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1 MATERIAL DE APOIO – PROCESSO DO TRABALHO CONCEITO Trata-se de um meio de instrumentalização e efetivação das normas de Direito do Trabalho; Ramo da ciência Jurídica – com princípios e regras próprias; Tem como objeto: evitar, dirimir e pacificar controvérsia que envolva relações de trabalho e de emprego; individual ou coletivamente Características do Direito Processual do Trabalho: Integra o direito processual comum, instrumento de execução nas normas substanciais (direito material), visando garantir que as normas sejam realmente respeitadas e cumpridas; Pela CF 88 foi alçado ao rol de direito Fundamental, condição que coaduna com o que se espera de um Etado Democrático de Direto. Conforme previsto na CLT: art. 769 e 889 da CLT é subsidiário do processo comum; Subsidiariedade não impede a autonomia do Direito do Trabalho, que possui regras que indicam o caminhio possível para solucionar conflitos trabalhistas, seja individual ou coletivo; Sistema de órgãos normatizados que integram a Justiça do Trabalho; O Direito Processual do Trabalho está inserido no campo de Direito Público, por não restringir-se a análise de documentos entre as partes; Trata-se de uma sistematização que ao aplicar os princípios e regras efetiva a jurisdição (poder do Estado para dirimir os conflitos, extinguido os conflitos trabalhistas e pacificando a vida em sociedade; Outro ponto que indica tal condição é o fato das fontes formais do Direito processual do trabalho são de origem estatal, ademais, somente a União poderá legislar sobre o direito processual (art. 22-I, da constituição Federal). AUTONOMIA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO: Condições que indicam a autonomia de determinada ciência: Ser vasta – possuindo estudo próprio; 2 Doutrina homogênea, com presença de conceitos gerais comuns, distintos dos conceitos gerais que informar outras disciplinas; Método próprio, empregando processos especiais para o conhecimento das verdades que constituem o objeto de suas investigações. Importante frisar que a autonomia do Direito Processual do trabalho decorre da Constituição Federal de 1988, posterior e efetivamente alterada pela EC 45/2004 e recentemente pela Reforma trabalhista; Auxilia na identificação da autonomia a presença de princípios próprios, regras próprias, legislação específica, institutos peculiares, um número razoável de estudos doutrinários e a presença de um objeto próprio: Presença de duas correntes que se opõe: Teoria monista (unitarista): o O direito processual é único e suas regras são universais; “Verifica-se que o processo do trabalho possui, realmente, características especiais, mas que são ditadas pelas peculiaridades do direito material que ele instrumentaliza.” Teoria dualista: o Não desconsidera a existência de uma relação jurídica entre o direito processual geral, contudo existe uma alto grau de especificidade que não permite o englobamento do todo. “(...) a dualidade e a autonomia não significa que um ramo do Direito Processual autônomo não possa ser servir de regras de outro Direito Processual. As diferenças e peculiaridades que foram suficientes a determinar a autonomia não são de molde a proibir a busca subsidiária Ainda no sentido de se garantir a autonomia, verifica-se a presença de instituições com conhecimento jurídico especializado, com Varas e Tribunais do Trabalho, presença de órgãos auxiliares (MTE – MPT); 3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA Caminho percorrido pelo direito do Trabalho no Brasil foi longo, o momento em que estamos inseridos, sequer pode ser chamado de ponto final, tendo em vista a recente reforma consubstancial sofrida pela legislação trabalhista. Em forma de linha cronológica, assim podemos assinalar a evolução da legislação especializada: 1907: Lei 1.637 de 05/11/1907 – Criação dos concelhos permanentes de conciliação e arbitragem: Órgão de natureza sindical que resolveria imbróglios entre empregado e empregador, contudo não foi colocada em prática: 1911: Lei 1.299-1 – Do Estado de São Paulo, criou o Patronato Agrícola: Finalidade de conceder assistência judiciária ao trabalhador agrícola – relevante para o momento de imigração vivido pelo Brasil; 1922: Lei Estadual 1.869 de SP – Criação dos Tribunais Rurais: Modelo rudimentar de mediação e arbitragem, composta por um juiz de direito da comarca e por um indicado pelo proprietário de terra e outro pelo trabalhador rural; Atuação limitada a questões salariais de até 500 mil réis 1923: Decreto 16.027de 30/04/1923 – Instituição do Conselho Nacional do Trabalho Ligado ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio; Órgão de natureza consultiva; Acumulava ainda a função de atuar em questões previdenciárias e ainda sobre a dispensa de empregados públicos detentores de estabilidade; 1930: Golpe de Estado (Getúlio Vargas) – Decreto 19.433 26/11/1930 – Criação do Ministério do Trabalho e Emprego; 1932: Criação das Comissões mistas de conciliação: Buscar conciliar conflitos coletivos, sem contudo ter poder par julgar; Havendo acordo a solução seria um juízo arbitral; Não havendo acordo, seria decidido pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio; Existiu até 1941, ano em que foi criada a Justiça do Trabalho. 1932: Decreto 22.132 – 25/11/1932 – Criação das Juntas de Conciliação e Julgamento; Competência para dirimir dissídios individuais; Eram órgãos de natureza administrativa; 4 Embora decidisse, não detinha competência para executar suas decisões, que deveriam ser remetidos a Justiça Comum 1934: Pela Constituição Federal foi criada a Justiça do Trabalho: Art. 122 – contudo não pertencia ao poder judiciário 1937: Nova Carta Constitucional – reproduziu em síntese o que já dispunha a anterior; O que faz concluir a ligação da Justiça do Trabalho com o poder executivo: 1939: Decretos 1.237 e 1.346 – Institucionalizam a Justiça do Trabalho; 1940: Decreto 6.9596 – Organização da Justiça do Trabalho: Funcionamento autônomo do poder executivo e da justiça comum; Possibilidade de executar as decisões emanadas pelo órgão; Exercia atividade judicial, porém ainda não integraria o Poder Judiciário; 1941: Instalação da Justiça do Trabalho: 08 conselhos e 36 juntas de conciliação e julgamento; Estruturada em três instâncias: Juntas de Conciliação e Julgamento: o Instância inicial, composta por um presidente (indicado pelo presidente da república) e dois vogais, representantes do empregado e empregador o Competência para julgamento de ações individuais. Conselhos Regionais do Trabalho: o Finalidade de julgar os recursos das juntas de conciliação; o Competência para julgar inicialmente conflitos coletivos Conselho Nacional do Trabalho: o Subdividido em duas Câmaras: Justiça do Trabalho; Previdência Social; Criação no mesmo período da Procuradoria da Justiça do Trabalho – embrião do Ministério Público do Trabalho; 1946: Constituição Federal: Justiça do trabalho passa a integrar o Poder Judiciário da União; Garantias aos detentores do cargo na magistratura (inamobilidade, irredutibilidade). 5 o 1967: EC 1 de 1969: Membros do TST, passam a gozar do status de ministro; 1969: Decreto 777 – Normas processuais trabalhista, que aplica-s aos entes públicos; o 1999: EC 24 de 1999: Reestruturação da justiça do trabalho, deixou de ter juízes classistas; Alteração da nomenclatura – Varas do Trabalho Contemporâneo a criação do procedimento sumaríssimo (art. 852-A – CLT); 2004: EC45/2004 – Revolução na Justiça do Trabalho, ampliação na da justiça especializada Edição de Súmula Vinculante 22: A justiça do trabalho é competentepara processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho proposta por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro e em grau quando empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional 45/2004 Súmula Vinculante 23– A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. Súmula Vinculante 25 – É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. Súmula Vinculante 40 – A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo. Súmula Vinculante 53 – A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal, alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados. 2017: Lei 13.467/2017 – Reforma Trabalhista, profunda alteração: Diminuiu o guarda-chuva protetor do Estado sobre a pessoa do trabalhador; Facultou a negociação coletiva entre sindicatos e empregadores; E, diretamente entre o patrão e o empregado; Admitiu a arbitragem nas lides individuais de trabalho, o trabalhador com remuneração superior a duas vezes o teto da Previdência Social; 6 Transformou a contribuição sindical obrigatória em facultativa; Inverteu a hierarquia das normas trabalhistas, estabelecendo a supremacia do negociado sobre a legislação do trabalho; Flexibilizou a entrada do trabalhador no mercado de trabalho, com vários tipos de contratos precários, desde por hora (intermitente), em regimes diferenciados 12 x 36; teletrabalho etc.; Flexibiliza a saída do empregado da empresa, colocando no mesmo plano a dispensa individual, plúrima e coletiva; Promoveu a tarifação do dano extrapatrimonial trabalhista; Veda a ultratividade das normas trabalhistas; Desnecessidade de homologação da rescisão do contrato de trabalho e demissão de empregado com mais de um ano; Revogação do intervalo de 15 minutos para a mulher (art. 384 da CLT); Pagamento apenas da parte suprimida do intervalo intrajornada e pagamento de natureza indenizatória em caso de supressão; Prevalência do acordo coletivo sobre a convenção coletiva; Competência da Justiça do Trabalho para homologar acordo extrajudicial entre patrão e empregado; Cabimento da litigância de má-fé no Processo do Trabalho, bem como pagamento de custas e honorários sucumbenciais pelo empregado; Eliminação de execução ex officio, salvo se a parte estiver desacompanhada de advogado; Aplicabilidade da desconsideração da pessoa jurídica na forma do CPC/2015; Alteração do conceito de grupo econômico e da sucessão trabalhista, bem como da condenação de sócios retirantes; Prescrição intercorrente de dois anos, ex officio; Necessidade de comprovação do estado de pobreza para obtenção do benefício da gratuidade de justiça, sem isenção de pagamento de custas no caso de arquivamento e ajuizamento de nova ação; Honorários advocatícios entre 5% e 15%; Litigância de má-fé até mesmo para as testemunhas; Exceção de incompetência territorial antes da audiência, com suspensão do processo; Preposto não necessita mais ser empregado; 7 Revelia com advogado presente, permite o recebimento da contestação e documentos; Eliminação do pagamento das horas in itinere; Livre estipulação contratual para parcelas do art. 611-A para aqueles que ganham o equivalente a duas vezes o piso da Previdência Social; Equiparação salarial apenas para os empregados do mesmo estabelecimento e criação de mais um requisito (4 anos de tempo de casa, além de 2 anos de função) com plano de cargo e salário, sem necessidade de critérios de promoção, alterna dos ora por merecimento, ora por antiguidade; Supressão da gratificação de função de confiança, mesmo depois de 10 anos, se revertida o empregado ao cargo efetivo anterior, mantendo-se o benefício, se já incorporado ao patrimônio jurídico do empregado (direito adquirido); Contrato por tempo parcial de 26 horas semanais (mais 6 horas extras) ou 30 horas semanais, com a revogação do art. 130-A da CLT; Exclusão dos teletrabalhadores das horas extras, intervalo, hora noturna e adicional noturno; Autorização de jornada móvel variada e do trabalho móvel variado; Exigência de quórum qualificado para a alteração ou fixação de Súmula ou Tese Prevalecente, além de outros requisitos e limitação da atuação da jurisprudência; Terceirização em atividade-fim, sem equivalência salarial; Dispensa de depósito recursal para beneficiário da gratuidade de justiça, entidades filantrópicas e empresa em recuperação; Pagamento de 50% do depósito recursal para pequenas e microempresas; Limite de pagamento de custas de até 4 vezes o teto da Previdência Social; Estabilidade dos representantes eleitos das empresas com mais de 200 empregados; Limitação da nulidade das normas coletivas apenas quando violado o art. 104 do Código Civil; Prêmios e gratificações contratuais ou espontâneas sem natureza salarial; Trabalhador formalizado com contrato autônomo não é mais considerado empregado; Banco de horas por acordo individual escrito entre patrão e empregado para compensação em 8 até 6 meses; Validade de acordo de compensação tácito ou oral para compensação dentro do mês; Validade de acordo de compensação por horas extras habituais; Parcelamento das férias em até 3 vezes; Autorização do trabalho insalubre para grávidas e lactantes; Exclusão da responsabilidade do sócio retirante, que pede sua saída da sociedade após 2 anos, na forma do Código Civil Brasileiro. Direito Processual em outros Países: França: Conflitos Dissolvidos pelo COnseils de Prud’hommes na hipótese de conflito individual e via mediação ou arbitragem quando conflito coletivo; Não é necessário a intervenção do advogado; Não ocorrendo audiência, resultado dado na própria audiência; Cabendo recurso de acordo com o valor da causa. Itália: Criado aproximadamente em 1878 existe os Collegi di Proibiviri; Composição tripartite: Representante do Estado, dos empregados e dos empregadores No período de 1927 até 1942 – Presença da Carta del lavoro, direito do trabalho autônomo; Atualmente os dissídios individuais são julgados por juízes togados, já os dissídios coletivos são resolvidos por meio de greve, convenções coletivas, arbitragem e mediação Alemanha: Semelhante ao modelo brasileiro; Estrutura em três graus de hierarquia: Arbeitsgericht – (1º grau); Landesararbitsgerichte – (2º grau); Bundesararbeitsgerichte (Tribunal Federal do Trabalho. Estados Unidos: Não há justiça do trabalho; Escassez de legislação sobre a matéria; 9 Via de regra os conflitos são realizados pela arbitragem privada, custeados de modo geral pelo próprio sindicato; Na hipótese de conflitos coletivos, é obrigatório a conciliação, sendo infrutífera, será conduzido pela estado passando pela arbitragem 10 PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO Base Estruturante; Para Norberto Bobbio: Princípios gerais são normas como qualquer outra positivida, ademais, sua função ao caso concreto é idêntica ao que desempenha as normas, qual seja: regular o caso concreto; Segundo o mesmo, tanto os princípios expressos quanto os inexpressos possuem asmesmas características e funções; PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS FUNDAMENTAIS: No Título I, a CF confere aos princípios o caráter de autêntica normas constitucionais, passando a figurar como fontes normativas primária do ordenamento: Importante destaque, conforme dizeres de Geraldo Ataliba (BLp. 78): “o princípio é muito mais importante do que uma norma”, uma vez que o princípio é, também, uma norma; mas “é muito mais do que uma norma, uma diretriz, é um norte do sistema, é um rumo apontado para ser seguido por todo o sistema, sempre que se vai debruçar sobre os preceitos contidos no sistema” Em consonância a teoria de Dworkin: a utilização dos princípios para preenchimento de lacunas nos possibilita visualizar que princípios não revoga princípios, permitem uma harmonização e assim aplica-se o conceito de justiça ao caso concreto, sempre que ocorrer essa harmonização, não haverá uma derrogação do princípio; Exercem uma tríplice função no ordenamento jurídico, quais sejam: INFORMATIVA – INTERPRETATIVA – NORMATIVA INFORMATIVA: Serve de inspiração a atividade legislativa, movida por valores poíticos, éticos, sociais, econômicos; Indicam que, havendo alteração do entorno social, as regras deverão ser atualizadas de modo a manter a sintonia entre os anseios da sociedade e a perfeita tutela dos jurisdicionados 11 INTERPRETATIVA: Endereçada ao aplicador do direito, compreende a tarefa de interpretar de acordo com os métodos hermenêuticos disponíveis e o caso em concreto; NORMATIVA: Meios de utilização dos princípios para resolução do caso em concreto, sua aplicação pode ser entendida sob duas formas: Direta: o Ocorre quando uma norma é derrogada expressamente por utilização de um princípio (ocorre com o princípio da norma mais favorável ao trabalhador – art. 7º caput CF) Indireta: o Ocorre que pela integração na hipótese de lacuna, (art. 128 CPC); Diretrizes gerais ao operador; PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO: Classificados como princípios INFORMATIVOS e FUNDAMENTAIS: PRINCÍPIOS INFORMATIVOS: Dotados da característica da universalidade, e são por conseguinte incontroversos, aplicados em todas as áreas do Direito, condição da qual não comporta discussão: Valendo-se dos ensinamento de Ada Pellegrini Grinover e Dinamarco, são os princípios informativos do Direito Processual: Princípio Lógico: o Escolha dos fatos e forma aptos a possibilitar a descoberta da verdade; o Indica a logicidade do processo, seria a ordem natural a ser seguida em qualquer demanda (inicial, contestação, decisão, recurso, etc) Princípio Jurídico: 12 o Assegura aos litigantes que o tratamento será dado ao caso e não de acordo com a parte que recorre ao judiciário; o Conceito máximo de impessoalidade, não se analisa o processo, o resultado buscado é a justiça: o “não se repara o avião durante o voo” Princípio Político: o Garantia social com o menor sacrifício individual, na medida em que nenhum processo deixará de ter sua decisão, ainda que presente lacunas; o E toda decisão buscará a cumprir com a justiça, tentando sempre que possível minimizar os efeitos de sua decisão Princípio Econômico: o Equilibra a balança entre os custos do processo e o acesso de todos jurisdicionados aos tribunais; o Contribuição será de acordo com as condições das partes; o Gratuidade de justiça é uma aplicação desse princípio. