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Jouberto Uchôa de Mendonça
Reitor
Amélia Maria Cerqueira Uchôa
Vice-Reitora
Jouberto Uchôa de Mendonça Junior
Superintendente Geral
Ihanmarck Damasceno dos Santos
Superintendente Acadêmico
Eduardo Peixoto Rocha
Diretor de Graduação
Jane Luci Ornelas Freire
Gerente de Educação a Distância
Maynara Maia Muller
Assessora Pedagógica de Projetos Online
Lucas Cerqueira do Vale
Coordenador de Tecnologias Educacionais
Redação:
Núcleo de Educação a Distância - Nead
Av. Murilo Dantas, 300 - Farolândia
Prédio da Reitoria - Sala 40
CEP: 49.032-490 - Aracaju / SE
Tel.: (79) 3218-2186
E-mail: infonead@unit.br
Site: www.ead.unit.br
Equipe de Produção de 
Conteúdos Midiáticos: 
Assessor
Rodrigo Sangiovanni Lima
Corretores ortográficos
Ancéjo Santana Resende 
Fabiana dos Santos
Diagramadores
Andira Maltas dos Santos 
Claudivan da Silva Santana 
Edilberto Marcelino da Gama Neto 
Edivan Santos Guimarães
Ilustradores
Geová da Silva Borges Junior 
Matheus Oliveira dos Santos 
Shirley Jacy Santos Gomes
Webdesigners
Fábio de Rezende Cardoso 
José Airton de Oliveira Rocha Júnior
Marina Santana Menezes
Pedro Antonio Dantas P. Nou 
Equipe de Elaboração de 
Conteúdos Midiáticos:
Supervisor 
Alexandre Meneses Chagas 
Assessoras Pedagógicas
Kalyne Andrade Ribeiro 
Lívia Lima Lessa
Projeto Gráfico
Andira Maltas dos Santos 
Edivan Santos Guimarães
Fotos: Luiz Dinarte Gonçalves da Silva
Participação em foto: Mariângela Dias Santos
P659l
Pinto, Daniel Neves
Língua brasileiras de sinais / Daniel Neves Pinto. – Aracaju:UNIT, 2012. Série bibliográfica.
192 p. : il. 22 cm.
ISBN: 978-85-7833-130-6
Inclui bibliografia.
1.Língua brasileira de sinais. 2. Educação de surdos.
I. Universidade Tiradentes. II. Educação à Distância. III. Título.
CDU: 81’221.24(81)
Impressão:
Gráfica Santa Marta
Rua Hortêncio Ribeiro de Luna, 3333 
Distrito Industrial - João Pessoa - PB
Telefone: (83) 2106-2200
Site: www.graficasantamarta.com.br
Banco de Imagens:
Shutterstock
Palavra do Autor
Prezado(a) leitor,
Para que uma inclusão aconteça de verdade, é preciso que todos se envolvam 
com este processo e incluir os surdos em nossa vida social é inegavelmente necessário.
A Lei nº 10.436, de 2002 reconhece a Língua Brasileira de Sinais como 
meio legal de comunicação e expressão, onde os sistemas educacionais devem 
garantir a inclusão nos cursos de formação em seus níveis médio e superior, do 
ensino de Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais 
– PCNs, porém, somente em 2005 se tornou obrigatória.
A comunicação é uma necessidade de todos e esta interação vai além 
da busca por compreensão. Facilitar o processo de comunicação é fazer com que 
o silêncio dos surdos não sejam manifestados por injúrias culturais e exclusão 
social, mas, reconhecer as possibilidades semelhantes. A Libras tornou-se um 
diferencial curricular, acadêmica e social das pessoas com e sem surdez, assim 
como na realidade de convívio, pois trata-se de um meio necessário aos seus 
usuários diretos, como também, aos lugares em que este grupo de pessoas fre-
quenta.
Se nos basearmos no princípio “Igualdade e Oportunidade” e “Educa-
ção para todos”, certamente enfrentaremos um grande desafio, não como obri-
gação, mas, tomando a inclusão como desígnio, responsabilidade e dignidade. 
O aprendizado da Libras a qual estarás pronto a conhecer, tem sido re-
conhecida como caminho necessário para uma efetiva mudança nas condições 
de acessibilidade e inclusão, assim como, elemento essencial para a interação e 
fortalecimento de uma identidade. 
O conhecimento aqui posteriormente adquirido, orientará para a pers-
pectiva da diversidade, com estratégias diferenciadas, cuja capacitação depende-
rá de sua responsabilidade no conjunto dos recursos disponíveis de aprendizado.
Se está disposto(a) a concretizar todo este objetivo em ocasião, seja 
bem vindo(a) a esta cultura que proporcionará boas colheitas.
Bom trabalho!
Daniel Neves Pinto
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Parte 1 História, Cultura e Linguística da LIBRAS
1 Aspectos Históricos, Conceituais e Sociais __________12
1.1 Nomenclaturas e conceitos sobre língua e linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 Fundamentos históricos e culturais da Língua Brasileira de Sinais . . . . . 23
1.3 Aspectos biológicos e suas de inições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
1.4 Iniciação à língua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Resumo do Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Exercício de Aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
2 Estudos Linguísticos _______________________________63
2.1 Léxico, vocabulários icônicos, arbitrários e soletrados . . . . . . . . . . . . . . . . 64
2.2 Estruturas sublexicais e suas expressões não manuais . . . . . . . . . . . . . . . . 71
2.3 Morfologia e seus estudos internos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
2.4 Diferenças Básicas em Libras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Resumo do Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .102
Exercício de Aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .103
Sumário
Parte 2 Surdez: interações e implicações
3 Surdez e Interação _______________________________ 109
3.1 Aspectos comunicativos corporais e classi icadores . . . . . . . . . . . . . . . . . .111
3.2 Interação argumentativa com estrutura da surdez e família . . . . . . . . . .117
3.3 Interações através da Língua de Sinais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124
3.4 Surdez, sociedade em seu processo de inclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .132
Resumo do Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .139
Exercício de Aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .140
4 Língua de Sinais: saberes e fazeres _____________ 147
4.1 Aspectos pedagógicos em suas possibilidades 
no contexto de ensino-aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .149
4.2 Possibilidades de trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .158
4.3 Conduta e legislação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .164
4.4 Frases em expressões da Libras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .175
Resumo do Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .184
Exercício de Aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .185
Referências Bibliográ icas ___________________________ 189
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Ementa
Fundamentos históricos, socioculturais e definições referentes à Língua 
Brasileira de Sinais. Legislação e conceitos sobre língua e linguagem. Entendimen-
tos dos conhecimentos necessários para a inclusão dos surdos quanto aos aspectos 
biológicos, pedagógicos e psicossociais.
Justificativa
A Libras passou a ser uma disciplina “universal”, a qual facilitou o acesso 
das pessoas com surdez às escolas e à sociedade globalizada. A partir deste mo-
mento, a lei também proporcionou a cidadania de inúmeras pessoas que convivem 
com o silêncio e aos demais que vivem em sua volta, pois, a Libras foi reconhecida 
como língua oficial no Brasil.
A Língua de Sinais precisa ser disseminada por todos os profissionais, 
proporcionando em todos locais de atendimento ao público e por da nossa socie-
dadecom vistas a garantir o respeito à diferença e à singularidade linguística das 
pessoas que apresentam a surdez.
Objetivos
  compreender os fundamentos históricos, culturais e psicossociais da 
Língua de Sinais, nomenclaturas e seus conceitos, auxiliando no pro-
cesso das ações inclusivas;
  conhecer noções legislativas, utilizando-as de forma coesa;
  conhecer os aspectos patológicos da surdez, possibilitando uma refle-
xão sobre o preconceito vivido no contexto dos surdos;
Concepção da Disciplina
  desenvolver noções práticas de verbalização e sinalização da Língua 
de Sinais junto a sua estrutura lexical, morfológica, sintaxe, semântica 
e pragmática, colocando em prática a Língua Brasileira de Sinais;
  estimular embasamento cênico, teórico, prático, técnico e pedagógico, 
acrescentando tais embasamentos em suas práticas interpretativas;
  despertar no aluno, o interesse em trabalhar com os surdos;
  compreender os conhecimentos básicos e domínios necessários para 
a comunicação simples e direta às pessoas com surdez, facilitando a 
inclusão social e possibilidades em relação interpessoal através do uso 
da Libras;
  utilizar Libras com coesão e coerência para que haja entendimento. 
Avaliação
A avaliação da disciplina será realizada a partir da:
  Medida de Eficiência (ME): que deverá ser feita ao longo das Unidades 
no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) no total de duas ME por Uni-
dade. O prazo para realizar a ME é de até 48h antes da data da avaliação (por 
Unidade). Para cada ME você terá duas tentativas de resposta. 
  Avaliação Presencial: é realizada presencialmente através de prova es-
crita, sendo uma por Unidade, com o valor de 0,0 a 8,0 pontos. A avaliação é 
individual e sem consulta, com questões objetivas e subjetivas contextualizadas.
Organização da Disciplina
Bibliografia Básica
CAPOVILLA, Fernando Cesar; RAPHAEL, Walkiria Duarte. Dicionário enciclo-
pédico ilustrado trilíngue: língua brasileira de sinais português/inglês/libras. 
3. ed. São Paulo: EDUSP, 2006.
QUADROS, Ronice Muller de; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua brasileira de 
Sinais: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
QUITES, Tatiana P. Pimenta. Estudo básico da gramática da libras: centro de ca-
pacitação de profissionais e de educação às pessoas com surdez. Belo Horizonte 2007.
PINTO, Daniel Neves. Língua Brasileira de Sinais. 1 ed. Aracaju: UNIT, 2010.
Metodologia de estudo
A disciplina propõe orientá-lo em seus procedimentos de estudo e na pro-
dução de trabalhos científicos, possibilitando que você desenvolva em seus traba-
lhos pesquisas rigor metodológico e espírito crítico necessários ao estudo.
É importante que você observe algumas orientações:
  cuide do seu tempo de estudo! Defina um horário regular para aces-
sar todo o conteúdo da sua disciplina disponível neste material e no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Organize-se de tal forma 
para que você possa dedicar tempo suficiente para leitura, prática e 
reflexão;
  esforce-se para alcançar os objetivos propostos na disciplina;
  utilize-se dos recursos técnicos e humanos que estão ao seu dispor 
para buscar esclarecimentos e para aprofundar as suas reflexões. 
Estamos nos referindo ao contato permanente com o professor e 
com os colegas a partir dos recursos disponíveis no AVA.
Para que sua trajetória na disciplina ocorra de forma tranquila, você 
deve realizar as atividades propostas, acompanhar as atividades semanais e es-
tar sempre em contato com o professor.
Paute-se na autonomia, responsabilidade, cooperação e colaboração. 
Isso, requer uma nova postura do aluno e uma nova forma de concepção de 
educação.
Por isso, você contará com o apoio das equipes pedagógicas e técnicas 
envolvidas na operacionalização da disciplina, além dos recursos tecnológicos 
que contribuirão na mediação entre você e eu.
Exercícios de aprendizagem
Ao final de cada Tema, você terá a oportunidade de testar seus conheci-
mentos diante dos Exercícios de Aprendizagem que são compostos por questões 
objetivas e subjetivas. O gabarito das respostas estará no Ambiente Virtual de 
Aprendizagem.
Entendendo os ícones do livro
Ao longo do Conteúdo da Disciplina você irá encontrar no livro ícones 
que irão orientá-lo nos estudos. Conheça cada ícone:
Para Refletir: apresenta reflexões sobre o conteúdo abordado durante 
o texto a fim de desenvolver postura crítica – reflexiva sobre a realidade.
Atenção: destaca um conteúdo importante do texto para compreensão 
da temática.
Saiba Mais: são informações ou relatos de experiências considerados inte-
ressantes para o entendimento do conteúdo que está sendo abordado.
Indicação de Leitura: ficará no final de cada conteúdo e seu objetivo 
é promover a fundamentação: sugestão de texto, livro ou site que reforçam 
ou ampliam o conteúdo.
Anotação: tem por finalidade o registro das reflexões dos alunos.
Está no AVA : indica acesso ao Ambiente Virtual de Aprendizagem para 
conhecer outros recursos que irão contribuir com o conteúdo estudado.
Exercício de Aprendizagem: indica uma atividade que está asso-
ciada aos conteúdos estudados, que irá conter questões objetivas e 
subjetivas.
Resumo do Tema: síntese dos conteúdos do Tema abordado. 
Onde tirar as dúvidas?
No Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), acesse o "Fale Conosco" 
no mural principal para registrar suas "Dúvidas de Conteúdo" com o professor 
da disciplina e "Dúvidas Técnicas" quando for relacionado ao AVA.
H I S T Ó R I A,
CULTURA, 
E LINGUÍSTICA
DA LIBRAS
Parte 01
Neste tema, vamos estudar o que é a 
disciplina de Metodologia Científica e por que 
ela é importante para a sua formação acadêmica 
e profissional. Como estamos no início dos conte-
údos da disciplina, estudaremos também técnicas 
e procedimentos para organização dos estudos e 
um melhor aproveitamento no estudo de textos.
É importante destacar que o seu suces-
so nos estudos e, consequentemente, profissional, 
depende apenas de você, da sua capacidade de ir 
em frente e de buscar “aprender a aprender”. Você 
perceberá que a Metodologia Científica vai se tor-
nar uma auxiliar fundamental em seus estudos.
Objetivos da Aprendizagem
Ao terminar a leitura e as atividades do Tema 1, 
você deverá ser capaz de:
  entender a importância da disci-
plina para a formação acadêmica e 
profissional;
  adotar procedimentos e técnicas na 
organização dos estudos;
  desenvolver o hábito pela leitura, 
realizando análises de texto;
  praticar as técnicas de sublinhar, 
esquematizar, resumir e fichar no 
estudo de texto.
METODOLOGIA 
CIENTÍFICA E 
TÉCNICAS DE 
ESTUDO
Diante do tema, iremos conhecer os 
conceitos culturais e históricos da Língua de Si-
nais e dos surdos com seus aspectos biológicos e 
linguísticos.
Na perspectiva de apoiar a Educação Es-
pecial tão enfocada na Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LBD), a Língua Brasileira de 
Sinais (Libras) surgiu não somente com a expec-
tativa de colaborar com a LDB, mas também para 
possibilitar a comunicação como direito de todos. 
O Poder Público instituiu a Lei nº 10.436, de 24 
de abril de 2002, regulamentada pelo Decreto nº 
5626, de 22 de dezembro de 2005, que dispõem 
sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras. Tal 
Lei rege a Língua Brasileira de Sinais como língua 
oficial no Brasil e como disciplina curricular obri-
gatória, assegurando aos surdos uma comunicação 
eficaz e objetiva. Dentro deste contexto, alicerça-se 
uma proposta inovadora sempre com o objetivo de 
consolidar a comunicação e a efetiva integração na 
vida em sociedade.
Objetivos da Aprendizagem
Conhecer os conceitos culturais e históricos da 
Língua de Sinais e dos surdos com os seus aspec-
tos biológicos, patológicos e linguísticos.
ASPECTOS 
HISTÓRICOS, 
CONCEITUAIS 
E SOCIAIS
Tema
01
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 14 
1.1 Nomenclaturas e conceitos sobre língua e 
linguagem
Libras ou LSB?
Eis aí uma grande dúvida entre estas duas siglas. Qual é a correta ou a 
mais utilizada?Libras é pronunciada nacionalmente como Língua Brasi-
leira de Sinais difundida pela Federação Nacional de Edu-
cação e Integração de Surdos (FENEIS), instalada como 
matriz na cidade do Rio de Janeiro e tem como meta prin-
cipal disseminar esta língua pelo Brasil. 
Popularmente conhecida, a Libras vem ganhando seu es-
paço e não é mais confundida com moeda ou horóscopo.
A Língua de Sinais é a língua natural, materna, ou seja, primeira língua 
(L1) dos surdos e é usada pela maioria deles no Brasil, assim como o português 
é a língua materna para os ouvintes. No Brasil, há somente duas línguas reco-
nhecidas pela República Federativa do Brasil: o Português e a Libras, porém, 
há alguns municípios brasileiros que co-oficializaram outros dialetos devido ao 
grande número de grupos indígenas.
Conforme Capovilla (2006, p. 1479), “Língua de Sinais é o verdadei-
ro equipamento da vida mental do Surdo; ele pensa e se comunica apenas por 
este meio.” O surdo utiliza a modalidade linguística quiroarticulatória-visual, 
ou seja, através das mãos para passar as informações e dos olhos para receber e 
não oroarticulatória-auditiva, que se dá através da oralização (boca) para passar 
elementos e do ouvido para receber informações.
A Libras é também conhecida como LSB (Língua de Sinais Brasileira), 
sigla que segue padrões internacionais de denominação das Línguas de Sinais, 
assim como, a American Sign Language (LSA), ou seja, Língua de Sinais Ameri-
cana, bem como, a Língua de Sinais Francesa (LSF), Língua de Sinais Mexicana 
(LSM) e assim por diante.
Vamos entender melhor. Há uma grande confusão sobre as nomencla-
turas e sua forma de pronunciar, assim, Língua Brasileira não existe, filosofica-
mente falando, o correto é “Língua de Sinais Brasileira”, pois, o termo “Língua 
de Sinais” constitui uma unidade vocabular, ou seja, funciona como se as três 
Li
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palavras (língua, de e sinais) fossem uma só. Não existe uma Língua Brasileira 
(em sinais ou falada).
Além das formas de escrever ou proferir a Libras ou LSB, temos que 
atentar para seu significado.
A correta é “Libras” e não “LIBRAS”. Quando foi divulgado o uso da 
sigla “LIBRAS”, explicava-se esta sigla da seguinte forma: LI de Língua, BRA de 
Brasileira, e S de Sinais. Com a grafia “LiBras”, a sigla significa: Li de Língua de 
Sinais, e Bras de Brasileira, assim, deixa claro que Libras não são simplesmente 
gestos, é uma língua com estruturas linguísticas que compreende e comunica 
através das mãos, do corpo e da face.
Muitos imaginam que a Libras é constituída apenas pelo :"alfabeto ma-
nual, números" e de alguns movimentos. Ela é como outro idioma reconhecido 
oficialmente, ou seja, é uma língua com regras, com estruturas gramaticais pró-
prias e ainda necessita de um vasto apoio corporal e facial para que sua intera-
ção seja eficaz e completa.
A Libras foi oficializada como língua oficial não apenas por ser um 
meio de interação e comunicação de um grupo de pessoas, mas também, por 
obter seus próprios planos linguísticos como o sistema morfológico, fonológico, 
sintático e semântico, planos estes que contém em qualquer língua oralizada.
Ronice Quadros (2003) deixa claro a diferença entre as línguas orais-
-auditivas e gesto-visuais fazendo uma comparação se significados onde uma 
palavra na Língua Portuguesa é designado sinal em Libras.
 O maior diferencial entre língua de sinais e línguas orais é a sua forma 
de interatuar. Assim, quem utiliza a Libras "fala com as mãos" e quem utiliza a 
língua oralizada apoia-se na "fala com a boca".
A Língua de Sinais Brasileira e a Língua Portuguesa têm uma vasta 
diferença desde a pronuncia até a escrita.
Muitas diferenças são intensas como a modalidade de utilização da lín-
gua e outras são percebíveis quanto a sua gramática. Vamos conferir algumas 
delas apresentadas por Quadros (2004, p. 84):
  a Língua de Sinais é baseada nas experiências das comunidades 
surdas mediante as interações culturais surdas, enquanto a Língua 
Portuguesa constitui-se baseada nos sons.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 16 
  a Língua de Sinais apresenta uma sintaxe espacial incluindo os 
chamados classificadores. A Língua Portuguesa usa uma sintaxe 
linear utilizando a descrição para captar o uso de classificadores.
Os Classificadores são recursos visuais da Libras que utilizamos para deixar 
a sinalização com mais vida, ou seja, ela é feita de forma que fique clara e 
objetiva a mensagem.
  a Língua de Sinais utiliza a estrutura tópico-comentário, enquanto 
a Língua Portuguesa evita este tipo de construção;
  a Língua de Sinais utiliza a estrutura de foco através de repetições 
sistemáticas. Este processo não é comum na Língua Portuguesa;
  a Língua de Sinais utiliza referências anafóricas1 através de pontos 
estabelecidos no espaço que exclui ambiguidades que são possíveis na 
Língua Portuguesa;
  a Língua de Sinais não tem marcação de gênero como a Língua Por-
tuguesa. O gênero é marcado ao ponto de ser redundante, o que en-
volve na última letra como “a” para feminino e “o” para masculino;
  a Língua de Sinais atribui um valor gramatical às expressões 
faciais. Esse fator não é considerado como relevante na Língua 
Portuguesa, apesar de poder ser substituído pela prosódia;
1 Referência anafórica é trocar palavras ou ideias para que não se repitam no texto, porém, deverá 
ter o mesmo sentido.
A
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  coisas que são ditas na Língua de Sinais não são ditas usando o 
mesmo tipo de construção gramatical na Língua Portuguesa. 
Assim, encontramos diversos contextos que em Português consi-
deramos comprido, enquanto que em Libras pode ser feito com 
apenas um sinal;
  a escrita da Língua de Sinais não é alfabética.
Intérprete
O Intérprete é a pessoa que faz a transmissão de duas línguas distintas. 
Assim, passa a língua fonte para a língua alvo. É como se houvesse uma palestra 
discorrida em Português (no caso língua fonte) e este profissional a interpreta 
em Libras (língua alvo).
Língua Fonte é a língua que o Intérprete ouve ou vê para, a partir dela, fazer 
a interpretação e atingir a língua alvo, ou seja, a língua para a qual queremos 
que os outros recebam as informações.
Intérprete de Língua Brasileira de Sinais
Profissional que transforma uma língua oral ou outra língua de sinais 
qualquer que não seja brasileira para a Língua de Sinais Brasileira ou da Língua 
de Sinais para uma outra determinada língua. 
A pessoa pode saber Libras e não ser capaz de realizar uma interpretação. O 
fato de a pessoa saber Libras, não quer dizer que ela é Intérprete.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 18 
É fundamental que se considere, também, que o profissional inter-
mediador ou Intérprete de Libras é apenas um elemento para que 
se garanta a acessibilidade. Sempre deverão lembrar que os surdos 
precisam de tempo para olhar no ouvinte e Intérprete, para as ano-
tações, caso houver. Outro aspecto importante é a garantia da parti-
cipação do surdo através de perguntas e respostas que exigem tempo 
para pensar, para que a interação se dê efetivamente. (CAS, 2007, 
p. 3).
Língua
Conjunto de palavras e expressões com regras gramaticais utilizadas 
por uma nação, conhecida também como idioma. Ela pode ser verbal ou sina-
lizada, porém, à língua deve ser sancionada por lei e deve haver estudos rela-
cionados a sua ampliação e melhora. A linguagem própria de uma pessoa ou 
familiar não é uma língua, pois, permite várias interpretações e se restringe a 
um pequeno grupo. A língua permite a comunicação comum entre os indivíduos 
de sua natureza como um fato social, ou seja, um sistema coletivo de uma de-
terminada comunidade linguística. É a expressão linguística tecida em meio a 
trocas sociais, culturais e políticas, visto que:
As línguas naturais apresentam propriedades específicas da espéciehumana: são recursivas a partir de um número reduzido de regras, 
produz-se um número infinito de frases possíveis, são criativas, dis-
põem de uma multiplicidade de funções argumentativas, poéticas, 
conotativas, informativas, persuasivas e original que apresentam 
formas e significados. (QUADROS, 2003, p. 7). 
Portanto, o correto é “Língua de Sinais” porque trata-se de uma língua 
viva, sancionada por Lei e, logo, a quantidade de sinais está em aberto, podendo 
ser acrescentados novos sinais.
O sinal de “idade” representado abaixo é uma língua e não linguagem. 
Idade 
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Água 1
Água 2
Língua oral-auditiva
Modalidade em que utilizamos a voz (oralização) para oferecer informa-
ções e a audição para receber elementos de outra pessoa. É uma língua ‘falada 
com a boca’ utilizada pelos ouvintes. Temos como exemplo a Língua Portuguesa.
Língua visual- espacial
Refere-se à língua sinalizada, ‘falada com as mãos’. Utiliza a visão para 
receber/compreender as informações e o espaço para produzir/passar as ideias.
Linguagem
São formas de comunicação sem regras ou gramáticas próprias. Tudo 
é válido para que a informação seja passada para expressar ideias, sentimentos, 
modos de comportamento etc. Este sistema serve como meio de comunicação 
entre indivíduos de grupos pequenos ou meio familiares. 
“São diversas formas de transmissão como sistema de símbolos, signos con-
vencionais, sonoros, gráficos, gestuais, entre outros, o que leva a distinguirem-se vá-
rias espécies de linguagem: visual, auditiva, tátil etc.” (MARCHESI, 1995, p. 24).
Há surdos que criam sua própria linguagem para conseguir comunicar-
-se em casa. Esta comunicação é restrita a sua família e não são compreendida 
por pessoas de fora.
Este sinal na figura ao lado tem o significado de “água” 
em um grupo familiar em que não há uma língua desti-
nada à comunicação, mas, somente este grupo entende 
o seu significado, assim, este sinal não é língua e sim 
linguagem.
Já nesta figura é o sinal de “água” em Libras, ou seja, 
deixou de ser linguagem por se tratar de um significado 
concreto e conhecido pela comunidade surda brasileira.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 20 
Tradução
A tradução é a atividade que envolve a alteração, mudança de um texto 
em certo idioma para outro. A escrita original (língua fonte) que será modifica-
do para língua alvo poderá ser de qualquer modalidade comunicativa, seja oral 
ou em sinais. O tradutor que irá fazer a ponte entre as duas línguas terá tempo 
hábil para finalizar a tradução, assim sendo, o profissional poderá pesquisar 
livros, dicionários, internet e até mesmo outros profissionais para que o texto 
saia adequadamente.
Interpretação
A interpretação é a ação que estabelece a transição comunicativa de 
um idioma para outro, seja ela: língua oral para outra língua oral, língua oral / 
língua de sinais, língua de sinais / língua oral ou até mesmo língua de sinais / 
língua de sinais de outro país. Na interpretação não há tempo para pesquisa, o 
profissional que faz esta mudança de idiomas deverá estar seguro e ser fluente 
nas duas línguas e ainda deverá manter o mesmo tipo de interpretação do início 
ao fim da fala. Há três tipos de interpretação: a simultânea, a intermitente e a 
consecutiva.
Interpretação Simultânea
Interpretação simultânea é a transposição que acontece simultanea-
mente à fala da língua fonte, ou seja, sucede ao mesmo tempo. O intérprete ouve 
ou vê a informação da língua fonte, processa a informação e, posteriormente, 
faz a passagem para a língua alvo. Neste caso, o intérprete utiliza o lag-time, que 
é o intervalo entre a recepção da língua e o processamento até repassar para a 
língua alvo. Este processo leva de 4 segundos a um minuto e meio, dependendo 
do profissional e da complexidade do texto.
Interpretação Intermitente
Já a interpretação intermitente é o processo de interpretação feita blo-
co por bloco, ou seja, o enunciador passa sua ciência em trechos enquanto o 
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intérprete processa a informação, faz a interpretação e, logo após, o enunciador 
entra novamente com sua oração e assim sucessivamente. Um sempre espera o 
outro para completar a informação.
Interpretação Consecutiva
A interpreteação consecutiva é a forma interpretativa mais utilizada 
para textos ou informações sucintas (breves), ou seja, a passagem para a língua 
alvo acontece somente após a conclusão do enunciador da língua fonte, sem a 
necessidade de ser uma comunicação completa ou detalhada.
Surdos ou deficientes?
“Sinal de surdo” 
Até o fim dos anos 90, a nomenclatura “deficiente au-
ditivo” ou “DA” era muito utilizada e referenciada por 
todos aqui no Brasil, ganhando posteriormente outras 
terminologias até chegar a “Surdo”. O uso da expres-
são deficiente auditivo já foi muito criticado, refletindo 
uma visão preconceituosa. Nela, o surdo é visto como 
portador de uma enfermidade localizada que precisa 
ser tratada, para que seus efeitos sejam sobrepujados. 
Já os profissionais ligados às áreas médicas científicas 
têm ainda utilizado largamente este termo "Deficiente Auditivo (DA)". 
Todas as investigações atuais têm chamado a atenção para a adequação 
do emprego do termo “Surdo”. Expressão esta optada pelos próprios surdos e 
comunidades surdas do Brasil. 
É muito importante considerar que o surdo difere do ouvinte, não ape-
nas pela ausência da audição, mas porque desenvolve uma percepção vibratória 
muito elevada e principalmente pelas potencialidades psicoculturais próprias. 
No plano pessoal, a decisão quanto a usar o termo “pessoa com defi-
ciência auditiva” ou os termos “pessoa com surdez” e ”surda”, fica por conta 
de cada pessoa. Geralmente, pessoas com surdez leve, moderada ou acentuada 
referem-se a si mesmas como tendo uma deficiência auditiva. Já as que têm sur-
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dez severa, profunda ou anacusia2 preferem ser consideradas surdas, mas não 
há nada especificamente condizendo ou detalhando quem é surdo ou quem é 
deficiente, o que realmente deverá acontecer é o respeito e condito em apontá-
-los como surdos. 
Surdo ou mudo?
Surdo - mudo, provavelmente, é a mais antiga e incorreta designação 
atribuída aos surdos. O fato de uma pessoa ser surda não significa que ela seja 
muda. Pessoas surdas que não desenvolveram a fala, provavelmente não tive-
ram condições terapêuticas de aprenderam a falar com profissionais responsá-
veis pela dicção e expansão oral. Hoje em dia, muitos fazem a leitura labial, e 
podem emitir diversos sons com a boca como rir, chamar etc., afinal, os surdos 
não são mudos.
Quanto à pessoa surda:
Como mencionaremos sobre estas pessoas? 
Surdo, Deficiente auditivo, D.A. , Mudo ou Surdo-mudo ?
E quanto aos termos Linguagem de Sinais e Língua de Sinais? Qual é a corre-
ta quando falamos sobre Libras?
Você acabou de conhecer as diversas terminologias e conceitos relacio-
nados aos surdos e sua língua materna. Já no próximo conteúdo, conhecerá a 
história dos surdos desde os tempos antigos até o dia de hoje.
2 Anacusia consiste na perda auditiva devido ao fator idade.
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No Ambiente Virtual de Aprendizagem você encontrará uma atividade rela-
cionada aos tipos de interpretação. Não deixe de ativar este interativo. Certa-
mente será muito útil em sua formação.
Neste mesmo ambiente, você encontrará um vídeo no qual poderá perceber 
melhor a diferença entre surdo e deficiente, fato tão discutido hoje em dia. 
Não deixe de assistir.
Uma boa indicação de filme para este capítulo é Mr. Holland “Adorável pro-
fessor” em que um professor vem a ter um filho surdo e se dedica a dar toda 
sua atenção, deixando de lado um grande sonho.
MR. Holland “Adorável professor”. Direção de Stephen Herek. Estados 
Unidos:Buena Vista Picture, 1995. 140 min., color. legendado. 
1.2 Fundamentos históricos e culturais da língua 
brasileira de sinais
A Língua de Sinais não é universal e cada país possui a sua própria 
língua, que sofre as influências culturais. A nossa Língua Brasileira de Sinais 
(Libras) é originada pela influência francesa.
Como qualquer outra língua, ela também possui expressões que dife-
rem de região para região (os regionalismos), o que a legitima ainda mais como 
língua.
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Fundamentos históricos
Como todo povo há sua história, os surdos não poderiam ficar de fora. 
Mas, infelizmente, as vidas das pessoas que não escutavam eram totalmente 
sombrias, pois, historiadores trazem relatos que, em sua maioria, eram pessoas 
amaldiçoadas e assim sacrificadas.
Ao longo dos tempos os surdos tiveram que correr atrás de seus direi-
tos e sua identidade até firmarem a estaca do reconhecimento de sua língua e 
cultura próprias.
Até a Idade Média 
De acordo com o site da AMPID, na maioria das regiões do mundo, os 
surdos eram sacrificados por entenderem que eram pessoas amaldiçoadas devi-
da sua falta de linguagem e comunicação.
No Egito
Os Surdos eram considerados deuses e a população egípcia os respeita-
va, pois serviam como intercessores aos faraós.
China
Os chineses lançavam os surdos em alto mar para não deixar marcas ou 
chances de se reproduzirem.
Gália
Os gauleses sacrificavam os surdos para o deus Teutates a fim de rece-
ber bens.
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Esparta
Os surdos eram atirados do alto dos rochedos para não terem como 
sobreviver. Historiadores dizem ainda que, após o choque ao chão, os surdos 
eram lançados às águias e aos leões famintos a fim de não haver chances de 
sobreviver.
Grécia
Por não possuírem uma linguagem, os surdos eram vistos como pesso-
as sem condições de raciocinar, tachados como criaturas incapazes de realizar 
qualquer atividade, chegando ao holocausto por desamparo ou arremetidos em 
abismo. 
Os Romanos
Influenciados pelo povo grego, tinham ideias semelhantes acerca dos 
surdos, vendo-os como seres imperfeitos, sem direito a pertencer à sociedade. 
Era comum lançar as crianças surdas (especialmente as pobres) ao rio Tigre. 
Isso era feito pelos próprios pais.
Turquia
Em Constantinopla (hoje Istambul), os surdos realizavam algumas ta-
refas, tais como o serviço de corte, como pajens das mulheres, ou como bobos, 
para entretenimento do sultão.
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Igreja Católica
A igreja católica, através de Santo Agostinho, colocava aos seus segui-
dores que a surdez de um filho era um castigo aos pais devido a algum pecado 
realizado por eles. Assim, os pais trancafiavam seus filhos surdos em casa para 
não apresentarem à sociedade e se resguardarem de algum comentário.
EVANGELHO – Jo 9, 1-41 Apud AMPID
Naquele tempo, Jesus encontrou no seu caminho um cego de nas-
cença. Os discípulos perguntaram-Lhe: “Mestre, quem é que pecou para ele 
nascer cego? Ele ou os seus pais?” Jesus respondeu-lhes: “Isso não tem nada 
que ver com os pecados dele ou dos pais; mas aconteceu assim para se mani-
festarem nele as obras de Deus”. [...]
Curiosidade
A primeira pessoa a ensinar um surdo a falar que se tem registro foi 
John Beverley, em 700 d.C., 
Fim da Idade Média e início do Renascimento
Época onde a surdez passou a ser analisada mais detalhadamente por 
juntas médicas e científicas.
Idade Moderna 
Distinguiu, pela primeira vez, surdez de mudez. A expressão surdo-
mudo deixou de ser a cognome do Surdo.
França
Primeiro país a fundar uma instituição de ensino direcionada somente 
à surdos: o “Instituto Nacional de Surdos-Mudos” (1712 – Paris)
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O surdo foi reconhecido como ser humano e a partir deste momento 
entendera que ensinar ao surdo a falar seria perda de tempo, que o ensino prin-
cipal deveria ser a língua gestual. Jean Massieu: um dos primeiros professores 
de surdos do mundo.
Idade Contemporânea até os dias de hoje
Estados Unidos
O norte americano Gallaudet, foi quem deu o início à educação de sur-
dos nos Estados Unidos. Estabeleceu a ASL (Língua de Sinais Americana) como 
língua das pessoas com surdez. A instituição Galleudet é uma referência em 
educação de surdos, onde atende este grupo de pessoas a partir do nascimento 
até à universidade.
Alemanha
Destaque de superação, Hellen Keller ficou cega e surda logo aos 19 
meses de idade. Teve como referência pessoal a professora Anne Sullivan, que a 
ensinou a ler e a escrever. Hellen virou escritora e conferencista e ainda descre-
veu que “a surdez é o mais infortune dos sentidos humanos”.
 
