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Aulas 05 e 06 - Introdução à Farmacologia do SNA e Motor Somático - Fármacos de Ação Colinérgicas

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SDE3853 – FARMACOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
Aulas 05 e 06: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA DO 
SNA E MOTOR SOMÁTICO/FÁRMACOS DE AÇÃO 
COLINÉRGICA 
Introdução ao sistema nervoso autônomo 
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Introdução ao sistema nervoso autônomo 
Sistema Nervoso 
Periférico 
Somático 
Autônomo (Visceral) 
estabelecer uma 
interface entre o 
ambiente e o sistema 
nervoso central, 
através dos nervos. 
Neurônios sensoriais e motores que estão submetidos 
ao controle consciente para gerar ações motoras 
voluntárias, resultantes da contração de um músculo 
esquelético. 
Regula funções subconscientes tais como: pressão 
arterial, frequência cardíaca, motilidade intestinal e o 
diâmetro pupilar. Os órgãos efetores inervados são 
músculo liso, cardíaco e as glândulas. 
É dividido em sistema nervoso simpático e 
parassimpático. 
 
Introdução ao sistema nervoso autônomo 
• O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) é a parte do Sistema Nervoso Periférico 
responsável por regular as funções neurovegetativas cujo controle é 
involuntário: sistemas respiratório, cardiovascular, renal, digestório e 
endócrino. 
• Desempenha papel principal em manter a homeostase a cada momento diante 
de diferentes situações e desafios ambientais. 
• O SNA é composto por um sistema que inerva diversos órgãos, glândulas, vasos 
sanguíneos, músculos liso e cardíaco. 
 
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Introdução ao sistema nervoso autônomo 
Luta ou fuga? Atividade do sistema nervoso simpático 
 - Aumenta glicogenólise (maior oferta de glicose). 
- Aumento do suprimento sanguíneo nos músculos esqueléticos. 
 - Vasodilatação nos vasos dos músculos. 
 - Aumento do ritmo cardíaco e da circulação coronária. 
 - Aumento da pressão arterial. 
 - Vasoconstrição nos vasos mesentérios e cutâneos (palidez). 
- Dilatação dos brônquios (melhora oxigenação). 
- Dilatação das pupilas (midríase). 
- Diminuição do peristaltismo intestinal e fechamento dos esfíncteres. 
- Aumento da sudorese e ereção dos pelos. 
 
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Introdução ao sistema nervoso autônomo 
Introdução ao sistema nervoso autônomo 
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• A acetilcolina (ACh) não é exclusiva do sistema parassimpático, pois esse 
neurotransmissor participa das sinapses do parassimpático, do simpático, com 
a medula adrenal, junção neuromuscular e até no SNC. 
• A ACh atua tanto em receptores muscarínicos quanto em receptores 
nicotínicos. 
• A ligação ao receptor muscarínico representa a ação do sistema 
parassimpático propriamente dito, enquanto a ligação ao nicotínico pode levar 
a contração muscular (sistema somático) e ativação simpática e 
parassimpática. 
• O receptor muscarínico apresenta cinco sub-divisões: M1, M2, M3, M4 e M5, 
sendo o M1, M2 e M3 os mais frequentes. 
• O receptor nicotínico apresenta duas subdivisões principais: Nm (da junção 
neuromuscular) e Nn (do sistema nervoso). 
Transmissão colinérgica 
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Síntese de acetilcolina 
Efeitos gerais do 
sistema nervoso 
parassimpático 
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• Neurotransmissores: noradrenalina/norepinefrina e adrenalina/epinefrina 
(principalmente proveniente da medula adrenal). 
• A noradrenalina atua em receptores alfa1, alfa2 e beta1-adrenérgicos. A 
adrenalina age em alfa1, alfa2, beta1 e beta2. 
 
