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Plano de Aula: Parentesco. DIREITO CIVIL V - CCJ0225 Título Parentesco. Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 13 Tema Parentesco. Objetivos - Analisar conceito e classificação do parentesco, efeitos após a dissolução do casamento ou da união estável, restrições e regras de adoção. Estrutura do Conteúdo Unidade 7 - Filiação e parentesco. (...) 7.2. Parentesco: conceito, classificação, manutenção por afinidade, na linha reta, após a dissolução do casamento ou da união estável, restrições legais e regras de adoção. Parentesco Parentesco é ?a relação jurídica, calcada na afetividade e reconhecida pelo Direito, entre pessoas integrantes do mesmo grupo familiar, seja pela ascendência, descendência ou colateralidade, independentemente da natureza (natural, civil ou por afinidade)? (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018, p. 1.396). O parentesco pode ser classificado, quanto à natureza, em natural (vínculo consanguíneo), civil (vínculo jurídico) ou por afinidade (travado entre um dos cônjuges ou companheiros e os parentes do outro). Pode organizar-se também por linhas (reta ascendente ou descendente e colateral) e em graus (?nível de distância em cada linha, contado a partir de cada pessoa em relação ao seu parente mais próximo?. (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018, p. 1.396) 1. Parentesco quanto à natureza O parentesco natural é gerado pelo vínculo de consanguinidade, todavia, com base no princípio da socioafetividade, pode-se entender que os filhos adotivos, mesmo que não tenham vínculo de sangue, estabelecem relação parental em linha reta. Logo, o parentesco decorrente da adoção, embora tenha natureza civil, recebe o mesmo tratamento do parentesco natural. (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018) O parentesco civil é aquele que se origina da adoção, identificado por exclusão, ou seja, será parentesco civil todo aquele não fundado na reprodução biológica ou na relação de afinidade. (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018) Maria Berenice Dias (2009, p. 317) assevera que a desbiologização da parentalidade, decorrente do desenvolvimento de técnicas de reprodução assistida, justifica o reconhecimento de outros vínculos de parentesco. ?Assim, parentesco civil é o que resulta de qualquer outra origem que não seja a biológica. Não há como deixar de reconhecer que a concepção decorrente de fecundação heteróloga (1.597, V) gera parentesco civil?. O parentesco por afinidade ocorre em razão de uma relação de afeto, pressupondo um vínculo matrimonial ou de união estável anterior, tendo ?por finalidade a preservação de interesses de fundo moral, bem como evitar o favorecimento, em determinadas relações jurídicas, em função da intimidade entre as famílias?. ?Assim, o núcleo familiar do cônjuge ou companheiro é agregado ao núcleo próprio de seu(sua) parceiro(a) de vida?, portanto, somos ?parentes dos parentes da nossa esposa (do nosso marido) ou da nossa companheira (do nosso companheiro)?. (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018, p. 1.399) Sobre o parentesco por afinidade na linha reta, o Código Civil estatui que ? persiste, mesmo com a dissolução da relação afetiva que o constituiu?, regra de cunho moral que prestigia o ?repúdio social à formação de uma nova relação afetiva entre (ex-) parentes afins na linha reta (sogro e nora, sogra e genro, padrasto e enteada, madrasta e enteado)?. (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018, p. 1.402-1.403) 2. Parentesco quanto às linhas Esta classificação toma como referencial um núcleo familiar básico, denominado ?de tronco comum, a partir do qual vão se ligando os demais parentes, através de linhas ascendentes ou descendentes?. (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018, p. 1.400) O parentesco em linha reta está previsto no art. 1.591, CC. ?Verticalmente, parentes consanguíneos em linha reta descendem uns dos outros, sem limitação de graus: neto-filho-pai-avô etc. Assim, cada linha é subdividida, como veremos, em graus, de maneira que, dada a proximidade, o pai (1º grau) é parente mais próximo do que o avô (2º grau)?, sendo esta ideia aplicável ao parentesco civil (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018, p. 1.401) O parentesco colateral está previsto no art. 1.592, CC. ?Horizontalmente, parentes consanguíneos em linha colateral são aqueles que, sem descenderem uns dos outros, derivam de um mesmo tronco comum, como irmãos (colaterais de segundo grau) ou tios/sobrinhos (colaterais de terceiro grau)?, aplicando-se esta regra ao parentesco civil, ou seja, ?o meu irmão é parente colateral de segundo grau, não importando se foi adotado ou não?. Já ?no parentesco por afinidade, a linha colateral restringe-se à relação de cunhado (cunhado é parente por afinidade na linha colateral)?. (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018, p. 1.402) Gagliano e Pamplona Filho (2018, p. 1.402) lembram que ?para fins de obrigação alimentar, o parentesco colateral se limita ao segundo grau (art. 1.697 do CC/2002) e, quanto à restrição ao casamento, estende-se ao terceiro grau colateral (art. 1.521, IV, do CC/2002), com os temperamentos do Decreto- Lei n. 3.200, de 1941?. 