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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Administração da Produção e Serviços Aula 2 Profa. Gilvane Marchesi CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá, caro aluno! Seja bem-vindo ao segundo encontro da disciplina Administração da Produção e Serviços! Agora que você viu aspectos sobre as funções gerenciais e a produção enxuta, que tal aprofundar seus conhecimentos a respeito dos sistemas de produção? Nesta aula, aprenderemos sobre suas variáveis, bem como questões concernentes à produtividade, tempos, movimentos e cálculos de tempos. Preparado para aprender mais sobre esses temas? Então, acompanhe a introdução de nossa aula com a professora Gilvane Marchesi no material on-line e bons estudos! Contextualizando Um controle eficaz dos processos produtivos é fator essencial para uma boa gestão de empresa. Desta forma, o estudo de tempos e métodos de trabalho está diretamente relacionado com a melhoria de qualidade, custos, cumprimento de prazos e outros fatores que uma organização necessita reunir. Quer saber como esse controle funciona na prática? Leia o artigo a seguir, que trata da aplicação do estudo de tempos dentro do âmbito de sistemas e métodos de trabalho: http://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2008_3_Juliana-Martins.pdf http://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2008_3_Juliana-Martins.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 PESQUISE Tema 1 – Sistemas de Produção Sistemas de produção são aqueles que têm por objetivo a fabricação de bens manufaturados, a prestação de serviços ou o fornecimento de informações. Todo sistema compõe-se de três elementos básicos: entradas (inputs) saídas (outputs) funções de transformação Fonte: MARTINS, 2006. Os inputs são os insumos, ou seja, o conjunto e todos os recursos necessários, tais como instalações, capital, mão de obra, tecnologia, energia elétrica, informações e outros. Os outputs (no caso do sistema de produção) são os produtos manufaturados, serviços prestados ou informações fornecidas. Produto/Serviço é o resultado dos sistemas produtivos, podendo ser um bem manufaturado, um serviço ou uma informação. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Exemplos de Transformações nas Grandes Empresas CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Insumos consistem na denominação mais usual entre economistas e administradores de empresas para representar todos os recursos usados na produção, sejam diretos – isto é, incorporam-se ao produto final – sejam indiretos, como máquinas, instalações, energia elétrica, tecnologia, entre outros. Sistema de Controle é a designação genérica que se dá ao conjunto de atividades que visa assegurar que programações sejam cumpridas, padrões sejam obedecidos, recursos estejam sendo usados de forma eficaz e que a qualidade desejada seja obtida. O sistema de controle promove a monitoração dos três elementos do sistema de produção (inputs, transformações e outputs). O sistema como um todo não funciona no vazio, isoladamente. Ele sofre influências, de dentro e de fora da empresa, que podem afetar seu desempenho. Ele sofre a influência de um ambiente externo e de um ambiente interno. O Ambiente interno é caracterizado quando o sistema encontra-se na esfera de influência das outras áreas funcionais da empresa (Marketing, Finanças, Recursos Humanos, etc.) e, para o qual, denominaremos subsistemas de controle, que você vê na figura a seguir: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Subsistemas de Controle Finanças são a Administração dos recursos financeiros da empresa. Seu envolvimento com a produção e planejamento e controle de produção é providenciar orçamento e o acompanhamento de receitas e despesas. Também deve administrar a provisão de fundos para atender este orçamento e a análise econômica dos investimentos produtivos. A função do Marketing é encarregada de abastecer a produção com informações sobre demanda, potenciais necessidades dos clientes visando desenvolvimento de novos produtos; vender e promover os produtos atuais, tomando decisões sobre estratégias de publicidade e estimativas de preços. O envolvimento do Suporte com a produção e planejamento e controle de produção deve prover o sistema com infraestrutura necessária para a produção. Como funções de suporte, podemos citar: recursos humanos, telecomunicações, informática, manutenção, compras/suprimentos, etc. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Quatro dos mais importantes ambientes externos são: condições econômicas gerais do país; políticas e regulações governamentais; competição e a tecnologia. Os fatores econômicos incluem as taxas de juros, a inflação, maior ou menor disponibilidade de crédito, e assim por diante. Taxas de juros altas, bem como restrições ao crédito, tendem a inibir os investimentos e, consequentemente, o crescimento dos sistemas produtivos. As políticas de governo podem estimular ou coibir a produção, sejam elas a política fiscal, a política monetária, ou a cambial. Outra atuação do governo que causa influencia na produção são leis ambientais, como leis antipoluição. Outro fator altamente influenciador na produção é a fatia de mercado da empresa e como ela reage às estratégias competitivas dos concorrentes, que têm marcada influência nas linhas de produtos e nos processos afetos ao sistema de produção. Novas tecnologias em processos de manufatura, equipamentos e materiais podem afetar drasticamente projetos de produtos e métodos de produção. A busca por inovações e melhorias em produto e processo deve ser constante para a empresa se manter competitiva. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Na matéria a seguir, são retratadas a queda da produção industrial e suas causas. A baixa confiança dos empresários e consumidores, o aumento do desemprego e a queda de renda das famílias são alguns desses fatores. Leia e conheça esse cenário de modo geral e suas motivações: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,producao-industrial-encolhe-6-3- no-1o-semestre-,1737725 Na videoaula deste tema, você verá a explicação preparada pela professora Gilvane Marchesi sobre os subsistemas de controle. Acompanhe no material on- line. TEMA 2 – Variáveis do Sistema de Produção Todo processo produtivo funciona como um sistema, em que agem e interagem muitas variáveis. Existem algumas delas que são comuns a todos os processos produtivos industriais e devem ser analisadas sempre que houver a ocorrência de um problema. Essa metodologia foi inicialmente proposta por Imai, como a lista dos 6Ms que são os seguintes: 1. Mão de obra: esta variável é frequentemente indicada como sendo a causa da maioria dos erros de operação. Todavia, um estudo mais profundo, para uma busca real da causa de problemas relacionados à mão de obra, leva-nos a considerar outras causas, como treinamento, adaptação, tipo físico, competência e habilidade. O operador é qualificado para executar o processo? Houve seleção adequada em função da complexidade da tarefa? O operador está treinado ou apenas foi colocado ao lado de um funcionário mais experiente para aprender a operar o equipamento. O operador possui a experiência necessária compatível com a tarefa? http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,producao-industrial-encolhe-6-3-no-1o-semestre-,1737725 http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,producao-industrial-encolhe-6-3-no-1o-semestre-,1737725 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Os padrões de execução estão disponíveis de forma clara e o operador consegue entendê-las. As condições de trabalho são adequadas para a perfeitaexecução do processo? O operador sabe manejar os instrumentos de medida? 2. Material: esta variável aparece em todo processo de manufatura e é sempre motivo de muita atenção, pois existem muitos aspectos a serem considerados como qualidade, especificação, condições de armazenagem, entre outros. Existem erros de classificação? Existem erros de especificação? O material está em conformidade com o que foi especificado? O corte está correto? 3. Máquina: a variável máquina ou equipamento é mais fácil de ser identificada porque normalmente apresenta sinais visíveis quando há ocorrência de problemas. Atende às necessidades de tolerância? Atende a capacidade do processo? Está em perfeitas condições ou possui folgas que necessitam de compensações. Possui nível normal de vibração e de ruído? O layout é adequado com espaço para ser operado normalmente? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 4. Método: um método técnico bem estudado pode fazer a diferença para a qualidade de um processo e minimização de falhas. A sequência do método está correta? Os padrões estabelecidos estão claros? O método é seguro? O método garante a qualidade do produto e a eficiência do processo? O layout foi bem estudado? Os dispositivos e ferramentas são adequados à execução? 5. Meio Ambiente: o meio ambiente influi na operação, tanto nos aspectos físicos como o frio, ou calor, ventilação ou qualquer outra alteração física, quanto no sentido de clima organizacional. a) Meio ambiente físico: é o local onde acontece o processo. A temperatura ambiente afeta as peças que estão sendo executadas? A ventilação influi no processo? A iluminação é adequada? A umidade do ambiente afeta o produto? b) Meio ambiente organizacional: é a esfera de influência das outras áreas da empresa e da cultura organizacional. O gerente entende o processo como um sistema e está preparado para administrá-lo? O supervisor é qualificado para administrar pessoas e o processo? O clima organizacional é saudável? Os conflitos são resolvidos de forma justa? 6. Medição: são os padrões pré-estabelecidos para que o produto ou serviços seja processado sempre dentro de uma conformidade. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 As instruções de medição estão corretas? As instruções são compreendidas pelo operador? Os instrumentos estão de acordo com o projeto da peça? O erro do instrumento está de acordo com a tolerância do projeto? Os instrumentos estão calibrados e há um plano de calibração periódico? Que tal aprofundar seus conhecimentos a respeito das variáveis do sistema de produção? Confira a videoaula com a professora Gilvane Marchesi, que explica detalhadamente este tema. Acesse no material on-line. TEMA 3 – Produtividade Dado um sistema de produção em que insumos são combinados para fornecer uma saída, a produtividade refere-se ao maior ou menor aproveitamento dos recursos nesse processo de produção. Um crescimento da produtividade implica um melhor aproveitamento de funcionários, máquinas, da energia e dos combustíveis consumidos, da matéria-prima, e assim por diante. A produtividade é a relação entre o volume de produção e o volume de recursos utilizados para obter esta produção. É, acima de tudo, uma medida de eficiência do processo de produção. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Em 1950, a Comunidade Econômica Europeia apresentou uma definição formal de produtividade como sendo “o quociente obtido pela divisão do produzido por um dos fatores de produção”. Dessa forma, pode-se falar da produtividade do capital, das matérias-primas, da mão de obra e outros. a) Produtividade parcial: a relação entre o produzido, medido de alguma forma, e o consumido de um dos insumos (recursos) utilizados. Assim, a produtividade da mão de obra é uma medida de produtividade parcial. O mesmo é válido para a produtividade do capital. Exemplo: Determinar a produtividade parcial da mão de obra de uma empresa que faturou $ 70 milhões em certo ano fiscal no qual os 350 colaboradores trabalharam em média 170 horas/mês. Solução: Mão de Obra (input) = 350 homens. 170 horas/mês. 12mês/ano Input = 714.000 homens.hora/ano Output = $ 70.000.000,00/ano Produtividade = 70.000.000 / 714.000 homens.hora.ano = $ 98,04/ homem.hora b) Produtividade Total: a relação entre o output total e a soma de todos os fatores de input. Assim reflete o impacto conjunto de todos os fatores de input na produção do output. Exemplo: Determinar a produtividade total da empresa ABC, fabricante de autopeças, no período de um mês, quando produziu 35.000 unidades que foram vendidas a $ 12,00/unidade. Foram gastos $ 357.000,00 Solução: Output = 35.000/unidades x $ 12,00/unidade = $ 420.000,00 Input = $ 357.00,00 Produtividade = 420.000 / 357.000 = 1,18 ou 118% CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Por que monitorar a produtividade na empresa? As medidas de produtividade são usadas como ferramenta gerencial: mede-se a