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TCC violencia domestica contra a mulher

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NOME: Andrelina Maria de Almeida RA: 618102911
TURMA: Enfermagem em urgência e emergência UNIDADE: Memorial
	
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER
 
SÃO PAULO, SP
2019
ANDRELINA MARIA DE ALMEIDA
Violência doméstica contra a mulher
Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência do curso de ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA da Instituição UNINOVE.
Sob a orientação da Professora Herta de Oliveira Alexandre
SÃO PAULO, SP
2019
DEDICATÓRIA 
A todos aqueles qυе dе alguma forma 
estiveram е estão próximos dе nós, 
fazendo esta vida valer cada 
vеz mais а pena.
AGRADECIMENTOS
 
A Deus por ter nos dado saúde para superar as dificuldades.
A esta universidade, seu corpo docente, direção e administração que oportunizaram a janela que hoje vislumbramos um horizonte superior, eivado pela acendrada confiança no mérito e ética aqui presentes.
A nossa orientadora Professora Herta, pelo suporte no pouco tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos.
A nossa família, pelo incentivo e apoio incondicional.
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, muito obrigada.
RESUMO
Desde da década de 70, a violência contra a mulher tem recebido crescente atenção e mobilização. O problema inclui: assassinatos, estupros, agressões físicas e sexuais, abusos emocionais entre outros. O objetivo deste estudo foi apresentar atribuições teóricas sobre a violência doméstica contra a mulher. Este trabalho é uma revisão bibliográfica, que visa explorar a metodologia de pesquisa documental, em que revistas, sites e artigos científicos. Caracteriza-se como abordagem em pesquisa qualitativa, quanto ao nível de pesquisa em exploratória e quanto aos procedimentos em levantamento de referências. Os serviços e profissionais de saúde ocupam um lugar estratégico na identificação da violência doméstica, bem como na assistência à vítima e seu encaminhamento a serviços especializados. Todo profissional de saúde deve atentar a situações de violência e deve agir de forma a apoiar e orientar vítimas, além de desenvolver ações de prevenção sobre este tema. 
Palavras-chave: Violência Doméstica, Assistência Social, Serviços de Saúde. 
17
ABSTRACT
Since the 1970s, violence against women has received increasing attention and mobilization. The problem includes: murder, rape, physical and sexual aggression, emotional abuse, and so on. The objective of this study was to present theoretical attributions about domestic violence against women. This work is a bibliographical review, which aims to explore the methodology of documentary research, in which journals, websites and scientific articles. It is characterized as an approach in qualitative research, regarding the level of research in exploratory and the procedures in surveying references. Health services and professionals occupy a strategic place in the identification of domestic violence, as well as assistance to victims and their referral to specialized services. Every health professional must attend to situations of violence and must act in a way to support and guide victims, in addition to developing prevention actions on this issue
Keywords: Domestic Violence, Social Assistance, Health Services.
