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O COMPORTAMENTO SIGNIFICATIVO

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O COMPORTAMENTO SIGNIFICATIVO
	Trataremos nessa aula, de uma perspectiva segundo a qual a metodologia e epistemologia das ciências sociais é completamente diferente daquela que se verifica nas ciências naturais. Uma perspectiva portanto naturalísticas das ciências sociais. Essa perspectiva é defendida pelo filosofo britânico Peter Guy Winch, defendida em um texto já considerado clássico intitulado "A ideia de uma ciência Social", essa é uma perspectiva que se opõem a de alguns outro autores clássicos com Durkhein e Pareto, de acordo com esses autores os fenômenos sociais e as instituições sociais deveriam ser consideradas como coisas assim como são os objetos das ciências naturais o que Peter Winch propõem é uma abordagem completamente diversa de acordo com a qual instituições sociais e fenômenos sociais não podem ser consideradas coisas nesse sentido como nas ciências naturais.
11.1 Peter Winch e a ideia de uma ciência social
	De acordo com o Winch quando nós consideramos um fenômeno social, nós temos que atentar para que o fato de que as relações sociais são constituídas pelas ideias que as pessoas tem das outras pessoas de seu meio circundante e a maneira como elas se relacionam. Dessa forma há que se considerar as ideias que as pessoas tem e como elas explicam os seus relacionamentos dentro das instituições sociais. Essa ideias estão reguladas por normas e é essas normas conscientes ou inconscientemente que determinam as decisões das pessoas em conjunto é que formam os instituições sociais e a maneira como essas instituições sociais, por sua vez, se regulam . Dessa maneira para compreender os fenômenos sociais e instituições sociais não basta que observamos externamente o funcionamento disso, é preciso que nós demos atenção as ideias, aquilo que as pessoas dizem, as regras nas instituições.
“Com efeito, o fato de fenômenos sociais serem ‘ coisas’ intelectuais ou sociais em seu caráter – em oposição a serem físicas – depende inteiramente de pertencerem a um sistema de ideias de modo de vida que ela têm, qualquer existência como eventos intelectuais ou sociais. É somente com referência aos critérios que governam este sistema de ideia ou modo de vida que elas têm, qualquer existência como eventos intelectuais ou sociais”.
Peter Winch 
Para Peter Winch todas as instituições sociais permanentes (família, igreja, etc) são ao mesmo tempo, dependentes e independentes das pessoas.
Assim para se estudar algo a fundo, é necessário que ao menos o sociólogo tenha conhecimento básico e comum daquele objeto.
 11.2 A organização da sociedade 
	Quando falamos em organização das sociedade estas pensando na relação entre os indivíduos e os entes sociais. As 2 concepções tradicionais :a concepção holística e a concepção individualista podem ser melhor compreendidas, relacionando com uma discussão filosófica da idade média.Essa discussão filosófica da idade média era conhecida como o problema universais e a questão que os filósofos colocavam naquela época, era a seguinte, os termos gerais se referem alguma realidade independente ? por ex. termos como justiça, bondade, liberdade são apenas ficções do nosso espírito ou existe algo objetivo ao qual esses termos correspondem. Aqueles que diziam que existe algo objetivo ficaram conhecido como os realistas, os que negavam isso ficaram conhecidos como nominalista. 
	Aqueles que defendem concepções holísticas da sociedade são realistas. Aqueles que defendem concepções individualista da sociedade são nominalistas.
	Agora no que se refere a organização da sociedade podemos tomar um ponto de vista interessante que procura superar essa distinção entre realismo e nominalismo. Esse ponto de vista é do sociólogo americano Peter Berger. 
	Segundo Berger a sociedade é produzida pela ação de diversas pessoas, pela maneira com interagem e constroem suas relações; sem as pessoas, não há realidade social, e sem a presença da atividade consciente desses indivíduos, a sociedade seria apenas uma fantasmagoria; não há vida humana sem sociedade. Indivíduos e sociedade estão intrinsecamente ligados.
Para explicar a independência, Berger faz o uso de 3 ideias básicas, relativas a três processos que ocorrem na interação indivíduo e sociedade: a exteriorização, a objeção e a interiorização. Embora explicite isso claramente, esses 3 processos pressupõem um mundo objetivo anterior ao homem, o mundo da natureza 
EXTERIORIZAÇÃO
"O homem, como o conhecemos empiricamente, não pode ser concebido independentemente da continua efusão de si mesmo sobre o mundo em que ele se encontra...o ser humano é exteriorizante por essência e desde o inicio... O homem precisa fazer um mundo para si."
	Por exteriorização se entende a constante ação humana produtiva, seja física ou mentalmente. Berger chama a totalidade dessa produção de cultura, incluindo aí tantos objetos materiais quanto instituições sociais. Por ex., a invenção de um instrumento para cortar objetos, como uma faca, bem como a invenção de uma história para distrair as crianças, como A bela adormecida, são, ambas cultura nesse sentido uma material, outra não material. Assim, a sociedade é parte da cultura não material, não sendo o inverso verdadeiro. Esse processo de exteriorização é construtivo da natureza humana; não somos seres contemplativos, mas agentes. Mesmo quando contemplamos a natureza, criamos forma de compreendê-la. Como a ciência não é a mesma coisa que os objetos e as leis da qual ela trata, ao fazermos ciência criamos alguma coisa que antes não existia. 
OBJETIVAÇÃO
"O mundo humanamente produzido se torna alguma coisa ‘ lá fora’. Consiste em objetos tanto matérias quanto não materiais, capazes de resistir aos desejos de seu produtor. Uma vez produzido, esse mundo permanece, quer se queira quer não. Embora toda cultura se origine e radique na consciência subjetiva dos seres humanos, uma vez criada não pode ser reabsorvida à vontade na consciência. Subsiste fora da subjetividade do indivíduo, como um mundo."
INTERIORIZAÇÃO
"O mundo das objetivações sociais, produzidos pela exteriorização da consciência enfrente a consciência como felicidade externa. É apreendido como tal. Mas essa apreensão não pode, por enquanto, ser descrita como interiorização, como tampouco o pode a apreensão do mundo da natureza. A interiorização é antes reabsorção na consciência do mundo objetivado de tal maneira que as estruturas deste mundo vem a determinar as estruturas subjetivas da própria consciência."
	 O processo de interiorização é importante para compreender como a sociedade influência nos indivíduos. Assim temos 2 possibilidades a Alienação ou socialização.
 