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS São os chamados princípios gerais, que sempre estarão presentes e sobre os quais o sisteme jurídico poderá optar (quando houver embate), considerando aspectos, políticos, ideológicos, econômicos Igualdade: Previsão constitucional, artigo 5º caput, todos são iguais perante a lei; Trata-se de igualdade forma, princípio da paridade das armas; Ampla Defesa e Contraditório; Previsão constitucional, art. 5º LV Prevê a bilateralidade da ação, aproveita para todas as partes e interessados do processo; Interessante disposto no artigo 10º do CPC, que veda a decisão do juiz, em qualquer grau de jurisdição, quando não tiver sido ofertado para todas às partes o direito de se manifestar; Por sua vez a ampla deesa é um complemento ao contraditório; Igualmente é um princípio bilateral, exigível por todas 13 as partes e interessados; Sua ausência tem o poder trazer nulidade aos fatos praticados sem sua observância Imparcialidade do Juiz; Somente aventa-se um devido processo legal quando não houver motivos escusos que conduzem a sentença; Assim a justa lide será aquela em que a resolução do imbróglio se de por um processo regular, com igual tratamento entre as partes, obedecendo o devido processo legal, sendo execrável a figura de juízes que não atendam essa característica Motivação das decisões; Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes em casos no quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação. Devido Processo Legal; O princípio em tela encontra raízes no due process of law, do direito norte-americano, e está albergado, explicitamente, no art. 5º, LIV, da CF, in verbis: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”; Do princípio do devido processo legal extraem-se outros princípios, de ordem constitucional e infraconstitucional,tais como os princípios do juiz natural, do promotor natural, do duplo grau de jurisdição, da recorribilidade das decisões e da motivação das decisões judiciais, do contraditório e ampla defesa, o da duração razoável do processo etc. Como corolário, é factível dizer que o devido processo legal deve ser compreendido também como princípio do “devido processo justo”. O NCPC refere expressamente o princípio do devido processo legal nos arts. 26, I, e 36. Juiz Natural; Aquele investido de função jurisdicional, afastando julgamentos por outro poder, como ainda impede a criação de tribunais de exceção ou ad hoc para o julgamento de causas cíveis ou penais 14 Promotor Natural; Duplo Grau de Jurisdição; Principio da Inafastabilidade do controle jurisdicional; Está consagrado expressamente no art. 5º, XXXV, da CF,in verbis: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Este princípio tem por destinatário não apenas o legislador (“a lei não excluirá ..”.), pois o comando constitucional atinge a todos indistintamente. Em outros termos, a ninguém (Estado, sociedade ou cidadão) é permitido impedir o direito fundamental de qualquer pessoa de ajuizar ação perante o Poder Judiciário. O problema do acesso à justiça ganhou nova dimensão a partir da Constituição Federal de 1988, que, inovando substancialmente em relação à Carta que lhe antecedeu, catalogou os princípios da inafastabilidade do controle jurisdicional e do devido processo legal no rol dos direitos e garantias fundamentais, especificamente no capítulo concernente aos direitos e deveres individuais e coletivos. Amplia-se, então, no plano mais elevado do nosso ordenamento, o conceito jurídico de acesso ao Poder Judiciário, não somente para a tutela jurisdicional na hipótese de lesão, mas, também, na de ameaça a direito. Duração Razoável do Processo; O escopo do princípio ora focalizado, portanto, reside na efetividade da prestação jurisdicional, devendo o juiz empregar todos os meios e medidas judiciais para que o processo tenha uma “razoável duração”, que, na verdade, é uma expressão que guarda um conceitoindeterminado, razão pela qual somente no caso concreto poder-se-á afirmar se determinado processo teve ou está tendo tramitação com duração razoável. Princípio da Demanda; Na esfera civil, o poder de provocar a tutela jurisdicional foi entregue à própria parte interessada, isto é, àquela que se sentisse atingida pelo comportamento alheio, podendo ela vir a juízo apresentar a sua pretensão, se quiser ou da forma que lhe aprouver, assim como dela desistir, respeitadas as exigências legais. Princípio Impulso oficial; O princípio inquisitivo está consagrado expressamente no art. 2º do NCPC, que dispõe textualmente: “O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções 15 previstas em lei” Após o ajuizamento da ação, o juiz assume o dever de prestar a jurisdição de acordo com os poderes que o ordenamento jurídico lhe confere Princípio da Instrumentalidade; O processo não é um fim em si mesmo. Ao revés, o processo deve ser instrumento de Justiça. É por meio de leque o Estado presta a jurisdição, dirimindo conflitos, promovendo a pacificação e a segurança aos jurisdicionados. Princípio da Impugnação especificada; Corolário do contraditório, o princípio da impugnação especificada está previsto no art. 341 do NCPC, segundo o qual: “Incumbe também ao réu manifestar- se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas”. A inobservância do princípio da impugnação especificada deságua na presunção de veracidade dos fatos nãoimpugnados. Princípio da Estabilidade da Lide; O princípio da estabilidade da lide informa que se o autor já propôs sua demanda e deduziu os seus pedidos, e se o réu já foi citado para sobre eles se pronunciar, não poderá mais o autor modificar sua pretensão sem anuência do réu e, depois de ultrapassado o momento da defesa, nem mesmo com o consentimento de ambas as partes isso será possível. o I – até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; o II – até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. o Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir Princípio da Eventualidade; É o princípio da eventualidade, que está inserto no art. 336 do NCPC, in verbis: “Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido 16 do autor e especificando as provas que pretende produzir”. Princípio da Preclusão; O princípio em tela também está previsto no art. 507 do NCPC, segundo o qual “é vedado à parte discutir no processo as questões já decididas a cujo respeito se operou a preclusão”. Essa norma tem por destinatários todos os que figuram no processo, inclusive o juiz, na medida em que este não poderá examinar questão já superada, sendo lhe permitido, no entanto, a qualquer momento, antes da prolação da sentença, conhecer de questão de ordem pública, tal como preveem os arts. 485, § 3º, 337, § 5º, e 342, II, do NCPC Preclusão consumativa Preclusão temporal Preclusão lógica Preclusão ordinatória Preclusão máxima Preclusão pro judicat Princípio da Economia Processual; obter da prestação jurisdicional o máximo de resultado com o mínimo de atos processuais, evitando-se dispêndios desnecessários de tempo e dinheiro para os jurisdicionados. Princípio do Ônus da prova; previsto no art. 333 do CPC/73, que diz: “O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor”. Princípio da Oralidade; A rigor, ele se exterioriza interagindo com outros quatro princípios: I – princípio da imediatidade; II – princípio da identidade física do juiz; III – princípio da concentração; e IV – princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias. Princípio da Lealdade Processual; Princípio da Perpetuatio Jurisdictionis; Princípios do Acesso à Justiça: PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO DIREITO DO TRABALHO: Aplicação = tutela do hipossuficiente (Trabalhador); Manutenção Principiológica (garantida pela reforma trabalhista) Enunciado n.º. 4 da 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho: 17 A Lei 13-467/2017, da Reforma Trabalhista, não afetou os fundamentos, do Direito do Trabalho positivados na CLT (art. 8°), bem como os princípios da proteção (Títulos li a IV), dá primazia da realidade (arts: 3º e 442), da irrenunciabilidade (arts. 9º e 468), da norma mais favorável, da imodificabilidade contratual em prejuízo do trabalhador (art. 468), da supremacia do crédito trabalhista (arts. 100 da CF e 186 do CTN) e dos poderes inquisitórios do juiz do trabalho (art. 765), entre outros, cuja observância é requisito para a validade da norma jurídica trabalhista. Princípios do Direito do Trabalho reconhecimento variável: Autores Reconhecem mais, outros menos: Princípios Gerais sempre serão aplicáveis ao Direito do Trabalho São princípios que tendem. a incorporar as diretrizes centrais da própria noção do Direito (ilustrativamente, os princípios da lealdade e boa-fé ou da não alegação da própria torpeza) ou as diretrizes centrais do conjunto dos sistemas jurídicos contemporâneos ocidentais (como, ilustrativamente, o princípio da inalterabilidade dos contratos). Tendem a ser, portanto, princípios que se irradiam por todos os seguimentos da ordem jurídica, cumprindo o relevante papel' de assegurar organicidade e coerência integradas à totalidade do universo normativo de uma sociedade política. Princípio da Proteção ao Trabalhador: Garantia de Direitos Mínimos ao hipossuficiente; Estabelecimento de equilíbrio à Relação de emprego (equilíbrio econômico); Situação econômica empregador x proteção legal ao trabalhador; Pela regra do Direito Civil, todos são iguais perante a lei e devem ser tratados de forma igualitária por ela. Isso não ocorre no Direito Laboral. Reconhece- se que não existe uma igualdade 'entre empregados e empregadores, em face da superioridade econômica e jurídica destes últimos em relação aos primeiros. Para equilibrar a relação havida entre os atores sociais, o Direito do Trabalho procura proteger o empregado contra o desejo insaciável cje lucro do empresário. Defesa da autonomia da vontade; Possibilidade do trabalhador recusar ordens abusivas sem correr riscos ilegais de perda de emprego; Empregador Hiperssuficiente (Inovação da Reforma): o Art. 444 CLT: A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de 18 Previdência Social. Requisitos para reconhecimento: Diploma Curso Superior: Salário superior 2X ao teto do INSS ( R$ 5.645,80) R$ 11.291,60. Cláusulas negociadas efeitos de instrumento coletivo: Contradição ao artigo 3º da CLT (Tratamento igual em relação à condição de Trabalhador). In dubio Pro operario: Várias interpretações sobre a mesma norma; Interpretação mais favorável ao trabalhador; Princípio ultrapassado (Norma mais favorável); Utilização vedada no processo do Trabalho: o Impossibilidade de tratamento diferente no rito processual. Norma mais favorável: Escolhada norma mais favorável em relação ao trabalhador: Súmula 202 TST: o Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por tempo de serviço outorgada pelo empregador e outra: da mesma natureza prevista em acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença normativa, o empregado tem direito a receber, exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica. o Exemplo CCT adicional de 70% e CF adicional de 50%, aplica-se a CCT. Não possui Caráter absoluto o Observância de questão de ordem Pública: Ampliação do prazo para ajuizamento da demanda (analogia do Código Civil) Restrição de aplicabilidade artigos 611-A e 620 (CLT); A aplicação da lei específica se mais benéfica prevalecerá sobre norma hierarquicamente superior; Após a reforma, o acordo coletivo se sobreporá a Convenção Coletiva, por representar realidade mais próxima ao dia a dia; Significa dizer que, relativizou- se a norma mais favorável, para prevalecer o negociado sobre o legislado. Condição Mais Benéfica: 19 Fundamento artigo 468 CLT: o Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Conquistas não regredirão: Aplicabilidade restrita quando se trata de instrumentos coletivos: o Condições benéficas permanecem pelo tempo de vigência do Instrumento, prazo máximo de 2 anos: Súmula 277 do TST: As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho. Art. 614 § 3º CLT: Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade. Pós Reforma, auxílio alimentação não incorpora ao contrato de trabalho: o Art. 457 § 2º CLT Princípio da Imperatividade das normas Trabalhistas: Impossibilidade de alteração de normas cogentes (obrigatórias), ambiente pré reforma: Para esse princípio prevalece a restrição à autonomia da vontade no contrato trabalhista, em contraponto à diretriz civil de soberania das partes no ajuste das condições contratuais. Esta restrição é tida como instrumento assecuratório eficaz de garantias fundamentais ao trabalhador, em face do desequilíbrio de poderes inerente ao contrato de emprego. Pós reforma, reconhecimento de flexibilização: Convenções e acordos coletivos prevalecem sobre a lei; Disposição das matérias elencadas do art. 611-A CLT; Flexibilização também prevista ao hiperssuficiente. Princípio da Primazia da Realidade: Realidade se sobrepõe ao que estiver escrito; Intuito de afastar fraudes nas relações trabalhistas. 20 Princípio da Inalterabilidade Contratual lesiva ao empregado: Inalterabilidade prejudicial, previsão expressa artigo 468 CLT; Consentimento não elimina o vício; Impossibilidade de expressar livremente a vontade; Princípio da Continuidade da Relação de Emprego: A regra é o contrato de trabalho por prazo indeterminado; Ônus de provar a ruptura é do empregador: Súmula 212 TST: o O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. Hipóteses de não prestação de trabalho e manutenção do contrato(interrupção e suspensão do contrato): Exceções: o Contrato por prazo determinado: o Trabalho intermitente. Quarentena de 18 meses, vigência expirada do artigo 452 G da CLT Princípio da Irrenunciabilidade ou Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas: O empregado não pode renunciar Direito que lhe prevê a lei: Ainda que haja bilateralidade (comum acordo); Previsão expressa impossível de renúncia; Renunciar ao 13º, ao direito de férias, aviso prévio Irredutibilidade Salarial: Proteção ao Salário; Exceto se por Convenção ou acordo coletivo, visando a manutenção do emprego (durante vigência do documento): Art. 611-A § 3º CLT: o Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra. dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. Intangibilidade Salarial: 21 Proteção do salário em face de credores: o Deve haver previsão expressa (Lei, CCT ou ACT); o Impenhorabilidade do salário. DIREITO FUNDAMENTO LEGAL Compensação de Jornada Art. 59 § 6º CLT Banco de Horas Semestral Art 59 § 5º CLT JORNADA 12 X 36 Art 59-A CLT Alteração de presencial para teletrabalho Art. 75-C § 1º CLT Compra e Manutenção de aparelho (Teletrabalho Art. 75-D CLT Fracionamento de Férias Art. 134 § 1º CLT Intervalo para amamentação Art 396 CLT Hiperssuficiente Art 444§ único e 611-A CLT Pagamento Verbas Rescisórias Art 477 § 4º CLT Eficácia Plano de Demissão Voluntária Art 477-B, parte final CLT Distrato Art 484-A CLT Cláusula de arbitragem Art 507-A CLT Quitação anual de obrigações Art 507-B CLT P ROTEÇÃO I MPERATIVIDADE P RIMAZIA QUADRO MNEMÔNICO: In dubio pro operario Norma mais favorável Condição mais benéfica I INALTERABILIDADE LESIVA C ONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO Irredutibilidade Salarial I RRENUNCIABILIDADE Intangibilidade Salarial POSSIBILIDADED DE ALTERAÇÃO POR ACORDO INDIVIDUAL 22 FONTES DO DIREITO DO TRABALHO: FONTES DO DIREITO Pedra fundamental do Direito: sendo na realidade fundamental para todos os estudos jurídicos, indica a origem do direito, ou ao menos qual o intuito com sua criação; Anseio de aclarar a origem do Direito e a forma pela qual se exterioriza; Fundamentos para se considerar válida a norma jurídica: Quanto a forma de classificação não há unanimidade, tendo aqueles que classificam em: Primárias - Leis Secundárias – Costumes, jurisprudências e doutrina Mediatas Imediatas Materiais – Fato social que obrigatoriamente será anterior a positivação Formais – leis, costumes, jurisprudência, analogia, equidade, princípios gerais de direito. Pela abrangência e melhor didática, abordaremos a fontes como encontrada na doutrina em Carlos Henrique Bezerra Leite e Enoque Ribeiro dos Santos, valendo da classificação como Material e formal; Ressalva-se que a escolha pela terminologia, não impede a compreensão, mormente que as fontes sempre exercem a mesma atividade; FONTES DO DIREITO DO TRABALHO Fontes Materiais: Acontecimentos sociais, políticos, econômicos, filosóficos, culturais, morais, que inspiram o legislador; São na realidade, valores sociais que informam o conteúdo das normas jurídicas; As fontes materiais não é o Direito positiviado, sendo sua formação, a medida que são os fatos da sociedade que conduzem ao Não possui força obrigatória (reinvindicações dos 23 trabalhadores e empregados); “Afinal, entre os escopos do processo está o de promover a realização do direito matéria. Com a ampliação da competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações oriundas das relações de trabalho diversas da relação de emprego, além de outras demandas pertinentes ao direito previdenciário ( execução das contribuições previdenciárias), ao