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PSICANÁLISE – PRIMEIRA FORÇA DA PSICOLOGIA Surge no século XX com Sigmund Freud, estudante de medicina, judeu, pobre e extremamente tímido. A época de seu surgimento foi concomitante com a ascensão da burguesia, as pessoas eram extremamente moralistas e conservadoras. A psicanálise penetrou a cultura de forma que usamos termos em novo dia a dia: Ego, neurose... Segundo o professor ninguém pratica a psicanálise de Freud, a única pessoa que colocou em prática a sua teoria foi o próprio Freud. A psicanálise como se conhece hoje é uma variação da teoria original (existem diversas variações). Muitos trabalhos de Freud giraram entorno da sexualidade e da sexualidade infantil. Divã: é usado justamente pelo fato de Freud ser tímido e tratar de assuntos ligados a sexualidade, ele não queria que seus clientes se sentissem inibidos pelo olhar do terapeuta. O divã faz relaxar e falar sobre o que vem à cabeça. PRINCIPAL LEGADO: importância de falar sobre, sem julgamentos. Poder da palavra e da decisão. A psicanálise é darwinista (questão da evolução) e é positivista (a criança constrói o adulto) “a criança é pai do adulto”. Para ele, entre os 8 e 10 anos, a criança já possui de 70 – 80% da personalidade formada. Ele dava muita importância para o desenvolvimento do paciente. Não escreveu nenhum trabalho específico sobre aprendizagem, ele acreditava que experiências traumáticas na infância resultariam em distúrbios psicológicos. 1Referência a tragédia grega de Sófocles Todo o corpo possui libido, o desenvolvimento sexual é o prazer, porém o prazer não está limitado a satisfação sexual. Importância de estimular a criança através do tato (energia transferida). Ele descreveu as fases do desenvolvimento psicossexual em 5 partes: FASE ORAL: acontece entre 0-2 anos, o prazer está ligado a boca, uma boa resolução dessa fase resultaria em boa habilidade oral – professor, cantor, músico. Uma má resolução resultaria em distúrbios relacionados a boca – álcool, drogas, problemas com a alimentação compulsiva, chicletes. FASE ANAL: acontece entre 2-3 anos, nessa fase a criança aprende a controlar o seu esfíncter e aprende a ter prazer na comida e outras coisas relacionadas ao estômago. FASE FÁLICA: acontece entre 3-6 anos, o pênis/clitóris é a zona erógena principal, nessa fase acontece o complexo de édipo1, ele é determinante para a infância pois marca a inserção da lei e a constituição da instancia superegoica que corresponde a internalização das regras, normas e a consciência moral. FASE DE LATÊNCIA: acontece entre 6-10 anos, as crianças canalizam a energia para as relações sociais que estão começando a estabelecer com as outras. A libido é impedida de se manifestar e os desejos da fase anterior são reprimidos pelo superego e ignorados pelo ego. FASE GENITAL: acontece com a chegada da puberdade, nesta fase há o retorno do objeto erótico parar os órgãos sexuais, porém o objeto de desejo não está somente no próprio corpo, mas também no outro. ESTRUTURA DA PERSONALIDADE Freud compara a estrutura da personalidade como um iceberg, aquilo que está consciente conseguimos expressar. O que está pré-consciente não está em evidência, porém quando necessário pode ser acessado. PRINCIPAIS ESTUDOS: Angústia Fobia Depressão Obsessividade Histeria Finalmente, aquilo que está inconsciente é inacessível pois pode causar dor e sofrimento que ao indivíduo não consegue lidar. Figura 1. Consciente: expressa os desejos do inconsciente de forma velada. Pré- consciente: Funciona como filtro do inconsciente, transforma aquilo que seria inaceitável em algo aceitável. Inconsciente: todos os impulsos e desejos que são reprimidos. INSTÂNCIAS DA MENTE ID – extremamente primitivo, está em busca constante por prazer, é irrealista, ilógico e amoral. É o produtor da energia libidinal (toda energia psíquica que usamos), o id gosta de usar essa energia para satisfazer os desejos primitivos, impulsos sexuais e coisas que trazem prazer carnal. Pode ser comparado ao inconsciente. EGO – se desenvolve a partir do ID, é a única instância que entra em contato com a realidade e é governado pelo princípio de realidade. É responsável por tomar as decisões entre os três níveis, cognitivamente e