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➢ Introdução: • Por que distorcer a realidade? o Impedir a quebra de privilégios; o Legitimar os privilégios (meritocracia, religião) • Essa distorção da realidade e perpetuação dos privilégios pode ser feita de forma violenta ou não. Poder ser feito pela fragmentação do conhecimento (intelectuais do mesmo lado da classe dominante), pela violência simbólica (domínio das estruturas como ou meios de comunicação ou o acesso à educação), pela demonização do Estado (visto como ineficiente, a eficiência do privado vem pela busca do lucro), entre outros • A dominação do material intelectual tem que ser justificada para poder ser mantida. o Os intelectuais substituem, na Idade Moderna, os padres na domínio da informação; o Culturalismo conservador; o Os intelectuais, que estão do lado da classe dominante, criam a base da organização política, do planejamento estatal, do ensino. Dessa forma, legitimam os privilégios com o domínio das estruturas sociais. ➢ Sociologia e contexto histórico: • O contexto do surgimento da Sociologia o O surgimento da Sociologia situa-se no fim da Idade Média e inicio da Idade Moderna. É um momento de rupturas em diversos aspectos (intelectual, religioso, econômico, cultural...). o Os principais acontecimentos que contribuem são: - Revolução Industrial - Revolução Francesa - Reforma Protestante o Esses eventos rompem com a organização política, social e religiosa da época. Nesse contexto, há a necessidade de estudar as mudanças da sociedade por outro ângulo que não o filosófico e psicológico. A sociologia estuda, de maneira objetiva, como os aspectos individuais refletem o contexto social. • Contribuições da Revolução Industrial o Rompimento com o modo de produção feudal; o Divisão do trabalho (o trabalhador não domina mais todo o processo de produção, nem seus meios); o Momento de formação dos Estados Nacionais e da submissão da Igreja ao Estado; o Invenção da imprensa; antropocentrismo pelo renascimento, as ciências focam no homem; o Iluminismo; quebra dos dogmas da Igreja Católica; o Triunfo do homem sobre a natureza pelo uso da máquina a vapor; o Surgimento de uma nova classe social (burguesia) que tem dinheiro, mas não privilégios e busca romper com a monarquia; o Desindustrialização do Oriente. • Contribuições da Reforma Protestante o Quebra a unidade no mundo cristão; o Críticas à fé católica (idolatrias, indulgências, simonias), apenas a fé salva; o Tradução da bíblia para línguas vulgares: interpretação pessoal, a verdade está apenas na bíblia e não em pregadores; o Muda a relação dos fiéis com o dinheiro (fruto de trabalho e sinal de salvação), estimula o lucro privado e o desenvolvimento; o A ética protestante é o espírito capitalista. • Contribuições da Revolução Francesa o Divisão dos três poderes; o Declaração dos direitos do homem e do cidadão; o Direito à propriedade; o Rompimento da sociedade estamental; fim dos títulos de nobreza; o Igualdade dos direitos perante a lei; o Fim do direito divino de governar; o Monarquia institucional, carta magna (fim do absolutismo). ➢ Émile Durkheim: • Níveis de análise interconectados: micro, macro e mesosociologia: o microssociologia : estudo do comportamento cotidiano em situações de interação interpessoal (a base das instituições) (EDS) (resumo P1) o mesosociologia (nível médio): sociologia da vida vivida em famílias, grupos sociais específicos, comunidades, associações, clubes, bairros, etc. - Recorte do objeto de pesquisa o macro sociologia: análise de sistemas de grande escala, como o sistema político ou a ordem econômica. Processos de longo prazo; instituições sociais. • O desmantelamento de modos de vida tradicionais decorrente das mudanças bruscas da virada do séc. XVIII para o séc. XIX levou pensadores a tentar entender e explicar como ocorreram e quais as suas consequências. • Antropocentrismo herdado do Iluminismo: Ruptura decisiva com o Teocentrismo levou a colocar a ciência como forma privilegiada de entender o mundo, e não mais a religião. • Alguns