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Trabalho VIGILÂNCIA EM SAÚDE

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM SAÚDE DA FAMÍLIA 
Resenha Crítica de Caso
Juliana Hille Wernek
Trabalho da disciplina: Vigilância em saúde
Tutor: Prof. Robson da Fonseca Alves
Nova Friburgo
2020
IMPLEMENTAÇÃO DE TESTES DE DIAGNÓSTICO RÁPIDO
PARA MALÁRIA NA SUAZILÂNDIA
REFERÊNCIA: OLE-MOIYOI, Kileken; ROSENBERG, Julie; WEINTRAUB, Rebecca. Implementação de Testes de Diagnóstico Rápido para Malária na Suazilândia. Harvard Business Publishing, abril, 2012.
O artigo relata o caso de um surto de malária em 2011 na Suazilândia. Elaborado por três autoras, o presente artigo tem como objetivo demonstrar as dificuldades enfrentadas para a implementação de estratégias afim de extinguir a malária em alguns países, como a Suazilândia. 
O artigo de Harvard se inicia relatando que os períodos chuvosos da região de Suazilândia foram os com maior número de transmissão da malária no país. No final dos anos 1940, cerca de 75% das crianças entre um e cinco anos de idades foram afetadas pelo parasita causador da malária, em 2010 quase 100% dos casos da malária eram caudados pelo P. falciparum, e 30% da população de Suazilândia vivia em áreas endêmicas de malária.
Para que os números de casos caíssem foram criadas estratégias. A União Africana e a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) selecionaram alguns países para eliminar a malária até 2015, incluindo Suazilândia. 
O Plana de Ação Global, a Parceria RBM, e a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceram critérios para reorientar os sistemas de saúde afim de eliminar a malária. Os critérios incluíam: 
“Melhoria dos sistemas de vigilância, organização de comitês nacionais de direção, esclarecer e regular papéis do setor público e privado, o desenvolvimento de objetivos de defesa, e a colaboração em iniciativas transfronteiriças para reduzir o risco de reintrodução” (OLE-MOIYOI, Kileken; ROSENBERG, Julie; WEINTRAUB, Rebecca, 2012, PÁG. 2)
Com base nesses critérios objetivos foram traçados e tinham como foco a redução e sustentação dos casos de malária que foram adquiridos localmente para zero até 2015; manter em zero os casos de malária que foram adquiridos localmente por meio de prevenção da reintrodução até 2015.
O PNCM (Programa Nacional de Controle da Malária) destacou que para que os objetivos fossem alcançados os casos suspeitos para malária deveriam ser feitos através de microscopia ou do teste de diagnóstico rápido (TDR), os tratamentos seriam feitos a partir da terapia combinada à base de artemisinina, todas as casas deveriam receber inseticidas de longa duração e pulverização residual; as possíveis epidemias deveriam ser identificadas com rapidez e tratadas em duas semana; seria necessário a melhoria da informação, educação e matérias de comunicação, para que atingissem toda a população.
Para que o plano fosse colocado em prática era necessário investimentos financeiros que foram feitos pelo Fundo Global e pelo governo. Os recursos recebidos foram utilizados para obter TDRs para a vigilância, treinamento e manutenção dos estoques reguladores, além da melhoria na formação dos profissionais de saúde, controle de qualidade no diagnóstico reforçando a capacidade dos recursos humanos, análise de dados e da gestão.
Antes de implementar os TDRs no país, Kunene acreditava que a incidência da doença era supervalorizada, já que levava muito tempo desde a coleta das lâminas até a volta do resultado e assim todos os suspeitos para malária eram tratados mesmo sem a confirmação da doença.
Seguindo as diretrizes de eliminação da malária da OMS e o plano estratégico de Suazilandia, o PNCM determinou que os casos deveriam ser confirmados através de diagnóstico parasitológico com microscopia ou TDRs antes de serem tratados. 
Em fevereiro de 2010 todas as unidades de saúde, tanto privadas como públicas, já ofereciam os TDRs gratuitos, em especial quando o teste da microscopia não estava disponível. O “padrão ouro” continuava sendo a microscopia, mas o TDRs eram uma boa escolha já que faltava laboratórios e muitos não funcionavam devido ao horário de expediente ou feriados. Treinamentos foram feitos a fim de garantir a promoção de saúde para os profissionais e o público em geral, demostrando a exatidão e o importante papel dos TDRs na melhoria do cuidado com o paciente.
O objetivo não era só diminuir o progresso de casos de malária, mas também de minimizar os tratamentos presuntivos. Muitas doenças causam febre e o tratando todos os pacientes febris com medicação antimalárica poderia subdiagnosticar além de usar de forma equivocada os recursos que já eram limitados. 
Outros países também introduziram os TDRs contra a malária, porém Suazilândia foi o primeiro país da região a desenvolver um programa em dois níveis, um nível nacional e na região de maior risco, visando a garantia da qualidade do diagnostico tanto para os testes em laboratório (microscopia) quanto para os TDRs. Com o objetivo de melhorar o uso adequado das medicações antimaláricas e o estado geral dos pacientes, o PNCM e os Serviços Nacionais de Laboratório projetaram um programa de garantia de qualidade para que as interpretações fossem melhoradas resultando num melhor e mais preciso diagnostico. O programa de qualidade era composto por protocolos para seleção dos produtos de microscopia e TDR, POP (procedimento operacional padrão) para os diversos níveis profissionais, gestão de inventario, avaliações de competências e de carga de trabalho. O programa estava acessível em todas as unidades de saúde em localidades com risco para malária, além disso o PNCM e o Laboratório Nacional se reuniam periodicamente para avaliar o desempenho do programa de qualidade. 
