aluno apresenta ou não pré- requisitos para o aprendizado e obtém informações sobre o rendimento do aluno; b) Função Formativa: informa ao aluno e professor sobre os resultados alcançados durante o percurso das atividades e propicia devolutivas efetivas de ação Unidade 1 • Conceitos e Funções18/231 c) Função Classificatória: o aluno é classificado segundo seu desempenho Link Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/ a15v17n2>. Acesso em: 01 out. 2015. http://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2 http://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2 Unidade 1 • Conceitos e Funções19/231 Glossário Prática discriminatória: o erro é mais valorizado do que o acerto. Alunos são classificados em escores e notas. Os que não correspondem à média ou total de pontos esperados, são reprovados ou evadem. Scores: (em português, Escore) são resultados expressos em números ou contagem cuja finalidade é verificar se as metas pré-fixadas para determinada prova foram atingidas. Alunos multirrepetentes: alunos que não conseguem vencer as etapas de escolaridade e que ano após ano, estacionam na mesma série. Questão reflexão ? para 20/231 Tendo em vista os conceitos de avaliação apresentados neste capítulo, qual deles é o que mais se aproxima a sua prática profissional ou escolar? Justifique sua resposta, citando exemplos de como esta prática facilitou ou prejudicou seu desenvolvimento ao longo do processo de escolaridade. Aponte aspectos positivos e negativos e ao final, faça um balanço desta experiência em sua vida. 21/231 Considerações Finais Podemos concluir, neste primeiro capítulo sobre avaliação que: • Encontramos diversas definições sobre avaliação que estão associadas aos teóricos e suas concepções de ensino e educação. • A avaliação faz parte do processo político-econômico-social de uma nação e não pode ser analisada isoladamente. • Dependendo do momento histórico, há mudanças nos processos e instrumentos avaliativos, tanto em nível de macrossistema quanto em escolas de ensino fundamental, médio e superior. • Avaliação é um processo que ocorre a todo momento e a vida toda. Portanto, deve ser respeitado como tal e analisado segundo critérios bem definidos, com objetivos claros e estruturados. Unidade 1 • Conceitos e Funções22/231 Referências BLOOM, Benjamin S. Taxionomia de objetivos educacionais. Porto Alegre: Globo, 1980. DEPRESBITERIS, Léa e TAVARES e Marialva Rossi. Diversificar é preciso. Instrumentos e técnicas de avaliação de aprendizagem. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2009. FERNANDES, Claudia de O. (Org.). Avaliação das aprendizagens: sua relação com o papel social da escola. São Paulo: Cortez, 2014. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico. São Paulo: Cortez, 2011. MARQUES, J.C. A aula como processo. Um processo de auto-ensino. Porto Alegre: Globo, 1976. ROMÃO, José Eustáquio. Avaliação dialógica: desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez, 1999. SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos. Petrópolis: Vozes, 2013. SILVA, Ceres Santos. Medidas e avaliação em Educação. Petrópolis: Editora Vozes, 1992. Demais Referências: ESTEBÁN, Maria Teresa. O que sabe quem erra? Reflexões sobre avaliações e fracasso escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. Unidade 1 • Conceitos e Funções23/231 HOFFMANN, J. Avaliação mito & desafio: uma perspectiva construtivista em avaliação. Porto Alegre: Mediação, 1991. PERRENOUD, Philippe. Avaliação. Da excelência à regulação das aprendizagens: entre duas lógicas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. SAUL, A. M. Avaliação emancipatória: desafio à teoria e à prática de avaliação e reformulação de currículo. São Paulo: Cortez, 1995. SOUZA, V. T. de. Avaliação da aprendizagem. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, v. 1, n. 3, p. 13-26, abr./jun. 1994. 24/231 Assista a suas aulas Aula 1 - Tema: Conceitos e Funções - Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ eb69cac3a3f09601bc23f61c477b8ee9>. Aula 1 - Tema: Conceitos e Funções- Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/279cc3a093411e78030f303ed21dfa69>. http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/eb69cac3a3f09601bc23f61c477b8ee9 http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/eb69cac3a3f09601bc23f61c477b8ee9 http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/eb69cac3a3f09601bc23f61c477b8ee9 http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/279cc3a093411e78030f303ed21dfa69 http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/279cc3a093411e78030f303ed21dfa69 http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/279cc3a093411e78030f303ed21dfa69 25/231 1. Complete as lacunas com os itens corretos: A avaliação da aprendizagem está a serviço de ______________inseridos no _____________ da escola em que se desenvolve. a) políticas públicas - projeto pedagógico b) pressupostos teóricos - cotidianos c) mapas conceituais - desafios d) conceitos – projeto pedagógico e) pressupostos teóricos - projeto pedagógico Questão 1 26/231 2. Objetivos, prática pedagógica e ética diz respeito: a) aos elementos que constituem o projeto pedagógico da escola. b) a situações da prática pedagógica. c) aos problemas básicos encontrados na avaliação. d) às experiências com o processo avaliativo. e) a programas avaliativos. Questão 2 27/231 3. Na avaliação formativa: a) são analisados os resultados durante o processo de desenvolvimento do alunado. b) os alunos são classificados pelo desempenho. c) são apresentados os resultados finais. d) realiza-se um diagnóstico inicial verificando os pré-requisitos dos alunos. e) o aluno utiliza instrumentos de testagem. Questão 3 28/231 4. Assinale a alternativa incorreta. a) O aluno reprovado sai da escola por considerar que esta não é para ele. b) O aluno aprovado absorveu todos os conceitos que lhe foram ensinados. c) O aluno multirrepetente é colocado nas mesmas condições de insucesso escolar que lhe foram oferecidas anteriormente. d) Muitos alunos aprovados fixam seu foco nos escores classificatórios e não no aprendizado propriamente dito. e) Tanto o aluno repetente quanto o aprovado aprendem, desde cedo, a sobreviver no sistema avaliativo. Questão 4 29/231 5. Assinale a alternativa que não corresponde aos objetivos da democrati- zação do ensino: a) minimizar a escola excludente. b) rompimento com práticas classificatórias. c) avaliação compreendida como medida diagnóstica da realidade. d) primar pela seleção social. e) alcance de direitos para todos na educação. Questão 5 30/231 Gabarito 1. Resposta: E. A avaliação da aprendizagem está a serviço de pressupostos teóricos inseridos no projeto pedagógico da escola em que se desenvolve, pois deve haver coerência entre a base filosófica, metodológica e teórica em que a escola define e elabora seus planos, grade curricular e objetivos com o sistema de avaliação eleito. 2. Resposta: C. Objetivos,prática pedagógica e ética dizem respeito aos problemas básicos encontrados na avaliação, os quais devem ser considerados e analisados como entraves tanto para professores quanto para alunos, caso não sejam trabalhados de maneira a promover saberes e desenvolvimento. 3. Resposta: A. Na avaliação formativa são analisados os resultados durante o processo de desenvolvimento do alunado, já que o que vale é o que o aluno percorreu ao longo das atividades. 4. Resposta: B. O aluno aprovado não absorveu todos os conceitos que lhe foram ensinados: ao contrário, aprendeu a sobreviver e a se adequar ao sistema formal, procura garantir seu resultado tendo em vista 31/231 os escores classificatórios, mas não se apropriou de todo o conhecimento. 