 
SUMÁRIO
1. Introdução	7
2. objetivo GERAL	8
3. JUSTIFICATIVA	8
4. metodologia de pesquisa	8
5. DISCUSSÃO	9
5.1 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA UM MARCO TEÓRICO	9
5.2 A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER	10
5.3 A LEI DAS MULHERES	12
5.4 ASSISTÊNCIA À MULHER 13
5.5 TIPOS DE VIOLENCIA	15
6 RESULTADO
7. CONCLUSÃO	17
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	18
1. Introdução
Desde o início da década de 70, a violência contra a mulher tem recebido crescente atenção e mobilização. O problema inclui diferentes manifestações, como: assassinatos, estupros, agressões físicas e sexuais, abusos emocionais, prostituição forçada, mutilação genital, violência racial, por causa de dote ou por opção sexual. A violência pode ser cometida por diversos perpetradores: parceiros, familiares, conhecidos, estranhos ou agentes do Estado. No Brasil, nos últimos 20 anos, foram criados serviços voltados para a questão, como as delegacias de defesa da mulher, as casas-abrigo e os centros de referência multiprofissionais que têm enfocado, principalmente, a violência física e sexual cometida por parceiros e ex-parceiros sexuais da mulher. Na última década, foram criados os serviços de atenção à violência sexual para a prevenção e profilaxia de doenças sexualmente transmissíveis (DST), de gravidez indesejada e para realização de aborto legal, quando for o caso. (DESLANDES, 2000; FERREIRA, 2000)
A violência doméstica, compreendida como sinônimo de violência contra a mulher, caracteriza-se como um fenômeno de múltiplas determinações em que se define qualquer ato baseado nas relações de gênero, que resulte em danos físicos e psicológicos ou sofrimento para a mulher. Refere-se à hierarquia de poder, desejos de dominação e aniquilamento do outro e que pode ser utilizada algumas vezes, conscientemente, nas relações conjugais como mecanismo para subordinação da mulher ao parceiro. Sabe-se que a violência perpetrada contra as mulheres acompanha a humanidade em seu percurso histórico e apresenta diferentes conteúdos e formas nas diversas sociedades. Este tipo de violência se concretiza frequentemente no domínio privado, e o lar que em outras situações seria a referência de refúgio e proteção, nestes casos, configura-se como local privilegiado para a prática e a ocultação da violência. O risco de uma mulher sofrer algum tipo de agressão dentro da própria casa é maior que em outros grupos vulneráveis.(MEDINA, 2011). 
Mesmo com elevada prevalência e risco de violência, a atenção em saúde ofertada às mulheres em situação de violência de gênero, ainda é insatisfatória. Esta situação decorre da invisibilidade do fenômeno em alguns setores, como os hospitais de urgência, que em sua maioria ainda não possuem instrumentos capazes de identificar o problema, evidenciando a predominância do modelo biologicista de assistência à saúde, cujo objeto de intervenção é o dano físico.(SCHRAIBER, 2009)
2. OBJETIVO GERAL
O objetivo deste estudo geral foi apresentar atribuições teóricas sobre a violência doméstica contra a mulher e realizar uma busca de relações principais, vindo a tratar os seguintes objetivos: relatar sobre a violência contra a mulher no Brasil, a lei e como o país impõe o acontecido, e por fim como os profissionais da área da saúde se comportam e agem diante à assistência á mulher.
3. JUSTIFICATIVA
As principais causas da violência doméstica contra a mulher estão inclusas em um quadro de dimensões e de fatores que podem ser tanto para o profissional qual para o fator ambiental, que estão ligados a uma percepção de desvalorização do indivíduo. 
O presente estudo ressalta a importância de uma atenção e um diagnóstico realizado em um determinado tempo pelo profissional da área da saúde, para esclarecer à assistência.
4. METODOLOGIA DE PESQUISA
Este trabalho é uma revisão bibliográfica, que visa explorar a metodologia de pesquisa documental, em que revistas, sites e artigos científicos foram os principais objetos de busca. Assim, caracteriza-se como abordagem em pesquisa qualitativa, quanto ao nível de pesquisa em exploratória e quanto aos procedimentos em levantamento de referências. Para realização desse trabalho optou se pela revisão da literatura, no qual foram utilizadas as bases de dados online da Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Google acadêmico. Inicialmente foi realizada uma busca com os unitermos: mulher, lei Maria da Penha e violência, e foram encontrados nessa primeira busca 82 artigos. Os critérios usados para seleção dos artigos foramaqueles de periódicos nacionais que abordassem o atendimento e o cuidar da equipe de saúde às mulheres vítimas de violência doméstica com títulos que obtinham palavras como: enfermagem, equipe multiprofissional, atendimento, mulher e violência doméstica. Foram excluídos aqueles que não atendiam aos critérios estabelecidos, restando apenas 12 artigos, foram desenvolvidos e analisados os textos, os dividido em duas etapas: pré-análise e exploração do material. 
