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Estrutura e Dinâmica Social - P1

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➢ Introdução: 
• Por que distorcer a realidade? 
o Impedir a quebra de privilégios; 
o Legitimar os privilégios (meritocracia, religião) 
• Essa distorção da realidade e perpetuação dos 
privilégios pode ser feita de forma violenta ou não. 
Poder ser feito pela fragmentação do 
conhecimento (intelectuais do mesmo lado da 
classe dominante), pela violência simbólica 
(domínio das estruturas como ou meios de 
comunicação ou o acesso à educação), pela 
demonização do Estado (visto como ineficiente, a 
eficiência do privado vem pela busca do lucro), 
entre outros 
• A dominação do material intelectual tem que ser 
justificada para poder ser mantida. 
o Os intelectuais substituem, na Idade Moderna, 
os padres na domínio da informação; 
o Culturalismo conservador; 
o Os intelectuais, que estão do lado da classe 
dominante, criam a base da organização 
política, do planejamento estatal, do ensino. 
Dessa forma, legitimam os privilégios com o 
domínio das estruturas sociais. 
 
➢ Sociologia e contexto histórico: 
• O contexto do surgimento da Sociologia 
o O surgimento da Sociologia situa-se no fim da 
Idade Média e inicio da Idade Moderna. É um 
momento de rupturas em diversos aspectos 
(intelectual, religioso, econômico, cultural...). 
o Os principais acontecimentos que contribuem 
são: 
- Revolução Industrial 
- Revolução Francesa 
- Reforma Protestante 
o Esses eventos rompem com a organização 
política, social e religiosa da época. Nesse 
contexto, há a necessidade de estudar as 
mudanças da sociedade por outro ângulo que 
não o filosófico e psicológico. A sociologia 
estuda, de maneira objetiva, como os aspectos 
individuais refletem o contexto social. 
• Contribuições da Revolução Industrial 
o Rompimento com o modo de produção 
feudal; 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Divisão do trabalho (o trabalhador não 
domina mais todo o processo de produção, 
nem seus meios); 
o Momento de formação dos Estados Nacionais 
e da submissão da Igreja ao Estado; 
o Invenção da imprensa; antropocentrismo pelo 
renascimento, as ciências focam no homem; 
o Iluminismo; quebra dos dogmas da Igreja 
Católica; 
o Triunfo do homem sobre a natureza pelo uso 
da máquina a vapor; 
o Surgimento de uma nova classe social 
(burguesia) que tem dinheiro, mas não 
privilégios e busca romper com a monarquia; 
o Desindustrialização do Oriente. 
 
• Contribuições da Reforma Protestante 
o Quebra a unidade no mundo cristão; 
o Críticas à fé católica (idolatrias, indulgências, 
simonias), apenas a fé salva; 
o Tradução da bíblia para línguas vulgares: 
interpretação pessoal, a verdade está apenas 
na bíblia e não em pregadores; 
o Muda a relação dos fiéis com o dinheiro (fruto 
de trabalho e sinal de salvação), estimula o 
lucro privado e o desenvolvimento; 
o A ética protestante é o espírito capitalista. 
 
• Contribuições da Revolução Francesa 
o Divisão dos três poderes; 
o Declaração dos direitos do homem e do 
cidadão; 
o Direito à propriedade; 
o Rompimento da sociedade estamental; fim dos 
títulos de nobreza; 
o Igualdade dos direitos perante a lei; 
o Fim do direito divino de governar; 
o Monarquia institucional, carta magna (fim do 
absolutismo). 
 
➢ Émile Durkheim: 
• Níveis de análise interconectados: micro, macro e 
mesosociologia: 
o microssociologia : estudo do 
comportamento cotidiano em situações de 
interação interpessoal (a base das 
instituições) 
(EDS) 
(resumo P1) 
o mesosociologia (nível médio): sociologia 
da vida vivida em famílias, grupos sociais 
específicos, comunidades, associações, 
clubes, bairros, etc. 
- Recorte do objeto de pesquisa 
o macro sociologia: análise de sistemas de 
grande escala, como o sistema político ou 
a ordem econômica. Processos de longo 
prazo; instituições sociais. 
 
• O desmantelamento de modos de vida 
tradicionais decorrente das mudanças bruscas 
da virada do séc. XVIII para o séc. XIX levou 
pensadores a tentar entender e explicar como 
ocorreram e quais as suas consequências. 
 
• Antropocentrismo herdado do Iluminismo: 
Ruptura decisiva com o Teocentrismo levou a 
colocar a ciência como forma privilegiada de 
entender o mundo, e não mais a religião. 
 