 
Transmissão adrenérgica 
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Dopamina 
Transmissão adrenérgica 
Efeitos 
gerais do 
sistema 
nervoso 
simpático 
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Efeitos gerais do sistema nervoso simpático 
Fármacos de ação colinérgica 
Colinomiméticos 
Anticolinesterásicos 
Antagonistas muscarínicos 
Bloqueadores ganglionares 
Bloqueadores neuromusculares 
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• Os fármacos colinérgicos são aqueles que aumentam a ação do sistema 
nervoso parassimpático. 
• Os fármacos colinérgicos podem ser divididos em de ação direta – agonistas 
dos receptores colinérgicos (muscarínicos e nicotínicos) – e de ação indireta – 
inibidores da acetilcolinesterase (AChE). 
• A AChE é uma enzima que hidrolisa a ACh em colina e acetato em questão de 
segundos. 
 
Fármacos colinérgicos 
Fármacos colinérgicos 
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Os efeitos farmacológicos dos colinomiméticos são a exacerbação da ativação do 
sistema parassimpático. 
 
Olho: miose (constrição do músculo constritor – diminuição do diâmetro da 
pupila) e acomodação da visão para perto (constrição do músculo ciliar). 
Importante: isso facilita a drenagem do humor aquoso que reduz a pressão 
intraocular. 
Uso clínico: glaucoma (pilocarpina na forma de colírio) e cirurgia intraocular. 
Efeito (adverso): distúrbio da visão noturna (o simpático regula a visão noturna 
com midríase). 
Agonistas colinérgicos – Efeitos farmacológicos 
Glândulas exócrinas: aumento da secreção. 
Usos clínicos: xerostomia (baixa produção de saliva) (pós-
quimioterapia/radioterapia); olho seco (aumentar secreção lacrimal). 
Efeitos (adversos): sudorese, aumento da secreção brônquica e gástrica 
(contraindicado para pacientes com úlceras). 
 
 
Agonistas colinérgicos – Efeitos farmacológicos 
Trato geniturinário: constrição da bexiga e relaxamento esfincteriano. 
Uso clínico: auxiliar no esvaziamento vesical. 
Efeito (adverso): urgência para urinar. 
 
TGI: aumento da motilidade e relaxamento esfincteriano. 
Uso clínico: aumentar mobilidade (constipação). 
Efeito (adverso): cólicas intestinais, diarreias. 
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Sistema cardiovascular: redução da frequência cardíaca, força atrial e 
vasodilatação periférica (redução da resistência vascular periférica). 
Efeitos (adversos): bradicardia, hipotensão. 
 
Agonistas colinérgicos – Efeitos farmacológicos 
Pulmão: broncoconstrição. 
Efeito (adverso): agravar quadro de asma. 
Sistema nervoso central (SNC) (para fármacos lipossolúveis) 
Efeito (adverso): convulsão. 
ÉSTERES DE COLINA 
Os ésteres de colina são drogas similares à ACh. 
 
• Acetilcolina: pouco lipossolúvel (não atravessa 
a barreira hematoencefálica). Apresenta a 
mesma afinidade por receptores muscarínicos 
e nicotínicos e é substrato da AChE por 
apresentar o grupo éster. 
• Metacolina: apresenta um grupo metila a mais 
que a Ach - continua sendo pouco lipossolúvel, 
mas apresenta maior afinidade por receptores 
muscarínicos do que por nicotínicos. 
 
 
Agonistas colinérgicos 
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ÉSTERES DE COLINA 
• Carbacol: pouco lipossolúvel, com a mesma afinidade por receptores 
muscarínicos e nicotínicos, mas não é substrato da AChE. 
• Betanecol: mistura do carbacol com a metacolina. Pouco lipossolúvel, com 
maior afinidade por receptores muscarínicos do que por nicotínicos, mas não 
é substrato da AChE. É utilizado para tratamento de hipotonia da bexiga e do 
trato gastrointestinal. 
 
 
Agonistas colinérgicos 
ALCALOIDES 
Os alcaloides são fármacos semelhantes a muscarina e nicotina, clássicos 
agonistas que dão nome aos receptores colinérgicos. 
Os principais exemplos são: muscarina, pilocarpina, nicotina e lobelina. As duas 
primeiras são agonistas muscarínicos, enquanto as duas últimas são agonistas 
nicotínicos. 
 
