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Gestão do conhecimento e inovação Gestão do conhecimento OBJETIVOS: • Apresentar os Conceitos e Fundamentos de Gestão do Conhecimento nas Organizações • Compreender os Objetivos e as Estratégias de Desenvolvimento da Gestão do Conhecimento Na Era do Conhecimento, a competitividade e o futuro das empresas estão cada vez mais ligados aos conhecimentos que elas possuem e a forma que faz uso deles, compartilha e os protege. Nesse contexto, então, o conhecimento pode e deve ser entendido como a capacidade de agir e gerar resultado. O conhecimento pode ser segmentado em quatro grupos representativos dos capitais do conhecimento. Três deles estão relacionados com a dimensão interna da organização, tipicamente vinculados aos modelos convencionais de Gestão do Conhecimento. O quarto está relacionado com a dimensão externa à organização, usualmente associado à Inteligência Competitiva. São eles: • Capital estrutural: conjunto de sistemas administrativos, conceitos, modelos, rotinas, marcas, patentes e sistemas de informática; • Capital intelectual: refere-se tanto à capacidade, habilidade e experiência quanto ao conhecimento formal que os integrantes detêm e agregam a uma empresa; • Capital de relacionamento: rede de relacionamentos de uma organização e seus colaboradores com seus clientes, fornecedores e parceiros; e • Capital ambiental: conjunto de fatores que descrevem o ambiente onde a organização está inserida, relacionados com aspectos socioeconômicos, legais, éticos e culturais, governamentais e financeiros. A geração de novos conhecimentos, como já vimos, se dá mediante a conversão do conhecimento tácito para o conhecimento explícito e vice-versa. As peculiaridades deste processo de conversão e a necessidade de materializá-lo, gerando efetivo aprendizado organizacional, traz à luz o conceito de “Gestão do Conhecimento”. Quando se fala em geração de valor, isso significa compartilhar e aproveitar os ativos intelectuais entre os colaboradores, para transformá-los em resultados concretos. Representa o esforço para descobrir e aprender novas e melhores soluções, novos produtos e serviços. O conhecimento, portanto, cresce ao ser compartilhado e ao ser utilizado. Tudo unido, conjugado e orientado para criar valor de forma contínua por meio de todos os membros da instituição. É a soma do que todos sabem em uma organização e que proporciona a ela uma vantagem competitiva no mercado e em relação ao futuro. Quando doamos um real a alguém, este alguém ganha o real, mas nós o perdemos. Quando nós transferimos conhecimento a alguém, este alguém ganha o conhecimento, mas nós continuamos com ele também. Mas, neste caso, há uma ampliação do conhecimento. Na verdade, o conhecimento é duplicado. As decisões tomadas pelas pessoas que geram valor são determinadas pelo contexto e pela situação apresentadas em relação ao que se conhece. Levando em consideração as experiências e os valores, as decisões são tomadas. O conhecimento possui em sua definição um caráter humano, pois ele está nas pessoas. A disseminação e a criação do conhecimento, portanto, dependem da interação entre as pessoas. Todo o processo de conhecimento é feito por pessoas que aprendem, desenvolvem e disseminam o conhecimento em uma organização ou sociedade. Mas o conhecimento não é formado ao acaso. Ele precisa ser administrado, isto é, planejado, organizado, dirigido e monitorado a partir de quatro dimensões: • Conteúdo: conhecimento estrategicamente relevante para a empresa. • Cultura: modelos mentais e pressupostos básicos que orientam as atividades e que explicam os comportamentos; • Processo: sequencia natural e logicamente estruturada de atividades que minimiza esforços e custos • Infraestrutura: sistemas de informação A Gestão do conhecimento não trata apenas de gestão dos ativos de conhecimento mas também da gestão dos processos que atuam sobre estes ativos. Estes processos incluem: desenvolver, preservar, utilizar e compartilhar conhecimentos. • A Gestão do Conhecimento trata ainda da identificação do que se sabe ou do que se deve saber em uma organização. Significa criar, capturar, arquivar, organizar, sistematizar, disseminar e aplicar o conhecimento de maneira a rentabilizá-lo. Por isso, Gestão do Conhecimento envolve identificação e análise dos ativos de conhecimento disponíveis, e desejáveis, além dos processos com eles relacionados. Também envolve o planejamento e o controle das ações para desenvolvê-los (os ativos e os processos), com o intuito de atingir os objetivos da organização. Como os adultos aprendem em uma organização? Outro fator importante de ser mencionado no contexto de aprendizagem em organizações é que também existem outras formas de aprender diferentes do ensino tradicional, de sala de aula. Como há