3. Parentesco quanto aos graus O parentesco quanto aos graus está previsto no art. 1.594, CC. 4. Restrições legais Gagliano e Pamplona Filho (2018) destacam algumas restrições decorrentes do parentesco, dignas de nota: - Vedação do casamento entre ascendentes e descendentes (art. 1.521, I, CC). - Proibição de o ascendente adotar o descendente (art. 42, §1°, ECA). - Anulabilidade da relação negocial entre ascendente e descendente (art. 496, CC). - Impossibilidade de adoção pelos irmãos do adotando (art. 42, §1°, ECA). - Vedação ao casamento entre colaterais (art. 1.521, IV, CC). Adoção A adoção é ?um ato jurídico em sentido estrito, de natureza complexa, excepcional, irrevogável e personalíssimo , que firma a relação paterno ou maternofilial com o adotando, em perspectiva constitucional isonômica em face da filiação biológica?. (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018, p. 1.406) A maternidade adotiva foi alçada a patamar idêntico ao da filiação biológica pela Constituição Federal (art. 227, §6°), não se admitindo qualquer tratamento discriminatório. Esta determinação privilegia a socioafetividade, posto que, em muitas situações, os pais que criam são muito mais presente do que aqueles que conceberam. Seria injusto negar ao filho havido por adoção tratamento isonômico em relação ao filho biológico, o que feriria o próprio princípio da dignidade da pessoa humana. Gagliano e Pamplona Filho (2018) defendem que a adoção não tem natureza negocial, pois os negócios jurídicos deixam certa margem de liberdade para que as partes contratantes escolham as consequências às quais se submeterão, o que não ocorre com a adoção, que é disciplinada por normas cogentes, de ordem pública, o que a faz enquadrar-se na categoria de ato jurídico em sentido estrito. Aplicação Prática Teórica Questão objetiva 1: (Promotor de Justiça/MPE/MT ? UFMT/2014) Analise as assertivas considerando os preceitos constantes no Código Civil sobre o Direito de Família. I ? São parentes em linha reta, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra. II ? São parentes em linha colateral ou transversal as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes. III ? Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. IV ? Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. V ? O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. Estão corretas as assertivas (A) I e III, apenas. (B)II e IV, apenas. (C) III e V, apenas. (D) III, IV e V, apenas. (E) I, II e V, apenas. Questão objetiva 2: (DPE/TO ? CESPE/2013) Com base no que dispõe o Código Civil sobre as relações de parentesco, assinale a opção correta. (A) O parentesco por afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. (B) O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou da afinidade. (C) Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. (D) O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos colaterais do cônjuge ou companheiro, até o quarto grau. (E) Consideram-se parentes em linha reta as pessoas que estejam umas para com as outras na relação de ascendência, descendência e colateralidade. Questão objetiva 3: (MP/DFT 27.º) Acerca das relações de parentesco e da filiação, assinale a alternativa correta. (A) O novo Código Civil manteve o prazo prescricional de cinco anos para o filho impugnar o reconhecimento de filiação e pleitear a alteração do registro de seu nascimento. (B) As relações de parentesco subdividem-se em parentesco por consanguinidade e por afinidade, ou seja, são parentes as pessoas que descendem umas das outras, ou de progenitor comum, bem como aquelas ligadas por afinidade. (C) Parentesco em linha colateral, decorre da descendência de um só tronco comum, sem que exista relação de ascendência e descendência entre os parentes. No parentesco colateral não há limitação do parentesco, conta-se o grau pelo número de gerações existentes entre os dois parentes. (D) O vínculo jurídico de afinidade associa-se apenas ao casamento, não sendo gerado pelo companheirismo. Assim, os parentes de um companheiro não mantêm vínculo de afinidade com o outro companheiro, e da mesma forma os parentes de um companheiro não são afins do outro companheiro. (E) A adoção, mesmo do maior de dezoito anos, será sempre consumada através de sentença constitutiva, obtida através de processo judicial e com intervenção do Ministério Público. Questão subjetiva: Cláudio foi casado com Silvana durante doze anos, mas estão separados desde janeiro do corrente ano. Na hipótese do art. 1.597, II, Cláudio se nega a reconhecer um filho de sua ex-mulher. Há alguma providência que pode ser adotada por Silvana?
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