Itália
Em 1880, aconteceu o Congresso de Milão, que deixou confusa a histó-
ria dos surdos. Um grupo de ouvintes tomou a decisão de excluir a língua gestu-
al do ensino de surdos, substituindo-a pelo oralismo. A partir deste momento, 
a oralização e a leitura labial foram os métodos mais utilizados na educação dos 
surdos entre os séculos XIX e XX, quase abominado de toda Europa.
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Brasil
O Brasil só passou a ter uma referência no ensino de 
surdos a partir do momento em que o francês Hernest 
Huet chegou por intermédio de D. Pedro II para ga-
rantir o ensino ideal aos surdos brasileiros. Logo fun-
daram a primeira escola de surdos: a “Imperial Ins-
tituto de Surdos – Mudos”, atualmente o “Instituto 
Nacional de Educação de Surdos” (INES) situada no 
Rio de Janeiro.
Desde o século XIX, as escolas tradicionais existen-
tes no método oral mudaram de filosofia e, até hoje, 
boa parte delas vêm adotando a comunicação total. 
Comunicação Total: Expõe a criança à língua oral acompanhada simultane-
amente da língua de Sinais, da escrita e de quaisquer outros meios que se 
considerem importantes para o seu desenvolvimento. “O importante é comu-
nicar, independente do modo”.
Em 1988, realizou-se o I Encontro Nacional de Intérpretes de Língua 
Brasileira de Sinais, organizado pela FENEIS. Foi a primeira vez que houve um 
intercâmbio entre Intérpretes do Brasil e a avaliação sobre ética do profissional 
Intérprete.
Você deve lembrar sempre que a Libras não é universal e sim nacional, 
e ainda contém seus regionalismos.
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Somente em 24 de abril de 2002 foi reconhecida a Língua Brasileira de 
Sinais como língua oficial das comunidades surdas no Brasil através da Lei nº 
10436. Este foi o primeiro e grande passo para o reconhecimento e formação do 
profissional Intérprete de Libras.
A língua de sinais teve um desenvolvimento muito grande até os dias de hoje 
apesar do pouco tempo de legalização.
Como você tem discernido a Língua de Sinais para seu crescimento pessoal?
Em sua comunidade, trabalho ou bairro há surdos? Tente conversar com 
eles, a prática é a melhor maneira de aprender a Língua Sinalizada.
Como os surdos têm sido vistos e, consequentemente, tratados na sociedade 
brasileira?
Aparelhos auditivos
Em 1898, os aparelhos usados eram cornetas ou tubos acústicos e so-
mente em 1948 surgiram aparelhos com pilhas incorporadas e em 1953 come-
çou a ser usado o transistor em próteses.
Os primeiros implantes “cocleares” ocorreram em 1970. Cirurgia deli-
cada que, de início, gerou muita discussão em relação ao surdo e à reabilitação 
da audição, pois, quem fizesse este implante deveria se sujeitar a não pular, 
nadar e outras atividades comuns de criança. Hoje, esta cirurgia está disponível 
pelo SUS, porém, há uma grande fila de espera. 
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Cultura surda e sua identidade
Ao longo dos séculos os surdos foram formando uma cultura própria 
centrada principalmente em sua forma de comunicação. Hoje, no Brasil, encon-
tramos em todos os grandes polos Associações de Surdos, ondeeles se reúnem 
e convivem socialmente.
Os surdos têm uma cultura e característica própria, são utilizadores de 
uma comunicação espaço-visual, ou seja, comunicam-se através da visão e de 
sinais explorados no espaço.
O processo de busca por uma identidade de uma pessoa com surdez 
pode ser afetado desde o seu processo de aprendizagem, pois, é o período em 
que os pais descobrem a surdez.
O condicionamento do surdo junto à sociedade tem se tornado cada 
vez mais comum, porém, muitos ainda têm o olhar de “deficiente” quando re-
lacionados a certas ocasiões como profissões, atividades escolares e até mesmo 
posições afetivas dentro de um lar onde os pais os superprotegem com medo 
das afrontas e até mesmo dos preconceitos que seu filho surdo venha receber. 
Outros encaram a Língua de Sinais como primitiva, ou inferior, à língua falada. 
Não é de admirar que, com tal ignorância, alguns surdos se sintam oprimidos e 
incompreendidos.
Todos sentem a necessidade de ser entendidos. A comunicação e a in-
teração são essenciais para qualquer ser humano. Por estarmos em um país com 
uma vasta cultura trazida de décadas passadas influenciados por ouvintes, os 
surdos acabam se auto ofuscando as verdadeiras habilidades característicos que 
este grupo têm em contraste. A comunicação fluente entre surdos existe, fal-
tando desenvolver sua própria autoestima que busque novos ares acadêmicos, 
sociais e profissionais, pois, historicamente e culturalmente já há uma grande 
registro e conhecimento. Hoje ainda há certa desconfiança dos surdos em re-
lação aos ouvintes. Isso se dá desde o “Congresso de Milão”, onde os ouvintes 
respondiam pelos surdos.
O contato com o surdo sinalizado é exclusivamente através da visão, o 
contrário de uma pessoa ouvinte, que utiliza a modalidade oral-auditiva para se 
comunicar.
Agora lhe faço uma pergunta: Se você tivesse que chamar um surdo e 
este está de costas para você, o que você faria?
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Não adianta gritarmos ou chamá-los pelo nome. Seria em vão, pois, 
como sabemos o surdo não ouve. Assim, o mais correto é tocá-lo ou fazer um 
movimento com o braço onde ocorreria uma sobra e se caso estivesse um pouco 
mais distante, o melhor procedimento é pedir que outra pessoa o indicasse.
Dependendo da situação, em termos de distância e local físico, pode-se 
dar umas pisadas com uma certa força no chão ou fazer piscar a luz do ambien-
te. Esses e outros métodos apropriados para captar a atenção dão reconheci-
mento à experiência dos surdos e fazem parte de sua cultura. 
Quando dirigir-se ao surdo, nunca use os termos: Deficiente Auditivo, D.A., 
Surdo-mudo, Surdinho e Mudinho. Estes termos NÃO são corretos.
Esta oportunidade que tens através desta leitura, certamente não ficará 
mais confusa assim que encontrar ou atender um surdo. O que poderia ser “di-
ferente” no tratamento será uma ótima oportunidade de aproximação e contato 
direto com ele. Não se exime em interagir. No momento em que o surdo percebe 
sua intenção e que você conhece o mínimo da Libras, ele irá lhe ajudar na comu-
nicação, tornando-a fácil e prazerosa. 
A visão crítica às vezes pode ser confundida com a visão do conheci-
mento e tratar um surdo como se não houvesse nada de diferente estaríamos 
ignorando sua característica pessoal, se é um fato, existe, devemos tentar ao 
máximo comunicar através das mãos.
Por causa da surdez, é evidente que o surdo venha a ter dificuldades 
para desempenhar algumas atividades. Mas, por outro lado, poderá ter uma 
extraordinária habilidade para fazer outras coisas como por exemplo: promover 
diversas prestezas em relação à arte que os ouvintes normalmente têm dificul-
dades.
A maioria das pessoas com surdez não se importa de responder per-
guntas a respeito da sua característica ou sobre como realiza algumas tarefas. 
Quando alguém deseja alguma informação de uma pessoa surda, o correto seria 
dirigir-se diretamente a ela, e não a seus acompanhantes ou Intérpretes. 
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Para os ouvintes, o tom da voz é um diferencial e um fator determinante 
quando expressa sentimentos ou expansão de raiva e alegria. Já para os surdos, 
esta possibilidade não se tornaria enérgica, mas se a gradação da voz for bem 
substituída pela expressão corporal e facial, terá a mesma significação e eficácia.
No Brasil, há uma lei que resguarda o direito igualitário e acessibilida-
de (nº 10.098), assim, devemos lembrar que os ouvintes não são diferentes dos 
surdos, eles têm os mesmos direitos. Devemos propor aos surdos uma comuni-
cação real e um tratamento que os levam ao mesmo objetivo dos ouvintes.
Dentro da comunidade surda, existem três tipos de surdos: surdos si-
nalizadores, surdos oralizadores e surdos bimodais.
De acordo com o censo demográfico de 2000 realizado pelo IBGE, no Bra-
sil, existem aproximadamente 5,7 milhões de surdos dos quais quase 777 
mil estão em idade de escolarização e apenas 70 mil estão nas escolas se-
gundo Inep.
E de acordo com um levantamento acadêmico que acompanho e oriento 
em Sergipe, mais de 90% dos surdos estão irregulares nas escolas em re-
lação à idade/série escolar.
Surdos sinalizadores 
São os surdos que utilizam única e exclusivamente a modalidade qui-
roarticulatória-visual (Libras) como meio de comunicação. Quando houver a 
comunicação com este tipo de surdo, a pessoa deverá ficar em lugar iluminado, 
evitando também ficar contra a luz (de uma 
janela, ou refletor, por exemplo), assim, pode 
dificultar a visão das mãos. Quando o surdo 
não oralizado estiver acompanhado de um 
Intérprete, dirigir-se sempre a ele (ao surdo), 
não ao intérprete. 
Sinal de “AMIGO” 
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Caso necessário, comunique-se com o surdo através de bilhetes. O importan-
te é comunicar, independente do método.
Surdos oralizados 
São os surdos que comunicam apenas pela oralização, ou seja, pela lei-
tura labial e fala. Estes surdos desenvolveram sua técnica vocal através da ajuda 
de profissionais que abordam a saúde vocal. Com os surdos, devemos falar de 
maneira clara, pronunciando bem as palavras, sem exageros nas articulações da 
boca, usando a velocidade normal, a não ser que ela peça para falar mais deva-
gar. Falar diretamente com a pessoa surda e de frente para ela. Fazer com que a 
boca esteja bem visível. Qualquer objeto e até mesmo se a mão estiver próxima 
à boca, tornará dificultoso a leitura labial.
Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças sutis de tom de 
voz, que indicam sentimentos ou expressões de agressividade ou mansas, as 
expressões faciais, gestos ou sinais e o movimento do corpo são excelentes in-
dicações do que se quer dizer ou destacar. Concluindo, no fim de uma conversa 
com um surdo você terá um feedback positivo ou negativo que é o retorno visual 
se ele compreendeu ou não.
Não necessita gritar com um surdo oralizado, ele vai ler os lábios e não lhe 
ouvir.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 34 
Surdos bimodais 
São os surdos que utilizam a comunicação 
através da sinalização e oralização concomitante-
mente como recurso e auxílio para o entendimento. 
Ele sinaliza e oraliza no mesmo instante, ou seja, é 
o uso de duas línguas distintas ao mesmo tempo. E 
é diferente do Bilinguismo, que é o conhecimento e 
o domínio de dois idiomas diferentes.
Você deve lembrar sempre que a Libras não é universal e sim nacional e, ain-
da contém seus regionalismos.
No exemplo ao lado veja o sinal de 
“CASA” + o uso da oralização de “CASA”. 
Isso é bimodalismo.
Para o próximo conteúdo, você co-
nhecerá todos os aspectos biológicos da audi-
ção, como: aparelho auditivo, causas da surdez, 
diagnósticos, entre outros.
No Ambiente Virtual de Aprendizagem você encontrará situações pro-
blemas nas Rotas de Consolidação de Aprendizagem (RCA) que nos auxiliará 
com as condições históricas dos surdos que até hojeos aflinge.
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Vale a pena conhecer a história de Helen Keller desde sua infância. Mulher 
que ficou cega e surda ainda quando criança e conseguiu ser alfabetizada e 
ainda virou escritora e conferencista. 
Para conhecer melhor, veja através dos vídeos em historinha em qualquer 
site de procura e digite “Helen keller PT parte 1” e “Helen keller PT parte 2” 
ou então copie estes links em seu navegador.
Helen Keller Pt Parte 1. Disponível em: < http://www.youtube.com/
watch?v=hs_c0EEHrGg >. Acesso em: 29 mar. 2012.
Helen Keller Pt Parte 2. Disponível em: < http://www.youtube.com/wat
ch?v=GpvQnqWHH6g&feature=related>. Acesso em: 29 mar. 2012.
1.3 Aspectos biológicos e suas definições
Antes de conhecer as verdadeiras patologias3 da surdez, é importante 
buscar e compreender as funções básicas da audição, sentido esse que controla 
a linguagem e a fala.
Localização e identificação
Estabelece de onde vem a direção e a fonte sonora. Quando queremos 
fazer um teste ou até mesmo um exame clínico em uma criança para saber se há 
algum problema de audição, basta chamá-la, se ela não responder ou não voltar 
para onde vem a voz pode ser um sinal de surdez. Para intensificar a certeza faça 
um barulho mais intenso como bater panelas por trás da criança, caso ela não 
se assuste ou não vire procurando de onde vem o som, deve-se procurar com 
urgência um médico especialista (Otorrinolaringologista).
3 Estudo das doenças
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Alerta
Esta possibilita atentar os estímulos de curiosidade e periculosidade 
que nos rodeia como, por exemplo, uma moto em nossa direção.
Socialização
Ao nascermos, damos o início à socialização, onde adquirimos hábitos, 
habilidades paralelas e estimas de cada situação.
Para Barreto, 2012, “[...] existem etapas pelas quais o homem passa 
para se transformar em um ser cultural e social. Socialização primária são as 
funções aprendidas no seio familiar.”
Comunicação
Visto que a fala é um dos instrumentos de comunicação mais utilizados 
no mundo, sua compreensão depende de um nível de audição.
Os sons percorrem um caminho que compreende desde o meio am-
biente, passando pelo ouvido externo, médio, interno, nervo auditivo e seguin-
do até o cérebro. 
Com base no site de medicina da USP (otorrinousp.org.br), no livro 
de Sobotta (1995) e Pedroso (2006) apresenta-se a parte biológica do ouvido 
humano.
Ouvido externo
É constituído pelo pavilhão auricular(1), pelo conduto 
auditivo(2) e pela membrana timpânica(3). Estas 
estruturas são responsáveis pela captação e con-
dução dos sons. 
 
