Buscar

Fracasso Escolar na Escola Secundária Francisco Manyanga - Maputo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 1 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 
 
O Fracasso Escolar 
Análise dos factores do Fracasso Escolar dos alunos da 10ª classe da Escola 
Secundária Francisco Manyanga em 2015 na Cidade de Maputo 
 
The School Failure 
Analysis of School Failure factors of students in 10th grade Secondary School 
Francisco Manyanga in 2015 in Maputo City 
Hélio Amaro Fábio1 
 Geográfo e técnico de GIS 
amaro.mocuba@gmail.com (258) 826525112/841456962 
Resumo 
Este artigo surge no contexto de entender as taxas de reprovações resgistadas em 2015 e pela necessidade de 
descrever, na sua generalidade os factores do fracasso escolar dos alunos da 10ª classe da Escola Secundária 
Francisco Manyanga e com objectivo de compreender as reais causas do fracasso escolar desses alunos. Este 
estudo apresenta uma abordagem metodológica mista, de caso do tipo exploratório com princípios 
quantitativos e qualitativos. Para a concretização deste estudo aplicaram-se instrumentos de recolha de dados, 
tais como: análise documental, inquérito por questionário misto e inquérito por entrevista com uma amostra 
de 50 alunos e 5 professores através da técnica de entrevista semi-estruturada. Nos resultados obtidos, 
verificou-se a existência de uma discordância entre as respostas dos alunos inquiridos e as respostas dos 
professores entrevistados, na medida em que 60% dos alunos indicaram, não entender a matéria e não saber 
estudar, como principais motivos do seu fracasso escolar, enquanto, 68% dos entrevistados mencionaram o 
desinteresse como a principal causa. Contudo concluiu-se que a não existência de colaboração entre os 
alunos, pais/encarregados de educação e a escola são as razões centrais do fracasso escolar, por isso é 
necessário a articulação e o desenvolvimento de esforços conjuntos no processo de ensino e aprendizagem. 
 
Palavras-chave: Fracasso escolar; factores do fracasso; desempenho escolar. 
 
Abstract 
This article appears in the context of understanding the reproofs reproaches rates register in 2015 and the 
need to describe in general the factors of school failure of students in 10th grade Secondary School 
Francisco Manyanga and aim to understand the real causes of school failure of these students. This study 
presents a mixed methodological approach, in case of exploratory with qualitative and quantitative 
principles. To achieve this study applied to data collection tools, such as document analysis, survey mixed 
questionnaire and interview survey with a sample of 50 students and 5 teachers through semi-structured 
interview technique. The results, it was found that there is a discrepancy between the responses of the 
surveyed students and the answers of the interviewed teachers, in that 60% of students indicated, do not 
understand the matter and not knowing to study, as the main reasons for its failure school, while 68% of 
respondents mentioned the lack of interest as the main cause. However it was concluded that the lack of 
collaboration between students, parents / guardians and the school are the central reasons for the school 
failure, so the articulation and development of joint efforts in the process of teaching and learning is 
required. 
 
Keywords: School failure; factors of failure; school performance. 
mailto:amaro.mocuba@gmail.com
 
2 1 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 
 
1. Introdução 
Os pais/encarregados de educação, os alunos e os professores, nas significações que atribuem 
a princípios educativos e às normas gerais que enquadram a sua aplicação, nunca manifestam 
juízos inteiramente consensuias para o desempenho escolar dos alunos. As reprovações 
constituem não só um grande desperdício de recursos, quer materiais, financeiros ou 
psíquicos, também contribuem para o aumento do desemprego, dos conflitos e exclusões 
sociais, e a sua redução continua a ser um dos grandes desafios e constitui uma das prioridades 
do Ministério da Educação (MEC Moçambique, 2009 & Ministério da Educação [MINED] – 
Moçambique, 2014). 
O problema definido para esta investigação é: Que factores estão na origem do fracasso 
escolar dos alunos da 10ª classe da Escola Secundária Francisco Manyanga? Para tal problema 
defiiram-se objectos de estudo que forão os professores e os alunos repetentes da 10ª classe. 
De modo a responder o problema acima proposto, foi necessário traçar o objectivo geral que é 
de compreender as reais causas do fracasso escolar dos alunos da 10ª classe da Escola 
Secundária Francisco Manyanga, e subsequentemente os específicos que são: Identificar as 
causas do fracasso escolar dos alunos; caracterizar o fracasso escolar e analisar as percepções 
dos professores e alunos sobre as causas do fracasso escolar. 
 