Esta leitura na integra dos trabalhos encontrados possibilitou a seleção e a transcrição os trechos significativos, observando e relacionando suas semelhanças, divergências e convergências na visão de cada autor.
5. DISCUSSÃO
5.1 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA UM MARCO TEÓRICO
Na década de 1.970, época de grandes manifestações e movimentos, o feminismo luta pela emancipação e liberação das mulheres - Women’s Lib, MLF, além da igualdade entre os sexos1[footnoteRef:1]. [1: PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. (tradução Angela M. S. Correa). São Paulo: Contexto, 2007, p.158.
2 TELES, Maria Amélia de Almeida; MELO, Mônica. O que é violência contra a mulher. São Paulo: Brasiliense, 2003, p. 78.
] 
Neste contexto, as mulheres se descobrem como seres atuantes e redescobrem seu corpo, seu sexo, o prazer, a amizade, o amor, a fraternidade e a homossexualidade.
No Brasil, nas décadas de 1.970 e 1.980, os movimentos feministas mobilizaram a opinião pública para o problema da violência contra a mulher. Assim, saíram às ruas com gritos de luta e com versos: “Quem ama, não mata, não humilha, não maltrata!”. No ano de 1.984, no julgamento do cantor Lindomar Castilho, que assassinou sua ex-mulher, Eliana de Grammont, em São Paulo, os fãs e defensores do agressor responderam ao movimento feminista com os refrões: “Mulher que bota chifre tem que virar sanduíche!”, “Mulher que pratica adultério tem de ir para o cemitério!”2.
Os serviços e profissionais de saúde ocupam um lugar estratégico na identificação da violência doméstica, bem como na assistência à vítima e seu encaminhamento a serviços especializados, antes que incidentes mais graves aconteçam. Entretanto, os funcionários ainda não estão preparados para investigar a violência e prestar assistência apropriada à mulher. (SOUZA, 2008).
Com isso mostra que o reflexo do novo paradigma positivista na formação dos profissionais principalmente na área da saúde. As ações em saúde podem se fundamentar no doente e também na cura. Nesse aspecto, as práticas fundamentadas em um olhar que contempla a observação de sinais e sintomas de quadros clínicos dificultam a identificação da violência, uma vez que os profissionais não se manifestam e se interessam por instrumentos que lhes permitam identificar os aspectos clínicos da violência. O despreparo dos serviços de saúde também pode ser percebido na forma inapropriada com que o profissional age, de tal forma culpabilizando a mulher ou não dando importância a sua fala por falta de sensibilidade, repercutindo de forma negativa nas práticas assistenciais.(SOUZA, 2008; PACHECO, 2015)
5.2 A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Embora a violência possa ocorrer contra qualquer indivíduo, atinge inúmeras mulheres de diferentes orientações sexuais, classes sociais, origens, regiões, estados civis, escolaridade e raças/etnias. Pode ocorrer desde a infância até a velhice e em diversos âmbitos, como doméstico ou profissional, nas dimensões religiosas, culturais e/ou comunitárias, entre outras esferas. (BRASIL, 2016).
Em oposição à evolução social e profissional da mulher, verifica-se, no século XXI, que há crescentes atos de violência que atingem milhares de mulheres em distintos estágios de desenvolvimento que causam prejuízos irreversíveis à saúde física e psicológica.
A violência, para Hannah Arendt, tem caráter instrumental e multiplica, pelos meios técnicos, a força. O que surge da violência não é o poder, mas a sua negação, da qual não brota o seu oposto. Em outras palavras, a violência não reconstrói dialeticamente o poder, paralisa-o e o aniquila. A violência encontrou na inovadora multiplicação dos seus meios técnicos, no século XX, o seu denominador comum: “[...] A violência tem sua raiz instigadora na frustração da faculdade de agir3”.