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Ouvido médio
Nele encontramos os ossículos, 
ou seja, os três menores ossos do corpo 
humano: martelo, bigorna e estribo. A 
orelha média é responsável pela trans-
formação da energia sonora em energia 
mecânica, e pela proteção da orelha in-
terna de sons muito intensos, por meio 
da contração de um músculo chamado 
estapédio. 
Ouvido interno 
Possui formato de caracol e compreende a có-
clea(1) e os canais semicirculares(2). Nestes 
canais, encontram-se as estruturas responsá-
veis pelo equilíbrio e na cóclea há o órgão de 
Corti, que transforma a energia mecânica em 
impulso nervoso. 
Do ouvido interno, o som é conduzido pelo 
nervo auditivo e demais estruturas da via audi-
tiva até chegar ao córtex cerebral. 
Para ter uma compreensão mais clara do funcionamento destes três 
ouvidos, vamos unir estas informações.
O som é captado pelo pavilhão auricular, passa pelo canal auditivo e é 
transmitido à membrana timpânica, fazendo-a vibrar. Essa vibração é transmi-
tida aos ossículos. O estribo provoca a movimentação da membrana da janela 
oval, que liga o ouvido médio ao ouvido interno. Esta movimentação provocada 
pelo estribo faz com que ocorra um deslocamento nos líquidos que se encon-
tram dentro da cóclea, estimulando o órgão de Corti, ocorrendo a transmissão 
do impulso nervoso para o nervo auditivo. A partir desta transmissão, o som 
passa por diversas estruturas, até o cortex cerebral, onde é interpretado.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 38 
Se vier a acontecer alguma lesão em algumas dessas estruturas, poderá 
haver danos na sensibilidade auditiva.
A surdez consiste em um impedimento para detectar a energia sonora 
e, com isso, há graus de perdas auditivas, quais sejam:
Perda Leve ou Ligeira (26 a 40 dB)
A palavra é ouvida, mas certos elementos fonéticos ficam complicados 
de entender. Tem, por exemplo, dificuldade em compreender uma conversa a 
uma distância superior a 3 metros. Neste grau, a surdez não provoca atraso na 
aquisição da linguagem, pode haver dificuldades de articulação e dificuldades 
em ouvir a voz em tom natural (são pessoas tidas como muito distraídas). Ne-
cessitam de ensino de leitura da fala e de estimulação da linguagem. Deve-se ob-
servar também uma posição adequada para conversar, ou seja, frente a frente.
Perda Moderada (41 a 70 dB)
Só consegue ouvir a palavra quando esta é de intensidade forte, alta.
Esta perda traz dificuldades na linguagem, tanto na escrita quanto na 
leitura. A pessoa que tem uma surdez moderada utiliza-se muito do apoio visual 
dos lábios para facilitar no entendimento. Certamente, há a necessidade de um 
acompanhamento fonoaudiológico para que seja feito o treino auditivo e esti-
mulação da linguagem.
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Pergunta-se muito “hein, o quê”? Troca palavras foneticamente seme-
lhantes como (linha/pinha, mão/não, pão/cão). 
Perda Severa (71 a 90 dB)
A pessoa que obtém a perda auditiva severa, não é capaz de entender 
uma palavra em seu tom normal. Será necessário agravar a voz. O uso do apa-
relho auditivo é indicado, nestes casos, para que facilite o entendimento. Estas 
pessoas escutarão somente sons intensos como furadeira, escapamento de moto 
ou então gritos ao pé do ouvido. 
Perda profunda (superior a 90 dB)
A audição, neste caso, está totalmente comprometida. 
Não é capaz de reagir de forma adequada aos sons ambientais, pois 
escuta somente sons graves que transmitam vibrações, como trovão, aviões, ex-
plosões, foguetes etc. 
As perdas auditivas podem ter diversas origens: congênitas, quando o 
problema ocorreu antes do nascimento ou adquiridas quando acontece no Peri 
(durante) ou pós-natal.
Para conhecer as causas da surdez, teremos como auxílio os sites (www.
abcdasaude.com.br) e (www.otorrinousp.org.br). 
Durante este capítulo, podemos conhecer a classificação da surdez e 
os tipos de surdos. Pois bem, para todo esse retrospecto, há motivos para que 
essas reduções ou perdas auditivas aconteçam e para cada uma questionamos: 
Quando? 
Causas pré-parto
As causas pré-parto são aquelas ocasionadas antes do nascimento, e a 
principal delas é a hereditariedade, que é transmitida geneticamente de geração 
em geração, particularmente quando existem casos de surdez na família a qual 
também seja por causa hereditária. Quando o pai e a mãe são surdos e a causa 
dessa surdez não é hereditária, seus filhos não serão surdos. Mas ainda há ou-
tros destaques como:
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 40 
  rubéola: vírus que é transmitido por via respiratória infectada por 
mulheres grávidas. É a principal causa congênita;
  sífilis: adquirida na relação sexual, esta bactéria pode causar várias 
consequências ao bebê, inclusive a surdez;
  toxoplasmose: parasita presente em animais domésticos, como cachor-
ro, gato etc. A gestante contamina o feto através da placenta, provocan-
do sérias complicações, principalmente nos três primeiros meses de 
gestação e pode acontecer de o bebê nascer com deficiência múltipla 
como surdez, retardo mental e visão subnormal;
  citomegalovírus: vírus herpes que predomina principalmente em 
regiões mais pobres. Dá-se por contágio principalmentepor falta 
de cuidados higiênicos. Sua contaminação pode acontecer ainda na 
gravidez ou durante sua passagem através do canal do parto;
  anomalias craniofaciais: anormalidades morfológicas do pavilhão 
auricular e do canal auditivo;
  medicamentos Oto tóxicos: a ingestão de drogas por mulheres 
grávidas leva à lesão do ouvido do bebê. Antibióticos, diuréticos e 
anti-hipertensivos. Além destas medicações, algumas outras subs-
tâncias são perigosas e estão presentes nas fórmulas de produtos 
domésticos como: monóxido de carbono, tabaco, mercúrio, álcool, 
arsênio e chumbo;
  exposição aos Raios X: A maioria dos exames de raios X com fina-
lidade diagnóstica (no dentista, por exemplo) expõe o feto a níveis 
elevados de radiação para que haja consequências negativas, por 
isso, mas, no dia do exame, não se pode deixar de mencionar uma 
grávidez, assim poderá ser melhor protegida com uma espécie de 
colete de chumbo.
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Peri parto (durante o parto)
Neste momento, a surdez é originada no momento do parto e, geral-
mente o médico aconselha que o “parto normal” seja substituído pela cesárea.
 A herpes, doença sexualmente transmissível (DST), é o que mais se 
destaca neste período. A transmissão acontece durante o nascimento e pode até 
levar o bebê à morte.
Pós parto
As causas pós-parto direcionam a surdez quando o bebê já nasceu. É 
neste período que se desenvolvem as maiores ocorrências, e podemos destacar:
  ruído ocupacional: perda auditiva induzida por ruído (PAIR), que 
é um distúrbio auditivo que afeta boa parte da população devido à 
exposição diária a sons graves e estrondos, a exemplo das músicas 
através dos fones de ouvido;
  hipóxia: diminuição da oferta de oxigênio para o feto no momento 
do nascimento;
  medicamentos Oto tóxicos: quando utilizados em múltiplas doses 
ou em combinação com diuréticos;
  ventilação mecânica: quando o bebê fica exposto por cinco dias ou mais;
  infecção por vírus ou bactérias: além da meningite, que é o maior 
causador da surdez em bebês, há outros como sarampo, caxumba 
e a otite média recorrente ou persistente por mais de três meses;
  lesões traumáticas: mais comum em traumatismos crânio-encefá-
licos;
  presbiacusia: perda auditiva gradual devido ao fator idade, ocor-
rência mais comum em pessoas com mais de 65 anos.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 42 
  amamentação4: na ingestão do leite com o bebê deitado sem qual-
quer inclinação. O leite passa pela Trompa de Eustáquio e chega ao 
ouvido médio, provocando uma otite média.
Surdez por condução
A surdez por condução, por muito das vezes há possibilidades de re-
versão, a depender de sua gravidade e o causador pode ser a própria pessoa e 
podemos citar: 
  excesso de cerúmen (cera no ouvido);
  limpeza incorreta do ouvido;
  secreção na orelha média (Otite Secretora ou Otite Serosa);
  infecções agudas ou crônicas do ouvido (Otite Média Aguda ou Crônica);
  perfuração timpânica, erosões dos ossículos;
  otosclerose ou aderências: Imobilização de um ou mais ossos do ou-
vido;
  tumores na orelha média.
Northern e Downs (1996 apud Pedroso, 2006, p. 48) uma em cada mil 
crianças nasce com surdez. Além disso, duas em mil adquirem a surdez na 
infância. No caso de as crianças possuírem fatores de risco para a surdez, essa 
proporção aumenta para uma criança em cinquenta.
4 Para evitar a surdez por este meio é muito simples. Basta não cortar o bico da mamadeira e dar 
uma pequena inclinação no bebê ao amamentar.
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Como vimos, são muitas as doenças que podem induzir a surdez em 
crianças e adultos. Percebe-se que boas incidências são através da mãe, a qual 
deve manter seus cuidados até mesmo antes da gravidez. 
Hoje, há vários diagnósticos e avaliações para um atendimento mais 
eficaz e preventivo. A detecção precoce é de fundamental importância para mi-
nimizar suas consequências.
Após o nascimento de um bebê, deve ser feito, de preferência em sua 
primeira semana de vida, o Teste do Pezinho, que é um exame de prevenção 
realizado no recém-nascido com a finalidade de detectar e prevenir o desen-
volvimento de doenças doenças graves que podem causar na criança. Hoje em 
dia, também é disponibilizado por todos os municípios brasileiros o “Teste da 
Orelhinha” em recém-nascidos, gratuitamente. Esse teste é uma (triagem au-
ditiva neonatal), é indolor e de rápido diagnóstico. 
Este sim é o primeiro exame a ser feito que possa diagnosticar a surdez 
ou um futuro problema de audição. Quando precocemente diagnosticada a sur-
dez, a criança terá maiores condições no seu desenvolvimento linguístico.
Além destes exames, vamos conhecer outros que poderão ser indicados:
  audiometria de tronco cerebral (BERA): avalia a audição periféri-
ca e a condução nervosa até o colículo inferior. É uma técnica não 
invasiva e objetiva, que pode ser aplicada em adultos e crianças de 
qualquer idade. O BERA é realizado dentro de uma cabine acústica, 
e utiliza 3 eletrodos de superfície, colocados na fronte e mastoides. 
O resultado é expresso em um audiograma, que é um gráfico que 
revela as capacidades auditivas do paciente;
  imitanciometria: neste exame, uma pequena sonda é posicionada, 
de forma indolor, na entrada do conduto auditivo do paciente. 
  timpanometria: avalia a complacência da orelha média, ou seja, a 
condutância sonora das estruturas das orelhas externa e média.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 44 
  reflexo estapédico: avalia a integridade do arco reflexo estapediano 
e, por consequência, de forma indireta, as estruturas das orelhas mé-
dia e interna, nervo auditivo e tronco cerebral. É de extrema utilida-
de para o diagnóstico das otites catarrais crônicas em crianças.
As classificações da surdez dependem da lesão no ouvido e de acordo 
com seu período ou época em que ocorreu a perda da audição.
Se você perceber alguém que troca de letras na fala e na escrita, com dificul-
dade de aprendizado, desatento, sem amizades e estão sempre isolados, isto 
pode ser um indicativo de um problema na audição. Encaminhe-o para um 
especialista em otorrinolaringologia.
Tipos de surdez
Surdez Pré Verbal
São os surdos que nasceram ou perderam a audição antes mesmo de 
desenvolverem a fala e a linguagem.
Surdez Pós Verbal
São aqueles que perderam a audição após o desenvolvimento da lin-
guagem, ou seja, aprenderam a falar e entender outra língua oral antes de ficar 
surdo.
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Surdo-cegueira
Independente do tipo de surdez, o essencial é que o surdo aprenda a Libras, 
pois, será o melhor meio de comunicação e interação.
Surdo-Cegueira
É uma deficiência múltipla que apresenta a perda da audição e da visão 
simultaneamente, impossibilitando o uso dos sentidos, criando necessidades 
especiais de comunicação e causa extrema dificuldade na conquista de metas 
educacionais, vocacionais e sociais.
Algumas pessoas surdas-cegueira são retraídas e isoladas, pois se de-
param com a dificuldade de se comunicar, não apresentam curiosidade, nor-
malmente apresentam problemas de saúde que acarretam sérios atrasos no de-
senvolvimento, não gostam do toque das pessoas, não conseguem se relacionar 
com as pessoas e encontram dificuldade na habilidade com a alimentação e com 
a rotina do sono, têm problemas de disciplina, atrasos no desenvolvimento so-
cial, emocional e cognitivo e, o mais importante, desenvolvem estilo único de 
aprendizagem. (HONORA, s/d, p. 122).
Nesta foto ao lado representa o ato 
de comunicar com uma pessoa sur-
do-cegueira. A utilização da Libras 
é indispensável, também é necessá-
rio o uso do tato sobre as mãos, que 
acompanhará toda movimentação 
dos sinais.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 46 
HONORA (s/d, 25-35), em diversos momentosapresenta algumas in-
formações quanto a surdo-cegueira:
Classificação:
  surdo cegueira total;
  surdez profunda com resíduo visual;
  surdez moderada ou leve com cegueira;
  surdez moderada com resíduo visual;
  perdas leves, tanto auditivas quanto visuais.
Tipos:
  cegueira congênita e surdez adquirida;
  cegueira e surdez adquirida;
  surdez congênita e cegueira adquirida;
  baixa visão com surdez congênita ou adquirida;
  cegueira e surdez congênita.
Causas:
Alguns problemas e doenças podem causar surdo cegueira, como:
  icterícia; 
  prematuridade;
  sífilis congênita;
  meningite;
  síndrome de West;
  anóxia;
  fator RH negativo;
  glaucoma;
  síndrome de Usher;
  toxoplasmose;
  consanguinidade.
Fatores de risco:
  epidemias de doenças como rubéola, sarampo, meningite;
  doenças venéreas;
  infecções hospitalares;
  gravidez de risco;
  Falta de saneamento básico.
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Diante de tantas situações que podem provocar a surdez, às vezes afirmamos: 
É muito difícil nascer ouvinte! São muitas as doenças que podem gerar esta 
carência sensorial e mesmo assim é possível prevenir para evitar a surdez e 
até mesmo amenizar os problemas de desenvolvimento linguístico, familia-
res, comunicativos e sociais.
Como podemos contribuir para que a prevenção da surdez seja eficaz e como 
cooperar para que o surdo não tenha atraso cognitivo?
No próximo capítulo, iremos abordar o início da prática desta língua 
visual. Lembre-se: Você deverá acompanhar com as mãos para facilitar o apren-
dizado.
No Ambiente Virtual de Aprendizagem você encontrará um vídeo feito espe-
cialmente para você mostrando detalhadamente todo o percurso que o som 
faz dentro do ouvido e ainda pode entender um pouco mais no pod cast dis-
ponível deste conteúdo.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 48 
Doenças do ouvido. [online] Disponível em: <HTTP://abcdasaude.com.
br>. Acesso em: 29 mar. 2012.
MEDICINA USP. O ouvido. Disponível em: <HTTP://otorrinousp.org.br>. 
Acesso em: 29 mar. 2012.
Nestes dois sites, você poderá rever detalhadamente todas as particularida-
des do ouvido humano. 
1.4 Iniciação à língua
Neste conteúdo, iniciaremos os conceitos práticos da Língua de Sinais 
propriamente dita, necessitando de sua intensa leitura e movimentação manual 
sobre as informações aqui expostas.
Alfabeto Manual
O alfabeto manual é determinado por diversos formatos das mãos, que 
representam as letras do alfabeto em português. Ele é um recurso da Língua Bra-
sileira de Sinais e não a língua por completo. Assim, tem função específica nos 
contextos e não tem a papel em bancar toda uma conversa ou interpretação. Em 
geral, é um grande erro comparar o alfabeto manual com a Língua de Sinais. 
Este recurso é muito utilizado para explorar nomes próprios, palavras 
científicas, lugares ou elementos que ainda não têm sinal. Utilizar este meio sig-
nifica que estaremos soletrando as palavras através do alfabeto manual, a qual 
também chamamos de DATILOLOGIA.
Você verá em algumas bibliografias e vídeos pela internet e até mesmo 
no uso por Intérpretes e surdos o “empurro das palavras” que é um “tapinha no 
ar” como se estivesse passando a linha de baixo através da antiga máquina de 
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escrever. Este tal tapinha servia para separar vocábulos, mas este método não 
se usa mais.
Quando houver necessidade de fazer a datilologia de palavras compos-
tas ou de duas ou mais palavras seguidas, entre uma palavra e outra, dê uma 
pequena pausa (conte mentalmente até dois) e faça a palavra seguinte. 
Inicialmente, logo quando se aprende o alfabeto, as pessoas costumam 
lançar a mão configurada na letra do alfabeto para frente, esta atitude não é cor-
reta, uma vez que a datilologia deverá ser feita a frente do tronco ou do ombro, 
com a mão parada e a modificação da estrutura (configuração) da mão deverá 
ser feita sutilmente e sem pressa, muito das vezes a velocidade faz com que as 
pessoas não compreendam as palavras e, também, velocidade não é resultado 
de sabedoria ou alto conhecimento.
Alfabeto Manual não é tudo na Libras, ele é apenas um recurso da lín-
gua que facilitará a comunicação. Podemos compará-la com a soletração de uma 
palavra em português e a utilizamos para explorar nomes próprios ou palavras 
que ainda não têm sinais.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 50 
Vamos conhecer o Alfabeto Manual?
A B C Ç
A B C Ç
D E F G
D E F G
H I J K
H I J K
L M N O
L M N O
P Q R S
P Q R S
T U V X
T U V X
Y W Z
Y W Z
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Para desenvolver com mais agilidade o alfabeto manual, pegue um livro e 
acompanhe o texto com as mãos. Você deverá fazer a datilologia de todas as 
palavras. Faça de forma clara e sem pressa. Rapidez nas mãos não é prova de 
conhecimento. As configurações bem feitas em suas mãos valem mais que a 
agilidade.
Além do alfabeto manual, existe o alfabeto em sinais que é realizados pelo 
pés. Este alfabeto é destinado às pessoas com surdez que não possuem os 
membros superiores ou que não tenham mobilidade nas mãos. Para conhe-
cer este recurso, acesse o blog “Nosso mundo / alfabeto com os pés”.
A acentuação não é muito utilizada ao fazer a datilologia das palavras 
em um contexto interpretativo e até mesmo em diálogos informais, porém, não 
se deve deixar de lado na alfabetização, pois, é um meio de conhecer as palavras 
e suas acentuações.
Os sinais de cada acentuação são bem representativos e destacáveis. 
Para cada letra, a acentuação deverá ser feito logo após a datilologia da letra 
com acentuação.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 52 
Conheça o movimento certo para sinalizar as acentuações: 
´ ` ^ ~
Veja o exemplo de como ficaria uma palavra
B R A ´ S
Percebe-se que após a letra “A” vem a acentuação aguda para formar o 
nome “BRÁS”.
Você acha que apenas com o alfabeto manual nas mãos é o suficiente para 
atingirmos a comunicação ideal para com os surdos?
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Números
Os números em Libras têm certa especificidade entre as formas de 
construir. É importante atentar-se aos seus formatos, eles são importantes e 
farão diferenças em seu aprendizado, principalmente se você pretende ser um 
Intérprete de Libras.
A articulação dos números através das mãos é representada em situa-
ções ou contextos referentes à: horas, idade, dinheiro, número do manequim e 
calçados, número da casa, número da sala de aula, explicativos, classificadores, 
ordem de chegada, etc.
Assim são eles:
1 2 3 4
1 2 3 4
5 6 7 8
5 6 7 8
9 0
9 0
 
Quando necessário contar os números com mais de uma casa decimal, 
você fará os números na ordem repetindo-os em sinais e nunca utilize as duas 
mãos como se cada uma representasse um número.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 54 
123 36
 
Forma correta Forma errada
Outra forma de expressar os números é através dos “numerais”. 
Veja como é feita a datilologia destes numerais:
 
Este números são utilizados exclusivamente em contextos relaciona-
dos a quantidades como, por exemplo: 2 lápis, 5 livros, 1 casa, 3 amigos etc.
Esta maneira de perpetrar é mais utilizada em interpretações.
No próximo Tema, faremos uma abordagem sobre a gramática da 
Libras com todas as suas características e exemplos para facilitar o conhecimento.
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5 6 7 8 9
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No Ambiente Virtual de Aprendizagem você poderá desenvolver o alfabeto 
manual e os números através dos conteúdos interativos. Não perca a opor-
tunidade de explorar o AVA, ele é feito para que você tenha o máximo de 
aproveitamento.
Para um conhecimento geral da Língua Brasileira de Sinais, é importante co-
nhecere até obter o livro de: 
CAPOVILLA, Fernando Cesar; RAPHAEL, Walkiria Duarte. Dicionário 
enciclopédico ilustrado trilingue: e língua brasileira de sinais por-
tuguês/inglês/libras. 3. ed. São Paulo: EDUSP, 2006.
Neste livro, você encontra toda parte inicial da Libras, como também teorias 
e sinais, além de servir como dicionário trilíngue: Português / Libras / Inglês.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 56 
Diante de tantas informações e curiosidades buscadas para atender o pro-
cesso de aquisição de conhecimento, comunicação e atendimento às pessoas 
com surdez, podemos perceber que a Língua Brasileira de Sinais vem, histo-
ricamente, ganhando seu espaço junto à comunidade brasileira obtendo suas 
nomenclaturas atualizadas a favor de conceitos e de uma nova ideologia vol-
tada aos surdos. A anatomia do ouvido e suas patologias são inegavelmentes 
necessários para nosso conhecimento, pois, trazem respostas importantes 
para o desenvolvimento e aprendizado das pessoas com surdez, além de au-
xiliar na prevenção e detecção da surdez. Observa-se que estamos iniciando 
a prática para nos comunicar com os surdos e, é através do alfabeto manual e 
dos números que podemos inicialmente estimular um contato com a língua. 
É importante que esta iniciação seja plena para podermos prosseguir nos es-
tudos linguísticos da Língua Brasileira de Sinais.
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01
02
Através da Libras é possível fazer a interpretação para outra língua por três 
técnicas diferentes. Quais são elas e como são suas diferenças?
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
Quais as diferenças entre um surdo sinalizador e surdo oralizador?
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
03
04
05
Quais são as principais patologias que ocasionam a surdez nos períodos pré, 
peri e pós-natal.
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
Em que momento utilizamos o "Alfabeto Manual"?
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
Qual o significado da sigla Libras?
Língua Brasileira dos surdos-mudos.
Linguagem dos Surdos Brasileiros.
Linguagem Brasileira dos Surdos.
Língua Brasileira de Sinais.
Linguagem dos Surdos-mudos Brasileiros.
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Verifique no AVA as respostas do exercício.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 58 
06
07
Marque a resposta INCORRETA em relação à Libras.
a) É a língua materna dos surdos brasileiros, assim como, o Português é dos 
ouvintes.
b) A maior diferença em Libras e português é que a primeira 'fala-se com as 
mãos' e com o corpo e a segunda 'fala-se com a boca'.
c) O maior usuário da Libras são os surdos.
d) A Libras é totalmente sinalizada e utiliza as mãos como seu maior instru-
mento de comunicação.
e) Classificadores na Libras é um ato de soletrar as palavras através do alfa-
beto manual quando necessário.
Em qual ano a Libras foi reconhecida como língua oficial no Brasil?
a) 1885
 1985
c) 2001
 2002
c) 2012
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Verifique no AVA as respostas do exercício.
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09
10
Qual é a melhor forma de chamar um surdo quando ele se encontra distan-
te de ti, porém, no mesmo ambiente?
Piscando a luz do local.
Gritando o máximo possível.
Batendo palmas.
Ligando para o celular dele.
Jogando uma bolinha de papel.
Uma criança de 10 anos teve uma grande infecção no ouvido (otite), e a 
partir deste momento ele tornou-se surdo. Esta surdez foi uma surdez...
Pré-parto.
Peri-parto.
Pós-parto.
Ainda não determinada.
Pré-parto com complicações Peri-parto.
O que se entende por Presbiacusia?
Doença hereditária em que a pessoa nasce sem o tímpano.
Perda da audição devido ao fator idade.
Nome da doença ocasionada pela DST “sífilis”.
Traumas dos distúrbios metabólicos.
Peso no nascimento inferior a 1,3 quilos.
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Verifique no AVA as respostas do exercício.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 60 
11
07
Diante das palavras em Libras, assinale a opção em que as palavras este-
jam em português sequencialmente.
Rato; Prata; Pata; pato; 
Carro; caro; Viajar; vigiar.
a) Rota; prato; pata; pato; carro; caro; viajar; vigiar.
b) Rato; prato; pato; pata; caro; carro; viajar; vigiar.
c) Rota; prata; pata; pato; carro; caro; vigiar; viajar.
d) Rato; prata; pata; pato; carro; caro; viajar; vigiar.
e) Rata; prato; pato; pata; caro; carro; viajar; vigiar.
Diante dos dados na tabela, assinale a opção que traga os mesmos dados 
CORRETAMENTE e sem erro ortográfico.
Edvania 6 anos 9 amigos
Edvamia 6 
anos
6 
amiqos
Edvania 6 
anos
9 
amigos
Egvania 6 
anos
9 
amigos
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Verifique no AVA as respostas do exercício.
61 
Edvania 9 
anos
6 
amiqos
Edvani5 6 
anos
9 
amigos
No AVA você encontrará todas as respostas do exercício.
d
e
Tema
Neste tema, vamos estudar o que é a 
disciplina de Metodologia Científica e por que 
ela é importante para a sua formação acadêmica 
e profissional. Como estamos no início dos conte-
údos da disciplina, estudaremos também técnicas 
e procedimentos para organização dos estudos e 
um melhor aproveitamento no estudo de textos.
É importante destacar que o seu suces-
so nos estudos e, consequentemente, profissional, 
depende apenas de você, da sua capacidade de ir 
em frente e de buscar “aprender a aprender”. Você 
perceberá que a Metodologia Científica vai se tor-
nar uma auxiliar fundamental em seus estudos.
Objetivos da Aprendizagem
Ao terminar a leitura e as atividades do Tema 1, 
você deverá ser capaz de:
  entender a importância da disci-
plina para a formação acadêmica e 
profissional;
  adotar procedimentos e técnicas na 
organização dos estudos;
  desenvolver o hábito pela leitura, 
realizando análises de texto;
  praticar as técnicas de sublinhar, 
esquematizar, resumir e fichar no 
estudo de texto.
METODOLOGIA 
CIENTÍFICA E 
TÉCNICAS DE 
ESTUDO
02
O presente tema apresenta a gramáti-
ca da Libras com todas suas particularidades 
dentro das estruturas lexicais, auxiliando na 
compreensão, aprimoramento e construção do 
vocabulário.
Objetivos da Aprendizagem
Conhecer as estruturas gramaticais da 
Libras dando embasamento para a criação do 
contexto, além de auxiliar no encaixe dos parâ-
metros com os devidos movimentos dos sinais 
que encontraremos.
ESTUDOS 
LINGUÍSTICOS
64 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
2.1 Léxico, vocabulários icônicos, arbitrários e 
soletrados
Segundo Brito (1995), a Língua Brasileira de Sinais é constituída a par-
tir de elementos de uma gramática formada das palavras ou itens lexicais e de 
um léxico que se estruturam a partir de mecanismos morfológicos, sintáticos e 
semânticos que apresentam características próprias e elementos básicos gerais. 
Essas estruturas nos permitem fazer ironias, ditados populares e sentidos me-
tafóricos.
Léxico
Muitos pensam que a Língua Brasileira de Sinais é apenas a comunica-
ção através do alfabeto manual.
Várias pessoas falam que sabem se comunicar através da Libras, mas, 
na verdade, sabem apenas o alfabeto e acham que soletrar letra por letra (dati-
lologia) em Libras já é a própria língua. Como por exemplo:
Na frase: Qual é seu nome? Ou Como você se chama?
A pessoa que imagina que o alfabeto manual é a própria Libras faz:
Qual e seu nome?
Na verdade, conversar somente através da datilologia não é Libras. O 
alfabeto é um recurso, assim como, o alfabeto em Português. Imaginemos con-
versar em Português soletrando as palavras. Seria quase impossível.
Podemos ser mais claros.
A palavra “CONHECER”
CONHECER (não é Libras) 
 
Em Libras é:
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Que palavra seria essa?
COMPUTADORProvavelmente conseguiu identificar, mas isso 
não significa que é um Intérprete ou que tenha fluência 
em Libras, conhecer este recurso já é um bom início, 
mas, devemos ampliar nossos conhecimentos, assim, o 
sinal desta palavra é:
No entanto, Libras não é a escrita através do alfabeto manual de uma 
palavra em Português. Em escolas infantis virou moda e brincadeira falar com 
as mãos e Libras é muito mais do que isso. Podemos comparar a soletração ma-
nual com as palavras que pegamos emprestadas do inglês como, por exemplo, 
“e-mail”.
Acima podemos perceber que o empréstimo da palavra em Português 
está soletrado. Os sinais em si são o léxico ou itens lexicais.
O "Alfabeto Manual" é um recurso usual e é oportunizado nos momentos de 
expressar nomes próprios, lugares, palavras desconhecidas ou, então, um 
meio de conferir a ortografia em Português
66 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Sinais Icônicos, Arbitrários e soletrados
Icônicos 
Qualquer leigo conseguiria entender este tipo de sinal. São sinais visu-
almente característicos com o que estamos acostumados a ver pela rua. Eles não 
são universais, mas transmitem o real.
Posso dizer com toda certeza e segurança que todos sabem diversos 
destes sinais ou lembrarão vários deles, mesmo antes de terminar este item.
Quero que você imagine e reflita qual sinal que poderia ser encaixado 
neste desenho: 
Diante dos sinais abaixo você conseguirá compreender muito bem as de-
finições, e estes significados são utilizados e muito na Língua Brasileira de Sinais.
Tchau Dormir Cigarro
 
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Agora reflita sobre as palavras abaixo e tente realizar os sinais.
Mais ou menos Quantas horas Não Dinheiro Andar
Bebê Louco Mau cheiro Ladrão Beber
Depois Forte Calor Macaco Pescar
Frio Andar Dirigir Carona Fotografar
Reflita amplamente os “sinais icônicos” não descritos aqui que são presen-
tes em sua vida.
Os sinais icônicos são fáceis de entendimento, porém representam a minoria 
dos sinais na Libras.
 
Arbitrários 
Os Sinais Arbitrários não parecem com a realidade. Será preciso um 
pouco mais de conhecimento da Língua de Sinais para conhecê-los e desenvol-
vê-los. São sinais sem regras e não possuem formas convencionais. Na verdade, 
um leigo verá o sinal e não entenderá nada do que está sendo dito.
Tente imaginar como seriam os sinais das palavras: banheiro, feio, ho-
tel, mulher, amante e filho. Você pode ter imaginado vários movimentos, sinais 
estranhos e até cômicos, mas, se nunca teve contato com esta língua, dificilmen-
te conseguirá se aproximar do correto, suas tentativas serão em vão e o mesmo 
aconteceria se alguém tivesse feito os sinais para você identificar.
68 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Para você entender melhor o que são sinais arbitrários, verá alguns 
sinais e, assim, tente descobrir qual é o significado:
Conseguiu entender os sinais?
Você que está conhecendo a Libras pela primeira vez, certamente não 
entenderá o significado destes sinais, isso significa que são palavras de sinais 
arbitrários.
A ordem dos sinais são as seguintes: “eu te amo”, “primo” e “domingo”. 
Estes sinais não parecem com realidade e não têm ligação nenhuma com seu 
significado.
Soletrados
Palavras que não têm sinal próprio, são chamadas de sinais soletrados. 
É necessário fazer a datilologia para representar tal palavra, a exemplo das pa-
lavras: “DIA” (referente ao dia do mês), “MAIO” (mês do ano), “CLARO” (con-
cordância), entre outros.
dia maio claro
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Tente descobrir quais destas palavras são icônicas, arbitrárias e soletradas.
Roxo Andar Cavalo
Tempo
Real
Tio
Acredito que não tenha encontrado dificuldade para idealizar os sinais 
e nem para acertar as palavras. Além destas, há muitas outras que certamente 
você saberia fazer, mas nunca refletiu sobre como são e se realmente são utili-
zados pelos surdos.
70 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Sinal soletrado é diferente da datilologia. Um sinal soletrado significa que a 
palavra tem um sinal e este sinal é imposto através do alfabeto manual. Dati-
lologia é utilizar o alfabeto manual como recurso quando não se sabe o sinal.
No próximo conteúdo você conhecerá os detalhamentos de cada sinal, 
como são criados e estruturados.
No Ambiente Virtual de Aprendizagem você encontrará uma lista com mais 
de 200 vocábulos diferenciando os tipos de sinais alternando com palavras + 
sinal, somente palavras e somente sinais.
QUADROS, Ronice Muller, de; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua brasi-
leira de Sinais: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004. 
No livro de Ronice Muller você poderá aprofundar-se na teoria sobre a inicia-
ção da Língua Brasileira de Sinais. 
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2.2 Estruturas sublexicais e suas expressões não 
manuais
Segundo Felipe (apud QUITES, 2007, p. 1), “[...] o sinal é formado a 
partir da combinação do movimento das mãos com um determinado formato 
em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo ou um 
espaço à frente ao corpo”.
Podemos comparar os fonemas e, às vezes, os morfemas às articula-
ções das mãos, as quais são chamadas de PARÂMETROS.
As estruturas sublexicais fazem parte da gramática da Língua de Si-
nais. Esta estrutura compõe-se de 5 parâmetros:
- Configuração das mãos (CM) 
São as formas, as configurações, os desenhos que as mãos tomam na 
realização do sinal. Podem ser oriundas do alfabeto manual e dos números ou 
em outras configurações feitas pela mão predominante do emissor.
Televisão
Certo / correto
Configuração oriunda do alfabeto
Configuração não oriunda do 
alfabeto manual ou números
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Ontem
Professor
Os sinais oriundos do alfabeto manual ou números são aqueles sinais 
para os quais sua mão predominante tem a configuração (desenho) da mão 
igual a uma letra ou número em Libras.
Identificamos a mão predominante como sendo aquela que temos mais 
facilidade na movimentação: mão direita para os destros e mão esquerda para 
os canhotos. 
Vamos entender no exemplo o que é uma Configu-
ração de Mão.
O sinal de “outubro” tem a configuração de mão em 
“O”. Assim, devemos parar com o movimento do si-
nal, olhar para a mão predominante e verificar com 
qual letra ou número ela parece. 
Neste caso, o sinal de “professor” está 
na Configuração de Mão em “P”, mas, posso di-
zer que esta configuração também está em “K” ou 
“H”, pois sua configuração é a mesma. No alfabeto 
manual o que muda é seu movimento.
 
Neste caso, o sinal tem uma configuração oriun-
da do alfabeto e do número. Assim, podemos 
identificar qualquer um dos dois. Na palavra 
“ontem” podemos dizer que sua configuração 
está em “L” ou “2”. 
Outubro
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No quadro a seguir você verá as diversas configurações apresentadas 
em Libras.
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- Pontos de articulação (PA) 
São os pontos onde a mão predominante configurada incide para a re-
alização dos sinais.
Podemos incidir a mão configurada nos seguin-
tes pontos:
Cabeça: queixo, boca, nariz, olhos, testa, bo-
chechas, orelhas, maçã da face.
Tronco: cintura, barriga, busto, pes-
coço, ombro.
“Queijo”
“Meu”
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Braço: pulso, antebraço, coto-
velo, braço.
Mão: palma da mão, dorso da mão, dedos 
(polegar, indicador, médio, anelar e míni-
mo).
Espaço Neutro: A frente do 
tronco ou acima da cabeça.
“Banheiro”
“casado”
“Deus”
76 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Os Pontos de Articulação são cabeça, tronco, braço, mão e espaço neu-
tro. As especificações seguintes aos pontos são apenas uma referência para você 
se localizar mais precisamente. 
 
