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TRICOSTRONGILOIDOSES DOS RUMINANTES - A inflamação pode afetar o funcionamento do abomaso e intestino delgado, podendo causar anemia, emagrecimento, morte se agravar. Anemia é mais causada mais pelo Haemonchus que mais causa prejuízo por perda de sangue, os demais prejudica a parede do órgão, levando a desnutrição e gerando anemia. Há diminuição de apetite, diminuição de digestibilidade, diminuição do ganho de peso, emagrecimento, caquexia. Também pode haver edema – acumulo de liquido nos tecidos – por desnutrição, diminui a quantidade de proteínas dissolvidas no sangue, alterando o equilíbrio hidrostático/ hidroeletrolítico gerando extravasamento de liquido dos vasos, dos vasos vão para os tecidos – e o tecido com acumulo de liquido se encontram edemaciados. O edema é resultado de uma parasitose grave. - Cada parasita tem um prejuízo especifico que causa, como o Haemonchus é o hematófago, sendo que a principal causa dele é a anemia pela perda importante de sangue, ele pode morar no abomaso – então neste local há perda de sangue pelo parasita tanto pela hemorragia que ele causa – lesões que sangram ao se fixar e se alimentar. Ostertagia causa o prejuízo no abomaso onde ela penetra nas glândulas gástricas, que são destruídas. Já o Tricoscontrigilus e a cooperia vivem no intestino delgado causando enterite – inflamação do intestino, como resultado disto há a diarréia, dor, alteração de apetite, desnutrição – funcionamento alterado, fluxo mais rápido, absorção diminuída e perda de fluidos intensa pelas fezes. Portanto, a diarréia é por enterite (inflamação) – toda vez que tem inflamação tem aumento de permeabilidade, edema local, perda de fluidos, por isto diarréia liquida que gera desidratação nos animais. - Exploração de produtividade de ruminantes que vai ser afetada: venda de carne – perda de peso, leite – desnutrição/ anemia, pelagem/ lã/ couro – desnutrição. Prejuizos muito intensos, deve ser controlado existindo ou não doença clinica. ESTUDO CLÍNICO E ANATÔMICO: ➢ principal causa da diminuição da produtividade em ruminantes ➢ patogênese relacionada à inapetência e aumento de perda de proteínas no trato gastrointestinal ➢ comum sinais clínicos (lista pode mudar de acordo com a gravidade do fato): ▪ insuficiente ganho de peso ▪ perda de peso ▪ má condição corporal – além de peso, pode ser considerado as condições de pelagem (seca, eriçada, quebradiça). ▪ Inapetência – apetite afetado, pode estar totalmente ausente. ▪ Anemia – pode ser por dois motivos, desnutrição ou perda direta por hematófagos. ▪ Diarréia – pela enterite Frequência Sazonal Brasil → infecção dos animais o ano todo, com variações ligadas à distribuição das chuvas ➢ fim do inverno e primavera intensidade de infestação bem elevada ➢ verão e início do outono infestação dependente da precipitação pluvial e temperatura do solo. - Infecção dos ruminantes pela ingestão das L3 na pastagem, período do ano interfere na quantidade de larvas no ambiente (sazonalidade ligado a freqüência da doença). - Comparando os 3 hospedeiros, a doença é muito semelhante para os 3, porém, os ovinos, podem ter uma tricostrongiloidose muito grave, e a mortalidade pode ser bastante alta – a presença do haemonchus em grande quantidade no ovino pode causar morte muito rápida por perda de sangue, e quando ocorre desta maneira muito rápida não é percebido emagrecimento, edema = tricostrongiloidose aguda. Nos demais animais é tipicamente crônica – evolução lenta. - Os tricostrongilideos nunca vão estar sozinhos, são 4 tipos: haemonchus, ortertagia, cooperia e tricostrongilus. Sempre vai estar pelomenos dois ao mesmo tempo nestes ruminantes. O haemongus é o principal, pois se ele estiver presente ele se alimenta de muito sangue, qualquer outro parasita que estiver com ele vai contribuir mas não será a causa principal da infecção. Se não haver presença do haemonchus e somente algum dos outros 3 tipos não haverá perda de sangue, o animal vai ter anemia mas será a por desnutrição. - Então um animal parasitado neste caso pode estar em uma das duas situações: anemia bastante grave, ou a opção de desenvolver a anemia mais tardeamente que seria por desnutrição. *Sempre pensar na somatória