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Micro-aula sobre a arte de Vincent Van Gogh

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
CURSO DE ARTES VISUAIS - LICENCIATURA
ALINE ALMERON ESQUIVEL
MARILEIDA DE PAULA CAMARGO GRAVENA
RENATA DAMUS
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA: 
UMA AULA SOBRE VINCENT VAN GOGH
Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação da disciplina Prática de Ensino de Artes Visuais III, do curso de Artes Visuais Licenciatura da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS, sob a orientação da Prof.ª Vera Lúcia Penzo Fernandes. 
Campo Grande (MS)
Junho/ 2015
SUMÁRIO
31 INTRODUÇÃO
52 DESENVOLVIMENTO
52.1 Vinculação com os referenciais curriculares
62.2 Problemática
62.3 Fundamentos pedagógicos e estéticos que sustentam a prática docente
112.4 Plano de Aula
122.5 Critérios de avaliação
133 CONCLUSÃO
144 REFERÊNCIAS
15ANEXO I – Imagens da aula
17ANEXO II – Roteiro da aula
1 INTRODUÇÃO
A arte de Vincent van Gogh é tão familiar para nós quanto a história de sua vida, mesmo sem o artista ter recebido o devido reconhecimento enquanto estava vivo. Hoje, muitas de suas obras, entre elas Girassóis (Sunflowers, 1888), Noite estrelada sobre o Ródano (1888) e O quarto (1888), são consideradas obras primas devido ao estilo do artista de expressar sentimentos por meio da cor, das pinceladas e pelos temas retratados. Ele foi um artista de sua época, que retratava o que via, desde as cores das cidades que visitava aos trabalhadores com quem convivia e atualmente é considerado um dos principais representantes da pintura mundial (GOMPERTZ, 2013). 
Na prática pedagógica em Artes Visuais, nos dias atuais não mais compete aos professores ficarem presos às informações biográficas dos artistas sem sua devida contextualização, tendência ainda em curso em muitas escolas, apesar das mudanças ocorridas na educação contemporânea. Como proposta diferenciada em sala de aula, portanto, escolhemos trabalhar o conteúdo biográfico e o processo de criação do artista holandês Vincent van Gogh, a partir da leitura de trechos de cartas escritas pelo artista para seu irmão Théo, contidas no livro Cartas a Théo (2007). Nas cartas trocadas com o irmão, Van Gogh descreve o que via em suas andanças e como ele formulava seu complexo pensamento estético durante o processo de criação de suas pinturas. Assim, por meio dessa leitura é possível ser tomado pelo deleite de contemplar, à distância dos tempos, a vibração do artista durante seu processo criativo. 
A exacerbação dos aspectos expressivos de Van Gogh salta à vista na leitura contextualizada de suas obras. Por isso, estudá-lo junto com os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental se faz adequada: de uma maneira diferente e prazerosa, podemos ver como se dá o processo de criação de uma obra artística, além de compreender alguns elementos relevantes da pintura, como forma, movimento, luz e cor, portanto, em consonância com as proposições dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de arte (1997) e do Referencial Curricular da Rede Municipal de Ensino (2008).
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Vinculação com os referenciais curriculares
De acordo com os PCNs (BRASIL, 1997, p. 42), os conteúdos gerais do ensino fundamental em Arte são:
- 
A arte como expressão e comunicação dos indivíduos;
- 
Elementos básicos das formas artísticas, modos de articulação formal, técnicas, materiais e procedimentos na criação em arte;
- 
Produtores em arte: vidas, épocas e produtos em conexões; 
- 
Diversidade das formas de arte e concepções estéticas da cultura regional, nacional e internacional: produções, reproduções e suas histórias;
- 
A arte na sociedade, considerando os produtores em arte, as produções e suas formas de documentação, preservação e divulgação em diferentes culturas e momentos históricos.
Já no Referencial Curricular da Rede Municipal de Ensino (CAMPO GRANDE, 2008, p. 195), o conteúdo a ser trabalhado com o 8º ano do ensino fundamental divide-se em dois eixos:
Eixo - Compreensão histórica e cultural das artes visuais:
- 
Manifestações das artes visuais na história da Arte: Neoclassicismo, Romantismo, Realismo e Impressionismo; movimentos estéticos do século XX; principais características; influências na cultura brasileira e sua apropriação pelas formas de expressões estéticas na contemporaneidade; artistas e obras.