Com a finalidade de monitorar os possíveis surtos e melhorar o sistema de informações, o Ministério da Saúde desenvolveu o sistema de notificação imediata de doenças para que os profissionais de saúde relatassem as doenças notificáveis, inclusive a malária. Em sete dias do novo sistema os profissionais do PNCM deveriam investigar casos confirmados usando para rastrear e registar as fontes de infecção os sistemas de informação geográfica. Como meio de prevenção e vigilância, TDRs foram realizados em membros das comunidades que viviam perto da casa do paciente diagnosticado. 
Mesmo que o PNCM no inicio tenha conseguido entregar os TDRs para as unidades de saúde durante a implementação, os Serviços Nacionais de Laboratórios (NSL) assumiram a essa responsabilidade, porem essa transição não foi fácil. O NLS era capaz de obter e entregar os TDRs para as unidades que já tinham capacidades laboratoriais, porem o aumento dos diagnósticos a nível clinico ultrapassou os limites do NSL. Como resultado da demora do NSL e para prevenir faltas no estoque, o PNCM precisou usar parte dos TDRs que foram financiados pelo Fundo Global para a vigilância, treinamento e estoque regulador para abastecer as unidades de saúde públicas e privadas. Depois que a situação da NLS foi melhorada, a Medical Stores Limited ficou responsável pela distribuição de TDRs a nível clinico, enquanto a NLS manteve a responsabilidade para entrega ao nível de unidades de saúde com capacidade de laboratórios, mas o PNCM continuou ajudando quando houvesse necessidade urgentes. 
Além desse suporte, o PNCM tinha que quantificar o consumo e rastrear os TDR para garantir o devido uso e para programar os suprimentos para atender às demandas. 
Em 2010, depois que os TDRs foram introduzidos, os dados indicaram que os números de malária caíram 76% em um ano, mas havia uma diferença entre os casos relatados pelo Sistema Nacional de Informação de Gestão de Saúde (HMIS) e os casos confirmados pelo PNCM, o que era motivo de preocupação. E foi em agosto de 2010 que a Linha Direta 977 foi lançada para melhorar a comunicação e gestão dos casos, incentivando a confirmação antes do tratamento. 
Um dos desafios encontrados foi o de integrar os médicos do setor privado nos treinamentos. O PNCM criou oficinas de treinamento com os profissionais de saúde durante todo o ano e realizavavisitas mensais de orientação para que os profissionais tirassem suas duvidas e discutir os desafios. No entanto, o que era preocupante era a indisponibilidade frequente dos profissionais do setor privado para participar dos treinamentos. 
Com a Linha Direta 977 foi possível analisar e comparar dados de casos de malária mensalmente para identificar os desafios no diagnostico e identificar os locais de saúde que precisavam de treinamento e orientação direcionados. Essa identificação era essencial para melhorar o relacionamento entre o PNCM e os profissionais.
Depois que os níveis de malária caíram era necessário focar em ações de promoção da saúde. As pessoas precisavam ser lembradas da importância das ações de prevenção e de buscar ajuda médica o mais rápido que pudessem se precisassem.
Revisando todo o processo que conseguiu, Kunene acreditava que era essencial o apoio do MS e dos NSL para conseguir o sucesso. Kunene estava sempre em comunicação para relatar e garantir que estavam cientes dos desafios e dos progressos que conseguiram.
A necessidade de a vigilância permanecer foi ressaltada por Kunene já que a imunidade adquirida pelas pessoas diminuía por causa da redução da exposição à malária. O grau elevado de vulnerabilidade significava que as ações de vigilância, prevenção, promoção, diagnósticos, tratamento precisavam ser mantidos por muito mais tempo do que só no ano de 2015, assim também como o financiamento do programa para proporcionar melhorias. 
O PNCM julgava que a soma entre programa da garantia de qualidade, a implementação dos TDRs e a Linha Direta 977 foram os pontos cruciais para obter o progresso. Em 2010 e 2011 os surtos e as discrepâncias entre os casos confirmados e os relatados ainda preocupavam, mas quando o país se aproximava do fim da época de transmissão da malária as previsões eram que conseguiriam alcançar as metas de eliminação da doença.
CONCLUSÃO
Depois da leitura do caso de Harvard fica claro a importância das ações da vigilância em saúde. O pensamento sistematizado sobre os objetivos, conhecimentos e os trabalhos em saúde dão a base para que as ações sejam estrategicamente planejadas. 
O artigo nos traz o pensamento sobre a importância em olhar cada setor, seja o de planejamento, como o de implementação dos TDRs, os desafios que aparecem e como resolve-los, a importância do financiamento e do apoio do governo para que esses programas ganhem força e continuem. 
A criação do trabalho na vigilância em saúde deve ter como núcleo as pesquisas para que possam realizar as estratégias de tomada de decisão, informação e colocar as ações em prática, por meio do reconhecimento da população e do território, do controle dos planejamentos para motivar os envolvidos nas resoluções dos problemas e nas ações de comunicação, no caso do texto foi criada a Linha Direta 977 onde foi observada a necessidade e importância da criação um programa de comunicação para que os dados fossem repassados de forma mais segura e precisa, 
Outro ponto importante que também foi mencionado no artigo foi a necessidade de adotar medidas de educação profissional, valorizando os vínculos técnicos e sociais.
Resumidamente, os processos da vigilância em saúde indicam um processo de desenvolvimento de ações intersetoriais, objetivando a efetividade e a eficácia em responder aos problemas e as necessidades de cada população e as circunstâncias que os geraram.

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