das lesões, pois eles nunca vão estar sozinhos. ➢ Sintomatologia do bovinos, ovinos e caprinos muito semelhantes Dois tipos de tricostrongiloidoses: ➢ atividade patogênica de um parasita (primitiva) ➢ e outros com papel acessório (secundária) De acordo com espécies tricostrongilídeos Presentes duas grandes síndromes: ▪ SÍNDROME ANEMIA ou ANEMICA ▪ SÍNDROME GASTROENTÉRICA - Pode separar em perda rápida de sangue e a com perda não rápida de sangue, isto vamos dar o nome de síndrome. SÍNDROME ANEMIA ▪ presença de Haemonchus spp ▪ Haemonchus placei nos bovinos ▪ Haemonchus contortus em ovinos e caprinos ▪ T. axei, O. ostertagi e O. circuncincta podem causar anemia nutricional marginal, associada a perda de proteínas plasmáticas no trato alimentar - Sindrome anemia é a perda rápida de sangue, que ocorre rapidamente. Na avaliação clinica do animal se percebe essa perda importante de sangue através da palidez das mucosas, adinamia, lacitude, lentidão pela falta de energia (e sempre tem sinal gastroenterico pois tem outro verme junto que causa diarreia). Haemonchus → anemia por hematofagismo e hemorragia abomasal (por abandono dos pontos de fixação) Haemonchus contortus: média 0,05 ml/dia isolados e 0,07 ml/dia em infecções mistas – fora a quantidade de sangue que ele deixa o animal perder depois que abandona os locais de sucção. - O haemonchus não se fixa por muito tempo no mesmo local, fica mudando de posição dentro do abomaso, cada ponto abandonado fica 5 min sangrando. Este sangue vai para dentro do abomaso, sendo possível identificar na necropsia conteúdo avermelhado e lesões que sangram. Contribuem: ✓ aumento da permeabilidade da mucosa abomasal ✓ aumento do pH gástrico (Ostertagia) Durante desenvolvimento do Ostertagia na mucosa gástrica ocorre destruição das células fúndicas → diminui produção de HCl - A ostertagia faz desenvolvimento da L3 para L4 dentro das glândulas gástricas. O ciclo: ovos no ambiente proveniente das fezes dos hospedeiros, ovo no ambiente libera a larva L1 que evolui para L2 e depois L3, animal ingere L3 que é a forma infectante, segue para seu habitat abomaso, entra nas glândulas gástricas para mudar de L3 para L4 (a glândula gástrica produz um acido que contribui para a digestão – acido clorídrico – Hcl que diminui o ph facilitando a ação da enzima pepsina responsável pela quebra das proteínas, a pepsina é proveniente de um precursor chamado de pepsinogenio. Ou seja, o pepsinogênio tem que se transformar em pepsina no estomago. Em suma, na presença do hcl o pepsinogênio é transformado em pepsina. Portanto, se destruir as glândulas gástricas a quantidade de hcl diminui, assim, a quantidade de pepsina no estomago diminui, diminuindo consequentemente a digestibilidade do ruminante. Voltando no ciclo da ostertagia, ela é digerida na fase de L3, chega no abomaso, entra na glândula gástrica, se transforma em L4, como L4 ela tem que voltar para a superfície do abomaso, que na superfície muda para L5 para se alimentar e se fixar na superfície do abomaso – esta movimentação dentro das glândulas gástricas muitas vezes a destrói por isto diminui o hcl produzido no estomago. Além disso, no estomago pela produção do hcl o ph é ácido, se diminuir o hcl o ph vai aumentando tendendo a neutro. Em um abomaso normal, o ph acido evita proliferação de microrganismos, se o ph ficar neutro este efeito bacteriostático vai acabando e muitos microrganismos começam se instalar no abomaso. Tudo isto contribui para diminuir a capacidade de digerir e aproveitar os nutrientes da alimentação. E o movimento dos parasitas e presença causa inflamaçãono abomaso, e toda inflamação tem resultados parecidos: dor com retroação no apetite do animal, calor, rubor, tumor – edema local – isto aumenta a permeabilidade do vaso, este liquido segue para dentro do abomaso, perda de nutrientes, desnutrição progressiva, emagrecimento, caquexia. Anemia caracterizada por: - sintomas gerais: anorexia, adinamia, etc. - Sintomas locais: palidez de mucosas Sinais hematológicos (por perda de sangue): - queda no número de hemácias - microcitose (hemácia defeituosa ou velha) ou macrocitose (hemácia jovem) – isto indica deficiência de ferro pela desnutrição ou perda acentuada de sangue, macrocitose por