- Elementos da linguagem visual: estudo dos elementos da linguagem visual por meio da apreciação de produções imagéticas (filmes e desenhos animados, comerciais; folders, cartazes; obras de arte; reproduções de obras de artes; fotografias, entre outros).
Eixo - Produção artística
- 
Formas de expressão artística: experimentação, pesquisa e criação artística por meio do desenho, gravura, pintura, recorte e colagem, modelagem, escultura, fotografia, artes gráficas, infogravura, trabalhos tridimensionais (escultura, modelagem, assemblage), instalação, audiovisual, e outros.
Em nossa proposta de intervenção pedagógica, a ser detalhada posteriormente, o conteúdo a ser abordado se relaciona tanto com os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de arte (1997) quanto com o Referencial Curricular da Rede Municipal de Ensino (2008), uma vez que se dispõe a:
a) estudar o artista através da biografia e leitura de imagens;
b) ampliar o repertório estético e cultural do aluno, contextualizando a obra do artista em um determinado momento histórico e cultural;
c) aprofundar o conhecimento sobre a obra de van Gogh, relacionando-as com a descrição do processo criativo do artista, descrito no livro Cartas a Théo.
2.2 Problemática
A partir dos interesses e expectativas das três autoras, a problemática proposta visa entender sobre os processos de criação e perceber as transformações no decorrer da produção dos alunos, considerando o contexto do aluno e da própria produção do artista, características estas próprias da poética de cada artista e a toda uma época.
2.3 Fundamentos pedagógicos e estéticos que sustentam a prática docente
Com o intuito de refletir sobre o processo criativo e ampliar o repertório artístico e cultural das crianças, buscou-se uma metodologia de trabalho que privilegiasse a própria experiência dos alunos. Optamos por uma pedagogia na qual prevalecesse a apreciação estética embasada por uma reflexão contextualizada sobre o fazer artístico. No caso, a pedagogia Histórico-Crítica, como perspectiva didática para o ensino, constitui-se como um método que prioriza a realidade social do aluno. De acordo com Saviani (2011, p. 71), “não se desvincula da realidade concreta dos alunos, pois é justamente a partir das condições concretas que se tenta captar por que e em que medida esses instrumentos são importantes”.
A pedagogia histórico-crítica proposta por Demerval Saviani (2011, p. 8-9) se propõe à:
a) Identificação das formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber objetivo produzido historicamente, reconhecendo as condições de sua produção e compreendendo as suas principais manifestações, bem como as tendências atuais de transformação.
b) Conversão do saber objetivo em saber escolar, de modo que se torne assimilável pelos alunos no espaço e tempo escolares.
c) Provimento dos meios necessários para que os alunos não apenas assimilem o saber objetivo enquanto resultado, mas apreendam o processo de sua produção, bem como as tendências de sua transformação.
Nessa metodologia, portanto, a contextualização histórica torna-se um meio de proporcionar a ampliação do conhecimento. A ênfase está na prática do dia-a-dia do aluno, que é priorizada como ponto de partida para o processo de ensino-aprendizagem. Essa prática do dia-a-dia é aquilo que ele já domina como sendo conhecimento, a partir de então, o professor atua como mediador do conhecimento entre aquele que o aluno já possui, instigando a reconstruí-lo inserindo novas descobertas. 
Segundo Saviani (2011, p. 12): 
[...] para produzir materialmente, o homem necessita antecipar em ideias os objetivos da ação, o que significa que ele representa mentalmente os objetivos reais. Essa representação incluio aspecto de conhecimento das propriedades do mundo real (ciência), de valorização (ética) e de simbolização (arte). Tais aspectos, na medida em que são objetos de preocupação explícita e direta, abrem a perspectiva de uma outra categoria de produção que pode ser traduzida pela rubrica “trabalho não material”. Trata-se aqui da produção de ideias, conceitos, valores, símbolos, hábitos, atitudes, habilidades. Numa palavra, trata-se da produção do saber, seja do saber sobre a natureza, seja do saber sobre a cultura, isto é, o conjunto da produção humana.