Exemplo: Eu não posso falar que o Ponto de Articulação da palavra 
“queijo” é queixo, e sim cabeça, pois a mão configurada em “L” está no ponto de 
articulação “cabeça”.- Movimento (MV): 
Na Língua de Sinais, as mãos do sinalizador representam o objeto, en-
quanto o espaço é a área onde se realiza o movimento. Portanto, para a realiza-
ção do movimento, é preciso haver um Objeto e um Espaço.
Analisa-se o movimento por: tipo, direção, maneira e frequência das 
mãos configuradas.
Assim como no Ponto de Articulação, o Movimento também expressa o sen-
tido correto dos sinais, modificando seu significado. Portanto, muito cuidado 
ao utilizá-lo.
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Tipos: 
Busca o contato, interação, contorno e movimento das mãos.
Contato 
Exemplos de sinais
Deslizamento Quente
Tocar Experiência
Agarrar Músculo
Riscar Coitado
Pincelar Varrer
Escovar Lavar roupa
Ligação Unir
Interação
Exemplos de sinais
Alternado Discutir
Cruzado Fugir
Inserção Dentro
Aproximação Combinar (acordo)
Separação Longe
 
Contorno 
Exemplos de sinais
Circular Solteiro
Semicircular Antes
Helicoidal Furacão
Sinuoso Difícil
78 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Movimentos das mãos
 Exemplos de sinais
Desdobramento simultâneo dos dedos Demitir
Dobramento simultâneo dos dedos Saber
Abertura simultânea dos dedos Bruto
Fechamento simultâneo dos dedos Cheirar
Abertura gradativa dos dedos Madrugada
Fechamento gradativo dos dedos Roubar
Direção:
Os movimentos podem ser analisados de quatro formas quanto aos 
seus direcionais.
O direcionamento auxilia a quem estamos apontando. Por exemplo, em EU 
TE AJUDO faz-se o sinal direcionando a quem irá ajudar, enquanto que em VOCÊ 
ME AJUDA a direção do sinal é de quem vai ajudar para quem está fazendo o sinal.
O direcionamento é muito importante na Língua de Sinais, ele representa 
para quem é a informação.
Não direcionais é sem movimento, são paralisados junto ao corpo, 
como:
Exemplo de sinal
Sem movimento • Culpado
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Unidirecionais: movimentam apenas para uma direção.
Exemplos de sinais
Para direita Morrer
Para esquerda Avião
Para baixo Deficiente
Para cima Deus
Para frente Ir
Para trás Por favor
Para o centro Pequeno
Para as laterais Amplo
Bidirecionais: movimentam em direções diferentes e simetricamente 
com uma ou duas mãos.
Exemplos de sinais
Para frente e para trás Comparar
Para cima e para baixo Político
Para direita e para esquerda Não
 
Multidirecionais: sinais que se utilizam das várias direções e exploram 
vários itens lexicais, como os sinais a seguir:
Exemplos de sinais
Amolar
80 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
No fim deste capítulo, você verá uma indicação de site onde poderá acessar os 
sinais com movimento, mas lembre-se: poderá ocorrer uma diferença entre 
os sinais aqui representados com os sinais do site devido aos regionalismos.
Maneira:
Refere-se à velocidade e tensão do movimento.
• Velocidade e tensão positiva – Um sinal feito com uma velocidade 
mais intensa e tensão do início ao fim. 
 Ex.: Rápido. 
• Velocidade e tensão negativa – Sinal mais vagaroso e frouxo.
 Ex.: Calmo.
• Frequência
 Destaca a repetição do movimento.
• Simples – Sinais com apenas um movimento ou que não necessita 
de várias movimentações com a mesma mão configurada para originar o sinal.
 Ex.: Sentar, responder.
• Repetido – Necessita de uma série de repetições para que o sinal 
tenha originalidade.
 
 Ex.: Combinar (programar), namorar.
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- Orientação (OR)
Tende nos facilitar para melhor compreender. Quando um sinal tem 
sua direção e há uma inversão, significa a oposição, contrário ou concordância. 
- Expressão facial e ou corporal (EFC)
As expressões facio/corporais são componentes extremamente impor-
tantes para qualquer transmissão em Língua de Sinais. 
Os quatro parâmetros, com auxílio deste quinto, formam os sinais. 
No conjunto destes elementos, conseguimos chegar à totalidade das informa-
ções desejadas com as mãos, ou seja, é possível falar, rir, discutir e chorar com as mãos.
Palavra CM PA MV OR EFC
Não D Espaço Neutro
À frente do 
tronco
-
Triste Y Cabeça • Queixo Tristeza
Cinza C Mão Dorso da mão -
Aeroporto Y Braço Braço Soprar
Gostar 5 Tronco Peito Sim
Expressões não manuais
Também chamadas de Expressão Corporal e Facial, funciona como 
meio visual de reforçar uma ideia que está sendo transmitida e, em outras oca-
siões, chega até mesmo a confundir-se com o próprio argumento, caso não seja 
feito similar à palavra desejada. Assim, a expressão não manual tem como fina-
lidade não só de incluir aos meios gramaticais, mas primordialmente melhorar 
a comunicação com o receptor.
Para sinalizar com eficiência é preciso saber adequar as expressões 
ao contexto, ao ambiente e ao tom da voz transmitida e, este é um dos pontos 
que merecem uma atenção constante, pois, você terá que transmitir através das 
mãos, do corpo e da face na mesma tonalidade do orador. 
82 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Dentre todas as partes do corpo, a face é a que melhor detalha a ex-
pressão em um contexto, uma vez que é a região do corpo mais observada pelos 
surdos. É nela que há diversas modificações que permitem conduzir uma comu-
nicação eficaz. Assim, de nada valeria uma sinalização bem feita com as mãos se 
acompanhada por uma expressão facial e ou corporal inconveniente ou apática.
Vamos lembrar algumas situações que possivelmente você já percebeu 
ou passou por elas:
- Uma criança vem correndo para os seus braços, há um metro de chegar, 
ela tropeça. Pense na cara que você fez ou faria.
- Na rua, você olha para o alto e vê que o tempo fechou e que em pou-
cos minutos vai ‘descer água’ e você está sem guarda-chuva. Que cara, 
heim!
- Quando na TV a repórter retrata um assassinato cruel e ainda mostra 
as imagens, qual seria sua reação?
A reação e a ação são modos de expressão.
Para as expressões não manuais, não apenas a cabeça é fundamental, 
ela emana também a movimentação dos braços, pernas e tronco simultanea-
mente, devendo procurar uma sincronização do corpo por inteiro. 
Com o corpo e a face você consegue transmitir: insegurança, paz, ale-
gria, arrogância, inveja, dor, tristeza, frio, timidez, enfim, você deverá expressar 
todos os substantivos abstratos ligados a sentimento e ainda nos momentos de 
necessidade gramatical.
Quando seus amigos estão chateados, tristes ou alegres, você repara e 
mesmo sem falarem algo, você já percebe e comenta: "nossa... Como você está 
alegre hoje!” ou “Por que você está triste”?
É com a mesma produção que você deve utilizar na comunicação com 
os Surdos.
A expressão facial deve sempre guardar relação com a mensagem que 
se deseja transmitir, e isto se dá pelo fato de que o semblante funciona como 
um indicador da sinceridade daquilo que é falado. Conhecido também como 
expressão faciocorporal, que destina aos movimentos do corpo e da face, deve 
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sempre manter a realidade com o significado da palavra. A utilização adequada 
destas expressões irá consistir em segurança aos surdos e, fazendo assim, a 
interação sairá com mais clareza. 
É muito importante o uso das expressões. É interessante que você trei-
ne algumas palavras à frente do espelho e somente assim verá seu desenvol-
vimento. A partir do momento em que estiver interagindo com o surdo, estas 
expressões sairão naturalmente.
Vamos conhecer alguns atos:
- inconformidade: abaixa a cabeça e salienta a expressão negativa 
(não);
- agressividade: fecha as mãos, fecha um pouco os olhos, treme a 
cabeça, range os dentes;
- impaciência: caminha ‘de lá pra cá’, soprando.
Agora diga qual é a expressão
- postura rígida, tronco bem ereto;
- balançando para um lado e outro com os braços colados ao corpo;
- sobrancelhas levantadas e boca aberta;
- sobrancelhas abaixadas e dentes cerrados;
- sobrancelhas levantadas, olhos arregalados e lábios cerrados;
- olhos cerrados, boca aberta;
- testa franzida e boca torta para o lado;
- puxar o tronco paratrás ou para frente;
- boca em "O", olhar de espanto.
84 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Perceba as expressões que fazem parte de nosso cotidiano e veja qual a que 
mais se encaixa ao seu perfil.
Sua face e seu corpo em uma ação ou reação ocasiona uma expressão 
não manual espontânea e é nela que você deve espelhar.
Os entrelaces dos conhecimentos se dão por conta da magnitude de seu 
significado e, a partir deste próximo conteúdo, você poderá conhecer as unida-
des mínimas de significados de cada palavra em seu sinal.
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No Ambiente Virtual de Aprendizagem você pode conferir através dos vídeos 
as diversas faces e atitudes que temos em nosso dia a dia que também são 
utilizados na Libras. 
Acesse o dicionário de Libras virtual e aprenda os sinais das palavras com 
movimentos. Caso não encontre da forma que digitou, procure pelo verbo da 
palavra, o sinônimo desta palavra ou em sua forma lexical.
Acessibilidade Brasil. Disponível em:<http://www.acessobrasil.org.br/
libras> Acesso em 9 de abr. 2012.
2.3 Morfologia e seus estudos internos
Segundo Quadros (2004, p. 65), Morfologia é o estudo da estrutura 
interna das palavras ou dos sinais, assim como, das regras que determinam a 
formação das palavras. A palavra morfema expressa morfhé, que significa for-
ma. Os morfemas são as unidades mínimas de significado.
A Língua de Sinais possui também um sistema de estrutura e formação 
de palavras como nas línguas orais, caracterizado quanto ao:
86 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Gênero
Em sinais, independente de serem pessoas ou 
animais, destacamos o sexo a partir do sinal de 
homem (masculino) e mulher (feminino), ma-
cho ou fêmea. Uma particularidade ocorre quan-
do nos referimos ao modo masculino. “Sempre” 
que você sinalizar no gênero masculino, não há 
necessidade de serem seguidos pelo sinal de 
homem, mas, há exceções, como os sinais de 
“papai” e “vovô”. Não confunda-se, há um sinal 
próprio para relacionar às pessoas e outro para 
animais conforme exemplos.
Tempo
O tempo não correlaciona com o "estado do tempo" como chuva, ca-
lor, frio e sim com passado e futuro. O passado é feito com movimento sobre o 
ombro atingindo atrás da orelha e quanto mais distante for este passado, mais 
distância e intensidade você coloca no sinal. Transformar um sinal para o fu-
turo, você fará a PALAVRA NO INFINITIVO + SINAL DE FUTURO. Já para 
presente, na maioria das vezes o sinal estará no infinitivo, mas, a intensidade e 
a expressão são necessárias para distinguir a proximidade do presente.
Mulher Fêmea
Homem
Macho
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Grau
Diferencia-se pela intensidade, movimento e velocidade como: (cheio, 
curto). E outros pela intensidade da expressão que poderá ser positivo ou nega-
tivo como: (BONITO, LINDO, BONITINHO).
Para este item morfológico, há uma grande necessidade de expor as expres-
sões corporais e ou faciais.
Negação
Estamos acostumados em nosso dia a dia a fazer “NÃO” de várias ma-
neiras, seja com o dedo ou com a cabeça. Na Língua de Sinais, além destes dois 
recursos, temos mais um que é com o sinal próprio e cada um deles usará em 
situações específicas, veja os exemplos:
- Com a cabeça: “NÃO PRECISA”, sinal de PRECISAR + EXPRES-
SÃO DE NÃO feito com a cabeça.
- Com o dedo: Quando utilizamos o sinal negativo feito com o dedo, a 
palavra torna-se mais agressiva, algo definitivo, autoritário a exemplo 
de “NÃO PODE”. PODE + sinal de NÃO com o dedo.
- Sinal próprio: NÃO PODE, sinal próprio. Torna-se a referência 
mais educada.
NÃO PODE
88 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Revendo a Morfologia, tente transformar uma única palavra em várias, mo-
dificando-as através deste recurso.
Morfemas lexicais e gramaticais
A partir de suas unidades mínimas de significação na Libras, temos os 
morfemas lexicais e gramaticais onde poderá oscilar com as palavras em Por-
tuguês.
LEXICAL GRAMATICAL
Amigo (s) plural
Possibilidade (im) negação
Chorar aos prantos
Fofocar fofocar sem parar
Para os itens lexicais, você utiliza os sinais várias vezes para impor a 
situação gramática ou fazendo a diferença entre o lexical e o aumentativo ou 
negativo.
Para conhecer estas palavras lexicais, acesse o site <http://www.acessobrasil.
org.br/libras> e assim que visualizar tente modificar estas mesmas palavras 
para seu item gramatical através dos recursos aqui já apresentados.
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Aspecto verbal pontual e aspecto verbal continuativo
O Aspecto Verbal Pontual distingue-se por se trazer a uma ação ou 
evento ocorrido e finalizado em algum ponto bem definido, enquanto o Aspecto 
Verbal Continuativo dá a continuidade e se dá outra palavra.
[ELE] [TENTAR] [FALAR] [AMIGO] [ONTEM] (Ele tentou falar com o 
amigo ontem), concluiu o “TENTAR”, utilizou apenas uma vez. Se você utilizar o 
sinal “TENTAR ATÉ CONSEGUIR” ou “TENTAR SEM PARAR” mudaria o senti-
do da frase no exemplo “[EU] [TENTAR], [TENTAR], [TENTAR] [FALAR] [AMI-
GO]” (Eu tentei por diversas vezes falar com meu amigo) refere-se a uma ação 
que tem uma continuidade na palavra “TENTAR” sofrendo assim, uma alteração.
Itens lexicais para tempo e marca de tempo
Na Língua Brasileira de Sinais não há os tempos verbais (conjugação 
dos verbos) como no Português. Os verbos são flexionadas apenas no infinitivo. 
(EU BRINCAR, ELE CHORAR). Quando necessitar marcar o tempo, os itens 
lexicais ou os advérbios que irão referir-se ao passado, presente e futuro como 
os sinais de “ontem”, “ano passado”, “hoje”, “agora”, “semana que vem”, não 
sofrerão ambiguidade.
A utilização da expressão corporal neste momento é importante para 
expressar o passado e futuro, jogando levemente o corpo para trás51 quan-
do passado e para frente quando futuro (ANO PASSADO, ANO QUE VEM). 
Quanto mais você joga o corpo, mais distante é o tempo (MUITOS ANOS 
ATRÁS).
Intensidade e quantificação
A intensidade ocorre quando o sinal conduz movimentos longos em 
ritmo ligeiro, ou seja, os sinais são feitos de forma mais acelerada e forte. 
Usará o mesmo sinal, porém, com mais intensidade e expressão.
5 O jogo de corpo nos faz considerar que realmente a Libras é uma língua que depende do visual-
espacial.
90 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Exemplo: CHUVA (feito de forma branda), TEMPESTADE (CHUVA 
+ EXPRESSÃO DE MUITO) com intensidade e rapidez.
Já a quantificação é obtida com o uso de quantificadores como “MUITO”, 
repetições sucessivas, várias vezes.
Exemplo: BATER ATÉ QUEBRAR (sinal de bater, bater, bater, bater 
até que quebre).
Incorporação de argumento 
O método de “Incorporação de Argumento” é muito frequente e visível 
na Libras devido às características espaciais. Seria mais óbvio ir direto ao real 
do que interpretar a palavra e depois explicar o significado dela. Em nossa Lín-
gua Portuguesa utilizaríamos a mesma entonação, a mesma escrita, mas logo, já 
sabemos qual o sentido e como seria na prática. 
Exemplo: em Português podemos escrever ou falar a palavra “COR-
TAR”. Em uma apreciação poderemos falar “cortei uma árvore”, “cortei o dedo”, 
“cortei um papel” ou então “cortei uma pipa”. O complemento da frase do verbo 
“cortar” traz informação da ação de alguém ou alguma coisa. O “cortar” torna-
-se muito variável na Língua de Sinais, pois, deve haver transformação em suas 
frases de acordo com cada contexto, isso porque o “cortar de um dedo”, de “um 
papel” ou de “uma árvore” são totalmente diferentes na realidade e na Libras 
corresponderá a um sinal diferenciado.
Vamos ver como ficaria em um exemplo prático:
Usando a palavra “CAIR”, vem em nossa mente várias frases nas quais 
poderíamos encaixar esta palavra. “Cai na calçada”, “cai de moto” ou “o papel 
caiu”. Estas frases contêm variantes de incorporação e argumentos.
Vou lhe ajudar a entender melhor, mas preciso que você, após esta lei-
tura, vá aos recursos do vídeo e do AVA.
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Cai na calçada Cai de moto
Papel caiu
Certamente a ação do “CAIR” não é da mesma forma para as três situações.
Formações de palavras por derivação e por composição
Lembrando que estamos falando da Língua de Sinais, suas palavras 
por derivação são formadas através dos sinais e não pela escrita e observamos 
que as primeiras palavras são constituídas a partir de seus radicais, os quais 
se ligam aos afixos ou morfemas gramaticais. Por este método, vejamos como 
ficaria a ilustração.
“NÃO QUERER” é derivado do “QUERER” por meio de afixo negativo, 
“FEIOSO” é derivado do “FEIO” através da expressão facial, assim como “FEI-
NHO” é grau diminutivo utilizado pela adjunção da expressão facial. 
92 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
“TENTAR ATÉ CONSEGUIR” explora o aspecto continuativo e é deri-
vação de “TENTAR”.
O processo de composição pode ser também a união de dois sinais para 
formar uma palavra por composição.
O sinal de: 
Para o sinal de “FARMÁCIA” é ne-
cessário uma adjunção dos sinais de 
“CASA” + “REMÉDIO”.
“ANIMAIS”: Utiliza-se o sinal 
de “LEÃO” + “COISAS”.
Como no Português, a Libras também tem seus tipos de palavras, po-
rém não podemos confundir Português com Libras, assim, não deixe de ler o 
próximo capítulo, onde abordaremos justamente isto.
Farmácia
Animal
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2
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Com os recursos da morfologia, disponibilizamos no AVA um seguimento 
de uma única palavra que se decompôs em 12 palavras modificadas apenas 
pelos recursos morfológicos.
 
Para compreender bem estas palavras e todos estes termos, leia o livro de:
 QUADROS, Ronice Muller de; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua Brasi-
leira de Sinais: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004. 
ou então de:
QUITES, Tatiana P. Pimenta. Estudo básico da gramática da libras: 
centro de capacitação de profissionais e de educação às pessoas com surdez. 
Belo Horizonte 2007.
Nestas duas bibliografias você poderá conhecer outros exemplos e outras for-
mas de explicação. Ronice Muller é uma das referências no Brasil quando se 
fala em gramática da Libras.
94 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
2.4 Diferenças Básicas em LIBRAS
As Diferenças Básicas em Libras trazem o conhecimento da distinção 
de cada sinal, dando-nos a consciência que cada sinal tem sua representativida-
de como no português.
Para compreender melhor as diferenças básicas e como dica de apoio e me-
morização dos sinais, faça os sinais aqui representados. Se tiver dificuldades 
em entender os movimentos, volte ao capítulo 2.2 ou acesse novamente o site 
já indicado.
Palavras
Sinais que utilizam a configuração das mãos oriundas do alfabeto ou 
números, ou seja, sinais com configuração em “A”, “D”, “X”, “1”, “5” etc.
Exemplo: configuração em “Y” – Avião, perfume, bobo, idade, etc.
 
Configuração de mão em “4”: (ADMIRAR)
Configuração de mão em “L” ou “2” (ÁGUA)
Es
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As “palavras” deverão ser feitas com a sua mão predominante e que 
não tenha o Ponto de Articulação braço e mão.
Palavras simples
Para as Palavras Simples não há necessidade da Configuração da Mão 
ser oriunda do alfabeto ou dos números, mas deverão ser feitos também com 
apenas a sua mão predominante e não ter Ponto de Articulação braço e mão.
Veja algumas configurações não oriundas:
Para lembrar de todas, volte ao conteúdo 2.2.
Exemplos: Perceba que a mão não tem uma configuração igual às le-
tras do alfabeto ou dos números.
102
Certo Pinga / cachaça Dinheiro Querer
96 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Palavras compostas
Como já vimos anteriormente no processo de formação de palavras por 
composição, as "Palavras Compostas" são combinações de dois ou mais sinais 
que irão formar a palavra.
Não podemos esquecer que a palavra composta na Língua Portuguesa 
não interfere na palavra composta da Língua de Sinais. Uma palavra simples 
em Português pode formar uma palavra composta em Língua de Sinais, assim 
como, uma palavra composta no Português pode ser uma palavra simples na 
Libras. Então não há uma regra que relacione a Língua Brasileira de Sinais com 
a Língua Portuguesa. Temos que levar em conta a movimentação dos sinais. Ha-
vendo mais de um sinal para uma palavra, trata-se de uma “Palavra Composta”.
Vejamos os exemplos:
Almoçar
Padaria
Escola
Mamãe
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2
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Palavras de duas configurações diferentes
São palavras realizadas com dois movimentos diferentes, ou seja, uma 
mão configurada não pode ter a mesma configuração da outra mão. Utilizare-
mos movimentos com as duas mãos e configurações diferentes ou a mão predo-
minante configurada sobre o braço como ponto de articulação.
Para entender melhor, veja os exemplos:
Mão predominante em “P” sobre a outra 
mão com outra configuração.
A mão predominante se movimenta sobre o braço em 
configuração de mão em “B”
Faqueiro
Pedra
Acostumar
98 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Palavras de movimentos iguais
Palavras com movimentos iguais são as palavras que podem ter dois 
ou mais movimentos iguais, ou seja, tais movimentos serão feitos com as duas 
mãos simultaneamente e com a mesma "Configuração de Mão", independente 
do movimento ou da orientação. Podemos falar que são sinais fáceis de sinalizar 
e de visualizar. Temos que lembrar que a mão predominante deverá estar igual 
à outra mão que fará o "Ponto de Articulação". Então se sua mão predominante 
está configurada em “B”, o ponto de apoio deverá também estar em “B”, “B” mão 
direita e “B” mão esquerda podemos formar o sinal de (CASA).
Temos outros exemplos que poderão ser úteis para o seu aprendizado. 
Palavras de sentidos e sinais distintos
Estas palavras mantêm a mesma escrita no Português. São Homôni-
mos Homógrafos, isto é, palavras que têm grafia igual e significado diferente e 
haverá também sinais díspares, como por exemplo: BANCO (assento) e BANCO 
(agência bancária); CANTAR (música) e CANTAR (paquerar); CAIR do skate 
(tombo) e CAIR na gandaia (festa). 
Primo
Por que
Beijo na boca
Es
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Vejamos os exemplos:
 
Nem sempre uma palavra em português terá o mesmo sinal em Libras para 
todos os seus sentidos. Assim, as palavras que têm a mesma grafia com senti-
dos diferentes deverão ser observadas sua ação ou sua definição para realizar 
o sinal. Veja no AVA algumas palavras deste aspecto.
Palavras dessemelhantes na grafia e com o mesmo sinal
Estas palavras poderão conter o mesmo sen-
tido, mas sua escrita no Português será diferente e terá 
o mesmo sinal na Língua de Sinais. Resumindo, tere-
mos o mesmo sinal para as palavras sinônimas.
Para o sinal de "TRISTE", conforme o sinal 
na figura ao lado, pode-se expressar também como: 
INFELIZ, ABATIDO, DEPRIMIDO, JURURU, MA-
GOADO, DESGOSTO etc.
Além de apenas visualizar o sinal, faça você 
mesmo o sinal, repita seus sinônimos juntamente 
com o sinal por diversas vezes. 
Manga (fruta) Manga (camisa)
100 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Calmo, tranquilo, acomodado, 
pacato, sereno, sossegado, pacífico etc.
Medo, amedrontado, temor, asco, 
receio etc.
Sempre que você encontrar dificuldade em achar o sinal de uma palavra, pro-
cure o sinônimo dela. Em libras terá o mesmo efeito.
Frases com apenas um sinal
São frases que poderemos fazer com apenas um sinal. Este sinal será rele-
vante ao que o contexto condiz e será acompanhado da expressão facial ou corporal.
Temos como exemplo várias frases interrogativas:
Nas frases interrogativas e exclamativas também há uma grande necessidade 
de inserir expressões.
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Quantos anos você tem?
Sinal de IDADE + expressão interrogativa [?] (levante as sobrance-
lhas e o queixo)
Onde você mora? 
Sinal de CASA + expressão interrogativa [?]
Qual é o seu nome? 
Sinal de NOME + expressão interrogativa [?]
Qual é o seu sinal?Sinal de SINAL + expressão interrogativa [?]
No próximo capítulo, começaremos a caminhar pelas interfaces de in-
terpretação, com o uso e exploração das expressões corporais e classificadores.
Não deixe de assistir aos vídeos disponíveis no AVA e reveja quantas vezes for 
necessário. Lá você verá diversos exemplos de como fazer a expressão inter-
rogativa que poderá lhe ajudar a aprender melhor.
CAPOVILLA, Fernando Cesar; RAPHAEL, Walkiria Duarte. Dicionário 
enciclopédico iustrado trilíngue: e língua brasileira de sinais portu-
guês/inglês/libras. 3. ed. São Paulo: EDUSP, 2006.
102 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Será muito interessante que você busque diversas palavras e seus sinais 
que se encaixem neste capítulo e, para isso, você tem à disposição no mer-
cado o dicionário ilustrado de CAPOVILLA e ainda o site do acessobrasil 
com movimentos.
Acessibilidade Brasil. Disponível em:<http://www.acessobrasil.org.br/
libras> Acesso em 15 de abr. 2012.
Os estudos linguísticos da Língua Brasileira de Sinais projetam o conheci-
mento para diferenciar a Língua de Sinais do Português e, compreendermos 
as estruturas dos sinais “populares” como: os sinais icônicos e os sinais arbi-
trários a quais deverão ter seus fundamentos estudados. As estruturas sub-
-lexicais e suas expressões trata a primeira parte teórica da Língua de Sinais 
obtendo 5 parâmetros importantes na compreensão dos sinais, tendo como 
quinto elemento, a expressão corpo facial, que auxilia a toda estrutura contex-
tual da Libras. A morfologia e seus estudos internos determinam a estrutura-
ção das palavras quanto ao seu gênero, tempo, grau e negação determinando 
suas incorporações que conduzem aos movimentos ideais. Observadas as di-
ferenças básicas em Libras, conhecemos os diversos tipos de palavras dentro 
da Língua Brasileira de Sinais, facilitando assim a compreensão da língua.
 