No âmbito internacional, o Brasil é signatário de dois documentos importantes: a Convenção interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher (OEA, 1994), considerada um marco na luta pelos direitos das mulheres, e precursora do desenvolvimento e da construção da Lei nº 11.340 (BRASIL, 2006), conhecida como “Lei Maria da Penha”, e a Declaração e plataforma de ação de Beijing (UN, 1995), elaborada durante a IV Conferência Mundial sobre a Mulher. (PACHECO, 2015)
A violência é dividida em três categorias associadas às características de quem comete o ato: violência coletiva, que abrange os atos de grupos de crime organizado ou terroristas, ou seja, ações de um macrossistema social, político e Contextualizando a violência contra a mulher 25 econômico; violência autoinfligida, que inclui os atos suicidas e de automutilação; e violência interpessoal, que engloba atos que ocorrem dentro de um microssistema, de um indivíduo sobre outro (BRASIL, 2014b)
A Violência entre Parceiros Íntimos (VPI) insere-se como um tipo de violência interpessoal, compreendido como todo e qualquer comportamento de violência cometido tanto na unidade doméstica como em qualquer relação íntima de afeto, independentemente de coabitação. Abrange os atos de violência física, psicológica/moral, sexual e financeira, e a violência perpetrada por parceiros íntimos atinge cerca de 36% das mulheres, sendo a forma mais prevalente de violência contra a mulher (BARROS et al., 2016; BRASIL, 2016; BRASIL, 2014b). 
3 ARENDT, Hannah apud LAFER, Celso. Hannah Arendt - pensamento, persuasão e poder. 2ª ed., revista e
atualizada. São Paulo: Paz e Terra, 2003, p. 184.
5.3 A LEI DAS MULHERES
Atualmente no Brasil, é uma constante luta por mudanças sociais associadas ao gênero por meio de campanhas feministas e políticas do Ministério da Saúde. A Lei nº 11.340 (BRASIL, 2006) veio fortalecer esse embate e, atualmente, é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das três melhores leis no mundo para o enfrentamento da violência contra as mulheres (BRASIL, 2012). Com a Lei Maria da Penha, foram criados mecanismos para coibir, prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher. Também dispôs sobre a criação de Juizados de Violência Contextualizando a violência contra a mulher 26 Doméstica e Familiar contra a mulher e estabeleceu medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência. As agressões perpetradas por parceiros íntimos, isto é, entre indivíduos em uma relação de afeto, ainda é uma realidade em nossa sociedade. Pesquisas apontam que o uso de violência física e psicológica por parte dos homens é muito comum e que muitas mulheres já vivenciaram tais situações pelos menos uma vez na vida (BRASIL, 2006; BRASIL, 2012).
 a Violência Doméstica é reconhecida pela Constituição Federal que afirma, no parágrafo 8.º do artigo 226:
O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.4
4 BRASIL, Constituição (1988).Constituição da República Federativa do Brasil. Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas. Brasília: 2006, 88 p.
5.4 TIPOS DE VIOLENCIA 
· Violência física 
Compreende atos que agridem o físico, mediante o uso da força física ou utilizando instrumentos com o escopo de ofender a mulher em sua integridade ou a saúde corporal; podem ou não apresentar marcas aparentes. A violência verbal precede a violência física, mas normalmente dar-se-á concomitantemente 5.
· Violência psicológica 
Compreende toda agressão que afeta a psique da pessoa, deixando-a em estado de perturbação, angústia e instabilidade emocional. Por violência psicológica, entende-se agressão emocional (tão ou mais grave que afísica). O comportamento típico se dá quando o agente ameaça, rejeita, humilha ou discrimina a vítima, demonstrando prazer quando vê o outro se sentir amedrontado, inferiorizado e diminuído, configurando a vis compulsiva 6.