Assim, embasado pelo sistema Image Watching de Robert Ott (apud ARSLAN; IAVELBERG, p. 16-19), nossa proposta de atividade de leitura de imagens de obras do artista Vincent van Gogh busca romper com as diferenças existentes entre o conhecimento popular e erudito, tendo em vista que ambos seriam, a partir da realidade sensível dessas crianças, formas de compreender o conteúdo apresentado.
A metodologia de Robert Ott consiste na sistematização da leitura de imagens dividida por níveis: análise, interpretação, fundamentação e revelação, conforme pode ser visto a seguir:
Aquecimento: sensibilização
- Escolha uma boa reprodução de obra de arte, ou uma imagem, preferencialmente bidimensional;
Descrevendo: observando aspectos formais da imagem
- Linhas: Observe a disposição das linhas que estruturam o trabalho (como se procurasse o esqueleto da obra). Como são as linhas? São suaves, nítidas, ausentes, retas, angulosas, curvas?
- Cor: Como são as cores? Interferem na obra, destacam algo ou tornam mais interessantes? Fortes, suaves, misturadas, chapadas? Existem jogos de claro/escuro? As cores criam grandes contrastes ou são próximas entre si? Alguma cor se destaca mais? Você acha que as cores possuem algum significado especial nessa obra?
Textura: Como são as texturas? Lisas, ásperas, macias? Você identifica texturas no material utilizado? Existem marcas de pincel ou da superfície?
- Forma: Que formas foram utilizadas pelo artista? Orgânicas, geométricas, difusas, definidas?
Interpretando: aspectos pessoais
- Como o artista empregou os elementos formais (composição, cor, técnica, forma, etc) para expressar o que sentia ou a sua ideia?
- Que expressões você retira dessa obra? Ela traduz alguma experiência?
- Invente um título para a imagem.
Fundamentando: conhecimento adicional, sócio-histórico
- Título: Qual a reação com o título dado pelo pintor?
- Como foi feita? Onde o pintor estava? Quais recursos ele utilizou? Você acha que ele utilizou mais observação, memóri ou imaginação para produzir essa obra?
- Contexto: Você vê a influência de outro artista ou movimento na obra?
Revelando
-Com base na experiência que teve ao olhar essa obra, faça um trabalho artístico. Como você elaboraria um trabalho sobre o mesmo tema? Experimente! Crie uma representação com esse tema ou com o que mais lhe chamou a atenção (ARSLAN; IAVELBERG, 2011, p. 16-18).
Como é um sistema direcionado de leitura, o que antes podia ser um processo que poderia ficar empobrecido pela falta de vocabulário específico, como cores contrastantes, composição, etc., quando trabalhado com os alunos, ajuda-os a organizar a percepção do que está sendo visto. O sistema de Ott, portanto, auxilia o aluno a aprofundar a observação de imagens, a falar sobre as obras, além de ajudar na ampliação do vocabulário específico.
Em nosso trabalho, na etapa da fundamentação, parte das informações que servirão de base para a contextualização das obras será feita com a própria fala do artista, por meio das cartas que escreveu para seu irmão, publicadas no livro Cartas a Théo. Em muitas ocasiões, a biografia do artista é o principal enfoque para abordar a história da arte; neles, vida e obras em conexão tecem a trama dos fatos, os conceitos e valores que estruturam as poéticas do produtor, época e lugar de origem dos artistas. No caso desta aula, o texto das cartas aproxima ainda mais o artista do leitor, uma vez que suas próprias palavras descrevem o processo criativo e as obras imaginadas pelo artista. 
A metodologia proposta por Ott, portanto, permite que a vivência do espectador interfira na primeira impressão da obra a ser analisada, provocando assim uma multiplicidade de pontos de vista. Os alunos podem relacionar, por exemplo, a imagem com outras já conhecidas ou com algum fato experimentado, evocando sentimentos distintos em cada um dos participantes da atividade. A metodologia dialoga diretamente com a proposta da pedagogia histórico-critica no momento em que permite ao aluno a ter acesso “[...] ao saber erudito, ao saber sistematizado e, em consequência, para expressar de forma elaborada os conteúdos da cultura popular que correspondem aos seus interesses” (SAVIANI, 2011, p. 70).
