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EMERGÊNCIAS MÉDICAS EMERGÊNCIA URGÊNCIA O QUE É A emergência é considerada uma situação em que a vida ou a saúde enfrenta uma ameaça imediata. Na urgência não há risco imediato de vida, porém pode se transformar em uma emergência se não for solucionada rapidamente. APARECIMEN TO De forma súbita e imprevista. Pode haver previsão. SOLUÇÃO Deve ser imediata. Deve ser em curto prazo. EXEMPLO Hemorragias, parada respiratória e parada cardíaca. Luxações, torções e fraturas (a depender da gravidade) PREVENÇÃO A prevenção é a base do tratamento das emergências médicas. A primeira etapa é a avaliação do risco. Esta etapa inicia-se com uma anamnese cuidadosa que, no consultório odontológico, envolve a coleta de uma anamnese precisa, incluindo uma revisão dos sistemas guiada pelas respostas positivas pertinentes na história do paciente. Os sinais vitais devem ser registrados e deve-se realizar um exame físico (com base na anamnese do paciente e nos problemas presentes). Embora qualquer paciente possa desenvolver uma emergência médica em qualquer momento do atendimento, algumas condições clínicas predispõem os pacientes a emergências médicas no consultório odontológico. Emergências desencadeadas pela ansiedade: Angina pectoris, crise tireoidiana, infarto no miocárdio, choque insulínico, broncoespasmo asmático, hiperventilação, insuficiência suprarrenal (aguda), epilepsia e hipertensão grave. PREPARAÇÃO O preparo é o segundo fator mais importante (após a prevenção) no tratamento das emergências médicas. A preparação para tratar emergências inclui quatro ações especícas: 1) assegurar que a educação odontológica do prossional foi adequada e mantida atualizada em relação aos cuidados emergenciais; 2) dispor de equipe auxiliar treinada para auxiliar em emergências médicas; 3) estabelecer um sistema de acesso rápido a outros prossionais de saúde capazes de prestar socorro durante uma emergência; 4) equipar adequadamente o consultório odontológico para fornecer assistência inicial a pacientes com problemas graves. SUPORTE BÁSICO DE VIDA MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DE EMERGÊNCIA Cadeira Odontológica Cadeira odontológica capaz de permitir que o paciente seja colocado em uma posição horizontal com os pés posicionados de forma mais elevada que a cabeça. A cadeira deve ser capaz de ser abaixada até perto do chão para permitir que o SBV (suporte básico de vida) seja realizado de forma mais adequada. Auxílio Respiratório O equipamento inclui cânulas de aspiração tonsilar, de vias aéreas nasais e orais, tubos coletores que permitem a execução de aspiração de grandes volumes e balão de ressuscitação com máscara de face transparente. As vias aéreas nasal e oral, laringoscópios, e cânulas endotraqueais para intubação podem ser úteis para dentistas com treinamento adequado no seu uso ou para outros prossionais chamados para ajudar durante uma emergência. Administração de fármacos Os equipamentos incluem seringas e agulhas, torniquetes, soluções intravenosas (IV), cateteres e cânulas IV. Os dentistas podem montar o seu próprio kit emergência. Assim, os prossionais adequadamente treinados escolhem somente aqueles agentes que eles consideram como os mais prováveis de serem utilizados durante uma emergência. Os kits personalizados também ajudam o dentista a organizar o kit de forma a facilitar o seu uso durante situações de emergência. Os fármacos e todos os equipamentos do kit devem estar bem rotulados e ser vericados frequentemente, para assegurar que estejam completos, bem como para conrmar que estejam dentro do prazo de validade. A rotulagem pode incluir não somente o nome do fármaco, mas também descrever as situações em que ele é mais comumente utilizado. Suprimentos de Emergência para o consultório odontológico PROCEDIMENTOS MATERIAL Estabelecimento e manutenção de acesso intravenoso Cateter plástico; Cateter metálico Cânula intravenosa com fluxo valvular Torniquete Fita plástica de largura de 2,5 cm Solução cristaloide (salina normal, dextrose a 5% em água) Aspiração de grande volume Pontas de sucção de diâmetro largo; Pontas de aspiração tonsilares Tubo de extensão Conectores para adaptação do tubo ao equipamento de aspiração odontológico Administração de fármacos Seringas plásticas (5 e 10 