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Relatório final ESTAGIO EM GESTÃO ESCOLAR

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4
Universidade Federal de Campina Grande
Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido
Unidade Acadêmica de Educação do Campo
Licenciatura em Educação do Campo
Amanda Araújo dos Santos
Gerlane Carvalho Gouveia
Relatório de Estágio Supervisionado curricular II
Despertando consciências sobre gestão participativa na escola a partir da intervenção de estágio supervisionado II
Sumé-PB
2017.2
Amanda Araújo dos Santos
Gerlane Carvalho Gouveia
Hortência Dias de Souza
Despertando consciências sobre gestão participativa na escola a partir da intervenção de estágio supervisionado II
Relatório apresentado ao Curso de Licenciatura em Educação do Campo, da Universidade Federal de Campina Grande, como exigência para cumprimento da avaliação final da disciplina Estágio Supervisionado II.
Sumé-PB
2017.2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................04
1.1 Caracterização da instituição............................................................05
1.2 Caracterização da ação educativa....................................................07
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................09
2.1 Sobre estágio curricular supervisionado..........................................09
2.2 Sobre gestão escolar........................................................................11
3 RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS..............................16
3.1 Atividades realizadas no período da diagnose.....................................16
3.2 Discussões da Diagnose .......................................................................18
3.3 Processo de Intervenção ......................................................................19
3.4 Análise dos Resultados da Intervenção................................................23
4 CONCLUSÃO.............................................................................................24
6 REFERÊNCIAS...........................................................................................25
APÊNDICE A– Declaração de Aceitação do Estágio
APÊNDICEB– Plano da Disciplina
APÊNDICEC– Planejamento de Atividades da Disciplina
ANEXOS 
1. INTRODUÇÃO
	O presente relatório refere-se às atividades que foram desenvolvidas no decorrer da disciplina Estágio Curricular Supervisionado II, o qual teve como campo de atuação a E.E.E.F. Médio Jornalista José Leal Ramos Cuja sede está localizada em São João do cariri-PB, com funcionamento no três turnos, com ensino fundamental, médio e EJA.
Neste estágio buscou-se desenvolver e aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado II, assim como aprofundar a nossa formação sobre gestão escolar, considerando os conceitos e as discussões apresentados na disciplina as práticas relacionadas.
 Este relatório descreve as ações desenvolvidas durante o percurso do estágio e principalmente sobre o projeto de intervenção realizado e sua finalização. Sendo assim, as ações desenvolvidas no processo contaram com o apoio teórico da disciplina e a supervisão escolar. Sobre o projeto de intervenção, as ações realizadas aconteceram por etapas, com o primeiro momento de apresentação da proposta de intervenção aos alunos, e a socialização da temática, com o encaminhamento das ações em sala de aula aproveitamos o ensejo para fazer as discussões, promovendo o debate sobre gestão escolar participativa, e promovendo um espaço de participação, cabendo dentro deste processo de conscientização, a produção de uma cata aberta como forma de participação direta sobre as decisões da gestão, como uma forma de avivar o diálogo entre os alunos e a gestão.
E por fim, também descreveremos os objetivos alcançados com a intervenção em consonância com a disciplina, e as necessidades do alunado em referência a gestão, e as nossas satisfações enquanto profissionais em formação, já que conseguimos realizar a ação de forma participativa conforme o planejado.
 Sobre as metas previstas, concluímos que atingimos as expectativas, pois a intervenção realizada contribuiu de forma significativa para a nossa formação, além de que esperamos também ter contribuído de forma significativa com a gestão da escola, em perceber e refletir sobre a opinião dos alunos, assim como o nosso crescimento acadêmico e pessoal.
1.1 – CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
A escola Jornalista José Leal Ramos se localiza em São João do Cariri, na rua Álvaro Cruzeiro s/n, fundada em 27 de outubro de 1982 e com abertura e funcionamento em março de 1988, recebeu este nome em homenagem ao José Leal Ramos que foi um grande Jornalista natural da cidade de São João do Cariri, que lutou para que a escola viesse a ser construída em sua terra natal. 
Essa escola possui vinculação com estado, contendo hoje 31 professores, 21 funcionários, 336 alunos distribuídos em 18 turmas, sendo 12 turmas de ensino regular, 6 turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e mais uma turma de alunos que estão em período de reclusão, sendo que na distribuição por horários, funcionam na manhã 7 turmas no horário de 7:30 às 11:30, a tarde 4 turmas de 13:30 às 18:30, e a noite com EJA de 18:30 às 22:30.
Em relação à estrutura física, a escola se encontra em boas condições de funcionamento, possuindo uma boa iluminação e ventilação apropriadas para o espaço de ensino, além de ter condições de acessibilidade, como placas no banheiro, corrimão no banheiro especial, piso tátil em toda a escola e sala de atendimento especial. A escola também possui refeitório-auditório, quadra poli-esportiva, total de 11 salas sendo, 8 salas de aula e 3 laboratórios, também tem em seu espaço físico, biblioteca, sala de direção, sala da secretaria, sala de professores, almoxarifado, e banheiros.
No que diz respeito aos recursos materiais, a escola possui 1 data show, 2 TV, 23 computadores de mesa (total), caixa de som amplificada, lousa digital, e 2 impressoras. Todo material é utilizado no espaço escolar inclusive na sala de aula, o que implica em situações como, pelo fato da escola ter apenas um projetor, é preciso haver agendamento para o uso do aparelho, em caso de muita demanda utiliza-se também a TV para a projeção.