direito tributário (retenção do imposto de renda), à representação sindical e à greve, houve extraordinário elastecimento das fontes materiais do direito processual do trabalho” (Curso de Direito Processual do Trabalho – Carlos Henrique Bezerra Leita, 2018. P. 70) Prévia ao surgimento das fontes formais; Redução da carga horária; Estabilidade ao marido da gestante; Redução do rigor trabalhista; Flexibilização do Direito do Trabalho; Período marcado por pressão de classe social (empregados e empregadores); Fontes Formais: Fontes pelas quais o Direito Positivo se expressa: O conceito de positivismo jurídico conduz a conclusão de que não há Direito sem Estado, de tal sorte que, forças sociais, econômicas, políticas, etc, seriam a causa material do Direito, sem sua positivação o Estado não teria completa a atividade jurisdicional; Herdado do legalismo francês, pós revolução burguesa, que enxerga na lei um instrumento de controle tanto do Estado quando da jurisdição; Entendimento de que a norma escrita é a principal fonte de direito; Próprio do sistema romano germânico (civil law) tem em seu positivismo um expressivo apego a texto de lei, devendo a conduta humana calcada em comandos normativos: Na busca de uma maior segurança jurídica, o positivismo jurídico, fruto do positivismo filosófico, pregava que a ciência do Direito, como todas as demais, tinha de estar fundamentada em juízos de fato (representativos do conhecimento da realidade), e não em juízo de valor (que diriam respeito a uma tomada de posição diante da realidade e, portanto, uma concepção mais crítica da realidade). Pregava, portanto, uma grande aproximação entre o Direito e a norma. Esta representaria quase plenamente aquele; 24 Cientes de nossa inserção no chamado pós-positivismo, que em síntese prega uma aproximação ao modelo britânico (comon law), de modo que direito e moral devem possuir sintonia, devendo os princípios executarem no exercício do direito o papel da moral: Na visão pós-positivista a normatividade dos princípios e a centralidade da argumentação jurídica e dos direitos fundamentais são determinantes para que direito e moral sejam pensados não como esferas autônomas, mas complementares. (Marcelo Novelino apud, Santos 2018, p. 47). O que se extrai desse novo momento é descrito em Kant, para quem o Direito deve ser criado e interpretado sob a ótica humana, o ser humano é o início e o fim do Direito, o não reconhecimento desses valores inviabiliza o reconhecimento do direito. Exteriorização das normas jurídicas: Força obrigatória; Normas de observância geral: Leis: Convenções Coletivas; Acordos Coletivos: SUBDIVISÃO: Assim quanto terminologia, não há consenso, no entanto durante o estudo da matéria contemplaremos todas as formas possíveis e conhecidas de subdivisão das fontes formais do Direito do Trabalho: TERÍAMOS UMA PRIMEIRA CLASSIFICAÇÃO DA SEGUINTE MANEIRA: Lei: toda forma de positivação pelo poder Constitucional Competente – Legislativo: Constituição Federal: o Dentro do ordenamento jurídico se apresenta como superior às demais fontes; o A CF/88 apresenta uma organização da competência da justiça do trabalho, com ulteriores alterações; o Cuidou de inserir no plano dos direitos humanos fundamentais o direitos difusos e 25 coletivos; Regulados por um microssistema de tutela coletiva: Lei da Ação Civil Pública (7.347/85); CDC (8.078/90) Lei, em Sentido Geral: que seriam a legislação aplicável ao Direito Trabalho como um todo, formado por um sistema integrado de normas que complementam-se: o CLT (Decreto 5.452/1943) o Lei 5.584/70 – normas de procedimento do processo do trabalho; o Lei 7.701/88 – Organização do TST; o CPC (Lei 13.105/2015), aplicável de forma subsidiária; o Lei 6.830/80 – Lei da Execução Fiscal; o Lei 7.647/85 – Lei da Ação Civil Pública; o CDC – Parte processual; o ECA; o Lei Orgânica do MP; o Lei 13.146/2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência; o Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) Regimentos Internos do Tribunais: Aqui um certo grau de divergência, contudo para fins didáticos e práticos, não é possível negar a influência que tais regimentos afetam o processo do trabalho, de forma direta ou indireta, trata dos trâmites dos recursos e processos de competência originária de 2º ou 3º grau; o Dentre os pontos que corroboram com essa classificação: Agravo Regimental; Incidente de Uniformização de Jurisprudência; Correição Parcial; Costumes: Outro ponto de relevância e que suscita debate, costumes não estaria inserido no plano das fontes materiais? Por certo não, a prática induz a criação de obrigatoriedades no curso do processo do trabalho, 26 que passa a ser de observância obrigatória; Ademais, claramente o artigo 8º da CLT permite que os costumes sema utilizados como fontes normativas: o Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito doTrabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. Exemplos de aplicação prática dos costumes no processo do trabalho: o Até a reforma trabalhista a apresentação de defesa pela CLT art. 847 era oral; o Protestos em audiência com finalidade de evitar a preclusão, art. 795 CLT; o Procuração apud acta; Jurisprudência: Que representa o conjunto de decisões convergentes e reiteradas dos tribunais, que escancara o entendimento de certo tribunal sobre determinado assunto; Consagrado pelo art. 8º da CLT; Assim é inegável que decisões reiteradas como norte, tem uma atuação impositiva aos juízes de instâncias inferiores, influenciando a interpretação de dado assunto; No sistema da Civil Law, destaca-se a dupla função da jurisprudência: o Interpretar a lei e estabelecer limites ao texto: o Adequar o texto ao momento social vivido, que poderão ao longo dos anos sofrer alteração; Função semelhante ao que exercem nos países que tenham sistema common law, que tenham por núcleo central o poder criador e inspirador dos cases law ou leading cases (decisões judiciais); Importante destacar um certo traço de common law após a promulgação da CF/88, dando destaque a súmula vinculante, antecipação de tutela, etc, precedentes judiciais (pós novo CPC e reforma trabalhista); o Súmula vinculante de caráter geral – criação pela Emenda Constitucional 45/2004; 27 o O CPC claramente tem a uniformização como objetivo, visto o disposto no artigo 926 e seguintes; o Precedentes Judiciais: Traços presentes nos seguintes momentos: Repercussão geral como pressuposto para julgamento de recurso extraordinário (1.035 e 1.036 CPC); Recurso especial repetitivo 1.036 CPC); Súmula impeditiva de recurso (1.010 CPC); Julgamento prima facie (art. 332 CPC); Decisão monocrática do relator (932 CPC); o O CPC criou ainda como meio de demonstrar a Distinguishing relevância da jurisprudência , ao criar o Incidente de Resolução de demandas repetitivas (IRDR), previsto no artigo 976; Trata-se de uma ferramenta que busca fazer com que as decisões repetitivas dos tribunais superiores tornem-se vinculantes para os tribunais locais e juízes de primeiro grau; Tendo em vista o preceito contido tanto na CLT (769) quanto no CPC (15), essa criação terá sua utilização determinada na Justiça do Trabalho; Importante frisar que precedentes criados por determinado tribunal, apenas poderão ser revistos pelo mesmo; Distinguishing: afastamento do precedente quanto presentes peculiaridades Overruling: superação da tese jurídica elaborada no precedente; o Na Justiça do Trabalho, ações idênticas ficam paralisadas no grau em que estiver até que o tribunal julgue o processo que suscitou esse precedente, sendo obrigatório a aplicação do resultado em todos os casos semelhantes– exceção quando o processo estiver em fase de execução; o Atenção deve ser dada inclusive ao artigo 702 da CLT, especialmente no inciso I, alínea “f” e §§ 3º e 4º, além de 896-B e C; Art. 702: f) estabelecer ou alterar súmulas e outros enunciados de jurisprudência uniforme, pelo voto de pelo menos dois terços de seus 28 membros, caso a mesma matéria já tenha sido decidida de forma idêntica por unanimidade em, no mínimo, dois terços das turmas em pelo menos dez sessões diferentes em cada uma delas, podendo, ainda, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de sua publicação no Diário Oficial; (...) § 3º As sessões de julgamento sobre estabelecimento ou alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência deverão ser públicas, divulgadas com no mínimo, trinta dias de antecedência, e deverão possibilitar a sustentação oral pelo Procurador-Geral do Trabalho, pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, pelo Advogado- Geral da União e por confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional. § 4º O estabelecimento ou a alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência pelos Tribunais Regionais do Trabalho deverão observar o disposto na alínea f do inciso I e no § 3º deste artigo, com rol equivalente de legitimidade para sustentação oral, observada a abrangência de sua circunscrição judiciária. Art. 896-B. Aplicam-se ao recurso de revista, no que couber, as normas da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), relativas ao julgamento dos recursos extraordinário e especial repetitivos. (grifo nosso) Art. 896-C. Quando houver multiplicidade de recursos de revista fundados em idêntica questão de direito, a questão poderá ser afetada à Seção Especializada em Dissídios Individuais ou ao Tribunal Pleno, por decisão da maioria simples de seus membros, mediante requerimento de um dos Ministros que compõem a Seção Especializada, considerando a relevância da matéria ou a existência de entendimentos divergentes entre os Ministros dessa Seção ou das Turmas do Tribunal. Princípios: 29 Igualmente citado no artigo 8º da CLT, não pode ser desconsiderada sua função enquanto fonte; Caráter de dever-ser, como se norma fosse, abandonando a figura de preencher lacunas para desempenhar clara na função de solução do caso concreto; UMA SEGUNDA CLASSIFICAÇÃO: Fontes Formais Diretas: No topo das fontes formais diretas encontra-se a lei máxima do Estado, ou seja, Constituição Federal; Em sede de norma infraconstitucional, no que tange ao Direito do Trabalho, encontra-se toda legislação que possui aplicação direta na disciplina: o CLT (Decreto-Lei n. 5.452/1943), com título próprio sobre o processo do Trabalho o Lei n. 5.584/70, que estabelece algumas importantes normas procedimentais e complementares aplicáveis ao processo do trabalho; o CPC (art. 15) em caso de lacuna da legislação processual trabalhista, desde que haja compatibilidade daquele com os valores, princípios e regras do direito processual do trabalho (CLT, art. 769); o Lei n. 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal), aplicada subsidiariamente (CLT, art. 889) na execução trabalhista; o Lei n. 7.701/88, que dispõe sobre organização e especialização dos tribunais para processar e julgar dissídios coletivos e individuais. o Lei n. 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública); o Parte processual da Lei n. 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor); Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente); o Lei n. 7.853/89 (Lei de Proteção à Pessoa Portadora de Deficiência). Ainda na condição de fonte formal direta, estão os Decretos-Leis, utilizados preponderantemente no período ditatorial; Regimentos internos dos tribunais, por expressa inteligência do artigo 96, inciso I, alínea “a” da CF: Ponto de divergência: o O TST no ano de 2016, editou a Instrução 30 Normativa 39, que versava sobre a aplicabilidade do CPC no processo do Trabalho, contudo existem uma ADI (5.516) discutindo a Constitucionalidade, por entender que há uma grave ofensa ao princípio da independência dos magistrados; Fontes Formais Indiretas: Aqui insere-se as condições práticas que induzem novos rumos ao direito; Destaque tanto a doutrina quanto à jurisprudência, pelo auxílio na interpretação do processo do trabalho: o A doutrina permite o aprimoramento técnico, conferindo ferramentas para a interpretação; o Já as jurisprudências, tem a finalidade de uniformizar a jurisprudência; Merece comento também as súmulas vinculantes; Novo CPC – Precedentes Judiciais: o Implementação do sistema de precedentes judiciais, ao determinar a uniformização da jurisprudência; Divergência: questiona-se a constitucionalidade do artigo 927 III, IV e V do CPC, por asseverar que somente Emenda Constitucional teria essa competência: Reforma Trabalhista – Preponderância da Jurisprudência: o Verifica-se que o § 2º do art. 8º da CLT, em dissonância com os preceitos do CPC, busca tolher a autonomia dos magistrados, afirmando que súmulas e jurisprudências, não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei; Seria reduzir as funções dos tribunais a meros replicadores de lei, essa redução da atividade hermenêutica é prejudicial; o Essa redução não coaduna com o modelo constitucional de processo, visto que o CPC (art. 1º e 8º) determina que as leis devem ser interpretadas em conformidade aos valores democráticos e republicanos, atendendo ao princípio da dignidade da pessoa humana; 31 Fontes Formais de Explicitação: Função de Integração, partindo do pressuposto que no Estado Democrático de Direito, o juiz deverá cumprir com as exigências do bem comum, garantindo a dignidade da pessoa humana, aos fins sociais, primando pela proporcionalidade, razoabilidade, legalidade, publicidade e eficiência; UMA TERCEIRA CLASSIFICAÇÃO: Fontes Formais Autônomas: Discutidas e confeccionadas pelas partes interessadas; Vontade da parte em criar a norma; Espécies: Convenção Coletiva: o Acordo entre sindicatos (empregados X empregadores); o Art. 611 CLT: Acordo Coletivo: o Acordo entre empresa e sindicato; o Art. 611 § 1º CLT; Regulamento da Empresa; o Reflexo do dia a dia; o Vigorará, se for lícito a alteração; o Limitação ao acordo coletivo, Convenção Coletiva e Lei; Costume o Prática reiterada em determinada região, art. 460 CLT: Fontes Formais Heterônomas: Não há participação direta dos destinatários: Origem na atividade estatal: Executivo; Legislativo; Judiciário: Espécies: Constituição Federal: o Lei Fundamental e Suprema: o Estabelece funcionamento do Estado Tratados e Convenções Internacionais: o Necessária ratificação (art. 49 I e 84 VIII CF); 32 o Convenções OIT; o Observância do § 3º do art. 5º da CF; A forma como o tratado será recepcionado no Brasil dependerá do quórum de aprovação, podendo ser no nível de Lei Ordinário ou de Emenda Constitucional; Leis: o Elaboradas pelo legislativo: o Competência da União (art. 22, I CF); Medidas Provisórias: o Editado pelo poder Executivo; Situações de relevância e urgência Fundamento: art 59 e 62 CF o Exemplo MP. 808 Decretos: o Atos do Poder Executivo; o Finalidade de explicar as leis; Art 84, IV CF; o Não poderão alterar o texto aprovado pelo legislativo: Sentenças Normativas: o Sentenças que os Tribunais encerram uma demanda; o Criando novas situações de trabalho; o Poder normativo da justiça do Trabalho; Criação de normas gerais, abstratas e impessoais; o Aplicação em caso de dissídios (art. 868 CLT); o Vigência máxima de 04anos (art. 868 § único CLT); o Importante ressalva: Reforma trabalhista inseriu o § 3º do artigo 8º da CLT: Intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva; Súmula Vinculante: o Posicionamento majoritário do DTF; o Segurança Jurídica em matéria polêmica: Art. 103-A da CF/88) o Não são possíveis contrariedades a essas decisões; o Contradição: Vedação da utilização do salário mínimo como indexador, Súmula 33 Vinculante nº 4º do STF, na prática ocorre o contrário: Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. Recurso de Revista Repetitivo: o Trazido pela lei 13.105 de 2014; o Julgamento por amostragem; o Escolha de alguns recursos de revistas para unificar a tese jurídica; Processos com trânsito em julgado não são atingidos por essa inovação. 