intelectualmente. O ego filtra o desejo irracional do ID e os protestos 2 Determinista moralistas do SUPEREGO. Necessita da energia produzida no ID para poder canalizar em atividades que tragam prazer e sejam construtivas. SUPEREGO – também é irrealista, porém ao contrário do ID ele é totalmente moralista e idealista. Não possui energia própria. Tem como função controlar os impulsos mais agressivos e os impulsos sexuais através da culpa moral. Busca a perfeição, porém é totalmente irrealista. Todos os valores e normas aprendidos enquanto criança estão aqui, se apresentam quando se julga necessário. Sexo pode ter várias formas: narcisismo, amor sadismo e masoquismo; O 1º interesse sexual infantil é pelo seu principal cuidador, é reprimido e assim surge o segundo amor: agressividade; Bebês são narcisistas, com o desenvolvimento do ego o narcisismo se transforma em libido objetal; Caminho para o prazer é extremamente flexível (provocação, fofoca, sarcasmo, humilhação, satisfação com o sofrimento alheio); O MITO DE ÉDIPO2 O rei de Tebas foi advertido pelo Oráculo de que não poderia gerar filhos, caso isso fosse desobedecido o filho acabaria por o matar e se casaria com a sua própria mãe. O rei desacreditou e teve um filho com sua esposa, Jocasta. Logo após o nascimento do bebê o rei se arrependeu profundamente de sua escolha e resolveu abandonar a criança em uma montanha, com os tornozelos furados3, para que morresse. O menino acabou sendo encontrado por pastores que o levaram ao rei de Corinto que adotou Édipo e o criou como o próprio filho. Quando Édipo em sua juventude foi visitar o Oráculo de Delfos para saber se destino, o Oráculo lhe contou que seu destino era matar seu pai e tomar como esposa sua mãe, espantado e atordoado com tal profecia Édipo fugiu de Corinto, pois não via como poderia matar seu pai e se casar com sua mãe, e foi em direção a Tebas. No meio do caminho 3 Édipo significa pés inchados encontrou com Laio (seu verdadeiro pai), Laio queria que Édipo abrisse caminho e o garoto se negava, começaram então uma batalho que teve seu fim com a morte de Laio. Sem saber que havia acabado de matar seu próprio pai ele seguiu viagem, mais a frente ele encontrou com a Esfinge (monstro mitológico que atormentada a população de Tebas), ela lançava enigmas e aquele que não decifrasse o enigma ela matava. “Decifra-me ou devoro-te”. O enigma era o seguinte “Qual é o animal que tem quatro patas de manhã, duas ao meio-dia e três à noite?” Resposta de Édipo: O amanhecer é a criança engatinhando, ao entardecer é a fase adulta, que usamos ambas as pernas, e o anoitecer é a velhice quando se usa a bengala”. A esfinge fica furiosa e acaba se matando. O povo de Tebas saudou Édipo como seu novo rei e lhe entregou Jocasta (sua mãe biológica) como esposa. Logo após as comemorações pela morte da Esfinge uma terrível peste assolou a cidade, o rei então foi até o oráculo para obter respostas, o Oráculo lhe disse que o sofrimento não haveria de ter fim enquanto o assassino de Laio não fosse castigado. Édipo e Jocasta então descobrem que são mãe e filho, a mulher se suicida pela vergonha e o rapaz fura seus próprios olhos por ter estado cedo e não reconhecido sua própria mãe. SONHOS Freud dava muita importância ao onírico, aos sonhos, para eles os sonhos são uma forma do inconsciente tentar trazer temas importantes (angustiantes) à tona de forma sutil. Casos esses conteúdos angustiantes vierem à tona de uma vez causarão extremo sofrimento a pessoa, por isso eles se mantêm no inconsciente através de mecanismos de defesa. A psicanálisevisa trazer a consciência os conteúdos inconscientes e assim proporcionar alívio psicológico - fortalecimento do ego, pois esses conteúdos só podem vir à tona quando o ego está fortalecido. 