• Muscarina: É pouco lipossolúvel (não atravessa a barreira hematoencefálica), 
apresenta maior afinidade por receptores muscarínicos e não sofre 
degradação pela AChE. Não é usada na clínica e é causa de um tipo de 
envenenamento por cogumelos. 
 
 
Agonistas colinérgicos 
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ALCALOIDES 
• Pilocarpina: É lipossolúvel (tem capacidade de atravessar a barreira 
hematoencefálica), apresenta maior afinidade por receptores muscarínicos e 
não sofre degradação pela AChE. É utilizada no tratamento de glaucoma. 
 
 
Agonistas colinérgicos 
Os anticolinesterásicos são 
fármacos que inibem a 
acetilcolinesterase, 
aumentando o tempo de 
ação da ACh na fenda 
sináptica e, dessa forma, 
apresentam ação indireta. 
Anticolinesterásicos 
Araújo et al. Rev. Virtual Quim., 8 (6), 1818- 1834, 2016 
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• Os efeitos farmacológicos dos anticolinesterásicos decorrem de aumento da 
ativação do parassimpático. 
• Há quatro usos clínicos:atonia de musculatura lisa do TGI (íleo paralítico) e da 
bexiga urinária; redução da pressão intraocular por causar miose e constrição do 
músculo ciliar (tratamento de glaucoma); ação sobre a junção neuromuscular 
aumentando a força de contração (tratamento de miastenia gravis – perda dos 
receptores nicotínicos; reversão dos bloqueadores de junção neuromuscular – 
pós-anestesia); tratamento de intoxicação por atropina e da doença de Alzheimer 
leve a moderada. 
• Os efeitos adversos são: sudorese, hipersalivação, cólica e risco de crise asmática. 
Anticolinesterásicos 
• Anticolinesterásicos reversíveis: Há 
duas drogas principais: o edrofônio 
(álcool simples) e os ésteres de ácido 
carbâmico, como a neostigmina e a 
fisostigmina, de ação intermediária. 
• O edrofônio tem importância no 
diagnóstico de miastenia gravis 
(injeção intravenosa causa um 
aumento da força muscular). 
Anticolinesterásicos 
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• Anticolinesterásicos irreversíveis: 
Esses fármacos são 
organofosforados, derivados do 
ácido fosfórico. Em geral, são 
lipossolúveis, sendo de uso clínico 
o ecotiofato, que é menos 
lipossolúvel (foi usado no 
tratamento de glaucoma). Eles 
ligam-se fortemente ao sítio 
esterásico da AChE, não sofrendo 
hidrólise espontânea. Essas 
substâncias são utilizadas como 
inseticidas e armas químicas. 
Anticolinesterásicos 
• Intoxicação por organofosforados: Ocorre principalmente na zona rural por 
manipulação de áreas expostas a inseticidas. Essas drogas são lipossolúveis e 
atingem o SNC, causando vários efeitos decorrentes de superestimulação 
parassimpática: miose, dificuldade visual, dificuldade respiratória, espasmos 
musculares, salivação, sudorese, diarreia, paralisia flácida (bloqueio por 
despolarização) e convulsão. O tratamento deve conter bloqueadores de receptor 
muscarínico (atropina) e pralidoxima, droga que reverte a inibição da AChE por 
clivar o grupo fósforo da AChE. Além disso, é necessário descontaminar as roupas 
do paciente. 
Anticolinesterásicos 
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• Os antagonistas muscarínicos previnem os efeitos da acetilcolina por bloquearem 
a ligação do receptor muscarínico em células efetoras do parassimpático (e 
simpático colinérgico), em junções neuroefetoras, em gânglios autonômicos e no 
sistema nervoso central (SNC). 
• Geralmente, os anticolinérgicos causam pequeno bloqueio nicotínico, mas, 
geralmente, apenas muscarínico. Dessa forma, pode-se considerar, para efeito de 
praticidade, que os anticolinérgicos são antimuscarínicos e bloqueiam apenas a 
via final do sistema parassimpático. 
Anticolinérgicos 
A molécula base anticolinérgica é a 
atropina, derivada da planta Atropa 
belladonna. As preparações dessa planta 
eram utilizadas desde o Império Romano 
como veneno e têm em Átropos – 
divindade responsável por cortar a linha 
da vida – a origem de seu nome. Já o 
termo belladonna deriva do uso dessa 
preparação por mulheres italianas para 
dilatar a pupila. 
Anticolinérgicos 
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ATROPINA, ESCOPOLAMINA E IPRATRÓPIO 
• Atropina: é o mais famoso anticolinérgico. Atinge o SNC, onde tem ação 
estimulatória. 
• Escopolamina: tem ação depressora do SNC. 
• Ipratrópio: não atravessa a barreira hematoencefálica. 
 
