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Transcrição Aula de Insuficiência cardíaca- Professor Ricardo Barbarino- Por Rogério Smith Na insuficiência cardíaca o coração não é capaz de suprir as demandas do organismo, ou só consegue suprir as demandas, às custas de aumento na pressão de enchimento que, por sua vez, leva à dispneia e edema, sintomas cardinais da insuficiência cardíaca. A incidência e a prevalência da IC estão aumentando por que as doenças de base como HAS, dislipidemia e diabetes mellitus tem aumentado aprevalência. Além disso, o envelhecimento da população e a melhora da sobrevida pós eventos cardíacos como IAM, graças aos avanços da medicina, tem favorecido o aumento da prevalência. A IC é a principal causa de internação em pacientes com mais de 65 anos. A IC aumenta com a idade e a prevalência é um pouco maior nos homens do que nas mulheres. É também mais prevalente em homens do que em mulheres. Quanto ao lado a IC pode ser esquerda ou direita, conforme o lado afetado. Pode ser só esquerda, só direita ou biventricular. Sistólica: A IC sistólica ocorre toda vez que o problema estiver na função de bombeamento/ejeção cardíaca. Na IC sistólica, os ventrículos aumentados se enchem de sangue e bombeiam menos de 50% do sangue(fração de ejeção reduzida). A IC sistólica está relacionada à perda da capacidade contrátil e/ou dilatação. característica: FE reduzida. Causas: IAM, a isquemia miocárdica, a fase dilatada da cardiopatia hipertensiva e a miocardiomiopatia dilatada idiopática, Doença de Chagas. Diastólica ou com função sistólica preservada: O coração contrai bem, mas mesmo assim não satisfaz as necessidades de aporte de oxigênio do organismo. É muito comum no idoso. Ao realizar o ecocardiograma, a fração de ejeção estará normal, mas há insuficiência diastólica. Uma bomba para contrair e ejetar bem, precisa ser bem enchida, se houver pouco líquido a bomba não consegue realizar trabalho. Na IC diastólica, os ventrículos rígidos se enchem menos de sangue do que o normal. Os ventrículos podem até bombear 60% do sangue, mas a quantidade pode ser também menor que a normal. Característica: FE preservada. Principais causas: A fase hipertrófica da cardiopatia hipertensiva e a cardiomiopatia hipertrófica. Alto débito: normalmente está associada a alguma doença de base, como por exemplo, hipertireoidismo descompensado. Um paciente com hipertireoidismo tem uma demanda muito elevada de débito cardíaco. Neste caso, ainda que o débito cardíaco possa estar elevado, o paciente apresenta sintomas de dispneia e congestão. Em pacientes com anemia, a concentração de hemoglobina que deveria estar entre 14 a 15 pode chegar, em 5 por exemplo. Apesar do débito cardíaco estar elevado, o coração não conseguirá bombear a mesma quantidade de oxigênio com pouco transportador. Baixo débito: pode ocorrer pelo aumento da sobrecarga de pressão no VE como na HAS, arteriosclerose, estenose aórtica ou mitral; pela perda da capacidade contrátil do coração por isquemia, cardiomiopatia dilatada. Aguda: ocorre de maneira aguda, como pelo rompimento de corda tendínea que leva a insuficiência mitral. Crônica: lesão insidiosa e progressiva do miocárdio, como ocorre na Doença de Chagas. No coração normal, a cada 100 ml que o VE recebe, ele ejeta 60 ml(fração de ejeção de 60%). No coração dilatado(IC sistólica), a FE é baixa, entre 40 a 50%. O coração dilatado, não consegue contrair bem. No coração hipertrofiado(IC diastólica), o coração contrai bem, a FE pode estar normal(acima de 60%) mas o débito cardíaco é baixo. Ex: o coração de um paciente com hipertensão de longa data, é hipertrofiado e não relaxa bem e ficar rígido, mas contrai bem. Esse coração deveria se encher com 100 ml, mas como as paredes estão hipertrofiadas, a cavidade é reduzida e o coração se enche por exemplo, com 70 ml. Como não há problema de contração(ao contrário o coração está bastante musculoso, ele pode ejetar 50 ml dos 70 ml que entrou no VE e ter uma FE aumentada(50ml/70ml= 71,4%) mas o volume ejetado em si como foi de apenas 50 ml, é menor do que o de um coração normal, ou seja, ocorre queda no débito cardíaco. No paciente que se apresenta com um quadro de insuficiência cardíaca, seu organismo irá ativar mecanismos para compensar a insuficiência cardíaca. Etiologia Algumas doenças agridem diretamente o miocárdio como as causadas por agentes