· Violência sexual 
 É compreendida como qualquer conduta que constranja a mulher a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual indesejada, utilizando de intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, por meio de coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos. Agressões como essas provocam nas vítimas, não raras vezes, sentimento de culpa, vergonha e medo, o que as faz decidir, quase sempre, por ocultar o evento 7.
5 CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Violência doméstica (lei Maria da Penha – Lei 11.340/2006). São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 37.
6 CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Violência doméstica (lei Maria da Penha – lei 11.340/2006). São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 37.
7 ROVINSKI, Sonia Liane Reichert. Dano psíquico em mulheres vítimas de violência. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2004, p. 8.
· Violência patrimonial 
compreende qualquer conduta que seja sem retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos que seriam para satisfazer suas necessidades e da família, geralmente, é apresentada separada das demais, servindo, quase sempre, como meio para agredir, física ou psicologicamente, a vítima8.
· Violência moral 
É qualquer conduta que consista em calúnia (imputar à vítima fato criminoso sabidamente falso, artigo 138 do CP ); difamação (imputar à vítima fato ofensivo à sua reputação, artigo 139 do CP) ou injúria (ofender a dignidade e o decoro da vítima, artigo 140 do CP) 9.
8 CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. op. cit. p. 38.
9 CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Violência doméstica (lei Maria da Penha – lei 11.340/2006). São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, 38.
RESULTADO
Foi constatado que a violência psicológica ou emocional e a violência física são as mais frequentes. Na maioria dos casos, a violência psicológica ou emocional é a mais encontrada, principalmente nas modalidades de humilhações, xingamentos e desprezo. Esse tipo de violência ocorre primariamente, e perdura durante todo o ciclo de violência; somando-se a essa, com o passar do tempo outras formas de violência vão sendo incorporadas. Dessa forma, a violência psicológica ocorre sempre a priori. Observa-se nas vítimas sofrimento psíquico, segundo elas mais intenso do que a violência na forma de agressão física. Admitem seu caráter silencioso, crônico, comprometedor da saúde psicológica da mulher 
 
A violência sofrida pela mulher geram perdas significativas em sua saúde física e mental (Monteiro & Souza, 2007). As repercussões na vida da mulher violentada são enormes. O Ministério da Saúde vem, ao longo dos anos, implementando políticas e normatizando ações de prevenção e tratamento dos agravos decorrentes da violência contra as mulheres, uma vez que são agravos de alta frequência e que causam sérias repercussões ao estado físico, psíquico e social, sendo determinantes no processo de saúde e adoecimento das pessoas (Januário et al., 2010). 
 
As mulheres objetivam a violência sofrida como inexplicável, destruindo a harmonia do casal e a convivência familiar, além da frequência com que ocorre, estando associada a sentimentos como tristeza, medo, preocupação e sentimentos de impotência. 
 
De acordo com Soares (2004), muitas vezes uma mulher em situação de violência se sente especialmente amedrontada e envergonhada por não conseguir se fazer ouvir e respeitar por seu agressor, gerando sentimentos de impotência. A maneira como suas reações são manifestas advém da própria relação com o companheiro. Neste estudo, as principais manifestações apresentadas foram de passividade, vergonha, decepção, culpa e sofrimento. E, dentre essas, notou-se a decepção como mais frequente. Muitas mulheres simbolizam a imagem do casamento perfeito e feliz em seus sonhos, com a esperança constantemente renovada de que o agressor vai mudar, que as coisas vão melhorar e que “tudo um dia vai passar como num passe de mágica”, sentimento esse que também é, segundo elas, frequentemente desfeito pelas decepções em contato com a realidade do comportamento do companheiro. Perdura no relacionamento o misto de esperança e decepção, fazendo com que o desgaste se acentue. 