interesses fundamentais dos clássicos - agente – estrutura (indivíduo-sociedade; constituição do objeto social) - permanência e mudança (estrutura e dinâmica) - modos de produção - estilos de vida - classe e conflitos de classe - istribuição da riqueza, alivio da pobreza absoluta e relativa - secularização das crenças religiosas; racionalização - conflito, consenso e os rumos das sociedades no processo de modernização • Algumas preocupações contemporâneas: - problemas gerados pelo processo de globalização; redes sociais. - sustentabilidade ambiental e riscos à vida. - multiculturalismo, amor, identidade, raça, gênero, poder. • August Comte: o Busca uma ciência positiva, que aplique métodos científicos rigorosos, como observação, comparação e experimentação o Busca uma ciência que desvende as leis do mundo social, assim como as ciências naturais explicavam o mundo físico através do método científico o Se propõe a demarcar um novo campo científico, a Física social (mais tarde, Sociologia) o Nova ciência que fosse capaz de explicar a nova ordem social • Lei dos 3 estágios sociais: - Teológico: sociedade é expressão da vontade divina - Metafísico: sociedade vista em termos naturais, não mais sobrenaturais (Renascença) - Positivo: sociedade apreendida através de técnicas científicas (a sociedade é regida por leis naturais; a sociedade pode então ser estudada pelos mesmos métodos; a ciência da sociedade deve limitar-se à observação e explicação de forma objetiva, neutra, livre de julgamentos e valores) o Positivismo surge como crítica revolucionária da burguesia antiabsolutista. Depois se torna ideologia conservadora. - A sociologia seria a última e mais complexa ciência a se desenvolver • Religião da Humanidade: - projeto reformista das sociedades - abandono definitivo da fé e dos dogmas - prevalência de um embasamento científico - sociologia no centro dessa religião - a adoração é dirigida à própria humanidade - preocupação com a coesão social em tempos de - industrialização acelerada - solução: produção de um novo consenso moral • Émile Durkheim: - Projeto intelectual: delimitar e legitimar o campo específico de conhecimento da sociologia, frente à filosofia e à psicologia - Preocupação com a coesão moral da França após a Comuna de Paris (1871) - Durkheim foi discípulo de August Comte - Críticas a Comte: ideias especulativas, não teria implementado seu próprio projeto científico - Durkheim era de fato um positivista, foi pioneiro no uso de estatísticas e da observação etnográfica qualitativa - A vida social pode ser analisada de forma tão rigorosa quanto os fenômenos da natureza - Deve-se abandonar o senso comum, preconceitos e ideologias prévios o Mundo moderno: efeitos perturbadores sobre os estilos de vida tradicionais e a coesão social - Modernidade nem sempre proporciona novos valores claros - Anomia: estado social de ausência de regras e normas, onde os indivíduos desconsideram o controle social que rege determinada sociedade. Sentimentos de falta de propósito, medo e desespero provocados pela vida social moderna - A Divisão Social do Trabalho (1893). - Hipótese: O advento da era industrial marca a emergência de um novo tipo de solidariedade, de um novo tipo de coesão social. - Durkheim: o mercado não gera coesão, pelo contrário, ele faz e imediatamente desfaz relações sociais. o Qual a crítica que se pode fazer? - Positivismo vai servir para justificar, manter, legitimar o poder de uma classe já não mais revolucionária. A burguesia vai se tornar cada vez mais uma, força social associada ao exercício de poder. - Neutralidade - nega o condicionamento histórico social do conhecimento. • As regras do método sociológico: o O objeto dasociologia: - Fato social: - Ideia inicial sobre o Fato Social: existência de deveres e obrigações sociais que não foram estabelecidos por cada indivíduo, que já estão prontos quando nascemos e os recebemos pela educação - Vigilância e penalidades para que os deveres sociais sejam cumpridos (M.Foucault, “vigiar e punir”) - A sociologia poderia servir como uma ciência