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PATOLOGIA APLICADA – 2018.2 ENDOCARDITE INFECCIOSA DINAH SCHERB 1 ENDOCARDITE INFECCIOSA Primeiramente, deve-se compreender pequenos conceitos da Patologia: Pathos tem como significado sofrimento, doença A patologia seria, então: o estudo da doença, estudo do sofrimento o Logo, falar que “a diabetes é uma patologia importante” está incorreto. Deveria ser dito que “a diabetes é uma doença importante”. A vida média, nos tempos antigos, era de 30 anos (morte por infecções, menos noção de higiene, histórico de peste bubônica) Após a descoberta da penicilina, por Fleming, a expectativa de vida aumentou para cerca de 60 anos. o A endocardite tinha uma mortalidade de 100% antes da descoberta. Sendo reduzida para 50. Deve-se compreender que a evolução e o aprimoramento de noções cirúrgicas, bem como ecocardiografia, microbiologia e antibioticoterapia, tem total ligação com o aperfeiçoamento no tratamento da endocardite infecciosa. Obs: doenças que hoje são tratadas dentro de pouco tempo, ao longo da história, foram motivo de muitas mortes (Gonorreia, por exemplo, é tratada atualmente em 1 hora). O que é a endocardite infecciosa? É uma inflamação/infecção da superfície interna do coração (endocárdio) de uma lesão anterior. Bactérias entram no órgão pela circulação e alojam-se nessa lesão prévia, formando a chamada VEGETAÇÃO! Caso um “pedaço” (chamado de EMBOLO) dessa vegetação se “quebre”, pode causar um AVC ou outras irregularidades. Febre reumática ou outras cardiopatias facilitam o acesso de bactérias ao nosso organismo – o que influencia positivamente no aparecimento da endocardite infecciosa. Devemos estudar: fatores de risco, diagnóstico, micro-organismos, terapias, sugestões e saúde bucal. Conseguimos observar, por meio do ECO, a destruição da válvula pela vegetação. AULA 1: PATOLOGIA APLICADA – 2018.2 ENDOCARDITE INFECCIOSA DINAH SCHERB 2 Importante: a endocardite infecciosa pode surgir combinada com outras doenças, originadas por uma mesma infecção, sendo “endocardite + prolapso mitral” um exemplo! Uso de antibióticos e cirurgias prévias podem prevenir as piores consequências da doença Como a vegetação é formada? As bactérias precisam de plaquetas e fibrinas para se depositar no tecido cardíaco e formar a vegetação. Compreendendo que existia uma lesão prévia, entende-se que o local estava “cheio” dessas células (tentando formar a cicatriz da lesão). Uma coisa que era para ajudar acaba atrapalhando. A vegetação tem como principais características, portanto: 1. Tamanho variável 2. Massa amorfa de fibrina e plaquetas (assume qualquer forma) 3. Grande número de microrganismos 4. Poucas células inflamatórias, propriamente ditas Qual a lesão clássica da endocardite infecciosa? A própria vegetação! Obs: Fibrina + plaqueta = TAMPÃO Como é feito o diagnóstico? Critério DUKE. A endocardite infecciosa também pode ser causada por fungos e aparecer, até mesmo, serm a presença de nenhum organismo – como uma consequência do LUPUS, sendo conhecida como ENDOCARDITE DE LIVMOSACK. Não é porque na vegetação não se encontra células inflamadas que no resto do corpo não possa. Quais são as possíveis consequências da E.I? Derrame, sepsemia, lesões de órgão vitais (principalmente cérebro, rim e pulmão), bem como insuficiência cardíaca. Obs: a bactéria se alimenta de neutrófilos – e pelo fato de ser uma INFLAMAÇÃO-INFECÇÃO, nosso corpo vai enviar muitos! Outro exemplo do que deveria ajudar, acaba piorando! Quem é o agente mais agressivo? Streptococos (destrói os vasos e provoca sangramento) STAFILOCOCOS AUREOS causa endocardite em usuários de droga. Com o passar dos tempos, ficam cada vez mais resistentes. Apresentam-se em forma de cachos de uva, “vivendo” sempre juntos – formação em alcateia. STRPTOCOCOS EPIDERMIDIS contamina a luva do cirurgião, grande chance de contágio durante uma