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Referência bibliográfica: ELIAS, Norbert. “Prefácio” (pp. 7-10) e “A sociedade dos indivíduos” (pp. 11-60). In: ELIAS, N. A Sociedade dos Indivíduos. Zahar, 2004. Resumo ideias centrais de A sociedade dos indivíduos- Norbert Elias Ideia central Elias tenta explicar a relação entre sociedade e indivíduos a partir dos embates gerados por grupos que creem na primazia individual sobre o social e dos que acreditam na maior influência do coletivo, além de voltar-se, também, aos conceitos de individualidade e como ela se forma. Harmonização social e harmonização individual Para Elias, só pode haver maior harmonização na vida social se os indivíduos tiverem melhores condições de vida. Assim, perturbações sociais seriam evitadas e a liberdade aumentaria como um todo. Por exemplo, em sociedades com elevados índices de roubos e violência, os indivíduos, tanto marginalizados quanto os que sofrem os “ataques”, possuem sua liberdade individual restringida (seja por medo de andar na rua ou, eventualmente, por determinação da justiça). Esses eventos perturbam tanto a vida privada quanto o meio social por inteiro. Isolados socialmente Não existe, segundo o autor, indivíduo sem sociedade e vice-versa. As ações individuais, por mais isoladas e originais que pareçam ser, possuem relação com o meio exterior. E a sociedade, apesar de não ter um curso premeditado nem decidido por ninguém, suas leis são influenciadas pela ação das pessoas. Um monge, por exemplo, até mesmo isolado, toma suas decisões baseadas em influências de outrem. A escolha de se afastar e viver de modo ascético, diferenciando-se do pensamento alheio, surge a partir de uma crença divergente daquela da massa da sociedade e possui, portanto, relação com ela, mesmo que seja para se opor a seu modo de viver. Maleabilidade possibilita a individualidade A individualidade forma-se a partir do contato com outras pessoas e da vida em sociedade. O fator que torna isso possível é a maleabilidade que o ser humano apresenta, que molda sua personalidade a partir das relações que nutre com os outros - apesar de sua “natureza característica” também influenciar a personalidade individual. Assim, crianças, sendo mais maleáveis, são muito mais influenciáveis. Uma criança iraniana e outra norte-americana, por exemplo, possuem relações diferentes que as moldam, mas, também, por viverem em sociedades diferentes, possuem visões e maturidades que divergem. Até mesmo crianças de uma mesma sociedade podem ser completamente diferentes. Se uma delas teve uma criação harmoniosa e a outra presenciava violência doméstica, ambas as personalidades são altamente afetadas por essas relações. O abismo entre indivíduo e sociedade O indivíduo considera sua personalidade e seus gostos como “genuínos”, sem relação com o meio exterior. É como se ele fosse totalmente alheio à sociedade no que se refere a sua própria individualidade, sua originalidade. A exemplo do que Elias menciona no livro, ele se considera dentro de uma concha, dentro de sua casa, observando a rua e o meio exterior. Entretanto, para acabar com o embate indivíduo x sociedade, é preciso que ele passe a se ver como parte da rua. Sobre a influência que o social apresenta na personalidade, Bourdieu, em A Distinção, tenta explicar o surgimento e a reprodução dos sistemas de classes. Para o francês, a classe a que cada um pertence apresenta grande influência sobre seus gostos, modos de pensar e de agir. Assim, é muito mais provável que um membro da classe alta goste de literatura clássica do que alguém da classe popular.
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