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2.3 DOENÇA DE CROHN Doença de Crohn é uma doença inflamatória séria do trato gastrointestinal, que afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso (cólon), mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal. Quando não é tratada, essa condição pode causar complicações graves devido à má absorção de nutrientes importantes e às respostas autoimunes/inflamatórias que degenera o tecido saudável em todo o corpo. 2.3.1 Causas Não se sabe ao certo o que a causa a doença de Crohn, mas acredita-se que esteja relacionada com alguma desregulação do sistema imunológico. Também podem estar envolvidos outros fatores, como genéticos, ambientais, alimentares e infecciosos. A enfermidade pode manifestar-se tanto em homens quanto em mulheres e é bastante comum em adultos entre os 20 e os 40 anos, tendo sua maior incidência. Pesquisas sugerem que as os fatores de risco mais comuns são: Idade – A doença de Crohn pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais provável que você desenvolva a doença ainda jovem. A maioria dos pacientes de Crohn são diagnosticados antes dos 30 anos de idade. Dieta – Comer uma dieta pobre em nutriente, mas rica em alimentos picantes, alimentos fritos, alimentos processados, produtos lácteos, açúcar, álcool e / ou cafeína pode contribuir para um ambiente que incentiva o desenvolvimento da doença de Crohn. Contraceptivos orais – Estudos têm ligado pílulas anticoncepcionais com o desenvolvimento da doença de Crohn. Dois grandes estudos feitos com mulheres norte-americanas descobriram que o uso de contraceptivos orais estava associado com maior risco de doença de Crohn. Antibióticos – Há evidências de que o uso de antibióticos pode aumentar o risco de desenvolvimento da doença de Crohn. Exposição a vírus e infecção – Os especialistas acreditam agora que a doença de Crohn pode estar ligado a vírus desconhecidos ou infecções bacterianas que causam altos níveis de inflamação e reações autoimunes. Estresse – A associação do estresse com a doença de Crohn é controversa, mas não há dúvida de que o estresse pode piorar os sintomas e desencadear crises. Quando você está estressado, seu processo digestivo muda, e muda para pior. Seu estômago esvazia mais lentamente, mas secreta mais ácido. O estresse também pode acelerar ou retardar a passagem do conteúdo intestinal. Também pode causar alterações no próprio tecido intestinal. História familiar – Você tem um risco aumentado de desenvolver Crohn se tiver um parente próximo com a doença. Uma em cada cinco pessoas com Crohn tem um membro da família com a doença. Fumar – A doença de Crohn está na lista extremamente longa de efeitos secundários negativos para o tabagismo. Fumar é o fator de risco controlável mais importante para desenvolver a doença. Se você tem Crohn e fuma, você realmente precisa parar. Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides – Esses medicamentos podem levar à inflamação do intestino que torna a doença de Crohn pior. A medicina convencional diz que a causa exata da doença de Crohn permanece desconhecida. No entanto, a dieta inadequada e estresse estão muitas vezes na raiz da doença de Crohn. 2.3.2 Complicações Existem casos mais graves de obstrução intestinal e fissuras e fístulas no intestino, que são perfurações nessa região capazes de drenar para outras áreas, como a perineal, a vagina e a bexiga. Complicações fora do aparelho digestivo também podem ocorrer, como anemia, artrite, inflamação ocular e fadiga. 2.3.3 Sintomas Os principais sintomas são: • Dores na região dos intestinos, que pioram especialmente após as refeições; • Diarreia e as vezes fezes com sangue; • Vontade urgente para evacuar; • Febre; • Náuseas e vômitos; • Fraqueza e cansaço geral; • Perda de peso causada por uma absorção de nutrientes deficiente; • Úlceras intestinais. Podem ocorrer sintomas que não tem nada com o trato digestivo. Podendo causar problemas em outras partes do corpo. São eles: Artrite: as articulações (normalmente os joelhos e os tornozelos) podem inchar ficar doloridas e endurecidas. A artrite afeta cerca de 30% das pessoas com a doença de Croh Os medicamentos podem ajudar, mas os problemas normalmente desaparecem quando a inflamação intestinal é controlada. Sintomas de pele: as pessoas podem desenvolver erupções cutâneas ou doenças fúngicas dolorosas e avermelhadas nas pernas. O tratamento dos sintomas intestinais, em geral, melhora os sintomas de pele. Sintomas oculares: os olhos podem ficar inflamados vermelhos feridos e sensíveis à luz. Esses sintomas aparecem normalmente antes de um agravamento da enfermidade, e desaparecem quando os sintomas intestinais são tratados Há uma classificação básica da doença, conforme os sintomas Leve a moderada: Neste estágio, o paciente tem diarreia frequente e dor abdominal, mas pode andar e comer normalmente. Não está desidratado, nem tem febre alta. Também não sente dor abdominal forte, obstrução ou perda de peso de mais de 10%. Moderada a grave: É o paciente que falhou no tratamento de doença leve a moderada ou tem sintomas mais evidentes, como febre, perda de peso significativa, dor abdominal ou sensibilidade, náusea e vômitos intermitentes ou anemia significativa. Fulminante: Sintomas persistentes apesar de ter passado pelo tratamento adequado para o estágio moderado ou grave da doença. Pode sentir febre alta e vômitos persistentes. O paciente apresenta também evidências de obstrução intestinal ou abcesso, além de perda de peso mais grave. 2.3.4 Diagnóstico Para diagnosticar a Doença de Crohn, os médicos avaliam a história do paciente, realizam exames físicos e uma variedade de testes de laboratório. A doença de Crohn tem sido historicamente difícil de diagnosticar, porque os sintomas variam em cada paciente e a maioria deles é também comum em outras doenças infecciosas do intestino. Não há um exame específico que pode determinar se uma pessoa sofre ou não de doença de Crohn. Para chegar ao diagnóstico, o médico precisa ouvir todos os sintomas, conhecer o histórico do paciente, fazer exames físicos e solicitar testes clínicos. Depois de avaliar todos esses elementos, em conjunto, o médico poderá avaliar e chegar a uma conclusão. Neste cenário, a interação entre o médico e o paciente é muito importante na fase diagnóstica, estendendo-se ao período de tratamento, onde a união e o compartilhamento de responsabilidades são fundamentais. Os exames solicitados podem ser: • Hemograma para detectar anemia; • PCR (marcador de inflamação no corpo); • Endoscopia Digestiva Alta; • Ileocolonoscopia; • Ressonância Nuclear Magnética; • Tomografia Computadorizada; • Enterotomografia; • Enteroressonância; • Trânsito de Intestino Delgado – com contraste de bário; • Enema Opaco – exame de imagem, feito com contraste via retal; • Exame Histopatológico (biópsia). 2.3.5 Tratamento A doença de Crohn não tem cura e por isso o seu tratamento serve para aliviar os sintomas sentidos. Assim, como não existe tratamento definido, nos períodos de crise podem ser administrados medicamentos para aliviar as dores e para acalmar a diarreia. O tratamento é específico para cada fase de desenvolvimento da doença, classificada como leve, moderada e grave. O seu objetivo é conter o processo inflamatório, aliviar os sintomas e regular desequilíbrios nutricionais. Nos casos mais graves, pode ser indicada a realização de uma intervenção cirúrgica, de forma a remover porções do intestino que possam ter sido afetadas e danificadas pela doença. O tratamento clínico para a Doença de Crohn é feito com aminossalicilatos, corticoides, antibióticos, imunossupressores e terapia biológica e objetiva diminuir os sintomas da fase aguda, induzir o período de remissão e proporcionar a manutenção do mesmo.
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