produtividade para se detectar problemas ou verificar o acerto nas decisões tomadas. Mede-se, também, para atestar a utilidade de programas de treinamento, o acerto na introdução de novos produtos e de políticas de investimentos. As medidas são um termômetro, tanto para auxiliar no diagnóstico, quanto para acompanhar os efeitos nas mudanças gerenciais e de trabalho. As medidas de produtividade podem ser usadas como instrumento de motivação. Tal fator faz com que as pessoas passem a incorporar a produtividade em suas preocupações rotineiras de trabalho. As medidas servem para comparar o desempenho de unidades da mesma empresa, quando há o caso de organizações que possuem lojas ou fábricas em cidades, estados ou países diferentes e desejam ter uma ideia global de desempenhos comparados. Indicadores de desempenho a) Eficácia – “Fazer a coisa certa” Mede o grau de atingimento das metas programadas. b) Eficiência – “Fazer certo a coisa” Mede o grau de acerto na utilização dos recursos empregados. É a relação do que se obteve (output) e o que se consumiu em sua produção (input) medidos na mesma unidade. c) Lucratividade Mede a relação entre o valor ($) obtido pelas SAÍDAS GERADAS e o valor ($) gasto com as ENTRADAS CONSUMIDAS. d) Efetividade É a razão de ser do empreendimento. Mede o grau de utilidade dos “RESULTADOS ALCANÇADOS”. Procura medir se está realmente “valendo a pena” ter qualidade no dia a dia, sendo eficaz, eficiente, produtivo, lucrativo e competitivo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Fatores que determinam a produtividade de uma empresa Relação capital-trabalho: indicam o nível de investimento em máquinas, equipamentos, e instalações em relação à mão de obra. Escassez de recursos: este fator tem gerado problemas de produtividade como a energia elétrica em que o aumento de custos gera grande impacto nos processos industriais. Mudanças na mão de obra: decorrentes de alterações nos processos produtivos, há uma exigência de mão de obra especializada com maior grau de instrução. Inovação e tecnologia: são as grandes responsáveis pelo aumento da produtividade nos últimos anos. Investimentos em pesquisas e desenvolvimento são indicativos de produtividade. Restrições legais: tem imposto limitações a certas empresas, forçando-as a implantar equipamentos de proteção ambiental, com impactos na produtividade. Melhoria na qualidade: o aumento da produtividade está relacionado à satisfação do cliente, redução dos refugos e retrabalhos e redução nos estoques de matéria-prima. A administração da produtividade corresponde ao processo formal degestão, envolvendo todos os níveis de gerência e colaboradores, a fim de reduzir os custos de manufatura, distribuição e venda de um produto ou serviço por meio da integração de todas as fases do ciclo da produtividade. As quatro fases que formam o ciclo da produtividade são: medida, avaliação, planejamento e melhoria. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Fonte: MARTINS, 2006. Você pode conferir uma análise sobre a evolução da produtividade industrial e do trabalho no Brasil no vídeo a seguir, em que a diretora da ABDI, Maria Luisa Leal e o consultor legislativo do Senado Federal, Luiz Ricardo Cavalcante, explanam sobre o assunto: https://www.youtube.com/watch?v=jiciKLaWgvQ Na matéria a seguir, são mostrados pontos de um estudo que do IPEA, que fez a leitura do cenário econômico recente do Brasil para analisar os motivos pelos quais o país não obtém ganhos consistentes na produtividade da indústria. Acompanhe: http://economia.ig.com.br/2014-11-20/sem-mao-de-obra-qualificada- produtividade-nao-avanca-no-brasil-mostra-ipea.html Quer saber mais sobre a produtividade de mão de obra, de máquina e de custos, além das razões pelas quais é necessário monitorar a produtividade? Confira a explicação da professora Gilvane Marchesi, que também aborda os fatores determinantes desta temática, no vídeo disponível no material on-line. https://www.youtube.com/watch?v=jiciKLaWgvQ http://economia.ig.com.br/2014-11-20/sem-mao-de-obra-qualificada-produtividade-nao-avanca-no-brasil-mostra-ipea.html http://economia.ig.com.br/2014-11-20/sem-mao-de-obra-qualificada-produtividade-nao-avanca-no-brasil-mostra-ipea.html CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Tema 4 – Tempos e Movimentos O estudo de movimentos analisa o movimento do corpo humano ao realizar uma operação, com os objetivos de tornar o trabalho menos enfadonho, aumentar a produtividade, eliminar movimentos desnecessários ou danosos e visualizar maneiras de melhorar o processo. Estuda a economia de movimentos, que analisa os movimentos de três formas: Uso do corpo humano: movimentos em linha reta que evitam acelerações e desacelerações fortes. Ambas as mãos devem iniciar e terminar os movimentos ao mesmo tempo e organizar o trabalho de modo que o ritmo seja o mais natural possível. Organização do ambiente de trabalho: organizar de maneira a economizar deslocamentos, minimizar esforços e propiciar conforto ao trabalhador. Ex: dispor ferramentas de maneira visível e ordenada, manter o local de trabalho limpo e iluminado, ajustar a posição de trabalho para a comodidade do operário. Projeto de equipamentos, ferramentas e instalações: Sempre que possível, projetar instalações que tornem o trabalho menos cansativo ou danoso à saúde Ex: projetar botões ou alavancas que exijam o mínimo de esforço para sua utilização, combinar ferramentas, aproveitar a utilização do pé para aliviar o esforço com as mãos etc. Finalidade do estudo de tempos As medidas de tempos e padrões de produção são dados importantes para: Estabelecer padrões para os programas de produção, planejar a fábrica e avaliar o desempenho de produção. Fornecer dados para a determinação dos custos padrões para levantamento de custos de produção, determinação de orçamento budgets, e estimativa do custo de um produto novo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Fornecer dados para o estudo de balanceamento de estrutura de produção, comparar roteiros de fabricação e analisar o planejamento da capacidade. O artigo a seguir apresenta um estudo de caso realizado em um salão de beleza para determinar a capacidade produtiva da atividade de parte de seus funcionários, por meio do estudo de tempos cronometrados. Confira: http://www.researchgate.net/profile/Vitor_Martins7/publication/269763032_Dete rminao_da_capacidade_produtiva_de_um_salo_de_beleza_atravs_do_estudo_ de_tempos_cronometrados/links/5495a3140cf29b9448241165.pdf Metodologia e equipamentos para estudo de tempos Equipamentos mais utilizados: cronômetro, filmadora, folha de observação, prancheta. Etapas para Determinação do Tempo Padrão: cronometragem preliminar, tempo médio (TM), avaliar o fator de ritmo da operação, tempo normal (TN) e tolerâncias para fadiga. Divisão da operação em elementos: verificação de um método de trabalho com a obtenção de uma medida precisa. Determinação do número de ciclos a serem cronometrados: deve ser feita uma amostragem de 10 a 20 cronometragens. Avaliação da velocidade do operador: Operações onde se tenha convencionado o tempo que representa a velocidade normal 100. A velocidade http://www.researchgate.net/profile/Vitor_Martins7/publication/269763032_Determinao_da_capacidade_produtiva_de_um_salo_de_beleza_atravs_do_estudo_de_tempos_cronometrados/links/5495a3140cf29b9448241165.pdf http://www.researchgate.net/profile/Vitor_Martins7/publication/269763032_Determinao_da_capacidade_produtiva_de_um_salo_de_beleza_atravs_do_estudo_de_tempos_cronometrados/links/5495a3140cf29b9448241165.pdf http://www.researchgate.net/profile/Vitor_Martins7/publication/269763032_Determinao_da_capacidade_produtiva_de_um_salo_de_beleza_atravs_do_estudo_de_tempos_cronometrados/links/5495a3140cf29b9448241165.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 do operador V é determinada pelo cronometrista e a denomina velocidade normal de operação. Tipos de tempos Tempo Real (TR): é aquele que decorre realmente quando é feita uma operação. É obtido por cronometragem direta do Operador em seu posto de trabalho e varia de Operador para Operador. Tempo Normal (TN): é o tempo requerido para um Operador completar a sua operação com velocidade normal. Velocidade normal é aquela que pode ser mantida por um Operador de eficiência média durante um dia típico de trabalho. Tempo Padrão (TP): é aquele requerido por uma operação quando as interrupções