Em relação à gestão, hoje a escola tem na direção Hortência Dias e vice direção de Ligia Mayara Tomaz de Albuquerque, não possuindo coordenação, supervisão e atendimento psicológico. A respeito da direção, Hortência Dias de Sousa uma jovem mulher de 24 anos, observa-se que, apesar da pouca idade que tem demostra muita maturidade para lidar com os obstáculos que a função exige. Hortência tem por formação Licenciatura em Letras e atualmente cursa Pós-graduação em Psicopedagogia, o que segundo ela será de grande valia, pois para lidar com pessoas distintas e em situações das mais diversas, tem-se que ter uma boa compreensão da realidade em que cada indivíduo vive e sobre as quais ambos têm que compartilhar o ambiente escolar.
A respeito da função de um gestor, Hortência “admite que infelizmente nem sempre tudo sejam “flores”, dentre a responsabilidade de aquisição de merenda, material de limpeza e manutenção do edifício”. Sobre a fala de Hortência e em relação a gestão observasse que pelo fato de a escola não dispor de um coordenador pedagógico acaba recaindo sob direção também outras responsabilidades, que acabam sendo equilibradas com a ajuda da vice diretora.
O trabalho pedagógico da escola é desenvolvido de acordo com os pressupostos legais da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)e o Plano Nacional de Educação (PNE), a equipe elabora a cada início de ano o seu projeto de intervenção pedagógica, na qual será posto em prática durante os dois semestres seguintes, e outro ao meio do ano para articulação destes projetos.
A atual diretora da escola Jornalista José Leal Ramos se diz satisfeita com seu desempenho na função, apesar de enfrentar alguns desafios adicionais pelo simples fato de ser uma jovem mulher, mesmo sendo totalmentecapaz de executar todas as tarefas a quais lhe cabe, o preconceito contra jovens mulheres em cargo de chefia ainda é muito presente. Estes desafios segundo ela, não a detém, apenas a encoraja a provar o contrário aqueles que duvidam de sua capacidade profissional, Ao ter que lidar com tais empecilhos acarretados pelo dever de gerir uma escola, Hortência vê neste cargo a oportunidade de desenvolver-se profissionalmente, trazendo muito crescimento pessoal e profissional através do conhecimento prático.
Figura: Caracterização da instituição
Fonte: SANTOS, A. A dos. (2017)
1.2- CARACTERIZAÇÃO DA AÇÃO EDUCATIVA.
Sobre a organização da equipe pedagógica, a escola tem uma secretária, uma auxiliar de secretaria, que ficam responsáveis pela organização dos documentos como: históricos, certificados, transferências, matrículas, declarações, atas, ponto dos professores, e também atualmente estão trabalhando com o novo sistema de caderneta digital de arquivamento de dados notas e frequências, um sistema lançado pelo governo no qual todas escolas estão em fase de adaptação.
Em relação ao planejamento pedagógico anual, há dois planejamentos: um ao início do ano letivo para a organização das atividades anuais atualização do Projeto Político Pedagógico (PPP) e o outro ao meio do ano letivo para a organização dos eventos da escola e a articulação de projetos, e reunião de pais no final de cada bimestre, sendo que a equipe pedagógica também se organiza em reuniões semanais, para discutir soluções para problemas mais ocorridos no cotidiano da escola.
Além disso, a escola não possui Associação de pais e mestres, mais há a representação de três pais no conselho da escola, em relação ao Grêmio Estudantil foi realizado a votação no ano de 2013, funcionou por 3 anos sendo que a vigência da presidência é de 2 anos, hoje não possui representante devido a conclusão do ensino médio do aluno, e depois não houve mais eleição por alguns motivos que justificam a ausência da eleição segundo a direção.
A escola possui projetos como: Gincana Cultural, e projetos de Leitura. Projetos participativos: Arte em Cena ofertado pelo governo do estado, Olimpíada de Robótica, jogos estaduais Meio Ambiente Qualidade de vida na Escola (evento em que a escola ganhou o prêmio a nível nacional no ano de 2017), Jogos Escolares e Para e Escolares de Esportes, Olímpiada de Redação (Jovem Leitor), Olímpiada de Matemática, além de ter ganhado o prêmio estadual de educação por meio da Secretaria de Educação (SEE. Projeto de Intervenção Pedagógica (PIP) que é um evento de culminância com a Exposição Científica e maior evento de exposição na escola.
Esses projetos são de grande valia para escola, tornando-se perceptível o orgulho em que a equipe pedagógica tem sobre esses ganhos, além de despertar o interesse do alunado em participar das atividades escolares.
Além disso, a escola tem parceria com a Instituição de ensino da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG-CDSA) com o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID Diversidade), e com Estágio Supervisionado das disciplinas do Curso de Licenciatura em Educação do Campo, e também com a Secretaria de Saúde e Conselho Tutelar, e apoio de artistas da região como nomes de Lêda Cantalice, Daniel Duarte, que se fazem presentes nos eventos escolares oferecendo apoio aos educandos da escola, e contribuindo como amigos da escola, se acrescenta ainda, que a escola está aberta para possíveis parcerias, segundo a direção escolar.
Figura: Caracterização da ação educativa
Fonte: SANTOS, A. A dos. (2017)
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO ESTÁGIO.
A administração é importante em todos os lugares que se precise tomar decisões caracterizadas ou não do uso de coordenação do esforço humano coletivo, e de caráter político. Pensando no conceito mais geral sobre administração, enfatiza-se sobre a racionalidade dessas decisões. Ao saber desta premissa, tomados por esta linha geral, fundamentaremos a seguir sobre administração escolar relacionada ao estágio supervisionado curricular. 
