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AULA 3 TEORIA CLÁSSICA


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FACULDADE ESTÁCIO DO PARÁ 
CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO 
DISCIPLINA: TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES 
PROFESSOR: ANTÔNIO FIDALGO 
AULA 3: TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO 
Permitir ao aluno: 
o Identificar os fundamentos da Teoria Clássica da Administração; 
o Compreender as funções básicas da empresa; 
o Avaliar os fatores envolvidos no ato de administrar; 
o Entender que, como toda ciência, a Administração deve basear-se em leis ou princípios; 
o Avaliar limitações da Teoria Clássica da Administração dentro de uma apreciação crítica. 
Estrutura de Conteúdo 
3.1. Teoria Clássica da Administração 
Enquanto Taylor desenvolvia a Administração Científica nos EUA, em 1916, Fayol apresentava 
na França a Teoria Clássica da Administração – que passou a ser uma proposta fundamentada 
em uma abordagem sintética, global e universal da empresa, inaugurando uma abordagem 
anatômica e estrutural, que rapidamente suplantou a abordagem analítica e concreta de Taylor. 
3.1.1. As funções básicas da empresa 
Segundo Fayol, toda empresa apresenta seis funções: técnicas, comerciais, financeiras, de 
segurança, contábeis e administrativas. A formulação do programa de ação geral da empresa e 
de coordenar os esforços gerais compete à função administrativa. 
3.1.2. O conceito de Administração 
Fayol define o ato de administrar como: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. 
3.1.3. Os Princípios Gerais de Administração 
A Administração deve basear-se em leis ou princípios. Fayol enumerou 14 Princípios Gerais: 
Divisão do Trabalho: especialização dos trabalhadores e gerentes para aumentar a eficiência; 
implica na separação dos poderes. 
Autoridade e Responsabilidade: a autoridade pode ser estatutária, inerente à função, e/ou 
pessoal, derivada da inteligência, do saber e da experiência do chefe. A autoridade implica em 
responsabilidade, devendo haver sanção - recompensa ou penalidade - no exercício do poder. 
Disciplina: respeito às convenções estabelecidas entre a organização e seus empregados, 
implica em obediência, assiduidade e no respeito, entre outros. É indispensável que haja bons 
chefes em todos os graus hierárquicos, que as convenções sejam tão claras e eqüitativas 
quanto possível e que as sanções sejam aplicadas. 
Unidade de Comando: o empregado deve receber ordens de apenas um superior. Há o 
princípio da autoridade única, pois considera que a dualidade de comando é fonte de conflito. 
Unidade de Direção: deve haver um só chefe e um só plano para um grupo de atividades que 
tenha o mesmo objetivo. 
Subordinação dos Interesses Individuais aos Interesses Gerais: os interesses gerais da 
empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas. 
Remuneração do Pessoal: a remuneração deve ser justa e garantir a satisfação para dos 
empregados e da empresa. 
Centralização: concentração da autoridade, em que as ordens do chefe vão diretamente aos 
agentes inferiores, a centralização é absoluta; nas grandes empresas o chefe está separado 
dos empregados subalternos por longa hierarquia havendo intermediários obrigatórios. 
Cadeia escalar: linha de autoridade do escalão superior ao inferior. As comunicações se dão 
através de uma via hierárquica. 
Ordem: material: há um lugar para cada coisa e cada coisa deve estar em seu lugar. E ordem 
social: há um lugar para cada pessoa e cada pessoa deve estar em seu lugar. 
Equidade: justiça. 
Estabilidade do Pessoal: a rotatividade tem um impacto negativo sobre a eficiência. 
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Iniciativa: capacidade de montar um plano e assegurar seu sucesso. "manter a iniciativa de 
todos, dentro dos limites impostos pelo respeito da autoridade e da disciplina". 
União do Pessoal ou Espírito de Equipe: o bom relacionamento entre as pessoas fortalece a 
organização. Entretanto, é indispensável observar a unidade de comando. 