e condições normais de operação forem levadas em conta. São acrescentados ao tempo normal percentuais de Tempos, chamados tolerâncias, que ocorrem devido às condições com que o trabalho é realizado. Amostragem de trabalho A amostragem de trabalho foi introduzida na indústria em 1934 por Tippet e utiliza ferramentas mais simples de análise no chão de fábrica como grupos de círculo de controle de qualidade (CCQs), grupos-tarefa envolvidos em estudos de kaizen, etc., por ser uma avaliação mais simples. Conceito: Consiste em fazer observações intermitentes em um período consideravelmente maior do que no estudo de tempos por cronometragem. Envolve uma estimativa da proporção de tempo despendido em um dado tipo de atividade, em certo período, por meio de observações instantâneas intermitentes e espaçadas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 O método tem as seguintes aplicações: Estimativa de tempo de espera inevitável, base de estabelecimento de tolerância e espera. Estimativa da utilização de máquinas em fábricas, equipamentos e transporte; Estimativa de tempos gastos em várias atividades Estimativa do tempo padrão pela combinação dos processos de avaliação e de amostragem do trabalho. Metodologia da amostragem do trabalho Estima-se ao acaso o tempo de que um grupo de trabalhadores gasta no trabalho e fora dele. Esse percentual é classificado em “trabalhando” ou “ocioso” e determina uma estimativa da taxa de desocupação do operário ou da máquina. A precisão da estimativa depende do número de observações e devem- se estabelecer limites de precisão e níveis de confiança. Agora é hora de aprofundarmos ainda mais a finalidade do estudo de tempos, sua metodologia e os equipamentos mais utilizados, que envolvem a determinação do tempo padrão, do número de ciclos e a avaliação da velocidadedo operador. Pronto para saber mais sobre esses assuntos? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Acompanhe a videoaula disponível no material on-line. Tema 5 – Cálculo de tempos Determinação das tolerâncias Devem ser previstas interrupções no trabalho para as necessidades pessoais e para proporcionar um descanso. Necessidades pessoais: tempo entre 10 a 25 minutos por dia. Alívio da fadiga: resultam do trabalho realizado, condições ambientais no local de trabalho. A média de tolerância varia entre 15% e 20% do tempo, para trabalhos normais em ambientes industriais. Cálculo em função do tempo que a empresa se dispõe a conceder: determina-se a porcentagem do tempo p concedida em relação ao tempo de trabalho diário e calcula-se o fator de tolerâncias como sendo: FT = 1 / (1-p) Costuma-se adotar FT = 1,05 para escritórios e FT entre 1,10 a 1,20 em unidades industriais. Determinação do tempo padrão Calcular a média das n cronometragens válidas, obtendo-se o tempo cronometrado (TC), ou tempo médio (TM); Calcular o tempo normal (TN): TN = TC X V Calcular o tempo padrão (TP): TP = TN X FT CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Tempo padrão com atividades acíclicas: Determinar o tempo padrão de cada operação em que a peça é processada. Somar todos os tempos padrões. Verificar a ocorrência de setups e o tempo de finalizações. Setups ou preparação: trabalho feito para colocar um equipamento em condição de produzir uma nova peça com qualidade em produção normal. O tempo do setup é o tempo gasto na preparação do equipamento até o instante em que a máquina é liberada, inclui-se neste tempo o try-out, ou seja, a produção das primeiras peças para verificar se o equipamento pode ser liberado para produção normal. O setup é considerado atividade acíclica dentro do processo de produção por ocorrer cada vez que é produzido um lote de peças, e não somente uma peça. A seguir, você verá um interessante vídeo que mostra a perfeição com que é realizada a manutenção do carro de fórmula 1, no exato momento de um pit- stop, graças ao uso otimizado do tempo. Confira! https://www.youtube.com/watch?v=aHSUp7msCIE Leia o artigo que se segue, em que são apresentados os resultados obtidos por meio da aplicação da metodologia TRF na operação de setup de uma empresa do setor de bebidas: http://www.revista-ped.unifei.edu.br/documentos/V10N01/04-1010-V10-N1- 2012.pdf https://www.youtube.com/watch?v=aHSUp7msCIE http://www.revista-ped.unifei.edu.br/documentos/V10N01/04-1010-V10-N1-2012.pdf http://www.revista-ped.unifei.edu.br/documentos/V10N01/04-1010-V10-N1-2012.