4 Não estão listados todos, esses são apenas alguns que eu considerei importante. MECANISMOS DE DEFESA Conceito criado por Freud que foi organizado por sua filha, Anna. São comportamentos considerados normais, porém se levados ao extremo resultam em comportamento compulsivo, repetitivo e neurótico. É necessário energia do ID para criar e manter os mecanismos de defesa, quanto mais defensiva é a pessoas menos energia ela tem para satisfazer seus desejos. Cumprem o propósito do Ego: evitam lidar diretamente com impulsos sexuais, agressivos e a se defender contra a ansiedade que os acompanha. Os principais mecanismos são: repressão, formação reativa, deslocamento, fixação. projeção. introjeção, sublimação e transferência4. Repressão: É o mais básico, sempre que o Ego é ameaçado por impulsos do ID ele se protege reprimindo esses impulsos, forçando os sentimentos ameaçadores para o inconsciente. Freud acreditava em 3 destinos para esses impulsos reprimidos: 1. Permanecem imutáveis ou inconscientes 2. Forçam caminho até a consciência, de uma forma inalterada, criando mais ansiedade. 3. São expressos de forma disfarçada, podem também se disfarçar de sintomas físicos. Formação Reativa: Disfarce diretamente oposto à sua forma original. Possui caráter exagerado, forma obsessiva e compulsiva Exemplo: uma jovem que se ressente profundamente e odeia sua mãe, sabe que isso seria moralmente errado, o que lhe causa uma ansiedade excessiva. Para evitar a ansiedade dolorosa a jovem se concentra no sentimento oposto ao ódio, o amor; esse amor não é genuíno, ele é chamativo e exagerado. Deslocamento: o indivíduo pode redirecionar seus impulsos inaceitáveis a outros indivíduos ou objetos; exemplo: uma mulher irritada com seu amigo descola seu descontentamento para o seu cachorro e continua a falar normalmente com seu amigo; Também pode substituir um sintoma neurótico por outro: impulso compulsivo de masturbação é substituído por lavar as mãos compulsivamente; Fixação: O Ego pode recorrer a se manter no estágio do desenvolvimento psicológico mais confortável; Vinculação da libido a um estágio do desenvolvimento anterior e mais primitivo; Exemplo: pessoas que sentem extremo prazer ao fumar ou comer possuem fixação oral; Regressão: Quando a pessoa passa por momentos de estresse/ansiedade e acaba regredindo ao estágio anterior; Exemplo: uma criança descobre que terá um irmão mais novo, ele pode regressar ao estágio anterior; Projeção: É enxergar nos outros sentimentos ou tendências inaceitáveis que, na verdade, residem no próprio inconsciente. Quando o indivíduo é extremamente invejoso, mas não aceita isso, passa então a achar que os outros são invejosos que colocam olho gordo em suas coisas. Introjeção: É quando o individuo incorpora qualidade positivas de outro indivíduo em seu próprio ego; Adotar valores ou estilo de vida de pessoas que se admira é introjetar, causa uma sensação de estima expandida; Quando a criança passa pelo período edípico ela introjeta valores de seus pais durante a formação do Superego; Sublimação: É a repressão do alvo genital de Eros, que é substituído por um proposito cultural ou social; A libido é revertida para a arte, poesia, música etc. a energia é canalizada para coisas construtivas. Transferência: Papel que você atribui inconscientemente a uma pessoa. É um papel do passado transferido ao presente, geralmente da figura de autoridade mais importante de sua infância (pai, mãe ou principal cuidador); TEORIA DE APRENDIZAGEM A psicanálise não é uma teoria de aprendizagem, porem existem alguns aspectos que podem ser considerados, principalmente na relação professor-aluno. Relação professor-aluno O aluno é quem determina qual será a posição do professor, essa posição determina se a aprendizagem será satisfatória ou não. O professor só consegue ser ouvido quando: Aluno atribui uma importância especial ao professor Aluno confere um poder de influência. Essa atribuição acontece graças a transferência, o aluno transfere um papel ao professor. Pai Relação Mãe Aluno Professor Pai – figura de autoridade Instalada a transferência o professor se torna depositário de algo que pertence ao aluno, professor se esvazia de si para dar espaço a algo que ele desconhece. Contratransferência – reação do professor para a transferência, vai do sentir da pessoa, deve-se agir de acordo com o não esperado. O processo de transferência e contratransferência também pode ser aplicado ao processo terapêutico, a transferência pode acontecer tanto com o paciente quanto com o terapeuta. Exemplo: paixão, o paciente se apaixona pelo terapeuta, cabe ao profissional perceber e dar uma devolutiva sobre isso ao paciente, agindo conforme o não esperado.
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