34 35 HIERARQUIA DAS FONTES Prevalência da fonte mais favorável ao trabalhador; Regra era clara antes da reforma; Ambiente pós reforma buscou a fidedignidade ao ambiente do trabalho, de modo que relativizou o direito: Exceções: Acordo Coletivo se sobrepõe ao texto da Convenção Coletiva: Art. 620 CLT; Prevalência do negociado sobre o legislado (rol taxativo, Art. 611-A CLT). Conflito Fontes Formais: Antes da Reforma, aplicação da norma mais favorável. Após a reforma, a resolução do conflito, dependerá de quais fontes estão se contrapondo: Conflito entre CCT e ACT: o Art. 620 prevalecerá o contido no ACT Conflito entre Instrumento Coletivo e Lei: o Prevalência do negociado sobre o legislado (art. 611-A); o Limites: Direitos assegurados pela CF não flexibilizados pela própria; Reforma status infraconstitucional; Itens Contidos no Art. 611-B da CLT. Demais Conflitos entre fontes formais: o Teoria do Conglobamento (majoritária): Aplicação de apenas uma fonte; Aplicação do acordo em caso de ser mais favorável: o Teoria da acumulação: Aplica-se todas as fontes simultaneamente: Considerando tudo que for favorável e excluindo tudo que for prejudicial: o Ônus excessivo ao empregador: o Fragmentação do Direito: 36 INTEGRAÇÃO: Reconhecimento da impossibilidade estatal de criar lei para todos os acontecimentos sociais; Integração – meio de evitar que um conflito fique sem solução Integrar – Tarefa de completar as lacunas deixadas pelo legislador Técnicas: Analogia: Utilização de lei semelhante para regular o caso em que não existe lei específica: o Art 72 CLT (intervalo para mecanografia), TST Súmula 346 – Estendeu esse benefício aos digitadores: Súmula n° 346 do TST: Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CLT, equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a intervalos de descanso de 10 (dez) minutos a cada 90' (noventa) de trabalho consecutivo. Equidade: Justiça aplicada com bom senso, razoabilidade: Criação de norma jurídica ao caso concreto: Fundamento Art. 8º CLT; Princípios gerais possuem grande relevância nessa atividade, exercem função de integração, sem contudo extinguir a existência daquele que ficou sem utilização: Os costumes – práticas reiteradas, servem de instrumento de integração; Direito Comparado: Análise e Estudo de leis de Diversos Estados; Função de estabelecer diferenças e semelhanças entre as ordens jurídicas; Havendo uma lacuna em nosso ordenamento – o Direito comparado poderá preenche-la. Direito comum como fonte Subsidiária ( Pós Reforma 37 Trabalhista): Acréscimo no Art. 8º, pós reforma: Utilização legislativa, que possibilita a utilização do Direito Civil, Penal e demais áreas no preenchimento de lacunas; Inovação trazida: O Direito Comum, poderá se sobrepor aos princípios específicos do Direito do Trabalho: Crítica feita pela doutrina, no sentido de a aplicação irrestrita desse permissivo, descaracterizaria a J.T, não existe o mesmo protecionismo em todos os ramos do Direito; Limitação à Jurisprudência Trabalhista (Pós Reforma Trabalhista): Jurisprudência – instrumento de preencher lacunas: o Inovação trazida pela reforma: o Art. 8º § 2º - Restrição da atuação dos Tribunais, no sentido de que não poderão restringir ou criar obrigações que não estejam previstas em lei; Julgador = reprodutor da lei; Contrariedade ao artigo 489 § 1º, do CPC. Igualmente contrário ao Enunciado 2 da 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho: o O caput, prevê no entanto a jurisprudência como meio de integração: FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS TRABALHISTAS AUTODEFESA: Autotutela; Imposição de agir a outrem, a favor ou contra sua vontade; Solução Direta; Sobreposição do interesse do mais forte sobre o mais fraco; Podem solucionar, ou forçar uma composição entre as partes; Ex: Greve AUTOCOMPOSIÇÃO: Solução Direta; Acordo; Renúncia recíproca; Possibilidade de mediação (Ministério Público do Trabalho ou MTE); 38 Comissão de Conciliação Prévia; Ex. Acordo Coletivo, Convenção Coletiva; HETEROCOMPOSIÇÃO: Solução dada por um terceiro; Solução indireta – não decidida pelas partes; Formas de solução com a intervenção do Estado Ex. Arbitragem, Jurisdição, Dissídio Coletivo. 39 COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO: 1. Previsão Constitucional: A Seção V da Constituição Federal é reservada para o tratamento das particularidades e condições da organização da Justiça do Trabalho, cuidando inclusive da extensão e compreensão de sua competência; Merece destaque o ponto em que firma a competência da Justiça especializada no artigo 114, que será inclusive o ponto de consulta quando diante de caso divergente, o mesmo tem a seguinte redação: o Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. 40 § 2º Recusando-sequalquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Conforme percebe-se do texto, fica claro o quanto a competência sofreu alteração com a Emenda Constitucional nº 45, de 2004; Para adentrar ao cerne do tópico faz-se imprescindível estabelecer a distinção entre Jurisdição e Competência: o Jurisdição: Reside na competência (legitimidade) que o Estado detém para julgar o caso concreto: Reside na ideia de imparcialidade do juiz quando chamado a resolver caso de alguma parte que se sentir violada em seu(s) direito(s); Podemos considerar duas formas de Jurisdição: Voluntária: o Interesses convergentes das partes; Contenciosa: o Interesses conflitantes; Imunidade de Jurisdição: Características própria de Estados estrangeiros, seus representantes diplomáticos e organizações internacionais, ao não se submeterem à jurisdição do país em que esteja instalado; o A imunidade de Jurisdição não se aplica aos casos trabalhistas; Em que pese ser retornada a imunidade no momento de execução, não sendo possível executar decisões em face do privilégio das Representações nos países instalados; (convenção de Viena 1961 e 1963); Importante ressaltar que em se tratando de bens não afetos à missão diplomática essa imunidade não será observada: 41 o Primeiro reconhecer que não se trata de empregado com função diplomática; o Possibilidade de levantamento do depósito recursal; o Impossibilidade de bloqueio de contas de Estado estrangeiro; o Não é equivocado afirmar que jurisdição e competência possuem relação muito próxima, ao passo que é a competência que legitima o exercício do poder jurisdicional; o Competência: É a possibilidade de exercer a jurisdição, em falas mais simples seria a forma de divisão quanto a jurisdição de cada justiça: Podemos dizer que no direito brasileiro a competência foi dividida da seguinte maneira: o Justiça Estadual; o Justiça Federal; o Justiça do Trabalho; o Justiça Eleitoral; Justiças o Justiça Militar especializadas De outro ponto, como limite para a competência existe a Incompetência; Que opera em nosso ordenamento sob duas formas: o Absoluta: Não admite prorrogação da competência e pode ser arguida a qualquer momento, devendo ser declarada de ofício; o Relativa: Deverá ser arguida em contestação, e em seu silencia considera-se prorrogada a competência; Não poderá o juiz declarar de ofício a incompetência relativa; o Formas de Incompetência: Valor; Hierarquia; Matéria; Pessoa 42 Competência Absoluta Competência Relativa Espécies Competência material; Competência Territorial; Competência em Razão da Pessoa; Competência Funcional Competência em razão do valor da cusa Conhecimento Pode ocorrer de ofício Somente por provocação da parte Alegação Em qualquer momento e em qualquer instância Somente em sede de Exceção de Incompetência (contestação) Preclusão Não ocorrerá preclusão Não alegada em contestação, opera-se a preclusão Objeção (processo) Trata-se de matéria de ordem pública Não é uma objeção Processual Consequências Seu reconhecimento faz com que os autos sejam remetidos para o juízo competente, sendo nulo todos os atos praticados Seu reconhecimento faz com que os autos sejam remetidos para o juízo competente, sendo válido os atos praticados Ação Rescisória Pode ser objeto de ação rescisória Não será objeto de ação rescisória 43 Fonte: Manual Esquemático de Direito e Processo do Trabalho – Ives Gandra da Silva Martins Filho p. 228 2. Competência em Razão das Pessoas (COMPETÊNCIA RATIONE PERSONAE): Derivada da competência prevista no artigo 114 da Constituição Federal; Essa classificação quanto a competência está ligada a características das pessoas que a lei possibilita a figuração como parte de uma demanda trabalhista; Seria a resposta para a pergunta realizada por Bezerra Lei em seu livro: Quem são as pessoas que podem demandar na Justiça do Trabalho? o A resposta a essa indagação soluciona o tópico destinado a competência em razão da pessoa Recorrendo aos preceitos constitucionais , sua redação pós alterações determina a competência da Justiça do Trabalho para julgar demandas em que as seguintes partes figurar: o Sindicatos: o Entes de Direito Público Externo; o Órgãos da Administração Pública Direta, Autarquia ou Fundacional da União, dos Estados, Do Distrito Federal e dos Municípios da qualidade de empregadores; o A União, quando ajuizar as ações relativas às penalidades administrativas aos empregadores 44 o INSS, para promover a execução das contribuições Previdenciárias o MPT, na hipótese do § 3º do artigo 114 da CF ( Ajuizamento de Dissídio Coletivo em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão a interesse público; Ainda que delimitada a competência, não é de todo forçoso identificar as particularidades da competência outorgada pela CF: o Trabalhadores que podem demandar na Justiça do Trabalho: É importante determinar quais são as espécies de trabalhadores que terão suas relações em análise pela Justiça do trabalho: Preciso delimitar o alcance quando se trata de trabalhador: Por força da Reforma Trabalhista, ganhou força a posição doutrinária que classificou os trabalhadores em: o Trabalhadores Autônomos: A esse grupo exceto se comprovada a fraude na contratação, não será reservada proteção pela justiça do trabalho, trata-se de natureza civil; Portanto a regra é não serem tutelados, embora as relações de trabalho podem ser objetos do Direito do Trabalho o Trabalhadores Subordinados: Típicos: Empregados Urbano e Rural Atípicos: Eventual, Avulso, temporário, doméstico, servidor público; Eventual e servidor público também não terão a análise de sua relação tutelada pelo direito do Trabalho; De uma forma geral, a competência em razão da pessoa fica clara com a seguinte formatação: o Em se tratando de Trabalhadores subordinados típicos, todas as divergências serão dirimidas pela justiça do Trabalho; o Em se tratando da forma atípica, serão objetos da Justiça do Trabalho se: Não houver lei que defina outra competência o Os entes de Direito Público Externo: Aspecto de relevância pelo próprio tema, existe 45 possibilidade de processar entes estrangeiros dotado de imunidade diplomática? Para a resposta é importante estabelecer o seguinte raciocínio: o Os estado soberanos gozam de uma imunidade relativa que incidirá apenas sobre uma fase do processo – a Execução, uma vez que o processo de conhecimento será conduzido de forma simples e natural; o No que tange a organismos internacionais, ONU, OIT, UNESCO, a imunidade de jurisdição é absoluta – OJ 416 da SBDI- 1/TST IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO INTERNACIONAL (divulgado em 14, 15 e 16-2-2012). As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressaà cláusula de imunidade jurisdicional. o Sendo certo que nas duas situações é possível que o Estado ou Ente possa abrir mão dessa imunidade, aplicando-se nessa oportunidade a legislação brasileira integralmente; o Os servidores de cartórios extrajudiciais Houve um tempo em que eram tratados como servidor públicos lato sensu e por essa característica seria competente a Justiça comum; Daí resultou instalado um conflito de matéria constitucional, pois a previsão expressa contida no artigo 236 da Cf era de que o serviço notarial seria exercido em caráter privado, por delegação do poder público; Assim, reconheceu o STF que, relação entre trabalhadores e os titulares dos cartórios extrajudiciais é relação de emprego e por essa circunstância é competência para dirimir esse conflito a Justiça do Trabalho; 3. Competência em Razão da Função: 46 Fixada em razão de algumas atribuições especiais conferidas aos órgãos para determinados atos processuais; Possui uma classificação mais abrangente, subdividida: o Competência Funcional Vertical: Chamada de hierárquica, fixada em consonância com a distribuição de competência entre diversos órgãos: Seriam o caso das competências recursais; o Competência Funcional Horizontal: Atribuídas a órgãos judiciais do mesmo grau de jurisdição: São os casos de Execução de sentença (CLT 877); Concessão de medidas liminares (659 IX e X CLT); Distribuição por dependência (286 CPC); Partindo do pressuposto de como é a composição da Justiça do Trabalho, não é forçoso concluir que a competência funcional é desempenhada pelos três níveis da Justiça; o Competência Funcional das Varas do Trabalho: Exercida monocraticamente pelo juiz titular da Vara do Trabalho: o Competência prevista pelo artigo 652 da CLT: Art. 652. Compete às Varas do Trabalho: (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) a) conciliar e julgar: I - os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de empregado; II - os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo de rescisão do contrato individual de trabalho; III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice; IV - os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho; V - as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão- de-Obra - OGMO decorrentes da relação de trabalho; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) b) processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave; 47 c) julgar os embargos opostos às suas próprias decisões; d) julgar os recursos interpostos das decisões do presidente, nas execuções; d) impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 6.353, de 20.3.1944) e) impor multa e demais penalidades relativas aos atos de sua competência. (Suprimida pelo Decreto-lei nº 6.353, de 20.3.1944) f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Parágrafo único - Terão preferência para julgamento os dissídios sobre pagamento de salário e aqueles que derivarem da falência do empregador, podendo o Presidente da Junta, a pedido do interessado, constituir processo em separado, sempre que a reclamação também versar sobre outros assuntos. (Vide Constituição Federal de 1988) Além da competência pacificada, nos termos do artigo 653 da CLT: o Art. 653 - Compete, ainda, às Juntas de Conciliação e Julgamento: (Vide Constituição Federal de 1988) a) requisitar às autoridades competentes a realização das diligências necessárias ao esclarecimento dos feitos sob sua apreciação, representando contra aquelas que não atenderem a tais requisições; b) realizar as diligências e praticar os atos processuais ordenados pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou pelo Tribunal Superior do Trabalho; c) julgar as suspeições arguidas contra os seus membros; d) julgar as exceções de incompetência que lhes forem opostas; e) expedir precatórias e cumprir as que lhes forem deprecadas; 48 f) exercer, em geral, no interesse da Justiça do Trabalho, quaisquer outras atribuições que decorram da sua jurisdição. Com o fim dos classistas e se tornando unitária a jurisdição nas varas do trabalho, o juiz acumulou para si as seguintes competências: o Presidir as audiências; o Executar as próprias decisões ou as que lhe for deprecada; o Despachar nos recursos interpostos pelas partes; o Conceder media liminar; o Propor a Conciliação e todas as demais competências previstas no artigo 114 da Constituição; o Ainda que não seja a sede do MPT, as ações civis pública deverão ser distribuídas na Vara do Trabalho do local onde ocorreu a lesão ou a ameaça aos direitos metaindividuais; o Competência Funcional dos Tribunais Regionais do Trabalho: Quando em número suficiente para ser dividido em turma, observa-se o artigo 6º da lei 7.701/88: Art. 6º - Os Tribunais Regionais do Trabalho que funcionarem divididos em Grupos de Turmas promoverão a especialização de um deles com a competência exclusiva para a conciliação e julgamento de dissídios coletivos, na forma prevista no "caput" do Art. 1º desta Lei. Parágrafo único. O Regimento Interno disporá sobre a constituição e funcionamento do Grupo Normativo, bem como dos demais Grupos de Turmas de Tribunal Regional do Trabalho. Ademais, quanto a competência do TRT, observa-se o artigo 678 da CLT: Art. 678 - Aos Tribunais Regionais, quando divididos em Turmas, compete: (Redação dada pela Lei nº 5.442, de 24.5.1968) I - ao Tribunal Pleno, especialmente: (Incluído pela Lei nº 5.442, de 24.5.1968) a) processar, conciliar e julgar originariamente os dissídios coletivos; 49 b) processar e julgar originariamente: 1) as revisões de sentenças normativas; 2) a extensão das decisões proferidas em dissídios coletivos; 3) os mandados de segurança; 4) as impugnações à investidura de vogais e seus suplentes nas Juntas de Conciliação e Julgamento; c) processar e julgar em última instância: 1) os recursos das multas impostas pelas Turmas; 2) as ações rescisórias das decisões das Juntas de Conciliação e Julgamento, dos juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, das Turmas e de seus próprios acórdãos; 3) os conflitos de jurisdição entre as suas Turmas, os juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, as Juntas de Conciliação e Julgamento, ou entre aqueles e estas; d) julgar em única ou última instâncias: 1) os processos e os recursos de natureza administrativa atinentes aos seus serviços auxiliares e respectivos servidores; 2) as reclamações contra atos administrativos de seu presidente ou de qualquer de seus membros, assim como dos juízes de primeira instância e de seus funcionários. II - às Turmas: (Incluído pela Lei nº 5.442, de 24.5.1968) a) julgar os recursos ordinários previstos no art. 895, alínea a; b) julgar os agravos de petição e de instrumento, estes de decisões denegatórias de recursos de sua alçada; c) impor multas e demais penalidades relativas e atos de sua competência jurisdicional, e julgar os recursos interpostos das decisões das Juntas dos juízes de direito que as impuserem. Parágrafo único. Das decisões das Turmas não caberá recurso para o Tribunal Pleno, exceto no caso do item I, alínea "c" inciso 1, deste artigo. Não sendo o Tribunal dividido em turmas, observa-se o artigo 679 da CLT; 50 Ou seja: os recursos das multas impostas pelas Turmas; Nos termos do artigo 680 da CLT: seriam competentes os tribunais para: Art. 680. Compete, ainda,aos Tribunais Regionais, ou suas Turmas: (Restabelecido com nova redação pela Lei nº 5.442, de 24.5.1968) a) determinar às Juntas e aos juízes de direito a realização dos atos processuais e diligências necessárias ao julgamento dos feitos sob sua apreciação; b) fiscalizar o comprimento de suas próprias decisões; c) declarar a nulidade dos atos praticados com infração de suas decisões; d) julgar as suspeições arguidas contra seus