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Habilidades Médicas e Atitudes Gasometria Arterial A avaliação de gases arteriais e um dos exames mais realizados em ambientes de terapia intensiva, emergências e centros cirúrgicos, permanecendo como exame-padrão na avaliação tanto da função respiratória quanto do equilíbrio ácido-base. A gasometria arterial é um exame invasivo que mede as concentrações de oxigênio, a ventilação e o estado ácido- básico. Normalmente, essa amostra é coletada na artéria radial, perto do punho, mas também poderá ser coletada pela artéria braquial ou femoral. Apesar dos vários sítios de punção arterial descritos, a punção da artéria radial e da artéria femoral são as mais comumente utilizadas. O desequilíbrio ácido básico pode ser dividido em acidose e alcalose, tanto de origem respiratória como metabólica. As principais condições que alteram o PH sanguíneo são decorrentes de condições de insuficiência respiratória, hiperventilação, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Pneumonia grave, asma grave e outras. Os distúrbios metabólicos também podem ser avaliados por esse exame, algumas condições podem causar tais distúrbios como: Cetoacidose diabética, insuficiência renal crônica, choque, pancreatite e etc. Indicações. Monitorização de pacientes críticos, principalmente em ventilação mecânica. Avaliação dos distúrbios ácido-base. Monitorização respiratória. Estimativa de intoxicações exógenas (por exemplo, tricíclicos, salicilatos). Contraindicações. Insuficiência arterial grave ou descompensada. Infecções ou lesões de pele extensas em local de punção. Quadros hemorrágicos, coagulopatias ou uso de anticoagulantes. Após avaliação da necessidade do exame e o esclarecimento ao paciente, devem-se seguir etapas abaixo para realização de uma punção arterial: Escolher uma artéria para punção de acordo com as condições do paciente; Garantir posicionamento confortável para o profissional e para o paciente; O profissional deve manter as técnicas assépticas (Luvas, máscaras, etc); Limpar o local da punção com anticéptico (Álcool ou PVPi); Injetar 0,5ml em região intradérmica de anestésico local (Lidocaína); Acoplar a agulha à seringa e aspirar heparina para seu interior, de modo que todas as suas paredes fiquem em contato com a medicação; Desprezar o excesso de heparina, deixando aproximadamente 0,2ml no interior da seringa. Coletar 3-5ml de sangue e aplicar compressão local da punção; Após análise, descartar todo material em recipiente adequado. PUNÇÃO ARTERIAL RADIAL A artéria radial é ramo terminal da arteira braquial, seguindo pelo canal muscular formado pelo supinador longo, palmar maior e pronador redondo. Segue em seu trajeto mais superficial por 5 a 8 cm medialmente ao radio e lateralmente ao tendão flexor do carpo radial. Faz anastomose com o arco palmar profundo juntando-se a arteira ulnar, sendo esta dominante em 90% dos casos. Em virtude de sua acessibilidade, baixas taxas de complicações e alto índice de sucesso, é a punção arterial preferida pela maioria dos serviços. A artéria radial é escolhida por ser uma artéria relativamente superficial em sua posição distal, não apresenta outros vasos importantes próximos e ser de fácil acesso, permitindo conforto ao paciente e ao profissional para a realização do procedimento. No entanto, por ser um dos vasos de irrigação da mão, deve ser avaliada a capacidade de suprimento sanguíneo pela artéria ulnar. Para tal pode-se avaliar a circulação colateral por exames complementares como a Ultrassonografia Doppler ou arteriografia da mão. Entretanto, durante o exame físico essa circulação pode ser avaliada pelo teste de Allen. Técnica: Colocar o braço do paciente em uma superfície plana com a palma da mão voltada para cima e o punho discretamente estendido. Ter o cuidado para não estender demais o punho nem palpar muito forte e obstruir o pulso - Posicionar em dorsiflexão a 30º a 50º do pulso para exposição da artéria radial; Calçar a luva estéril na mão dominante e com esta segurar a seringa estéril, com a mão não dominante, segurar o frasco de heparina e aspirar 1 mL, para banhar toda a luz da seringa; Trocar a agulha de aspiração pela agulha da punção 13x4,5 ou 25x7, dependendo do paciente; Palpar a artéria com o dedo indicador e médio juntos, sentindo o percurso da artéria por baixo do tecido subcutâneo, atentando também para a sua linearidade; Puncionar em direção ao pulso em angulação de 30° ou 45° em direção ao epicôndilo lateral, até observar o refluxo de coloração vermelho (encarnado/rutilante) com pressão no interior da seringa e de aspecto pulsátil; Caso não se consiga o sangue após punção, retirar lentamente a agulha até a região subcutânea, não saindo para evitar uma nova punção, e reintroduzir corrigindo a angulação, trajetória e profundidade; Registrar a técnica realizada no prontuário do paciente; No