Este trabalho encontra-se dividido em cinco capítulos principais: i) Introdução, onde é feita 
uma abordagem inicial do tema, apresenta a sua pertinência, o objecto de estudo e os objetivos 
do artigo; ii) Revisão da literatura, na qual se apresenta o conceito do fracasso escolar e as 
ideias dos autores sobre o tema em análie tanto quanto as soluções; iii) Metodologia, onde se 
caracteriza a amostra e os instrumentos utilizados na recolha e tratamento dos dados; iv) 
Apresentação e Discussão dos Resultados, na qual verificam-se os dados obtidos e tenta-lôs 
explicar com recurso às referências bibliográficas consultadas, e; v) Conclusões e 
recomendações/sugestões, onde é feito um balanço final dos resultados encontrados e medidas 
posteriores. 
 
Esta investigação não pretende, nem poderia fazê-lo esgotar as possibilidades de análise das 
informações consideradas, e nem validar ou se filiar a nenhuma corrente teórica que trata do 
 
3 1 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 
 
tema. A ideia central é lançar luz sobre uma discussão que ainda pode ser melhor desenvolvida 
e adensada. 
 
2. Revisão da Literatura/ Quadro teórico 
Os conceitos de sucesso e fracasso são complexos e o significado que lhes é atribuído é 
diverso, dependendo dos intervenientes educativos. Tavares & Santiago (2001) referem que o 
sucesso é concebido como a razão entre o que se pretende conseguir (objectivos) e o que 
efectivamente se conseguiu (os resultados). 
O dicionário universal da língua portuguesa (1997) define o insucesso como falta de bom êxito 
ou mau resultado ou falta de eficácia ou fracasso ao longo de uma determinada tarefa. No 
campo educacional, o termo insucesso ou fracasso escolar é utilizado no âmbito do sistema do 
ensino aprendizagem, geralmente, para caracterizar o fraco rendimento escolar dos alunos que, 
por razões de várias ordens, não puderem, alcançar resultados satisfatórios no decorrer ou no 
final de um determinado período escolar e, por conseguinte, reprovarem1. 
 
Porot apud Oliveira (1996; P:208) insiste na importância decisiva da família e mais da mãe no 
desenvolvimento global da criança, com consequências a nível escolar. Quer a escola, quer a 
família podem ser vistas no seu funcionamento interno ou “ab intra”2, mas também com os 
variáveis dependentes da macro sociedade. 
 
No que diz respeito aos professores, se os seus métodos de ensino, os seus recursos didáticos, 
as suas técnicas de comunicação forem inadequados às caraterísticas da turma ou de cada 
aluno, o sucesso deste estará em causa. 
 
________________________________ 
1(http:Www.Stome, Net/Educa/Carate htm) 
2Ab intra – expressão latina que significa estar dentro ou dentro de. Frase retirada do livro psicologia da educação 
de Oliveira J. Oliveira (1996), capítulo V Página 214. 
 