• Alguns interesses fundamentais dos clássicos 
- agente – estrutura (indivíduo-sociedade; 
constituição do objeto social) 
- permanência e mudança (estrutura e 
dinâmica) 
- modos de produção 
- estilos de vida 
- classe e conflitos de classe 
- istribuição da riqueza, alivio da pobreza 
absoluta e relativa 
- secularização das crenças religiosas; 
racionalização 
- conflito, consenso e os rumos das 
sociedades no processo de modernização 
• Algumas preocupações contemporâneas: 
- problemas gerados pelo processo de 
globalização; redes sociais. 
- sustentabilidade ambiental e riscos à vida. 
- multiculturalismo, amor, identidade, raça, 
gênero, poder. 
• August Comte: 
o Busca uma ciência positiva, que aplique 
métodos científicos rigorosos, como 
observação, comparação e experimentação 
o Busca uma ciência que desvende as leis do 
mundo social, assim como as ciências 
naturais explicavam o mundo físico através 
do método científico 
o Se propõe a demarcar um novo campo 
científico, a Física social (mais tarde, 
Sociologia) 
o Nova ciência que fosse capaz de explicar a 
nova ordem social 
• Lei dos 3 estágios sociais: 
- Teológico: sociedade é expressão da vontade 
divina 
- Metafísico: sociedade vista em termos 
naturais, não mais sobrenaturais (Renascença) 
- Positivo: sociedade apreendida através de 
técnicas científicas (a sociedade é regida por 
leis naturais; a sociedade pode então ser 
estudada pelos mesmos métodos; a ciência da 
sociedade deve limitar-se à observação e 
explicação de forma objetiva, neutra, livre de 
julgamentos e valores) 
o Positivismo surge como crítica 
revolucionária da burguesia 
antiabsolutista. Depois se torna 
ideologia conservadora. 
- A sociologia seria a última e mais complexa ciência 
a se desenvolver 
• Religião da Humanidade: 
- projeto reformista das sociedades 
- abandono definitivo da fé e dos dogmas 
- prevalência de um embasamento científico 
- sociologia no centro dessa religião 
- a adoração é dirigida à própria humanidade 
- preocupação com a coesão social em tempos 
de 
- industrialização acelerada 
- solução: produção de um novo consenso 
moral 
 
• Émile Durkheim: 
- Projeto intelectual: delimitar e legitimar o campo 
específico de conhecimento da sociologia, frente à 
filosofia e à psicologia 
- Preocupação com a coesão moral da França após a 
Comuna de Paris (1871) 
- Durkheim foi discípulo de August Comte 
- Críticas a Comte: ideias especulativas, não teria 
implementado seu próprio projeto científico 
- Durkheim era de fato um positivista, foi pioneiro 
no uso de estatísticas e da observação etnográfica 
qualitativa 
- A vida social pode ser analisada de forma tão 
rigorosa quanto os fenômenos da natureza 
- Deve-se abandonar o senso comum, preconceitos 
e ideologias prévios 
o Mundo moderno: efeitos perturbadores sobre os 
estilos de vida tradicionais e a coesão social 
- Modernidade nem sempre proporciona novos 
valores claros 
- Anomia: estado social de ausência de regras e 
normas, onde os indivíduos desconsideram o 
controle social que rege determinada 
sociedade. Sentimentos de falta de propósito, 
medo e desespero provocados pela vida social 
moderna 
- A Divisão Social do Trabalho (1893). 
- Hipótese: O advento da era industrial marca 
a emergência de um novo tipo de 
solidariedade, de um novo tipo de coesão 
social. 
- Durkheim: o mercado não gera coesão, pelo 
contrário, ele faz e imediatamente desfaz 
relações sociais. 
 
o Qual a crítica que se pode fazer? 
- Positivismo vai servir para justificar, manter, 
legitimar o poder de uma classe já não mais 
revolucionária. A burguesia vai se tornar cada vez 
mais uma, força social associada ao exercício de 
poder. 
- Neutralidade - nega o condicionamento histórico 
social do conhecimento. 
 