 
Para Goleman (2003), a racionalização é uma das estratégias mais comuns da negação dos verdadeiros motivos do sujeito, cobrindo e bloqueando o verdadeiro impulso que provocou o ato agressivo, substituindo-o por outro, inventado. Já para Dantas- -Berger e Giffin (2005), uma ordem social de tradição patriarcal por muito tempo “consentiu” um certo padrão de violência contra as mulheres, designando ao homem o papel “ativo” na relação social e sexual entre os sexos, ao mesmo tempo em que restringiu a mulher à passividade e reprodução. 
Heleieth Saffioti, ao trabalhar com os conceitos de violência doméstica e violência intrafamiliar, traça um paralelo entre a organização de um galinheiro, no qual impera a “ordem das bicadas” e o galo mais forte enfrenta os rivais e domina as galinhas, e a organização das famílias, da estrutura de uma família patriarcal, na qual o homem adulto é o “chefe da casa”, paga as contas e define o destino da mulher e dos filhos. Ao comparar as duas estruturas, Saffioti traça distinções interessantes para que possamos compreender a violência doméstica. Ou seja, o território de cada galo é demarcado geograficamente. No primeiro caso, se uma galinha fugir o galo não a segue, pois ela deixa de pertencer ao território dele. Já para os seres humanos, o território é simbólico. Quando há uma separação, muitas vezes o homem passa a perseguir a mulher, ou seja, para ele a relação continua existindo, pelo menos simbolicamente, o que pode levá-lo a atos caracterizados como violência doméstica, ainda que praticados fora da residência da família. Dessa forma, o espaço onde se dá a violência doméstica é um território simbólico 10.
10SAFFIOTI apud TELES, Maria Amélia de Almeida; MELO, Mônica. O que é violência contra a mulher. São Paulo: Brasiliense, 2003, p. 68.
5.4 ASSISTÊNCIA À MULHER
Todo profissional de saúde deve estar atento a situações de violência observadas em seus atendimentos e deve agir de forma a apoiar e orientar vítimas de violência, além de desenvolver ações de promoção e prevenção sobre este tema. Reforça-se a existência de portarias e leis que obrigam o profissional da saúde a denunciar casos de violência, como a Lei nº 8.069, conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). (BRASIL, 1990)
A violência afeta significativamente o processo saúde/doença das mulheres, o que leva o setor da saúde a ter a responsabilidade de identificar essas situações e oferecer intervenções adequadas. Para isso, os profissionais devem estar preparados para identificar possíveis vítimas, já que nem sempre as agressões deixam marcas visíveis (GOMES; ERDMANN, 2014). De fato, a importância da detecção do setor da saúde nos casos de violência além das leis citadas, a OMS também orienta que todos os profissionais da saúde sejam capazes de compreender os fatores associados à violência e agir adequadamente. No entanto, as obrigatoriedades legais não são suficientes para orientar os profissionais da saúde e atuar diretamente em sua conduta. Algumas dificuldades ainda persistem, principalmente em decorrência de formação insuficiente, atitudes inadequadas e crenças dos profissionais. (RIGOL-CUADRA et al., 2015)
Os serviços de saúde constituem importante ambiente para a detecção de violência,sendo muitas vezes um dos primeiros locais em que a vítima busca apoio, sendo imprescindível considerar que a conduta inadequada dos profissionais pode estar associada às suas próprias inseguranças e incertezas, decorrentes de sua falta de preparo para lidar com a violência. A temática violência não faz parte da maioria dos currículos dos cursos de graduação, e não são formados profissionais com noções básicas sobre este tema, o que dificulta o diagnóstico e a escolha da conduta a ser tomada nestes casos. (GOMES; ERDMANN, 2014).
6. CONCLUSÃO
Mesmo que possa parecer que é relativamente fácil de identificar os casos reais de violência doméstica, na prática não é. Muitas mulheres maltratadas não têm consciência da sua vitimização ou, em outros casos, não desejam revelar, por culpa ou mesmo vergonha, que são vítimas de seus parceiros íntimos e, por conta desses aspectos, não recorrem e tardam a solicitar algum tipo de ajuda.