Em virtude do curto espaço de tempo para a execução da micro-aula a qual essa proposta de intervenção pedagógica está aliada, somente parte da atividade será executada. Como consequência dos níveis de análise, fundamentação e interpretação aplicados na leitura das imagens de Van Gogh, o nível seguinte, o de revelação, em nossa proposta consistiria na criação de um trabalho baseado na experiência de leitura das obras e, posteriormente, na descrição dessa obra por meio de cartas trocadas entre os colegas de classe, enviadas pelo correio.
2.4 Plano de Aula
	ESCOLA:
	ESCOLA ESTADUAL CORAÇÃO DE MARIA (1 HORA/AULA)
	DISCIPLINA:
	ARTES
	ANO:
	8º 
	DATA:
	1/6/2015
	PROFESSORAS:
	ALINE ALMEIRON ESQUIVEL
MARILEIDA DE PAULA CAMARGO GRAVENA
RENATA DAMUS
	OBJETIVOS ESPECÍFICOS
	CONTEÚDOS
	PROCEDIMENTOS DE ENSINO
	RECURSOS
	Reconhecer o processo criativo e algumas obras do artista Vincent Van Gogh.
	Arte pós-impressionista
Vincent Van Gogh
	· Introdução ao conteúdo por meio de conversa dirigida, a partir da teoria de apreciação de Roberto Ott: 
· Disponibilização da imagem da obra em slide;
· Perguntas direcionadas:
- Como são as linhas? 
- Como são as cores? 
- Como são as texturas? 
- Que formas foram utilizadas pelo artista? 
- Como o artista empregou os elementos formais para expressar o que sentia ou a sua ideia?
- Que expressões você retira dessa obra? Ela traduz alguma experiência?
· Após a etapa das perguntas, vem a etapa da fundamentação:
- Apresentação do título da obra;
- Como a obra foi feita? Onde o pintor estava? 
- Contextualização através dos textos do livro Cartas a Théo (2007).
· Após a leitura e contextualização das obras de arte, solicitar aos alunos a criação de um trabalho baseado na experiência de leitura das obras e, posteriormente, na descrição dessa obra por meio de cartas trocadas entre os colegas de classe, enviadas pelo correio.
 
	· Data show;
· Computador;
· Apresentação em ppt (pendrive);
· Lousa/Giz (ou caneta);
Referência das imagens: 
Girassóis (1888)
Disponível em: <http://www.vangoghmuseum.nl/en/collection/s0031V1962>.
O quarto (1888)
Disponível em: <http://www.vangoghmuseum.nl/en/collection/s0047V1962>.
	INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO:
- Discussão oral;
- Exposição das informações produzidas pelos alunos.
2.5 Critérios de avaliação
Como disposto no Referencial Curricular do Município de Campo Grande, “[...] a avaliação da aprendizagem escolar adquire seu sentido na medida em que se articula com uma proposta pedagógica e com um projeto de ensino” (CAMPO GRANDE, 2008, p. 227).
Nossa proposta em apresentar obras de Van Gogh para serem lidas e contextualizas por intermédio das cartas escritas pelo artista ao seu irmão, visam a ampliação do repertório cultural dos alunos. Nesse sentido, consideramos os instrumentos de avaliação propostos – a discussão oral e a exposição das informações produzidas pelos alunos -, de acordo com o Referencial quando é 
[...] usada tanto no sentido de um acompanhamento do desenvolvimento e aprendizagem do aluno, como no sentido de uma apreciação final sobre o que este aluno pôde obter em um determinado período, sempre com vistas a replanejar ações educativas (CAMPO GRANDE, 2008, p. 227).
Para saber se o que foi proposto atingiu seu objetivo,avaliaremos se os alunos estão conseguindo, por meio de palavras e de forma organizada, expressar suas ideias sobre arte. Assim, poderemos verificar o estágio de desenvolvimento em que se encontram.
.