Ainda nesta discussão não iremos tratar de uma gestão tradicional com uma concepção conservadora, como a que se enraizou durantes décadas como “gestão educacional” nas escolas, tratando métodos e princípios idênticos aos aplicados na administração empresarial capitalista, tornando-a excludente, limitada, e focada em uma única pessoa o “diretor” escolar, confrontando com uma concepção de cunho progressista, que pensa em uma transformação social através da educação, que leva em conta a condição cultural e histórica do trabalho pedagógico, que pensa no contexto das especificidades dos sujeitos envolvidos. 
Sendo assim, abriremos a discussão sobre Estágio Supervisionado Curricular Supervisionado e sua importância, estágio em gestão e logo mais sobre gestão escolar sua importância.
1.2- SOBRE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO 
Em relação ao estágio curricular, segundo Pimenta (2008) “é atividade teórica de conhecimento, fundamentação, diálogo e intervenção na realidade”, além de ser um objeto de práxis. Por isso depreendemos ser um momento importante para nossa formação enquanto educandos, o fazer teórico e prático do estágio, pois é neste momento de atividade prática que nos envolvemos com o ambiente e o objeto a ser estudado. Neste pensamento, o aluno se prepara conceitualmente para ter a sua experiência, além de se preparar como futuro profissional na área, o que pode acontecer, de acordo com as necessidades da realidade e nos contextos em que ocorre o ensino aprendizagem, e exclusivamente à educação escolar e a forma como ela é gerida. 
A disciplina de estágio supervisionado proporciona momentos como o saber lidar com a diversidade e a multiplicidade de saberes causando inquietações na prática e na investigação teórica. Através da sua realização mostra-se a interação entre Teoria e prática. Sendo através da boa orientação que o educando conseguirá ter um bom desenvolvimento, dando-se início a um processo dialético das práticas gestoras e educativas dentro do processo de ensino aprendizagem, na qual envolve todas as dimensões do ambiente escolar, entendendo os indivíduos que interagem no ambiente escolar como sujeitos formadores e transformadores que atuem social, cultural e historicamente em todos os contextos, a todo tempo afetando e sendo afetados pelo ambiente em que vivem.
 Dessa forma, se os cursos de formação docente promoverem o estágio envolto por uma postura crítica e dialética propiciará a formação de sujeitos críticos, que saberão atuar no exercício da docência, por meio da reflexão e análise do saber teórico, mas sempre valorizando os saberes práticos. (PIMENTA; LIMA, 2004 p. 49)
Portanto, o papel da teoria é oferecer aos professores perspectivas de análise para compreender os contextos históricos, sociais, culturais, organizacionais e de si mesmos como profissionais, nos quais se dá sua atividade docente, para neles intervir, transformando-os. Daí, é fundamental o permanente exercício da crítica às condições materiais nas quais o ensino ocorre. (PIMENTA . 2004 p. 49) 
É neste sentido que enquanto estagiários do Curso de Licenciatura em Educação do Campo devemos nos posicionar, com o entendimento das novas práticas de gestão escolar e como futuros profissionais, conhecendo os sujeitos que a compõem, estabelecendo boas relações com a equipe pedagógica, fazendo articulações com suas vivências e experiências de profissão em uma escola do campo e seus níveis de formação, levando em conta muito mais que eficiência de trabalho, mas suas habilidades de trabalho na ação gestora, buscando a melhor forma possível de se chegar aos objetivos na gestão amenizando os conflitos e sem banalizar a forma mais democrática que há em um trabalho coletivo.
Isso significa dizer que na forma como a escola é gerida, o professor deve sempre colocar-se na posição também de um gestor, uma vez que, quem gere já fez e faz parte da docência, assim ele deve ser um crítico nas tomadas de decisões junto a equipe pedagógicae da direção escolar, ser ciente das práticas gestoras, além de tomar decisões sobre sua própria docência no intuito de se manter em constante renovação e aperfeiçoamento de sua posição, para isso é necessário que o profissional não se atenha unicamente ao particular do seu trabalho, precisando assim dialogar com os demais colegas, uma vez que as decisões são permeadas de forma coletiva, seus conhecimentos científicos tem que estar sempre articulados ao desenvolvimento das manobras necessárias à formação das suas habilidades práticas, pois na “relação dialógica, a troca de opiniões e experiências contribui para a elaboração de novos conhecimentos. A teoria, com efeito, surge a partir da prática, é elaborada em função da prática, e sua verdade é verificada pela própria prática” .(PICONEZ, 1991)
Assim, a nosso ver, na luta pela autonomia da unidade escolar, pela democratização da educação e, consequentemente, pela construção da gestão democrática, faz-se necessário a consciência do professor sobre seu papel na participação na gestão escolar, assim como também, a escola precisa garantir a autonomia dos estudantes para se organizarem livremente através de grêmios estudantis participativos e críticos, e também mostrar outros meios de participação, onde na falta do mesmo, temos que viabilizar meios de promover a comunicação sadia e aberta entre os alunos e a gestão escolar, para que tenham voz ativa e possam atuar de forma efetiva nos processos decisórios da instituição, possibilitando o desenvolvimento de uma verdadeira ação educativa.
1.3- SOBRE GESTÃO ESCOLAR 
A administração como já citado acima é importante em todos os lugares que se precise tomar decisões caracterizadas ou não do uso de coordenação do esforço humano coletivo, e de caráter político, com conceito mais geral, discutiremos sobre a organização da gestão escolar nos parágrafos seguintes.