4 1 Licenciado em Geografia na Especialidade deCartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 
 
Segundo (Lages 2001 apud Macamo, 2015) as famílias podem favorecer ou dificultar a 
adaptação dos filhos na escola, bem como, influenciar a aprendizagem deles e, 
consequentemente, os seus resultados escolares. Mas os pais informados, que fazem 
acompanhamento de seus filhos no desempenho escolar, podem influênciar os aspectos 
culturais e familiares no aproveitamento e sucesso escolar com eficácia, independentemente da 
sua condição socioeconómica. 
Como refere Arroteia (1991) “o meio familiar constitui, apesar de tudo, mais um dos 
elementos a ter em conta no rendimento escolar dos indivíduos. E, neste, aflui de forma 
decisiva a forma da linguagem”. Como se pode perceber, a família é o alicerce fundamental 
para a constituição das sociedades, por ser o marco da cultura de um povo, pelo qual são 
exibidas todas manifestações que norteiam a convivência não somente na sociedade no geral 
como na escola em particular. 
 
Segundo Bernardes (2004 apud Macamo, 2015) apesar da interação entre a escola e a família 
ser importante no processo educativo, muitas vezes, e em muitas situações, a escola e a família 
continuam a caminhar cada uma para seu lado. Se a escola e as famílias caminharem para o 
mesmo horizonte, que é o sucesso do aluno, logicamente serão obtidos resultados satisfatórios. 
A valorização da escola, da educação e dos professores passa pela aproximação da escola às 
famílias e às comunidades” (Marques, 1994, p. 18). Uma escola em que a colaboração com as 
famílias e comunidades em geral se revela deficitária, não existe correspondência biunívoca 
entre as partes e os objectivos dos alunos e os resultados obtidos serão divergentes. 
Ainda para (Bernardes 2004, apud Macamo, 2015) a escola beneficiará se encarar os pais 
como verdadeiros parceiros educativos. Mas para isso é, “necessário que a acção da escola 
seja não só desenvolvida, enriquecida, multiplicada, mais ainda transcendida pela extensão 
da função educativa às dimensões de toda a sociedade” (Fraure, 1981, p. 247). 
3. Metodologia 
Esta abordagem procura entender a estratégia metodológica utilizada, os instrumentos de 
recolha de dados, o universo e a sua amostra, tanto como as técnicas de análise de dados. 
 
5 1 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 
 
Contudo tratou-se de uma investigação explicativa, porquanto, procurou explicar as causas do 
fracasso escolar dos alunos da 10ª classe da Escola Secundária Francisco Manyanga. 
 
Neste estudo foi utilizado o método hipotético-dedutivo, sobre o qual, Quivy e Campenhoudt 
(2008, p. 144) disseram que, “gera, através de um trabalho lógico, hipóteses, conceitos e 
indicadores para os quais se terão de procurar correspondentes no real.” Assim, já que cada 
uma das formas quer qualitativa ou quantitativa tem seus pontos fracos e fortes, a combinação 
das duas formas foi muito útil na medida em que permitiu uma tese mais precisa e 
aprofundada, e um estudo mais completo (Reis, 2010). 
 
A escola e o nível em análise funcionou no ano de 2015 com um total de 798 alunos da 10ª 
classe e 18 professores, estando distribuídos em 14 turmas. Dos 798 alunos, foram inquiridos 
50 alunos repetentes do curso diurno dispersos em 5 turmas, enquanto dos 18 professores, 
foram entrevistados 5 professores do curso diurno, onde dentre estes 2 não tem formação 
psicopedagógica. 
A amostragem para professores foi aleatória ou probabilística, e para os alunos foi o método 
por clusters ou por conglomerados, que “é especialmente útil quando o universo estatístico é 
formado por populações de grande dimensão e dispersas por vastas áreas” (Sousa & Baptista, 
2011, p. 76 apud Rêgo, 2015). 
 
Nesta pesquisa aplicaram-se as técnicas de entrevistas semi-estruturada através de um guião de 
perguntas que tiveram uma duração média de 8 minutos e dependeram da disponibilidade de 
cada participante, essas entrevistas foram individuais e presenciais. Este tipo de técnica 
depende da existência de um guião com um conjunto de perguntas abertas e fechadas, tendo 
características próximas de uma conversa do dia-a-dia, mas que se distingue pelo seu carácter 
profissional e pela flexibilidade do guião de entrevista que agrupa as questões básicas do 
investigador (Sousa & Baptista, 2011 apud Rêgo, 2015). 
 