103 
01
02
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04
O que significa Datilologia?
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
Na Libras há diversos recursos para que a interpretação seja realizada de for-
ma coerente e correta, entre eles existe a “Expressão Corporal e Facial”. Qual 
a importância deste ato?
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__________________________________________________
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Qual é a estrutura que a Libras necessita para obter unidades mínimas de sig-
nificado que diferenciem sexo, passado e futuro, aumentativo e diminutivo e 
negação?
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Descreva algumas palavras diferenciando-as pelos sinais simples e sinais 
compostos.
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Verifique no AVA as respostas do exercício.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 104 
05
06
Diante dos sinais abaixo assinale a opção que descreve corretamente os tipos 
de sinais.
Sinal icônico, sinal arbitrário e sinal arbitrário.
Sinal arbitrário, sinal icônico e sinal arbitrário.
Sinal arbitrário, sinal icônico e sinal icônico.
Sinal icônico, sinal icônico e sinal arbitrário.
Sinal icônico, sinal arbitrário e sinal icônico.
Identifique os sinais soletrados.
MAIO – DIA – CLARO – 
UTOPIA
Mago – dia – Clara – utopia
Magro – tia – Clara – utópico 
Magia – tia – clara – espinha
Maio – tia – Clara – utópico
Maio – dia – claro – utopia
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a
b
c
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e
Verifique no AVA as respostas do exercício.
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Qual a Configuração de Mão e Ponto de Articulação do sinal abaixo.
Configuração de Mão é “P” e Ponto de Articulação é “braço”.
Configuração de Mão é “G” e Ponto de Articulação é “mão”.
Configuração de Mão é “H” e Ponto de Articulação é “mão”.
Configuração de Mão é “K” e Ponto de Articulação é “espaço neutro”.
Configuração de Mão é “P” e Ponto de Articulação é “tronco”.
A expressão corporal e facial é ESSENCIAL para uma boa comunicação em 
Libras. Assinale a 1ª coluna de acordo com a 2ª.
( ) Fecha as mãos e os olhos, trema a cabeça e range 
os dentes.
( ) Caminha de um lado para o outro soprando.
( ) Abaixa a cabeça e a movimenta de um lado para 
outro.
( ) Sobrancelhas levantadas e boca aberta.
I; III; IV; II
II; I; IV; III
III; IV; I; II
IV; II; III; I
II; III; I; IV
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I – Inconformidade
II – Agressividade
III – Impaciência
IV – Surpresa 
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e
Verifique no AVA as respostas do exercício.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 106 
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e
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Quando utilizo o sinal de BONITO + EXPRESSÃO DE MUITO tenho que 
utilizar umas das morfologias. Qual é esta morfologia e qual palavra se forma 
através deste sinal e expressão?
Morfologia de “Tempo” e forma a palavra “bonito”.
Morfologia de “Grau” e forma a palavra “gostoso”.
Morfologia de “Negação” e forma a palavra “bonito”.
Morfologia de “Gênero” e forma a palavra “gostoso”.
Morfologia de “Grau” e forma a palavra “lindo”.
Para formar a palavra “AMIGA” tenho que utilizar a morfologia como recur-
so. Como seria esta formação?
Basta utilizar o sinal de “AMIGO”.
Sinal de MULHER + AMIGO.
Sinal de AMIGO + CABELO COMPRIDO.
Sinal de MULHER + NÓS DOIS.
Sinal de AMIGO + MULHER + NÓS DOIS.
Atente-se aos sinais:
Igreja Libras Água
Verifique no AVA as respostas do exercício.
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Após a verificação dos sinais, assinale a opção que relaciona adequadamente 
o tipo de palavra em Libras.
“Igreja” é uma palavra simples, “Libras” é uma palavra de movimentos 
iguais e “Água” é uma palavra simples.
“Igreja” é uma palavra de movimentos diferentes, “Libras” é uma pala-
vra simples e “Água” é uma palavra composta.
“Igreja” é uma palavra composta, “Libras” é uma palavra de movimen-
tos iguais e “Água” é uma palavra simples.
“Igreja” é uma palavra com movimentos iguais, “Libras” é uma palavra 
composta e “Água” é uma palavra de movimentos diferentes.
“Igreja” é uma palavra composta, “Libras” é uma palavra de movimen-
tos diferentes e “Água” é uma palavra simples.
Qual das alternativas apresenta todas as palavras compostas em Libras?
Faqueiro, salada de frutas, papai e surdo.
Marido, saúde, brincar e animais.
Verduras, colorido, computador e livro.
Cereais, açougue, vaca e escola.
Filha, celular, aluno, guarda-chuva.
No AVA você encontra todas as respostas do exercício.
S U R D E Z : 
INTERAÇÕES
E IMPLICAÇÕES
Parte 02
Nesta unidade, iremos interatuar as 
ações comunicativas e práticas com as teóricas, 
relacionadas ao contato direto com o surdo e 
suas percepções quanto à legislação, funções lin-
guísticas, metodologia de ensino e aprendizagem 
e ainda contextos interpretativos, afirmativos e 
interrogativos. 
Objetivos da Aprendizagem
  compreender os conhecimentos básicos e 
domínios necessários para a comunicação 
simples e direta às pessoas com surdez, faci-
litando a inclusão social e possibilidades em 
relação interpessoal através do uso da Libras.
  conhecer as leis relacionadas à surdez e a 
Língua Brasileira de Sinais.
SURDEZ E 
INTERAÇÃO
Tema
03
110 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
3.1 Aspectos comunicativos corporais e classifica-
dores
A Comunicação Corporal é um artifício de interação com o qual com-
partilhamos mensagens, sentimentos, emoções e ideias, podendo influenciar o 
comportamento das pessoas que, por sua vez, reagirão a partir de suas crenças, 
valores, história de vida e cultura.
A comunicação servirá em seu dia a dia para desempenhar diversas 
atividades, dentre elas a sua função como educador, colaborador ou intermedia-
dor, exigindo uma habilidade que tende a facilitar o alcance dos objetivos que é 
passar a informação.
Por considerarmos afirmativas essenciais para o aprimoramento pro-
fissional, a linguagem não-verbal será um meio de interação que possibilitaráao surdo compreender seus efeitos e suas inúmeras mensagens manifestadas 
corporalmente.
Aspectos comunicativos corporais
A linguagem corporal, através da Língua de Sinais, tem um grande va-
lor para a comunicação espaço-visual e sempre deverá ser inserida aos sinais 
destacando realidades e expressões diversas a fim de potencializar e auxiliar na 
clareza da contextualização dos sinais.
A voz do corpo (linguagem corporal) proporciona um suprimento efi-
caz, objetivo, assertivo que contribui para a clareza da mensagem, tornando-a 
real. O anseio positivo e o impacto facial e corporal são fundamentais em um 
contexto e poderão ser utilizados a todo o momento em uma interpretação, po-
rém, deverão ser adequados ao ambiente, ao momento e à mensagem.
Este tipo de linguagem aproxima o comunicador da Libras ao surdo, 
repassando qualquer sentimento e emoção positiva ou negativa. Ao recebermos 
um feedback61positivo do surdo, conseguimos nos autoanalisar. Com isso, ga-
nhamos indiretamente um incentivo para continuarmos nos comunicando com 
as mãos e com o corpo.
6 É o retorno visual positivo ou negativo do espectador sobre o desempenho da pessoa que passou 
a informação.
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Para você manter um padrão de excelência em linguagem ou expressão 
corporal, terá que entender e valorizar a forma de interação dos surdos.
Falar com o corpo é expressar sentimentos, emoções e transmitir men-
sagens, cujos significados são influenciados pelo contexto. O conhecimento deste 
recurso é um meio de ampliar a percepção de quem realmente precisa e é mais 
um instrumento para melhorar a qualidade da conversação da Língua de Sinais.
Importância da linguagem corpofacial
Sabemos da importância da expressão não verbal nos contextos em Li-
bras, mas, além disso, temos que nos atentar à sua importância na influência 
das frases.
“É preciso valorizá-la, observá-la e utilizá-la.”
Sinal SEM significado Mesmo sinal, porém, COM significado
Para este sinal que acabou de visualizar, foi necessário e importante o 
emprego da expressão. No primeiro momento, há o sinal de “triste”, mas, não 
há o significado real de tristeza, pela ausência da expressão. Já na segunda ima-
gem, além do sinal, foi inserida a expressão facial. O surdo leva em conta mais 
a sua expressão que o sinal. Você poderia ter feito o sinal de “triste” e fazer a 
expressão de “alegria”, ele iria entender pela sua expressão e não pelo seu sinal, 
como também poderia o deixar confuso: “Será que é triste ou alegre?”
112 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Como profissionais que estarão em constante interação com outras 
pessoas, você deverá se lembrar das diferentes crenças, valores e culturas que 
permeiam estas relações e estar consciente da influência que sofremos e exerce-
mos, mutuamente, através da linguagem corporal. 
A trajetória da expressão corporal pode transformar as interações em 
situações de “troca”, que venham a ser enriquecedoras para os envolvidos no 
processo de comunicação.
A busca de uma solução reflexiva é que resgata e valoriza a interpreta-
ção e a construção de seu conhecimento. Assim, a comunicação visual é o ins-
trumento mais importante do ser surdo. Somente com este tipo de comunicação 
eles podem perceber as mensagens implícitas ou explícitas. 
Função da linguagem corpofacial
Como já deve ter percebido, a função da linguagem corporal é expres-
sar, através do corpo, emoções, sentimentos, reações de forma que os surdos 
consigam assimilar o sinal com a expressão, desempenhando um papel de suma 
importância no contexto da comunicação.
Ao observarmos o simples modo de se vestir das pessoas, de andar, de 
falar e promover atitudes diferenciadas, saberá se estão ou são alegres, tristes, 
cansadas ou oprimidas.
Muitas vezes a comunicação não-verbal modifica o significado da fala, 
ou seja, a mensagem verbal é contrária ao que é expresso pela comunicação cor-
poral, mas se bem utilizada será muito mais fácil o entendimento de seu aluno, 
paciente, cliente, amigo surdo.
Expressão e movimento
O movimento corporal não exige regras, mas, devemos manter uma 
concordância para que a interação seja completa. Nada adianta eu fazer um si-
nal de (CANSADO) e fazer uma expressão (CHEIO DE VONTADE) ou então fa-
zer o sinal de (ÓDIO) e não utilizar o movimento corporal que exprime a mesma 
ideia.
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No vídeo deste conteúdo, haverá ações e reações diversas que apresentam a 
praticidade desta linguagem, para conhecer melhor, não deixe de visualizar.
Leitor, as expressões no quadro a seguir são apenas indícios, e a lin-
guagem corporal e facial deve ser sempre interpretada dentro do contexto co-
municativo.
Possíveis Interpretações Expressões não verbais
Superioridade, Orgulhoso Levantar o nariz e virar o rosto
Avaliação, pensamento Dedo indicador na fronte ou coçar o queixo
Ansiedade, insegurança Roer unhas, esfregar as mãos
Cansaço, aborrecimento Coçar sobrancelhas, curvar o tronco
Incompreensão, agressividade Parar com as mãos na cintura
Impaciência Andar de um lado para o outro
Falta de entusiasmo, desmotivado Andar calmamente, olhando para baixo
Avaliação negativa Coçar a testa, olhos fechados
Frustração, ódio Mãos fechadas, ranger os dentes
Desconfiança Desviar o olhar
Defensiva Braços cruzados no peito
“O movimento corporal se faz palavras para aqueles que estão atentos 
e envolvidos na comunicação.” (CORRAZE, 1982, p. 37).
A literatura em geral não conceitua especificamente a linguagem cor-
poral, mas Corraze (1982, p. 37) adverte que “quando se mostra a existência de 
formas universais nas mensagens não-verbais, não se pode deixar de pensar 
que a cinésica72 só estuda uma parte delas.” Isto é, no processo de comunicação 
verbal, é necessário muito mais do que apenas a linguagem do corpo. Há que 
se considerar o tom da voz, o espaço utilizado, o toque e os fatores do ambiente 
inseridos em um determinado contexto. O significado atribuído vai depender de 
todos estes elementos interrelacionados.
7 Cinésica: Falar sem ser exclusivamente pela palavra oral.
114 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Comunicação e surdez
A pessoa com surdez adquire sua linguagem corporal naturalmente. É 
uma característica própria dos surdos, além de adquiri-la também ao se relacio-
nar com outras pessoas. A linguagem nos proporciona interação. É ela que torna 
possível a comunicação entre indivíduos, à transmissão de informação e à troca 
de experiência.
Situações espontâneas de relacionamento entre pais, amigos, professo-
res podem realizar estimulação e interação através da linguagem corporal, man-
tendo assim, sua atenção e ajudando-os a se expressar por atitudes corporais e, 
sequencialmente, transformá-las em auxílio para os próprios sinais.
A partir do momento em que uma pessoa com surdez percebe que suas 
expressões tomam um progresso e se torna necessidade para a comunicação 
diária, passa a espelhar involuntariamente todo seu estigma através de sua face, 
seus gestos e seu corpo, passando a explorar cada vez mais estes recursos.
Pantomima
Muitos confundem expressões corporais e faciais, sinais, gestos e pan-
tomima, dizendo que tudo faz parte da Língua de Sinais.
A pantomima na verdade é um teatro gestual que utiliza o mínimo pos-
sível de palavras oralizadas e faz um maior uso de gestos. É um artifício de nar-
rar com o corpo em modalidade cênica, excelente para comediantes, cômicos, 
atores e pessoas que necessitam correlacionar com estes atos. É uma represen-
tação praticamente universal entendida facilmente por todos.
Esta modalidade não está ligada à Língua de Sinais, pois costuma ser 
exagerada e chama muito a atenção de quem vê, mas pode ser um bom suporte 
para ajudar o ouvinte e até mesmo o surdo a se desprender da timidez e começar 
a fazer expressões de forma mais natural, uma vez que as expressões faciais e 
corporais são recursos mais difíceis na comunicação da Libras
Classificadores
Com este recursopodemos falar que conseguiremos atingir a língua de 
forma que os surdos de qualquer lugar do mundo compreendam a língua.
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O classificador é um feitio que estabelece um tipo de concordância em 
que suas Configurações de Mãos se referem à pessoa, animal e objetos funcio-
nando como marcadores semelhantes.
Você já sabe que para a Língua de Sinais a reprodução, a forma, a des-
crição, o movimento e sua relação espacial são essenciais, tornando mais inten-
sos e perceptíveis os significados do emitir.
Segundo Brito (1995, p. 103), os classificadores funcionam como parte 
dos verbos em uma sentença, sendo chamados verbos de movimento ou de lo-
calização, indicando o objeto que se move ou é localizado.
Os classificadores são representados por configurações específicas de 
mãos ligadas às expressões corpo/faciais, logo, nada têm em comum com 
mímicas.
Os classificadores tornam mais vivo e compreensível o significado do 
que se quer proferir representando por uma adjetivação descritiva, a qual atribui 
quanto ao seu tamanho, forma e espessura.
Para classificadores de animal e pessoa e numa frase no singular si-
nalizamos, com apenas um dedo fazendo o movimento (UMA PESSOA CAMI-
NHANDO) e no plural, marcado por duas ou mais pessoas ou animais simul-
taneamente com as duas mãos ou com dois dedos (DOIS LEÕES ANDANDO), 
sequencialmente relacionando a forma de andar do animal ou da pessoa.
Os classificadores, na maioria das vezes, representam características 
físicas do referente como o nosso próprio comportamento ou movimento, o que 
confere grande flexibilidade denotativa e conotativa aos sinais. 
Se pensarmos o andar de uma pessoa, de um carro, de uma bicicleta e até 
mesmo de um elefante, cada um tem sua característica própria, portanto, o 
classificador do “andar” deverá ter suas peculiaridades e isso você terá que 
passar ao surdo de forma visual.
116 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Veja algumas frases que devem ser feitas de forma diferen-
ciada devido a sua ação:
MARIA EDUARDA passou por PEDRO (representação de um dedo 
passando pelo outro dedo da outra mão).
PEGUEI UM PEQUENO DADO (você terá que lembrar que o DADO é 
pequeno e que você pegaria com apenas dois dedos. Imagine você pegando um 
dado. Esta forma é o classificador de PEGAR DADO PEQUENO).
Agora imagine que você irá pegar uma CAIXA GRANDE E PESADA. 
Como seria isso no real?
Certamente o nosso ato de “pegar um dado” será bem diferente do “pe-
gar uma caixa grande e pesada” e é esta mesma forma que deveremos observar 
para realizar os movimentos em Libras.
Não devemos confundir os classificadores com movimentos que repre-
sentam iconicamente qualidades de objetos.
Por exemplo, na frase: 
“O casaco da minha sobrinha Sarah é de bolinhas”?
Esta expressão será desenhada no peito do sinalizador, mas esta descrição 
não é um classificador e sim um adjetivo que, embora classifique, constitui apenas 
uma relação de qualidade do objeto e não relação de concordância de gênero.
Para o próximo conteúdo, iremos interagir no aspecto familiar, ponto im-
portante para que os nossos conhecimentos ultrapassem os limites do conhecimento.
Ao acessar o AVA, exatamente nos vídeos disponíveis, você verá na prática o 
que é o Classificador. Vale a pena assistir.
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PEASE, Allan; PEASE, Barbara. Desvendando os segredos da lingua-
gem corporal. Rio de Janeiro: Sextante, 2005.
Neste livro, você poderá conhecer um pouco mais sobre a comunicação da 
linguagem corporal de forma descontraída e verdadeira. Ele pode ser um 
bom guia de aprimoramento.
3.2 Interação argumentativa com estrutura da sur-
dez e família
 
Este tema possui duas palavras-chave: interação e família. A família é o 
principal núcleo social, é nela que a primeira educação acontece. 
A família desempenha a responsabilidade de cuidar, educar, promover 
a saúde, o bem estar e proteção. Em família com membro surdo, acrescenta-se a 
isto a função da aprendizagem de outra língua, a Libras. É a família que propor-
ciona os primeiros passos à aquisição de uma linguagem ao bebê surdo e esta 
linguagem é de fundamental importância para que este ser venha, futuramente, 
interagir com outras pessoas, assim, convivendo em uma sociedade harmônica. 
Por outro lado, interação é um elemento constituinte no processo de desenvol-
vimento cognitivo e aprendizagem surgindo o interesse em torno da interação 
social que é a “descoberta.”
Com isso, tem-se uma renovação em torno da interação social, consi-
derando o surdo não só como mero receptor passivo, mas também, como al-
guém com um papel mais ativo com sua língua, sendo agente construtivo inde-
pendente de seus mediadores. A partir daí, começa a se expandir a visão de que 
o surdo é capaz.
118 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
O maior problema da interação entre a família e o surdo é a comunicação, 
pois é através dela que conseguimos nos adaptar ao meio em que vivemos.
É necessário que os pais saibam lidar com esse fato e compartilhem 
suas inquietações com outras famílias ou até mesmo que busquem uma asso-
ciação de surdos, pois lá encontrarão outras pessoas que passam pela mesma 
situação.
Conscienciosos ou inconscientemente, há pais que tendem a negar a 
existência da surdez de seu filho. Pensam que se trata de uma situação transitó-
ria, que a criança vai acabar superando. Recorrem, por isso, a novos diagnósti-
cos e a diferentes especialistas, com a finalidade de conseguir uma informação 
positiva ou garantias de cura para um futuro próximo. Este posicionamento evi-
ta também ter que adotar um estilo comunicativo e interativo diferente. Já que 
a criança “não vai ser surda”, não é necessário pensar que em sua linguagem e 
educação serão diferentes dos irmãos e de outras crianças de sua idade. Assim, 
Quando uma criança surda nasce, seus pais ou responsáveis sentem-
se impossibilitados de agir normalmente com ela. Apresentam-se 
fragilizados nos primeiros tempos, encontram inúmeras dificulda-
des à sua frente e, quase sempre, alteram seus planos de vida em 
função desta nova situação. Os encargos e as responsabilidades nor-
mais de uma família ficam modificados e exagerados com a chegada 
de uma criança diferente. (STELLING, 1996, p. 34).
O início da escolarização e o papel da família 
Após a família passar por este processo de “impacto”, começa a ques-
tionar o que a escola pode oferecer ao filho. A criança e a família terão que se 
adaptar novamente. Esta nova adequação se dará agora, no mundo da escola-
rização. Lá buscará a segunda educação, formulada através de regras impostas 
para que possa ser incluída na sociedade. Nesta etapa, compete aos pais possi-
bilitarem segurança, carinho e comunicação com a criança surda.
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A inclusão da criança surda na escola visa favorecer oportunidades 
para que ela possa se desenvolver, adquirindo meios culturais e entrosamento 
na sociedade, construindo sua própria subjetividade, terá recursos para sua in-
serção no processo linguístico, trocando ideias, sentimentos, compreendendo 
o que se passa em seu meio e adquirindo, então, novas concepções de mundo, 
dando início à aquisição de uma língua.
A família deverá ter consciência de que precisará desenvolver a língua 
de seu filho pelo meio corporal, gestual e até por meio dos sinais. Simultane-
amente, deverá agir normalmente com a criança comunicando o tempo todo 
como se fosse um filho ouvinte antes de aprender a falar, fazendo suas pergun-
tas e respondendo o que for solicitado e também cantando e contando histori-
nhas infantis, porém, em Libras.
Como início ao atendimento educacional e a integração da família, a 
criança certamente será incluída em todos os aspectos, tendo o direito comum 
de participar de todos os processos educacionais. Pois,
A continuidade da escolarização visa a oferecer à criança surda as 
mesmas chances que são oferecidas às outrascrianças no que diz 
respeito ao exercício efetivo de sua cidadania, para que possa se de-
senvolver como pessoa, adquirir meios culturais para se posicionar 
na comunidade e para adquirir habilidades para o seu entrosamento 
eficiente e produtivo na sociedade. (BRASIL, 1997, p. 134).
Perspectivas da família
As famílias vêm compreendendo mudanças que acarretam na exigência 
de serviços de qualidade na educação para seus filhos surdos, pois, por vários anos, 
essas famílias se viram sem voz aguardando que outros determinassem sobre o 
futuro educacional de seus filhos sem saber qual seria a melhoria e a qualidade.
Para conhecer melhor toda a estrutura familiar, não deixe de assistir e 
comentar os fóruns, debates, filmes e palestras disponibilizados.
120 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Os pais que descobrem a surdez de seu filho tardiamente não conse-
guem oferecer ou não sabem onde procurar auxílios benéficos. Assim, estimam 
“soluções” de desenvolvimento intelectual e social ao filho através de terapias 
fonológicas, psicológicas, cursos de apoio, escolas e tarefas, tudo simultane-
amente. Ao perceberem resultados insatisfatórios, reconhecem que tudo não 
passou de um equívoco, seu filho não conseguiu aprimorar nenhum dos objeti-
vos traçados e, somente a partir deste momento, passa a buscar apoio com pro-
fissionais capacitados e associações. Os pais devem se render e optar por apenas 
uma direção, o endereço que deverá ser tomado desde o princípio escolar que é 
mantê-los em escola regular e na alfabetização em Libras, assim, o resultado se 
consegue com grandes alacridades e agilidade. 
Os pais devem dar liberdade de autoescolha, o surdo deve ter uma vida 
social como a dos ouvintes.
“Quanto mais confortáveis todos os membros da família estejam com a 
surdez, melhor” (LUALDI apud HOFFMEISTER, 1999, p. 128).
As construções no ambiente escolar permeiam perspectivas boas às 
famílias dos surdos de tal modo que as decisões são tomadas cada vez mais cedo 
e acabam contribuindo diretamente a seus filhos.
Um dos direitos adquiridos pelas pessoas surdas é o direito à inclusão 
e não mais a força de uma lei que obrigue a família a optar pelo que não deseja. 
Nada melhor que o prazer de ser incluído em todos os espaços sociais.
Metodologia de atendimento educacional ao surdo
Como já visto, a família deve participar do processo educacional do seu 
filho surdo, desde a fase inicial e, para um bom desenvolvimento e atendimento, 
a escola deve deixar a par seus professores e todo corpo institucional para que 
possam ter um atendimento especializado. E este atendimento especializado 
não pode ser visto como um sistema paralelo à educação geral, mas que dela 
faça parte um conjunto de recursos pedagógicos e de serviço de apoio, que faci-
litem a aprendizagem de todos esses alunos.
O atendimento educacional deverá seguir alguns programas para 
incentivar e capacitar o aluno surdo para a obtenção de melhores resultados. 
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Que estratégias devem ser utilizadas para estimular um surdo precocemente 
nas atividades sociais?
Você está preparado(a) para receber um aluno, cliente, paciente e até mesmo 
um(a) filho(a) surdo(a)?
 
