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Parecer_em_Ao_de_Guarda_-_deferimento_da_guarda

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PROCESSO Nº. 0000000
REQUERENTE: XXXXX
 PARECER EM AÇÃO DE GUARDA
MM. JUÍZA.
O processo em epígrafe trata-se de Ação de Guarda ajuizada por XXXXX, em favor da criança XXXXX, filho de XXXXX.
Consoante a exordial, a requerente recebeu a neta pelas mãos da assistência social da maternidade, após ter ficado internada ao nascer. O genitor é morador de rua, estando em local incerto e não sabido. A genitora vive pelas ruas do Bairro XXXXX. A requerente na qualidade de avó paterna da infante deseja regularizar a situação jurídica da neta.
O pedido foi instruído com os documentos acostados às fls. 00/00.
No despacho de fl. 00, foi concedida a guarda provisória da guardanda pelo período de 06 (seis) meses, de acordo com o disposto no artigo 33, § 1º, da Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), bem como foi determinada a citação editalícia dos genitores, e a realização de estudo de caso pelo Setor Psicossocial, com apresentação de relatório circunstanciado.
Conforme certidão de fl. 00, o genitor compareceu espontaneamente perante a Secretaria desse Juízo, recebendo a citação, tendo transcorrido o prazo de contestação sem manifestação da parte, conforme certidão de fl. 00.
Os genitores foram citados por edital, conforme publicação de fl. 00, não apresentando contestação conforme certidão de fl. 00.
Efetuado o estudo social sobre o caso (fls. 00/00), observou-se que o pedido em tela tem como finalidade a representação do infante junto ao INSS para recebimento do Benefício de Prestação Continuada/LOAS, face ser portador de deficiência mental. Os genitores são usuários de drogas e não possuem condições de assumir a responsabilidade pela criação do filho. O guardando possui uma irmã, YYYYY, com 00 anos de idade, que se encontra sob os cuidados da avó materna. A requerente se mostra bastante comprometida na criação dos netos, aparentando fortes vínculos para com ambos. Em contrapartida, o guardando e sua irmã se mostram bem cuidados e amparados no lar substituto. A equipe técnica se posiciona de forma favorável ao pedido em tela.
A Curadora Especial apresentou manifestação nos autos às fls. 00/00.
Em petição de fl. 00, a requerente esclarece que não pretende ingressar com a guarda da neta YYYYY, por esta se encontrar sob os cuidados da avó materna e por não dispor de condições materiais para assumir tal encargo.
Após o breve relato, passa o Ministério Público a opinar.
Esse Juízo é competente para o julgamento do presente caso, por força do ditame inscrito no artigo 148, parágrafo único, alínea “a”, c/c artigo 98, inciso II, do ECA.
O procedimento legalmente prescrito para a hipótese sub judice foi regularmente observado, em especial pelo cumprimento do prescrito no artigo 167 do supramencionado Estatuto.
Sobre o referido tema, dispõe o artigo 33, §1º do ECA, in verbis:
“A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.” (grifo nosso)
A guarda visa, portanto, à proteção dos interesses da criança/adolescente, assegurando-lhe a assistência material, moral e educacional necessárias ao seu desenvolvimento enquanto pessoa.
No tocante ao mérito, ficou demonstrado que a requerente reúne condições em assumir o munus da guarda, diante da impossibilidade dos genitores exercerem na sua integralidade o papel de detentores do poder familiar. A criança vem recebendo os cuidados necessários ao seu bom desenvolvimento e se mostra satisfeito na companhia da avó paterna. Resta absolutamente suprida, portanto, a exigência do art. 29 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Ante o exposto, considerando satisfeitas as exigências legais pertinentes à espécie, opina o Ministério Público pelo deferimento do pedido, no sentido de conceder à requerente a guarda do neto XXXXX.
Pugna para que a avó materna seja intimada no endereço referido à fl. 00, para ajuizar ação de guarda em favor da neta XXXXX, no prazo de 15 dias, devendo comparecer perante a Defensoria Pública lotada nesse Juizado.
Cidade, dia de mês de ano.
XXXXXXXXXXXXXX 
Promotora de Justiça
OBS: Modelo retirado do site do Ministério Público de Pernambuco, com adaptações.

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