A administração se dá com as mais diversas formas de organização da gestão escolar, enfrentando dificuldades e estando presente em todas as dimensões da escola. Assim neste entendimento a administração iluminada sob uma nova forma de pensar, assim como, um conceito que para a realização de fins e de convivência entre os sujeitos é necessário mediar com o entender democrático da educação, estando conscientes que a democracia no âmbito escolar nada mais é do que um processo de luta e conflitos, ou seja, um processo de diversidades nas relações sociais carregado de especificidades etária, sociocultural e ético-política, necessários para a formação de personalidades humano-históricas, sendo possível questionar a ação administrativa da direção escolar, o conceito tradicional de administração, e investir em novas práticas que possibilitem o desvencilhar do processo pedagógico. LUCHMANN (2007, P. 139-170)
Os modelos participativos apresentam, de maneira geral, um critério de legitimidade ancorado na ideia de que as decisões políticas devem ser tomadas por aqueles que estarão submetidas a elas por meio do debate público. Com efeito, no plano teórico, as diferenças com relação ao modelo da democracia representativa são marcantes, já que incorpora a participação da população no processo de discussão e de tomada de decisões políticas (LUCHMANN 2007, P. 139-170).
Então se tratando da administração e sua importância, a qual engloba tantos fazeres inclusive o pedagógico, e não somente o coibir de desperdícios e utilização mais racional dos recursos disponíveis, como se acreditou há muito tempo, a administração escolar, aqui já citado, dá-se com as mais diversas formas de organização da gestão escolar, enfrentando dificuldades e estando presente em todas dimensões da escola, assim é possível deter-se de vários subsídios dentro da legalidade para tomar as decisões á nível de gestão, é possível sim lidar com diversos fatores de forma adequada, mesmo que, 
Sejam múltiplos e variados os interesses e valores normalmente em jogo em toda organização (porque vários são os sujeitos que a organização usualmente abriga), a questão de maior importância quanto à abordagem de vontades diversas e à solução de conflitos é a atinente à relação entre os objetivos a serem atingidos e os interesses dos que despendem seu esforço na consecução de tais objetivos. Trata-se de uma questão política de primeira grandeza, que condiciona em grande medida a própria forma como se desenvolve a coordenação. (PARO, 2010 p. 06)
A gestão é entendida como sendo uma maneira regular e significativa de envolvimento dos funcionários. Entretanto, devemos compreendê-la também como mecanismo de articulação entre os segmentos que compõem o ambiente escolar, porém devemos sempre lembrar a necessidade de haver um clima de respeito no qual se propicie a abertura para que todos possam refletir e contribuir para uma gestão mais democrática e dinâmica, favorecendo assim a relação escola/comunidade. Como podemos perceber a partir do pensamento de Lück (2009, pág, 15) sobre o conceito de gestão participativa que:
Articula e engloba as várias dimensões da gestão escolar e das ações educacionais, como condição para garantir a unidade de trabalho e desenvolvimento equilibrado de todos os segmentos da escola, na realização de seus objetivos, segundo uma perspectiva interativa e integradora. (LUCK, 2009.p. 15)
Tona-se assim evidente que a há uma estreita relação entre o conceito de democracia e cidadania, então atentemos para o artigo 206 da Constituição Federal do Capitulo III Da Educação, Da cultura e do Desporto, que cita claramente o que deve ser observado pela gestão escolar. 
O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e a coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; I valorização dos profissionais de ensino, garantindo, na formada lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente, por concurso público de provas e títulos, assegurando regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela União. gestão democrática no ensino público na forma da lei; II garantia do padrão de qualidade; ( BRASIL, 1998)
Para que a gestão escolar participativa aconteça de forma efetiva faz-se necessário que todos contribuam na organização do espaço escolar. Pra que isso aconteça a escola tem que romper vários paradigmas que há tempos vem impedindo que haja um diálogo eficiente entre todos os envolvidos na educação escolar, é dever da escola abrir suas portas e dar acesso aos caminhos que possam levar à socialização e discussão de toda a problemática que envolve o ambiente escolar. 
A participação em sentido pleno é caracterizada pela mobilização efetiva dos esforços individuais para a superação de atitudes de acomodação, de alienação e marginalização, e reversão desses aspectos pela eliminação de comportamentos individualistas pelo espírito de equipe, visando à efetivação de objetivos sociais e individuais que são adequadamente entendidos e assumidos por todos. (LUCK, 2006. P.30)
 	Hodiernamente, diversas as escolas já têm se organizado para a implementação da gestão participativa em seus processos de ensino. Entretanto, no que diz respeito a esse assunto, ainda não existe um modelo que possa ser seguido e aplicado por todas as escolas. Cada escola deve criar e desenvolver o seu próprio modelo educacional e aos poucos adaptá-lo a realidade onde está inserida tomando por bases as leis e diretrizes que regem o modelo de gestão democrático-participativa que objetiva principalmente a participação ativa de toda a comunidade escolar nas tomadas de decisões.
 Como podemos perceber no artigo 14 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei número 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que estabelece os princípios da gestão democrática e a participação da comunidade escolar:Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. (BRASIL, Lei n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996)
É por isso que cabe ao gestor saber como partir para ação administrativa tentando organizar a melhor forma possível de se chegar aos objetivos amenizando os conflitos sem banalizar a forma mais democrática, e principalmente quando pode contar com a equipe pedagógica tornando-se favorável o envolvimento participativo.