3 CONCLUSÃO
O processo de ensino-aprendizagem na visão histórico-crítica oferece ao professor a possibilidade de propor ações diferenciadas, no sentido de rever conceitos e romper com metodologias ultrapassadas, com vistas a estabelecer novos rumos e valores, reforçando o comprometimento da prática pedagógica para com a aprendizagem dos alunos. Contudo, trabalhar nessa perspectiva os professores necessitam de uma maior disponibilidade o planejamento das aulas. Para essa atividade, por exemplo, buscou-se ligar o conteúdo biográfico e o processo de criação do artista Vincent van Gogh a partir da leitura de trechos do livro Cartas a Théo (2007): duas linguagens, a escrita e a artística, embasando o conteúdo aplicado.
Acreditamos que nossa proposta de intervenção pedagógica sobre a vida e obra de Vincent van Gogh, embasada pelos pressupostos da pedagogia histórico-crítica, seja viável, aplicável e contribua com o processo ensino-aprendizagem, pois propicia aos alunos uma aprendizagem significativa, através da socialização do saber sistematizado. A troca de saberes, mediado pelas professoras, tem a capacidade de proporcionar a ampliação o vocabulário específico e a bagagem cultural dos alunos.
4 REFERÊNCIAS
ARSLAN, Luciana Mourão; IAVELBERG, Rosa. Ensino de arte. São Paulo: Cengage Learning, 2011.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
CAMPO GRANDE. Referencial Curricular da Rede Municipal de Ensino: 3º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Campo Grande, MS: Secretaria Municipal de Educação, 2008.
GOMPERTZ, Will. Isso é arte?: 150 anos de arte moderna do impressionismo até hoje. Tradução Maria Luiza X. de A. Borges. 1.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. 
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11.ed.rev. Campinas, SP: Autores Associados, 2011. 
VAN GOGH, Vincent. Cartas a Théo. Tradução de Pierre Ruprescht. 2. ed. Porto Alegre: L&PM, 2007. 
ANEXO I – Imagens da aula
Girassóis (Sunflowers, 1888)
Vincent van Gogh
Óleo sobre tela, 95 cm x 73 cm
Museu Van Gogh, Amsterdam (Fundação Vincent van Gogh).
Disponível em: http://www.vangoghmuseum.nl/en/collection/s0031V1962.
O quarto (The Bedroom, 1888)
Vincent van Gogh
Óleo sobre tela, 72,4 cm x 91,3 cm
Museu Van Gogh, Amsterdam (Fundação Vincent van Gogh).
Disponível em: http://www.vangoghmuseum.nl/en/collection/s0047V1962.
ANEXO II – Roteiro da aula
Roteiro da Aula:
1) cumprimentar os alunos;
2) abrir o arquivo power point da aula, informando aos alunos o conteúdo e os objetivos da aula;
3) sequência de imagens a serem apresentadas:
a) iniciar com a pintura Girassóis (1889):
-Quem daqui conhece essa pintura? Alguém já viu ela antes? Sabe quem foi o artista que pintou?
-A gente consegue ver linhas na pintura? 
-Como são as cores? Quais são as cores que ao artista usa? Ele usa cores contrastantes? Alguma cor se destaca mais? Você acha que as cores possuem algum significado especial nessa obra?
-E a textura? Como é a textura dessa pintura? Você identifica texturas no material utilizado? Existem marcas de pincel ou da superfície?
-Que formas o artista utiliza? São formas orgânicas, geométricas, difusas, definidas?
-Quando o artista usou as cores, as texturas e as formas dessa maneira, vocês acham que ele quis expressar o que sentia ou a sua ideia?
- Alguém já sabe quem pintou? Foi Vincent van Gogh, um artista holandês que viveu na França no final do século XIX (por volta de 1880 a 1890).
- O título da obra é Girassóis e el foi pintada em 1889, quando o artista estava morando no sul da França.
- O que é interessante é que Van Gogh tinha um irmão para quem ele sempre escrevia. Nessas cartas, ele contava pro irmão tudo o que ele via e como é que ele tinha as ideias para pintar os quadros.