• As regras do método sociológico: 
o O objeto dasociologia: 
- Fato social: 
- Ideia inicial sobre o Fato Social: existência 
de deveres e obrigações sociais que não 
foram estabelecidos por cada indivíduo, 
que já estão prontos quando nascemos e 
os recebemos pela educação 
- Vigilância e penalidades para que os 
deveres sociais sejam cumpridos 
(M.Foucault, “vigiar e punir”) 
- A sociologia poderia servir como uma 
ciência de medicina social, identificando os 
estados normais e patológicos do 
organismo social (positivismo via a 
sociedade como um organismo social) 
- Ao invés de analisar o indivíduo, a 
sociologia deveria analisar os fatos sociais 
– aspectos da vida social que moldam 
nossas ações como indivíduos 
- A sociedade tem uma realidade própria, 
exterior aos indivíduos e que exerce 
coerção sobre eles. 
- Os fatos sociais são modos de agir, pensar 
e sentir que não dependem do desejo 
individual para existirem. Instituições 
sociais, simbólicas, visíveis e invisíveis; 
tangíveis e intangíveis 
o 3 características do Fato Social: 
- Externo: não depende do indivíduo. 
- Coercitividade: O fato social exerce 
coerção sobre nós, obrigação de obedecer 
ao fato para não ser punido (lei, rejeição 
social, etc). 
- Generalista: É, no mínimo, de um grupo 
social, de um coletivo. 
- Sociedade não é igual a soma dos 
indivíduos, por isso é uma generalidade. 
o Os fatos sociais podem condicionar a ação 
humana de diversas formas, desde 
o punição direta (crime), 
o à rejeição social (comportamentos 
inaceitáveis) ou 
o um simples mal-entendido (equívoco 
linguístico) 
• Normas sociais são impostas: os nossos gostos são 
obrigatórios. 
• Regras relativas à observação dos fatos sociais: 
o Considerar os fatos sociais como coisas (observar, 
descrever, comparar...). É necessário afastar 
sistematicamente todas as noções prévias e 
eliminar os riscos de subjetividade (eliminar 
preconceitos e ideias individuais, ponto de vista, 
etc). 
o Tomar sempre para objeto de investigação um 
grupo de fenômenos previamente definidos por 
certas características exteriores que lhe sejam 
comuns e incluir na mesma investigação todos os 
que correspondam a esta definição (exemplo: 
político com político) 
o Buscar um ângulo pelo qual o fato social seja 
isolado de suas manifestações individuais. 
Interessa ao sociólogo o que há de comum nos 
fatos estudados e não os detalhes individuais. 
• Preocupação específica com a coesão social e 
moral: 
o Papel da educação na transmissão dos valores 
morais: consciência coletiva. 
o A solidariedade (coesão) se mantém quando os 
indivíduos estão integrados aos grupos sociais e 
são regulados por um conjunto de valores e 
costumes compartilhados e desejados. 
o Anomia social como causa do suicídio, e não 
somente uma situação individual. Taxa de 
suicídio. Certo “estado de alma coletivo”. 
• Preocupação: a sociologia tem que passar do 
estado subjetivo à fase objetiva: 
o afastar as noções prévias (particularmente difícil 
na sociologia) e estabelecer hipóteses 
o afastar perspectivas místicas 
o empregar um método de pesquisa 
o definir o recorte de pesquisa 
o buscar os princípios de causalidade 
o proceder do particular ao geral 
- penas > crimes > moral 
- família > monogamia de fato e de direito > 
moral 
o elaborar novos conceitos 
o identificar o normal e o patológico 
 
- A condição de toda a objetividade é a existência 
de um ponto de referência constante com o qual 
a representação possa ser relacionada e eliminar 
tudo o que ela tiver de variável, ou seja de 
subjetivo. 
- Além dos atos individuais, a vida social se cristaliza 
em hábitos coletivos, sob formas definidas de 
regras jurídicas, morais, ditados populares, fatos 
de estrutura social 
- Solidariedade social estudada através do sistema 
de regras jurídicas que a expressa 
 
- Divisão Social do Trabalho: 
o Como vivemos em sociedade? 
- cada indivíduo tem consciência individual 
- Sociedade tem consciência coletiva – agem 
conforme consciência coletiva. É o que vai 
manter a sociedade coesa. Quando ocorre algo 
que rompe com isso (crime) entra o direito em 
suas diferentes formas. 
- solidariedade entre a consciência individual e a 
consciência coletiva. 
o Tipos de solidariedade: 
o Solidariedade mecânica: 
- Existe uma estrutura social de determinada 
natureza à qual corresponde a solidariedade 
mecânica (sociedades primitivas; ausência de 
classes; divisão do trabalho reduzida) 
- O que a caracteriza é que ela é um sistema de 
segmentos homogêneos e semelhantes entre 
si 
- É um sistema de órgãos diferentes, cada um dos 
quais tem seu papel especial e se forma de 
partes diferenciadas. Cada parte limitada à sua 
função, sem conhecimento do redor, sem 
sentimento de comunidade (sociedade 
industrial: complexifica a sociedade que 
funciona como um grande organismo); 
sentimento de injustiça. 
Sociedades primitivas 
- Pouca divisão do trabalho social. 
- Coesão resulta de homogeneidade das pessoas. 
- Ausência do individualismo, menor divisão interna. 
 