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Tempo padrão do produto = (TS/q) + (Σ TPi) + TF/L TS= tempo padrão de setup. q= quantidade de peças para as quais o setup é suficiente. TPi= tempo padrão da operação i. TF= tempo padrão das atividades de finalização. L= lote de peças para que ocorra a finalização. Os tempos de setups de finalização de uma operação devem ser separados do tempo de operação propriamente dito e devem ser objeto de cronometragem distintos. Tempo padrão para um lote da mesma peça Verificar o número de vezes que deve ser feito o setup e o número de finalizações que são feitas para o lote de peças. O Tempo padrão é: Tempo padrão lote = (n X TS) + p X (Σ X TSE) + (f X TF) n= número de setups que devem ser feitos. f= número de finalizações que devem ser feita. p= quantidade de peças do lote. Outra forma muito utilizada pelas empresas é o rateio do setup dividindo- o pela quantidade de peças para o qual o tempo de setup é valido. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 Tempo padrão por peça X Tempo para o lote Tempos Históricos Denominamos tempos históricos àqueles derivados dos próprios estudos de tempos da empresa, registrados em arquivos e/ou relatórios. VANTAGEM: dispensa a necessidade de cronometragem e elimina a necessidade de avaliar a eficiência do Operador, já que o tempo do arquivo já está normalizado ou é uma média de muitos registros feitos por operadores lentos e rápidos. DESVANTAGEM: é o cuidado exigido para manutenção de tal arquivo e sua constante atualização; além disso, pode perpetuar medidas erradas feitas no passado. Tempos predeterminados ou sintéticos É possível calcular o tempo padrão para um trabalho ainda não iniciado. Existem dois sistemas principais de tempos sintéticos: Work-factor: Fator de trabalho. Methods-time measurement (MTM) ou métodos de medidas de tempo. Identificam os micromovimentos que um operador executa para fazer uma operação. Para cada micromovimento são determinados tempos em função da distância e da dificuldade do movimento que se encontram tabelados. Obtém-se o tempo padrão somando os tempos de todos os micromovimentos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 Uma análise de tempo padrão de acordo com o MTM irá classificar os micromovimentos em: Alcançar: levar as mãos até um objeto. Movimentar: mover um objeto. Girar: girar as mãos Agarrar: agarrar um objeto Posicionar: montar um objeto ou posicioná-lo Soltar: soltar um objeto Desmontar: desmontar um objeto Tempo para os olhos; tempo para que os olhos se voltem para determinado ponto. Leia o artigo a seguir, que faz uma breve revisão histórica dos estudos que levaram à formação da ferramenta Methods-Time Measurement (MTM), e suas atuais aplicações na indústria, especialmente no que diz respeito à redução de custos de produção, sendo a sua aplicação uma decisão estratégica. http://www.producaoonline.org.br/rpo/article/view/606/645 Tempo Padrão – Exemplo Calcular a média das n cronometragens válidas, obtendo-se o tempo cronometrado (TC), ou tempo médio (TM); Calcular o tempo normal (TN): TN = TC X V Calcular o tempo padrão (TP): TP = TN X FT Tempo padrão do produto = (TS/q) + (Σ TPi) + TF/1 TS = tempo padrão de setup. q = quantidade de peças para as quais o setup é suficiente. TPi = tempo padrão da operação i. TF = tempo padrão das atividades de finalização. 1 = lote de peças para que ocorra a finalização. http://www.producaoonline.org.br/rpo/article/view/606/645 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 25 Exemplo: Um disco de freio é processado em 3 operações e que a soma dos tempos padrões é de 3,5 min. (TPi). O tempo padrão do setup é de 5,0 min. para 1000 peças (TS/q). As peças produzidas são colocadas em uma embalagem com capacidade para 100 peças, quando cheia é fechada e colocada ao lado. Gasta nesta atividade 1,50 min. (TF/1). Calcular o tempo padrão para o produto: (TS/q) + (soma TPi) + TF/1 (5,0/1000) + 3,5 + (1,5/100) = (0,005) + 3,5 + (0,015) = 3,52min.) Fórmulas: Tempo padrão lote = (n X TS) + p X (X TPi + (f X TF) n = número de setups que devem ser feitos f = número de finalizações que devem ser feita p = quantidade de peças do lote Para um lote de 1500 discos de freio são necessários 2 setups e 15 finalizações sendo: (n X TS) + p X ( X TPi + (f X TF) (2 x 5,0) + 1500 x (3,50) + (15 x 1,50) = (10) + 5250 + 22,5 = 5.282 min. Outra forma de cálculo: Tempo padrão por peça = 3,250 min./peça Tempo para o lote 1.500 peças = 1500 x 3,520 min. = 5,280 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 26 Vamos aprender mais acerca dos setups e do tempo padrão do produto? Assista à videoaula deste tema disponível no material on-line, preparada pela professora Gilvane Marchesi. TROCANDO IDEIAS Agora é o momento de trocar informações sobre o seu aprendizado. Entre no fórum desta disciplina e responda: o que você entendeu sobre osfatores de influência da produtividade nos âmbitos industrial e empresarial? Participe através do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)! NA PRÁTICA Na sequência, aproveite para testar os conhecimentos adquiridos na aula de hoje! Caso fique com dúvidas, retorne ao conteúdo e às videoaulas e realize o teste novamente. 1. Descreva as funções de Produção, Marketing e Finanças para um sistema produtivo de bens (Malharia). Na função de Produção, descreva o processo colocando as Entradas, Transformações e Saídas. 2. Assinale a alternativa correta para a determinação com atividades acíclicas ou com setups do problema abaixo. Tempo padrão do produto = (TS/q) + (Σ TPi) + TF/ L Um produto industrial tem um tempo padrão do setup de 4,0 min para 1000 peças. O produto é processado em três operações corte =1 min, pintura =1,5 min, acabamento =1 min. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 27 As peças produzidas são colocadas em uma caixa com capacidade para 100 peças que, quando cheia, é fechada e colocada ao lado. O tempo necessário para essa atividade é de 1,20 min. Calcule o tempo padrão de cada peça. a) 3,504 minutos. c) 231,04 segundos b) 3,51 minutos. d) 7,51 minutos. SÍNTESE Chegamos ao fim de nosso encontro! Na aula de hoje pudemos aprender os aspectos relacionados aos sistemas de produção, como os cálculos de tempos e os movimentos. Assim, vimos questões concernentes aos fatores de influência da produtividade nos âmbitos industrial e empresarial. REFERÊNCIAS MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da Produção. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 1999 MOREIRA, D. A. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Cengage Learning, 2006. PARANHOS FILHO, M. Gestão da Produção Industrial. 1. ed. Curitiba: Ibpex, 2007 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 28 GABARITO 1. a) Sistema produtivo de bens: Malharia Função Produção A função Produção transforma insumos em roupas, por meio dos processos de conversão instalados. Função Marketing É responsável pela venda e divulgação do produto, tomando decisões sobre estratégias de publicidade e estimativas de preços. Também é encarregada de contatar o cliente e perceber as mudanças ocorridas no mercado, visando fornecer à Produção, a médio e curto prazo, informações sobre a demanda do produto, permitindo o planejamento e programação da produção, bem como, a longo prazo, buscar informações sobre futuras necessidades dos clientes, visando o projeto de novos produtos. Função Finanças Deve administrar os recursos financeiros e alocá-los onde forem necessários, bem como providenciar a orçamentação e acompanhamento de receitas e despesas, a provisão de fundos para atender a este orçamento, e a análise econômica dos investimentos produtivos. Periodicamente, junto com as funções Produção e Marketing, deve preparar um orçamento de longo prazo, considerando a necessidade de recursos para operacionalizar a capacidade produtiva projetada, além da provisão destes por meio de fontes de financiamento. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 29 2. O tempo de padrão para a produção deste produto, considerando os tempos de setup, estão nas alternativas B e C, estando ambas corretas. Uma está em minutos e a outra em segundos.
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