Vamos ver o que o artista disse quando estava pintando esse quadro. A carta é do dia 15 de agosto de 1888:
 “Estou pintando com o ardor de um marselhês comendo bouillabaisse
 o que não deve impressioná-lo, já que se trata de pintar grandes girassóis. Estou com três telas em andamento: 1ª) três grandes flores num vaso verde, fundo claro, tela de 15; 2ª) três flores, uma em broto e desfolhada e um botão sobre fundo azul real, tela de 25; 3ª) doze flores e botões num vaso amarelo (tela de 30). A última, portanto, é claro sobre claro e será a melhor, espero. Provavelmente não ficarei nisto. Na esperança de viver num ateliê nosso com G., eu gostaria de fazer uma decoração para o ateliê. Nada além de grandes girassóis. Ao lado de sua loja, no restaurante, você sabe que há uma decoração muito bonita com flores, eu sempre me lembro do grande girassol da vitrine. Enfim, se executar este plano, terei uma dúzia de painéis. O conjunto será, portanto, uma sinfonia em azul e amarelo. Estou trabalhando nisto todas estas manhãs, desde o nascer do sol, pois as flores murcham depressa e é preciso fazer o conjunto de um só traço”.
-Como é que ele pintou esses girassóis? Ele teve a ideia do nada? Ele usou modelo?
d) Vamos agora ver outra pintura do Van Gogh (colocar a imagem da obra O quarto, 1888). 
- Alguém já viu essa imagem antes? 
-Quem daqui conhece essa pintura? Alguém já viu ela antes? 
-A gente consegue ver linhas na pintura? Como são essas linhas? As linhas tem cores ou são pretas?
-Como são as cores? Quais são as cores que ao artista usa? Ele usa cores contrastantes? Alguma cor se destaca mais? Você acha que as cores possuem algum significado especial nessa obra?
-E a textura? Como é a textura dessa pintura? Você identifica texturas no material utilizado? Existem marcas de pincel ou da superfície?
-Que formas o artista utiliza? São formas orgânicas, geométricas, difusas, definidas?
-Quando o artista usou as cores, as texturas e as formas dessa maneira, vocês acham que ele quis expressar o que sentia ou a sua ideia?
-Essa obra que Van Gogh pintou chama-se O quarto, e foi pintada em 1888 também, igual ao quadro dos Girassóis. Era o quarto que Van Gogh dormia, na casa dele na cidade de Arles, na França.
Vamos ver o que ele escreveu para seu irmão no mês de outubro:
“Outubro [1888]
Enfim envio-lhe um pequeno esboço para ao menos dar-lhe uma ideia da feição que o trabalho está tomando. Pois hoje eu voltei à carga. Ainda estou com os olhos cansados, mas, enfim, eu tinha uma ideia nova na cabeça e aí está o esboço. Sempre tela de 30. Desta vez trata-se simplesmente de meu quarto, só que aqui a cor é que tem que fazer a coisa e, emprestando através de sua simplificação um estilo maior às coisas, sugerir o descanso ou o sono em geral.
Enfim, a visão do quadro deve descansar a cabeça, ou melhor, a imaginação. As paredes são de um violeta pálido. O chão é de lajotas vermelhas. A madeira da cama e das cadeiras é de um amarelo de manteiga fresca, o lençol e os travesseiros, limão-verde bem claro. O cobertor, vermelho escarlate. A janela, verde.
A mesinha, laranja, a bacia, azul. As portas, lilás. E pronto – nada mais neste quarto com os postigos de janela fechados. O feitio dos móveis também deve exprimir um descanso inviolável. Os retratos na parede, um espelho, uma toalha e algumas roupas. A moldura – como não há branco no quadro – será branca. Amanhã eu também trabalharei nele o dia inteiro, mas você pode ver como a concepção é simples. As sombras, próprias e projetadas, foram suprimidas; foi colorido com tintas planas e chapadas como os crepons. Um dia eu lhe farei esboços dos outros cômodos também”.
e) Levantar questões a respeito do processo criativo:
- Como vocês acham que se dava o processo criativo do artista?
- E vocês? Como se dá o processo de criação de uma pintura de vocês?
f) Como proposta de atividade, vocês vão fazer uma pintura, que pode ser do quarto de vocês ou de alguma coisa inspirada na leitura que fizemos. Depois disso,vocês vão fazer um pequeno texto, que será enviado pelo correio para algum amiguinho de vocês. Mãos à obra!
� 	Bouillabaisse [lê-se ‘buiabés’] é uma prato típico da culinária da França, comum na região do Mediterrâneo, que consiste de uma sopa ou guisado preparado à base de peixes brancos sortidos, filetes de peixe, vegetais e ervas aromáticas.

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