Sociedades segmentares a base de clãs: 
- Natureza mista, ao mesmo tempo familiar e 
política. 
- Familiar: consanguinidade; mesmo nome 
- Política: responsabilidades coletivas; 
propriedade individual na forma de herança. 
- Chefes dos clãs são as únicas autoridades sociais 
 
o Solidariedade orgânica 
- O que a caracteriza é que ela é um sistema 
de órgãos diferentes, cada um dos quais tem 
um papel especial e se forma de partes 
diferenciadas 
- a solidariedade orgânica se expande 
provocando o desaparecimento da 
solidariedade mecânica 
- Nas sociedades pequenas como as tribos, 
como são basicamente autossuficientes, 
todos os grupos devem produzir tudo o que 
necessitam e realizar diversos tipos de 
tarefas por conta própria. 
- Onde há uma grande densidade social (como 
nas cidades industriais) há uma divisão do 
trabalho mais complexa. 
- Os papéis sociais se tornam mais complexos; 
indivíduos produzem apenas uma parte 
daquilo que consomem e efetuam trocas 
para o resto 
- A sociedade torna-se mais interdependente 
quanto mais os indivíduos se tornam mais 
diferenciados (cada um faz só uma coisa). 
- Os elementos sociais se encontram 
coordenados e subordinados uns aos outros 
em torno de um órgão central que exerce a 
função moderadora sobre o resto do 
organismo. 
- Coesão social vem pela interdependência 
das pessoas e pelo reconhecimento da 
contribuição dos outros. Se os outros 
dependem dele, ele também depende dos 
outros. 
- Radicalização na modernidade: 
Industrialização e urbanização; complexa 
especialização de tarefas; diferenciação 
social cada vez mais sutil 
- A organização dos indivíduos não é mais 
pelas relações consanguíneas, mas pelas 
suas atividades sociais. 
- O meio Professional se torna determinante, 
assim como a função de cada indivíduo. 
 
o Evolução da organização social: 
- consanguinidade > distribuição no território > 
formação das aldeias > formação das cidades > 
profissões 
- dialetos locais > idiomas nacionais 
- autoridade regional perde autonomia para a 
nacional 
As classes sociais e as castas não tem outra origem 
senão a mistura da organização profissional nascente 
com a organização familiar (clânica) preexistente 
O conflito de classes é decorrente da anomia moral e 
jurídica na esfera econômica (contraste com a tradição 
do conflito) 
o Divisão social do trabalho: 
- torna as sociedades coerentes; coesas. 
- se não fornece coesão é porque está pouco 
regulamentada; divisão do trabalho anômica. 
- teoria, portanto, vai sustentar uma sociedade de 
classes. 
 
➢ Karl Marx: 
3 grandes tradições intelectuais inspiraram Marx: 
1. Economia Política Clássica (Séc XVII até XIX) 
Britânica. Locke, Hobbes, Hume e Adam Smith; 
Ricardo e Malthus. (Marx desconstruía os 
argumentos deles, por isso Uma crítica da 
economia política). 
2. Filosofia Hegel e Kant (Métododialético). 
3. Socialismo utópico (francês) - seu objetivo era 
transformar o projeto político radical do 
socialismo utópico “raso” num Comunismo 
Científico. 
 
- Marx faz uma sociologia totalmente não neutra 
(não há sociologia totalmente neutra, tudo tem um 
viés); 
- Por meio de uma crítica à economia política 
clássica, visava entender como o capitalismo 
funciona. Portanto, precisava desenvolver um 
aparato conceitual (o fez por meio do método do 
“descenso e ascenso” = ver a aparência das coisas). 
O Método do descenso e Ascenso é o aparato 
conceitual desenvolvido por ele para entender o 
capitalismo e tentar superá-lo. 
 
• Materialismo histórico 
- Como as forças produtivas influenciam como a 
história ocorre, como a economia determina a 
história, sociologia que foca na economia. 
 