impresso da solicitação deste tipo de exame deve conter: temperatura, e, se o paciente estiver fazendo uso de oxigenioterapia, quantos litros de O2 ou FIO2. INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES TÉCNICA Habilidades Médicas e Atitudes PUNÇÃO ARTERIAL FEMORAL A segunda em preferencia das punçoes, principalmente em pacientes em que ha dificuldade de localização do pulso radial (por exemplo, choque), a artéria femoral esta localizada na região inguinofemoral, lateralmente ao nervo e medialmente a veia femoral, num trajeto de 5 a 8 cm mais superficial. Técnica: Posicionar o membro inferior em posição de abdução e flexão de joelho a 30°-45°; Colocar o paciente em posição decúbito dorsal, de modo que a região a ser inspecionada para a provável punção fique em uma superfície plana e firme, deixando a musculatura relaxada; Identificar o pulso femoral (no terço médio, entre a espinha ilíaca anterossuperior e a sínfise púbica); Calçar a luva estéril na mão dominante e com esta segurar a seringa estéril, com a mão não dominante, segurar o frasco de heparina e aspirar 0,5 mL, para banhar toda a luz da seringa; Trocar a agulha de aspiração pela agulha da punção, dependendo do paciente; Puncionar em direção ao pulso em angulação de 45°. Em geral as complicações, são pouco frequentes quando a técnica de coleta é obedecida, as principais são: Infecção local; Hematomas/hemorragia; Dor no local da punção; Lesão de raiz nervosa; Espasmos arteriais; Pseudo-aneurisma (mais comum na artéria femoral); Trombose/embolização; Isquemia de membro (mais comum na artéria radial); Fistula arteriovenosa; Embolia aérea; Trombocitopenia induzida por heparina. pH 7,35-7,45 - Avaliar o pH para determinar se está presente uma acidose ou uma alcalose. Desequilíbrio ácido-básico: distúrbios do sistema respiratório (PaCO2) ou metabólico. PaO2 60-100 (com FiO2 DE 21%) - A PaO2 exprime a eficácia das trocas de oxigênio entre os alvéolos e os capilares pulmonares. PaCO2 35-45 - Exprime a eficácia da ventilação alveolar, sendo praticamente a mesma do CO2 alveolar, dada a grande difusibilidade deste gás. Se a PaCO2 estiver menor que 35 mmHg, o paciente está hiperventilando. Se a PCO2 estiver maior que 45 mmHg, o paciente está hipoventilando. Se o pH estiver maior que 7,45, ele está em Alcalose Respiratória. Se o pH estiver menor que 7,35, ele está em Acidose Respiratória. HCO3 - 22-26 - As alterações na concentração de bicarbonato no plasma podem desencadear desequilíbrios ácido-básicos por distúrbios metabólicos. Se o HCO3- estiver maior que 28 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente está em Alcalose Metabólica. Se o HCO3- estiver menor que 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o paciente está em Acidose Metabólica. Base excess – BE: Sinaliza o excesso ou déficit de bases dissolvidas no plasmasanguíneo BE↑ = alcalose BE↓ = acidose Passo 1: Olhar pH - normal, ácido ou alcalino em relação a faixa normal ( 7,35 a 7,45)? Se o pH estiver ácido (acidemia) existe uma acidose. Se o pH estiver alcalino (alcalemia) existe uma alcalose. Se o pH estiver normal de duas uma: ou não há distúrbio ácido-básico ou há dois distúrbios que se compensaram. Passo 2: Qual o distúrbio ácido-básico que justifica esse pH? pH ácido (< 7,35): Pode ser justificado pelo aumento da PCO2 (acidose respiratória) ou pela redução do HCO3 (acidose metabólica). pH alcalino (> 7,45): Pode ser justificado pela redução da PCO2 (alcalose respiratória) ou pelo aumento do HCO3 (alcalose metabólica). Acidose metabólica: Sintomas: é comum a ocorrência de náusea, vômito e fadiga; A respiração torna-se mais profunda ou discretamente mais rápida; À medida que a acidose piora, o indivíduo começa a sentir-se extremamente fraco e sonolento e pode apresentar confusão mental e uma náusea progressiva; Quando a acidose agrava ainda mais, a pressão arterial pode cair, acarretando o choque, o coma e a morte. Alcalose Metabólica: Sintomas: pode causar irritabilidade; Contrações musculares e câimbras; Ou pode ser assintomática; Quando a alcalose é grave, o indivíduo pode apresentar contrações prolongadas e tetania (espasmos musculares). Acidose Respiratória: Sintomas: os sintomas iniciais podem ser a cefaléia (dor de cabeça) e a sonolência. Quando a acidose respiratória piora, a sonolência pode evoluir para o estupor e o coma. Os rins tentam compensar a acidose retendo bicarbonato, mas esse processo leva muitas horas ou dias. Alcalose Respiratória: Sintomas: pode fazer com que o indivíduo se sinta ansioso e pode causar uma sensação de formigamento em torno dos lábios e na face. Quando a alcalose respiratória piora, os músculos podem entrar em espasmo e o indivíduo pode sentir-se afastado da realidade. COMPLICAÇÕES VALORES DE REFERÊNCIA COMO INTERPRETAR? EVENTOS Habilidades Médicas e Atitudes
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