membros; e) julgar as exceções de incompetência que lhes forem opostas; f) requisitar às autoridades competentes as diligências necessárias ao esclarecimento dos feitos sob apreciação, representando contra aquelas que não atenderem a tais requisições; g) exercer, em geral, no interêsse da Justiça do Trabalho, as demais atribuições que decorram de sua Jurisdição. Sendo relevante ainda tratar da competência funcional dos Presidentes do TRT’S, prevista no artigo 682 da CLT: Art. 682 - Competem privativamente aos Presidentes dos Tribunais Regionais, além das que forem conferidas neste e no título e das decorrentes do seu cargo, as seguintes atribuições: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) I - julgar os agravos das decisões dos presidentes de junta e dos juízes de Direito; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) (Revogado pela Lei nº 5.442, de 24.5.1968): II - designar os vogais das Juntas e seus suplentes; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) III - dar posse aos Presidentes de Juntas e Presidentes Substitutos, aos vogais e suplentes e funcionários do próprio Tribunal e conceder férias e licenças aos mesmos e aos vogais e suplentes das Juntas; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) IV - presidir às sessões do Tribunal; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 51 V - presidir às audiências de conciliação nos dissídios coletivos; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) VI - executar suas próprias decisões e as proferidas pelo Tribunal; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) VII - convocar suplentes dos vogais do Tribunal, nos impedimentos destes; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) VIII - representar ao Presidente do Tribunal Superior do Trabalho contra os Presidentes e os vogais, nos casos previstos no art. 727 e seu parágrafo único; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) IX - despachar os recursos interpostos pelas partes; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) X - requisitar às autoridades competentes, nos casos de dissídio coletivo, a força necessária, sempre que houver ame e perturbação da ordem; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) Xl - exercer correição, pelo menos uma vez por ano, sobre as Juntas, ou parcialmente sempre que se fizer necessário, e solicitá-la, quando julgar conveniente, ao Presidente do Tribunal de Apelação relativamente aos Juízes de Direito investidos na administração da Justiça do Trabalho; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) Xll - distribuir os feitos, designando os vogais que os devem relatar; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) XIII - designar, dentre os funcionários do Tribunal e das Juntas existentes em uma mesma localidade, o que deve exercer a função de distribuidor; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) XIV - assinar as folhas de pagamento dos vogais e servidores do Tribunal. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) § 1º - Na falta ou impedimento do Presidente da Junta e do substituto da mesma localidade, é facultado ao Presidente do Tribunal Regional designar substituto de outra localidade, observada a ordem de antigüidade entre os substitutos desimpedidos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) § 2º - Na falta ou impedimento do Juiz classista da Junta e do respectivo suplente, é facultado ao Presidente do 52 Tribunal Regional designar suplente de outra Junta, respeitada a categoria profissional ou econômica do representante e a ordem de antigüidade dos suplentes desimpedidos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) § 3º - Na falta ou impedimento de qualquer Juiz representante classista e seu respectivo suplente, é facultado ao Presidente do Tribunal Regional designar um dos Juízes classistas de Junta de Conciliação e Julgamento para funcionar nas sessões do Tribunal, respeitada a categoria profissional ou econômica do representante. (Incluído pela Lei nº 3.440, de 27.8.1958). o Competência Funcional do Tribunal Superior do Trabalho: Competência decorre dos seguintes dispositivos: Art. 702 CLT: o Aqui verifica-se a distribuição de competência em conformidade com os órgãos do próprio Tribuanl: Lei 7.701 de 21/12/1988: o Aborda sobre a especialização de turmas dos Tribunais do Trabalho em processos coletivos e individuais: Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho: Seguindo a divisão contida na CLT e no Regimento Interno, a competência funcional de cada órgão do TST está assim disciplinada: o Tribunal Pleno: Previsão no artigo 702 da CLT e artigo 68 Do Regimento Interno: I -eleger, por escrutínio secreto, o Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal Superior do Trabalho, o Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho, os sete Ministros para integrar o Órgão Especial, o Diretor, o Vice-Diretor e os membros do Conselho Consultivo da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho - ENAMAT, os Ministros membros do Conselho Superior da Justiça do Trabalho - 53 CSJT e respectivos suplentes e os membros do Conselho Nacional de Justiça; II- dar posse aos membros eleitos para os cargos de direção do Tribunal Superior do Trabalho, aos Ministros nomeados para o Tribunal, aos membros da direção e do Conselho Consultivo da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho - ENAMAT; III- escolher os integrantes das listas para preenchimento das vagas de Ministro do Tribunal; IV- deliberar sobre prorrogação do prazo para a posse no cargo de Ministro do Tribunal Superior do Trabalho e o início do exercício; V - determinar a disponibilidade ou a aposentadoria de Ministro do Tribunal; VI-opinar sobre propostas de alterações da legislação trabalhista, inclusive processual, quando entender que deve manifestar-se oficialmente; VII - aprovar, modificar ou revogar, em caráter de urgência e com preferência na pauta, Súmula da Jurisprudência predominante em Dissídios Individuais e os Precedentes Normativos da Seção Especializada em Dissídios Coletivos; VIII-julgar os Incidentes de Uniformização de Jurisprudência; IX - decidir sobre a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, quando aprovada a argüição pelas Seções Especializadas ou Turmas; e X-aprovar e emendar o Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho. A reforma trabalhista alterou ainda a 54 redação da alínea “f”, que trata sobre a criação e alteração de súmulas, o que alterou o regimento interno especificamente nesse ponto; Verifica-se uma alteração legislativa na esfera judicial, eis que a redação dada pela Reforma é mais exigente do que a contida no Regimento; o Órgão Especial: Previsão Expressa no artigo 69 do Regimento Interno: I - em matéria judiciária: b) julgar mandado de segurança impetrado contra atos do Presidente ou de qualquer Ministro do Tribunal, ressalvada a competência das Seções Especializadas; c) julgar os recursos interpostos contra decisões dos Tribunais Regionais do Trabalho em mandado de segurança de interesse de Juízes e servidores da Justiça do Trabalho;d) julgar os recursos interpostos contra decisão em matéria de concurso para a Magistratura do Trabalho; e) julgar os recursos ordinários em agravos regimentais interpostos contra decisões proferidas em reclamações correicionais ou em pedidos de providências que envolvam impugnações de cálculos de precatórios; f) julgar os recursos ordinários interpostos contra agravo regimental e mandado de segurança em que tenha sido apreciado despacho de Presidente de Tribunal Regional em precatório; 55 g) julgar os agravos regimentais interpostos contra decisões proferidas pelo Corregedor- Geral da Justiça do Trabalho; e h) deliberar sobre as demais matérias jurisdicionais não incluídas na competência dos outros Órgãos do Tribunal. II - em matéria administrativa: a) proceder à abertura e ao encerramento do semestre judiciário; b) eleger os membros do Conselho da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho e os das Comissões previstas neste Regimento, com observância, neste último caso, do disposto nos §§ 1º e 3º de seu artigo 47; (Redação dada pela Emenda Regimental nº 1/2011) c) aprovar e emendar o Regulamento Geral da Secretaria do Tribunal Superior do Trabalho, o Regimento da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho, o Regulamento da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, os Estatutos da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho - ENAMAT e o Regimento Interno do Conselho Superior da Justiça do Trabalho - CSJT; d) propor ao Poder Legislativo, após a deliberação do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, a criação, extinção ou modificação de Tribunais Regionais do Trabalho e Varas do Trabalho, assim como a alteração de jurisdição e de sede destes; 56 e) propor ao Poder Legislativo a criação, extinção e transformação de cargos e funções públicas e a fixação dos respectivos vencimentos ou gratificações; f) escolher, mediante escrutínio secreto e pelo voto da maioria absoluta dos seus membros, Juízes de Tribunal Regional do Trabalho para substituir temporariamente Ministro do Tribunal Superior do Trabalho; g) aprovar a lista dos admitidos na Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho; h) aprovar a lotação das funções comissionadas do Quadro de Pessoal do Tribunal; i) conceder licença, férias e outros afastamentos aos membros do Tribunal; j) fixar e rever as diárias e as ajudas de custo do Presidente, dos Ministros e servidores do Tribunal; l) designar as comissões temporárias para exame e elaboração de estudo sobre matéria relevante, respeitada a competência das comissões permanentes; m) aprovar as instruções de concurso para provimento dos cargos de Juiz do Trabalho Substituto; n) aprovar as instruções dos concursos para provimento dos cargos do Quadro de Pessoal do Tribunal e homologar seu resultado final; o) nomear, promover e demitir 57 servidores do Quadro de Pessoal do Tribunal; p) julgar os recursos de decisões ou atos do Presidente do Tribunal em matéria administrativa; q) julgar os recursos interpostos contra decisões dos Tribunais Regionais do Trabalho em processo administrativo disciplinar envolvendo magistrado, estritamente para controle da legalidade; e r) examinar as matérias encaminhadas pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. Verifica-se as atividades tanto na esfera judicial, quanto na esfera administrativa o Seção Especializada em Dissídios Coletivos: Previsão contida no artigo 70 do Regimento Interno: I-originariamente: a) julgar os dissídios coletivos de natureza econômica e jurídica, de sua competência, ou rever suas próprias sentenças normativas, nos casos previstos em lei; b) homologar as conciliações firmadas nos dissídios coletivos; c) julgar as ações anulatórias de acordos e convenções coletivas; d) julgar as ações rescisórias propostas contra suas sentenças normativas; e) julgar os agravos regimentais contra despachos ou decisões não definitivas, proferidos pelo 58 Presidente do Tribunal, ou por qualquer dos Ministros integrantes da Seção Especializada em Dissídios Coletivos; f) julgar os conflitos de competência entre Tribunais Regionais do Trabalho em processos de dissídio coletivo; g) processar e julgar as medidas cautelares incidentais nos processos de dissídio coletivo; e h) processar e julgar as ações em matéria de greve, quando o conflito exceder a jurisdição de Tribunal Regional do Trabalho. II - em última instância, julgar: a) os recursos ordinários interpostos contra as decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho em dissídios coletivos de natureza econômica ou jurídica; b) os recursos ordinários interpostos contra decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho em ações rescisórias e mandados de segurança pertinentes a dissídios coletivos e em ações anulatórias de acordos e convenções coletivas; (Redação dada pela Emenda Regimental nº 1/2011) c) os embargos infringentes interpostos contra decisão não unânime proferida em processo de dissídio coletivo de sua competência originária, salvo se a decisão embargada estiver em consonância com precedente normativo do Tribunal Superior do Trabalho, 59 ou com Súmula de sua jurisprudência predominante; e d) os agravos de instrumento interpostos contra despacho denegatório de recurso ordinário nos processos de sua competência. o Seção Especializada em dissídios Individuais I: Previsão no artigo 71 do Regimento Interno do TST; Dividida em Subseção I e Subseção II; Determinadas matérias julgadas em conjunto: Divergência em decisõespreferidas pelas Subseções I e II De modo apartado, a competência de cada uma das subseções está assim definida: II - à Subseção I: a) julgar os embargos interpostos contra decisões divergentes das Turmas, ou destas que divirjam de decisão da Seção de Dissídios Individuais, de Orientação Jurisprudencial ou de Súmula; e b) julgar os agravos e os agravos regimentais interpostos contra despacho exarado em processos de sua competência. III -à Subseção II: a) originariamente: 1. julgar as ações rescisórias propostas contra suas decisões, as da Subseção I e as das Turmas do Tribunal; 2. julgar os mandados de segurança contra os atos praticados pelo Presidente do Tribunal, ou por qualquer dos Ministros integrantes da Seção Especializada em Dissídios Individuais, nos processos de sua 60 competência; 3. julgar as ações cautelares; e julgar os habeas corpus. b) em única instância: 1. julgar os agravos e os agravos regimentais interpostos contra despacho exarado em processos de sua competência; e 2. julgar os conflitos de competência entre Tribunais Regionais e os que envolvam Juízes de Direito investidos da jurisdição trabalhista e Varas do Trabalho em processos de dissídios individuais. c) em última instância: 1. julgar os recursos ordinários interpostos contra decisões dos Tribunais Regionais em processos de dissídio individual de sua competência originária; e 2. julgar os agravos de instrumento interpostos contra despacho denegatório de recurso ordinário em processos de sua competência. o Turmas: Previsão contida no artigo 72 do Regimento Interno do TST, com legitimidade para: I -os recursos de revista interpostos contra decisão dos Tribunais Regionais do Trabalho, nos casos previstos em lei; II - os agravos de instrumento dos despachos de Presidente de Tribunal Regional que denegarem seguimento a recurso de revista; III - os agravos e os agravos regimentais interpostos contra despacho exarado em processos de 61 sua competência; e IV IV-os recursos ordinários em ação cautelar, quando a competência para julgamento dorecurso do processo principal for atribuída à Turma. Em síntese e com base no artigo 67 do Regimento Interno, cabe ao TST, processar, conciliar e julgar na forma da lei, em grau originário ou recursal ordinário ou extraordinário, as demandas individuais e os dissídios coletivos que excedam a jurisdição dos Tribunais Regionais, os conflitos de direito sindical, assim como outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, e os litígios relativos ao cumprimento de suas próprias decisões, de laudos arbitrais e de convenções e acordos coletivos; 4. Competência em Razão da Matéria: Sua delimitação ocorre em razão da matéria versada nos autos, ao processo do trabalho verifica-se a competência material da causa de pedir e do respectivo pedido; o Assim se a demanda versar uma relação cuja a matéria é regida (ou deveria ser) pela CLT, somente a Justiça Especializada poderia processar e julgar, qual seja a Justiça do Trabalho; o Faz-se necessário que a relação jurídica preencha os requisitos que delimitam a competência da Justiça do Trabalho; Sendo conforme exposto anteriormente absoluta a competência em razão da matéria, devendo na eventualidade de ocorrer ser declara de ofício sua incompetência; Com o fito de uma melhor compreensão, é extremamente produtivo a subdivisão da competência material em três classificações: o Competência material original: Ações Oriundas da Relação de Emprego: Consequência natural, competência para conhecer, processar e julgar ações que decorram de relação de emprego, atendendo ao conceito tanto de empregado quanto de empregador (art. 2º e 3º da CLT); Decorrência de um contrato individual de trabalho (CLT 442 e 443); Celebra de forma tácita ou verbal; Podendo inclusive decorrer de relações empregatícias coletivas; Tendo origem na relação de emprego, o entendimento pós EC 45/2004, confere a 62 competência da Justiça do Trabalho, ainda que a ação tenha natureza exclusivamente indenizatória; o Caso de danos morais (individuais e coletivos) decorrentes da relação de emprego, ainda que sem qualquer outro tipo de debate material: Art. 114 CF; Súmula Vinculante 22 STF; Súmula 392 TST; Lei Complementar 75/1993; Lei 7.347/1985; o Registra-se a competência da Justiça do Trabalho para igualmente processar e julgar ações indenizatórias tanto em período anterior quanto posterior ao contrato de trabalho; Art. 114 CF; Aqui aplica-se uma análise em conjunto com o artigo 422 do CC, que aborda a boa-fé na celebração de contrato, não tendo sua aplicação restrita apenas ao tempo da contratação; Situação pré-contratual – Perda de oportunidade (perda de uma chance); Situação pós-contratual – Prestação pelo antigo empregador de indenização falsa ou prejudicial, ou ainda inserção do empregado nas listas de restrição (lista negra); Importante destacar que os danos pré e pós contratual, não limita-se a ação individual, podendo