Uma unidade escolar que objetiva formar indivíduos participativos, críticos e criativos, a organização estudantil é de fundamental importância, à medida que se constitui numa "instância onde se cultiva gradativamente o interesse do aluno, para além da sala de aula" .( VEIGA 1998 p.13)
Para que a tomada de decisão seja partilhada, é necessária a implementação de vários mecanismos de participação, tais como: o aprimoramento dos processos de provimento ao cargo de diretor, a criação e consolidação de órgãos colegiados na escola (Conselhos Escolares, Conselho de Classe...), o fortalecimento da participação estudantil por meio da criação e consolidação de grêmios estudantis, a construção coletiva do projeto político-pedagógico da escola, a progressiva autonomia da escola e, consequentemente, a discussão e a implementação de novas formas de organização e de gestão escolar e a garantia de financiamento público da educação e da escola nos diferentes níveis e modalidades de ensino. ( NAVARRO 2004. p. 26)
Como visto na citação acima a gestão escolar (educacional) não compete somente aos professores e a direção da escola, mas ao todo que se faz presente dentro e fora dos muros da mesma. Na concepção de Paro (2001), a característica fundamental da gestão é a intercessão para a consolidação de fins. A educação é o próprio fim e sentido da gestão escolar. Para que esta seja considerada democrático-participativa é preciso que exista a coerência entre os objetivos e a mediação prática que lhe possibilita a realização de decisões conjuntas coma comunidade e corpo docente , visto que fins democráticos não podem ser alcançados de por meio do autoritarismo.
Sendo assim, o grêmio estudantil vem a se tornar um mecanismo de participação dos estudantes nos debates que envolvem a vivência escolar e principalmente no que diz respeito às tomadas de decisões, tornando-se num laboratório de aprendizagem e na formação da política educacional e atividade democrática. Favorecendo a organização entre os estudantes para que aprendam a lutar pelos seus direitos 
A instituição educativa, no cumprimento do seu papel e na efetivação da gestão democrática, precisa não só criar espaços de discussões que possibilitem a construção coletiva do projeto educativo, como também criar e sustentar ambientes que favoreçam essa participação. (NAVARRO, 2004, p. 34.) 
Então já comprovado por muitas experiências que embasam este trabalho ressaltamos com grande ensejo a flexibilidade da gestão quando trabalhada e apoiada com /pela equipe pedagógica juntamente com o alunado, nas dimensões das instituições escolares, quando buscamos construir na escola um processo de participação baseado em relações de cooperação, no trabalho coletivo e no partilhamento do poder.
A luz do pensamento de NAVARRO, (2004) precisamos exercitar a pedagogia do diálogo, do respeito às diferenças, garantindo a liberdade de expressão, a vivência de processos de convivência democrática, a serem efetivados no cotidiano, em busca da construção de projetos coletivos, uma ferramenta eficaz nessa busca é através da formação do grêmio estudantil o qual foi instituído legalmente por meio da Lei nº 7.398/85, a qual explicita que a organização e a criação do grêmio estudantil é um direito dos alunos. 
Essa lei caracteriza-o "como órgão independente da direção da escola ou de qualquer outra instância de controle e tutela que possa ser reivindicada pela instituição" (VEIGA, 1998, p. 122). Esse órgão deve por sua vez agir junto à administração (ou gestão) mediando para a realização de fins e de uma concepção de política como convivência (conflituosa ou não) entre sujeitos, e mantendo sempre o seu caráter democrático para a melhor formação de personalidades atuantes. 
Por fim, entendemos que, na luta pela autonomia, pela democratização dos sistemas de ensino e consequentemente, pela construção da gestão democrática, a escola precisa inicialmente garantir a autonomia dos estudantes para que estes possam se organizar livremente através de grêmios estudantis participativos e críticos, e dessa forma poderem atuar nas decisões que os afeta direta ou indiretamente dentro e fora das instituições de ensino, possibilitando o desenvolvimento de uma ação educativa de forma mais efetiva. Em busca dessa compreensão a cerca dos processos participativos dos estudantes na construção do ensino e gestão de suas escolas, decidimos dedicar o tempo que dispomos na disciplina de Estágio Supervisionado II para um maior aprofundamento nesta temática que tanto tem a ver com nossa formação como futuros docentes. 	
3. RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 
3.1 - Atividades realizadas nos processos da diagnose
Expomos neste item as atividades que foram realizadas durante o estágio, destacando inicialmente o levantamento de dados que foi realizado nos processos construídos durante os trabalhos da diagnose com a caracterização da instituição e a caracterização da ação educativa. Em seguida, elencamos as atividades planejadas e realizadas, acompanhadas das análises e discussões correspondentes.
No dia 23 outubro de 2017, deu-se início as atividades de estágio na E.E.E.F Médio Jornalista José Leal Ramos, ocorrendo no horário das 13h30min até as 17h30min inicialmente no turno da tarde nas segundas feiras, logo mais passou a ocorrer no turno da manhã nas terças feiras no horário de 07h30min até as 11h30min.
 No primeiro encontro do estágio o objetivo foi conhecer o espaço escolar, de saber como é o seu funcionamento em questão de turnos e horários, para nos organizar em relação ao estágio. Neste mesmo dia conhecemos a diretora Hortência Dias de Souza e a vice-diretora Ligia Mayara Tomaz de Albuquerque, que nos contou sobre sua função enquanto diretora da escola, e nos situou sobre a rotina de trabalho dos demais funcionários, bem como qual a função que cada um exerce dentro da escola.