mL); Agulhas (calibres 18 e 21) Administração de oxigênio Máscara facial transparente Balão de ressuscitação (unidade de balão e máscara de ar) Tubo de extensão de oxigênio (com e sem cateteres nasais) Cilindro de oxigênio com válvula de fluxo Vias áreas oral e nasal* Tubo endotraqueal* Máscara de oxigênio de livre demanda* * Para uso por dentistas com treinamento apropriado ou por aqueles profissionais chamados para fornecer assistência médica. REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE Dos quatro tipos básicos de reações de hipersensibilidade, somente o tipo I (hipersensibilidade imediata) pode causar uma condição aguda ameaçadora à vida. As reações alérgicas tipo I são mediadas primariamente por anticorpos imunoglobulina E. Uma reação analática tipicamente inicia-se com o paciente queixando-se de mal-estar ou sensação de morte imediata. - Manifestações cutâneas: rubor (vermelhidão), urticária e prurido na face e no tronco; - Podem ocorrer náuseas e vômito, cólicas abdominais e incontinência urinária; - Iniciam-se sintomas de perturbação respiratória, com dispnéia e sibilo (a cianose do leito ungueal e da mucosa ocorre em decorrência da troca de ar insuciente); - E quando ocorre a obstrução total das vias aéreas, o paciente rapidamente evolui para a inconsciência; - Manifestações cardiovasculares: taquicardia, palpitação, pressão sanguínea baixa (débito cardíaco diminuído e da vasodilatação periférica), disritmias cardíacas. OBS.: Mesmo com todas as reações cardiovasculares, a causa mais comum de morte nos pacientes que desenvolvem reação analática é a obstrução laríngea causada pelo edema das cordas vocais. DESCONFORTO TORÁCICO O desconforto proveniente de isquemia cardíaca é frequentemente descrito como uma sensação de pressão ou aperto, com sensação de peso no peito. O desconforto, em geral, inicia-se na localização retroesternal, irradiando-se para o ombro e braço esquerdos. Todos os procedimentos odontológicos devem ser interrompidos mesmo se a cirurgia estiver parcialmente nalizada. O paciente deve ser tranquilizado de que tudo está sob controle enquanto os sinais vitais estão sendo monitorados e inicia-se a administração de oxigênio. - Situações para o transporte do paciente para emergência Se o pulso estiver irregular, rápido ou fraco, ou a pressão sanguínea estiver menor do que o limite mínimo, deve-se solicitar ajuda a um setor de emergência externo enquanto o paciente é colocado em uma posição quase supina e é iniciado o tratamento com oxigênio e nitroglicerina. Outra situação grave que necessita da transferência para um hospital é o caso em que o desconforto torácico do paciente não é aliviado em 20 minutos com o tratamento apropriado. Nesse caso, deve-se presumir que um infarto do miocárdio está em progressão. DESCONFORTO RESPIRATÓRIO - Asma O tratamento deve ser iniciado com a colocação do paciente em uma posição ereta ou semi ereta. Inicia-se, então, a administração tração de broncodilatadores,usando-se o inalador do próprio paciente ou o do suprimento de emergência do consultório. O inalador pode conter epinefrina, isoproterenol, metaproterenol ou albuterol. - Hiperventilação A causa mais frequente de diculdade respiratória no consultório odontológico é a ansiedade, expressada através da hiperventilação. Os pacientes com ansiedade extrema devem ser tratados com um protocolo de redução de ansiedade, podem ser necessários agentes ansiolíticos farmacológicos. Sintomas e sinais: queixa de incapacidade de inspirar ar suciente; paciente respira rapidamente e ca agitado; ventilação rápida aumenta a eliminação de CO2 pelos pulmões; paciente se torna alcalótico; tontura e de sensação de formigamento nos dedos das mãos, pés e região perioral; pode desenvolver também contrações musculares e convulsões; eventualmente ocorre perda da consciência. Tratamento: término do procedimento cirúrgico, colocação do paciente em uma posição semi ereta, e sua tranquilização. - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - Aspiração de corpo estranho Os objetos que alcançam a hipofaringe são frequentemente deglutidos e geralmente passam inofensivamente pelo trato gastrointestinal. Mesmo que o dentista esteja seguro de que o material foi deglutido, devem ser realizadas radiogra as torácicas e abdominais para eliminar a possibilidade de