Cada tecido apresenta sensibilidade diferente aos anticolinérgicos. Por exemplo, 
pequenas doses de atropina diminuem a secreção salivar e brônquica. Doses maiores 
ocasionam dilatação pupilar e inibição da acomodação da visão para perto. 
Anticolinérgicos 
EFEITOS FARMACOLÓGICOS 
De forma geral, os anticolinérgicos retiram o tônus do sistema parassimpático. 
 
• Sistema cardiovascular 
Coração: aumento da FC; não há alteração pressórica ou no débito cardíaco. 
Circulação: em doses clínicas, inibição da vasodilatação periférica e da redução da 
pressão arterial (PA); contudo, se dada sozinha, o resultado é variável; em doses 
tóxicas, pode ocasionar rubor na área da face, não por vasodilatação, mas por efeito 
compensatório para diminuir a temperatura já que a sudorese está inibida. 
Anticolinérgicos 
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EFEITOS FARMACOLÓGICOS 
 
• Sistema respiratório: 
Embora a atropina possa causar alguma broncodilatação e diminuir a secreção 
traqueobrônquica em indivíduos normais por bloquear o tônus parassimpático, seu 
efeito é muito mais importante em pacientes com doenças pulmonares (p.ex., asma). 
No entanto, por passar ao SNC, é pouco usado pelos efeitos colaterais. 
Uso clínico: efeito broncodilatador. Ipratrópio é utilizado para tratar asma, em 
conjunto com agonistas beta2-adrenérgicos. 
Anticolinérgicos 
EFEITOS FARMACOLÓGICOS 
 
• Olho: 
Inibe o tônus colinérgico do músculo circular da íris e do músculo ciliar, causando, 
respectivamente, midríase e paralisia da acomodação. A intensa dilatação pupilar 
promove fotofobia; a cicloplegia promove dificuldade para enxergar objetos 
próximos, além da inibição do reflexo pupilar pela luz. Em conjunto, isso causa 
aumento da pressão intraocular. 
Uso clínico: midriático (consulta oftalmológica). 
Anticolinérgicos 
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EFEITOS FARMACOLÓGICOS 
• TGI: 
De forma geral, a atropina diminui a peristalse e as secreções. 
Uso clínico: cólicas (contração espasmódica da musculatura lisa). 
• Bexiga: 
Relaxamento vesical (utilizado para retenção urinária). 
Usos clínicos: bexiga hiperativa (incontinência urinária) e cistite (se associado com 
antibiótico) 
• Glândulas exócrinas: 
Bloqueio de secreções: causa xerostomia (sialosquese) e, em elevadas concentrações, 
inibição da secreção de ácido gástrico. 
Intoxicação por anticolinesterásicos (organofosforados). 
 
Anticolinérgicos 
ANTIMUSCARÍNICOS ESPECÍFICOS 
Diferentemente da atropina, escopolamina e ipratrópio apresentam maior 
especificidade a um tipo de receptor muscarínico (M1, M2 ou M3). São úteis por 
causarem menos efeitos colaterais. 
 
• Pirenzepina: anti-M1 específico. É importante por apresentar ação neural e ação 
na secreção gástrica. Tem uso clínico em alguns países para tratar úlceras 
pépticas. 
• Metoctramina: anti-M2 específico. Tem ação cardíaca, promovendo taquicardia. 
• Darifenacina: anti-M3 específico. Tem importância na modulação da contração da 
musculatura lisa e nas secreções. 
 