Para tal foram utilizados formulários de entrevista com 4 perguntas relacionadas com a 
investigação e 4 relacionadas com informações pessoais. 
 
6 1 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 
 
A ficha do questionário cuja finalidade era de aprofundar as opiniões dos alunos sobre os 
motivos que os levaram a reprovar e entender os resultados que teriam se tivessem a 
colaboração dos pais/encarregados de educação e a escola. Este questionário estava dividido 
em 7 perguntas relacionadas com a investigação e 2 relacionadas com informações pessoais. 
O questionário misto é um instrumento com vantagens de padronização, autonomia e rapidez 
na recolha de informação, que apresenta questões de resposta aberta e fechada (Sousa & 
Baptista, 2011 apud Rêgo, 2015). 
 
Para analisar os dados recolhidos utilizou-se análise estatística, que permitiu determinar as 
percentagens das opções de resposta em cada item e calcular a moda das variáveis qualitativas 
a partir das técnicas estatísticas de análise multivariada e de gráficos dos resultados (Sousa & 
Baptista, 2011, p. 114 apud Rêgo, 2015) 
 
De salientar que foi recorrido a aplicação de Microsoft Excel-2013 tanto para o cálculo 
percentual dos dados, da moda das variáveis, como para a construção de gráficos de barras, o 
recurso ao gráfico de barras deveu-se a suas vantagens, pois, são propícios para as variáveis 
qualitativas, fáceis de construir e de lêr (Gilani, 1999). 
 
4. Resultados e discussão 
Neste item os dados estão representados em gráficos para facilitar a compreensão e a sua 
posterior discussão dos resultados de modo a articular os resultados obtidos com os 
fundamentos teóricos à luz do problema e dos objectivos. 
4.1. Aproveitamento pedagógico dos alunos 
 
O (Gráfico 1) é notório que no ano de 2013 verificou-se uma taxa de reprovações de 311 
alunos e 558 aprovados, em 2014 os alunos reprovados subiu para 544 e os aprovados desceu 
para 254 enquanto em 2015 o índice de reprovação dos alunos contínuou subindo para 595 e 
as aprovações descendo para 203. Segundo Marques (1994, p. 18) afirma que a não existência 
de colaboração biunívoca entre as partes e os objectivos dos alunos e os resultados obtidos 
serão divergentes. 
 
7 1 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 
 
Gráfico 1: Aproveitamento pedagógico dos alunos 
 
Fonte: Direcção da Escola Secundária Francisco Manyanga, 2016. 
 
4.2. Estado do aluno após ter reprovado 
 
Dos 50 alunos inquiridos, 5% diz que não fazer diferença a reprovação, 3% disseram que se 
sentem alegres quando reprovam numa disciplina escolar, 73% admitiram que após reprovar 
se sentem infelizes, enquanto, 19% afirmaram que se sentem frustrados quando reprovam 
numa disciplina escolar. Como ilustra o (gráfico 2 abaixo indicado), os alunos não se sentem 
bem após a reprovação, na medida em que 92% deles se sentem infelizes e frustrados. 
 
De acordo com Abreu (2013), no sentido de evitarem frustrações e depressões causadas pelo 
fracasso escolar que adquirem, alguns alunos adoptam estratégias de realização de actividades 
nas quais obtem sucesso e que lhes proporciona prazer, tais como o desporto e a música, 
assim, pode ser o mesmo caso para o aluno 5% que dizem não fazer diferença após reprovar e 
para os alunos 3% que disseram que se sentem alegres quando reprovamnuma disciplina 
escolar. 
 