• Dialética: 
1. Todos os objetos possuem contradições 
internas 
2. Todos os objetos devem ser entendidos em 
relação aos demais objetos. 
3. Todos objetos devem ser entendidos em 
movimento 
- Capital é relação. 
- Capitalismo precisa de circulação (para gerar mais 
capital, capitalismo é processo de acumulação, não 
é estático, por isso capitalismo é um modo de 
produção). 
No lugar da coesão e ordem de Durkheim, Marx 
enfatiza o conflito social, a dominação e a exploração 
do trabalho. Mesmo contexto histórico que Durkheim. 
Preocupações diferentes, métodos diferentes. 
• Manifesto Comunista (Marx & Engels): 
o expôs pela primeira vez as ideias do 
materialismo histórico, que enfatiza a luta de 
classes como a força dinâmica da história da 
humanidade. 
o Texto teórico-político. 
o Destinado a ser lido por operários (20 páginas). 
o Manifesto não acadêmico, originalmente 
publicado sem o nome dos autores. 
o Capta grandes tendências materialistas 
históricas de longa duração. 
o Texto sobre o capitalismo, não sobre o 
comunismo. 
o Diálogo com outras correntes políticas da 
época, mais moderadas. 
o Marx tinha 29 anos. Engels tinha 27 anos. 
o Concepção materialista da história: 
- Oposição ao idealismo filosófico (ideias 
causam o desenvolvimento histórico) 
segundo o qual o desenvolvimento 
histórico é motivado por ideias ou ideais 
abstratos, como liberdade e democracia. 
(o movimento histórico se dá pela 
contradição existente.) 
- A história de todas as sociedades que 
existiram até os nossos dias é a história da 
luta de classes. 
- Ideia de que todos são iguais é uma 
ideologia que serve para a exploração, 
justifica os privilégios (meritocracia, patrão 
VS funcionário). 
- Materialismo histórico: a história de todas 
as sociedades que existiram até nossos 
dias tem sido a história das lutas de classes. 
As ideias dominantes de uma era são reflexos das 
ideias das classes dominantes e, especificamente, do 
modo de produção de uma sociedade: 
- Ideal da monarquia absoluta: direito divino de 
governar, são escolhidos por Deus. 
- Capitalismo moderno: indivíduos são 
soberanos sobre si e fazem escolhas livres. 
 
o Ideia de alienação: 
- Economicamente: capitalismo alienou, separou 
o trabalhador de seus meios de produção. Ele 
perdeu o controle do produto de seu trabalho. 
Trabalhador separado do s meios de produção 
e dos frutos de seu trabalho. 
- Politicamente: princípio da representatividade, 
base do liberalismo, criou a ideia do Estado 
como um órgão político imparcial, capaz de 
representar toda a sociedade. Para Marx, o 
Estado representa apenas a classe burguesa. 
- O capitalismo alienou o trabalhador ao separá-
lo dos meios de produção, houve a perda do 
controle do produto do seu trabalho. 
 
• Conceitos chave no manifesto: 
o Modo de produção como conceito chave – 
modo de produzir relações sociais e de 
reproduzir a vida humana em sociedade. 
o Capitalismo: modo específico de produção da 
vida. Sistema social inerentemente classista; 
novas condições de opressão; novas formas de 
lutas. 
o As classes são definidas por um tipo específico 
de relação social que articula vários aspectos 
da sociedade: a relação de propriedade, o 
direito legal, garantido pela sociedade, sobre 
algum bem material ou imaterial. 
o Capital: qualquer recurso, incluindo o dinheiro, 
máquinas ou até fábricas que possa ser usado 
ou investido na produção de recursos futuros. 
Os que possuem esses recursos são capitalistas 
o Acumulação do capital vai de acordo com um 
segundo elemento, a mão de obra assalariada, 
que não possui os meios para sua 
sobrevivência, apenas pode vender a sua força 
de trabalho. 
o O que distingue o comunismo não é a 
supressão da propriedade geral, apenas a 
propriedade burguesa, representação da 
exploração e apropriação do trabalho do 
operário. 
o Capital não é apenas dinheiro, é dinheiro 
investido para gerar mais dinheiro. 
o Grandes massas de camponeses que antes 
viviam do cultivo da terra migram para as 
cidades industriais em expansão. Essa massa 
de trabalhadores assalariados dependentes 
do regime de produção capitalista para 
sobreviver, é o proletariado (prole). 
o Relação de exploração: os trabalhadores não 
tem controle sobre o seu trabalho (alienação), 
ao passo que os empregadores (burguesia) 
obtém lucro com o produto do trabalho dos 
outros, pois são donos dos meios de produção. 
 