cardiotóxicos, bactérias, vírus, protozoários(trypanosoma Cruzi da Doença de Chagas). Outras doenças ao invés de lesar o músculo, infiltram o coração como a sarcoidose(infiltrado de células inflamatórias), amiloidose(acúmulo de proteínas amiloidogênicas) ou hematomacrose(acúmulo de ferro no tecido cardíaco por cotna do excesso no organismo). Outras doenças como a cardiopatia reumática(secundária a febre reumática e à infecção por streptococo), ou degeneração da valva causam insuficiência por lesão valvar. miocardiopatias: miocardiocardiopatias idiopáticas(não se sabe a causa). HAS: provoca aumento da resistência vascular periférica, fazendo com que haja uma sobrecarga de pressão no VE. Todas essas diferentes etiologias levam à disfunção ventricular e disparam a ativação de mecanismos fisiológicos que buscam em primeira instância compensar a insuficiência cardíaca. Quando o débito cardíaco começa a cair e passa a não satisfazer a demanda de oxigênio, o organismo lança mão desses mecanismos. Na IC, seja ela sistólica ou diastólica, ocorre queda do débito cardíaco. Com menos sangue ejetado na circulação sistêmica, barorreceptores localizados no seio carotídeo e no arco aórtico, detectam a queda busca de pressãoe transmitem essa informação ao SNC, que por sua vez, gera uma resposta autonômica do sistema simpático com liberação de adrenalina e noradrenalina, promovendo aumento da frequência cardíaca(taquicardia) e vasoconstrição para manter a perfusão. Em pacientes vítimas de trauma que estão hipovolêmicos é justamente isso que acontece. Outro mecanismo é a ativação do SRAA(sistema renina angiotensina aldosterona) que promove avidez renal por sódio e água(redução da diurese) e vasoconstrição, também para manter a perfusão. Esses mecanismos são úteis a curto prazo, mas a médio e longo prazo, provocam remodelamento no músculo cardíaco que pioram ainda mais a insuficiência cardíaca. Justamente por isso, o tratamento da insuficiência cardíaca consiste justamente em bloquear a resposta do sistema simpático e do SRAA. Outra coisa que acontece na IC é ativação ode resposta inflamatória. Todo tecido lesado inflama, portanto, há liberação de citocinas. Ex: se um trombo sai da perna e viaja pela VCI e se aloja no pulmão causando tromboembolismo pulmonar(TEP), a obstrução mecânica se torna um obstáculo ao fluxo e desencadeia resposta inflamatória que vai causar danos ao miocárdio. Assim se estabelece um círculo vicioso: dano lesa o músculo, cai o débito, ativa resposta neuro-hormonal, que provoca mais dano e assim sucessivamente. Isquemia é a maior causa de insuficiência cardíaca, seguida por hipertensão, cardiomiopatias dilatadas, valvulopatias, chagas, miocardite(geralmente por vírus como aids etc), cardiotixicidade por quimioterapia. Boa parte das drogas são cardiotóxicas e levam a IC por danos no miocárdio, arritmias, lesões valvulares. A maior causa de descompensação da IC é a má adesão ao tratamento. O paciente não tem acesso a medicamentos, ou não tomadireito, ou para de tomar quando vai beber,etc. Vírus(ecovírus, HIV), bactérias(streptococo). Patogenia Patogenias que promovem alteração na função sistólica: Lesão isquêmica como já foi dito é a maior causa de IC. O entendimento disso é bem intuitivo: se o músculo está isquemiado,ele não irá funcionar bem, pois não irá contrair bem e a área isquemiada pode formar uma área de fibrose que pode levar a óbito. Sobrecarga de pressão: HAS: cada vez que o VE contrai ele gera uma pressão de 120 mmHg. Em pacientes hipertensos de longa data, o aumento da RVP promove o aumento da pós-carga e faz com que toda vez que o VE contraia a pressão seja, por exemplo 180 mmHg. A longo prazo o coração não suporta mais trabalhar com tamanha pressão. Doença Valvar obstrutiva: Se houver estenose aórtica a pressão arterial pode ser 120 mmHg x 80 mmHg, mas a pressão no VE vai ser maior, que a longo prazo provoca disfunção diastólica por HVE(hipertrofia ventricular esquerda). Sobrecarga de volume: Regurgitação valvar: o papel das valvas é deixar o sangue passar no tempo certo e fechar para que o sangue não retorne. Se houver insuficiência da valva mitral permitindo que o sangue retorne do VE para o AE, isso irá gerar uma sobrecarga de volume no AE que é transmitida retrogradamente para o sistema venocapilar levando à congestão. Shunt E-D(comunicação interventricular): a comunicação interventricular é um defeito congênito que ocorre por conta da