interação constante de colaboradores com diferentes níveis de conhecimento e maturidade em uma mesma área, muitas vezes a aprendizagem se dá de forma colaborativa, onde os próprios colaboradores constroem o conhecimento em conjunto. Isso se dá pelo fato de que cada organização possui suas especificidades e muitas vezes o conhecimento para desempenhar certas atividades se encontra no tácito de determinadas pessoas. Assim, é interessante observar que na realidade os colaboradores de uma organização devem estar em processo de aprendizagem constante, contando com diferentes abordagens de ensino. O modelo 70/20/10, desenvolvido pelo professor Charles Jennings, sugere exatamente a distinção entre estas abordagens e determina um percentual destinado a cada uma delas. Este modelo apresenta a seguinte fórmula para otimizar a aprendizagem dos empregados de uma organização: • 70% do aprendizado ocorre no ambiente de trabalho, ao executar tarefas e adquirir experiências. • 20% do aprendizado acontece por meio de instruções durante o trabalho, ao buscar/ compartilhar informações (fazendo a pergunta certa para a pessoa certa) e ao obter feedback dos colegas e gerentes. • 10% do aprendizado que contribui para a melhoria do desempenho ocorre ao participar de eventos de aprendizagem formal. Este estudo auxilia os profissionais responsáveis pelo planejamento de ações no contexto das Universidades Corporativas. Trata-se de um modelo que serve para nortear o desenvolvimento e aplicação de ações educacionais nas organizações. Estratégias para capacitação de colaboradores devem, portanto, levar em conta o aspecto colaborativo de aprendizagem entre os próprios colaboradores. As ações formais de aprendizagem devem contribuir para o enriquecimento desta experiência híbrida. Ações de aprendizagem que colaboram para o crescimento do negócio Desenvolver o ser humano e dar suporte ao seu crescimento é tarefa fundamental de toda Universidade Corporativa dentro das organizações. Mas pela perspectiva de toda organização, o crescimento deste colaborador deve refletir essencialmente no crescimento de seu próprio negócio. O colaborador deve demonstrar um crescimento pessoal mas os objetivos estratégicos das organizações também deve ser favorecido, caso contrário o modelo de investimento não se sustenta uma vez que os investimentos na criação e sustentação de Universidades Corporativas geralmente não são baixos e vem de recursos próprios da organização. Um conceito que vai diretamente ao encontro deste raciocínio é o “6D’s” proposto pelo americano Cal Vick. As Seis Disciplinas (ou Six Disciplines) garantem um aprendizado conectado ao negócio da organização. As seis disciplinas alinham objetivos de aprendizagem aos objetivos estratégicos da empresa. Trata-se de uma abordagem disciplinada e sistemática que assegura a transferência do aprendizado para o dia a dia, melhorando a performance para alcançar resultados de negócios. O conceito direciona a construção de programas por meio de um conjunto de processos e ferramentas que melhoram significativamente o retorno do investimentoem iniciativas de formação. Na prática, o conceito sugere o olhar inicial na estratégia da organização para definição dos programas de aprendizagem. Este planejamento dá a sustentação dos programas das Universidades Corporativas. As etapas do processo estão descritas a seguir: Na prática, o conceito sugere o olhar inicial na estratégia da organização para definição dos programas de aprendizagem. Este planejamento dá a sustentação dos programas das Universidades Corporativas. As etapas do processo estão descritas a seguir: • D1: Determinar os resultados para o Negócio: onde a organização deseja chegar? Quais as metas globais a serem alcançadas? • D2: Desenhar uma experiência completa: o PREPARAÇÃO: o que vai fazer e para que?/ o APLICAÇÃO: onde vai empregar o conhecimento? o TRANSFERÊNCIA (do processo de aprendizagem): conexão do aprendizado à prática • D3: Direcionar a aplicação: Garantir que o desenho da solução está conectado com a prática profissional. Oferecer elementos que permita ao participante identificar ganhos em sua prática diária. => Engajamento e Motivação!!! • D4: Definir a transferência do aprendizado: Como estruturar ferramentas e calendário? • D5: Dar apoio a performance: Como apoiar o processo? Do momento em que recebe o conteúdo até sua aplicação no dia a dia? • D6: Documentar os resultados: Lições aprendidas e o que pode melhorar => retroalimentando o processo de desenvolvimento! O crescimento das organizações deve acontecer em simultâneo com o crescimento de seus colaboradores. As estratégias demonstradas ao longo desta aula procuram esclarecer, portanto, a forma com que as organizações estruturam suas Universidades Corporativas para que estas possam atingir o êxito esperado.