 
 
 
8 1 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 
 
Gráfico 2: Estado do aluno após ter reprovado 
 
4.3. Responsavél pela reprovação 
O (gráfico 3) que se segue, 24% dos alunos inquiridos afirmaram que a culpa pela reprovação 
é de todos eles, 7% lançaram a culpa para as suas famílias, 9% imputaram a escola pelas 
reprovações e 60% dos alunos inquiridos culparam-se pela sua reprovação, o que por sua vez 
indica que os alunos culpam-se pela sua reprovação, tal facto também foi observado por Abreu 
(2013) quando referiu que o primeiro a se culpar é o próprio aluno, depois quem os culpam 
são os professores e por último são os seus pais/encarregados de educação. 
 
Gráfico 3: Responsavél pela reprovação 
24%
9%
7%
60%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
Todos
Escola
Família
Aluno
 
 
9 1 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 
 
4.4. Causas da reprovação citados pelos alunos 
 
Essa análise foi fundamental na medida em que permitiu identificar de forma directa as causas 
reais do fracasso escolar dos alunos da 10ª classe da Escola Secundária Francisco Manyanga. 
 
O (gráfico 4) verifica-se que dos alunos inquiridos, 60% declararam que reprovaram por ‘Não 
entender a matéria e não saber estudar’, são alunos que têm respectivamente Dificuldades de 
Aprendizagem e falta de acompanhamento familiar (Correia, 2004), 4% referiram ter 
reprovado devido ao ‘Elevado número de exames’, 3% indicaram que ‘os capítulos da matriz 
para preparação dos exames não estava de encontro com as questões do exame’, 5% 
indicaram a ‘mudança do regulamento’, 17% disseram que reprovaram por falta de 
acompanhamento familiar’, enquanto 11% mencionaram ter reprovado por falta de ‘dedicação 
individual’. 
Gráfico 4: Causas da reprovação citados pelos alunos 
 
 
4.5. Consequências do fracasso escolar 
As consequências do fracasso escolar são demasiados drásticos para que possamos cruzar os 
braços e deixar que os problemas continuem a multiplicar dizendo que é um problema 
económico que existe mesmo nos países mais desenvolvidos do que o nosso. O fracasso 
escolar traz consigo a infelicidade do aluno, a falta de confiança em si próprio no presente e 
 
10 1 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 
 
com graves reflexos futuros, a falta de amor pelos livros, o refugio as drogas, a delinquência, 
etc. 
 
4.6. Opinião dos alunos se tivessem a colaboração dos pais/encarregados de educação e a 
escola 
O (Gráfico 5) indica que 88% dos alunos inquiridos, opinarão que se tivessem a colaboração 
dos pais/encarregados de educação e a escola teriam obtido bons resultados, enquanto 12% 
citaram que mesmo se tivessem a colaboração teriam maus resultados. Kaztman e Rodriguez 
(s/d) apontam que não há dúvidas de que a força dos vínculos entre os pais e entre estes e os 
filhos potencializa a capacidade de transmissão do capital humano e social. 
 
Gráfico 5: Opinião dos alunos se tivessem a colaboração dos pais/encarregados de 
educação e a escola 
 
 
4.7. Opinião dos professores sobre a responsabilidade da reprovação dos alunos 
 
Nessa análise foi possível entender a opinião dos professores entrevistados sobre a 
responsabilidade pela reprovação dos seus alunos. 
O (gráfico 6) mostra que, 63% dos professores entrevistados referiram a Escola como sendo a 
culpada pela reprovação dos seus alunos, tal como Bock et al. (2001), esses professores 
 
11 1 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 
 
reconhecem o papel da própria Escola na garantia do sucesso escolar para todos os seus 
alunos, 5% mencionaram a família como sendo o culpado pela sua reprovação, 1% admitiram 
que todos têm culpa pela reprovação dos alunos, enquanto 31% indicaram os alunos como os 
responsaveis pela reprovação. 
 
Gráfico 6: Opinião dos professores sobre a responsabilidade da reprovação dos alunos 
 
 
4.8. O desinteresse do aluno como principal motivo da sua reprovação 
 
Esse ponto ilustrado no (Gráfico 7 abaixo) foi analisado na perspectiva de entender a opinião 
dos professores sobre as reais causas do fracasso escolar dos alunos da 10ª classe da Escola 
Secundária Francisco Manyanga. Dos 5 professores entrevistados, 68% indicaram o 
desinteresse como sendo o principal motivo da reprovação dos seus alunos, 5% diz não ter 
reprovado por falta de desinteresse, enquanto 27% dos entrevistados referenciados outros 
motivos. 
 