não dar tempo de esperar madurar as hemácias, perda muito rápida e não da para repor. - diminuição importante e precoce da taxa de hemoglobina anemia hipocrômica, tipo microcítica ou macrocítica No curso desta síndrome dominam sinais de anemia, com distúrbios digestivos pouco marcados. Pode não ocorrer diarreia - hemoncose está frequentemente associada à constipação – geralmente não acontece. Fezes com aspecto hemorrágico, coloração escura e odor característico – escuro pois o sangue digerido do abomaso. *O haemonchus não causa anemia mas na síndrome anemia pode ter diarréia pois ele sempre esta acompanhado de outro parasita. SÍNDROME GASTROENTÉRICA - O tricostrongilos e cooperia causam enterite. Eles são extremamente finos e pequenos, eles não retiram pedaços enormes de tecidos, mas para se alimentar eles entram até metade do corpo dentro da parede e se movimentando, causando inflamação intensa na parede do intestino – enterite – causando diarréia, diminuição da motilidade, dor que altera do apetite do animal, edema – perda de fluidos que saem com as fezes. A diarréia vai ser liquida, pode ter sangue mais avermelhado porque algumas lesões podem chegar a necrose. O ruminante sempre vai ter uma desnutrição que acompanha esta gastroenterite. → Infestação primordial por tricostrongilídeos de espécies causadores de alterações no processo digestivo e na motilidade intestinal – NÃO TEM presença de haemonchus. Se retira a anemia então sobra de sinais importantes a gastroenterite. Parasitos associados: Tricostrongilídeos que não o Haemonchus sp ação irritativa e perturbadora do processo digestivo; anemia a longo prazo (exceto T. axei - hematófago) 1o sinal: alteração do apetite → irregular, caprichoso ou diminuído – ou até inexistente Causas da anorexia: - Desidratação – diarréia com perda de liquidos - Aumento da motilidade intestinal - Inflamação do trato gastro-intestinal ✓ Extravasamento gastroentérico de proteínas do plasma – inflamação que causa aumento da permeabilidade ✓ Deficiência no consumo de alimentos – diminuição do apetite nos animais ✓ Distúrbios nos vasos linfáticos intestinais – quando afetados diminui a absorção dos nutrientes que são levados pela circulação linfatica ✓ Alterações na motilidade intestinal – contribui para a diarréia ✓ Alteração da secreção gastrointestinal Características clínicas: ➢ Diarreia profusa, abundante, líquida, eliminada em jatos, rebelde – suja muito a pelagem dos animais, fácil de ser percebida no rebanho ➢ Fezes podem ter coloração escura ➢ Desidratação intensa ➢ Anemia pouco aparente (normocrômica e normocítica) – anemia por desnutrição, não tem macrocitose e microcitose. Evolução geralmente crônica e lenta: - Emagrecimento progressivo, fraqueza geral, adinamia; má nutrição da pele, pelagem seca; - últimos períodos → caquexia com edemas (SUBMANDIBULAR) nas regiões em declive; enfraquecimento maior até decúbito; perda abundante de pelos e lã; morte. - Edema é característico de quadros mais graves – primeiramente submandibular, depois barbela e raramente alcança os membros. PATOGENIA Ações patogênicas: - Cada um dos 4 tem um efeito especifico mas juntos acabam determinando essa condição clinica chamada de tricostrongiloidose. a) Ação mecânica e traumática: inflamação e até destruição tecidual – onde se fixam e alimentam os adultos que é o abomaso ou ID. b) Ação expoliadora – o que é retirado do hospedeiro, haemonchus sangue e os outros pequena quantidade de tecido. c) Ação perturbadora do metabolismo: da digestão, da anemia, da anorexia – o efeito no abomaso e intestino afeta o metabolismo dos animais diminuindo a capacidade de ganhar peso e manter o seu peso normal. Anemia: 1) Espoliação pelos hematófagos – perda direta, haemonchus. 