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Disciplina: Políticas de Atenção à Saúde da Mulher AULA 1 A Construção das Políticas de Atenção à Saúde da Mulher no Brasil Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil Até o século XIX: Sociedade patriarcal. Mulheres: Excluídas da política. Não consideradas cidadãs. Papel de submissão, inferioridade e sub-remuneração. Essa situação despertou a indignação das mulheres. Surgiu o movimento das mulheres na busca pelos seus direitos de cidadã. Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil Início do século XX: Em 1920, com a Reforma Sanitária (Carlos Chagas) ocorreu o início da institucionalização da proteção à saúde materno-infantil. As políticas de atenção à saúde materno-infantil foram incorporadas às políticas públicas nacionais. Limitadas às demandas relativas à gravidez, ao parto e à atenção à saúde da criança. Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil 1970 - Movimento feminista: Questionamento das concepções de saúde ou assistência à saúde das mulheres ancoradas no conceito de natureza frágil, descontrolada, voltada para a reprodução. Mulheres vistas pela sociedade e pela medicina como objeto e não como pessoas. Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil Movimento feminista: Ideia de reapropriação do corpo biológico, social, político e ser no mundo como pessoa. Mulher como cidadã. Germinou a ideia de um novo modelo de assistência à saúde da mulher. 1975 Criado Programa Materno-Infantil (PMI). Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil 1975 Programa Materno-Infantil (PMI) 6 subprogramas: Assistência materna: gestação, parto e puerpério. Assistência à criança e ao adolescente. Expansão da assistência materno-infantil. Suplementação alimentar: prevenção de desnutrição materna, gestação e lactação. Atividades educativas. Capacitação de recursos humanos. Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil Programa materno-Infantil: Principal elemento era o recém-nascido e a criança, marginalizando a mulher. Perspectiva reducionista da saúde da mulher. Considerada importante para a reprodução. Ofereciam cuidados no ciclo gravídico-puerperal. Desconsideravam: Cuidados no ciclo vital feminino; Desigualdades nas condições de vida; Relações de gênero. Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil 1980 Surge o movimento pela democratização no Brasil. Movimento feminista ganha força. As mulheres passam a expor suas reivindicações: Direito à procriação, sexualidade e saúde, planejamento familiar, descriminalização do aborto, democratização da educação para a saúde, e outras medidas. Luta pelo fim da desigualdade familiar e social entre homens e mulheres. Busca do respeito às mulheres e seus direitos. Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil 1980 O tema “Saúde da mulher” cresceu no país, nos espaços acadêmicos e nos movimentos sociais. Feministas e profissionais da saúde iniciaram uma parceria com o Ministério da Saúde para elaboração de propostas de atendimento à mulher que garantissem o respeito a seus direitos de cidadã. Resultou em uma proposta concreta do Estado como resposta às reivindicações: O Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM). Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil 1984 Implantação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM). Torna-se prioridade do Ministério da Saúde representando um substancial avanço em relação à proposta anterior (Programa Materno-Infantil). Foco nas prioridades assistenciais à população feminina no Brasil. Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) Ações: Educativas Preventivas Diagnóstico Tratamento Recuperação Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) ENGLOBAVA: Planejamento familiar. Pré-natal de baixo risco. Prevenção de câncer cérvico-uterino e de mama. Doenças sexualmente transmissíveis. Assistência ao parto e puerpério. Sexualidade. Mulher na terceira idade. Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM). Diretrizes gerais: Capacitação do sistema de saúde para atender as necessidades da população feminina, enfatizando as ações dirigidas ao controle das doenças mais prevalentes nesse grupo. Estabelecer a exigência de uma nova postura de trabalho da equipe de saúde em face do conceito de integralidade do atendimento. Ênfase no PLANEJAMENTO FAMILIAR. Pressupor uma prática educativa permeando todas as atividades a serem desenvolvidas. Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil Década 1980: O processo de construção do SUS tem grande influência sobre a implementação do PAISM. 1988: Sistema Único de Saúde (SUS) Constituição de 1988, Lei n.º 8.080 e Lei n.º 8.142 de 1990, Normas Operacionais Básicas (NOB) e Normas Operacionais de Assistência à Saúde (NOAS), editadas pelo Ministério da Saúde. Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil PAISM foi incorporado aos princípios e diretrizes propostos pelo SUS: Universalidade. Integralidade. Descentralização. Hierarquização. Regionalização. Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil O PAISM foi anunciado como nova e diferenciada abordagem à saúde da mulher. Rompendo a visão do modelo materno-infantil que compreendia a mulher simplesmente como uma reprodutora. Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil Apesar de promover avanços significativos na saúde da mulher no Brasil, o PAISM não considerou em suas ações a necessidade de articulação com outras áreas técnicas e de ações direcionadas à saúde das mulheres que compõem grupos socialmente excluídos, como: mulheres rurais mulheres com deficiência negras indígenas presidiárias lésbicas. Políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil 2004 Considerando essas perspectivas, o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) Fortalecendo e ampliando as ações propostas pelo PAISM. Referências Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.