As organizações requerem que a atuação dos profissionais da saúde seja ampla e com total inclinação, tendo toda a família como cenário de intervenção e atuação. Porém, isto implica envolvimento do profissional na vida íntima de uma família. Esse fato pode dificultar suas ações, exceto se houver uma política assistencial voltada para o rompimento desse ciclo de intergeracionalidade da violência intrafamiliar.
Uma forma para que possamos melhorar o serviço, é ampliar o seguimento de novas pesquisas, em âmbito nacional, dirigidas a elucidar o papel que a personalidade desempenha na resposta psicológica (prejuízos psicológicos) causada pela vivência de violência doméstica; bem como a identificação e a compreensão do profissional enfermeiro da dinâmica dos fatores de risco e de proteção são de especial importância para uma adequada e eficaz intervenção como também, para a criação de estratégias terapêuticas que visem a oferecer tratamentos mais conexos com as necessidades dessas mulheres, não só para que elas venham a aderir a esses tratamentos, como também para que haja melhorias efetivas nas condições de vida das mulheres que já se encontram prejudicadas devido às consequências da violência sofrida, muitas vezes, desde tenra idade; também, para que haja especial atenção às situações que retroalimentam a produção da revitimização e a emergência de novos casos.
Com base na pesquisa, conclui-se que esta revisão possibilitou o aprofundamento teórico e a melhor compreensão acerca da violência contra a mulher. Também exibiu diferentes aspectos associados a este fenômeno, como a interação social, o comprometimento do futuro em relação a mulher na sociedade e a forma como os serviços de saúde com foco nos profissionais da enfermagem, são percebidos por elas.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BARROS, E. N.; SILVA, M. A.; FALBO NETO; G. H. F.; LUCENA, S. G.; PONZO, L.; PIMENTEL, A. P. Prevalência e fatores associados à violência por parceiro íntimo em mulheres de uma comunidade em Recife/Pernambuco, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 21, n. 2, p. 591–598, 2016.
2. BRASIL. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 8 ago. 2006. Disponível em: . Acesso em: 18 dez. 2018.
3. BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 jul. 1990. Disponível em: . Acesso em: 19 dez. 2018.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos de atenção básica: saúde das mulheres. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em: . Acesso em: 18 dez. 2018.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes: Norma Técnica, 3. ed. atual. ampl., 1. reimp. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2012. (Série A. Normas e Manuais Técnicos; Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Caderno nº 6). Disponível em: . Acesso em: 18 dez. 2018.
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Instrutivo para preenchimento da ficha de notificação de violência interpessoal/autoprovocada. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014b. Disponível em: . Acesso em: 18 dez. 2018.
7. Deslandes SF, Gomes R, Furtado MF, da Silva P. Caracterização dos casos de violência doméstica contra a mulher atendidos em dois hospitais públicos do Rio de Janeiro. Cad Saúde Pública [periódico on-line] 2000;16(1). Disponível em URL:\\www.fsp.usp.br/~rsp [2018 dez 17].         
8. Ferreira JD. Estudo de fatores relacionados com a violência sexual contra crianças, adolescentes e mulheres adultas. São Paulo (SP): Centro de Referência da Saúde da Mulher e de Nutrição, Alimentação e Desenvolvimento Infantil - Hospital Pérola Byngton; 2000.
9. GOMES, N. P.; ERDMANN, A. L. Violência conjugal na perspectiva de profissionais da Estratégia de Saúde da Família: problema de saúde pública e a necessidade de cuidado à mulher. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 22, n. 1, p. 76–84, 2014.
10. Medina NT, Erazo GEC, Dávila DCB, Humphreys JC. Contribution of intimate partner violence exposure, other traumatic events and posttraumatic stress disorder to chronic pain and depressive symptoms. Ivest. Educ. Enferm. 2011;29(2):174-85.
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