• Envolvimento precoce83
O envolvimento precoce deve acontecer inicialmente em casa com os 
pais e, posteriormente, na escola, onde irá realizar atividades com objetivos de 
alcançar a ludicidade, afetividade, naturalidade e o cotidiano o mais cedo 
possível.
Atuar com benevolência e naturalidade por meio de brincadeiras que 
possam levar à interação, que é fundamental para o êxito do trabalho construin-
do vínculo e tomando estratégias que motivem a realizar tarefas.
• Estimulação específica
A estimulação específica visa ao desenvolvimento da língua com 
atividades que levam à ampliação dos campos da surdez afetando e constituindo 
uma prática para evitar que acarrete outros problemas. Em conjectura, pode 
originar:
- Estimulação para aquisição da Língua Brasileira de Sinais.
- Estimulação e treinamento auditivos e vocacionais.
- Estimulação da leitura orofacial.
8 Quando dizemos “Precoce” não significa que seja o envolvimento ainda quando criança, porém, 
o mais cedo possível, ou seja, com semanas de vida.
122 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
• Disposição psicomotora
Disposição psicomotora é um acondicionamento que proporciona a 
capacidade motriz, expressiva e criativa de um surdo a partir do movimento 
corporal, obtendo percepções motoras e capacidades de atuar e agir consigo 
mesmo toda informação que explora o ambiente físico e humano e passa assim 
a conhecer e explorar o caminho que visa ao equilíbrio e ao controle motor.
• Envoltura linguística
Consiste em aplicar métodos e técnicas para a aquisição e o uso da Lín-
gua de Sinais como elemento principal para a comunicação, fazendo com que 
o surdo participe do social com uma linguagem formal e oficial pressupondo 
atitudes de reciprocidade e evolução no processo de inclusão dando-lhes condi-
ções de uma vida diária com argumentos, decisões e respeito.
Não podendo “consertar” a surdez, desligam-se, acomodam-se e 
transferem-se suas responsabilidades para terceiros, principalmente 
para os profissionais, pois se consideram incapazes para o grande de-
safio de educar um filho diferente, de uma maneira diferente, numa 
língua também diferente. É comum constatarmos pais que fingem 
ver a surdez do filho, até porque a surdez não é visível fisicamente. 
Deste modo, não cumprem o seu papel, não definem sua função, e 
depositam suas expectativas de sucesso na escola e/ou na clínica, 
delegando poderes a outras pessoas. (STELLING, 1996, p. 67).
Na aquisição da leitura e da escrita, as crianças surdas passam por di-
ferentes níveis de aprendizado, escrevendo e arquitetando hipóteses de signifi-
cação que parecem ser reais. Entretanto, os surdos estabelecem primeiramente 
noções visuais, que dão sentido à escrita.
A Língua de Sinais diferencia-se das outras línguas por utilizar a moda-
lidade visual-espacial, que propicia a descoberta da textualidade em produções 
com os sinais e não com a escrita.
Reconhecemos que a participação da família ouvinte/surda na educa-
ção dos sujeitos surdos é fundamental para o crescimento cognitivo e psicosso-
cial da criança surda.
Em uma família que recebe uma pessoa surda, a comunicação não pode 
ser desigual. Deve haver discussões e diálogos para que os envolvidos possam 
crescer e compreender o mundo. 
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Desta forma, a comunicação entre a família ouvinte e o surdo deve ser 
processada levando-se em consideração a Libras e, além de mergulhar nessa lin-
guagem, também devem fazer das suas casas um ponto de encontro e apren-
dizagem desta língua.
Atualmente, existem diversas possibilidades de crescimento e infor-
mações às famílias de como tratarem a situação da surdez com mais naturalida-
de e um dos ganhos é a regulamentação da Lei 10436. Com essa lei, os futuros 
profissionais que estão entrando nas universidades terão maiores capacidades 
no atendimento e educação dos surdos.
A partir do próximo conteúdo estaremos interagindo com as particula-
ridades nas funções didáticas e linguísticas dos surdos. Não pare por aqui, ainda 
temos muito a alcançar.
No Ambiente Virtual de Aprendizagem você encontrará uma entrevista feita 
com pais de surdos explicando a importância da Libras para sua vida intelec-
tual, profissional e social.
SOUZA, Regina Maria; SILVESTRE, Núria. Educação de surdos: pontos e 
contra pontos. São Paulo: Summus, 2007.
O livro “Educação de surdos”, traz diversas questões que tratam sobre a edu-
cação de surdos. Para quem tem o interesse em seguir este caminho, este livro 
poderá auxiliar nesta tomada.
PLANK, D. Desenvolvendo competências para atendimento às ne-
cessidades educacionais de alunos surdos. Petrópolis, RJ: Vozes, 
2002.
124 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Os livros da editora “Vozes” têm um direcionamentoimportante aos surdos, 
que facilita o atendimento e entrosamento à educação de surdos em nosso 
país.
3.3 Interações através da Língua de sinais
As Línguas de Sinais têm sido pesquisadas e abrigadas na maioria dos 
países. O seu uso está difundido pela nossa nação, seja na educação, serviços de 
atendimento ao público ou interações sociais. Assim, 
Todos têm a oportunidade para o desenvolvimento linguístico na-
tural, educação de boa qualidade e educação contínua durante a 
vida toda. Os países que antes ignoravam a língua de sinais estão 
avançando rapidamente na sua pesquisa e documentação e na cria-
ção de legislação que garante o uso desta língua nativa. (MOURA, 
2008, p. 115). 
Interagir ou comunicar é importante e indispensável para qualquer ser 
humano. Tanto os homens quanto os animais usam a comunicação para intera-
tuarem entre si.
O surdo adquire sua linguagem ao ligar as experiências que se vive com 
a verbalização e/ou sinais que ele observa em outra pessoa (pai, mãe, colega, 
professores etc.), bem como, ao relacionar o que está sendo falado pelo outro 
com suas próprias experiências e também ao comunicar seus pensamentos de 
forma oral, escrita ou com sinais.
A difusão de informações e a troca de experiências torna possível a co-
municação entre duas ou mais pessoas.
Quando alguém como você tem alguma experiência de vida, mesmo 
as crianças, há sempre excelentes ocasiões para conversar das ocorrências que 
estão acontecendo, do que estão vendo, ouvindo e de outros momentos que nos 
leva ao prazer de conversar, bater papo, fofocar, brincar e contar piadas, mas, 
não é pela falta de uma língua oralizada, do som da voz que devemos excluir, 
omitir ou deixar de repassar ou receber estes tipos de informações. Com a Lín-
gua de Sinais, podemos realizar essas comunicações com os mesmos detalhes 
de uma língua oralizada.
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A interação junto à Língua de Sinais se faz indispensável à criança ou 
a qualquer outra pessoa surda e devemos de alguma forma motivar sempre a 
aprendizagem e a interação com essa língua.
Lembre-se: na hora que estiver interagindo com um surdo, não mencione 
"surdo-mudo".
Em diversas circunstâncias, pessoas que convivem com surdos têm 
algumas atitudes impróprias em relação a como interagir com eles. Isso acon-
tece naturalmente sem ao menos percebermos, mas, devemos tratar estes des-
confortos para desenvolvermos uma satisfatória interação. E para que isso não 
aconteça, deve-se tomar os seguintes cuidados:
  acredite e nunca desconfie das condições de plena compreensão da 
mensagem;
  deposite sua própria confiança que irá conseguir interagir com o 
surdo;
  aja com naturalidade em todos os aspectos de interação e informa-
ção;
  ao interagir com surdos, não vire o rosto, eles também se comuni-
cam olhando para os olhos ou utilizam a leitura labial;
  não deixe passar despercebidas frases que você não entendeu, mui-
ta gente acaba fazendo a expressão de sim com a cabeça como se 
estivesse entendendo e, na verdade, não compreendeu nada. Se 
houver dúvidas ou não entendeu, peça para repetir até entender o 
contexto;
126 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
  não superproteja os surdos. Eles são pessoas capazes e sabem “se 
virar” para interagir;
  não se utilize de frases “Pergunta pra ele se...”, dirigindo-se ao In-
térprete. Sempre que estiver interagindo com o surdo fale direta-
mente para ele, mesmo que ele tenha Intérprete;
  quando estiver conversando com um surdo oralizado, pronuncie 
bem as palavras sem exageros.
SEUGNDO AS PESQIUASS, NÃO IPMOTRA A ODREM DAS LERTAS DE 
UMA PALARVA DSEDE QUE A PIRMIERA E A ÚTLIMA LERTA ESTAJEM 
NO LGUAR COERRTO.
ITSO SE DVEE AO FTAO DE QUE A MNETE HUAMNA NÃO LÊ CDAA 
LERTA SEPRADAMEANTE E SIM A PAVALRA CMOO UM TDOO.
Neste exemplo, podemos verificar que é possível ler sem problemas o 
texto, pois estamos associando a imagem da palavra (imagem mnemônica) e não a 
associação da fonética. Esta é uma pequena demonstração de que a interação não 
depende somente de processos cheios de regras. Você poderá interagir na hora e 
no momento que desejar com qualquer surdo. Seu nervosismo em achar que não 
conseguirá deve ser deixado de lado e enfrente a comunicação de "frente".
Moura (2008) apresenta uma visão cujo desejo é que seja alcançada 
até 2020:
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  direitos humanos completos [...];
  acesso pleno à comunicação, língua e informação;
  educação de qualidade, com educadores surdos fluentes na língua 
de sinais, acesso ao ensino superior e programas de educação para 
adultos ao longo da vida;
  respeito total e amplo uso da língua de sinais por pessoas não-sur-
das;
  diversidade nos atendimentos públicos [...];
  interação livre graças à disponibilidade de intérpretes e tecnologias 
da informática;
  “Nada sobre nós sem nós” será a norma;
  reconhecimento da Língua de Sinais e dos direitos linguísticos em 
pleno vigor;
  os surdos em países em desenvolvimento, as mulheres e os jovens, 
bem como outros grupos vulneráveis terão avançado significativa-
mente, atingido a igualdade e a qualidade de vida.
Até que a visão de Moura seja alcançada, temos que interagir com qual-
quer pessoa independente da forma de comunicação. Comunicar e interagir 
fazem parte da natureza humana e são sucessíveis ao passar dos anos.
Para uma criança obter interação, (Lenneberg apud Honora, s/d, p. 37-38) 
descreve um gradual desenvolvimento onde elas alcançam funções sociais 
importantes, tendo uma sequência fixa e em idades cronológicas relativamente 
constantes.
128 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Veja a evolução da interação de uma criança quanto às funções básicas 
da linguagem.
Idade aproximada Funções sociais e linguísticas básicas
Nascimento
Conforto pelo som da voz humana; as expressões comuns re-
presentam choro por desconforto e fome.
6 semanas
Resposta à voz humana, emissão de sons de prazer e choro para 
conseguir ajuda.
2 meses Começa a distinguir diferentes sons de fala.
3 meses
Direciona o olhar para o local de onde desponta o som, emite 
respostas vocais à fala de outros e começa a balbuciar ou con-
trolar sons silábicos com ritmo.
4 meses Começa a variar o tom das vocalizações e imita sons.
6 meses Começa a imitar sons feitos por outras pessoas.
9 meses
Começa a transmitir significado pela entonação, usando pa-
drões que se assemelham às entonações dos adultos.
12 meses
Começa a desenvolver um vocabulário. Um bebê com 12 meses 
de idade possui vocabulário de 5 a 10 palavras que irá dobrar 
nos próximos 6 meses.
36 meses
O vocabulário pode chegar entre 900 e 1000 palavras; faz sen-
tenças simples.
4 anos
Possui um vocabulário de mais de 1500 palavras, faz muitas 
perguntas e suas sentenças ficam complexas.
6 anos Compreende de 20 mil a 24 mil palavras.
As situações vistas no quadro se referem a uma criança ouvinte num 
ambiente familiar. Mas, com a falta de audição, é conveniente impor precoce-
mente situações lúdicas que produzam ruídos e vibrações com cores e movi-
mentos. Deve-se lembrar sempre que a utilização de métodos visuais como fo-
tos, figuras de jornais, palavras com sinais e o incentivo são essenciais ao surdo 
para assegurar sua atenção.
Envolver a interação da pessoa surda no mundo da comunicação e da 
tecnologia não é impossível, há diversos instrumentos de entretenimento no 
mundo visual, perceptíveis e vibratórios que deverão ser usados diariamente:
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São diversas as formas de comunicação e interação com o surdo. Com a inclu-
são estampada por todos os lugares, pergunto: será que estamos preparados 
para interagir e receber os surdos seja qual for o local?
Tecnologias para a comunicação com os surdos
Telefone Celular
Muita gente pensa: o que um surdo vai fazer com um celular? Hoje, 
os celulares são de baterias com vibra call, ou seja, o celular vibra e com isso o 
portador sabeo momento que o telefone está em chamada. Os surdos utilizam 
o celular para: enviar e receber mensagens, despertador, agenda, entre outros. 
Internet
A Internet tem sido um dos meios mais utilizados não só pelos ouvintes. 
Os surdos têm se especializado cada vez mais para buscar seu aprimoramento e 
assim utilizam todas as ferramentas existentes na internet para a comunicação 
como: e-mail, msn, chats, sites de relacionamento, pesquisa, estudos etc.
TDD (telecomunications device for the deaf)
Telefone para surdos, denominado também como TTS (Terminal Te-
lefônico para Surdos), é um equipamento de comunicação telefônica através do 
qual os surdos se comunicam com outras pessoas escrevendo suas mensagens 
em um teclado e visualizando em um display as mensagens que lhes são envia-
das. O produto usa tecnologia brasileira com o objetivo de quebrar as barreiras 
de comunicação. Quando um surdo quer falar com algum ouvinte que não pos-
sui o TDD, ele liga para a central da operadora (142) e a atendente faz a interme-
diação entre o surdo e o ouvinte e vice- versa. É um método simples e funcional. 
130 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Closed Caption ou Legenda Oculta
É uma função existente nos televisores que permite ao surdo acompa-
nhar os programas transmitidos. As legendas ficam ocultas até que o usuário 
do aparelho acione a função na televisão através de um menu ou de uma tecla 
específica. 
A legenda oculta descreve, além das falas dos atores ou apresentadores, 
qualquer outro som presente na cena: palmas, passos, trovões, música, risos etc. 
destacado por uma cifra musical.
Janela de Intérprete
A janela não acontece em todos os programas e nem em todas as emis-
soras. A janela de intérprete é uma janela que fica ao canto inferior do televisor 
em que um profissional faz toda a interpretação do programa ou parte dele.
Escrita
A escrita é considerada um eficiente recurso, utilizada na interação en-
tre um surdo e um ouvinte tendo aproveitamento manuscrito e visual. Pode-
mos dizer que a escrita envolve também o desenho. Muitos surdos que não são 
alfabetizados e não são sinalizadores utilizam-se de desenhos e formas para se 
comunicar e entender a pessoa com quem gostaria de manter o acesso e a infor-
mação. Hoje, facilitou muito, mesmo a pessoa não tendo papel e caneta, o uso 
de touch screen virou "moda".
Dispositivo luminoso
É um dispositivo utilizado em residências de pessoas surdas. São usa-
dos nos telefones e campainha. Sua instalação depende de um profissional qua-
lificado e experiente, pois, os fios da campainha e do telefone são ligados direta-
mente às lâmpadas de todos os cômodos da casa, inclusive no banheiro. Quando 
o dispositivo da campainha é acionado, ele faz com que as luzes pisquem; já as 
luzes do telefone ficam piscando até que ele seja atendido. Outro método se dá 
pelo uso das cores das luzes. Geralmente, a campainha pisca uma luz branca e o 
telefone pisca uma luz amarela por um determinado tempo. 
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Curiosidades sobre o surdo
Sinal Próprio
Quando conhecemos alguém, logo fala-
mos seu nome ou, se não conhecemos, pergunta-
mos como se chama. O sinal próprio serve para que 
todas as vezes que quisermos nos referir àquela 
pessoa, tenhamos um signo, um batismo que nos 
representa, assim, denominado “Sinal pessoal”.
Após obter o sinal próprio, dá-se início 
à participação na comunidade surda. O sinal do 
“nome” se trata de uma marca, um traço ou per-
sonalidade da pessoa. Uma vez recebido o sinal, 
não mais se pode trocar.
Dia do Surdo
Em 1857, exatamente no dia 26 de setembro9,4foi inaugurada a pri-
meira escola de surdos no Brasil, hoje intitulada INES. Assim então, ficou deter-
minado no calendário brasileiro o dia 26 de setembro como o “Dia Nacional dos 
Surdos”. Esta data é sempre lembrada pelas lutas em busca de melhorias princi-
palmente em relação à dignidade e cidadania. Já o “Dia do Surdo” determinado 
pela federação mundial de surdos, celebra no dia 30 de setembro. 
A inclusão é um tema que está em alta desde o início do século XXI, po-
rém, há muito a se fazer em relação ao atendimento, capacitação e socialização, à 
cultura. Assim, o próximo conteúdo estará abordando justamente esta ideia.
No AVA, a partir dos vídeos, você pode conferir todo este conteúdo a partir de 
ilustrações e demonstrações práticas. Este recurso é de grande importância 
para seu desenvolvimento e conhecimento.
9 Neste dia, procure a associação de surdos ou escolas inclusivas mais perto de sua casa e partici-
pe dos movimentos que acontecerão. Este é um ótimo momento de contato e fluência com surdos 
e a língua.
Sinal de “sinal”
132 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Você já viu na casa de alguém com funciona o dispositivo luminoso?
No site disponível você verá um vídeo demonstrando exatamente o funcio-
namento deste recurso dos surdos. É importante conhecer, pois, poderemos 
indicar a uma família surda que ainda não tenha.
Curiosidades sobre a comunidade surda. Disponível em: <http://curiosida-
dessobreacomunidadesurda.blogspot.com/>. Acesso em: 15 jan. 2012.
3.4 Surdez, sociedade em seu processo de inclusão
Os processos psicossociais, enfatizando a inclusão de surdos, é um as-
sunto muito complexo. Sua situação depende da realidade de cada centro, es-
tado ou região. Para analisar cada fato é preciso conhecer o surdo e sua vida 
cotidiana dentro das práticas de uma questão sociocultural. 
A inclusão social tem oferecido aos surdos oportunidades de participa-
rem de todos os sistemas governamentais, e estas oportunidades possibilitam a 
descoberta de situações fascinantes e geram também a desconfiança e incerte-
zas de normas constantes.
Há uma distinção de fatores e conhecimentos quando se fala de in-
clusão de surdos, além de sua diversidade (língua, cultura, tradições etc.). Na 
inclusão, alguns fatores primordiais favorecem o surdo e um deles é a valori-
zação de sua cultura e comunicação espaço/visual que os elevam no sentido de 
compreender o universo em seu entorno, construindo uma experiência visual.
A Língua de Sinais não deve ser encarada como instrumento de inclu-
são, mas sim de valorização da cultura surda, aceitando-a como língua oficial.
Favorecer o aprendizado do indivíduo surdo utilizando a Língua de Si-
nais é ter certeza de que ele adquirirá o conhecimento. Com isso, pode-se citar 
o livro “O voo da gaivota”, da autora surda Emmanuelle Laborit (1996, p. 61):
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Utilizo a língua dos ouvintes, minha segunda língua, para expressar 
minha certeza absoluta de que a Língua de Sinais é nossa primeira 
Língua, aquela que nos permite ser seres humanos comunicadores. 
Para dizer, também, que nada deve ser recusado aos Surdos, que to-
das as linguagens podem ser utilizadas, a fim de se ter acesso à vida.
Você tem proporcionado a inclusão?
O que a inclusão pode oferecer às pessoas com surdez?
A sociedade não é composta somente de pessoas que ouvem e, assim, 
a inclusão é um tremendo benefício para inverter papéis e trocar experiências 
aprendendo e cultivando novas línguas. Essa troca pode levar a uma maior inte-
gração e inclusão social. O surdo, a se ver valorizado e respeitado em sua carac-
terística, pode ampliar o interesse pelo aprendizado da Língua Oral Portuguesa, 
a qual, hoje, não é uma obrigação legal para pessoas surdas. 
“As frases nas mãos” não apenas substituem a forma gráfica da Língua Portu-
guesa, elas também repassam sentimentos. 
Há tempos, os surdos eram obrigados a se oralizar para serem incluí-
dos na sociedade. Talvez fosse mesmo o melhor meio para enriquecer as rela-
ções entre os pais e a família.
134 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Inclusão dos surdos na escola
Atualmente, no Brasil, a inclusão dos surdos nas escolas, virou um 
grande desafio. Temos observado, em diversas escolas regulares, surdos que 
chegam sem saber ao menos sua língua materna, enquadrando-se aos verda-
deirosexcluídos, pois, não entendem a oralização dos professores e tão pouco 
entendem sua própria língua. Daí surgem muitas aflições e questionamentos. 
Em cursos de capacitação em Libras oferecidos pelos governos, fala-se em inter-
pretação e expressão dentro da sala de aula independente dos surdos saberem 
ou não a Língua de Sinais. Tudo bem, realidade de grandes centros referenciais 
em Libras estão adaptados e acostumados em receberem alunos de níveis eleva-
dos de entendimento interpretativo. Mas, o que fazer com os alunos de interior, 
independente do estado e que, não têm apoio desde a infância? 
Inclusão escolar dos surdos requer uma boa elaboração tanto para o 
aluno quanto para a escola. Assim, ambos se sentirão aptos a participarem deste 
processo.
As Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica 
(BRASIL, 2001 apud GLAT, 2007, p. 31):
[...] necessidades educacionais especiais. [...], trata-se de um concei-
to amplo: em vez de focalizar a deficiência da pessoa, enfatiza o ensi-
no e a escola, bem como as formas e as condições de aprendizagem; 
em vez de procurar, no aluno, a origem de um problema, definiu-se 
pelo tipo de resposta educativa e de recursos e apoios que a escola 
deve proporcionar-lhe para que obtenha sucesso escolar; por fim, 
em vez de pressupor que o aluno deva ajustar-se a padrões de ‘nor-
malidade’ para aprender, aponta para a escola o desafio de ajustar-se 
para atender à diversidade de seus alunos.
Muitos acham que incluir é apenas colocar o aluno surdo em sala de 
aula. O trabalho é longo, constante e necessita da participação de todos do am-
biente para garantir a inclusão.
Ouve-se muito: “Nem eu e nem a escola estamos preparados para rece-
ber os surdos aqui.” “Não tenho obrigação de trabalhar com os surdos porque o 
governo não dispõe de meios para atendimento”. Estes comentários não são iso-
lados, acontecem e acontecerão em vários lugares e com diversos profissionais 
e, quem fala, esquece que a escola tem o Intérprete e que a ela disponibilizou 
sim de “um meio” para intermediar os professores.
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É preciso apaziguar esta amargura, este desconforto e esta inseguran-
ça, pois, a inclusão depende dos professores e, querendo ou não, vem também 
testar o potencial dos profissionais. É preciso que os professores se incluam no 
ensino aprendizado da Libras e incluam os surdos em suas salas de aula como 
um outro aluno qualquer.
O primeiro passo está dado, e agora?
Qual a capacidade de aprendizado dos surdos?
Como primeiro passo, há as leis que asseguram a inclusão e estas crian-
ças têm entrado na escola achando que sabem Libras porque já conhecem o 
alfabeto e pensam que sabem oralização porque sabem se comunicar em casa. A 
realidade é essa e às vezes confundimos se está havendo a inclusão ou se estão 
querendo fazer a inclusão. 
Ensinar a alfabetização da Libras e Português ao mesmo tempo é uma 
prática confusa e desastrosa, assim como tentar ensinar para diversos surdos 
com níveis diferentes. O apoio que deveria ser inclusivo e eficiente, passa a ser 
uma tentativa de aquisição lenta. 
Alunos surdos com idades mais avançadas têm um aprendizado infe-
rior tanto na Libras quanto no português, mas, têm maior interesse em apren-
der. Os mais novos aprendem, mostram interesse em adquirir conhecimento e 
preferem a sua língua natural como referencial. Já os que intercalam as idades 
estão na fase mais confusa, pois, já adquiriram anteriormente o ensino através 
da oralização sem conhecer o português ou a Língua de Sinais e acabam utili-
zando o bimodalismo.
Laborrit (2006, p. 23) deixa claro o que é uma inclusão de surdo. A 
frase dele foi muito feliz: 
Quando eu aceito a língua de outra pessoa eu aceitei a pessoa [...] 
Quando eu rejeito a língua, eu rejeitei a pessoa porque a língua é 
parte de nós mesmos [...] Quando eu aceito a Língua de Sinais, eu 
aceito o Surdo, e é importante ter sempre em mente que o Surdo tem 
o direito de ser Surdo.
Diversas são as dificuldades e problemas encontrados por todos no 
processo de inclusão, mas, tentar facilitar a inclusão dos surdos no social é de-
ver de todos nós.
Grande parcela da população de pessoas surdas vivem ainda no con-
texto limitado. As barreiras sociais lhes impõem restrições ao exercício da cida-
136 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
dania plena, de uma vida digna e participativa. A realidade social necessita dos 
esforços da família, dos governos e da sociedade em geral no sentido de promo-
ver a melhoria de vida de toda a coletividade de forma igualitária e democrática.
A garantia do conhecimento da Libras na formação de profissionais 
aprova a construção de uma sociedade para todos, ajustada ao princípio da in-
clusão, sugerindo preparação e aprendizagem, atentas às diversidades linguís-
ticas que encontraremos.
As discussões existentes sobre pessoas com necessidades educacionais 
especiais pautam-se no desenvolvimento de ações educativas assentadas nos 
pressupostos de uma educação inclusiva, sugerindo a formação de um profissio-
nal cujo perfil de atuação seja compatível com a necessidade apontada.
A ideia da inclusão é que todos (surdos e ouvintes) participem e apren-
dam por igual independente de suas dificuldades, diferenças ou instituição. Po-
rém, ainda há uma grande barreira diante dos professores e salas de aula que 
nunca tiveram um aluno surdo incluído, tudo isso ocorre pela presença do in-
térprete e pela vasta diferença metodológica que o profissional deverá assumir. 
É um desafio que todos nós devemos abraçar, apoiar e agir.
As dificuldades se darão em função do despreparo dos educadores atu-
antes no ensino fundamental. Por isso, hoje, você está se capacitando para que 
no futuro não tenhamos mais surdos com dificuldade de comunicação. Você irá 
incluí-los e estará se incluindo ao mundo do silêncio.
Inclusão e o Papel do Profissional
Este termo “inclusão”, tanto lido aqui como visto no dia a dia, irá per-
mutar por vários autores e até mesmo por várias outras vezes neste livro. Mas 
esta palavra e sua ação estarão ligadas diretamente a você, compartilhando com 
diversos segmentos da sociedade nos inúmeros serviços na área da saúde e 
educação.
Apesar de toda discriminação, o surdo está incluído em uma sociedade 
cheio de pesares, mas, está em meio a uma nação alegre, que dará auxílio para 
sobrevivência e desenvolvimento dos surdos. Muitas das vezes os próprios sur-
dos são preconceituosos, e o papel do profissional é também fazer com que o 
surdo se inclua, ou seja, passe a aceitar seus familiares, seus professores, seus 
amigos, alguém que lhe oriente como lidar com um ser tão “excludente”.
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Os surdos não são deficientes a ponto de não produzirem ou não terem 
condições de assumir compromissos, por isso, a proposta da inclusão é acredi-
tar no potencial deste grupo de pessoas. 
Uma pessoa quando abarcada no programa de inclusão não deve ser 
classificado como “coitado”, deve ser tratado com a visão de garantir acesso e a 
participação ativa, cobrando normalmente suas tarefas e deveres em cima das 
possibilidades de empenho e produtividade.
Os colaboradores surdos deverão ser percebidos como sujeitos que têm 
diferença e não deficiência10.5O fato de não ouvir não significa que não pode 
ou não consegue. É preciso considerar sua cultura, suas possibilidades e suas 
capacidades. 
Para este processo seguir conforme esperamos, você deverá refletir 
acerca da importância do papel do profissional como agente intercessor na in-
clusão do surdo no mercado de trabalho, aprendendo e proporcionando diver-
sidade, experiência e motivação.
De acordo com as concepções do “Projeto Incluir”, busco sugerir possi-
bilidades de acesso e permanência dos surdos em ambientes distintos, sem que 
sejam exclusas adotando como fator importante o papel do profissional.
Para conhecer melhor sobre o projeto incluir, acesse o site Acessibilidade 
Brasil. Disponívelem:<http://www.acessobrasil.org.br/>. Acesso em 16 de 
abr. 2012.
Conheça como inserir os surdos na sociedade com a colaboração de um 
profissional:
  planejando os passos do surdo através de reforços negativos ou po-
sitivos, desenvolvendo do mais simples para o mais difícil com mé-
todos repetitivos criando experiência e baseando-se em resultados 
apresentados;
10 Eficientes SIM! Deficientes NÃO.
138 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
  facilitando o aprendizado fundamentado na imaturidade;
  possibilitando diálogos nas duas línguas (português e Libras), en-
volvendo a compreensão e aceitação, assim, inovando diálogos e 
tolerando erros;
  compartilhando conhecimentos específicos para desenvolver pro-
cessos distintos e interdependentes. O processo de inclusão consis-
te em crescer envolvendo quem inclui e quem é incluído.
Diante destas concepções, permita o avanço na perspectiva do acolhi-
mento e da diferença, propiciando o alargamento nas trocas de conhecimentos 
e na formação humana. 
Para entender bem algumas fases no atendimento pedagógico, o pró-
ximo conteúdo traz exatamente estas intermediações entre educador, comuni-
cador e surdo.
Além destas indicações de vídeo na internet, você pode conferir no AVA re-
portagens e entrevistas sobre inclusão e o papel do Intérprete que desenvol-
vemos especialmente para você.
O programa “Ação”, apresentado por Serginho Groisman, vem apresentar 
uma matéria mostrando a verdadeira e eficiente inclusão de alunos surdos 
em salas de aulas com alunos ouvintes. Vale a pena conferir.
AÇÃO. Inclusão de alunos em salas de aula de alunos que ouvem. 
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=4
BZQhWGkvNQ&NR=1>. Acesso em: 17 abr. 2012.
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Já na reportagem de uma emissora de TV, apesar da nomenclatura “mudo” 
apresentada incorretamente, vem complementar o programa “Ação” com 
suas coordenadas e práticas dentro de sala de aula em escola regular pública 
no Brasil.
REPORTAGEM. Inclusão de Mudos e Surdos na Escola Pedro Loba-
to. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=v2THomC5QC0&f
eature=related>. Acesso em: 17 abr. 2012.
A surdez em seus aspectos comunicativos e interação prepara artifícios para 
a comunicação corporal. Esta comunicação é uma das mais importantes 
dentro da Libras, pois, facilita a compreensão e assessora os sinais em um 
contexto, assim como os classificadores, que são marcadores de concordân-
cia, nos traz o real. A estrutura e apoio dos familiares são essenciais à vida 
de qualquer pessoa, principalmente no lar que acaba de receber um surdo. 
A barreira existente na comunicação pode atrasar todo o processo de esco-
larização e desenvolvimento linguístico neste novo membro e, nesse sentido, 
novas perspectivas vêm sendo criadas para combater o paradigma da exclusão 
até atingir a aceitação e interações perfeitas. A inclusão é um fato muito 
comentado nos dias de hoje e vem favorecer os surdos dentro da sociedade, 
pois possibilita facilidades para entrar no mundo do aprendizado de forma 
total e incondicional.
 