3.1.4. Teoria da Organização 
A Teoria Clássica da Administração concebeu a organização como uma forma de associação 
humana para a realização de um fim comum. Segundo essa escola a Administração, uma 
organização configura atividades específicas e correlacionadas em um todo coordenado. 
3.1.5. Divisão do trabalho e especialização 
A organização se caracteriza por uma divisão do trabalho claramente definida que, 
consequentemente, conduz à especialização e à diferenciação de tarefas. 
3.1.6. Coordenação: A coordenação é a reunião, a unificação e a harmonização de todas as 
atividades de uma organização. Indica que existe um objetivo a alcançar e que, para isso 
aconteça, existe uma necessidade de orientar todas as pessoas envolvidas nas atividades. 
3.1.7. Apreciação crítica da Teoria Clássica da Administração 
As críticas à Teoria Clássica da Administração são numerosas e generalizadas: abordagem 
simplificada, ausência de trabalhos experimentais, extremo racionalismo na concepção da 
Administração e abordagem de sistema fechado. 
Bibliografia Básica 
ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de; AMBONI, Nério. TGA - Teoria Geral da Administração, 
2ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração: abordagens prescritivas e 
normativas, volume 1. 7ª edição. São Paulo: Manole, 2014. 
RESPONDA APÓS A LEITURA 
1. A característica principal dessa escola da Administração é a ênfase: 
a) Nas tarefas. 
b) Na estrutura. 
c) No processo de Administração. 
d) Nos princípios de Administração. 
 
2. Segundo Fayol, o ato de administrar envolve: 
a) Planejamento, organização, direção e controle. 
b) Planejamento, implementação, liderança e execução. 
c) Previsão, organização, comando, coordenação e controle. 
d) Planejamento, preparo, controle e execução. 
 
3. Fayol criou o sistema de administração inserido em administração industrial e geral. 
Segundo ele, a administração representa parte muito importante no controle de 
empreendimentos; de todos os empreendimentos, grandes ou pequenos, industriais, 
comerciais, políticos, religiosos ou outros. Acerca desse assunto, assinale a opção correta. 
a) Fayol é o ícone da teoria da administração científica. 
b) Fayol defende que os chefes devem se ater aos detalhes das tarefas desenvolvidas por 
seus empregados. 
c) Segundo Fayol, o responsável pelo resultado de uma operação deve ter autoridade 
suficiente para tomar as medidas necessárias para assegurar o sucesso dessa operação. 
d) A teoria proposta por Fayol defende que cada setor da organização deve propor seus 
próprios objetivos, atuando, desse modo, como unidades estratégicas de negócio, com 
atuação independente da organização, devendo satisfação apenas quanto aos resultados 
financeiros obtidos. 
4. Quais são as diferenças básicas entre as abordagens adotadas por Taylor e Fayol? 
7. Descreva as funções básicas de toda empresa. 
8. Descreva as funções básicas da administração. 
9. Qual a característica organizacional decorrente das propostas de Fayol. Justifique. 
12. Sob uma ótica fayolista, o que caracteriza o bom profissional? 
13. Para Fayol, qual a origem da autoridade? 
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VOCÊ TRABALHARIA PARA ESTA EMPRESA? 
Carlos Nogueira dirige uma companhia chamada EBS (Electronic Banking System) que oferece 
serviços administrativos terceirizados e controla as tarefas envolvidas no processamento de 
doações para grupos como Greenpeace e a Organização Nacional de reciclagem. A maioria 
dos funcionários de Nogueira recebe R$12,00 ou menos por hora para realizar tarefas 
repetitivas como abrir envelopes ou registrar dados de doação em um computador. Nogueira 
sente orgulho especial pelo sistema de controle que criou para monitorar de perto seus 
funcionários na execução de suas tarefas. 
