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Primeiros Socorros em Obstrução de Vias Aéreas Docentes: Arthur Lamounier Ellen Mendes Flavia Mapa Letícia Froede Dicente: Prof. Thiago Lorentz Pinto Introdução O reconhecimento rápido da obstrução das vias aéreas determinará se esta vítima será socorrida rapidamente ou se ela evoluirá ao óbito. Pode ser parcial ou total Sistema Respiratório Vias aéreas superiores Nariz e boca Faringe Nasofaringe Orofaringe Laringofaringe Laringe Traqueia (porção superior) Vias aéreas inferiores Traqueia (porção inferior) Brônquios e bronquíolos Pulmões Alvéolos Introdução Cuidados com as Vias Aéreas representados pelas letras A e B do ABCD (CABD para Suporte Básico de Vida), sendo: A – Airway = abertura das vias aéreas e estabilização da coluna cervical; B – Breathe = ventilação; Ausência de Oxigênio no Sistema Nervoso: Até 4 minutos - Sem danos De 4 a 6 minutos - Danos Cerebrais Após 6 minutos - Dano Irreversível Introdução A cada ano morrem aproximadamente 3.000 pessoas devido a obstrução de vias aéreas. Deste total: 1.200 mortes acontecem por engasgo. 1.700 acontecem por afogamento. Principais grupos de riscos: idosos e crianças Lactantes e crianças Alimentos – carne. Próteses dentárias/fragmentos dentários. Chicletes, balas, etc. Aspiração de vômito, sangue. Pequenos objetos (brinquedos). Leite. Balas. Balão. Causas mais frequentes Tipos de obstrução Parcial Ainda ocorre alguma passagem de ar Sintomas: ocorrência de tosse e de sibilos Total Troca de ar se torna ineficaz Sintomas: ruídos respirtórios estridentes, cianose Tipos de Vítimas Vítima consciente e respirando (aéreas pérvias); Vítimas conscientes ou inconscientes e com vias aéreas obstruídas (OVACE); Vítimas inconscientes com presença de pulso palpável e sem movimentos respiratórios - (Parada Respiratória) – iniciar ventilação; Vítimas inconscientes, sem pulso palpável, sem movimentos respiratórios (Parada Cardio-respiratória) – iniciar RCP; Em casos de suspeita ou critério de inclusão de OVACE Conduta: Avaliar a severidade: Leve (parcial) ou grave (total) Considerar abordagem específica: Obstrução leve em paciente responsivo Obstrução grave em paciente responsivo Obstrução grave em paciente não responsivo Estar atento a ocorrência de parada cardiorrespiratória Obstrução das vias aéreas Perda de consciência Parada cardiorrespiratória Reconhecimento Vítima em bom estado Subitamente para de respirar Cianose e inconsciência Parada cardiorresperatória G Obstrução leve em paciente responsivo Não realizar manobras Acalmar paciente Estimular a tosse vigorosa Obstrução grave em paciente responsivo Manobra de Heimlich Abordagem específica Abordagem específica Obstrução grave em paciente não responsivo Manobras manuais de abertura das vias aéreas Se sinais de respiração presentes, com pulso Posicioná-lo em posição de recuperação (preferencialmente do lado esquerdo, pois facilita o retorno venoso) Se respiração ausente, com pulso Compressões torácicas com objetivo de remoção do corpo estranho; Abrir vias aéreas e remover o corpo estranho (se visível e alcançável); Nada encontrado 1 insuflação, se o ar não passar ou o tórax não expandir, reposicionar a cabeça e insuflar novamente; Considerar o transporte imediato mantendo manobras básicas de desobstrução. Conduta Estar atento à ocorrência de parada cardiorrespiratória Realizar contato com Regulação médica Aguardar orientação da Regulação médica para procedimentos e transporte a unidade de saúde Paciente inconsciente por agravo clínico ou traumático Possível obstrução da via aérea pela flacidez da língua Realizar a manobra conforme indicado: Agravos clínicos: manobra de inclinação da cabeça com elevação do mento; Agravos traumáticos: manobra de tração da mandíbula no trauma e suas variações. Manobra de Heimlich Posicionar-se por trás do paciente, braços à altura da crista ilíaca; Uma das mãos fechada, com face do polegar encostada na parede abdominal, entre apêndice xifóide e a cicatriz umbilical; A outra mão espalmada sobre a primeira; Comprimir o abdome em movimentos rápidos (para dentro e pra cima - em j); Repetir a manobra até desobstrução ou paciente tornar-se não responsivo. Manobra de Heimlich em gestantes ou obesos Em pacientes obesos e gestantes no último trimestre Realizar compressões sobre o esterno (linha intermamilar) e não sobre o abdome Manobra auto-administrativa Fazer a manobra de Heimlich em si mesmo Comprimir o andar superior do abdome de modo rápido sobre qualquer superfície rígida (encosto de cadeira, canto de mesa, etc.) Manobra de inclinação da cabeça com elevação do mento Indicação: pacientes de agravos clínicos nas quais não há suspeita de lesão raquimedular ou história de trauma. Técnica: Posicionar uma das mãos sobre a testa e outra com dedos indicador e médio tocando mento do paciente. Movimento de elevação do mento do paciente. Simultaneamente, efetuar uma leve extensão do pescoço. Manter a boca do paciente aberta. Manobra de Tração da Mandíbula no trauma (Jaw Thrust) Indicação: pacientes de agravos traumáticos em que há suspeita de lesão raquimedular e/ou história de trauma. Técnica: Posicionar-se à cabeceira do paciente. Com as mãos espalmadas, uma de cada lado da face do paciente, alinhar e estabilizar a coluna cervical em posição neutra. Posicionar os dedos polegares próximos ao mento e os demais ao redor do ângulo da mandíbula do paciente. Enquanto mantém alinhamento com as mãos, aplicar força simétrica para elevar a mandíbula anteriormente, promovendo a abertura da boca com os polegares. Manobra de elevação do mento no trauma (Chin Lift) Indicação: pacientes de agravos traumáticos em que há suspeita de lesão raquimedular e/ou história de trauma. Técnica: 2 profissionais (ideal). 1° profissional: à cabeceira do paciente, faz o alinhamento manual da cabeça em posição neutra (estabilização da coluna). 2° profissional: ao lado do paciente pinça a arcada dentária inferior com a mão (usa como base o queixo do paciente). Com os dedos posicionados, traciona queixo anteriormente e levemente para baixo, (eleva a mandíbula enquanto abre a boca do paciente). Desobstrução das VA em crianças e bebês Fase oral: desde o nascimento até os 18 meses. Principais motivos: aspiração de pequenos objetos ou de leite regurgitado. Sintomas: Obstrução parcial: tosse, não consegue falar ou chorar. Obstrução total: cianose, inconciência. Manobra de Heimlich em crianças MITOS Se a criança tosse enquanto come é porque está engasgada; Nausear com a comida significa que a criança está engasgada; O reflexo de protrusão da língua do bebê vai protegê-lo de engasgar; Levantar as mãos da criança acima da sua cabeça ajuda a parar a tosse ou faz desengasgar; Dar “tapinhas” nas costas, quando a criança está tossindo. VERDADES A criança engasgada frequentemente produz pouco ou nenhum som; Você deve ligar para o 192 e realizar procedimentos de primeiros socorros caso uma criança tenha dificuldade para respirar ou caso tenha alterações na coloração do seu rosto; Evite certos tipos de alimentos a menos que sejam amolecidos e/ou cortados, amassados ou separados em pedaços pequenos; Procure treinamento em primeiros socorros e ajuda em caso da criança engasgar. VERDADES Alimentos podem entrar na laringe, traqueia e/ou pulmões por uma série de razões Algumas situações merecem atenções especiais Atenções especiais: Dificuldade para deglutir a saliva; Voz com som diferente (também conhecida como “voz molhada”); Acúmulo de muco após se alimentar, ou congestão crônica; Múltiplos episódios de febre baixa; Histórico de pneumonia ou infeções respiratórias frequentes; Atenções especiais: Tosse constante enquanto come ou bebe líquidos ou depois; Medo de se alimentar; Interesse diminuído em se alimentar; Perda de peso ou crescimento insuficiente; Desconforto ou irritabilidade antes, durante ou depois de comerou beber. Referências MOORE, Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Obstrução por corpo estranho. 2018. Disponível em: http://www.bombeiros.pr.gov.br/sites/bombeiros/arquivos_restritos/files/documento/2018-12/Viasaereas.pdf. Acesso em: 1 de dez. de 2019 Protocolos de Intervenção para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.