de medicina social, identificando os estados normais e patológicos do organismo social (positivismo via a sociedade como um organismo social) - Ao invés de analisar o indivíduo, a sociologia deveria analisar os fatos sociais – aspectos da vida social que moldam nossas ações como indivíduos - A sociedade tem uma realidade própria, exterior aos indivíduos e que exerce coerção sobre eles. - Os fatos sociais são modos de agir, pensar e sentir que não dependem do desejo individual para existirem. Instituições sociais, simbólicas, visíveis e invisíveis; tangíveis e intangíveis o 3 características do Fato Social: - Externo: não depende do indivíduo. - Coercitividade: O fato social exerce coerção sobre nós, obrigação de obedecer ao fato para não ser punido (lei, rejeição social, etc). - Generalista: É, no mínimo, de um grupo social, de um coletivo. - Sociedade não é igual a soma dos indivíduos, por isso é uma generalidade. o Os fatos sociais podem condicionar a ação humana de diversas formas, desde o punição direta (crime), o à rejeição social (comportamentos inaceitáveis) ou o um simples mal-entendido (equívoco linguístico) • Normas sociais são impostas: os nossos gostos são obrigatórios. • Regras relativas à observação dos fatos sociais: o Considerar os fatos sociais como coisas (observar, descrever, comparar...). É necessário afastar sistematicamente todas as noções prévias e eliminar os riscos de subjetividade (eliminar preconceitos e ideias individuais, ponto de vista, etc). o Tomar sempre para objeto de investigação um grupo de fenômenos previamente definidos por certas características exteriores que lhe sejam comuns e incluir na mesma investigação todos os que correspondam a esta definição (exemplo: político com político) o Buscar um ângulo pelo qual o fato social seja isolado de suas manifestações individuais. Interessa ao sociólogo o que há de comum nos fatos estudados e não os detalhes individuais. • Preocupação específica com a coesão social e moral: o Papel da educação na transmissão dos valores morais: consciência coletiva. o A solidariedade (coesão) se mantém quando os indivíduos estão integrados aos grupos sociais e são regulados por um conjunto de valores e costumes compartilhados e desejados. o Anomia social como causa do suicídio, e não somente uma situação individual. Taxa de suicídio. Certo “estado de alma coletivo”. • Preocupação: a sociologia tem que passar do estado subjetivo à fase objetiva: o afastar as noções prévias (particularmente difícil na sociologia) e estabelecer hipóteses o afastar perspectivas místicas o empregar um método de pesquisa o definir o recorte de pesquisa o buscar os princípios de causalidade o proceder do particular ao geral - penas > crimes > moral - família > monogamia de fato e de direito > moral o elaborar novos conceitos o identificar o normal e o patológico - A condição de toda a objetividade é a existência de um ponto de referência constante com o qual a representação possa ser relacionada e eliminar tudo o que ela tiver de variável, ou seja de subjetivo. - Além dos atos individuais, a vida social se cristaliza em hábitos coletivos, sob formas definidas de regras jurídicas, morais, ditados populares, fatos de estrutura social - Solidariedade social estudada através do sistema de regras jurídicas que a expressa - Divisão Social do Trabalho: o Como vivemos em sociedade? - cada indivíduo tem consciência individual - Sociedade tem consciência coletiva – agem conforme consciência coletiva. É o que vai manter a sociedade coesa. Quando ocorre algo que rompe com isso (crime) entra o direito em suas diferentes formas. - solidariedade entre a consciência individual e a consciência coletiva. o Tipos de solidariedade: o Solidariedade mecânica: - Existe uma estrutura social de determinada natureza à qual corresponde a solidariedade mecânica (sociedades primitivas; ausência de classes; divisão do trabalho reduzida) - O que a caracteriza é que ela é um sistema de segmentos homogêneos e semelhantes entre si - É um sistema de órgãos diferentes, cada um dos