Se você der um giro pela EBS, verá longas fileiras de pessoas sentadas junto a escrivaninhas 
espartanas, abrindo envelopes, classificando conteúdos e preenchendo “fichas de controle” 
que registram quantas cartas eles abriram e quanto tempo levaram para fazer isso. 
Esses abridores de cartas devem processar três envelopes por minuto. Ao lado, outrostrabalhadores digitam, acompanhando um ritmo que exige 8.500 toques por hora. Os cargos 
são extremamente especializados e envolvem prolongada repetição. Os abridores de cartas só 
abrem envelopes e classificam conteúdos. Os que trabalham no departamento de auditoria 
apenas conferem os números. Os funcionários do registro de dados digitam as informações 
que outros coletam. 
A sala de trabalho é silenciosa. É proibido conversar. As janelas são vedadas. Copo de café, 
fotos pessoais, e outros adornos não podem estar nas escrivaninhas dos trabalhadores. 
Nogueira quer remover tudo que possa distrair seus funcionários do trabalho em pauta. Ao 
comentar, por exemplo, as janelas sem vista. Nogueira diz: “não quero que fique olhando para 
fora, isto é distração. Cometerão erros”. 
Em seu escritório, no andar de cima, Nogueira senta diante de um monitor de TV que alterna 
imagens de oito câmeras dispostas em toda a instalação. Enquanto aciona um controle remoto 
para dar um zoom sobre um documento na escrivaninha de um trabalhador, ele diz: “Eu posso 
ler basicamente o que está escrito e entender como está o dia de cada um”. Além disso, o 
software de seu sistema gera relatórios diários que registram o número de teclas digitadas por 
cada trabalhador do registro de dados e o número de erros cometidos por cada um. 
O local de trabalho da EBS se assemelha a uma enorme sala de aula na agonia do período de 
provas. As escrivaninhas são voltadas para frente, onde um gerente supervisiona de cima de 
uma plataforma elevada. Os outros supervisores são posicionados na parte de trás da sala. “Se 
é preciso observar alguém” explica Nogueira, “por trás é mais fácil, porque eles não sabem o 
que você está observando”. Também há um globo preto pendurado no teto, no qual estão 
instaladas as câmeras. 
Na EBS, os trabalhadores manipulam milhares de reais em cheques e em dinheiro. Essa é 
uma razão para as câmeras, diz Nogueira. Elas podem ajudar a intimidar prováveis ladrões. 
Mas admite que a observação cerrada também ajuda a EBS a monitorar a produtividade e 
extirpar trabalhadores que não acompanham o ritmo. “Existem usos múltiplos”, diz Nogueira 
sobre a vigilância. 
Nogueira não pede desculpas por seu sistema de controle, inclusive pela regra que proíbe toda 
conversa sem ligação com a execução de cada tarefa. “Não estou pagando as pessoas para 
papearem. Estou pagando-as para que abram envelopes” diz ele. 
Nogueira apresenta um importante insight sobre sua filosofia de administração quando afirma 
que “não pedimos para essas pessoas que pensem – as máquinas pensam por elas. Elas não 
precisam tomar decisões”. Suas palavras poderiam ter saído diretamente da boca de Frederick 
Taylor ou até de Henri Fayol, lembrando assim, o modelo mecanicista de administração. 
Na realidade, a EBS é uma prova viva de que a tecnologia atual pode permitir aos gerentes 
monitorarem mais de perto os trabalhadores do que jamais o poderia fazer um supervisor do 
século XIX munido de um cronômetro. 
QUESTÕES PARA RESPONDER: 
1. Em quais aspectos a empresa EBS se identifica com a teoria de Taylor? Por quê? 
2. Quais entre os 14 princípios de Fayol você identifica na empresa EBS? 
3. Em relação à organização como funciona a empresa EBS? 
4. Como a EBS adota medida corretiva para ajustar o desempenho ao padrão desejado? 
5. Liste vantagens e desvantagens percebidas no sistema de controle da empresa EBS.