ocorrer na esfera coletiva; o Ainda será competente para o julgamento de dano moral decorrente de acidente do trabalho e dano moral em ricochete: Dano moral em ricochete é aquele em que a família (espólio) do empregado ajuíza ação de natureza indenizatória; Sentido explicitado pelo Enunciado n. 36 da 1ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho, realizada em Brasília-DF: ACIDENTE DO TRABALHO. COMPETÊNCIA. AÇÃO 63 AJUIZADA POR HERDEIRO, DEPENDENTE OU SUCESSOR. Compete à Justiça do Trabalho apreciar e julgar ação de indenização por acidente de trabalho, mesmo quando ajuizada pelo herdeiro, dependente ou sucessor, inclusive em relação aos danos em ricochete. Será de competência da justiça do trabalho a ação que tenha como objeto a ausência de inscrição no PIS/PASEP pelo empregador (Súmula 300 TST); Ressalta-se que com relação ao PASEP, a Justiça do trabalho somente será competente para os servidores Celetistas; Com relação ao Meio ambiente do trabalho, será competente para julgamento a Justiça do Trabalho, conforme entendimento da Súmula 736 do STF; Quanto ao FGTS, dois apontamentos: Em se tratando de autorização para levantamento será competência da Justiça do Trabalho; Sendo em razão da correção monetária ou outros aspectos diversos, competência da Justiça Federal; Na hipótese de não ser fornecida as guias de seguro desemprego, seja a rescisão por dispensa sem justa causa ou mesmo via rescisão indireta, o não fornecimento implica em adoção de medidas pela Justiça do Trabalho, inteligência expressa da súmula 389 do TST; Ações Possessórias e Intedito Proibitório: sendo a posse em decorrência da atividade laboral, será competente para dirimir qualquer imbróglio a Justiça do Trabalho, exemplos (Súmula vinculante 23 STF): 64 Reivindicação de imóvel pelo empregado no caso de posse por salário utilidade; Ação possessória em face da outra parte por ferramentas de sua propriedade que esteja na posse do outro; Ação movida por terceiros que seriam interessados, para ingressar na empresa, isso ocorre como uma antecipação de um movimento grevista; Ações Oriundas da Relação de Trabalho: Extensão de competência advinda da vigência da EC 45/2004; o Valendo-se do seguinte conceito: Relação de trabalho é aquela que diz respeito, repise-se, a toda e qualquer atividade humana em que haja prestação de trabalho, como a relação de trabalho: autônomo, eventual, de empreitada, avulso, cooperado, doméstico, de representação comercial, temporário, sob a forma de estágio etc. Há, pois, a relação de trabalho pela presença de três elementos: o prestador do serviço, o trabalho (subordinado ou não) e o tomador do serviço. ( Curso de Direito Processual do Trabalho, Carlos Henrique Bezerra Leite, 2018, p. 245); Relação de trabalho avulso – competência da Justiça do Trabalho; o Seja em face dos operadores portuários ou do OGMO – Órgão Gestor da mão de obra; Trabalho eventual – Pela ausência da habitualidade somente será competente a justiça do trabalho na hipótese de se suscitar a fraude e comprovar a habitualidade; Empreitada – a relação entre empreiteiro e tomador em regra não será de competência da Justiça do Trabalho, exceto na hipótese de fraude; 65 Servidor Público Estatutário – incompetência da Justiça do Trabalho, seja dissídio individual ou coletivo, súmula 463 do TST; o Competência material derivada: Além da matéria originalmente outorgada à Justiça do Trabalho (relação de trabalho), advirá também a competência derivada, que tratará de aspectos incidentais; Merece destaque que, com base no inciso IX do artigo 114 da CF, os requisitos para a competência material derivada da Justiça do Trabalho são: Existência de uma lide decorrente da relação de trabalho; Inexistência de lei afastando expressamente que a competência para apreciar esta lide é da Justiça do Trabalho; De forma geral, a competência derivada decorre da existência ou inexistência de lei específica, havendo lei específica para determinada função, a competência será da Justiça comum, não havendo legislação específica e enquadrando no artigo 114 da CF, a competência será da Justiça do Trabalho; Competência Normativa: Ramo do poder judiciário que cria normas gerais e abstratas às categorias econômicas e/ou profissionais; Exercido nos termos do § 2º da CF (sentença normativa); o Ressalta-se entretanto que a competência para julgar e processar dissídios coletivos dependerá da extensão dos abrangidos (pretensos), ultrapassando o limite de um tribunal, a competência originária será do TST; Ações que envolvam o direito a greve: Decorrente do inciso II e do § 3º da CLT; Sendo que a greve no direito brasileiro é meio de defesa do interesse da categoria (se regular); Por essa razão, ações de ambos os lados que decorram da atividade grevista, será de 66 competência da justiça do trabalho, desde que o objeto decorra da greve em si; Ações envolvendo sindicato: Advém da expressa compreensão do inciso III do artigo 114 da CF: o Ações que tenham por objeto representação sindical; (competência em razão da matéria): Origem no princípio da unicidade sindical, previsto no art. 8º II da CF; o Entre sindicatos; (competência em razão da pessoa) o Entre sindicatos e trabalhadores; (competência em razão da pessoa) o Entre sindicatos e empregadores; (competência em razão da pessoa) Mandado de Segurança, habeas corpus e habeas data: serão tratados no tópico de procedimentos especiais da Justiça do Trabalho Penalidades impostas por órgãos de fiscalização: Previsão no capítulo III da CLT (arts. 639-642); Pelo princípio da máxima efetividade, qualquer demanda que verse sobre relação de trabalho, ainda que o objeto seja exclusivamente penalidade administrativa, será competente a justiça do trabalho. Por óbvio, a cobrança de multa por órgãos de fiscalização de profissões regulamentadas será de competência da justiça comum, por tratar-se de matéria de direito público e não de trabalho. o Competência material executória: Competência que lhe confere autonomia, duas são as formas de exteriorização: Competência para executar suas próprias sentenças: Competência para executar contribuições previdenciárias 67 5. Competência em Razão do Lugar: Previsão expressa no artigo 651 da CLT, de modo que não há que se falar em aplicação subsidiária ou supletiva do direito comum; Definida como Ratione Loci, ou ainda competência territorial, definida de acordo com a localização geográfica; A regra indica que essa competência será exercida pelas Varas do Trabalho, cuja competência é definida em lei federal; o Exceção feita as ações de competência originaria dos Tribunais regionais do Trabalho Pode-se afirmar portanto em linhas gerais que a competência das Varas e do próprio TRT está ligada a uma região que em regra corresponde ao limite de um determinado Estado; De outro norte, verifica-se que a competência territorial do TST está subdividida assim como a do TRT em julgar originariamente ações que envolvam questões que extrapolem a área de um Tribunal e em matéria recursal das decisões do TRT em dissídios individuais e coletivos: o No que tange a competência Territorial, podemos criar o seguinte resumo: Competência Territorial Varas: Limitadas a uma municipalidade, ou de acordo com a lei federal que a criou; Competência Territorial do TRT: Corresponde em matéria originaria ou recursal, limitada a fração geográfica que contemple sua região; Competência Territorial do TST: Competência territorial em toda extensão do Brasil. o Local da Prestação de Serviço: Regra expressa no artigo 651 da CLT: Determinada pela localidade onde o empregado (reclamante) prestar serviços ao empregador, essa regra terá preferência inclusive se o local da contratação tiver sido outro, ainda que no estrangeiro: (lex loci executionis), ou aplicação da lei do local d execução do contrato; Explicação lógica, firmando essa interpretação o andamento do processo será mais célere, quando necessário produzir provas além de documental (testemunhal, pericial, inspeção judicial, etc); 68 Ressalva-se inclusive que em hipótese na qual o empregado ajuíza ação no domicílio em que reside, mesmo diverso do local da prestação do serviço e da contratação, se comprovada a insuficiência de recursos para ajuizar a ação no local da prestação de serviço, ainda que apresentada a exceção de incompetência deverá rejeitar a exceção, em razão do aspecto social que a decisão deverá originar: (fundamento Legal: CF art. 1º, III e IV; art. 5º, LV e LXXVIII). Entendimento semelhante aplica-se ao empregado contratado no estrangeiro para prestar serviços no Brasil; Na hipótese de trabalhador agente (viajante) comercial, terá competência territorial: O foro da Vara da localidade em que a empresa tiver sede ou filial, ou ainda no local em que estiver o mesmo subordinado; Empregado brasileiro que trabalho no estrangeiro: Em se tratando de empregado brasileiro que labora no exterior, a previsão quanto a competência está no § 2º do artigo 651 da CLT: Eventual dissídio deverá ser distribuído no Brasil mesmo em se tratando de relação de trabalho havida no exterior, desde que, o empregado seja brasileiro e não exista convenção internacional (que o Brasil seja signatário) que disponha em contrário. o Necessário entender que aqui a nacionalidade da empresa não terá relevância, o critério será definido em razão de ser o empregado brasileiro (nato ou naturalizado); o Sendo competente a Vara do trabalho do local em que houver sede ou filiar da empresa no Brasil, ou no local em que ocorreu esse contratação; Tema de controvérsia: na hipótese de não ter a empresa representação no Brasil, a doutrina é divergente: o Parte se filia no sentido de não ser possível o ajuizamento, uma vez que a decisão não teria como sujeitar o reclamado (Sérgio Pinto Martins); o Para o outro grupo a competência seguirá o local da prestação de serviço, o local da 69 contratação e dessa decisão se expedirá uma cara rogatória, contudo se a cumprirá deixa de ser questão da competência em si. (Carlos Henrique Bezerra Leite). Importante esclarecer a regra contida no § 3º do artigo 651, que trata do contrato de trabalho executado em localidade diversa de onde ocorreu a contratação: Assim serão competentes simultaneamente tanto o local da contratação quanto o local da prestação de serviços o Competência territorial e funcional para ação Civil Pública: A competência para tal propositura será nos termos da OJ 130 da SBDI 2/TST será estabelecida de acordo com a extensão geográfica do dano noticiado; Trata-se de uma competência que simultaneamente será: Funcional, Territorial e absoluta. o Foro de Eleição: Regre prevista no artigo 63 do CPC, onde os contratantes elegem livremente o foro em que na eventualidade discutirão a matéria controvertida; Embora seja possível a aplicação subsidiária e até supletiva do Direito comum às demandas trabalhistas, na matéria processual sempre será nula qualquer cláusula de eleição de foro; Aqui abre-se espaço para uma exceção que habitualmente não poderia ser contrariada, o foro de eleição, quando favorável ao reclamante(empregado) poderá ser considerado, por se tratar de uma condição mais benéfica ao empregado, não sendo possível alterar de forma lesiva o contrato de trabalho. 6. Exceção quanto a competência e Conflito de Competência: Estando a matéria referente a competência descrita nos tópicos anteriores, não é surpresa a ocorrência de certa forma em larga escala de assuntos que por vezes debatem sua ocorrência, seja na forma de exceção, seja na forma de conflito instalado; 70 Ainda que exista regra própria por vezes o julgador fica inserido em ambiente que se discute sua competência em determinado caso, de tal sorte que as exceções e o conflito em si, revelam-se como valoroso objeto de estudo. Competência absoluta e Competência Relativa: o Nos moldes do quadro mnemônico já apresentado, as competências: em razão da matéria, da pessoa e da função necessitam que o juiz que exercerá a jurisdição esteja legalmente apto para fazê-lo, o que do contrário implicaria em nulidade ou anulação dos atos anteriormente praticados; o De tal forma, podemos afirmar que a competência absoluta deverá ser de ofício declarada pelo juízo, podendo ser a qualquer tempo interpelada pelas partes, até o trânsito em julgado, após sua ocorrência, faz-senecessário ajuizamento de uma ação rescisória (art. 966 do CPC); o De outro lado, verifica-se que a competência em razão do território e do valor da causa será relativa, ou seja não havendo tempestivamente a exceção de incompetência, torna-se o juiz antes incompetente, competente para processar e julgar a demanda, não sendo possível a declaração de ofício, bem como não ser objeto de ação rescisório após o trânsito em julgado. Modificação de Competência o Cientes quanto aos apontamentos do tópico anterior, podemos concluir da seguinte maneira: A competência absoluta (Matéria, Pessoa e Função), serão imutáveis: A competência relativa (Territorial e Valor da Causa), poderá ser alterada (art. 54 CPC); o Ocorre que nesse ponto a CLT é omissa, o que enseja a aplicação do CPC, que regula a forma pela qual se dará a modificação da competência: o Assim, podemos classificar como forma de modificação: Prorrogação – Conexão – Continência: Prorrogação Previsão expressa no artigo 65 do CPC, que sinteticamente garante que: a não alegação pelo réu (exceção de incompetência) promoverá a prorrogação da competência, tornando competente o foro anteriormente incompetente; 71 Em linhas gerais, a prorrogação da competência opera-se da seguinte maneira: o a) Aceitação do autor; ao ajuizar a ação onde já saberia ser incompetente; o b) Aceitação do réu; ao deixa de ofertar tempestivamente a exceção de incompetência; Conexão Regra contida no artigo 54 do CPC, sendo que o conceito de conexão é apresentado pelo artigo seguinte (55 CPC): o Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. Aqui busca-se a segurança jurídica e consequentemente a impossibilidade de julgamentos distintos para ações semelhantes; Assim sendo, exceto se uma ação já tiver sido sentenciada, casos que tenham em comum o pedido ou a causa de pedir, deverão ser reunidos e julgado pela mesma autoridade; Trata-se de matéria de ordem pública. Continência Previsão no artigo 56 do CPC, que reconhece a ações diferentes com identidade de parte e de causa de pedir, sendo uma causa de pedir mais ampla (continente) e outra menos ampla (contida), e implica na visão de duas ações assim definidas: o Continente (mais ampla); o Contida (menos ampla) Pela regra do artigo 57 do CPC, as consequências serão diferentes de acordo com qual ação tenha sido proposta anteriormente: o Tendo sido a ação continente ajuizada anteriormente, a ação contida terão uma sentença sem resolução do mérito; o Tendo sido a ação contida ajuizada anteriormente, promove-se a reunião das ações. 72 Ressaltando que pela regra do CPC, o juízo prevento é aquela que receber o registro ou a distribuição da petição inicial em primeiro lugar (art. 59 CPC). Prevenção e distribuição por dependência Cumprimento da obrigação prevista no artigo 58 do CPC, que determina a reunião de ações no juízo prevento, que possibilitará uma decisão simultânea; Na Justiça do Trabalho, assim como a regra do CPC, o critério de fixação do juízo prevento é CRONOLÓGICO, de modo que o protocolo da inicial é que cria a prevenção do juízo; Importante destacar ainda que, nos termos da lei 7.347/85, a propositura da ação civil pública tornará prevento o mesmo juízo para tratar de qualquer ação posterior que tenha a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto; Conflitos de competência (Conflito de Jurisdição) o Em conformidade com o artigo 803 da CLT são possíveis os seguintes conflitos: Juízos do Trabalho e Juízes de Direito Investidos no cargo; Entre Tribunais Regionais do Trabalho; Juízos do Trabalho, TRT e órgãos da Justiça Ordinária; o Percebam que entre órgãos de hierarquia de diferente não haverá conflito de jurisdição (Súmula 420 TST); o Quanto a legitimidade para suscitar, tem-se o rol TAXATIVO, do artigo 805 da CLT: Próprios Juízos; TRT’S; MPT; Partes interessadas A parte que arguiu incompetência relativa não poderá suscitar o conflito de competência (952 CPC); Ademais, a incompetência deverá ser julgada antes. o A legitimidade para dirimir os conflitos de competência, serão nos termos do artigo 808 da CLT: 73 Pelo TRT: Os suscitado entre juízes do Trabalho e entre juízos de Direito, que estejam investidos na jurisdição trabalhista, dentro da respectiva região; Pelo TST: Os suscitados entre TRT’S, ou entre juízes do Trabalho e Juízes de Direito, em se tratando de TRT’S diferentes; o A título elucidativo e com o intuito de não ocasionar prejuízo ou entendimento equivocado, a competência para dirimir conflitos de competência do TRT quanto do TST são restritos ao limite da Jurisdição trabalhista, para assuntos em geral, deverá ser observado a regra constitucional: Competência do STF para julgar conflitos entre: O STJ e quaisquer tribunais; Tribunais Superiores; Tribunais Superiores e qualquer outro tribunal. Competência do STJ para julgar conflitos: Quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no seu art. 102, I, “o” da CF; Tribunal e juízes a ele não vinculados; Juízes vinculados a tribunais diversos; A outorga da competência está no artigo 114 da Constituição Federal, exceto no que compete a competência do STF ou STJ; De qualquer modo é relevante que o conflito de competência quando suscitado seja precedido da análise quanto ao Regimento interno do Tribunal a ser endereçado; 74 DISSÍDIO INDIVIDUAL: 1. AS PARTES NO DISSÍDIO INDIVIDUAL: 1.1. São os sujeitos do processo, titulares da relação de direito material que gerou o conflito que se discute; 1.2. São as partes, os entes que esperam da justiça a dissolução do evento ocorrido; 1.3. Genericamente seriam as partes: 1.3.1. As partes; 1.3.2. O Juiz; 1.4. De modo geral, são ainda partes no processo judicial, os auxiliares da Justiça, tanto os permanentes (secretários, oficial de justiça), quanto os eventuais (Peritos); 1.5. Quanto ao aspecto processual: destaca-se a figura dos representantes das partes, podem ser separadas (distinguidas de acordo com o grau de imparcialidade); 1.5.1. No rol dos imparciais: Juízes, Ministério Público, Peritos e todos os auxiliares da Justiça. 