Anticolinérgicos 
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A intoxicação atropínica ocorre principalmente em crianças que, inadvertidamente, 
comem plantas contendo alcaloides belladonna ou tomam drogas. 
O quadro clínico é rico: xerodermia (pele seca), hipertermia (inibição da sudorese), 
xerostomia, excitação (estimulante do SNC), rubor atropínico em faces, abdômen 
distendido (redução da mobilidade intestinal) e bexigoma (retenção urinária). 
O tratamento deve apresentar anticolinesterásicos, sonda vesical, sonda retal, 
sedação com benzo-diazepínico e bolsa de gelo. 
Anticolinérgicos 
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• Os gânglios autonômicos, tanto simpáticos como parassimpáticos, apresentam 
grande semelhança entre si: ambos têm como neurotransmissor principal a 
acetilcolina (ACh), e os receptores são nicotínicos. 
• Dessa forma, um agonista nicotínico é capaz de estimular os gânglios 
autonômicos, gerando uma ativação do simpático, do parassimpático, da medula 
adrenal e da junção neuromuscular (contração). 
• De forma análoga, um antagonista nicotínico é capaz de inibir o gânglio 
autonômico, diminuindo o tônus. 
Gânglios autonômicos 
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Gânglios autonômicos 
• Os agonistas ganglionares são capazes de se ligar ao receptor nicotínico. Alguns 
fármacos com esse efeito são: nicotina, lobelina, tetrametilamônio e DMPP. 
• A nicotina, quando administrada endovenosamente, provoca uma resposta 
complexa, pois ativa tanto o simpático quanto o parassimpático. De modo geral, 
primeiramente, ocorre ativação do parassimpático (por questão anatômica, pois o 
gânglio parassimpático está na parede do órgão-alvo), em seguida, ativação do 
simpático e, por fim, resposta adrenérgica por secreção de adrenalina. 
• No trato gastrointestinal (TGI), aumenta otônus e a atividade motora intestinal, 
promovendo náusea, vômitos e diarreia. Nas glândulas exócrinas, causa intensa 
estimulação da salivação, sudorese e secreção brônquica, com posterior inibição. 
Já no sistema cardiovascular, a resposta é mais complexa. 
 
Agonista ganglionar 
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Efeito da nicotina sobre a pressão arterial. Inicialmente, há uma fase em que ocorre queda da 
PA, por ativação do sistema parassimpático, ocasionando vasodilatação e queda da resistência 
vascular periférica (RVP). Posteriormente, inicia-se a fase hipertensiva, composta por dois 
picos. O primeiro pico é decorrente da ativação do simpático, que apresenta ação local e 
rápida; e o segundo ocorre por causa da secreção de adrenalina pela medula da suprarrenal, 
com resposta difusa, hormonal e de longa duração. 
Agonista ganglionar 
• Os bloqueadores ganglionares têm efeito difuso e retiram o tônus do sistema 
autônomo predominante. Dessa forma, causam hipotensão importante, com 
vasodilatação de vários territórios, taquicardia, midríase, aumento da pressão 
intraocular, constipação, retenção urinária e disfunção erétil (inibição da 
ejaculação e da ereção). 
• Historicamente, o hexametônio foi utilizado como droga anti-hipertensiva. 
Contudo, por apresentar diversos efeitos colaterais, logo foi abandonado com o 
surgimento de betabloqueadores. 
• O decametônio, o análogo “C10” do hexametônio, é um agente bloqueador 
neuromuscular despolarizante. 
• A mecamilamina, foi desenvolvida para melhorar o grau e a extensão de absorção 
do trato gastrintestinal, porque os compostos bloqueadores ganglionares aminas 
quaternárias eram absorvidos de forma errada após administração. 
 
Bloqueador ganglionar 
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• Bloqueadores ganglionares são usados raramente, porque agentes bloqueadores 
autonômicos mais seletivos estão disponíveis. 
• A mecamilamina bloqueia receptores nicotínicos centrais e tem sido defendida 
como um possível adjuvante do adesivo de nicotina transdérmico para reduzir a 
ânsia por nicotina em pacientes que tentam deixar de fumar. 
Bloqueador ganglionar

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