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Determinismo e Indeterminismo na Ciência

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Determinismo, indeterminismo e ciência
	Geralmente tomando as ciências naturais como modelo, se tem dito que a ciência é inevitavelmente determinista. Qual então é o problema a ser resolvido?
6.1 O problema
Para tratar esse problema, iniciaremos considerando o principio da causalidade:
"Tudo que ocorre tem uma causa determinada que opera de acordo com leis gerais"
 Princípio da Causalidade
	Esse Principio geral, passou a ser utilizado de maneira regular no desenvolvimento das ciências naturais a partir do século XVI. O que esse princípio nos diz é que qualquer evento que ocorra não apenas terá uma causa, não há eventos que ocorre por mero acaso. Ele terá uma causa, e, essa causa por sua vez age de acordo com leis gerais.
ex: A primeira lei de movimento de Newton 
"1ª Lei do Movimento: Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar seu estado de forças impressas nele."
	Portanto: a CAUSA é sempre individual; e a LEI é sempre geral
	A generalidade da linguagem permite que nos comuniquemos. Assim também, a generalidade da lei causal permite que compreendamos a relação de causa e efeito.
	supõem- se então que é preciso haver algumas regras gerais nas instituições sociais,nos fenômenos sociais,para que nós os possamos compreender.
	Há um outro principio extremamente importante nesse contexto, similar ao princípio da causalidade, mas diferente em um ponto muito importante. É o principio da Razão Suficiente.
"Nada poderá ocorrer sem que haja uma causa suficiente para produzir o efeito."
 Princípio da Razão
Diferença entre os dois princípios:
O principio da causalidade está sempre ligado à ideias de leis. O principio da razão suficiente,à ideia de que nada ocorre sem uma explicação adequada.
Agora podemos colocar o problema. Se esses 2 princípios são verdadeiros. Isso significa que nós não temos livre-arbitrio? ; Que nós não temos Liberdade?; E se a ciências precisam pressupor esses 2 princípios, ou pelo menos um deles, isso significa que as ciências sociais somente são possíveis se nós não somos livres?; E se nós somos livre não há ciências social?; Apenas ciências daquilo que já aconteceu?. Este é o problema! Para resolver esse problema precisamos, de um definição inicial de que é livre-arbítrio ou liberdade.
“Liberdade significa que se você tivesse agido diferentemente, o futuro seria também diferente. E você poderia ter agido diferente do que agiu, se sua vontade tivesse sido diferente. E isto depende exclusivamente de você. Estava em seu poder ter escolhido uma ação diferente daquela que você escolheu”
Definido desse modo e essa é uma definição clássica na filosofia, há duas respostas possíveis, ou nós somos livre nesse sentido, ou nós não somos. Se nós não somos livres nesse sentido a resposta da questão é: Determinismo. Caso nós sejamos livres nesse sentido definido, temos então a resposta do indeterminismo.
6.2 Determinismo 
	Consiste não concepção de que nossas ações são determinadas por nossa vontade, que por sua vez é determinada por nossas crenças, desejos, etc.
	Os fatores determinantes das causas imediatas são a educação que recebemos, o ambiente em que crescemos e vivemos, a genética e outros fatores mais específicos.
	Segundo o determinismo, o futuro é moldado pelo passado, será o que será porque o passado foi o que foi.
	Já o FATALISMO pretende que parte do futuro, pelo menos, será como será não importa o passado com o qual está relacionado.
JUSTIFICATIVAS DO DETERMINISMO
A 1ª é religiosa.
A 2ª é filosófica – ciências que conseguiram explicar fenômenos e prever cm precisão fenômenos futuros.
	STUART MILL:
	As ciências sociais tratam do comportamento do individuo e de suas relações em um meio comum, e isto depende de seu caráter e das circunstancias em que se encontram, e as causas que atuam sobre o caráter humano são numerosas e diversificadas em um grau tão significativo que – nada que aconteceu a uma pessoa durante toda sua vida deixa de ter certa influencia , de forma que, no conjunto, não há nunca dois casos similares.