Na semana seguinte no dia 30/10/17, nos dirigimos ao espaço da escola, para fazer a entrega da carta de apresentação e dialogar com diretora, embora não pudemos nos estender muito, pois ela se encontrava ocupada com as burocracias da escola. Na semana seguinte fizemos a observação por parte da gestão de um evento escolar, a exposição cientifica e cultural da escola, que ocorreu nos dias 31de dezembro a 01 novembro.
Já na outra semana começamos a fazer a realização da diagnose com a caracterização da instituição, com análise da realidade escolar, a estrutura física e os recursos materiais da escola e o seu uso, citados na introdução deste trabalho.
No encontro seguinte realizamos a caraterização da ação educativa com a organização da secretaria escolar, caracterização da organização da gestão escolar equipe de gestão e coordenação da escola equipe, informações projetos político pedagógicos da escola e dos colegiados, e dos projetos realizados na escola.
Nas semanas seguintes nos debruçamos sobre as discussões, e propostas de intervenção, de acordo as informações diagnosticadas, e seu planejamento. O ponto de partida para a proposta da intervenção surgiu diante da fala da diretora no período da diagnose no que se refere a relação com os alunos, ela cita como “uma boa relação” . “Isso nos despertou o interesse provocativo em saber como se dá o ponto de vista do alunado sobre o que seria essa boa relação, sendoque o aluno é o beneficiário final de toda a gestão escolar e deve estar envolvido em todo o processo”. 
 	E por fim, depois da elaboração da proposta, no dia 27/02/18 levamos para o conhecimento da direção o que seria realizado na intervenção, com o aceite da proposta, organizamos para a outra semana a reserva da sala de vídeo, e conversamos com a professora de língua portuguesa para que ela nos compartilhasse o horário das suas aulas, para que realizássemos a nossa intervenção, a final, a temática sobre gestão participativa interessa a todos sendo de uma temática Interdiciplinar, e o caráter da nossa proposta compactua com um dos eixos da língua portuguesa que é a produção textual.
 Por fim, a realização da nossa intervenção se deu no dia 13/ 03/ 18, de inicio quando chegamos a escola esperamos a vice diretora chegar já que a diretora não foi possível, pois ela não se encontrou em nenhum momento da proposta de intervenção pois estava afastada por motivo de saúde familiar. Então neste momento acompanhados da orientadora de estágio nos encaminhamos para a sala dos professores para assinar os termos de compromisso e logo em seguida nos dirigir a sala de vídeo para darmos inicio a intervenção, no qual será relatado a seguir.
3.2- DISCUSSÕES DA DIAGNOSE 
Durante a realização da diagnose foi possível perceber as relações de poder existentes na escola, como a figura do diretor é representada na equipe de gestão escolar, e sobre como se dá a ideia de gestão participativa na escola, que poucas vezes citado, se fazia presente de uma forma tímida na fala da direção escolar. Mas percebemos a grande participação dos professores no que se trata da criação e execução de projetos escolares, nos planejamentos escolares, e decisões sobre a elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola. 
Na participação de eventos e projetos escolares tanto como os professores, gestão, e alunos tem efetiva participação, a única queixa dos professores é a ausência dos pais nas reuniões e nos eventos escolares. Mas a participação em eventos e projetos escolares não implica na consolidação do discurso da gestão participativa, pois ela vai além disso, sobre outros assuntos relacionado a participação, a direção e professores afirmaram participar e promover espaços de discussão como o orçamento democrático realizado na escola todo ano a fim de discutir a finalidade de recursos da escola.
No que se trata dos alunos, a direção afirmou que o espaço da diretoria é aberto tanto para alunos, professores, funcionários e pais dos alunos, para pedir informações, fazer reclamações, solicitações ou até mesmo elogios. 
No período da diagnose podemos identificar também algumas inquietações da direção a respeito da sua posição na escola no sentido de, ser jovem e mulher com cargo de confiança dentro de uma instituição educacional, a respeito disso em um contexto que ainda vivemos como a luta das mulheres por direitos iguais, e a representação de um diretor escolar de uma forma tradicional, torna-se compreensível as inquietações da diretora da escola.
Por fim concluo nessa discussão que o tempo da diagnose foi importante para esse conhecimento e percepção escolar, apesar de ter sido um tempo limitado por conta dos prazos, foi suficiente para que pudéssemos debater de forma proveitosa a respeito da gestão escolar.
3.3- PROCESSO DA INTERVENÇÃO
A intervenção foi realizada no dia 13 de março de 2018 na escola Jornalista José Leal Ramos. A turma escolhida foi a do 3° ano do ensino médio. Sendo a turma escolhida por que possui uma maior experiência escolar e acompanhou por mais tempo a gestão da escola, além de que, a realização do nosso trabalho se deu com a ideia de “despertar sobre a gestão escolar participativa”. Portanto, a nossa intervenção teve como público alvo os estudantes do ensino médio, que possuem direito de participar das decisões da gestão escolar, assim como, os demais alunos da escola, pois todos são membros que compõe o corpo discente da escola e que principalmente recebem os benefícios das decisões da gestão.
Foi pensando a partir dessa informação que a turma foi escolhida, pois durante o processo de realização da diagnose foi-nos apresentado a ausência do Grêmio Estudantil por não está em vigência, pois sua votação foi realizada no ano de 2013, funcionou por 3 anos sendo que a vigência da presidência é de 2 anos, hoje não possui representante devido a conclusão do ensino médio do aluno, e depois não houve mais eleição por alguns motivos que justificam a ausência da eleição segundo a direção, então essa turma como as demais não tinham nenhuma informação a respeito do grêmio estudantil depois do termino da ultima vigência. Desse modo a intervenção realizada na turma do 3° ano foi de ótima escolha para a realização das discussões da gestão participativa.