 
 
 
 
 
12 1 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 
 
Gráfico 7: Desinteresse do aluno como principal motivo da sua reprovação 
 
 
4.9. Opinião dos professores sobre o resultado da colaboração dos pais/encarregados de 
educação e a escola 
O (Gráfico 8) mostra que 97% dos professores opinarão que se os alunos tivessem a 
colaboração dos pais/encarregados de educação e a escola teriam obtido bons resultados 
enquanto 3% citaram que mesmo se tivessem a colaboração teriam maus resultados. 
 
Gráfico 8: Opinião dos professores sobre o resultado da colaboração dos 
pais/encarregados de educação e a escola 
 
 
13 1 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 
 
5. Conclusões 
 
Concluiu-se que 80% dos estudantes repetentes da 10ª classe reprovaram as duas secções, nas 
disciplinas de Matemática, Física e Química (Ciências) História e Português (Letras), tendo 
como consequência o total estado de infelicidade, embora na sua maioria já tenha uma 
previsão do resultado devido a falta de empenho individual. Porém a falta de dedicação por 
parte dos alunos, o regulamento introduzido pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento 
Humano (MINEDH) no ano tranzato, não entender a matéria e não saber estudar, desinteresse 
e a falta de acompanhamento escolar e familiar são as principais causas que ocasionaram as 
reprovações dos alunos. 
Os alunos assumem que se tivessem o devido acompanhamento quer por parte da escola assim 
como por parte dos seus pais/encarregados de educação teriam obtido bom desempenho 
escolar, remetendo-nos em uma situação de coordenação entre a Comunidade-Escola e ou 
vice-versa. Por outro lado, os alunos contestam o critério usado na introdução do regulamento, 
sendo a revisão do mesmo, uma das medidas a serem tomadas para a redução das reprovações 
ou por outra criarem-se meios de fortificação dos laços entre os pais/encarregados de 
educação, o aluno e a escola, de modo que o aluno seja o centro das atenções. 
Durante a recolha dos dados verificou-se que a escola deu um tratamento diferencial aos 
alunos, sendo que os repetentes estão colocados nas mesmas turmas, ou seja, há turmas 
específicas de repetentes. Essa forma de tratamento não é visto de bom agrado por parte dos 
alunos, porque segundo os inquiridos é uma forma de isolamento e conotação. 
Há que referir que no período do ensino e aprendizagem, existem professores que dão 
tratamento preferencial aos alunos que mais rápido assimilam a matéria em detrimento dos 
que não assimilam a materia rapidamente, fazendo com que a interação das aulas seja um 
dialógo de apenas duas pessoas. Esse factor deve-se a falta de formação psicopedagógica por 
parte dos professores. 
Por fim a participação da família na escola tende a tornar o ambiente escolar menos hostil, 
mais receptivo e mais propício ao desenvolvimento de práticas que facilitem e estimulem o 
aprendizado dos alunos. 
 
14 1 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográficapela Universidade Eduardo Mondlane 
 
Recomendações/sugestões 
 
 O conselho pedagógico da escola deve criar e discutir as metodologias e as estratégias 
para o combate ao fracasso escolar; 
 
 Os pais/encarregados de educação devem ajudar aos filhos com os deveres de casa, é 
um bom exemplo de que quanto mais tempo os pais poderem dedicar aos filhos, mais 
probabilidades tem de obterem bom desempenho escolar; 
 
 A Escola devia/deve ser rigorosa no processo de motivação, esclarecimento e 
aconselhamento dos pais/encarregados de educação e aos alunos e da garantia de uma 
maior integração e participação destes na vida da escola; 
 
 Os pais/encarregados de educação deviam ter o hábito de ter livros em casa, assim 
como seu consumo desde a primeira infância determinam condições de aprendizagem 
e de comportamentos em relação à escola e aos estudos; 
 
 Devia adoptar-se o modelo da classe cooperativa de Freinet, o método da 
aprendizagem por descoberta guiada e o professor devia também ensinar os seus 
alunos a estudar a matéria da sua disciplina. 
 