quais tem seu papel especial e se forma de partes diferenciadas. Cada parte limitada à sua função, sem conhecimento do redor, sem sentimento de comunidade (sociedade industrial: complexifica a sociedade que funciona como um grande organismo); sentimento de injustiça. Sociedades primitivas - Pouca divisão do trabalho social. - Coesão resulta de homogeneidade das pessoas. - Ausência do individualismo, menor divisão interna. Sociedades segmentares a base de clãs: - Natureza mista, ao mesmo tempo familiar e política. - Familiar: consanguinidade; mesmo nome - Política: responsabilidades coletivas; propriedade individual na forma de herança. - Chefes dos clãs são as únicas autoridades sociais o Solidariedade orgânica - O que a caracteriza é que ela é um sistema de órgãos diferentes, cada um dos quais tem um papel especial e se forma de partes diferenciadas - a solidariedade orgânica se expande provocando o desaparecimento da solidariedade mecânica - Nas sociedades pequenas como as tribos, como são basicamente autossuficientes, todos os grupos devem produzir tudo o que necessitam e realizar diversos tipos de tarefas por conta própria. - Onde há uma grande densidade social (como nas cidades industriais) há uma divisão do trabalho mais complexa. - Os papéis sociais se tornam mais complexos; indivíduos produzem apenas uma parte daquilo que consomem e efetuam trocas para o resto - A sociedade torna-se mais interdependente quanto mais os indivíduos se tornam mais diferenciados (cada um faz só uma coisa). - Os elementos sociais se encontram coordenados e subordinados uns aos outros em torno de um órgão central que exerce a função moderadora sobre o resto do organismo. - Coesão social vem pela interdependência das pessoas e pelo reconhecimento da contribuição dos outros. Se os outros dependem dele, ele também depende dos outros. - Radicalização na modernidade: Industrialização e urbanização; complexa especialização de tarefas; diferenciação social cada vez mais sutil - A organização dos indivíduos não é mais pelas relações consanguíneas, mas pelas suas atividades sociais. - O meio Professional se torna determinante, assim como a função de cada indivíduo. o Evolução da organização social: - consanguinidade > distribuição no território > formação das aldeias > formação das cidades > profissões - dialetos locais > idiomas nacionais - autoridade regional perde autonomia para a nacional As classes sociais e as castas não tem outra origem senão a mistura da organização profissional nascente com a organização familiar (clânica) preexistente O conflito de classes é decorrente da anomia moral e jurídica na esfera econômica (contraste com a tradição do conflito) o Divisão social do trabalho: - torna as sociedades coerentes; coesas. - se não fornece coesão é porque está pouco regulamentada; divisão do trabalho anômica. - teoria, portanto, vai sustentar uma sociedade de classes. ➢ Karl Marx: 3 grandes tradições intelectuais inspiraram Marx: 1. Economia Política Clássica (Séc XVII até XIX) Britânica. Locke, Hobbes, Hume e Adam Smith; Ricardo e Malthus. (Marx desconstruía os argumentos deles, por isso Uma crítica da economia política). 2. Filosofia Hegel e Kant (Métododialético). 3. Socialismo utópico (francês) - seu objetivo era transformar o projeto político radical do socialismo utópico “raso” num Comunismo Científico. - Marx faz uma sociologia totalmente não neutra (não há sociologia totalmente neutra, tudo tem um viés); - Por meio de uma crítica à economia política clássica, visava entender como o capitalismo funciona. Portanto, precisava desenvolver um aparato conceitual (o fez por meio do método do “descenso e ascenso” = ver a aparência das coisas). O Método do descenso e Ascenso é o aparato conceitual desenvolvido por ele para entender o capitalismo e tentar superá-lo. • Materialismo histórico - Como as forças produtivas influenciam como a história ocorre, como a economia determina a história, sociologia que foca na economia. • Dialética: 1. Todos os objetos possuem contradições internas 2. Todos os objetos devem ser entendidos em relação aos demais objetos. 