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Origem do Estado: Teorias Contratualistas

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Plano	de	Aula:	A	origem	do	Estado:	principais	linhas	teóricas	(2ª
parte)
CIÊNCIA	POLÍTICA	-	CCJ0216
Título
A	origem	do	Estado:	principais	linhas	teóricas	(2ª	parte)
Número	de	Aulas	por	Semana
Número	de	Semana	de	Aula
3
Tema
A	origem	do	Estado:	principais	linhas	teóricas	(2ª	parte)
Objetivos
O	aluno	deverá	ser	capaz	de:
1	-	compreender	as	linhas	teóricas	e	características	que	fundamentam	a	teoria
do	contrato	social	de	John	Locke,	relacionando-as	ao	Estado	Liberal	que	vai	se
construindo	no	período;
2	-	entender	as	linhas	teóricas	e	características	que	fundamentam	a	teoria	do
contrato	social	em	J.J.	Rousseau,	relacionando-as	à	formação	de	um	ideário
democrático	(plebiscitário)	e	antiabsolutista;
3	-	apontar	as	características	principais	que	definem	as	Teorias	Coletivistas	e
as	Teorias	do	Estado	de	Direito	como	teorias	que	(também)	buscam	explicar	a
origem	do	fenômeno	estatal.
Estrutura	do	Conteúdo
O	 conteúdo	 desta	 aula	 será	 apresentado	 com	 base	 nos	 conteúdos
estabelecidos	 no	 Capítulo	 2	 do	 Livro	 Didático	 de	 Ciência	 Política,	 mais
especificamente	a	partir	do	item	2.2.2	até	o	fim	do	citado	Capítulo,	situado	na
Unidade	 I.	Não	deixe	de	 lê-lo	 em	momento	 anterior	 à	 sua	apresentação	pelo
professor.
Tópicos:
O	 Contratualismo	 lockeano	 -	 Se	 o	 contratualismo	 hobbesiano	 é	 considerado
uma	das	principais	linhas	teóricas	fundamentadoras	do	absolutismo	moderno,
o	 contratualismo	 lockeano	 se	 distinguirá	 por	 ser	 um	 dos	 principais	 alicerces
teóricos	 do	 liberalismo	 político.	 Estão	 presentes	 no	 pensamento	 de	 Locke
algumas	 das	 principais	 linhas	 de	 defesa	 dos	 direitos	 fundamentais	 de
liberdades	 (as	 liberdades	 públicas)	 hoje	 presentes	 nas	 constituições
contemporâneas.	Na	concepção	do	filósofo	inglês,	aos	direitos	naturais	à	vida,
à	 liberdade	 e	 à	 propriedade	 (anteriores	 a	 qualquer	 decisão	 política	 tomada
pelos	 detentores	 do	 poder)	 se	 junta,	 como	 garantia	 de	 que	 serão	 estes
respeitados,	 o	 direito	 a	 resistir	 ao	 tirano	 que	 não	 estiver	 apto	 a	 garanti-los.
(Ambiente	SAVA)
O	Contratualismo	rousseauniano	-O	contratualismo	rousseauniano	parte	do
pressuposto	da	necessidade	de	se	estabelecer	um	pacto	legítimo,	que	lhes
devolva	a	liberdade	natural	perdida	com	o	surgimento	das	relações	sociais.
Para	isso,	o	corpo	soberano	formado	pelo	povo	(concomitantemente	súdito	e
soberano)	é	quem	detém	os	poderes	para	elaborar	as	leis,	de	forma	a	reforçar
a	concepção	de	legitimidade	advindo	desta	(as	leis	são	dirigidas	a	quem	as
fez).	Assim,	o	governo	(corpo	administrativo)	está	absolutamente	limitado	pela
vontade	geral	(lei)	do	povo	soberano	que	tem	a	função	de	submeter	as
vontades	particulares.	Com	isso,	a	visão	rousseauniana	concebe	que	a
representação	política	não	deve	se	dar	por	meio	de	uma	democracia
representativa,	mas	sim	por	intermédio	de	uma	democracia	direta,	nos	moldes
daquela	experimentada	pelos	gregos.	Embora	a	participação	democrática	do
povo	se	aprofunde	no	pensamento	rousseauniano,	neste	não	encontramos
uma	boa	fundamentação	para	os	hoje	denominados	direitos	fundamentais,
visto	que	a	vontade	geral	(lei	do	ponto	de	vista	político)	se	impõe	contra
qualquer	outro	direito.
Aplicação	Prática	Teórica
Também	 em	 Locke,	 a	 teoria	 contratualista	 pressupõe	 a	 existência	 de	 um
estado	natural,	 contudo	 sua	existência,	 diferentemente	do	que	dissemos	em
Hobbes,	parece	ser	uma	realidade	e	não	uma	ficção.	A	família	e	a	propriedade
caracterizam	a	existência	efetiva	do	estado	natural,	o	que	implica	admitir	que,
em	Locke,	embora	o	estado	de	natureza	seja	um	momento	anterior	ao	estado
civil,	 ele	não	é	pré-social,	 pois	 sua	 teoria	não	afasta	a	existência	de	vínculos
sociais	 espontaneamente	 contraídos	 pelos	 homens	 em	 busca	 do	 bem-estar
comum.(	 Livro	 do	 Proprietário:	 Ciência	 política	 /	 Marcelo	 Machado	 Lima	 ;
Guilherme	Sandoval	Góes.
Rio	de	Janeiro	:	SESES,	2015,	pag.	47)
Diante	 do	 texto	 acima	 e,	 de	 acordo	 com	 o	 que	 você	 apreendeu	 da	 leitura
referente	à	Aula	3,	responda:
a)	 Para	 Locke	 o	 individuo	 tem	 direito	 à	 vida,	 à	 propriedade	 e	 à	 liberdade	 no
estado	de	natureza?	Justifique	sua	resposta.
b)	 A	 pergunta	 que	 surge	 e	 se	 faz	 relevante	 neste	 momento,	 então,	 é	 a
seguinte:	 por	 que	 seria	 necessário	 passar	 do	 estado	 de	 natureza	 para	 um
estado	civil,	se	o	primeiro	(diferentemente	da	construção	pensada	em	Hobbes)
já	 teria	 por	 pressuposto	 os	 direitos	 à	 liberdade,	 à	 vida	 e	 à	 propriedade?
Justifique	sua	resposta.

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