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 140 
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Verifique no AVA as respostas do exercício.
Sabemos o quanto é importante a expressão corporal e facial. Como pode-
ríamos aprofundar neste recurso?
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O que a família deveria fazer para incluir melhor seu filho surdo na socie-
dade?
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Qual a importância de interagir/comunicar com o surdo através da Língua 
de Sinais?
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O que pode ser feito para que a inclusão dos surdos nas escolas e na socie-
dade seja mais acolhedora?
__________________________________________________
__________________________________________________
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Assinale a segunda coluna de acordo com a primeira.
I – Tem como função expressar toda pala-
vra relacionada a sentimento.
II – Teatro gestual.
III – Ação dos movimentos através das 
mãos, traz o real para a quirologia.
( ) Classificadores 
( ) Linguagem Corporal
( ) Pantomima
II; III; I
I; II; III;
III; I; II
II; I; III
I; III; II
Diante das expressões, assinale V para as expressões que compreendem 
verdadeiro e F para as falsas.
I. Mãos fechadas e ranger os dentes pode ser a expressão de cansaço 
ou orgulho.
II. Roer as unhas e esfregar as mãos pode ser a expressão de ansiedade.
III. Olhos nos olhos, testa franzida e cara fechada podem ser a expressão 
para ódio ou enfrentamento.
IV. Coçar o queixo e o pescoço, olhar para os lados pode ser a expressão 
de disfarce ou pensamento.
São verdadeiras as questões II, III e IV.
São verdadeiras as questões I, II e III.
São verdadeiras as questões III e IV.
São verdadeiras as questões II e III.
Todas a questões são verdadeiras.
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Verifique no AVA as respostas do exercício.
Todo surdo deverá ter um trabalho precoce para que seu desenvolvimento 
seja igual aos ouvintes, mas, este processo depende muito da família para 
que o surdo não tenha prejuízos intelectuais, psicomotores e sociais. Qual 
a idade propícia a iniciar o ensino a este surdo?
De 0 a 2 anos
De 3 a 6 anos
De 6 a 10 anos
De 10 a 15 anos
Quanto mais velho melhor
O que não é papel dos pais quanto às perspectivas de um filho surdo?
Incluir a criança surda em escolas regulares.
Aceitar a surdez e aprender a Libras junto com seu filho surdo.
Dar conforto e liberdade para que a criança aprenda a Libras assim que 
despertar esta comunicação.
Propor um atendimento educacional de qualidade.
Insistir que a criança surda aprenda desde bebê a Língua de Sinais.
O que significa o “sinal próprio” para a comunidade surda?
É a interação através do alfabeto manual dentro da comunidade surda.
Dispositivo que auxilia na comunicação com as pessoas cegas.
Sinal de uma pessoa como se fosse um batismo na comunidade surda.
Recurso da escrita utilizado somente dentro da comunidade surda.
É a datilologia do próprio nome.
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Verifique no AVA as respostas do exercício.
Diante das alternativas, o que não é um recurso tecnológico utilizável 
pelos surdos?
TTS (Terminal Telefônico para Surdos).
Telefone celular.
Impressora em Braille.
Legenda oculta ou close caption.
Janela de Intérprete.
Assinale I para as afirmações que proporcionam INCLUSÃO e E para as 
alternativas que propõem EXCLUSÃO dos alunos surdos na escola.
I. Oportunizar aos surdos os mesmos recursos utilizados aos ouvintes.
II. Propor a mesma avaliação em sala de aula quando há surdos e ou-
vintes.
III. Assinalar ausência ao surdo quando o mesmo não estava em sala de 
aula.
IV. Separar os surdos dos ouvintes em uma apresentação de trabalho.
V. Explicar os conteúdos sem apoio do intérprete.
As alternativas I; II e III propõem inclusão e as alternativas IV e V 
propõem exclusão. 
As alternativas I; IV e V propõem inclusão e as alternativas II e III 
propõem exclusão. 
As alternativas II; III e V propõem inclusão e as alternativas I e IV 
propõem exclusão. 
As alternativas III; IV e V propõem inclusão e as alternativas I e II 
propõem exclusão. 
Todas as alternativas propõem inclusão.
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Qual a língua que o surdo deverá aprender primeiro?
Português
Libras
Braille
Classificador
Datilologia
Estão no AVA as respostas do exercício.
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Tema
Neste tema, você verá de forma prática 
como se comunicar e trabalhar com um surdo. 
Portanto,prepare sua criatividade e faça parte 
destes saberes e fazeres. 
Objetivos da Aprendizagem
  conhecer noções legislativas, utilizando-as 
de forma coesa;
  compreender os conhecimentos básicos e 
domínios necessários para a comunicação 
simples e direta às pessoas com surdez, faci-
litando a inclusão social e possibilidades em 
relação interpessoal através do uso da Libras;
  utilizar Libras com coesão e coerência para 
que haja entendimento.
LÍNGUA DE 
SINAIS: SABERES 
E FAZERES
04
148 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
4.1 Aspectos pedagógicos em suas possibilidades no 
contexto de ensino-aprendizagem
O surdo se utiliza principalmente da visão em sua interação com o meio 
comunicativo e de aprendizagem. Para o surdo, a Língua de Sinais é primordial 
(L1) onde sua modalidade é totalmente visual-espacial e L2, que é a Língua oral-
auditiva. 
L1 e L2 são identificadores muito utilizados por escritores para identificar 
qual é a primeira ou a segunda língua de um indivíduo.
Para o aprendiz surdo, o processo é o mesmo da alfabetização em por-
tuguês, o que se alteram são as ênfases dadas aos modelos e figuras, tudo é 
visual11.
Com a falta da audição, os surdos desenvolvem outros meios, incons-
cientemente, para suprir esta necessidade, como é o caso da percepção vibra-
tória e visão, porém, ainda apresentam algumas dificuldades na aprendizagem. 
Uma rica imagem permanece mais tempo viva na memória do que uma exten-
sa explicação. Imagens ilustradas ou reais são de grande importância para o 
aprendizado e no desenvolvimento de práticas, tendo a função de instrumen-
tar o crescimento dos alunos surdos. O visual, tanto na representação abstrata 
quanto na figurativa tem o potencial de ser aplicado como recurso na transmis-
são de conhecimento e no desenvolvimento do raciocínio. 
Para o aprendizado de uma criança surda, além da parte visual, é de 
grande importância que eles participem de associações, grupos ou espaços onde 
se permitem a socialização entre pessoas de diferentes níveis educacionais e 
idades. Assim, poderá ter um ambiente diversificado que de tal modo irá desen-
volver suas diversas práticas de aprendizado, frisando que a Libras é a primeira 
11 A comunicação visual é o que mantém a atenção do surdo.
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língua dos surdos e a L1 deverá fazer parte da vida do surdo antes mesmo da L2 
(português).
O surdo possui determinadas características que podem comprometer 
ou inibir o aprendizado, fazendo que a visão e a percepção vibratória supram e 
organizem as informações recebidas na falta da audição. Um “prejuízo” dos sur-
dos, devido a seu déficit auditivo, envolve a perda de informações existentes no 
meio ambiente em que vivemos, pois, há elementos sonoros que nos permitem 
sonhar, conhecer e proteger.
Conforme Russo e Santos (1989), a função auditiva está sempre em 
desenvolvimento. As habilidades auditivas vão se aprimorando conforme o de-
senvolvimento da criança e conforme os estímulos que esta criança recebe. 
Conheça algumas habilidades auditivas:
  atenção auditiva: capacidade da criança de apresentar uma res-
posta voluntária a um estímulo sonoro;
  consciência auditiva: capacidade da criança de perceber a pre-
sença e a ausência do som;
  localização sonora: capacidade da criança para reconhecer de 
onde a fonte sonora partiu;
  discriminação de sons: capacidade de detectar diferenças e se-
melhanças dos sons;
  seleção figura/fundo: habilidade de selecionar um estímulo so-
noro significativo dentro de outros sons apresentados simultanea-
mente;
  detecção sonora: capacidade de perceber se existiu ou não o som;
  sensação sonora: habilidade de saber como era o som;
  reconhecimento auditivo: capacidade de saber qual foi o even-
to que causou o som;
150 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
  compreensão auditiva: compreender por que razão o evento so-
noro ocorreu;
  memória auditiva: capacidade de perceber o que ficou retido e 
que pode ser evocado do som apresentado.
Não se inclua totalmente no mundo das figuras e das imagens. Se você 
insistir exclusivamente neste contexto, poderá causar defasagem no aprendi-
zado de um surdo, seja criança ou adulto, pois as ilustrações trazem também 
distrações, ocasionando dificuldades em absorver a atenção de forma mais inin-
terrupta.
O início de um trabalho de ensino-aprendizado da escrita e da leitura é 
de grande importância. A escrita, sendo uma das primeiras atividades, iniciará 
um meio de identificação e os fazem sentir atração por livros e, sequencialmen-
te, pela leitura. Recorte, colagem, montagem de frases através de figuras corres-
ponderão à memorização dos objetos relacionando às palavras com a realidade. 
Somente assim eles (os surdos) saberão o que estão lendo e o que estão sinali-
zando.
Para você entender melhor como funciona o contexto de aprendizado 
dos surdos, dividirei em subtópicos explicando passo a passo.
A utilização de figuras com o manuseio do lápis chegando à escrita é 
uma ótima estratégia de aprendizagem, pois, busca o caminho necessário, que 
é o visual e somente com o recurso do visual possibilita a compreensão e ansie-
dade de aprender mais.
Veja a seguir algumas dicas e aproveite essa ideia.
Desenvolvimento da coordenação Motora fina:
Com um lápis, faça o caminho em que o cachorro deverá fazer até che-
gar a sua casinha.
Coordenação Motora
A Coordenação Motora deverá auxiliar a criança no desenvolvimento 
de suas habilidades físicas propondo reconhecimento, acompanhamento e se-
gurança sobre o que fará, assim, você poderá criar diversos desenhos tracejados 
e esta criança deverá seguir os traços com um lápis sem se esquivar.
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Coordenação Motora Fina
Para desenvolver a “Coordenação Motora Fina”, desenvolva um dese-
nho como, por exemplo: Um cachorro de um lado e uma casinha do outro lado 
havendo apenas um caminho a seguir. Esta criança deverá rabiscar este cami-
nho com um lápis, fazendo a passagem em que o cachorro deverá seguir até 
chegar a sua casinha. 
Matemática
Para desenvolver a matemática, você poderá criar quadrados com di-
versas estrelas dentro e solicitar que pinte os quadrados que contenham 6 estre-
las. Este método auxilia rapidamente no reconhecimento de quantidade.
Noção de números através da contagem e quantidade
Relacionado à matemática, você poderá desenvolver um grande plano 
com algum desenho como, por exemplo, flores e solicite à criança que circule 
de 5 em 5 estas flores. Desta forma, forçará a contagem matemática e, ainda, a 
coordenação motora ao circular estes desenhos.
Noção de espaço
Faça duas colunas desenhando figuras geométricas e solicite à criança 
que pinte com a mesma cor as formas da coluna 1 que cabem dentro das formas 
da coluna 2. Assim, ela estará aprimorando sua noção de conhecimento de figuras 
e noção de espaço.
Discriminação visual e lateralidade
Esta situação também não é nada complicada de desenvolver. Desenhe 
uma pata mãe ou qualquer outro bicho voltado a um lado e, logo atrás, desenhe 
patinhos (filhotes) em direções diversas e peça que a criança pinte os patinhos 
que estão na mesma direção da mãe.
Alfabetização através do Alfabeto em Libras
Faça um desenho qualquer e coloque apenas pontos com letras em Li-
bras para que possa fazer a ligação alfabética e descobrir o desenho. Este método, 
além de alfabetizar em Libras, auxilia na coordenação motora, coordenação 
motora fina e reconhecimento de figuras.
152 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Atenção e concentração:
Caça-palavras em Libras
 A M I G O D H Y T L
Q W M N B U I X Z Ç
A B R I R S Ç K S D
F R G C C X I J O P
E I H Y A F A Q L I
J N O U S V P N M L
O C G W A R A R F S
H O U C Z M P Y Q Ç
Descoberta dos números, atenção e concentração
Circule as mãos que correspondem a números.
5 H 5 R P A 2 C X Z
I 1 U Y T 8 F E 0 B
N M 5 T 8 R 9 I X 6
7 AT 6 Y 1 Ç K 3 M
U E N 1 B I H 5 Y N
Você, ao receber ou atender uma pessoa com surdez, seja homem ou 
mulher, deverá estar atento, pois assumirá a responsabilidade de desvelar meios 
que assegurem a construção do conhecimento, favorecendo a comunicação, o 
entendimento e o atendimento aos surdos. Será necessário que você procure 
adaptações e estratégias a fim de facilitar a participação, o desenvolvimento e a 
aprendizagem do seu cliente, seja ele aluno ou paciente. 
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Glat (2007) propõe didáticas importantes a profissionais que traba-
lham no processo de ensino para surdos:
  utilizar sempre a Língua de Sinais, independente se o surdo sabe 
ou não LIBRAS;
  utilizar sempre a escrita no quadro, slides, desenhos para os surdos 
escreverem a palavra chave;
  empregar palavras que não estão incluídas no vocabulário diário e 
anexá-los em um mural;
  proferir frases completas não exagerando nas articulações e nem 
na velocidade;
  organizar espaços que permitem ao surdo desenvolver e estimular 
a criatividade, autonomia, ludicidade, memorização, raciocínio ló-
gico e sociabilização.
Fazendo um breve apanhado do que foi apresentado, é sempre neces-
sário que a Libras seja oferecida como meio de comunicação e expressão no 
desenvolvimento do processo de aprendizado. É preciso, por parte dos profis-
sionais, da escola, dos pais, uma mudança de comportamento, pois sabemos 
que o preconceito e a falta de informação contribuem para o fracasso dos surdos 
no seu processo de socialização e aprendizagem.
Você acha que a sociedade um dia dará todo suporte necessário para que os 
surdos sejam incluídos nos aspectos educativos, sociais e culturais?
154 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
A comunicação visual é fundamental, tanto para o aprendizado da Lín-
gua Portuguesa oral quanto para a aquisição da língua de sinais. 
Espero que você reflita e se auto-avalie sobre as questões apresentadas 
no seu propósito e na sua estimulação de despertar que será o ensejo de apren-
dizagem e construção de autoestima de uma criança ou de um adulto surdo.
Surdez e as dificuldades no contexto de ensino aprendizado
A dificuldade escolar traz índices de evasão e reprovação não só para 
surdos, embora a natureza das disfunções na aprendizagem leve a uma relação 
direta entre dificuldade de aprendizagem e fracasso escolar. De fato, dificulda-
des, transtornos, distúrbios e problemas, todos estão sujeitos. O aluno que não 
aprende, não realiza nenhuma das funções sociais da Educação, representa de 
forma visível as dificuldades no processo de ensino e aprendizado. Assim, 
[...] é necessário enfatizar que as condições de aprendizagem no pro-
cesso de escolarização do aluno surdo dependem, por via de regra, 
do modo pelo qual são encaradas suas dificuldades e as diferenças 
ocorridas no processo educacional [...]. (SILVA, 2001 apud GLAT, 
2007, p.107).
Problemas como falta de atenção, dificuldade de memorização, compreensão 
e desinteresse podem se manifestar como os primeiros obstáculos da vida 
escolar do surdo.
De acordo com vários autores, existe um numeroso grupo de crianças bra-
sileiras de diferentes camadas sociais que abandonam precocemente a escola por 
serem surdas, mas, não citam se é por falta da verdadeira inclusão, a qual o aluno se 
desmotiva a ir à escola, ou se por abandono sugerido ou apoiado pelos pais. 
Para compensar esta falha na carência cultural foram organizados no 
Brasil projetos de educação compensatória com surdos e ouvintes na mesma 
sala de aula e este tipo de educação tem servido para avançar e somar com a 
inclusão.
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É preciso, inicialmente, reconhecer que a grande dificuldade enfren-
tada pelos surdos e professores de alunos surdos é a cicatriz quase que alheia à 
comunicação e a dúvida é entre falar oralmente ou usar Língua de Sinais.
Aí está uma dica para você que se interessa ou interessou por Libras. 
Quem sabe não é o tema-chave para um estudo de conclusão de curso ou até 
mesmo de um artigo. 
Independente do que vier a nós, devemos sempre permitir ao surdo o 
direito de acesso à sua língua natural, que é a Língua de Sinais.
Esta língua ostenta outro conjunto de estruturação gramatical alta-
mente complexa que permite ao seu usuário um tipo diferente de pensamento, 
baseado nas possibilidades inteiramente visuais.
Você faz a diferença e o futuro do ensino e aprendizado do surdo de-
penderá exclusivamente de você.
 
Atividades pedagógicas
Para alcançar a aquisição da linguagem, os educadores deverão seguir 
alguns objetivos considerados específicos e importantes na organização da Libras. 
Quadros (2004) propõe sugestões de algumas atividades:
  atividades de rotina em sinais;
  brincadeiras e jogos em sinais;
  realização de experiências em sinais;
  hora do conto em sinais;
  passeios;
  atividades diversas com surdos locais;
  mini cursos ou aulas ministradas por outras pessoas surdas.
Junto às aparências formais da Libras, devem ser exploradas funções 
da língua que auxiliem a forma prática e educativa nos seguintes aspec-
tos:
  configuração das mãos;
  alfabeto manual;
156 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
  uso de uma mão;
  uso de ambas as mãos com configurações iguais e diferentes;
  exploração dos pontos de articulação dentro do espaço de sinalização;
  intensidade, modo, tempo, forma e tamanho;
  incorporação de negação;
  emprego das relações de significado lexical;
  sentenças;
  figuras de linguagem.
As funções diversas e o uso da linguagem:
  conversação com diferentes pessoas da comunidade com níveis di-
ferenciados de formação;
  exploração de jogos dramáticos;
  acesso a aulas em vídeo e jornais televisivos;
  exploração de relato de estórias;
  poesias;
  momentos de conversa sobre fatos históricos da comunidade surda 
e da sociedade brasileira.
Explorando a arte da língua de sinais:
  produzir histórias usando o alfabeto manual;
  produzir histórias usando os números;
  produzir histórias usando configurações de mãos específicas;
  produzir histórias sobre pessoas surdas;
  produzir histórias sobre pessoas ouvintes;
  produzir histórias com pessoas surdas no mundo dos ouvintes;
  relatar histórias, contos e fábulas explorando os jogos de posições 
do corpo e direção dos olhos para estabelecimento de personagens. 
Pensar em diferentes formas de ensinar e aprender, considerando di-
ferentes formas de pensar, de expressar, de ver o outro, nos redimensiona e nos 
provoca no sentido de busca e de encontro. Os efeitos da modalidade provocam 
novos olhares sobre a pedagogia. As línguas de sinais, nos contextos em que 
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são usadas pelas pessoas surdas, apresentam diferentes faces de uma possível 
pedagogia, a pedagogia visual. Podemos brincar, ler, sentir, perceber o mundo, 
aprender, ensinar através do visual que organiza todos os olhares de forma não 
auditiva (QUADROS, 2004, p. 63).
No próximo tema você terá um conhecimento sobre as profissões dire-
cionadas aos surdos e aos usuários da Língua de Sinais.
No AVA, você encontrará vídeos e pod cast relacionados a este conteúdo. Não 
deixe de utilizar este meio. Será muito útil e importante em seu aprendizado.
MARCHESI, Alvaro. Comunicação, linguagem e pensamento das crianças 
surdas. In: Desenvolvimento psicológico e educação: necessidades 
educativas especiais e aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 
1995.
Através desta bibliografia, você poderá obter melhores conhecimentos sobre 
a comunicação e o desenvolvimento psicológico das crianças com surdez.
BOTELHO, Paula. Linguagem e letramento na educação dos surdos: 
ideologias e práticas pedagógicas. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
Este livro descrito acima nos dá uma boa base no que diz respeito às práticas 
e metodologiasde ensino e educação aos surdos.
158 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
4.2 Possibilidades de trabalho
Todos nós sabemos que a dificuldade em conseguir emprego é realida-
de no Brasil e até mesmo no mundo. Os países têm enfrentado, hoje, uma gran-
de crise social e econômica em que, infelizmente, uma parte considerável da 
população se destaca pela falta de oportunidades. Normalmente, esta parte da 
população não tem acesso, sequer, aos meios de informação, para que estejam 
preparadas a disputar dentro do mercado de trabalho. Paralelamente, encon-
tramos pessoas que não dispõem de meios para conseguir uma boa colocação 
em termos de emprego.
Em algumas atividades, que englobam percepção, concentração e avalia-
ção visual, os surdos se destacam dos ouvintes. Tal fato se deve, principalmente, 
à falta de conhecimento da população, de uma forma geral, de que o surdo, tanto 
quanto qualquer outra pessoa tem capacidade de estar exercendo atividades pro-
fissionais variadas, desde que não envolvam a necessidade de ouvir.
Como vimos, existe um número bem significativo de pessoas surdas 
no Brasil. É importante lembrar que surdez não é sinônimo de inaptidão, pois, 
existem pessoas que apesar de sua limitação sensorial têm capacidade para in-
gressar no concorrido mercado de trabalho.
A Constituição Federal de 1988, artigo 7º, deixa claro que qualquer 
pessoa com necessidade especial não poderá sofrer preconceito e discriminação 
nas oportunidades de trabalho, seja ela no salário ou critérios de admissão.
Uma profissão digna oferece ao trabalhador uma ascensão no ego, traz 
autoestima, confiança e prazer e com a decorrência e recebimento dos advindos 
ainda constitui melhorias e condições de vida.
Importância do trabalho aos surdos
O trabalho na vida do surdo é tão importante quanto na vida dos ou-
vintes. Assim, a diferença entre pessoas com surdez implica, basicamente, num 
caráter de sentido “diferente”. A impostura dos que não enxergam e titula a sur-
dez como incapacidade se dá por que eles não conhecem as potencialidades dos 
surdos. Isto é claro: são pessoas com potencial produtivo dentro das limitações 
que são intrínsecas à sua condição.
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Um componente que poucos assimilam é que não apenas a falha ou a 
falta sensorial marca como deficiência12. 
A importância do trabalho não pode ou, pelo menos, não deve ser en-
carada exclusivamente como a satisfação de uma necessidade de sobrevivência. 
O trabalho, muitas das vezes na condição particular do surdo, não tem unica-
mente como meta riquezas ou bens. Embora, inegavelmente, seja o meio mais 
comum de conseguir tranquilidade, serve também como meio de construção de 
amizades e relações interpessoais. 
No recinto de trabalho desenvolvem-se os anseios profissionais do in-
divíduo surdo e é o campo perfeito para a aplicação daquilo que foi aprendido 
na vida e na instituição de ensino pela qual passou. O trabalho, ainda que inte-
lectual, implica criação, produção e ocupação.
O Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), refe-
rência nacional em qualificação e encaminhamento ao emprego, montou um 
banco de dados para promover a articulação entre a demanda das empresas e 
a oferta de mão de obra. Esta necessidade veio com alta demanda de procura 
pelas empresas com mais de 100 (cem) funcionários devido à cota de contra-
tação de pessoas com necessidades especiais. 
Possibilidades de trabalho aos surdos
A capacitação profissional de uma pessoa surda deve ser refletida a partir 
de uma contextualização do mundo do trabalho, da realidade político-econômica-
-social em que o país vive. Atualmente, o brasileiro está cercado de empresas que 
valorizam a excelência, a produtividade e a qualidade total dos serviços prestados. 
Tanto ouvintes quanto os surdos necessitam melhorar sua qualidade profissional 
a fim de se inserirem no mercado de trabalho.
12 Será que toda falta de produtividade significa uma deficiência?
160 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
O surdo adulto ainda encontra dificuldades em ser aceito no mercado 
de trabalho, uma vez que suas reais potencialidades ainda não são reconhecidas 
pela classe empresarial por falta de informações e pelo preconceito relativo às 
pessoas com necessidades especiais em geral. 
Nos concursos públicos, os surdos têm a garantia da Lei de Reserva de 
Mercado (10%) em todas as instâncias, procurando respeitar proporcionalidade 
entre as deficiências.
É de extrema importância que os pais participem efetivamente no pro-
cesso de inclusão de seu filho surdo no mercado de trabalho.
A sociedade está presenciando a contribuição e desempanho dos surdos na 
execução de atividades relacionadas a serviços gráficos, à digitação (na informática), a 
serviços bancários e administrativos, às funções docentes (Instrutores), entre outras.
Se você tivesse ou administrasse uma empresa, você empregaria um surdo?
Em sua opinião, existe preconceito no mercado de trabalho com relação aos 
profissionais surdos? 
Conforme instrui o INES, os Instrutores de Libras poderão 
atuar em: 
  cursos de Língua Brasileira de Sinais;
  atividades de Estimulação Precoce (para possibilitar a aquisição de 
Libras pelas crianças surdas);
  auxílios da Pré-Escola, do Ensino Fundamental, do Médio e até do 
Superior (para viabilizar a aquisição/aprendizado de Libras pelos 
alunos surdos, para inclusão de conteúdos curriculares, em classes 
ou escolas especiais e em salas de recursos).
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A maioria dos surdos que consegue atingir os níveis mais elevados de en-
sino, hoje, são professores. Assim, atuam em Programas de Estimulação Precoce, 
em Escolas Especiais, em Salas de Recursos para apoiarem as atividades curricu-
lares dos alunos surdos que se encontram em processo de integração em classe 
comum do Ensino Regular, ministrando aulas de Língua Brasileira de Sinais.
Hoje, podemos afirmar que os surdos só não teriam possibilidades de 
desenvolver um trabalho na função de telemarketing, se contratado por empre-
sa que naão dispões do TDD.
90% dos funcionários de uma empresa de cosméticos de Fortaleza-Ce são 
surdos.
Segundo o Instituto do Desenvolvimento do Trabalho, o nordeste é o cam-
peão de empregadores de "deficientes" no Brasil, fazendo a colocação de 
milhares de trabalhadores, o que ajudou o Brasil a ter recorde mundial. 
Qualificação
A inclusão dos surdos no mercado de trabalho está relacionada à Lei 
Federal 8.213/90, que garante vaga de emprego para pessoas com necessidades 
especiais em empresas com mais de cem funcionários, na proporção de 2% a 
5%. Porém, analistas de recursos humanos de diversas empresas brasileiras, di-
zem que enfrentam grandes dificuldades para encontrar portadores de necessi-
dades especiais com qualificação para certos tipos de trabalho e, mesmo assim, 
considera alto o número de contratações.
COTAS:
  de 100 a 200 empregados: 2%;
  de 201 a 500 empregados: 3%;
  de 501 a 1.000 empregados: 4%;
  de 1.001 em diante: 5%.
162 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Apesar de ter espaço no mercado de trabalho, eles precisam se expres-
sar e mostrar que têm direito de levar uma vida “normal”.
É preciso oportunizar aos surdos o seu verdadeiro “poder”. Incentivar 
pessoas com surdez é algo muito rico no processo de inclusão.
Uma coordenadora de recrutamento e seleção de uma grande empresa 
brasileira diz que tem a cumprir uma cota estipulada por lei, o equivalente a 
60 funcionários de sua empresa, e ela fala que já fizeram diversas campanhas, 
inclusive ofereceram cursos de qualificação, mas ninguém apareceu.
Na mesma oportunidade, a coordenadora aponta duas barreiras difí-
ceis de superar a inserção dos deficientes no mercado de trabalho. A primeira 
delas é a ignorância e o preconceito, pois, muitos empresários ainda não sabem 
lidar com a diferença e acreditam que o convívio socialdestas pessoas é difícil, 
mas o que acontece, na prática, é exatamente o contrário. O segundo problema 
é a falta de interesse profissional dos próprios surdos.
 