existência de um orifício entre o VE e VD que permite a passagem de sangue. Na CIV, o sangue que está passando pelo ventrículo esquerdo (regime de maior pressão), passa para o ventrículo direito (regime de menor pressão) durante a sístole ventricular, resultando no “shunt” esquerda/direita. O excedente sanguíneo que alcança o ventrículo direito é ejetado em direção à circulação pulmonar, com consequente aumento do fluxo sanguíneo pulmonar. Com o tempo, este fluxo maior para o pulmão ocasiona o aumento da pressão nas artérias pulmonares e, subsequentemente, aumento da resistência vascular pulmonar, levando a HVD(hipertrofia ventricular direita. O AD terá que aumentar a pressão para encher o VD e essa transmissão será transmitida retrogradamente para a circulação sistêmica, levando à turgecência de jugulares, hepatomegalia, ascite, edema de membros inferiores. Cardiomiopatia dilatada: • Cardiomiopatia chagásica a inflamação gera áreas fibrose e destruição do miocárdio, levando à arritmias, cardiomegalia e insuficiência cardíaca. • Cardiopatia viral. Patogenias que promovem alteração na função diastólica(relaxamento reduzido, complacência reduzida) Essas patogenias prejudicam a diástole ventricular, ou seja, prejudicam o relaxamento do músculo. Hipertrofia miocárdica patológica: • HAS: o aumento da RVP promove aumento da pós-carga. O coração tem que fazer mais força para ejetar o que provoca HVE(hipertrofia ventricular esquerda-concêntrica). A longo prazo isso diminui o tamanho da cavidade(disfunção diastólica), e o coração terá maior dificuldade em encher. • Cardiomiopatia hipertrófica idiopática: o paciente em HVE sem ter HAS, sem ter valvopatia(grande causa de morte súbita em jovens). Ex: Se o Volume diastólico final de um paciente for de 200 ml e a FE for de 60%, o volume sistólico será de 120 ml. Se o VE ao invés de encher com 200 ml, enchesse com 100 ml(paciente com HVE), e tivesse uma FE de 80%, ou seja ejetasse 80 ml, o débito cardíaco cairia muito. É isso que que acontece na disfunção diastólica, o coração fica enrijecido, fibrosado. Na estenose da valva mitral, o AE tem muito mais dificuldade para encher o VE, muito sangue fica represado no AE, aumentando a pressão no AE e levando à congestão. O VE, no entanto, não é afetado, inclusive essa éa única valvopatia que poupa o VE. O VE vai contrair normalmente, mas pelo baixo débito cardíaco, haverá IC. Dica: valvopatias relacionadas a estenose provocam sobrecarga de pressão, enquanto valvopatias relacionadas à insuficiência provocam sobrecarga de volume. Idade: com a idade o coração passar a ter mais dificuldade de relaxar. O paciente muitas vezes é hipertenso, diabético com FA. Esse paciente no ecocardiograma irá apresentar FE de 80%, por exemplo, mas o volume sistólico é baixo. Fibrose isquêmica: Cardiomiopatia restritiva: Resumo Na IC, por diversas etiologias(evento inicial)ocorre uma queda do débito cardíaco. Essa queda relativa do débito cardíaco, ou seja, o débito cardíaco pode até estar elevado(como na insuficiência com alto débito), mas ainda assim, esse débito é considerado baixo, por ser incapaz de atender as demandas metabólicas por oxigênio. Isso leva à ativação neuro-hormonal que leva a vasoconstrição(sistema simpático,SRAA e endotelina), aumento da frequência cardíaca(sistema simpático) e avidez renal por sódio, água(SRAA), reabsorção de água(vasopressina). A vasoconstrição é um mecanismo protetor que objetiva aumentar a pressão de perfusão para que o sangue chegue aos tecidos. A ativação simpática promove também o aumento da frequência cardíaca. Como o débito cardíaco depende do volume sistólico e da frequência cardíaca(DC=VS x FC). Assim, mesmo que o volume ejetado seja pequeno, como a frequência foi aumentada, a perfusão é melhorada. Isso funciona no curto prazo. O indivíduo com IC sistólica tem dificuldade de contrair e esses mecanismos fazem vasoconstrição. A partir daí o coração desse indivíduo vai ter cada vez fazer mais força por que a pós-carga está aumentada. A frequência cardíaca será novamente aumentada, e isso perpetua um ciclo vicioso. OSRAA promove avidez por sódio e água para aumentar o volume de sangue nas câmaras, de modo que mesmo que o coração do indivíduo contraia debilmente, ele irá conseguir manter o débito cardíaco. O gráfico mostra a relação entre pré-carga e volume sistólico no indivíduo normal e em indivíduos com IC grau I,II,III e