cirurgia ou procedimentos. Não é tão agressivo. (professor falou algo sobre “ponte de safena” nesse momento da aula) Importante! Bacilos GRAM- também causam a endocardite. Mitral músculo papilar + cordas tendíneas Endocardite da válvula aórtica: compromete o ósteo coronário, comprometendo, também, os vasos que nascem dela e seus vasos seguintes. Em alguns casos, um pedaço da vegetação pode “fechar” PATOLOGIA APLICADA – 2018.2 ENDOCARDITE INFECCIOSA DINAH SCHERB 3 esse vaso, entupindo-o. Nesse caso, tem-se um INFARTO CORONÁRIO GERAL (também chamado de morte súbita). Faz-se necessário a realização de marcadores de infarto. Bactérias podem causar lesões e formar orifícios, “comendo” os tecidos do coração. Importante saber: 01. Que pacientes são candidatos a E.I? 02. Qual a fisiopatologia da E.I? 03. Que pacientes precisam de profilaxia para E.I? 04. Qual o critério diagnóstico para a E.I? 05. Qual o microrganismo mais comum na E.I? Quanto a importância, morbidade e mortalidade, a endocardite infecciosa apenas perde para: sepses, pneumonias e abcessos intra-abdominais. A endocardite é uma doença infecciosa grave, incomum, complexa, com potencial letal e várias complicações. Sua principal característica é a invasão do endocárdio ou em material proteico do coração. Importante a bacteremia continua “não existe reprodução” Na sepsemia, entretanto, a bactéria se reproduz. A infecção, de modo geral, pode ser encontrada: No revestimento endotelial Nas válvulas Nos septos Nas cordas tendíneas Nos shunts intraventriculares A endocardite pode variar desde sintomas mais “leves”, até incapacitação e morte. Obs: incidência prospecção // prevalência transversal São cerca de 5-7 casos por ano em 100.000 (algo entre 40.000 a 50.000 nos EUA) Atenção: a incidência é pequena, mas o número de pacientes cresce se a população for grande. a) 14-22% de mortalidade hospitalar b) 20-40% de mortalidade após a alta Obs: antes dos antibióticos e dos conheci- mentos cirúrgicos, a endocardite era muito mais letal que atualmente. Importante compreender que: nos países desenvolvidos, procedimentos com próteses e dispositivos intravasculares são muito comuns. A existência de tais matérias no organismo humano aumenta o risco de AULA 2: Os homens são mais propensos a adquirir a doença por seu menor cuidado de higiene (bactérias bucais podem causar endocardite, por exemplo), bem como os homens tem menos cuidado com o sexo seguro. PATOLOGIA APLICADA – 2018.2 ENDOCARDITE INFECCIOSA DINAH SCHERB 4 endocardite – a bactéria se adapta melhor ao “não-fisiológico” e, às vezes, nosso corpo rejeita o equipamento colocado, causando uma resposta imunológica-cicatriz, o que pode causar o surgimento da endocardite. Dentro das informações necessárias para o diagnóstico, tratamento e prognóstico, temos: Tipos de lesão: Vávula, situação congênita ou nativa Valvula proteica (maior influência, mais fácil adesão: o Mesmo com o procedimento, a fisiologia e a anatomia não ficam iguais. O fluxo de sangue é diferente, as características de jato são diferentes). o Próteses biológicas provocam menos infecções do que as próteses metálicas. Início da lesão: Agudo: começa e já destrói o sistema (stafilococos) Subagudo: vai se arrastando com os sintomas (streptococos) Infecção adquirida: Nosocomial (mais infecciosa, mais resistente, “uso inadequado de medicamentos” Comunidade Profilaxia amoxicilina Importante: parar de prescrever antibiótico à toa! Cirurgias para o TGI, procedimentos (laringoscopia/broncoscopia) e cesárias não necessitam de profilaxia (segundo o professor, eu não identifiquei essa informação em nenhum outro lugar!) Risco: 01. Doença cardíaca congênita 02. Tatuagens e piercings (principalmente língua) Patogênese: deposito de fibrina em ninho + bactéria adere à esse ninho + dano endotelial DEPENDE DA VIRULÊNCIADOS AGENTES!
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