HÁ DUAS VERSÕES DO DETERMINISMO
6.2.1 Necessitarismo 
	O termo de sentimento de liberdade nada mais é que uma ilusão, gerada pela combinação de duas escolhas de elementos: 
	1 consciência de nossas escolhas
	2 a ignorância que em geral nos encontramos de suas causas efetivas.
	Mesmo quando parece que escolhemos os mais livremente possível, a saber, em vista de um objetivo moral, o que nos impulsiona é um apetite, isto é , a percepção presente de uma vantagem, antecipada na imaginação....na medida que nos dominamos e nossas paixões são refreadas, e nos conduzimos pela razão, isto é, conhecendo as causas que nos determinam, somos livres. Tornar-se livre significa a capacidade de representar.
6.2.2 Compatibilsmo
O compatibilismo tem diferentes versões:
Nega a universalidade do Princípio da causalidade, mas mantém o princípio da razão suficiente.
Há duas estratégias usadas pelos compatibilistas.
Uma delas consiste em redefinir o conceito de liberdade, de forma a excluir qualquer resquício de indiferença de escolha. A escolha será sempre determinada por fatores internos e externos que atuam sobre a vontade, e a escolha seguirá o resultado da interação desses fatores que conduzirá, embora sem força a vontade, a ÚNICA ALTERNATIVA. Se este processo pudesse ser refeito, o resultado seria o mesmo.
6.3 Indeterminismo
	Negação do determinismo.
	Sentimento de liberdade e decisão; podemos decidir nossas ações.
“Liberdade de indiferença é o poder de agir ou não agir conforme escolha, mesmo presente todos os requisitos para a ação, tanto no objeto quanto no agente”.
	A liberdade no sentido mais forte possível nada pode ser pré-determinado – nós somos responsáveis pelo nosso futuro.
	Por que razões acreditar no indeterminismo?
1ª Sentimento de livre-arbítrio: por esse termo se entende aquele sentimento interno que nós temos, de que quando nós tomamos uma decisão, nada está nos forçando a isso, em situação normal é assim. Nós conseguimos claramente fazer a diferença entre uma compulsão e uma decisão livre. Quando nós agimos compulsivamente nós percebemos em nós, uma batalha interna. Nos queremos ao mesmo tempo fazer aquilo e não queremos, mas não conseguimos resistir e acabamos fazendo aquilo que julgamos prejudicial , no entanto na maior parte das decisões que tomamos, nada nos força nesse sentido. Mesmo que a gente faça coisas, que poderia dizer que nós somo obrigados a fazer , como levantar cedo para ir para escola, no emprego e assim por diante. Nos fazemos isso espontaneamente por livre vontade tendo em vista um fim que nós desejamos. Ai sim porque nó desejamos esse fim é que nós somos "obrigados a fazer certas coisas", mas nós a fazemos porque nós queremos aquilo, e , essas coisas são meios de atingir aquilo que nós queremos. Então mesmo que eu não queira diretamente os meios, eu os quero indiretamente . Isso é muito diferente da compulsão ou quando alguém nos força a fazer alguma coisa ex: apontando uma arma. Nessas situações quando a gente reflete internamente do que está acontecendo em nossa mente, não sentimos nenhuma obrigação, este é o sentimento do livre-arbítrio, e o argumento dos que defendem o indeterminismo apelando para esse sentimento é justamente de que este é um sentimento, constante, permanente,em nós. Hora se nós não podemos cofiar em sentimentos constantes e permanentes isso prejudicaria a própria ciência, porque a ciência é uma atividade que confia em elementos constantes e permanentes.
2ª argumento indeterminista: Então porque confiar apenas na permanência e na constancia da natureza? e não nesse sentimento? NÃO diz o indeterminista, o sentimento não é ilusório , ele é real e corresponde a algo fundamental no que é um ser consciente,a liberdade de indiferença .
3ª É a presença na história da novidade, especialmente da novidade enquanto ela se refere à criatividade humana.

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