Também outro fator que nos motivou a realização da intervenção como já citado nas ações realizadas durante o estágio, foi a fala da direção no período da diagnose no que se refere a relação da gestão com os alunos, segundo a sua fala, cita-se como uma “boa relação”, o que nos inquietou sobre qual seria o ponto de vista dos alunos sobre essa relação, e será que os alunos identificam os meios de participação na escola? Esses motivos que nos levaram a fazer tal proposta, com a realização da intervenção pudemos ter sua constatação, no qual descreveremos a seguir.
Inicialmente foi feita a realização da proposta de intervenção a direção da escola, como a diretora não se encontrava devido a outras questões, a proposta foi feita para a vice diretora, com o aceite da proposta, na outra semana retornamos a escola para a realização da intervenção. 
Em nossa ação inicial tivemos todo o apoio da vice diretora da escola e também da professora que cedeu os horários de sua disciplina de língua portuguesa para que fosse realizada a intervenção, já que se trata de um assunto que também cabe nas discussões de todas disciplinas, o professora também esteve presente na socialização.
Em relação ao primeiro momento, foi realizada uma conversa sobre gestão participativa, com a duração de 45 minutos. Nessa discussão foram abordados questionamentos como: O que é gestão escolar participativa? Você participa da gestão da sua escola? Como fazer para participar? Quando demos abertura às discussões, a turma mostrou-se interessada com os assuntos tratados, tendo uma boa participação no momento, quando lançados os questionamentos a turma foi respondendo as perguntas que eram solicitadas a responder. E, assim, compartilharam os conhecimentos que já tinham sobre os temas abordados, e as esclareceram como era a relação entre os alunos e a gestão, apresentando as suas angústias e desejos do que se precisava fazer e esclarecer dentro da escola. Nesse contexto, ouvimos as experiências dos alunos, onde alguns deles especificaram as formas de participação nas decisões da escola.
 Como recurso para a realização da mediação das discussões realizadas nessa intervenção, foi utilizada a TV da sala de vídeo para projeção dos slides, e o quadro branco para anotações. A seguir registros da socialização: 
Figura 01 e 02: Discussão sobre gestão participativa. Discussão sobre os principais pontos a serem discutidos na carta.
Fonte: SANTOS, A. A dos. (2018)
Avaliamos esse momento como uma experiência muito importante para a contextualização do nosso trabalho nesse processo de ensino-aprendizagem. A professora que estava presente em sala também contribuiu com as discussões realizadas, deixando assim a apresentação ainda mais dinâmica.
No segundo momento da intervenção propomos a construção de uma carta aberta para que os alunos expusessem suas opiniões de acordo como nos relatavam. O objetivo principal era oportunizar aos alunos um meio de participação direta na gestão da escola com a escrita da carta aberta, atentando sobre os direitos e deveres na participação dos alunos, promovendo e incentivando a cultura da participação, além de construir uma ponte de diálogo com a gestão e alunos da escola através de inciativascomo a reativação do grêmio estudantil.
 Assim nessa carta eles puderam colocar suas inquietações, solicitando assim esclarecimentos a respeito de algumas questões da escola, sendo esses os pontos destacados: A falta da merenda escolar, reativação do grêmio estudantil, implantação do quadro de sugestões para o uso dos alunos, a possibilidade de compra de um projetor, ausência de uso dos laboratórios dos alunos, falta de material esportivo, abuso de autoridade dos funcionários. Foram esses os principais pontos destacados na carta e levados a direção.
 E nessa trajetória da intervenção os alunos foram participativos, tirando todas as dúvidas e fazendo questionamentos a respeito da temática, podemos dizer que conseguimos despertar nos alunos o interesse de participar das decisões de forma efetiva, pois logo comentaram a respeito da reativação do grêmio estudantil, o que é algo muito importante para o alunado, e nenhum momento os alunos demonstraram desinteresse sobre esse assunto, a ponto de colocarem-na carta a aberta um pedido de posicionamento por parte da gestão a respeito disso.
Durante a realização da intervenção foi possível entender a ação gestora daqueles que compõe a gestão da escola, e como se dá as relações de poder, do ponto de vista dos alunos, ainda é possível encontrar nas escolas o diretor como alguém que dá ordens principalmente quando se trata dos alunos, ou o diretor como alguém distanciado, “a diretora só fica lá na diretoria”, dessa forma se existia um distanciamento velado na fala da direção, na fala dos alunos foi explicitado.
No final da realização da produção da carta aberta, agradecemos aos alunos pela atenção e participação e também o apoio da professora em ceder o espaço das suas aulas para a realização da intervenção. 
E por fim levamos a carta à diretoria, entregamos a vice direção, e demos algumas explicações sobre os pontos que levou aos alunos escreverem a carta, e se era possível dá um retorno aos alunos sobre que eles escreveram, e se havia algo na carta que não pudesse se respondido, a vice diretora disse que não, e também esclareceu que não era necessário a criação de um quadro de aviso na escola pois os alunos são livres para entrarem na diretoria e pedir informações, de início ela teve algum estranhamento sobre alguns pontos colocados na carta, o que leva atender que muitas vezes a gestão da escola não tem o conhecimento do todo, até mesmo por que as relações mudam constantemente, com a finalização da nossa conversa com a vice diretora e os agradecimentos, colocamos uma cópia da carta no mural da escola para que outros alunos também pudessem ler a carta produzida pelo 3° ano. 
Figura: Entrega da carta aberta a vice-direção.