 
Referências bibliográficas 
 
ABREU, Marlene Aparecida Viana. (2013). Analisando as razões do fracasso escolar no 
ensino fundamental. 
 
ARROTEIA, J. (1991). Análise Social da Educação. Leiria: Roble Edições. 
 
BOCK, A.M.B., FURTADO, O.,& TEIXEIRA, M. L. T. (2001). Psicologias uma introdução 
ao estudo de psicologia. (13ª ed.). São Paulo: Editora Saraiva.BRITO, D.R. (s/d). 
Distúrbios,transtornos, dificuldades e problemas de aprendizagem. 
 
CORREIA, L. M. (2004). Problematização das dificuldades de aprendizagem nas necessidades 
educativas especiais. Análise Psicológica (2004), 2 (XXII): 369-376. 
 
15 1 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 
 
 
DICIONÁRIO Universal da Língua Portuguesa (1997), Lisboa, Portugal 
FRAURE, Edgar (1981). Aprender a ser. Lisboa: Livraria Bertrand. 
GILANI, Natasha. (1999). As vantagens de um gráfico de barras. Brasil. Recuperado a 24 de 
Outubro, 2014, de: http://www.ehow.com.br/vantagens-grafico-barras lista_68384/&sa=U&ei 
 
KAZTMAN, Ruben; RODRIGUEZ, Federico. “Las formas de constituición de las familias 
pobres urbanas em Uruguay: consecuencias sobre el rendimiento educativo de los ninõs”.In: 
Revista Prisma ,s/d. 
 
MACAMO, Ernesto Mário (2015). Insucesso Escolar em Moçambique. Estudo de caso na 
Escola Secundária Graça Machel. Lisboa. Dissertação apresentada para a obtenção de Grau de 
Mestre em Administração e Gestão Educacional. 
 
MARQUES, R. (1994). Colaboração Escola - Famílias: um conceito para melhorar a 
Educação. Revista ESES, n.º 5, 4-11. Mendonça, A. (2007). Era uma vez… a reforma 
educativa dos adultos. Conferência apresentada no III Colóquio DCE-UMa, subordinado ao 
tema Educação em Tempo de Mudança. Funchal, Madeira: Tecnopólo. 
MINED (2014). Guião do professor 2014. Moçambique: Maputo. 
 
NETO (http://WWW.Stome.net/educa/tese/neto), 4 horas de 15/3/06 Rádio Educativa. 
 
OLIVEIRA, Oliveira J (1996). Psicologia da educação. capítulo V Página 214. 
 
QUIVY, R. & CAMPENHOUDT, L.V. (2008). Manual de investigação em ciências sociais. 
(5ª ed.). Lisboa: Gradiva. 
 
RÊGO, Amâncio Maurício Xavier. (2015). Análise dos factores do insucesso escolar dos 
alunos do 2° ciclo na escola secundária da vila nova na cidade de chimoio. Chimoio. Tese 
apresentado para o obtenção do grau de Mestre em Gestão e Administração Educacional. 
 
REIS, F.L. (2010). Como elaborar uma dissertação de mestrado. Lisboa: Lidel. 
 
 TAVARES, J. & Santiago, R. (2001). Ensino Superior – (In)Sucesso Académico. Porto: Porto 
Editora. 
 
 
NOTA: 
Artigo recebido em Agosto de 2016 e Aceito para apresentação nas 
Jornadas de Educação do Ministério da Educação e 
Desenvolvimento Humano (MINEDH) em Setembro de 2016. 
Maputo - Moçambique 
 
http://www.stome.net/educa/tese/neto

Continue navegando