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Narradores de Javé - Resenha

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Universidade do Estado da Bahia – IV Jacobina 
Curso: Licenciatura em História, 1º Semestre, 2017.2 
Componente Curricular: Introdução ao Estudo da História 
Docente: Jaime Baratz 
Discente: Jéssica Elen Cavalcante 
 
Dossiê do Filme Narradores de Javé 
Narradores de Javé conta a história dos moradores de um pequeno povoado do interior 
baiano, que está prestes a ser inundado com a construção de uma represa. O “progresso” 
chegaria ao sertão trazendo consigo as águas, ao custo do desaparecimento da pequena Javé, 
destruindo as suas casas, a igreja - o espaço de toda aquela gente. A comunidade reune-se em 
busca por algo que impença o alagamento do vilareijo, apesar da pouca instrução e pelo fato 
da maior parte dos moradores serem analfabetos, condição comum na época e na região em 
que se passa o enredo, decidem escrever um “dossiê científico” um livro que documentasse a 
representatividade do vilarejo, seus acontecimentos marcantes, através de histórias contadas 
pelo próprio povo, fotográfias e objetos que marcaram a História de Javé. 
Diante da decisão e esperança de salvar o Vale das águas, surge a necessidade de usar 
a escrita – evidenciada no inicio do filme como ferramenta de ouro, para isso chamaram o 
único morador da cidade que sabia escrever, Antônio Biá, um malandro odiado por quase 
todos, de caráter duvidoso devido seu histórico. Biá se viu numa situação difícil, pois ao 
juntar as informações de como Javé se formou, ele é bombardeado de versões e pontos de 
vista diferentes, cada um com sua história e sua verdade, desde guerreiros e guerreiras, heróis 
e heroínas. O filme mostra que as pessoas mesmo convivendo juntas por muitos anos, cada 
uma tinha um estilo de desenvolver seus textos oralmente e fazer dele único. 
No decorrer das histórias surgem personagens importantes – de acordo com o 
narrador, comparados sempre a sua própria história. Idalécio é um desses heróis, forte e 
destemido que conduziu seu povo até aquele lugar para resconstruir suas vidas, após terem 
sido expulsos de suas terras pelo rei de Portugal. Pelas mulheres mais ousadas, surge Maria 
Diná, versão relatada por Deodora que idealiza a guerreira á sua imagem e semelhança, ela 
que teria conduzido seu povo. Essa versão é contestada pelos moradores, que descontroi o 
perfil de heroína de Diná e relata como uma louca que perambulava pelo sertão. Além de 
realizar esse trabalho de memória individual, também fica evidente no filme a memória 
coletiva da pequena população de Javé, sua relação com os monumentos da comunidade que 
demonstra o valor simbólico dado pelos moradores a determinados objetos e monumentos que 
constroem a identidade une daquele povo, como por exemplo os registros das tradições e 
como mostrado no filme a importância dada ao sino da igreja pelo que ele simbolizava para 
aquela gente.

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