IV. Quanto maior o volume diastólico final, melhor o volume sistólico. Só que há um limite em que se alcança o volume diastólico final máximo, em que mesmo que a pré-carga aumente, o volume sistólico não irá aumentar mais. Quanto maior o volume diastólico final, maior a tensão da parede do ventrículo. No momento que a valva mitral estiver aberta, a pressão no VE irá aumentar, e será transmitida para o AE, que por sua vez é transmitida para as veias pulmonares que, por sua vez, é transmitida para o sistema venocapilar. O capilar pulmonar, por conta do aumento da pressão hidrostática, leva ao extravasamento de líquido. A depender da classe funcional da IC, o coração trabalha de maneira diferente. O mecanismo de Frank Starling funciona para todos os casos, tanto para o indivíduo normal quanto para indivíduos com IC, só que para uma mesma pré-carga, o indivíduo com IC de classe funcional III, tem um volume ejetado bem menor que o indivíduo com IC de classe funcional I e este tem um volume sistólico menor do que o indivíduo normal. Quanto maior a frequência cardíaca, maior o débito cardíaco em 1 minuto. Se for ejetado 50 ml por batimento e o coração bater 100 vezes, serão ejetados 5 litros de sangue em 1 minuto. Se for ejetado os mesmos 50 ml mas o coração bater 120 vezes serão ejetados 6 litros; mas bater 200 vezes não vai ejetar 10 litros, pois nessa frequência cardíaca, o ventrículo fica menos tempo em diástole e não consegue encher o ventrículo; a partir de então o débito cardíaco começa a cair. Sinais e Sintomas da Insuficiência cardíaca esquerda Dispneia: A dispneia consiste na percepção consciente e desconfortável da respiração, incompatível com determinado nível de esforço. Essa queixa é comum em pacientes com problemas cardíacos ou pulmonares. A dispneia é um sintoma da congestão pulmonar. Nossos pulmões são órgãos complexos que absorvem oxigênio e liberam dióxido de carbono, mas eles não conseguem fazer isso com facilidade quando há líquido acumulado dentro deles. Ortopneia: É a dispneia que ocorre com o paciente deitado e que melhora quando ele se senta. É também por isso que as pessoascom esta doença cardíaca podem se sentir mais ofegantes quando estão deitadas, pois a mudança faz com que o líquido acumulado se espalhe nos pulmões, dificultando ainda mais a troca gasosa, pois o líquido se espalha por uma maior superfície alveolar. Classicamente, é quantificada pelo número de travesseiros que o paciente usa para dormir, ou pelo fato de o paciente necessitar dormir sentado. Dispneia paroxística noturna: consiste em episódios de dispneia e ortopneia súbitas que despertam o paciente do sono, em geral 1 a 2 h após deitar-se. A DPN obriga o paciente a se sentar, ficar de pé ou ir até a janela para respirar melhor. Pode haver sibilos e tosse associados ao quadro. O episódio costuma ceder, mas pode recorrer no mesmo horário, em noites subsequentes. A DPN pode ser ocasionada por insuficiência cardíaca ventricular esquerda, ou na estenose mitral e pode ser confundida com crises asmáticas noturnas. Tosse: a tosse também é um sintoma direto da congestão. O extravasamento de líquido para o interstísico pulmonar sensibiliza receptores J(receptores justacapilares) estimulando o reflexo da tosse. Se a congestçao progride, a pressão retrógrada pode atingir as artérias bronquiais(sistemas de alta pressão) levando a ruptura de pequenos vasos e consequentemente hemorragia, por isso a presença de tosse com muco e rajas de sangue. Fadiga: o menor aporte de ocigênio para os músculos provoca fadiga. Exame cardiovascular: • Cardiomegalia • Sopro sistólico e/ou diastólico à E • Hiper ou hipofonese de B1 e/ou B2 • Bulhas extras (B3, B4), ritmo de galope • Pulsos anormais (ritmo, amplitude) Exame pulmonar: • crépitos pulmonares: o extravasamento de líquidos, gera um som semelhante a folhas quebrando. • sibilos Sinais e Sintomas da Insuficiência cardíaca direita Empachamento pós-prandial: a congestão sistêmica aumenta a pressão em todo sistema venoso, levando também a congestão do TGI. Exame cardiovascular: • Cardiomegalia • Sopro (em geral, de insuficiência tricúspide) • Ritmo de Galope • Hipertensão Venosa Sistêmica/Estase de jugulares(a congestão provoca aumento da pressão de enchimento no AD) • Hepatomegalia( represamento causa fluxo retrógrado da veia cava inferior para as veias hepáticas enchendo o fígado de sangue). • Refluxo Hepatojugular • Compartimento extracelular • Edema periférico (até anasarca queé edema generalizado em todo corpo): O edema representa o acúmulo exagerado de líquido no espaço intersticial extracelular. O tecido intersticial consegue absorver vários litros de líquido acomodando um ganho de peso de até 10% antes que apareça um edema depressível(com cacifo). As causas do edema podem ser locais ou sistêmicas. Na insuficiência cardíaca, o coração não tem capacidade de bombear sangue adequadamente de tal maneira que o sangue acaba ficando represado nas veias e extravassa para os tecidos, principalmente para as pernas e pulmões. • Ascite. • Hidrotórax • Derrame Pericárdico Obs: Tudo que for sintoma sistêmico é indicativo de IC direita e tudo que for pulmonar é indicativo de IC esquerda. A insuficiência cardíaca pode seapresentar de forma aguda ou crônica sendo essa última a mais comum. No entanto, pode haver casos em que o paciente apresenta IC aguda com quadro de franco edema agudo de pulmão com dispneia importante e crépitos. A anmnese é muito importante. O paciente pode relatar que ouve um piado no peito sempre que ele deita e tosse seca. Ralta também que cansa quando faz esforços com edema acompanhando. Obs: se o paciente cansa mas não tem edema associado, muito provavelmente pode ser enfisema(DPOC). A dipneia na IC geralmente é progressiva, começou aos grandes esforços e foi evoluindo para pequenos esforços. Ex: começou subindo ladeira e agora o paciente cansa no plano. No exame físico vai haver sinais de congestão pulmonar ao sistêmica. Se houver sopro, isso também fala a favor de IC. O escore de Framingham organiza o critério diagnóstico em critérios maiores e critérios menores. Os sinais e sintomas presentes nos critérios menores, não significa que sejam menos importantes, mas tem peso menor pelo fato de serem comuns não apenas a IC mas também a outras doenças. O diagnóstico seguindo o critério deFramingham pode ser dado quando há 1 critério maior e dois menores ou dois critérios maiores. Toda vez que suspeitar que o paciente tem insuficiência cardíaca: o paciente eleva a cabeceira para dormir, cansa facilmente, tem tosse noturna, tem edema. Deve-se tentar fazer uma classificação hemodinâmica dele. Se o paciente estiver quente significa queele está perfundido, se ele está frio significa que ele não está perfundido. Se o paciente está seco significa que ele não está congesto, mas se ele está úmido significa que ele está congesto.] Pacientes com IC Paciente quente e seco: paciente perfundido e sem congestão. O paciente está medicado e compensado. Paciente quente e úmido(congesto): paciente tem pressão de perfusão mas está inchado. Paciente frio e seco: o paciente está mal perfundido, mas não está congesto. Geralmente ocorre por que foi administrado tratamento medicamentoso como diuréticos e o paciente secou tanto que chegou a ficar hipotenso. Essa conduta é mais fácil, é só administrar líquido para o paciente(mecanismo de Frank Starling) para aumentar o retorno venoso e dilatar a câmara. No entanto tem que tomar cuidado pra não dilatar acâmara de mais pois senão começa a extravasar e tem que ser administrado novamente diurético, mas com cuidado para o débito não cair demais. Paciente frio e úmido: paciente está mal perfundido e está congesto. É o pior prognóstico entre todos. Diurético não adianta nesses casos, pois como a pressão de perfusão já está baixa, isso agravaria o quadro. Não pode dar vasodilatador por que a pressão de perfusão já está baixa. De modo geral tem que será administrado inotrópicos como a dobutamina para aumentar a contratilidade e resgatar a pressão de perfusão. Classe I- paciente tem insuficiência cardíaca mas é assintomático. Classe II: o paciente tem sintomas quando realiza grandes esforços. Classe III: o paciente tem sintomas quando realiza grandes esforços. Classe funcional IV: o paciente é dispneico até mesmo em repouso. Exemplo de diferenciação de classe funcional II e III: o paciente cansa ao subir ladeira(classe funcional II) se cansa no plano(classe funcional III). No estágio A são classificados os pacientes que tenham fator de risco para IC como HAS. B: paciente tem anormalidade estrutural do coração como HVE, mas é assintomático. C: o paciente tem alteração estrutural e tem sintomas. D: paciente em estágio avançado de doença e que está internando constamente.
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