uma aspiração assintomática para trato respiratório. Em caso de objetos maiores aspirados, estes podem obstruir as vias aéreas e ficarem alojados de tal maneira que a tosse é inecaz, pois os pulmões não podem ser preenchidos com ar antes da tentativa de tossir. Nesta situação, o paciente não produz qualquer vocalização e ca extremamente ansioso. A cianose logo aparece, o que leva à perda da consciência. A maneira pela qual será conduzido o tratamento para um corpo estranho aspirado dependerá primariamente do grau de obstrução das vias aéreas. No paciente com obstrução completa, mas que permanece acordado, deve ser realizada pressão abdominal ou manobra de Heimlich até que se obtenha sucesso na expulsão do objeto ou haja a perda de consciência do paciente. - Aspiração de conteúdo gástrico A aspiração do conteúdo gástrico para o trato respiratório inferior representa uma situação que desencadeia diculdades respiratórias graves. O material do conteúdo gástrico causa obstrução física das vias aéreas pulmonares, mas geralmente é a alta acidez do conteúdo gástrico que produz problemas mais sérios. A prevenção da aspiração gástrica envolve instruções para o paciente evitar comer ou beber nas 8 horas anteriores a qualquer cirurgia oral agendada durante a qual ele possa estar moderada ou profundamente sedado. ALTERAÇÃO DA CONSCIÊNCIA - Síncope Vasovagal Ocorre em decorrência de uma série de eventos cardiovasculares desencadeados pelo estresse emocional que aparece durante a antecipação ou o início do tratamento odontológico. Sintomas e sinais: sensação de calor generalizado, náusea, palpitações, tontura, fraqueza, bradicardia, se a isquemia cerebral desenvolver-se de forma sucientemente lenta, o paciente pode apresentar primeiramente uma convulsão. Prevenção: preparo adequado do paciente; pode-se administrar fármacos ansiolíticos antes do tratamento. Tratamento: paciente em posição com as pernas mais elevados acima do nível do coração. - Hipotensão Ortostática Ocorre devido ao acúmulo de sangue periférico que não é redirecionado de forma sucientemente rápida para evitar uma isquemia cerebral quando o paciente assume uma postura vertical rapidamente. Sintomas e sinais: tontura, fraqueza generalizada, palpitações. Tratamento: interromper o tratamento odontológico e colocar o paciente em posição supina, com as pernas elevadas, acima do nível da cabeça. - Convulsão Geralmente, o paciente terá previamente o diagnóstico do distúrbio convulsivo e utilizará medicações anti convulsivas. O dentista deve descobrir pela anamnese o grau de controle da convulsão para decidir se a cirurgia oral pode ser realizada de forma segura. A ocorrência de uma convulsão durante o tratamento odontológico, embora possa gerar grande preocupação na equipe, raramente é uma emergência que precise de outras ações diferentes da simples proteção do paciente contra lesões. No entanto, o tratamento dos pacientes durante e após uma convulsão varia, baseando-se no tipo de convulsão que ocorre. - Toxicidade ao anestésico local Pode causar toxicidade caso seja administrado em quantidade ou maneira que produza uma quantidade sérica excessiva. Prevenção: dose administrada; forma de administração; escolha dos agentes anestésicos locais . Sintomas: toxicidade leve - confusão progressiva, loquacidade, ansiedade e desarticulação da fala. À medida que a gravidade aumenta - cefaleia, tonturas, visão turva e enjoo. As mais graves - convulsões tônico-clônicas generalizadas e depressão cardíaca. - Diabetes Melito O paciente diabético insulino dependente não tratado corre o risco constante de desenvolver cetoacidose, e a alteração de consciência concomitante requer tratamento de emergência. Durante a anamnese, o dentista deve obter uma ideia clara sobre o grau de controle do diabetes do paciente. Se o paciente não confere regularmente a urina ou a glicose sérica, seu médico deve autorizar ou não o tratamento odontológico. - Disfunção Tireoidiana O dentista deve consultar o médico do paciente com hipertireoidismo diagnosticado antes de qualquer procedimento cirúrgico oral. A determinação do controle adequado da produção excessiva do hormônio da tireoide deve ser obtida com médico do paciente, e, se necessário, o paciente deve receber fármacos antitireoidianos e tratamento com iodo no período pré-operatório.