3. Todos objetos devem ser entendidos em movimento - Capital é relação. - Capitalismo precisa de circulação (para gerar mais capital, capitalismo é processo de acumulação, não é estático, por isso capitalismo é um modo de produção). No lugar da coesão e ordem de Durkheim, Marx enfatiza o conflito social, a dominação e a exploração do trabalho. Mesmo contexto histórico que Durkheim. Preocupações diferentes, métodos diferentes. • Manifesto Comunista (Marx & Engels): o expôs pela primeira vez as ideias do materialismo histórico, que enfatiza a luta de classes como a força dinâmica da história da humanidade. o Texto teórico-político. o Destinado a ser lido por operários (20 páginas). o Manifesto não acadêmico, originalmente publicado sem o nome dos autores. o Capta grandes tendências materialistas históricas de longa duração. o Texto sobre o capitalismo, não sobre o comunismo. o Diálogo com outras correntes políticas da época, mais moderadas. o Marx tinha 29 anos. Engels tinha 27 anos. o Concepção materialista da história: - Oposição ao idealismo filosófico (ideias causam o desenvolvimento histórico) segundo o qual o desenvolvimento histórico é motivado por ideias ou ideais abstratos, como liberdade e democracia. (o movimento histórico se dá pela contradição existente.) - A história de todas as sociedades que existiram até os nossos dias é a história da luta de classes. - Ideia de que todos são iguais é uma ideologia que serve para a exploração, justifica os privilégios (meritocracia, patrão VS funcionário). - Materialismo histórico: a história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes. As ideias dominantes de uma era são reflexos das ideias das classes dominantes e, especificamente, do modo de produção de uma sociedade: - Ideal da monarquia absoluta: direito divino de governar, são escolhidos por Deus. - Capitalismo moderno: indivíduos são soberanos sobre si e fazem escolhas livres. o Ideia de alienação: - Economicamente: capitalismo alienou, separou o trabalhador de seus meios de produção. Ele perdeu o controle do produto de seu trabalho. Trabalhador separado do s meios de produção e dos frutos de seu trabalho. - Politicamente: princípio da representatividade, base do liberalismo, criou a ideia do Estado como um órgão político imparcial, capaz de representar toda a sociedade. Para Marx, o Estado representa apenas a classe burguesa. - O capitalismo alienou o trabalhador ao separá- lo dos meios de produção, houve a perda do controle do produto do seu trabalho. • Conceitos chave no manifesto: o Modo de produção como conceito chave – modo de produzir relações sociais e de reproduzir a vida humana em sociedade. o Capitalismo: modo específico de produção da vida. Sistema social inerentemente classista; novas condições de opressão; novas formas de lutas. o As classes são definidas por um tipo específico de relação social que articula vários aspectos da sociedade: a relação de propriedade, o direito legal, garantido pela sociedade, sobre algum bem material ou imaterial. o Capital: qualquer recurso, incluindo o dinheiro, máquinas ou até fábricas que possa ser usado ou investido na produção de recursos futuros. Os que possuem esses recursos são capitalistas o Acumulação do capital vai de acordo com um segundo elemento, a mão de obra assalariada, que não possui os meios para sua sobrevivência, apenas pode vender a sua força de trabalho. o O que distingue o comunismo não é a supressão da propriedade geral, apenas a propriedade burguesa, representação da exploração e apropriação do trabalho do operário. o Capital não é apenas dinheiro, é dinheiro investido para gerar mais dinheiro. o Grandes massas de camponeses que antes viviam do cultivo da terra migram para as cidades industriais em expansão. Essa massa de trabalhadores assalariados dependentes do regime de produção capitalista para sobreviver, é o proletariado (prole). o Relação de exploração: os trabalhadores não tem controle sobre o seu trabalho (alienação), ao passo que os empregadores (burguesia) obtém lucro com o produto do trabalho dos outros, pois são donos dos meios de produção. • Tese do Manifesto: o A sociedade se divide cada vez mais em duas grandes classes opostas: a burguesia e o proletariado (simplificação da oposição de classes. o Lumpemproletariado: indigentes, ladrões, trabalhadores itinerantes, artistas de rua, prostitutas. Estão afastados da relação de assalariamento e da produção de capital; o tratadas como mercadoria, há o controle da sua produção e distribuição; o Meta do comunismo: acabar com a sociedade de classes. Não haverá necessidade de exploração, todos são donos dos meios de produção. • O Capital: A sociedade vale mais que a soma dos indivíduos e precisa ser estudada por ela mesma. Abstração do individual para estudar a essência da sociedade. Análise do trabalho e do dinheiro, mas principalmente da mercadoria. o Teoria do valor O valor só se realiza no processo de troca de mercadorias. o Mercadoria: - É uma criação social específica do modo de produção capitalista. - É a forma elementar da riqueza: a própria força de trabalho é uma mercadoria. - Mercadoria como a forma elementar das relações sociais no capitalismo ▪ forma genérica, geral ▪ tudo pode ser mercadoria o Valor uso Valor do produto pelo uso que ele tem. o Valor de troca - Produtos trocados têm o mesmo valor, mas são coisas diferentes (produto vendido e dinheiro pago), equivalência; - A única propriedade em comum das mercadorias é o trabalho humano; - Todas as mercadorias são reduzidas a um trabalho humano igual. A um trabalho humano abstrato; - Valor, que é tempo de trabalho socialmente necessário. Essa ideia de valor é uma abstração; - Como definir valor de troca? O trabalho necessário para produzi-la (tempo de trabalho socialmente necessário); - O valor se estabelece na relação social e é sensível à mudanças de demanda e tecnologias; o Conceitos interdependentes que formam uma totalidade e se articulam de diversas formas: - Os valores não podem existir sem os valores de troca. Sem o preço não sei quanto algo vale, mas sei que tem valor. - A troca não pode existir sem os valores de uso, sem uma demanda pelo consumo daquela mercadoria. o Dinheiro - O dinheiro é uma mercadoria que funciona como equivalente de todas as outras coisas e se apresenta como preço. Equivalente universal que permite equiparar fruto de trabalhos complexos com frutos de trabalhos simples; - Nem todo dinheiro é capital: cartão, cheque... - (No escambo, a sua mercadoria é a medida do valor da minha); o Fetiche - Todo o processo social escondido por trás da mercadoria (em que condições de exploraçãosão produzidas, nem sempre ruins). - Desigualdades sociais são provocadas pelo sistema capitalista: homens proprietários e não proprietários dos meios de produção. É a base da formação das classes sociais. - O trabalho não é uma mercadoria qualquer pois ele cria valor (Marx: Tudo que é criado pelo homem possui trabalho do passado, trabalho morto). - O capital não é uma coisa (economia clássica) é um processo social, uma relação, que coloca o valor em movimento. Só é capital se estiver em movimento para gerar mais capital. o Incremento - A circulação ou a troca de mercadorias não gera incremento de valor. É na esfera na produção que existe uma desigualdade que permite que isso aconteça: Mais valia. - Capital industrial e capital comercial: • Mesma fórmula geral: D-M-D + ΔD (tese) • No fundo se resume a: D-ΔD - Capital a juros: • D-M-D` • No fundo se resume a: D-D` o Mais valia - Tempo de trabalho não pago. Diferença entre valor que o trabalho produziu e quanto o operário recebeu por esse mesmo trabalho. Tempo socialmente necessário para produzir que não foi pago, aparece somente no momento da venda (circuito de troca M-D-M para operário e circuito D-M-D para o capitalista). - Salário mínimo é estabelecido com base na cesta básica (não inclui habitação, higiene) é o preço dos meios de subsistência. A determinação do valor pago no trabalho tem um valor histórico moral.
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