5. Resposta: D. Ao contrário de primar pela seleção social, a democratização do ensino defende a educação para todos com a possibilidade de acesso ao conhecimento formal, rompendo com a prática excludente e discriminatória. Gabarito 32/231 Unidade 2 Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação Objetivos 1. Reconhecer a articulação entre avaliação de aprendizagem com a avaliação institucional; 2. Compreender o que é a avaliação de desempenho, avaliação externa e desempenho escolar; 3. Entender a relação entre avaliação escolar e qualidade. Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação33/231 Introdução Quando pensamos na temática relação funcional, imediatamente nos aproximamos de situações que envolvem duas ou mais estruturas, dois ou mais elementos que fazem parte e atuam dentro de um contexto ou situação. No caso deste capítulo, nossas considerações estarão dirigidas para a relação funcional que existe entre os objetivos do ensino e a avaliação. Melhor dizendo, percorreremos temas que envolvem avaliação de desempenho docente, avaliação escolar, avaliação institucional, qualidade em educação, desempenho escolar, avaliação externa, sempre pontuando e questionando as variáveis que existem para que os objetivos sejam alcançados. Quando tratamos do assunto em termos de variáveis funcionais, distanciamo- nos da premissa de que existe uma simples relação de causa e efeito. Ao contrário, buscamos, nas condições ambientais, nas técnicas administrativas, nos instrumentos avaliativos, no corpo docente, no corpo discente, nos gestores aquilo que podemos dispor em termos das interações existentes, que estão imbricadas no processo funcionalidade- objetivo-avaliação. Desta maneira, enquanto relação funcional, as relações se interpenetram, se fundem e se confundem, contrariando a possibilidade efeito-causa, que traz um resultado definitivo, para ampliar o que mais pode ser feito, o que seria possível e viável, se tais elementos Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação34/231 fossem apontados. É uma relação que extrapola o resultado. Vai além, busca novas abordagens, questiona e apresenta novos olhares investigativos. Boa leitura e bom aprendizado a todos! 1. A avaliação da aprendizagem e sua articulação com a avaliação ins- titucional Normalmente, a avaliação que é realizada na escola é direcionada ao aluno. Tal posicionamento reflete a compreensão de que o sucesso ou fracasso do aluno devem ser tratados em uma dimensão individual, desconsiderando o papel da escola. Assim, se por um lado evidencia-se a necessidade de que sejam redirecionadas as finalidades a que vem servindo a avaliação da aprendizagem, por outro, impõe-se que seja vivenciada a avaliação da escola, de forma sistemática, para além da avaliação do aluno (SOUSA, 1995). Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação35/231 Este novo olhar e redirecionamento denota que a escola deve ser avaliada em sua totalidade, integrando a avaliação de desempenho – não é possível pensar na modificação da sistemática de avaliação sem encarar uma transformação global da escola. O que fazer, então, para os educadores aceitarem este desafio de mudança? Podemos enveredar por dois caminhos, articulados entre si e que integrem o projeto pedagógico e social da escola, construído por todos os participantes da ação educativa (profissionais da educação, pais e alunos): a) Redirecionar as práticas de avaliação e aprendizagem, buscando a superação de prejuízos e inadequações destas práticas; b) Construir um sistema avaliativo da escola como um todo. Para se construir uma perspectiva de avaliação institucional, alguns pontos devem ser questionados: Link Avaliação institucional: conhecer a escola para planejar mudanças e intervenções. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com. br/pedagogia/artigos/45661/avaliacao- institucional-conhecer-a-escola-para- planejar-mudancas-e-intervencoes>. Acesso em: 28 set. 2015. https://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/45661/avaliacao-institucional-conhecer-a-escola-para-planejar-mudancas-e-intervencoes https://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/45661/avaliacao-institucional-conhecer-a-escola-para-planejar-mudancas-e-intervencoes https://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/45661/avaliacao-institucional-conhecer-a-escola-para-planejar-mudancas-e-intervencoes https://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/45661/avaliacao-institucional-conhecer-a-escola-para-planejar-mudancas-e-intervencoes Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação36/231 A) Qual é o nosso projeto pedagógico? Temos algum? B) Que princípios devem nortear a organização do trabalho escolar? C) O que entendemos por qualidade na educação? D) Que compromissos estabelecemos com estes alunos? A partir do momento em que se começam a questionar objetivos, estratégias, conteúdos, e, mais ainda, quando são incorporados pais e alunos no coletivo da avaliação institucional, emergem novos conjuntos de natureza filosófica, pedagógica, e administrativa de cada contexto escolar, resultando em decisões coletivas que confrontam posições também em relação a avaliação. Neste enfoque, há espaço para a transparência e responsabilidade da autoavaliação. 2. Avaliação do desempenho docente como medida de integração da avaliação institucional Desde a promulgação da LDB 9394/96, há indicativos da avaliação de desempenho profissional dos professores. Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação37/231 A partir de então, cresce a importância dada, nas políticas educacionais direcionadas a educação básica, visando a avaliação de desempenho docente, como medida destinada a promover a qualidade de ensino. A avaliação de desempenho ganha, então, significado como uma forma de subsidiar decisões e ações que melhorem a realidade analisada, desenvolvendo pressupostos e critérios de julgamento que expressem uma concepção de melhoria da realidade avaliada. Os critérios de julgamento advêm da qualidade do trabalho escolar como referência. Para saber mais Desde a LDB 9394/1996, há uma valorização com o magistério, tendo em seus artigos a indicação de avaliação do desempenho docente. No artigo 67, há a valorização do corpo docente, justificando a necessidade de plano de carreira, progressão continuada, aperfeiçoamento continuado, progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho. Ainda reforça outros itens importantes na vida do professor como período reservado a estudos, planejamento e avaliação incluído na carga horária e condições adequadas de trabalho. Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação38/231 Assim, o que se pretende problematizar não é simplesmente o desempenho docente, mas como esta medida pode e deve ser implementada nas redes de ensino. A avaliação de desempenho docente não pode ser vista como uma medida isolada, não integrada a avaliação institucional. Deve ser um dos aspectos considerados na avaliação, ao lado de outras dimensões. Alguns erros incorrem desta avaliação de desempenho, como: resultadossatisfatórios são os avaliados em desempenhos individuais, de cada um, deixando de lado a análise do grupo com um todo. Outro ponto é o de não considerar as relações de trabalho como medida avaliativa em que estes desempenhos acontecem, tanto positiva quanto negativamente. Também há uma questão que deve ser olhada com critério quando se adota como procedimento utilizar como avaliador o superior direto imediato dos docentes – estabelecendo uma via de mão única: esse encaminhamento evidencia apoio a algumas práticas autoritárias, identificadas na relação chefe-subordinado. E a relação de diálogo e abertura não é estimulada neste formato. Na complexidade do trabalho escolar, há uma gama de relações que se interpenetram nas interações dos profissionais com o coletivo objetivando o projeto educacional e social. Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação39/231 Então, a avaliação de desempenho deve contribuir com sua real potencialidade para a promoção da qualidade do ensino, destas relações e interações, propiciando espaços de formação e aperfeiçoamento docente, resultando em iniciativas direcionadas ao aprimoramento profissional. É urgente o envolvimento dos profissionais da educação no debate sobre avaliação de desempenho docente e seus desdobramentos para as políticas públicas educacionais. 3. A eterna relação avaliação es- colar X qualidade em educação Esta relação, avaliação e qualidade, tem sido discutida muito fortemente a partir das últimas décadas. Mas deve ser abordada em duas grandes perspectivas: A) Avaliações externas: presente fortemente nas políticas públicas federais, estaduais e municipais de modo a garantir e melhorar a qualidade oferecida pelos sistemas de ensino. Esta perspectiva deve problematizar as ordens políticas, econômicas e culturais. B) Avaliações das práticas cotidianas nas escolas. Para discutir a qualidade em educação não podemos nos deter apenas na análise de avaliação por proficiência e desempenho em disciplinas escolares. Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação40/231 A qualidade estará relacionada diretamente à lógica escolar, onde fazemos escolhas curriculares, pedagógicas e práticas cotidianas, tanto na sala de aula Para saber mais O MEC lançou um documento, em 2004, que discute os Indicadores de Qualidade na Educação. Discute a gestão democrática, o ambiente educativo, avaliação, condições de trabalho dos profissionais da escola, ambiente físico, acesso, permanência e sucessão na escola. Todo educador deve conhecer este material que é uma referência para o trabalho com qualidade. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/ arquivos/pdf/Consescol/ce_indqua.pdf>. quanto fora dela. Entende-se por lógica escolar tudo o que guia e orienta as ações, as estratégias e as decisões relacionadas ao fazer pedagógico. A organização da escolaridade e a forma como os estudantes avançam em seu processo de aprendizagem são construções que estão diretamente relacionadas à concepção de educação que se tem, como também do papel social que a escola representa. Temos, portanto, várias formas de avaliar e praticar a avaliação. Algumas práticas coadunam com o princípio de medição, outras nos mostram que existe uma distinção nas aprendizagens, e outras tantas nos revelam práticas para que a avaliação é realizada. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_indqua.pdf http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_indqua.pdf Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação41/231 Tradicionalmente, a pedagogia brasileira está pautada no erro e acerto, aprovação ou reprovação. Mudar esta prática é demorado e envolve algumas disposições nos sujeitos como: valores, crenças, cultura, atitudes, conhecimentos e, em outras palavras, qualidade do ensino e do que se ensina. É necessário instaurar uma prática avaliativa pautada na qualidade, no sentido de que a avaliação seja entendida como parte integrante do processo. Na cultura meritocrática em que vivemos o uso de notas classifica os melhores e os piores avaliados; os melhores seguem em frente e os piores voltam para o final da fila. Se tivermos uma avaliação que tenha ênfase no processo e não só no desempenho, cuja prova não seja o instrumento norteador, estaremos no caminho para a qualidade em avaliação. Provas, testes, vestibulinhos para entrar nas escolas de ensino infantil e fundamental não são sinônimos de avaliação, é necessária uma quantidade Link Avaliação: premiação ou punição? Simone Teodoro Moreira. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=6rHvpwKOpQg> Acesso em: 29 set. 2015. https://www.youtube.com/watch?v=6rHvpwKOpQg https://www.youtube.com/watch?v=6rHvpwKOpQg Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação42/231 diversificada de instrumentos avaliativos para que se consiga chegar o mais próximo possível do resultado coerente e justo. Para saber mais Especialistas apontam que o fracasso escolar é do próprio fracasso do sistema de ensino que não aproveita o melhor momento do desenvolvimento do aluno, de 4 a 14 anos, para a construção do conhecimento. O sistema de ensino limita-se a garantir conteúdos e grades curriculares sem considerar a maneira como estão compreendendo e estruturando estes conceitos. Ocorre que, ao final do ensino fundamental, os alunos mal sabem ler, interpretar um texto e operar as quatro operações matemáticas. Você poderá ter acesso a uma entrevista com a especialista psicopedagoga Nádia Bossa, que discute esta temática no endereço: <http://g1.globo.com/educacao/noticia/2011/05/fracasso-escolar- e-o-fracasso-do-sistema-educacional-diz-especialista.html>. A educação está relacionada com as dimensões biológicas, psicológicas, sociais e espirituais que interagem de forma global. Sendo a aprendizagem um processo que abarca estas dimensões e, indo além, um processo de interação entre os indivíduos, como também fruto de um processo sócio-histórico, o http://g1.globo.com/educacao/noticia/2011/05/fracasso-escolar-e-o-fracasso-do-sistema-educacional-diz-especialista.html http://g1.globo.com/educacao/noticia/2011/05/fracasso-escolar-e-o-fracasso-do-sistema-educacional-diz-especialista.html Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação43/231 professor deve organizar suas situações de aprendizagem e avaliação prevendo estas formas de manifestação, ou seja, abrir caminhos para uma gama de possibilidade de resoluções e respostas. Nesta perspectiva, não há uma única maneira de resposta, mas, ao contrário, valoriza-se o caminho percorrido para a solução. Um exemplo disso é o Exame Vestibular atual, no Brasil. Antigamente, havia apenas as questões teste, com uma única chance de resposta. Hoje, em vários exames espalhados pelo país, especialmente em Universidades e Faculdade Particulares, prioriza-se o texto escrito, questões abertas que envolvem o pensamento crítico, reflexivo além da única resposta com gabarito. É a mudança na maneira de avaliar, ou seja, novos olhares para o mesmo tema. Um professor de educação infantil e séries iniciais deve em determinado momento, organizar situações de aprendizagem que tenham real significado para o aluno e que desta forma, já tenha em seu bojo um viés avaliativo, ou seja, se o aluno consegue realizar as situações propostas de aprendizagem já está embutido o olhar avaliativo. Sabemos que há uma exigência legal por notas, provas, trabalhos, etc. O que discutimos, aqui é a forma como todo esse material deve ser tratado e trabalhado. *Que objetivo este material deve ter para o professor? Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação44/231 *O que o professor quer efetivamente avaliar? O aluno? Seu trabalho? A classe? Estas são perguntas preciosas no processo avaliativo. Um outro ponto que chama a atenção: o aluno sabe para que serve a avaliação? A avaliação cumprirá seus objetivosse aluno e professor estiverem integrados, ou seja, o professor sabe o porquê, como e o que está avaliando e o aluno, em contrapartida, compreende o processo pelo qual se submeterá e em que medida isto pode favorecer seu aprendizado. Isso só será possível se o professor disponibilizar situações que propiciem ao aluno demonstrar os comportamentos desejados. Por exemplo, selecionar situações que ajudem o aluno a demonstrar os comportamentos desejados e esperados, tais como: os que envolvem as relações sociais - participar de um trabalho em grupo de maneira eficiente - ou ser capaz de ouvir a opinião de um colega, de solucionar um problema, aplicando conceitos já estudados. É preciso, portanto, realizar a avaliação em coerência com os objetivos educacionais, levando em conta a cooperação entre os participantes do processo, como uma ação coletiva consensual (SANT’ANNA, 2013). Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação45/231 4. Contrapontos entre avaliação externa e desempenho escolar Outro ponto que chama atenção para o quesito avaliação são as reformas curriculares nacionais, instituídas pelas políticas públicas, com argumento de um currículo padronizado. Segundo Fernandes (2014, p. 135), o que se observa no Brasil em várias pesquisas é a produção do fracasso escolar pela própria escola. Crianças que resolvem problemas cotidianos complexos, que lidam constantemente com situações de estresse, tanto na comunidade em que vivem quanto na escola, e que aprendem muito rápido o que lhes ensinam oralmente no âmbito da família e da escola, porém, por apresentarem dificuldades em responder às questões das avaliações padronizadas, são rotuladas de incompetentes para o estudo escolar. Como saber, então, em que estamos sendo avaliados? E se o bojo desta avaliação incorre em situações não antes vividas ou experienciadas? Isso significa que estamos aquém de nossas práticas e metodologias? O que dizer de avaliações nacionais que tem todas um caráter Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação46/231 classificatório e que são iguais para todos os estados do país, sendo que cada um tem sua dinâmica e peculiaridade? Práticas avaliativas são necessárias e imprescindíveis, porém, o que devemos discutir é uma padronização que nega saberes, rotula e classifica pessoas e instituições e cria resistências no processo ensino-aprendizagem. A qualidade da educação não deve abrir mão da participação dos envolvidos na elaboração e no processo e também no diálogo com seus saberes e cultura. O processo democrático deve gerar condições necessárias para que todas as pessoas participem na criação e recriação de significados e valores com os quais a escola trabalha. Assim, práticas curriculares dinâmicas e críticas devem considerar a realidade como articuladora dos estudos, pesquisas e metodologias. Link A avaliação do desempenho escolar como ferramenta de exclusão social. Disponível em: <http://www.ccuec.unicamp.br/revista/ infotec/artigos/andrea_cristina2.html>. Acesso em: 04 out. 2015. http://www.ccuec.unicamp.br/revista/infotec/artigos/andrea_cristina2.html http://www.ccuec.unicamp.br/revista/infotec/artigos/andrea_cristina2.html Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação47/231 Glossário Meritocracia: sistema que valoriza apenas o mérito, a nota, o resultado para que o indivíduo possa alcançar determinados cargos. No caso da escola, passar de ano ou no exame vestibular. Vestibulinhos: estas provas eram realizadas quando a criança saía do ensino infantil e ingressava no ensino fundamental. Ainda hoje, quando sai do fundamental II e ingressa no ensino médio, dependendo da escola, especialmente particular, há este tipo de exame de ingresso. Daí a origem do nome vestibulinho. Avaliações padronizadas: avaliações pré-determinadas, que não passam por uma modificação que atenda à peculiaridade de cada clientela avaliada. Questão reflexão ? para 48/231 Tendo em vista o sistema de cotas raciais no Brasil, instituído para o ingresso na universidade, que busca amenizar as desigualdades existentes entre negros, pardos e índios na educação, qual é o seu posicionamento mediante esta decisão do governo, tendo em vista o que estudamos sobre meritocracia e avaliação por desempenho? Faça uma análise e justifique sua resposta. 49/231 Considerações Finais A partir dos conteúdos estudados, podemos concluir que: • A avaliação institucional deve considerar questões que envolvem o projeto pedagógico, a organização do trabalho escolar, a qualidade na educação e principalmente o compromisso estabelecido com alunos e comunidade. • A avaliação do desempenho docente deve estar contemplada na avaliação institucional, não sendo vista em caráter isolado. • As avaliações externas objetivam melhorar a qualidade oferecida pelos sistemas de ensino. • Práticas avaliativas não devem ser utilizadas exclusivamente como medidas classificatórias e excludentes, devem refletir sobre os resultados e possibilidades de melhoria. Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação50/231 Referências Bibliografia: FERNANDES, Claudia de O. (org.) Avaliação das aprendizagens: sua relação com o papel social da escola. São Paulo: Cortez, 2014. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico. São Paulo: Cortez Editora, 2011. ROMÃO, José Eustáquio. Avaliação dialógica: desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez Editora, 1999. SANT ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar ? Como avaliar? Critérios e instrumentos. Petrópolis RJ: Vozes, 2013. SOUZA, S. Z. Avaliação escolar: constatações e perspectivas. Revista de Educação AEC, Brasília, ano 24, n. 94, p.55-66, jan./mar. 1995. Demais Referências: ESTEBÁN, Maria Teresa. O que sabe quem erra? Reflexões sobre avaliações e fracasso escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. Unidade 2 • Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação51/231 HOFFMANN, J. Avaliação mito & desafio: uma perspectiva construtivista em avaliação. Porto Alegre: Mediação, 1991. PERRENOUD, Philippe. Avaliação. Da excelência à regulação das aprendizagens: entre duas lógicas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. SAUL, A. M. Avaliação emancipatória: desafio à teoria e à prática de avaliação e reformulação de currículo. São Paulo: Cortez, 1995 SOUZA, V. T. de. Avaliação da aprendizagem. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, v. 1, n. 3, p. 13-26, abr./jun. 1994. 52/231 Assista a suas aulas Aula 2 - Tema: Relação Funcional entre Objeti- vos e Avaliação - Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/9c3009c59d8f064823d9daafaa68413a>. Aula 2 - Tema: Relação Funcional entre Objetivos e Avaliação - Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/pA- piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/6e- 721a8de8112d7a75f20ea56af8e4e7>. http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/9c3009c59d8f064823d9daafaa68413a http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/9c3009c59d8f064823d9daafaa68413a http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/9c3009c59d8f064823d9daafaa68413a http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/6e721a8de8112d7a75f20ea56af8e4e7 http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/6e721a8de8112d7a75f20ea56af8e4e7 http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/6e721a8de8112d7a75f20ea56af8e4e7 53/231 1. A avaliação de desempenho docente: a) subsidia decisões e ações que melhoram a realidade analisada. b) é equivalente a avaliação institucional. c) tem ligação com avaliação externa. d) avalia todas as práticas cotidianas da escola. e) é realizada pelo próprio professor. Questão 1 54/231 2. A culturameritocrática brasileira: a) apresenta ênfase no desempenho. b) considera as variações de rendimento. c) classifica os melhores e piores. d) utiliza índices de qualidade em educação. e) apoia movimentos de inclusão social. Questão 