 Fonte: SANTOS, A. A dos. (2018)
No outro dia da realização da intervenção, a diretora que não se encontrava no dia da proposta e da realização da intervenção, por motivos justificados, entrou em contato com nós estagiárias, pedindo informações sobre nossa intervenção alegando que houve um desconforto gerado na escola depois da realização da nossa intervenção, respondemos aos seus questionamentos esclarecendo o que motivou a escrita da carta aberta, com mais indagações, perguntamos quais dos pontos da carta não poderiam ser discutidos com alunos, ela afirmou que todos os pontos seriam possíveis responder e que proporcionaria um momento com os pais dos alunos para esclarecimentos.
Depois do contato com a diretora não obtivemos resposta se houve algum momento de discussão sobre os pontos colocados na carta, também não podemos retornar a escola por conta dos prazos de finalização do estágio. 
O término da intervenção nos levou a refletir ainda mais sobre as discussões de gestão participativa, devido as inquietações dos alunos, foi uma manhã muito produtiva onde os alunos do 3° ano tiveram a oportunidade de discutir um pouco sobre a gestão participativa de uma forma a vontade, de poder pontuar questões importantes com estabelecer um dialogo com a gestão da escola para esclarecimentos, assim podemos assim dizer que conseguimos realizar de forma bastante significante a nossa intervenção, chegando ao nosso objetivo principal que é o de oportunizar aos adolescentes da escola estadual Jornalista José Leal Ramos, um espaço de socialização acerca da importância da gestão participativa escolar, tendo em vista a participação direta com a produção da carta aberta, como uma comunicação entre alunos e gestão.
3.4 - ANÁLISE DOS RESULTADOS DA INTERVENÇÃO
O término da intervenção nos levou a refletir ainda mais sobre as discussões de gestão participativa, devido as inquietações dos alunos. Foi uma manhã muito produtiva onde os alunos do 3° ano tiveram a oportunidade de discutir sobre a gestão participativa de uma forma a vontade, de poder pontuar questões importantes a serem discutidas, assim como estabelecer um dialogo com a gestão da escola para esclarecimentos.
 Assim, podemos dizer que conseguimos realizar de forma bastante significante a nossa intervenção, chegando ao nosso objetivo principal que é o de oportunizar aos adolescentes da escola estadual Jornalista José Leal Ramos, um espaço de socialização acerca da importância da gestão participativa escolar, tendo em vista a participação direta com a produção da carta aberta, como uma comunicação entre alunos e gestão. Além de termos conseguido despertar nos alunos a vontade de participar e o reconhecimento de como é importante a participação dos alunos nas decisões da gestão da escola. Uma demonstração disso, foi a afirmação dos alunos sobre querer a reativação do grêmio estudantil e querer participar das eleições do mesmo.
 Com a realização da intervenção podemos perceber também que muitas vezes a discussão sobre gestão participativa se conserva apenas no discurso, e não se efetua na prática, são com pequenos distanciamentos que muitos silêncios são gerados. 
Tomando por conhecimento esse tipo de causa, que nos alerta para que no futuro, como profissionais, estejamos alerta para esse tipo de lacuna, ao despertar o interesse dos alunos, e gerar um desconforto na escola, por conta disso, constatamos que a “boa relação” entre os alunos e a gestão da escola muitas vezes se dá de forma simplista, pensando nisso, no intuito do objetivo da nossa proposta de intervenção, havíamos posto que um dos objetivos seria que, o que antes fosse visto como uma “boa relação” passe-se a ser uma relação de confiança, em que os alunos sejam confiados e confiáveis de participar das decisões da escola, construindo assim uma ponte de diálogo entre os dois membros da constituição da escola, já que todos fazem parte da gestão da escola. Mesmo assim com a realização da intervenção, não podemos afirmar que esse caminho de ponte foi aberto, pois até então não obtivemos resposta por parte da gestão da escola, apesar de afirmar que ela tomaria providências. 
CONCLUSÃO
Ter realizado este Estágio foi uma boa experiência, pois nos oportunizou conhecer de forma significativa a gestão escolar, as suas vivências, tanto de forma relacional, enquanto ser humano, como também as relações de poder existentes dentro do ambiente escolar, e as práticas da escola como as decisões a serem tomadas que implica no todo das dimensões da escola.
Assim, pudemos relacionar a teoria e a prática observando que não existe discrepâncias entre um e outro pois a teoria parte da prática, sendo assim enquanto alunas do curso de Licenciatura em educação do Campo nos sentimos privilegiadas em ter tido a oportunidade de ter estagiado na escola Jornalista José Leal Ramos, pois fomos bem recebidos pelos professores dessa escola, além de que é uma escola que vem recebendo destaque no cariri paraibano 	pela quantidade de execução e participação de projetos.
Enquanto aluno/as estagiários do curso de Licenciatura em Educação do Campo e futuros gestores, no desenvolver do estágio podemos salientar que o processo das tomadas de decisão e participação são fundamentais para o equilíbrio de conflitos na escola, entendemos que a promoção da gestão participativa,apesar do discurso também não é uma tarefa fácil, pois existem interesses pessoais divergentes, políticos, ideológicos e muitas outras questões que implicam nas tomadas de decisões, mas que não é impossível, assim como comprovamos que a participação dos alunos merece ser atendida e é necessário que eles consigam estabelecer uma relação não conflituosa com a gestão, ou seja, a gestão também precisa estabelecer uma ponte de diálogo para que os alunos se sintam a vontade de discutir sobre decisões importantes. É necessário que não só essa escola, mas como todas as escolas promovam a cultura da participação.
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