Surdos: exemplos de superação
  Thomaz Alva Edson, grande inventor da lâmpada elétrica. 
  Marlee Martlin, primeira atriz surda que ganhou Oscar de 
melhor atriz.
  Helen Keller, professora surda e cega que revolucionou o ensino 
dos surdos e cegos.
  Vanessa Vidal, Miss Ceará e 2ª colocada do Miss Brasil 2008.
  Ludwig Van Beethoven, grande músico, elemento da transição 
entre o Classismo Romantismo com formas clássicas herdadas de 
Mozart.
Possibilidades de trabalho aos intérpretes
A profissão de Intérprete de Libras é reconhecida por Lei em 2004 e foi 
regulamentada somente em 2010 através da Lei 12.319. Quadros (2003) ainda diz 
que “o tradutor e intérprete terá competência para realizar interpretação das 2 
(duas) línguas de maneira simultânea ou consecutiva e proficiência em tradução e 
interpretação da Libras e da Língua Portuguesa”. Independente disso, o mercado 
cresceu e vem despertando na sociedade um ótimo estímulo para a inclusão.
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A Língua Brasileira de Sinais está se expandindo, fazendo de seu mercado 
um campo promissor. Para atuar como intérprete não basta ter o domínio da Língua 
de Sinais. É de extrema importância que a cultura do surdo faça parte de sua vida.
É a área educacional que vem necessitando de mais profissionais para 
atuar como Intérprete de Libras. Há leis que asseguram a acessibilidade e direi-
tos de comunicação dos surdos na sociedade em relação à educação inclusiva, 
prevendo que cada vez mais pessoas com surdez frequente o ambiente escolar 
fazendo com que aumente os números de vagas para intérpretes, pois, onde 
estiver um aluno surdo dentro de uma sala de aula, deverá ter um intérprete 
acompanhando o aluno. 
Além de intérpretes educacionais, todos os ambientes de atendimento 
ao público seja de empresas públicas ou privadas, deverá haver um Intérprete 
para comunicar com os futuros usuários surdos, assim, podemos citar: rodoviá-
rias, aeroportos, shoppings, fóruns, hotéis, entre outros.
As possibilidades de trabalho estão abertas, embora não existam vagas 
do ponto de vista formal. Mas elas serão criadas. Tornar-se um Intérprete de 
Libras já pode ser garantia de um futuro promissor. Mas não podemos esquecer 
que para ser intérprete, deve-se ter fluência na língua, compromisso, conheci-
mento e contato direto com os surdos.
Preconceito 
O preconceito é um dos grandes obstáculos que dificultam a inclusão 
social e profissional dos surdos no Brasil.
A inclusão de surdos no mercado de trabalho passa por algumas difi-
culdades que ultrapassam os próprios limites impostos pela condição física. O 
preconceito para com os surdos é um problema grave, pois traz fortes reflexos 
para sua vida, dificultando não só o acesso ao mercado de trabalho, mas tam-
bém a sua vida social.
É necessário haver adequação. Uma pessoa surda é tão capaz ou mais 
que uma pessoa ouvinte em determinados afazeres, desde que possua condições 
ideais de trabalho.
Não tenha preconceito, aceite-o e serás surpreendido.
164 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Quer conhecer mais sobre as leis e condutas referentes aos surdos e à 
Língua Brasileira de Sinais? Então não deixe de ler o próximo conteúdo.
Você poderá conhecer um pouco mais sobre este assunto através do AVA. 
Nos vídeos, verá a entrevista com uma surda em seu local de trabalho, fazen-
do sua função e seus benefícios. 
Nesta indicação complementar, há uma reportagem sobre o surdo profissio-
nal em seu local de trabalho. Este vídeo nos apresenta a realidade e a compe-
tência que os surdos têm. É uma lição de vida e porque não dizer também que 
é uma lição de moral.
Para facilitar seu acesso, entre em qualquer site de busca e digite “280910 
surdo trabalho”.
Surdos no mercado de trabalho. Disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=xKj_Aw4ryLM>. Acesso em: 17 abr. 2012.
4.3 Conduta e Legislação
A conduta, quando diz respeito à Língua de Sinais, tem como objeti-
vo proteger profissionais ou futuros profissionais que utilizam ou utilizarão a 
Libras, alunos surdos, clientes surdos, pacientes surdos e a quem mais utilizar 
esta língua a fim de padronizar seu comportamento e sua comunicação de for-
ma digna e correta.
Toda profissão necessita haver uma conduta acercada de responsabili-
dades e deveres, exercida de forma honrosa. Em seu dia a dia, deverá ser cons-
ciente do trabalho prestado e agir adequadamente sob princípios e valores. 
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Independente da área e profissão deverá ter com a Língua de Sinais 
uma qualidade constante para que os surdos tenham condições de comunicar, 
criando atitudes comuns com dedicação, humildade, honestidade, respeito, res-
ponsabilidade e cooperação.
O profissional que utiliza a Língua de Sinais tem como função primor-
dial estabelecer a intermediação comunicativa entre os usuários da Língua de 
Sinais e os de Língua Oral, estimulando a relação direta entre o surdo e o ouvin-
te ou entre você e o surdo.
Quando intermediar uma conversa, um estudo ou um negócio entre o 
surdo e o ouvinte, você não poderá assumir nenhuma responsabilidade de inter-
ferir, ensinar, negociar ou outra atividade que não seja de sua delegação, tendo 
consciência que estará apenas dando acesso à informação.
Deverá ser fidedigno à interpretação, não omitindo e nem acrescen-
tando nenhuma informação ao diálogo estabelecido entre o usuário da Língua 
de Sinais e o de Língua Oral. Ser confidencial, não podendo, em nenhuma hi-
pótese, nem mesmo sobre pressão ou ameaça, revelar os diálogos particulares 
envolvidos.
Você, como comunicador ou Intérprete de Libras, não interferirá com 
conselhos, considerações ou opiniões pessoais, zelando por imparcialidade e 
neutralidade, não perguntando e nem respondendo em lugar do intermediado. 
Antes de você interpretar, deverá ouvir e compreender a mensagem, 
deve manter um lag-time para evitar erros e, posteriormente, é só transmitir os 
dados recebidos.
Legislação
A legislação garante uma sociedade segura e pacífica, na qual, os direi-
tos coletivos e individuais são respeitados. Sem ela, não haveria o respeito às 
particularidades, cada pessoa agiria de forma preconceituosa e com seus pró-
prios conceitos e ideais. Mesmo em uma sociedade organizada, há desenten-
dimentos e conflitos, e as leis, devem proporcionar uma maneira de resolver, 
propor e punir. Com isso, levando-se em conta a Língua de Sinais aos surdos, as 
leis nos propõem:
166 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
  oficialização e a regulamentação da Língua Brasileira de Sinais – 
Libras, nos municípios, estados e federação;
  reconhecimento da língua de sinais como língua da educação do 
Surdo, ou seja, a “língua do povo surdo”, em todas as escolas e clas-
ses especiais de surdos;
  assegurar a toda criança surda o direito de aprender prioritariamen-
te línguas de sinais e após, também, português e outras línguas;
  assegurar às crianças, adolescentes, adultos e idosos surdos, educação 
em todos os níveis, como pressuposto a uma capacitação profissional;
  levar ao conhecimento das escolas os direitos dos surdos;
  promover a conscientização sobre questões referentes aos surdos;
  recomendar que programas da mídia (TV, rádio, jornal) não veiculem 
posturas que gerem atitudes discriminatórias contra o uso da língua 
de sinais e direitos dos surdos defendendo posturas ouvicêntricas;
  levar em conta o conhecimento da língua de sinais para a escolha 
dos professores de surdos. Entende-se como prova de conhecimen-
to em língua de sinais: certificado específico de curso reconhecido 
pelas Associações e Federações de Surdos, com aprovação poste-
rior em banca constituída pela comunidade surda e intérpretes;
  iniciativas legais visando impedirpreconceitos contra surdos;
  regularizar ou implementar o ensino para os surdos onde quer que 
eles estejam. Ex.: escolas, associações, cursos, universidades;
  formular políticas públicas para levantamento e atendimento edu-
cacional de crianças de rua surdas, conselho tutelar, respeitando 
sua cultura.
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"Ouvicentricismo são práticas discursivas e dispositivos pedagógicos colo-
nialistas em que o ser/poder/conhecer dos ouvintes constitui uma norma, 
não sempre visível, por meio da qual tudo é mediado e julgado". (MIRANDA, 
2007, P.27)
Em concursos públicos, nos quais o surdo concorre com outras pessoas 
com necessidades especiais, sua prova de Português também precisa ser anali-
sada com critérios específicos e inclusive na presença de Intérpretes.
Além das propostas já constituídas em leis, a comunidade surda luta 
por outros direitos como:
  direcionar os patrimônios dos surdos, assim como o patrimônio 
das escolas de surdos quando deixar de existir e que o patrimônio 
da cultura surda, adquirida ao longo dos anos, seja entregue à co-
munidade surda;
  liberação do trabalho para os pais que têm filhos surdos para faze-
rem cursos de língua de sinais;
  criar programas de apoio aos surdos idosos, meninos surdos de 
rua, internos em instituições e/ou casas de detenção, mulheres sur-
das, portadores de HIV, drogados, como também aos vendedores 
de panfletos, excluídos do mercado formal de trabalho.
Os surdos têm direito a:
  Intérprete de Libras no ambiente de júri, sem ônus.
  Intérprete em momentos do interrogatório e prisões.
 
168 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Para que você possa se basear de forma mais extensa, no fim deste 
capítulo verá algumas indicações de sites que possam lhe apoiar nas pesquisas.
Em 2002, sob a Lei nº 10.436, de 24 de Abril, foi homologada a lei 
federal que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio de comunicação 
objetiva e de utilização das comunidades surdas no Brasil. Este foi o primeiro e 
largo passo da comunidade surda.
O Decreto Federal 5296, de dezembro de 2004, que regulamentou as 
Leis de acessibilidade (10.098) e de atendimento prioritário (10.048) forneceu 
elementos técnicos que estipularam prazos para que vias públicas, estacionamen-
tos, construções, prédios públicos e edifícios de uso coletivo mantidos pela inicia-
tiva privada. Apesar disso, muitas agências bancárias ainda não estão acessíveis.
Reforçando a necessidade de fazer valer os diretos da pessoa com defi-
ciência, o Ministério Público Federal e a Federação Brasileira dos Bancos (FE-
BRABAN) assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que prevê a 
acessibilidade e atendimento prioritário às pessoas com necessidades especiais, 
seja ela física(motora), sensorial ou mental nas instituições financeiras de todo 
país, onde deverão adotar padrões universais.
Entre as mudanças previstas pelo acordo, as agências bancárias de 
todo o país terão que disponibilizar pessoal e equipamentos capazes de manter 
comunicação com pessoas com surdez.
O TAC deixou firmado junto às agências financeiras e seus respectivos equi-
pamentos e postos de atendimento prazos para se adaptarem ao novo conceito de 
acessibilidade, sendo cabível a implicação de multas caso não cumpra a legislação.
Em 2005 foi promulgado o Decreto 5.626, de 22 de dezembro, que 
tornou obrigatória a inserção da inclusão da Língua Brasileira de Sinais como 
disciplina curricular nos cursos de formação de professores para o exercício do 
magistério em nível médio e superior. 
Também através deste Decreto (5.62613), os surdos terão melhor aten-
dimento dentro de empresas públicas de todo país. O decreto já está valendo e 
os órgãos da administração pública deverão incluir em seus orçamentos anuais 
e plurianuais os recursos para formação, capacitação e qualificação de professo-
res, servidores e empregados para o uso e interpretação de Libras.
13 Desde esta lei, todas as empresas públicas federais, estaduais e municipais são obrigadas a ca-
pacitar, pelo menos, 5% dos empregados para o uso e interpretação da Língua Brasileira de Sinais.
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Nos aeroportos, rodoviárias, delegacias de polícia, ou seja, todos os ór-
gãos precisam ter uma pessoa de plantão que utilize Libras para atender o sur-
do. Quem irá avaliar se as instituições se adequaram corretamente ao decreto 
e aplicar possíveis penalidades que devem ser decididas de acordo com cada 
reclamação é o Ministério Público.
A inclusão e o aprendizado também estão assegurados por lei pelos 
documentos legais: Lei Federal 7.853/89; Decreto Federal 3.298/99; Parecer 
CEE 424/03; Resolução CEE 451/03; Orientação SEE/SD 01/2005. Além des-
tes destaques, há outras leis que facilitam o acesso e a comunicação dos surdos 
dando também apoios aos Intérpretes de Libras.
É importante você estar por dentro das leis, elas sempre caem em concursos 
e sempre haverá alguém que irá lhe perguntar sobre leis afins.
Em seguida, você terá uma lei e um decreto através da qual você deverá 
adquirir conhecimento.
“A lei maior da Libras” LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002.
Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras provi-
dências.
[...]
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a 
Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela asso-
ciados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras 
a forma de comunicação e expressão, em que [...], constituem um sistema lin-
guístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas 
surdas do Brasil.
170 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e em-
presas concessionárias de serviços públicos, [...] meio de comunicação objetivo 
e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.
Art. 3o [...], garantir atendimento e tratamento adequado aos portado-
res de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.
Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais es-
taduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos 
de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus 
níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como 
parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme le-
gislação vigente.
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá 
substituir a modalidade escrita da Língua Portuguesa.
[...]
Brasília, 24 de abril de 2002; 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.
Regulamenta a Lei 10.436/02, que dispõe sobre a Língua Brasileira de 
Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098/00.
DECRETA:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 
2002, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. 
Art. 2o Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela 
que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de 
experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Lín-
gua Brasileira de Sinais - Libras. 
[...]
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CAPÍTULO II
DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR
Art. 3o A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigató-
ria nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em ní-
vel médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, 
públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
§ 1o Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhe-
cimento, o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de 
Pedagogiae o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação 
de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério.
§ 2o A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos de-
mais cursos de educação superior e na educação profissional, a partir de um ano 
da publicação deste Decreto.
CAPÍTULO III
[...]
Art. 5º § 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação 
previstos no caput.
[...]
Art. 9o A partir da publicação deste Decreto, as instituições de ensi-
no médio que oferecem cursos de formação para o magistério na modalidade 
normal e as instituições de educação superior que oferecem cursos de Fonoau-
diologia ou de formação de professores devem incluir Libras como disciplina 
curricular[...]
Parágrafo único. O processo de inclusão da Libras como disciplina cur-
ricular deve iniciar-se nos cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia, Peda-
gogia e Letras, ampliando-se progressivamente para as demais licenciaturas.
Art. 10. As instituições de educação superior devem incluir a Libras 
como objeto de ensino, pesquisa e extensão nos cursos de formação de pro-
fessores para a educação básica, nos cursos de Fonoaudiologia e nos cursos de 
Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portuguesa.
172 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
[...]
Art. 24. A programação visual dos cursos de nível médio e superior, 
preferencialmente os de formação de professores, na modalidade de educação 
a distância, deve dispor de sistemas de acesso à informação como janela com 
tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa e subtitulação por meio do 
sistema de legenda oculta, de modo a reproduzir as mensagens veiculadas às 
pessoas surdas, conforme prevê o Decreto no 5.296, de 2 de dezembro de 2004. 
[...]
CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
[...]
Art. 31. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de dezembro de 2005; 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
LEI Nº 12.319, DE1º DE SETEMBRO DE 2010.
Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira 
de Sinais - LIBRAS.
[...]
Art. 1o Esta Lei regulamenta o exercício da profissão de Tradutor e In-
térprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS.
Art. 2o O tradutor e intérprete terá competência para realizar interpre-
tação das 2 (duas) línguas de maneira simultânea ou consecutiva e proficiência 
em tradução e interpretação da Libras e da Língua Portuguesa.
[...]
Art. 5o Até o dia 22 de dezembro de 2015, a União, diretamente ou por 
intermédio de credenciadas, promoverá, anualmente, exame nacional de profi-
ciência em Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portuguesa.
[...]
Art. 6o São atribuições do tradutor e intérprete, no exercício de suas 
competências:
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I - efetuar comunicação entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, sur-
dos e surdos-cegos, surdos-cegos e ouvintes, por meio da Libras para a língua 
oral e vice-versa;
II - interpretar, em Língua Brasileira de Sinais - Língua Portuguesa, 
as atividades didático-pedagógicas e culturais desenvolvidas nas instituições de 
ensino nos níveis fundamental, médio e superior, de forma a viabilizar o acesso 
aos conteúdos curriculares;
III - atuar nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino 
e nos concursos públicos;
IV - atuar no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades-fim das 
instituições de ensino e repartições públicas; e
V - prestar seus serviços em depoimentos em juízo, em órgãos adminis-
trativos ou policiais.
Art. 7o O intérprete deve exercer sua profissão com rigor técnico, ze-
lando pelos valores éticos a ela inerentes, pelo respeito à pessoa humana e à 
cultura do surdo e, em especial:
I - pela honestidade e discrição, protegendo o direito de sigilo da infor-
mação recebida;
II - pela atuação livre de preconceito de origem, raça, credo religioso, 
idade, sexo ou orientação sexual ou gênero;
III - pela imparcialidade e fidelidade aos conteúdos que lhe couber tra-
duzir;
IV - pelas postura e conduta adequadas aos ambientes que frequentar 
por causa do exercício profissional;
V - pela solidariedade e consciência de que o direito de expressão é um 
direito social, independentemente da condição social e econômica daqueles que 
dele necessitem;
VI - pelo conhecimento das especificidades da comunidade surda.
 [...]
Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
174 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Brasília, 1º de setembro de 2010.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Fernando Haddad
Carlos Lupi
Paulo de Tarso Vanucchi
Hoje, não basta só contratar, é preciso sensibilizar toda a sociedade e conhe-
cer as capacidades e habilidades de cada uma dessas pessoas dando oportu-
nidade de crescimento e convocando-os para vagas em aberto.
Os surdos, quando se propõem a buscar seus objetivos, conseguem. Mas, 
quanto a nós, que ficamos ao seu redor, estamos dispostos a ajudá-los nessa 
busca? 
No próximo capítulo, iremos direcionar todo seu conhecimento aqui 
adquirido às expressões e frases em Libras.
No Ambiente Virtual de Aprendizagem debateremos o assunto deste capítulo 
nas Rotas de Consolidação de Aprendizagem para que possamos conhecer e 
trocar ideias e experiências. Não deixem de firmar este compromisso com o 
aprendizado.
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Para conhecer estas leis aqui apresentadas e outras também importantes à 
vida dos surdos ou leis que apoiam as pessoas com necessidades especiais, 
estão aqui duas indicações:
JUSBRASIL. Lei 12.319. [online] Disponível em: <HTTP://jusbrasil.com.
br>. Acesso em: 06 Nov. 2011.
Ministério da Educação. [online] Disponível em: <HTTP://mec.gov.br>. 
Acesso em: 16 Dez. 2011.
4.4 Frases em expressões da libras
Muitos acharão que nas frases em Libras, as palavras estarão fora do 
lugar, mas isso já é uma natureza e uma estrutura que deixa de lado o português. 
Os surdos não utilizam palavra por palavra e, raramente, um texto completo 
vem recheado de sinais. 
Na transmissão para a Língua de Sinais, não são inseridos os artigos 
(A, O, AS, OS) e os verbos são imaginados no infinitivo.
Para leigos, os surdos são falhos na escrita, mas, para eles, passa a ser 
natural. Com isso, a Língua de Sinais não pode ser estudada com base na Lín-
gua Portuguesa, pois ela tem gramática diferenciada, independente da língua 
oral. A ordem dos sinais na construção de um enunciado corresponde a normas 
próprias que refletem a forma de o surdo processar suas ideias, na percepção 
visual-espacial. 
176 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Veja alguns exemplos que demonstram exatamente essa independên-
cia sintática14 do português:
EU IR UNIVERSIDADE! (verbo direcional). 
Em Português “Eu irei à universidade!”
EU VER SHOPPING TÊNIS CARO MUITO.
“Eu vi no shopping um tênis muito caro.”
Quando houver palavras subscritas, significa que você deverá fazer a expres-
são e não o sinal.
AMIG@ FAZENDA PRECISAR MÉDIC@ CACHORRO CUIDAR ANIMAIS.
“Um amigo da fazenda precisa de um veterinário para cuidar dos animais.”
Sempre que houver uma palavra com o uso do “@” significa que poderá estar 
no masculino ou feminino. 
Expressões Interrogativas e Exclamativas
Para as frases exclamativas e interrogativas em Libras, é preciso ficar 
muito atento às expressões faciais, pois, nestas situações se utilizam sinais e 
expressões simultaneamente.
14 Procure buscar sempre as palavras aqui apresentadas através do dicionário digital já indicado 
e tente fazer todas as frases para você entender melhor sua estrutura. É importante que você te-
nha um contato com surdos para obter um melhor aproveitamento. Caso isso não seja possível, 
procure um surdo ou alguém que conheça as estruturas da Libras.
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Interrogativa: esta expressão necessita que você levante as sobran-
celhas e façauma ligeira inclinação com o queixo que significará uma frase com 
pergunta [?].
Exclamativa: sobrancelhas abaixadas e um movimento da cabeça 
inclinando-a para baixo.
Na frase representada na figura ao lado: “Qual 
é o seu nome?” ou “Como você se chama”
Basta fazer o sinal de NOME + EXPRESSÃO 
INTERROGATIVA.
"Quantos anos você tem?” ou “Qual sua idade?”
IDADE + EXPRESSÃO INTERROGATIVA.
“Meu nome é Daniel!”
NOME + EXPRESSÃO EXCLAMATI-
VA + D – A – N – I – E – L 
“Tenho 28 anos!”
IDADE + EXPRESSÃO EXCLAMATI-
VA + 28.
“Por que você está triste hoje? (Português)
TRISTE PORQUE INTERROGATIVA (Libras)
 “Hoje você está triste!” (afirmação que você está triste) 
VOCÊ TRISTE EXCLAMATIVA
Nome
Nome
178 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Na estruturação das frases em libras, observa-se que há regras próprias; não 
são usados artigos, preposições, conjunções, porque esses conectivos estão 
incorporados ao sinal.
“Aprender Língua Brasileira de Sinais é fácil?”
LIBRAS APRENDER FÁCIL INTERROGATIVA
“Aprender Língua Brasileira de Sinais é fácil!
LIBRAS APRENDER FÁCIL EXCLAMATIVA 
Caxambu é muito longe?
CAXAMBU LONGE MUITO INTERROGATIVA
Caxambu é muito longe!
CAXAMBU LONGE MUITO EXCLAMATIVA
É bom viajar para Minas?
BOM VIAJAR Minas INTERROGATIVA
Você gosta de ir às festas?
VOCÊ GOSTAR IR FESTA INTERROGATIVA
Eu gosto de ir ás festas sim.
GOSTAR FESTA.
Expressões positivas e negativas
Nas frases positivas e negativas nem sempre terá que ser feito o sinal 
e a expressão simultaneamente, pois, há sinais próprios que já implicarão no 
contexto.
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Afirmativa: A expressão facial poderá ser indiferente ou poderá fazer 
uma expressão de concordância.
Bom Querer
Negativa: Pode ser feita através de três artifícios:
a) Sinal de negação diferente do afirmativo:
Pode Não pode
Devemos relacionar o sinal negativo em seu contexto e ver se o correto 
para o momento é o antônimo da palavra mais o sinal de negação ou o sinal 
próprio em negação.
180 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
b) Movimento negativo com a cabeça, simultaneamente à 
ação que está sendo negada.
+
Não perdoo / Não desculpo
Neste caso acima, são feitas duas expressões ao mesmo tempo, “cara 
fechada + EXPRESSÃO de NÃO” além do sinal de “DESCULPAR”.
c) Sinal NÃO (com o dedo indicador) à frase afirmativa.
+
Não quebre
Após o sinal de “QUEBRAR”, utiliza-se o sinal de “NÃO” com o dedo 
indicador, aquele sinal icônico popularmente conhecido em nossa sociedade.
Expressões Imperativas
Nestas frases, você já implicará a tonalidade da palavra na expressão, 
se o tom for mais agressivo, o sinal com a expressão deverá ter a mesma inten-
sidade da palavra como, por exemplo: CALE A BOCA!
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Ou então:
Seu bobo Você é um estúpido
Estenda as expressões:
FAZENDA DONO ESTÚPIDO E IGNORANTE 
BARATA MEDO
QUEM ALI ESTÁ 
CARRO 15 MIL DINHEIRO
AMIGO TRABALHAR FACULDADE
Expressões temporais
Nas noções temporais, adicionamos sinais que informam o tempo pre-
sente, passado ou futuro.
182 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Presente (já / hoje / agora)
“Você já acabou a prova?”
PROVA ACABAR JÁ
“Hoje irei ao futebol com meu pai”
HOJE FUTEBOL EU^IR JUNTO PAI.
“Estou indo embora agora.”
AGORA EMBORA
Passado (Ontem / Há muito tempo / Passou)
“Ontem, eu fui à casa do meu amigo.”
ONTEM EU IR CASA AMIG@
“Semana passada eu viajei.”
SEMANA PASSADO EU VIAJAR
“Anos atrás caí de bicicleta.”
ANOS PASSADO EU BICICLETA CAIR
Futuro (amanhã / futuro / depois / próximo)
“Amanhã irei brincar de novo”
EU BRINCAR AMANHÃ REPETIR
“Um dia comprarei um lindo carro”
FUTURO EU COMPRAR CARRO BONITO MUITO
“Depois irei descansar”
DEPOIS EU IR DESCANSAR
“Jogarei vôlei no domingo.”
DOMINGO EU VÔLEI
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Você já parou para pensar como seu tom de voz se altera dependendo da situ-
ação? Este tom deverá ser revertido para a expressão corporal e facial.
Você já se imaginou surdo? Iria depender muito da comunicação não é? Este 
é o momento de refletir sobre esta necessidade.
No Ambiente Virtual de Aprendizagem você poderá conferir todas as situa-
ções de expressões afirmativas, negativas, interrogativas e exclamativas em 
frases e contextos explicativos. Este é o grande momento de finalizar com um 
pouco mais de conhecimento.
CAPOVILLA, Fernando Cesar; RAPHAEL, Walkiria Duarte. Dicionário 
enciclopédico iustrado trilíngue: língua brasileira de sinais português/
inglês/libras. 3. ed. São Paulo: EDUSP, 2006.
Como já indicado anteriormente, este dicionário irá lhe ajudar e muito neste 
desenvolvimento das frases. Não há como tentar aprender Libras sem buscar 
o vocabulário em sinais e esta bibliografia o auxiliará justamente neste ponto.
Acesse também o dicionário de Libras virtual e aprenda os sinais das palavras 
com movimentos, caso não encontre da forma que digitou, procure pelo ver-
bo da palavra, o sinônimo desta palavra ou em sua forma lexical.
Acessibilidade Brasil. Disponível em:<http://www.acessobrasil.org.br/
libras> Acesso em 15 de dez. 2011.
184 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Conhecer a melhor forma de ensino aprendizado é um aspecto importante 
na alfabetização de uma criança surda, assim, faremos com que estas crian-
ças iniciem suas atividades educacionais precocemente sem comprometer seu 
desenvolvimento pedagógico. Em possibilidades de trabalho, a importância, a 
qualificação e a vontade deve superar o medo e o preconceito tanto para o sur-
do quanto para os ouvintes, tornando real a inserção no mercado de trabalho. 
As condutas ligadas aos surdos e aos ouvintes garantem uma sociedade mais 
inclusiva e os textos abordam todas estas particularidades. Em 2002, através 
da Lei 10436, a Libras foi reconhecida a língua materna dos surdos. Apesar de 
tardia, é a principal lei voltada aos surdos e a partir desta foram criados outros 
decretos regulamentares. Além de aprofundar e assimilar a independência do 
Português com a Libras, todo este conjunto se fecha nas expressões (frases), 
determinantes para a comunicação entre o surdo e o ouvinte.
 
INDICAÇÃO DE FILMES RELACIONADOS À SURDEZ
Filhos do silêncio Lágrimas do silêncio
O milagre de Anne Sullivan Adorável professor
Seu nome é Jonas O piano
Minha amada imortal No silêncio do amor
Som e fúria Além do silêncio
Gestos de amor Depois do silêncio
A cor do paraíso Nell
Testemunha muda Tiro na escuridão
Tortura perigosa Tudo em família
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Os surdos, ao entrarem na escola, têm encontrado algumas dificuldades. 
Que dificuldade são estas?
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Temos visto hoje diversos surdos no mercado de trabalho como em super-
mercados, shoppings etc. O que um emprego pode proporcionar a uma 
pessoa com surdez?
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Qual lei é considerada a vitória dos surdos no Brasil?
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Para uma frase interrogativa ficar com uma ação correta em Libras deve-se 
realizar um tipo de expressão facial. Descreva como seria esta expressão.
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Diante das habilidades, qual das alternativas NÃO propõe uma didática 
importante para o processo de ensino para surdos.
Utilizar sempre o português, independente se o surdo sabe ou não esta 
língua.
Utilizar sempre apoio visual para auxiliar o surdona compreensão.
Utilizar Libras a todo o momento.
Propor estímulos à criatividade, autonomia e memorização.
Utilizar palavras não comuns em nosso cotidiano.
Quando é proposto o alfabeto manual a uma criança surda, estamos 
trabalhando qual área de conhecimento?
Alfabetização.
Noção de espaço.
Lateralidade.
Coordenação motora.
Matemática.
Qual das funções o surdo não conseguiria desenvolver em uma empresa?
Embalador ou empacotador.
Administrador.
Cabeleireiro.
Dentista.
Operador de telemarketing.
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Para contratar uma pessoa, devemos observar, na entrevista, se ela terá 
ou não condições de assumir certo cargo. Qual função sensorial o surdo 
deverá ter aguçado para desenvolver um trabalho de Astrônomo?
Tato.
Olfato.
Paladar.
Visão.
Audição.
O que reza a Lei 10.436, considerada a lei maior dos surdos e da Libras?
Garantia da disciplina Libras no ensino fundamental e médio.
Exigência de intérpretes em locais de atendimento ao público.
Melhoria no atendimento aos cegos.
Reconhecimento da Libras como meio legal de comunicação.
Prioridade em filas bancárias para os surdos.
Qual é a lei dos profissionais intérpretes de Libras e quando foi regula-
mentada?
Lei 12.319 regulamentada em 2010.
Lei 10.436 regulamentada em 2002.
Lei 10.048 regulamentada em 2008.
Lei 10.098 regulamentada em 2007.
Lei 5.626 regulamentada em 2005.
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Em um contexto em Português que tenha entonação interrogativa, deve-
mos utilizar um recurso na Libras para que a frase tenha o mesmo efeito. 
Que recurso é este?
Classificadores.
Datilologia.
Acentuação.
Morfologia.
Expressão corporal e ou facial.
Em uma frase negativa, podemos utilizar três formas de expressar a frase 
sem perder o sentido, porém, deve-se cuidar com o significado de cada 
situação para empregá-las corretamente.
Para a frase: “Você não pode ir ao banheiro.” “NÃO PODE” é utilizado de 
forma rude e autoritária. Como seria este trecho da frase em libras?
Sinal próprio de NÃO PODE.
Sinal de PODE + expressão de NÃO com a cabeça.
Sinal próprio de NÃO PODE + expressão de NÃO com a cabeça.
Sinal de PODE + sinal de NÃO.
Sinal de NÃO + sinal de PODE + expressão de NÃO com a cabeça.
No AVA você encontrará todas as respostas do exercício.
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Referências Bibliográficas
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