2 55/231 3. Assinale a alternativa que não condiz com o tema avaliação externa. a) A avaliação externa é instituída pela política pública. b) A avaliação externa é redigida por professores e gestores. c) A avaliação externa já tem um formato próprio. d) Não é possível modificar os itens das avaliações externas. e) As avaliações externas são formatadas para atender o país de modo integral. Questão 3 56/231 4. As universidades e faculdades brasileiras utilizam diversos tipos de pro- cesso seletivo como forma de ingresso, desde a utilização da nota do Enem, sem a necessidade de fazer outras provas, até o exame vestibular tradicional e suas variações, como o Processo Seletivo Seriado e o Vestibu- lar Agendado (Fonte: <http://www.mundovestibular.com.br/pages/VESTI- BULAR.html>). Com base nestas considerações, podemos afirmar que: a) o objetivo destas medidas é popularizar a universidade. b) o nível de ensino caiu e desta forma, o ingresso na universidade precisa ser mais fácil. c) estas medidas serviram para aumentar a competitividade entre as universidades. d) com estas ações, os alunos abandonaram a universidade antes mesmo de tentar os exames vestibulares. e) atualmente prioriza-se o texto escrito, o pensamento crítico e reflexivo e não mais apenas múltipla escolha. Questão 4 http://www.mundovestibular.com.br/pages/VESTIBULAR.html http://www.mundovestibular.com.br/pages/VESTIBULAR.html 57/231 5. Complete as lacunas. A avaliação deve ser realizada em coerência com os ______________, levando em conta _____________ entre os participantes do processo, como uma________ consensual. a) planos de ensino, alunos, ação coletiva b) objetivos educacionais, gestão, prova c) projetos pedagógicos, cooperação, ação coletiva d) objetivos educacionais, cooperação, ação coletiva e) planos de ensino, gestores, prova Questão 5 58/231 Gabarito 1. Resposta: A. A avaliação de desempenho docente subsidia decisões e ações que melhoram a realidade analisada. Não pode ser vista como uma medida isolada e não integrada a avaliação institucional. 2. Resposta: C. A cultura meritocrática brasileira classifica os melhores e os piores, pois está atenda aos escores e índices alcançados: os melhores passam para a frente e os piores ficam ou voltam para trás. 3. Resposta: B. A avaliação externa não é redigida por professores e gestores; ao contrário, são pessoas especializadas em organizar avaliações que formulam estes documentos, porém, distantes do universo escolar e sem a participação dos envolvidos imediatos (professores e gestores). 4. Resposta: E. O exame vestibular atual prioriza o texto escrito, o pensamento crítico e reflexivo e não mais apenas múltipla escolha, dando condições e oportunidades para o aluno se expressar em sua totalidade. Não há, nesta intenção, o objetivo de tornar mais fácil para o aluno ou abaixar 59/231 Gabarito o nível do vestibular, mas sim oportunizar outras formas avaliativas que atendam às demandas de alunos. 5. Resposta: D. A avaliação deve ser realizada em coerência com os objetivos educacionais, levando em conta cooperação entre os participantes do processo, como uma ação coletiva consensual. 60/231 Unidade 3 Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa Objetivos 1. Diferenciar as modalidades diagnóstica, formativa e somativa na avaliação da aprendizagem; 2. Identificar o processo de avaliação como descritor e avaliador da realidade; 3. Conhecer os conceitos de oportunidade e pertinência em avaliação. Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa61/231 Introdução Avaliamos para verificar o quanto o aluno aprendeu e o que fazer para auxiliá-lo no caso de seu rendimento ter ficado aquém do esperado. Este deve ser ao menos, o objetivo mais importante do ato de avaliar: ajudar o aluno a se superar, tanto nos resultados excelentes quanto nos que ainda precisa se aperfeiçoar. A avaliação também reflete o trabalho do professor visto que fornece elementos importantes para que reflita sobre a qualidade e eficácia de seu desempenho. Inúmeras são as formas de avaliar, mas é fundamental que sejam garantidos alguns critérios para o êxito no processo ensino– aprendizagem. Considerando os estudos de Bloom (1980), a avaliação apresenta três funções definidas que cumprem o papel de análise, controle e classificação, nomeadas como avaliação diagnóstica, formativa e somativa, respectivamente. Cada uma delas possui objetivos claros e definidos e dão suporte ao todo no processo avaliativo, havendo uma integração e interdependência entre todas. Para se chegar ao final de uma classificação, houve a análise do problema e o seu acompanhamento. Assim, iremos nos aprofundar nestas funções da avaliação, discutiremos a avaliação como descrição e qualificação da realidade e analisaremos o processo de intervenção e tomada de decisão. Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa62/231 1. Avaliação diagnóstica, forma- tiva e somativa Existe uma questão ética muito forte quando o professor reprova o aluno. Munido de suas atividades escolares, provas, exercícios de reforço, notas, trabalhos, presenças e ausências nas aulas, o professor tem em mãos documentos que sinalizam e confirmam a reprovação do aluno. Cabe, portanto, ao professor este papel decisivo de aprovar ou reprovar. Porém, ao centralizar este controle em suas mãos, pode-se criar outro problema, talvez mais grave: o de o professor não reprovar, para não ter conflito com pais, escola e comunidade. E aqui, questionamos, até que ponto a reprovação é cruel e a não reprovação, saudável? Estamos diante de um dilema ético que, se por um lado é conhecido de todos que o sistema é classificatório e exclui os que não conseguiram atingir seus scores, por outro lado temos também uma sociedade que atualmente clama por justiça social, igualdade de escolaridade para todos, direitos iguais, sistema de cotas para negros, pardos e índios para ingresso na universidade e que não aceita tão facilmente uma reprovação. O professor que conhece sua profissão, compreende os processos avaliativos, utiliza instrumentos diversos para analisar o rendimento de seus alunos, conhece o potencial de seus alunos e acompanha- Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa63/231 os no dia-a-dia, aproxima-se mais da fidedignidade dos scores finais alcançados por seus alunos, em sua disciplina. E, para este professor, não há dificuldade com a aprovação ou reprovação. Para auxiliar professores, gestores e profissionais da educação, temos três modalidades de avaliação que são utilizadas no cotidiano escolar: avaliação diagnóstica, formativa e somativa. Abaixo, descrevemos cada uma das funções: A) Diagnóstica: visa determinar a presença ou ausência de conhecimento buscando detectar pré-requisitos para novas experiências de aprendizagem. A avaliação diagnóstica ajuda a detectar possíveis entraves e causas nas dificuldades de aprendizagem. Quando realizada com segurança, permite olhares mais apurados no sentido de providenciar outros objetivos, rever estratégias, levantar alternativas de modo que se consiga atingir o objetivo maior que é a aprendizagem do aluno. Link Funções da avaliação: Disponível em: <http:// www.pedagogia.com.br/artigos/funcoes_ avaliacao/index.php?pagina=2>. Acesso em: 04 out. 2015. http://www.pedagogia.com.br/artigos/funcoes_avaliacao/index.php?pagina=2 http://www.pedagogia.com.br/artigos/funcoes_avaliacao/index.php?pagina=2 http://www.pedagogia.com.br/artigos/funcoes_avaliacao/index.php?pagina=2 Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativae Somativa64/231 Vale acrescentar que a autoavaliação é indicada nestes casos, inclusive para o ensino superior, embora sua prática seja “pouco explorada, e quando utilizada a tendência é de que alunos brilhantes se atribuem graus menos elevados do que aqueles que não adquirem o conhecimento ou habilidade almejada” (SANT’ ANNA, 2013, p. 33). Se o aluno é agente do processo e da ação educativa, nada mais natural que ele mesmo refletir acerca de sua trajetória em termos de aquisição de conhecimentos. A avaliação diagnóstica constitui- se como uma sondagem e uma retrospeção da situação de desenvolvimento em que o aluno se encontra. O grande objetivo desta etapa e verificar conhecimentos anteriores, e o que ainda falta para ajustar em termos de dificuldades e lacunas. Esta avaliação deve ocorrer no início de cada unidade de ensino visando um reflexão crítica e participante de todos os envolvidos: professores e alunos. Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa65/231 Para saber mais A avaliação diagnóstica, como o próprio nome diz, é utilizada em larga escala por profissionais tanto da área da educação quanto da saúde com objetivos de investigação e prevenção. Busca identificar informações importantes da vida do aluno ou paciente, desde aspectos que envolvem seu nascimento, saúde, até suas competências, habilidades e aptidões. Na escola, o professor lança mão basicamente das questões que envolvem o aprendizado, o que não o impede de solicitar ao especialista, um diagnóstico de saúde para haver o cruzamento dos dados, gerando novas informações e hipóteses do porquê tal aluno não consegue avançar em sua aprendizagem. B) Formativa: objetiva informar ao professor e aluno sobre o resultado da aprendizagem durante o desenvolvimento das atividades escolares. Além disso, aponta deficiências na organização do ensino- aprendizagem, possibilitando reforços de modo que fiquem assegurados os resultados almejados. Link Avaliação formativa ou avaliação mediadora? Jussara Hoffmann. Disponível em: <http:// didaticageraluece.blogspot.com. br/2011/10/texto-09-avaliacao-formativa- ou.html>. Acesso em: 02 dez. 2015. http://didaticageraluece.blogspot.com.br/2011/10/texto-09-avaliacao-formativa-ou.html http://didaticageraluece.blogspot.com.br/2011/10/texto-09-avaliacao-formativa-ou.html http://didaticageraluece.blogspot.com.br/2011/10/texto-09-avaliacao-formativa-ou.html http://didaticageraluece.blogspot.com.br/2011/10/texto-09-avaliacao-formativa-ou.html Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa66/231 Segundo Sant’Anna, a avaliação formativa deve observar: a) Seleção dos objetivos e conteúdos distribuídos em pequenas unidades de ensino. As unidades previstas deverão contar com a participação dos alunos. O aluno deverá não apenas conhecer, mas ver seus objetivos, para que se engaje no processo. b) Formulação dos objetivos com vista à avaliação em termos de comportamentos observáveis, estabelecendo critérios de tempo, qualidade e/ou quantidade. c) Elaboração de um quadro ou um esquema teórico que permita a identificação das áreas de maiores dificuldades. d) Correção de erros e insuficiências para reforço dos comportamentos bem-sucedidos e eliminação dos desacertos, assegurando uma ótima sequência do ensino-aprendizagem (feedback e ação) e) Seleção adequada de alternativas terapêuticas para ajudar o aluno a se recuperar de alguma insuficiência no processo ensino-aprendizagem (SANT’ANNA 1995, p. 34-35). Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa67/231 Para que o processo formativo ocorra, algumas tarefas devem ser desencadeadas, tais como: 1) Especificar o que deseja avaliar e a razão por que se avalia. 2) Determinar os objetivos que se deseja alcançar. 3) Selecionar as variáveis relevantes para se obter uma informação objetiva. 4) Traduzir os objetivos educacionais e estabelecer critérios para se emitirem juízos valorativos 5) Construir instrumentos para obter as informações 6) Fixar uma amostra que servirá de base para obter as informações relevantes 7) Processar e analisar os dados coletados para obter informações que permitam um diagnóstico do que desejamos avaliar 8) Tomar decisões para executar a ação desejada (GRASSAU, 1973:30 apud SANT’ANNA, 1995, p. 34-35). Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa68/231 C) Somativa: função de classificar os alunos ao final da unidade, segundo níveis de aproveitamento. Neste caso, os objetivos mais amplos são analisados, tanto ao longo do curso quanto ao término. Aqui, o rendimento do aluno é analisado segundo os objetivos previstos. Vale lembrar que nesta análise há que se considerar, também, o rendimento do grupo/classe, não apenas o individual, pois desta maneira o professor terá clareza se os alunos alcançaram o que se esperava e se há necessidade de se retomar o processo a fim de que a aprendizagem seja garantida. Consideramos, então, que a avaliação é um processo educativo com o objetivo de melhorar a aprendizagem. E, assim sendo, deve oferecer informações fundamentais para o processo de tomada de posições em relação aos currículos escolares como também melhorar o processo de ensino- aprendizagem. Link Avaliação contínua e avaliação somativa. Jossely Silveira. Disponível em: <https://breltchat. wordpress.com/2012/05/17/resumo- avaliacao-continua-x-avaliacao-somativa- by-jossely-oliveira/>. Acesso em: 05 out. 2015. https://breltchat.wordpress.com/2012/05/17/resumo-avaliacao-continua-x-avaliacao-somativa-by-jossely-oliveira/ https://breltchat.wordpress.com/2012/05/17/resumo-avaliacao-continua-x-avaliacao-somativa-by-jossely-oliveira/ https://breltchat.wordpress.com/2012/05/17/resumo-avaliacao-continua-x-avaliacao-somativa-by-jossely-oliveira/ https://breltchat.wordpress.com/2012/05/17/resumo-avaliacao-continua-x-avaliacao-somativa-by-jossely-oliveira/ Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa69/231 Assim, a avaliação da aprendizagem se nutre de dois processos: acompanhamento em que o resultado é monitorado e assistido e o produto final, onde se concretiza a qualidade do que foi produzido. Vamos, então, pensar um pouco sobre estes dois processos que fazem parte do ato de avaliar. 2. Avaliação como descrição e qualificação da realidade Quando avaliamos, estamos tecendo um diagnóstico acerca de algum objeto ou situação que se depara em nossas vidas. Baseamo-nos no que vemos, na descrição do fato, na relevância de seus dados, na descrição de sua realidade. Desta maneira, coletamos elementos da realidade de modo a interpretá-los e, assim, qualificá- los, ou seja, atribuir uma qualidade. 2.1 Avaliação como descrição da realidade: aqui nos detemos às propriedades físicas do que ava- liamos, ou seja, no fatos, recursos e coletas de dados que nos permitam observar. Não existe avaliação sem descrição de dados. Por exemplo, quando uma pessoa vai a um médico, este examina o quadro de saúde de seu cliente e solicita vários exames de modo que possam somar, ao seu processo de investigação clínica, elementos que Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa70/231 auxiliem em seu diagnóstico e conduta médica. A partir daí o médico terá condições de qualificar a saúde de seu cliente em satisfatória ou não satisfatória e, em vistas disso, traçar um plano de ação, se for o caso, para melhoria do quadro apresentado. Na escola, as coisas funcionam mais ou menos na mesma intensidade, só que aqui o que se mede é o desempenho do aluno. Utilizamos, para tanto, questionários, testagens, provas, arguições, trabalhos em grupo, dinâmicas e toda sorte de instrumentos de modo a obtermos uma descrição o mais próximo possível da realidade de aprendizagem esperada. Não temos condições de coletar dados apenas com a observação direta, vistoque necessitamos de uma aplicação demonstrativa de suas potencialidades, no caso, algum registro formal do que aprendeu ou não. Por isso, os instrumentos nos ajudam na descrição daquilo que o aluno aprendeu, de como foi seu desempenho, e algumas vezes, do porquê determinado conteúdo não foi absorvido e/ ou compreendido. Para saber mais As políticas públicas no nosso país utilizam medidas avaliativas como descrição da realidade educacional brasileira, mediante exame nacional, com o objetivo de descrever, com índices, a situação do ensino com o intuito de, mediante os resultados, conseguir subsídios e financiamento internacionais que colaborem para o aprimoramento e desenvolvimento educacional do país. Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa71/231 Uma observação importante no ato de avaliar é que deve-se prestar atenção ao que é relevante, ou seja, há elementos que não fazem sentido ou que não são necessários em um processo de avaliação. Estes devem ser descartados e o que se valoriza é apenas aquele que efetivamente se faz essencial e significativo, que está definido pelo projeto pedagógico e pelos planos de ensino da escola. Outros fatores interferem além do desempenho do educando, como, por exemplo, o material utilizado, os textos, se as tarefas são satisfatórias, se as atividades de sala são suficientes, se o ambiente escolar e de sala de aula estão adequados, e se administração da escola dá suporte para as necessidades de professores e alunos. Quando uma atividade está insatisfatória para todo um grupo, há que se considerar quais fatores foram determinantes para tal resultado. É comum o professor não refletir sobre este processo e prosseguir nos conteúdos, desconsiderando as lacunas no desenvolvimento da aprendizagem que ficaram em débito. 2.2 Avaliação como qualifica- ção da realidade: este é o ponto central da avaliação. Aqui o avaliador qualifica se o objeto de estudo teve um resultado positivo ou negativo. Para se chegar a este resultado, evidentemente existe um critério, uma norma, uma comparação, um modelo que permita ao avaliador analisar o resultado. Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa72/231 Desta forma, a qualificação do objeto de estudo depende do que se compara entre a realidade e o critério utilizado. Por exemplo, podemos dizer que se um homem é belo, devemos ter uma referência de beleza do critério masculino – assim, teremos essa margem de comparação. Isso ocorre em qualquer processo avaliativo: precisamos do objeto, do critério e da comparação. Na escola, é importante que se tenha critérios claramente definidos de avaliação. E estes, devem ser conhecidos por toda a comunidade acadêmica, professores, gestores, supervisores, alunos e pais. Para esta qualificação dar resultado, é preciso ter clareza do suporte teórico que baseia a avaliação, ou seja, que teoria respalda o tipo de avaliação empregada. Práticas arbitrárias de avaliação não trazem resultados eficientes. Critérios claros e definidos permitem uma qualificação mais próxima da realidade apresentada. Todos estes critérios nos levam a uma tomada de decisão que o ato de avaliar clama: a intervenção e tomada de decisão. 3. Complementos da avaliação: intervenção X tomada de posi- ção Quando avaliamos, chegamos a resultados preciosos acerca do objeto que queremos qualificar. A partir desta avaliação, tomamos decisões que irão permear Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa73/231 nossas ações: se os resultados foram satisfatórios, que caminho trilhar? Caso contrário, com resultados sofríveis, o que precisamos considerar? Para saber mais Os processos de intervenção são utilizados também em várias áreas que extrapolam a unidade escolar. O objetivo da intervenção é o de buscar alternativas que contribuam para a dissolução das dificuldades encontradas. A partir do diagnóstico realizado, há condição de se traçar um roteiro de ação que vá ao encontro dos problemas. Vários instrumentos, ações e atividades são alavancados para que o processo de intervenção obtenha sucesso em seus objetivos. Se não utilizarmos a intervenção como uma tomada de decisão para rever resultados, a avaliação não se completa, fica falha, não cumpre seus objetivos. A intervenção também está fundamentada em suportes teóricos que funcionem auxiliando como parâmetros de correção para a condução da tomada de decisão Assim tanto para coleta dados, qualificar a realidade como para intervenção, referências teóricas são fundamentais, resultados positivos são acolhidos, resultados insatisfatórios são revistos. O bom gestor, conhecedor dos processos avaliativos, aproveita a qualidade dos resultados para obter melhor aproveitamento ou aprimorar ações ainda em construção. Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa74/231 4. Conceito de oportunidade e pertinência em avaliação Segundo Romão (2011, p. 85), o conceito de oportunidade é fundamental, porque no caso brasileiro, os momentos de verificação e registro dessas terminalidades parciais são, rígida e burocraticamente, estabelecidos pelo sistema na periodicidade mensal e bimestral. Em outras palavras, a rigidez dos momentos dos registros escolares se impôs aos momentos de verificação de aprendizagem, desconhecendo-se totalmente as conveniências didático- pedagógicas. Como o professor tem de entregar, na secretaria da escola, as notas dos alunos ao final de cada bimestre, não importa que ele esteja no meio de uma unidade. Se o que já desenvolveu com os alunos ainda depende de mais alguns passos para complementar um pré-requisito, ele não pode adiar a avaliação, porque é pressionado pelos prazos burocráticos. E tudo isso é feito em nome da discutidíssima média final, calculada com base nos dados dos registros periódicos realizados em intervalos cuja uniformidade responde aos interesses da burocracia, mas desconhece os ritmos do processo de ensino-aprendizagem. Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa75/231 A oportunidade referida diz respeito aos objetivos e circunstâncias específicas de aplicação dos instrumentos de medida. Por exemplo, dependendo do que se combinou como medida de avaliação de aprendizagem entre alunos e professores, se no dia houve um imprevisto, é interessante que se postergue a aplicação da medida para outro dia. Como pertinência entende-se que a utilização de um instrumento de medida se fará de acordo com a delimitação dos objetivos traçados no plano educacional, com vistas a avaliar uma situação específica. A pertinência diz respeito a adequação dos procedimentos e instrumentos verificadores enquanto a oportunidade tem a ver com objetivos e circunstâncias específicas de aplicação destes instrumentos. Podemos concluir que: I. É pela coleta de dados que analisamos o desempenho dos alunos; II. Os resultados são qualificados de acordo com uma comparação de desempenho descrito por critérios de qualidade; III. A intervenção é necessária para se estabelecer uma correção da ação em curso; IV. Sempre teremos situações de impasse no ato de avaliar; Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa76/231 V. Por vezes há necessidade de vários profissionais para auxiliar no processo avaliativo; VI. A avaliação retrata apenas a qualidade de uma situação; VII. Os exames devem ser mais um instrumento de avaliação e não o centro da avaliação; VIII. Devemos abrir mão de práticas discriminatórias avaliativas e utilizar mais dos processos de acompanhamento e certificação de aprendizagem. Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa77/231 Glossário Retrospecção: fatos e acontecimentos relativos ao passado. Qualificação: determinação de qualidade a algo, alguém ou alguma coisa. Postergue: doverbo postergar, adiar, deixar para mais tarde ou depois. Questão reflexão ? para 78/231 Em sua experiência como estudante, qual o tipo de avaliação que mais foi utilizada por seus professores: diagnóstica, formativa ou somativa? Você teve oportunidade de entrar em contato com as três modalidades de avaliação? Justifique sua resposta. 79/231 Considerações Finais A partir dos estudos deste capítulo, podemos concluir: • O conceito de oportunidade deve ser levado em conta nos processos avaliativos; • O referencial teórico é crucial para a tomadas de decisão no processo avaliativo; • As modalidades diagnóstica, formativa e somativa devem ser contempladas em todo o processo avaliativo; • O processo avaliativo tem em seu bojo descrever e qualificar a realidade presente. Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa80/231 Referências Bibliografia: BLOOM, Benjamin S. Taxionomia de objetivos educacionais. Porto Alegre: Globo. 1980. FERNANDES, Claudia de O. (Org.). Avaliação das aprendizagens: sua relação com o papel social da escola. São Paulo: Cortez, 2014. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico. São Paulo: Cortez, 2011. ROMÃO, José Eustáquio. Avaliação dialógica: desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez, 1999. SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos. Petrópolis: Vozes, 2013. Demais Referências: ESTEBÁN, Maria Teresa. O que sabe quem erra? Reflexões sobre avaliações e fracasso escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. HOFFMANN, J. Avaliação mito & desafio: uma perspectiva construtivista em avaliação. Porto Alegre: Mediação, 1991. Unidade 3 • Modalidades de Avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa81/231 PERRENOUD, Philippe. Avaliação. Da excelência à regulação das aprendizagens: entre duas lógicas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. SAUL, A. M. Avaliação emancipatória: desafio à teoria e à prática de avaliação e reformulação de currículo. São Paulo: Cortez, 1995. SOUZA, V. T. de. Avaliação da aprendizagem. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, v. 1, n. 3, p. 13-26, abr./jun. 1994. 82/231 Assista a suas aulas Aula 3 - Tema: Modalidades de Avaliação: Diag- nóstica, Somativa e Formativa - Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ af1d984c8b14fe58c1af49724b2a5db1>. Aula 3 - Tema: Modalidades de Avaliação: Diag- nóstica, Somativa e Formativa - Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ ab0ee4d624a108d478ea33587d18b84c>. http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/af1d984c8b14fe58c1af49724b2a5db1 http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/af1d984c8b14fe58c1af49724b2a5db1 http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/af1d984c8b14fe58c1af49724b2a5db1 http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ab0ee4d624a108d478ea33587d18b84c http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ab0ee4d624a108d478ea33587d18b84c http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ab0ee4d624a108d478ea33587d18b84c 83/231 1. Assinale a resposta incorreta quanto a avaliação formativa: a) Elabora um quadro que permite identificar áreas de maiores dificuldades. b) Corrige erros para reforço dos comportamentos bem-sucedidos e eliminação dos desacertos. c) Seleciona alternativas para ajudar o aluno. d) Aponta deficiências na organização do ensino- aprendizagem. e) Ajuda a detectar possíveis entraves e causas nas dificuldades de aprendizagem. Questão 1 84/231 2. A avaliação somativa tem por finalidade: a) Classificar os alunos ao final da unidade, segundo níveis de aproveitamento. b) diagnosticar problemas apresentados pelos alunos. c) coletar informações. d) selecionar variáveis para obter uma informação objetiva. e) formular objetivos com vistas à avaliação. Questão 2 85/231 3. Qual fator abaixo listado não tem correspondência com o desempenho do aluno? a) Ambiente adequado. b) Material utilizado. c) Administração escolar dá suporte. d) Critérios de avaliação. e) Tarefas satisfatórias. Questão 3 86/231 4. Assinale a alternativa FALSA. a) Como pertinência entende-se utilizar um instrumento de medida de acordo com a delimitação dos objetivos traçados no plano educacional, com vistas a avaliar uma situação específica. b) O conceito de oportunidade diz respeito aos objetivos e circunstâncias específicas de aplicação dos instrumentos de medida. c) A qualificação da realidade é um ponto secundário da avaliação. d) Na avaliação deve-se prestar atenção ao que é relevante. e) A avaliação é um processo educativo que visa melhorar a aprendizagem. Questão 4 87/231 5. Complete as lacunas. A avaliação da aprendizagem se nutre de dois processos: ______________, onde o resultado é monitorado e assistido e ______________, em que se concretiza a qualidade do que foi produzido. a) projeto pedagógico, produto final b) acompanhamento, produto final c) diagnóstico, intervenção d) acompanhamento, intervenção e) diagnóstico, produto final Questão 5 88/231 Gabarito 1. Resposta: E. A avaliação diagnóstica ajuda a detectar possíveis entraves e causas nas dificuldades de aprendizagem e não a avaliação formativa. 2. Resposta: A. A avaliação somativa tem por finalidade classificar os alunos ao final da unidade, segundo níveis de aproveitamento. 3. Resposta: D. Os critérios de avaliação não possuem correspondência com o desempenho do aluno, ao contrário eles são a devolutiva deste desempenho, o produto final. O que ajuda o aluno em seu desempenho são as condições favoráveis da escola, seu ambiente, tarefas adequadas, professores capacitados, da administração escolar, dentre tantos. 4. Resposta: C. A qualificação da realidade é um ponto central e não secundário da avaliação. 5. Resposta: B. A avaliação da aprendizagem se nutre de dois processos: acompanhamento, onde o resultado é monitorado e assistido e produto final, em que se concretiza a qualidade do que foi produzido. 89/231 Unidade 4 Técnicas: Observação, Autoavaliação e Aplicação de Provas Objetivos 1. Compreender as técnicas de avaliação e autoavaliação; 2. Reconhecer modelos práticos de avaliação e autoavaliação; 3. Entender como se constitui o processo de aplicação de provas. Unidade 4 • Técnicas: Observação, Autoavaliação e Aplicação de Provas90/231 Introdução A observação é um dos processos mais corriqueiros e utilizados pelos seres humanos. O ato de observar revela detalhes, sutilezas, indícios que muitas vezes não conseguimos traduzir em palavras. Na ciência, a observação ganha outros olhares: mais apurado, com rigor técnico, esta maneira de ver o mundo e a vida se transforma em uma técnica valiosa para a constatação ou verificação de um fato. Como técnica o instrumento avaliativo possui planejamento, estratégia, e controle sobre o objeto em questão. Já a autoavaliação, independente de ser realizada em escola, com alunos, ou empresas, com funcionários, tem um caráter primordial para o autoconhecimento: reconhecer-se em seus erros e acertos, buscar alternativas diversas para solução de problemas, ampliar sua visão do todo e refazer práticas que estão impedindo o crescimento pessoal e escolar, no caso de nosso estudo. Iremos, desta maneira, tratar neste capítulo, as questões que envolvem a observação, a autoavaliação e como a aplicação de provas deve considerar os modelos avaliativos. Boa leitura! 1. Observação O que é observar? A observação faz parte do nosso cotidiano. Mesmo de maneira intuitiva ou inconsciente, estamos sempre “reparando” em coisas, pessoas, fatos e tirando algumas conclusões. Unidade 4 • Técnicas:
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