• Tese do Manifesto: 
o A sociedade se divide cada vez mais em duas 
grandes classes opostas: a burguesia e o 
proletariado (simplificação da oposição de 
classes. 
o Lumpemproletariado: indigentes, ladrões, 
trabalhadores itinerantes, artistas de rua, 
prostitutas. Estão afastados da relação de 
assalariamento e da produção de capital; 
o tratadas como mercadoria, há o controle da sua 
produção e distribuição; 
o Meta do comunismo: acabar com a sociedade de 
classes. Não haverá necessidade de exploração, 
todos são donos dos meios de produção. 
 
• O Capital: 
A sociedade vale mais que a soma dos indivíduos e 
precisa ser estudada por ela mesma. Abstração do 
individual para estudar a essência da sociedade. 
Análise do trabalho e do dinheiro, mas principalmente 
da mercadoria. 
 
o Teoria do valor 
O valor só se realiza no processo de troca de 
mercadorias. 
 
o Mercadoria: 
- É uma criação social específica do modo de 
produção capitalista. 
- É a forma elementar da riqueza: a própria 
força de trabalho é uma mercadoria. 
- Mercadoria como a forma elementar das 
relações sociais no capitalismo 
▪ forma genérica, geral 
▪ tudo pode ser mercadoria 
 
o Valor uso 
Valor do produto pelo uso que ele tem. 
 
o Valor de troca 
- Produtos trocados têm o mesmo valor, mas 
são coisas diferentes (produto vendido e 
dinheiro pago), equivalência; 
- A única propriedade em comum das 
mercadorias é o trabalho humano; 
- Todas as mercadorias são reduzidas a um 
trabalho humano igual. A um trabalho 
humano abstrato; 
- Valor, que é tempo de trabalho socialmente 
necessário. Essa ideia de valor é uma 
abstração; 
- Como definir valor de troca? O trabalho 
necessário para produzi-la (tempo de 
trabalho socialmente necessário); 
- O valor se estabelece na relação social e é 
sensível à mudanças de demanda e 
tecnologias; 
 
o Conceitos interdependentes que formam uma 
totalidade e se articulam de diversas formas: 
 
- Os valores não podem existir sem os 
valores de troca. Sem o preço não sei 
quanto algo vale, mas sei que tem valor. 
- A troca não pode existir sem os valores de 
uso, sem uma demanda pelo consumo 
daquela mercadoria. 
 
o Dinheiro 
- O dinheiro é uma mercadoria que funciona 
como equivalente de todas as outras coisas e 
se apresenta como preço. Equivalente 
universal que permite equiparar fruto de 
trabalhos complexos com frutos de trabalhos 
simples; 
- Nem todo dinheiro é capital: cartão, cheque... 
- (No escambo, a sua mercadoria é a medida do 
valor da minha); 
 
o Fetiche 
- Todo o processo social escondido por trás da 
mercadoria (em que condições de exploraçãosão produzidas, nem sempre ruins). 
- Desigualdades sociais são provocadas pelo 
sistema capitalista: homens proprietários e 
não proprietários dos meios de produção. É a 
base da formação das classes sociais. 
- O trabalho não é uma mercadoria qualquer 
pois ele cria valor (Marx: Tudo que é criado 
pelo homem possui trabalho do passado, 
trabalho morto). 
- O capital não é uma coisa (economia clássica) 
é um processo social, uma relação, que coloca 
o valor em movimento. Só é capital se estiver 
em movimento para gerar mais capital. 
 
o Incremento 
- A circulação ou a troca de mercadorias não 
gera incremento de valor. É na esfera na 
produção que existe uma desigualdade que 
permite que isso aconteça: Mais valia. 
- Capital industrial e capital comercial: 
• Mesma fórmula geral: D-M-D + ΔD (tese) 
• No fundo se resume a: D-ΔD 
- Capital a juros: 
• D-M-D` 
• No fundo se resume a: D-D` 
 
o Mais valia 
- Tempo de trabalho não pago. Diferença entre 
valor que o trabalho produziu e quanto o 
operário recebeu por esse mesmo trabalho. 
Tempo socialmente necessário para produzir 
que não foi pago, aparece somente no 
momento da venda (circuito de troca M-D-M 
para operário e circuito D-M-D para o 
capitalista). 
- Salário mínimo é estabelecido com base na 
cesta básica (não inclui habitação, higiene) é o 
preço dos meios de subsistência. A 
determinação do valor pago no trabalho tem 
um valor histórico moral.

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