2) Inibição da hematopoiese – carência dos elementos base – ou por desnutrição. Diarréia: irritação gastro-intestinal (abomaso e intestino delgado) e ação antienzimática (das glândulas gastricas, pepsina); desidratação (inflamação gera perda de liquidos). Emagrecimento: falta de proteínas (edemas da caquexia) – se o animal não esta sendo nutrido adequadamente ele não esta tendo a quantidade suficiente de proteínas e outros nutrientes. Abortos: desnutrição; edema de placenta – o parasita diretamente não causa, mas em uma tricostrongiloidose pode causar, como uma conseqüência por edema de placenta, desnutrição, morte fetal. Atraso de crescimento, inapetência e adinamia discretas: distúrbios protéicos Lesões gerais (que é possível visualizar): a) Evolução crônica: músculos atrofiados, pálidos e úmidos, serosidades com aspecto brilhante (hidrocaquexia) b) Evolução aguda: emagrecimento pouco marcado – não leva a caquexia porque o tempo para desenvolver emagrecimento é muito curto. - Consegue achar lesões por tricostrongilideos, em abomaso e intestino delgado – no abomaso podemos ver pontos hemorrágicos por haemonchus, já a ostertagia não vemos a destruição das glândulas gástricas, mas quando o parasita entra na glândula gástrica destruindo a parede e depois ela retorna forma-se pequenos nódulos esbranquiçados com furo no centro, que é por onde sai a larva. Então a presença desses pequenos nódulos dentro do abomaso indica uma parasitose previa ou no momento por ostertagia. - De modo geral, no intestino delgado as lesões que aparecem como erosões causa inflamação chamada de enterite. Após a morte, na necropsia a carcaça desse animal, se foi uma tricostrongiloidose prolongada percebe- se a carcaça do animal mais magra, o edema deixa as serosas brilhosas/ úmidas, o sangue encontra-se mais esbranquiçado/ por causa da anemia com desnutrição. Lesões locais: 1. Gastrite catarral aguda: período inicial por L3 e L4 (primo-infecção por T.axei e O.ostertagi) – é quando há formação de muco. 2. Gastrite crônica: mucosa espessa e acinzentada (todos tricostrongilídeos do abomaso) – devido ao longo tempo de infestação 3. Gastrite hemorrágica: pontos vermelhos do tamanho de ponta de alfinete; quanto aglomeradas formam ulcerações (Haemonchus sp) – presença do haemonchus e alguns pontos avermelhados devido a alimentação do parasita. 4. Gastrite ulcerativa: pequenas úlceras circulares, não hemorrágicas, com anel saliente (T.axei ) 5. Gastrite nodular: nódulos esbranquiçados disseminados com pequeno orifício central (L3 e L4 de Ostertagia sp) 6. Gastrite edematosa: bovinos de 4 anos ou mais; aumento de volume e peso do abomaso, edema intenso (Ostertagia sp ou T.axei em pequena quantidade) – neste caso o animal tem a infestação por muitos anos, e o edema é grande, o abomaso chega a pesar mais de 8kg. - Gastrite é sempre referente ao abomaso – presença de lesões dentro do abomaso (Ostertagia e Haemonchus). E tem o T. axei é parasita de abomaso (não é de ID como os outros tricostrongilideos). Somente o haemonchus é possível visualizar quando preso no abomaso. Lesões no intestino delgado: - Enterite catarral crônica mais comum - Enterite aguda com erosão e necrose do epitélio e vilosidades - No ID, as lesões são menos características, é uma enterite com algumas áreas com erosão, pode ter sangramento, algumas áreas com necrose, mas de modo geral uma enteritede intestino delgado. A enterite pode ser catarral quando mais crônica e se ela se desenvolver de forma mais aguda, ela tem um edema pronunciado podendo ter necrose e sangramento e até uma diminuição da altura das vilosidades. Lesões complementares: - lesões esplênicas - baço pálido e contraído - degeneração dos rins (ação tóxica por complicações sépticas) – quando a cobertura intestinal perde a função de barreira, com invasão bacteriana, o que acontece com os tricostrongilideos que intestino delgado. - Pode ter lesões em alguns órgãos associados a patogenia. Como o baço pela alteração hematológica em casos prologados – baço esbranquiçado e atrofiado. Diagnóstico: Avaliação – clínica (sinais e evolução), histórico rebanho (ao longo do tempo), histórico ambiente, coproparasitológico (exame de fezes para busca de possíveis ovos – alongado, parede fina e não larvado, e quantificação dos ovos). Diagnostico: busca da causa de algo. Monitoramento – O.P.G., avaliação clínica e rendimento rebanho. Monitoramento: acompanhar a evolução da infestação, deve ser feito sempre, e se baseia na busca de ovos nas fezes, comparando com os exames anteriores, avaliar ganho de peso. Controle – preventivo periódico no rebanho (uso de anti helmíntico independente de diagnóstico), ambiental (rodizio de pastagem)
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