11.3 Motivos, razões e propósitos 
	O conceito central é o conceito de propósito, ter um propósito significa agir tendo em vista um determinado fim uma finalidades. Nós enquanto indivíduos frequentemente, embora nem sempre, agimos de forma proposital. É obvio. Por outro lado nem todos os fenômenos ou ações nossas tem esse caráter. No que se refere a fenômenos naturais por exemplo não parece fazer sentido perguntar pelo propósito de um terremoto, ou pelo propósito de um vulcão.
	 Mas enquanto as arvores? não faria sentido dizer que elas tem um certo propósito na medida em que elas capturam o gás carbônico da atmosfera e libera o oxigênio? não é isso uma finalidade para qual existem as arvores?, e enquanto a maquinas, por exemplo, um sensor de movimento, não tem ele o propósito de indicar a presença de uma pessoa ou de um objeto? 
	Tem sociedade propósitos? Uma razão para negar isso, que sociedade tem propósito, está no pressuposto que o termo propósito não pode ser alargado em seu sentido dessa forma, que propósito sempre se refere a um agente consciente de si mesmo. O que significa isso? Vejamos o que diz o Filósofo John Locke sobre o assunto:
" Um ser pensante inteligente, que possui razão e reflexão, e pode considerar a si mesmo como si mesmo, a mesma coisa pensante, em tempos e lugares diferentes; o quefaz somente por aquela consciência que é inseparável do pensar, e, como me parece, essencial a ele(...) por meio disto, cada qual é para si mesmo o que chama de eu."
	Uma sociedade tem um propósito ou um objetivo?haveria 2 alternativas para responder ou dizemos que própria sociedade tem uma mente e é um ser consciente ou então dizemos que a sociedade foi criado por seres conscientes, que nela colocaram determinados propósitos. Quanto a primeira resposta parece muito mística dizer que a sociedade enquanto tal possui uma mente sem duvida a sociedade é formada composta por seres conscientes mas dizer que a própria sociedade como tal é um individuo que tem uma mente parece exagerado. Então restaria a segunda alternativa de que a sociedade foi criada por seres conscientes que nela colocaram determinado propósito, mas dai se recoloca a questão mencionada antes: faz sentido ampliar o conceito de propósito dessa forma? Se prestarmos atenção não maneira em q nó falamos isso parece indicar que nós temos uma tendência de aceitar essa questão por exemplo como mente nó nos referimos a entes sociais através de uma linguagem mentalista, por exemplo dizemos de uma empresa tem uma missão e uma visão, parece implicar que uma empresa assim como um ser consciente tem propósitos que lhe são próprios, porque vejam que a visão e a missão da empresa não iguais a que cada individuo que trabalha nessa empresa pensa da mesma forma nós nos referimos a entes sociais como igreja por exemplo e dizemos que a igreja católica proibi isto ou aquilo ou permite isto ou aquilo. o que se quer dizer com isso? Não se quer dizer por exemplo que uma autoridade dessa igreja mesmo o papa proibi isto ou aquilo. O que quer dizer é algo maior , a igreja como uma estrutura como ente social dentro da qual estão os padres os papas mas é a igreja da qual nós estamos falando.
	Esse exemplos empresa e igreja , não mostrariam eles que, entes sociais e portanto a sociedade também tem propósitos. pelo menos duas objeções importantes contra essa ideia.
	A primeira objeção é de que um concepção desse tipo que amplia o significado do conceito do propósito na verdade esconde uma tentativa de eliminar a consciência. Isso significa que a comparação entre a nossa mente e um computador, implicaria a ideia de que as nossas mentes é de são iguais a de computadores,não que computadores seriam iguais as nossas mentes. o resultado disso é uma progressiva eliminação da consciência. Da mesma maneira se nós dizemos que conscientes sociais ou a sociedades tem propósitos isso implicariam uma eliminação da diferença entre nós enquanto seres que agem propositalmente e entes sociais, isso resultaria na eliminação de seres conscientes que resultam em relações sociais que resultam em instituições sociais e a ação dessas instituições sociais. 
	Outra objeção a ideia de esticar o conceito de propósito para incluir sociedades é de que se isso fosse verdadeiro, significa que cada parte da sociedade, cada ente social deve ter um propósito, no entanto isso não é verdadeiro ou pelo menos não é verdadeiro de uma maneira simples, porque há uma distinção entre tipo de entes sociais.
	Winch e o comportamento significativo em resumo para Winch compreender fenômenos sociais significa compreender o comportamento significativo das pessoas envolvidas nesses fenômenos ou nessas instituições sociais. Isso significa que de acordo com Peter Winch:
	Não devemos dizer que entes sociais, as instituições sociais, são criações completamente artificiais.

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