1.5.2. No rol dos parciais: Reclamante e Reclamado, cada qual com o interesse próprio nos autos. 1.6. Litisconsórcio: 1.6.1. Situação de pluralidade em algum (ou ambos) os polos da demanda; 1.6.2. Explicação técnica, seria a cumulação de lides que possuem algum tipo de ligação entre as partes; 1.6.3. Na Justiça do Trabalho não haverá contagem em dobro para os litisconsortes (inaplicabilidade da regra civilista); 1.6.4. Classificação do litisconsórcio: 1.6.4.1. Segue-se a regra contida no Código de Processo Civil, em seu artigo 113 do CPC, cuja classificação é ativo ou passivo; 1.6.4.2. Outra forma de classificação seria o momento em que é formado, podendo ser inicial (quando a ação já nasce em litisconsórcio) ou ulterior, quando durante o curso do processo for necessário a união das partes (art. 842 CLT); 1.6.4.3. E quanto ao aspecto da obrigatoriedade, podendo ser facultativo e necessário (art. 114 CPC). 1.6.4.3.1. Na hipótese de litisconsórcio necessário o juiz determinará que o autor providencie a citação de todos os litisconsortes passivos, sob pena de extinção sem 75 resolução de mérito, por ausência de pressuposto processual (art. 115 CPC); 1.6.4.4. Pode-se estabelecer a divisão quanto a uniformidade da decisão a ser proferida, a divisão será entre litisconsórcio unitário (necessária uniformização da decisão); litisconsórcio simples (quando não há necessidade de uniformizar a decisão); 1.6.4.5. Litisconsórcio Ativo – Reclamatória Plúrima: 1.6.4.5.1. Previsão no art.842 da CLT - que determina acumulação de reclamatórias em que houver identidade de matéria, quando forem empregados de uma mesma empresa; 1.6.4.5.2. A EC 45/2004 ampliou a competência da Justiça do Trabalho, contudo não houve a respectiva alteração legislativa, uma vez que o artigo 842 da CLT usa o vocábulo EMPREGADO, portanto apenas relação de emprego poderá ter a reunião em mesmos autos; 1.6.4.5.3. Importante ressaltar que, sendo a reclamatória plúrima, não haverá aumento do número de testemunhas, permanecendo o mesmo número de testemunhas da ação ordinária (três por processo); 1.6.4.6. Litisconsórcio ativo facultativo multitudinário: 1.6.4.6.1. Regra prevista no CPC art. 113 §§ 1º e 2º, seria atividade do juiz em limitar o número de litigantes em qualquer das fases do processo, por requerimento do réu; 1.6.4.6.2. O requerimento interromperia a contagem de prazo; 1.6.4.6.3. Contudo, não há aplicabilidade do Dispositivo no Processo do Trabalho, por não ser possível limitar o número de autores e por não haver hipótese de interrupção de prazo para defesa, uma vez que a defesa é apresentada já em primeira audiência. 1.6.4.6.4. Ademais, se for possível a limitação do processo na Justiça do Trabalho, o juiz não os extinguirá e sim determinará a sua redistribuição, constando isso nos autos; 1.6.4.7. Litisconsórcio Passivo: 1.6.4.7.1. Procedimento corriqueiro na Justiça do Trabalho, tendo em vista o número de ações em que se pugna pela responsabilidade solidária ou subsidiária (Súmula 331 do TST) e ainda quanto de trata de empreitada (455 CLT) ou ainda em reclamatória em face de empresas do mesmo grupo econômico (2º § 2º da CLT); 76 1.6.4.7.2. A praxe tem implicado no próprio magistrado de ofício determinar que sejam incluídos empregadores que eventualmente teriam a obrigação de arcar com as responsabilidades da decisão; 1.6.4.7.3. Cada litisconsorte é responsável por dar andamento ao feito e todos devem ser intimados dos atos (art. 118 CPC); 1.6.4.7.4. A regra do CPC e aplicável na Justiça do Trabalho, implica que exceto na hipótese de litisconsórcio unitário, os litigantes serão tratados como distintos e parte adversa, como consequência teremos: 1.6.4.7.4.1. As omissões de algum não prejudicará os demais, enquanto que do benefício de algum, todos se beneficiarão: 1.6.4.7.4.1.1. Tudo o que for comum em se tratando de positivo se aproveitará (recurso interposto – aproveita-se tudo o que for comum), o depósito recursal em obrigação solidária também se comunica aos demais; 1.6.4.7.4.1.2. Em contrapartida a revelia de uma não se aplica aos demais; 1.7. Capacidade de ser parte e Capacidade Processual: 1.7.1. Embora permearão a mesma atividade, são condições distintas a capacidade de ser parte e a capacidade processual; 1.7.1.1. Capacidade de ser parte: 1.7.1.1.1. Sabe-se que a personalidade civil inicia com o nascimento com vida, no entanto a lei já resguarde os Direitos desde a concepção, logo todo ser humano tem capacidade de ser parte, sem qualquer debate acerca de sua condição física ou mental; 1.7.1.1.2. Trata-se de um direito universal outorgado para qualquer pessoa; 1.7.1.1.3. Além da pessoa física, o direito reconhece ainda a tutela e a possibilidade de serem titulares de direitos e obrigações as pessoas jurídicas, que são variações criadas por um humano, de modo a possibilitar a circulação de riquezas e confecção de produtos e/ou serviços; 1.7.1.1.4. Outro grupo também a quem o direito resguarda essa legitimidade seriam os entes despersonalizados e ainda o Ministério Público; 1.7.1.2. Capacidade Processual: 77 1.7.1.2.1. Aqui trata-se especificamente da capacidade individual de comparecer em juízo, nos termos do artigo 70 do CPC; 1.7.1.2.2. Nos termos do artigo 402 da CLT, a capacidade civil plena dos empregados inicia-se aos 18 anos, podendo após isso constituir advogado; 1.7.1.2.2.1. Dos 14 aos 18 anos, no entanto o trabalhador tem a capacidade para ser parte no processo judicial, desde que representado (menor de 16 anos) ou assistido (idade entre 16 e 18 anos), ressalta-se que a capacidade presente será a de ser parte, contudo a capacidade processual será outorgada a quem lhe estiver representando ou assistindo; 1.7.1.2.2.2. Aplicação subsidiária da regra civilista, ao passo que aplica-se preferencialmente o artigo 71 e 72 do CPC; 1.7.1.2.3. Existe ainda um ponto que merece destaque, em se tratando de empregador pessoa jurídica, tão logo esteja formalizado o processo de abertura, terá imediatamente capacidade processual; 1.7.1.2.4. Na hipótese de empregador pessoa física, verifica-se que a capacidade processual será limitada aos maiores de 18 anos e aos emancipados, de forma sucinta a capacidade civil plena indica a presença da capacidade processual; 1.8. Representação das pessoas físicas: 1.8.1. Além das hipóteses já faladas, importante ainda destacar outras formas em que a pessoa física será representada terá seus interesses representados: 1.8.1.1. Representação do empregado por sindicato: 1.8.1.1.1. Permissivo legal contido e obtido através da combinação dos artigos 791§1º e 513, ambos da CLT; 1.8.1.1.2. Tal representação não exige ser o empregado associado ao sindicato, basta que pertença a determinada categoria; 1.8.1.2. Representação do empregado por outro empregado: 1.8.1.2.1. A representação aqui versada tem em sua essência a intenção de evitar o arquivamento da demanda; 1.8.1.2.2. Previsão contida no § 2º do artigo 843 da CLT: 1.8.1.2.2.1. Pelo destacado artigo, poderá o empregado impossibilitado de comparecer em audiência, fazer-se representar por outro que pertença à mesma função ou pelo sindicato da categoria; 78 1.8.1.2.3. A única finalidade, é evitar a extinção do feito, visto que não acontecerá a audiência, a tarefa do “substituto” é provar a existência de situação que impediu o comparecimento; 1.8.1.3. Representação do empregado na reclamatória plúrima e na ação de cumprimento: 1.8.1.3.1. Previsão expressa do artigo 843 caput da CLT, representada pelas seguintes situações: 1.8.1.3.1.1. Quando for reclamatória plúrima, fala-se em litisconsórcio ativo: 1.8.1.3.1.1.1. Aqui o sindicato faz figuração para o reclamante, eis que o termo correto não será representação, uma vez que essa será realizada pelo próprio advogado, hipótese de costume em se designar comissões sindicais; 1.8.1.3.1.1.1.1. O Sindicato não poderá na ausência do reclamante transacionar direitos; 1.8.1.3.1.2. Quando se tratar de ação de cumprimento, a hipótese será de substituição processual: 1.8.1.3.1.2.1. Hipótese em que o sindicato atua em nome próprio, tutelando o interesse de outras pessoas (Direito individual homogêneo); 1.8.1.4. Representação do empregado menor: 1.8.1.4.1. Além do que já foi dito anteriormente, importante frisar que não ocorrerá prescrição em direitos de menor de 18 anos, conforme regra expressa no artigo 440 da CLT; 1.8.1.4.2. Outro ponto relevante é no que tange da impossibilidade de trabalho em horário noturno ou ambiente insalubre do menor de 18 anos e a vedação total do trabalho do menor de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos; 1.8.1.5. Representação do empregado falecido: 1.8.1.5.1. Acompanha-se a regra do processo civil (art. 75, VII do CPC), será representado pelo espólio, que por sua vez será representado pelo inventariante 1.9. Representação das pessoas jurídicas e entes despersonalizados: 1.9.1. Ainda que não seja possível levar a empresa (prédio) ao fórum, a empresa deverá ser representada por quem saiba das condições da contratação (art. 843 CLT); 79 1.9.1.1. Trata-se do preposto, que é um representante para aquela finalidade, deve ser empregado (exceto ME/EPP-Súmula 377 TST) e suas declarações importarão na ocorrência de confissão; 1.9.1.1.1. Para evitar qualquerforma de dúbia interpretação, a observância ao artigo 75 do CPC é fundamental: Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: I – a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado; II – o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; III – o Município, por seu prefeito ou procurador; IV – a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar; V – a massa falida, pelo administrador judicial; VI – a herança jacente ou vacante, por seu curador; VII – o espólio, pelo inventariante; VIII – a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores; IX – a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens; X – a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil; XI – o condomínio, pelo administrador ou síndico. § 1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte. § 2º A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição quando demandada. § 3º O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber citação para qualquer processo. § 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias. 80 1.10. Representação por advogado: 1.10.1. Por ser possível a própria parte demandar em juízo, verifica-se que a representação do advogado é facultativa, exceto quando se tratar de processo em trâmite no TST; 1.10.2. Mandato tácito ou apud acta: 1.10.2.1. Seria um conjunto de atos praticados que induzem ser o advogado o representante constituído, ainda que não conste expressamente a procuração nos autos; 1.10.2.2. Enquanto que o mandato apud acta, seria aquele que consta da própria audiência, embora deva ser expresso os poderes no processo civil, verifica-se que na trabalhista não é necessário nenhuma outra juntada além da própria ata de audiência 1.10.3. Representação por estagiário de direito: 1.10.3.1. Atos privativos de advogado não poderão ser realizados por advogado. 2. JUS POSTULANDI: 2.1. Trata-se da capacidade do próprio interessado (reclamado ou reclamante) postular em juízo, diverso do que ocorre no processo civil em que a capacidade postulatória fica restrita aos advogados; 2.2. Previsão expressa no artigo 791 da CLT; 2.2.1. Garantindo a parte que optar por tal capacidade a possibilidade de reclamar e acompanhar as reclamações até o final; 2.2.1.1. Importante destacar que o termo até o final é relativizado, uma vez que não poderá a parte (jus postulandi) representar- se no TST, sendo indispensável constituir advogado, súmula 425 do TST; 3. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS: 3.1. CLASSIFICAÇÃO: 3.1.1. Trata-se de forma em que terceiro que até então não figuraria como parte na relação processual; 3.1.2. Aqui tem-se que o interesse não poderá ser de nenhuma outra forma que não seja processual; 3.1.3. Por absoluta omissão da CLT, aplicam-se aqui as regras do CPC, devendo por conseguinte serem consideradas as exceções e particularidades do processo trabalhista. 3.1.4. De forma que a intervenção de terceiro poderá ter as seguintes classificações: 3.1.4.1. Provocada: 3.1.4.1.1. A intervenção não acontece pelo próprio interessado e sim por uma das partes: 81 3.1.4.1.1.1. Casos de Denunciação da lide e chamamento ao processo. 3.1.4.2. Espontânea: 3.1.4.2.1. O terceiro entendendo sua relevância e necessidade comparece sem qualquer forma de coerção e participa do feito: 3.1.4.2.1.1. Caso de assistência, oposição e embargos de terceiro. 3.1.4.3. Ad coadjunvandum: 3.1.4.3.1. Aqui o terceiro ingressa para auxiliar uma das partes, visando um pronunciamento judicial favorável; 3.1.4.3.1.1. Caso da Assistência simples. 3.1.4.4. Ad excludendum: 3.1.4.4.1. Aqui a intenção do terceiro é no sentido de excluir obrigação de uma ou de ambas as partes; 3.1.4.4.1.1. Caso de Oposição 3.2. TIPOS: 3.2.1. Assistência: 3.2.1.1. Previsão nos artigos 119 a 124 do CPC: 3.2.1.2. Forma espontânea de intervenção; 3.2.1.3. Pode ser dividida em duas subclassificações: 3.2.1.3.1. Assistência Simples: 3.2.1.3.1.1. Prevista nos artigos 121 a 123 do CPC; 3.2.1.3.1.2. Intenção de meramente auxiliar uma das partes, não haverá defesa de direito próprio; 3.2.1.3.1.3. Havendo revelia da parte assistida, será o assistente seu substituto processual; 3.2.1.3.2. Assistência Litisconsorcial: 3.2.1.3.2.1. Previsão no artigo 124 do CPC; 3.2.1.3.2.2. Defesa de interesse próprio e não meramente auxiliar; 3.2.1.3.3. Importante estabelecer a distinção entre ambos: 3.2.1.3.3.1. Em assistência simples, não poderá o assistente assumir posição diferente do assistido; 3.2.1.3.3.2. Não poderá dar continuidade ao processo sem a anuência do que auxilia; 3.2.1.3.3.3. Ao assistente litisconsorcial poderá assumir posição diversa do assistido; 3.2.1.3.3.4. Poderá dar prosseguimento ao feito mesmo se quem auxilia se retirar da demanda; a sentença atingirá ambos os interesses 82 3.2.2. Oposição: 3.2.2.1. Previsão por analogia nos artigos 682 a 686 do CPC: 3.2.2.2. Perdeu o status de intervenção de terceiro propriamente dita; 3.2.2.3. Tratava-se de uma intervenção voluntária, visto que ninguém era obrigado a colocar-se como opoente a direito de outrem; 3.2.2.4. Não era aplicável ao processo do trabalho, visto que não possui a Justiça do Trabalho a competência para julgamento de segunda relação processual, no J.T a matéria é relação de trabalho, além de implicar em forma de atraso na prestação jurisdicional; 3.2.3. Nomeação à autoria: 3.2.3.1. Previsão atual no sentido de preliminar e contestação nos termos do artigo 338 do CPC; 3.2.3.2. Assim como a oposição excluída do rol anteriormente existente; 3.2.3.3. Hipótese em que o reclamado alegando a ilegitimidade passiva deveria indicar quem de fato deveria responder pela demanda e suas consequências: 3.2.3.4. Instituto substituído pelo artigo 339 do CPC 3.2.4. Denunciação da Lide: 3.2.4.1. Previsão nos artigos 125 a 129 do CPC: 3.2.4.2. Forma provocada e obrigatória de intervenção; 3.2.4.3. Meio de fazer compor a lide aquele que arcará com as perdas da ação mediante ação regressiva ou pela evicção; 3.2.4.4. Quando feito pelo autor – deve ocorrer na inicial; 3.2.4.5. Quando feito pelo reclamado – feito na contestação. 3.2.5. Chamamento ao processo: 3.2.5.1. Previsão nos artigos 130 a 132 do CPC: 3.2.5.2. Forma provocada e facultativa de intervenção: 3.2.5.3. Realizada em sede de contestação, de sua decisão (que aceita ou não) será feita coisa julgada contra o chamad0; 3.2.5.4. A sentença servirá de título executivo do réu contra ele; 3.2.5.5. Na seara do Direito do Trabalho, vislumbra-se a hipótese de aplicação quando diante da situação contida no inciso III do artigo 130 do CPC, não sendo compatível sua ocorrência no momento de execução ou em dissídios coletivos; 3.2.6. Desconsideração da Personalidade Jurídica: 3.2.6.1. Previsão nos artigos 133 a 137 do CPC: 3.2.6.2. Casos de ocorrência prevista no artigo 50 CC; 3.2.6.3. Observância ao procedimento previsto no artigo 855-A da CLT; 3.2.6.4. Forma provocada e facultativa de intervenção: 3.2.6.5. Aqui pede-se a citação tanto da empresa quanto de seus sócios; 83 3.2.6.6. Poderá ser instaurada em qualquer fase dos autos; 3.2.6.7. Antes da lei 13.467/2017 havia a figura da desconsideração deofício em execução, (878 da CLT), no entanto houve a retificação do artigo e hoje não mais é possível o prosseguimento da execução de ofício pelo magistrado; 3.2.6.8. Merece destaque o seguinte: sendo a desconsideração solicitada em inicial, verifica-se que não será intervenção de terceiro e sim composição do polo passivo, adquirindo a feição de litisconsórcio passivo; 3.2.6.9. Igual destaque ao caso desconsideração suscitada em ação coletiva, oportunidade em que tratando-se de demanda fundada em direitos relacionados ao meio ambiente do trabalho (metaindividuais), poderá acontecer a desconsideração, por inteligência do artigo 4º da Lei 9.605/98 3.2.6.9.1. Possibilidade de atribuição de responsabilidade ao sócio retirante (art. 10-A CLT), respeitado o benefício de ordem; 3.2.6.9.2. Por conta de sua natureza, verifica-se que em cada momento poderá ocorrer ou não seu imediato apelo: 3.2.6.9.2.1. Se desconsiderado em fase de conhecimento – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA – não cabe recurso; 3.2.6.9.2.2. Em fase de execução – Caberá Agravo de Petição; 3.2.6.9.2.3. EM incidente originário no Tribunal caberá agravo interno 3.2.7. Amicus Curiae: 3.2.7.1. Previsão no artigo 138 do CPC; 3.2.7.2. Hipótese de interferência de terceiro em processo de relevância maior; 3.2.7.3. Previsão em demandas repetitivas; 3.2.7.4. Possibilidade de abrindo margem aos terceiros, haja um acréscimo na fundamentação; 4. AS CUSTAS DO PROCESSO: 4.1. Gênero que engloba toda forma de despesa ao longo de um processo judicial; 4.2. Dentro do conceito macro, existem as figuras de custas processuais, emolumentos, despesas em geral, além da figura dos honorários: 4.3. Da análise tributária, verifica-se que custas e emolumentos possuem natureza de taxa ( Direito Tributário); 5. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA E JUSTIÇA GRATUITA: 5.1. Necessário delimitar que para todos os efeitos, na Justiça do Trabalho existe uma diferença entre assistência judiciária e justiça gratuita, sendo o primeiro um permissivo legal, que implica ao sindicato de determinada categoria o dever de representar todos os pertencentes da mesma; 5.2. Por conseguinte a gratuidade de justiça é mais amplo do que a Assistência Judiciária; 84 5.3. Oportunidade de grande debate seria a pertinência de poder o advogado cobrar duas vezes os honorários. 5.3.1. Com julgamentos divergentes, após a promulgação da lei 13.725/2018, podem ser cumulados os honorários contratuais e de substituição (sindicato); 5.4. Nos termos do §1º do artigo 14 da Lei 5.584, será concedida a assistência judiciária ao trabalhador que: 5.4.1. Receba menos de dois salários mínimos; 5.4.2. Ou aquele que não dispuser de recurso suficiente para custear a demanda, independente do valor da remuneração; 5.4.3. Nos termos do artigo 790 da CLT, será concedida a assistência judiciária ao desempregado ou ainda que receba até 40% do teto da previdência (R$ 5.800,00); 5.4.3.1. Diante da divergência do texto da CLT e do texto de lei esparsa, aplica-se a regra da CLT; 5.4.4. Importante ressaltar que pela forma como encontra-se redigido, verifica-se que a assistência judiciária é exercida privativamente pelas entidades sindicais, nos termos da lei 10.288/2001; 5.4.4.1. Não é difícil concluir portanto que em se tratando de Assistência Judiciária teremos: 5.4.4.1.1. Assistente – Sindicato; 5.4.4.1.2. Assistido – Trabalhador; 5.5. Necessário frisar que Assistência Judiciária e Gratuidade de justiça são institutos diferentes, sendo o primeiro exercido exclusivamente pelo sindicato e o segundo podendo ser requerido por qualquer parte, limitado ao valor máximo contido no artigo 790 da CLT, qual seja remuneração inferior a 40% do teto da previdência; 5.6. A gratuidade de justiça abrangerá em seu bojo: 5.6.1. Custas e emolumentos; 5.6.2. Despesas com publicações; 5.6.3. Até a promulgação da reforma trabalhista, a gratuidade abrangia ainda honorários, o que restou alterado, por força doa rtigo 790-B da CLT. 5.6.4. Nos termos das alterações trazidas pela lei 13.467/2017, serão devidos pelo detentor da gratuidade de justiça quando sucumbente a obrigação de arcar com honorários advocatícios e/ou periciais; 5.6.4.1. Quanto ao tópico necessário pontuar o seguinte: 5.6.4.1.1. Na hipótese de não existir crédito na ação discutida ou em qualquer outra, suficiente para recebimento da sucumbência, ficará a mesma suspensa pelo prazo de dois anos após o trânsito em julgado, período em que poderá o credor demonstrar que não existe mais a condição que ensejou a gratuidade de justiça; 5.6.4.2. Para a obtenção da gratuidade de justiça, deverá a parte que assim desejar requerer expressamente ao juízo, que analisará e de modo fundamentado decidirá; (nos termos do § 1º do art. 4º da Lei 1.060/1950). 85 6. OS ATOS: 6.1. Trata-se do momento no qual nasce o direito, ou se modifica ou extingue-se; 6.2. Conceito amplo e objeto de disciplina exclusiva no Direito Civil, podendo se subdividir em: 6.2.1. Fato Jurídico em sentido amplo: 6.2.1.1. Fato jurídico em sentido estrito (ordinários e extraordinário); 6.2.1.2. Atos Jurídicos (em sentido estrito e os negócios jurídicos); 6.2.1.3. Atos Ilícitos; 6.3. Previsão na CLT a partir do artigo 770 até 782 da; 6.3.1. Todos os atos processuais trabalhistas devem ser públicos (salvo as exceções) 6.3.2. Atos realizados em dias úteis, no horário compreendido das 06:00 às 20:00 (art. 770 CLT); 6.4. Comunicação dos atos processuais: notificação, citação e intimação: 6.4.1. Citação: 6.4.1.1. Previsto no artigo 238 do CPC, ato capaz de convocar a parte adversa para que querendo ingresse na demanda; 6.4.1.2. Trata-se de pressuposto processual e indispensável para o prosseguimento da ação; 6.4.1.3. Nos termos do artigo 239 do CPC, o comparecimento espontâneo supre a ausência de citação; 6.4.1.4. Especificamente na J.T, a citação recebe o nome de notificação (art. 841 CLT); 6.4.1.4.1. Que deverá no prazo de 48 horas proceder ao procedimento de notificação; 6.4.1.4.2. Deve ser preservado um prazo mínimo entre a notificação e a realização da primeira (una) audiência o prazo de 05 dias; 6.4.1.4.3. A notificação será realizada pelos correios, contudo, no estado de MG a notificação tem sido realizada sem o recibo de confirmação, de tal sorte não ser possível afirmar que a parte contrária tinha ciência quanto a audiência; 6.4.1.4.4. No entanto, na hipótese de réu residir em local de difícil acesso ou que não tenha serviços regulares de correios, será realizada via oficial de justiça; (representante legal); 6.4.1.4.4.1. Exceção: quanto a parte a ser citada (notificada) União oportunidade em que deverá ser de forma pessoal (representa 6.4.1.4.5. Não vigorará o princípio da pessoalidade da citação (notificação); 6.4.1.4.5.1. Deve o destinatário alegar ilegalidade na concessão dos prazos; 6.4.2. Intimação: 86 6.4.2.1. Regra prevista no artigo 269 do CPC; 6.4.2.2. Função de dar ciência quanto a atos e termos do processo; 6.4.2.3. Com a utilização do PJe, verifica-se as intimações consideram- se que o intimado conta com o prazo de 10 dias para lei as pendências; 7. TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS; 7.1. É denominado como Termo, a redução escrita do ato, ou a demonstração concreta do ato; 7.2. Previsão na CLT nos artigo 771 a 773; 7.3. Busca o legislador uma maior segurança quanto ao que seja realizado, trazendo assim atos mais rígidos e menos propensos a trazer a dúvida; 7.3.1. Deve ser escrito sem rasura em língua oficial e não poderá ser feito a lápis; 7.3.2. Via de regra serão assinados por ambas as partes e/ou pelas testemunhas; 7.4. Contudo, dada a implantação do PJe, verifica-se a redução de termos, uma vez que os atos são praticados mediante assinatura eletrônica. 7.5. PRAZOS PROCESSUAIS: 7.5.1. Medida do tempo transcorrido desde a publicação até a data máxima para a prática ousua ausência de determinado ato; 7.5.2. Uma alteração trazida pelas últimas mudanças legais (CPC e CLT), diz respeito a tempestividade das medidas interpostas antes do prazo, sob a vigência do CPC de 1973, seriam considerados intempestivos os atos praticados antes de sua publicação; 7.5.3. Classificação: podem ser classificados de inúmeras maneiras, que auxiliam a compreensão quanto a sua relevância, sob esse prisma podem ser: 7.5.3.1. Quanto à origem da fixação: 7.5.3.1.1. Prazos Legais: definidos em lei e que não comporta debate ou mesmo alegar ignorância: 7.5.3.1.1.1. Prazo para interposição de recurso; 7.5.3.1.2. Prazos Judiciais: definidos pelo juiz: conforme capitulação expressa do § 4º do artigo 852 da CLT; 7.5.3.1.3. Prazos Convencionais: prazo convencionado entre as partes, o que acontece com a suspensão do feito, seja para tentativa de acordo (art. 313 CPC); 7.5.3.1.3.1. Ressalta-se que o prazo máximo de suspensão poderá ser de 06 (seis) meses, após o transcurso do tempo se converterá em prazo judicial, devendo ser determinado pelo juiz a prática de atos dentro do prazo estabelecido; 7.5.3.2. Quanto à natureza: 87 7.5.3.2.1. Dilatórios: 7.5.3.2.1.1. Também chamados de prorrogáveis, são os atos que não possuem um prazo legal para sua ocorrência, contudo é importante ressaltar que o requerimento de prorrogação deverá ser realizado até seu termo, após a data final terá ocorrido a preclusão. 7.5.3.2.1.1.1. Prazo de vistas dos autos, prazo para apresentação do acordo; 7.5.3.2.2. Peremptórios: 7.5.3.2.2.1. Prazo fatal, impossíveis de serem prorrogados, advindos de texto legal; 7.5.3.3. Quanto aos destinatários: 7.5.3.3.1. Prazos próprios: 7.5.3.3.1.1. Prazos destinados às partes, são por conseguinte peremptório e sobre eles ocorre preclusão; 7.5.3.3.1.2. Via de regra já será redigido com o prazo a ser observado, no entanto sendo a norma silente, aplica- se a regra do artigo 218 § 3º do CPC, qual seja 05 (cinco) dias para a prática do ato processual; 7.5.3.3.1.3. Para as pessoas jurídicas de direito público o prazo será em quadruplo para apresentar contestação; e em dobro para interposição de qualquer recurso. 7.5.3.3.2. Prazos impróprios: 7.5.3.3.2.1. Destinados aos juízes e órgãos auxiliares, sobre os quais não ocorrerá preclusão; 7.5.3.3.2.1.1. Por inteligência dos artigo 658 da CLT e 226 CPC: 7.5.3.3.2.1.1.1. Despachos – 5 dias; 7.5.3.3.2.1.1.2. Decisões interlocutórias – 10 dias; 7.5.3.3.2.1.1.3. Sentença – 30 dias. 7.5.3.3.2.1.2. Já para os servidores da trabalhista: 7.5.3.3.2.1.2.1. 48 horas: 7.5.3.3.2.1.2.1.1. Remeter cópia da inicial (841 CLT); 7.5.3.3.2.1.2.1.2. Juntada do termo de audiência (851 CLT); 7.5.3.3.2.1.3. O descumprimento reiterado de prazos pelos juízes ou órgãos auxiliares podem desencadear sanção disciplinares. 7.6. CONTAGEM DE PRAZO: 7.6.1. Observa-se a regra do artigo 774 da CLT, qual seja o início da contagem a partir do conhecimento dos termos da notificação; 88 7.6.2. Observa-se ainda a regra do artigo e 775 também da CLT, que determina a contagem do prazo em dias úteis, excluindo o dia do início e incluindo o dia do fim; 7.6.3. Portanto, podemos dizer que existem dois momentos na contagem do prazo: 7.6.3.1. Dia do começo do Prazo: 7.6.3.1.1. Chamado de dies a quo, sempre será excluído do dia da contagem, dies a quo non computatur in termino, o dia do começo não se computa no prazo. 7.6.3.2. Início da contagem do prazo: 7.6.3.2.1. Ocorre no dia útil seguinte ao do começo do prazo, e vai até dies ad quem, dies ad quem computatur in termino; 7.6.3.3. Contagem de prazo: 7.6.3.3.1. Por publicação: 7.6.3.3.1.1. Dia do começo: Dia da publicação 7.6.3.3.1.2. Início da Contagem: 1º dia útil seguinte 7.6.3.3.2. Notificação Postal: 7.6.3.3.2.1. Dia do começo: dia da ciência do ato, presume-se 48 horas após a expedição (Súm. 16 TST) 7.6.3.3.2.2. Início da Contagem: 1º dia útil seguinte 7.6.3.3.3. Notificação Eletrônica: 7.6.3.3.3.1. Dia do começo: 1º dia útil após sua publicação; 7.6.3.3.3.2. Dia da Contagem: 1º dia útil após sua publicação 7.6.3.4. Por inteligência do artigo 218 § 4º do CPC, os atos praticados antes do termo inicial, serão considerados tempestivos; 7.6.3.5. Nos termos do artigo 776 da CLT, os prazos deverão ser certificados em secretaria; 7.7. SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DOS PRAZOS: 7.7.1. Por omissão, aplica-se a regra do CPC; 7.7.1.1. Suspensão: 7.7.1.1.1. Paralisa a contagem do prazo processual, ao fim da causa que suspendeu, retoma a contagem no momento em que foi paralisado 7.7.1.2. Interrupção: 7.7.1.2.1. Iniciada após a condição interruptiva, o prazo será devolvido integralmente, como se nunca tivesse iniciado; 7.7.2. Situação semelhante ocorre com o Recesso Forense – compreendido do dia 20/12 ao dia 06/01, nos termos do artigo 220 do CPC, os prazos ficarão suspensos; 89 7.7.3. Quando a parte ocasionar condições que obstaculizam a fruição do prazo, deverá o mesmo ser certificado e devolvido desde o momento em que foi suprimido; 7.8. DISTRIBUIÇÃO E REGISTRO: 7.8.1. Distribuição é o ato em que o processo deverá ser dirigido de modo aleatório para algum dos juízos existentes em determinada comarca; 7.8.1.1. Meio de se evitar a escolha do juiz pela parte. 7.9. DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA: 7.9.1. Observância ao disposto no artigo 286 do CPC, que traz o rol de condições que ensejam a dependência: 7.9.1.1. quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada; 7.9.1.2. quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda; 7.9.1.3. quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3º, do NCPC, ao juízo prevento. 7.9.1.4. Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra hipótese de ampliação objetiva do processo, o juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor. 7.9.2. Meio de modificação da competência funcional 7.10. PROCESSO INFORMATIZADO 7.10.1. Previsão contida na lei 11.419/2007; 7.10.2. Definições no PJe-JT 7.10.2.1. Resolução CSJT 136/2014, trata das funções do PJe-JT: 7.10.2.1.1. Tramitação do processo: 7.10.2.1.2. Padronização de dados; 7.10.2.1.3. Produção, registro e publicidade dos atos; 7.10.2.1.4. Fornecimento de dados necessário para condução do feito; 7.10.2.1.5. Necessário para ter acesso e assinar documentos, possuir certificado digital; 7.10.2.1.6. Ressalta-se que os autos são públicos e cuidou o judiciário de possibilitar aos interessados a chance de consulta; 7.11. Atos processuais por meios eletrônicos: 7.11.1. Somente serão admitidas se realizadas com assinatura eletrônica e obrigatoriamente existindo um cadastramento(credenciamento) prévio; 7.11.2. Acesso aos autos 24 horas por dia; 7.11.3. Todos os atos praticados, serão assim considerados no momento exato de sua ocorrência; 90 7.12. Comunicação eletrônica dos atos processuais; 7.12.1. Realizadas através do Diário da Justiça Eletrônica 7.12.2. Atos urgentes em que o interessado não tenha o certificado digital, poderá o ato ser realizado por servidor da Justiça do Trabalho 7.12.3. Intimações Eletrônicas: 7.12.3.1. Serão intimados os advogados cadastrados no sistema e apenas quando acessarem o mesmo; 7.12.3.1.1. Contudo, em respeito ao princípio da duração razoável do processo, na hipótese de não ser visualizado, considera-se como visto em 10 dias após sua disponibilização; 7.12.3.2. Consultas realizadas em dias não útil, será considerada efetivada no primeiro dia útil seguinte; 7.12.3.3. As intimações serão realizadas em nome de qualquer advogado credenciado e será reputada validada, ainda que presente pedido de intimação exclusiva de apenas um advogado; 7.12.4. Citações Eletrônicas:7.12.4.1. Poderá ocorrer exclusivamente eletrônica se as partes tiverem acesso integral aos documentos. 7.12.5. Cartas Precatórias – Rogatórias: 7.12.5.1. Perfeitamente compatível com o processo eletrônico; 8. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA: 8.1. Conceito: 8.1.1. Prescrição seria a PERDA DA PRETENSÃO DE REPARAÇÃO DO DIREITO, que ocorrerá sempre que o titular do Direito quedar- se inerte. 8.1.1.1. Seria a impossibilidade de requerer ao judiciário a intervenção na reparação do dano ocasionado; 8.1.2. O Direito não socorre com quem dorme: 8.1.3. A prescrição atinge diretamente a PRETENSÃO e indiretamente o próprio direito de agir; 8.1.3.1. Importante ressaltar que o direito material (sua ofensa) não deixa de existir, apenas torna-se impossível pleitear sua reparação; 8.1.4. Seria a Prescrição um meio de defesa indireta do mérito da demanda; 8.1.4.1. Nos termos do artigo 487 II do CPC, presente os requisitos, a prescrição extingue o feito COM resolução do mérito. 91 8.2. Previsão Constitucional e Infraconstitucional: 8.2.1. Na constituição de 1988 a previsão está no artigo 7º XXIX 8.2.1.1. “XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;” 8.2.2. Por outro lado na CLT a previsão está contida no artigo 11: 8.2.2.1. “Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.” 8.2.3. Ressalta-se que aplicam-se as mesmas regras quanto a prescrição aos empregados domésticos; 8.3. Prescrição bienal e quinquenal: 8.3.1. Duas são as formas possíveis de Prescrição no Processo do Trabalho: 8.3.1.1. Quinquenal: 8.3.1.1.1. A contagem da prescrição quinquenal inicia-se do momento em que ocorre a lesão, contam-se 05 anos a partir do fato (actio nata); 8.3.1.2. Bienal: 8.3.1.2.1. Após a extinção do contrato de trabalho, terá o reclamante o prazo de 2 anos para o ajuizamento da ação trabalhista.. 8.3.1.3. Importante ressaltar que após a extinção do contrato de trabalho, o empregado conseguirá a reparação de lesões ocorridas nos 5 anos anteriores ao ajuizamento da demanda. 8.4. Exceções: 8.4.1. Ações Meramente Declaratórias: 8.4.1.1. Nos termos do §1º do artigo 11 da CLT: São imprescritíveis as ações meramente declaratórias (anotações para fins de prova junto à Previdência Social); 8.4.2. Contra Menor: 8.4.2.1. Contra os menores de 18 anos não corre nenhum prazo de prescrição: 8.4.2.1.1. Art. 440 CLT: Urbano 8.4.2.1.2. Art. 10 Lei 5.889/73: Rural 8.4.3. FGTS 8.4.3.1. Deixou de ser exceção, observa-se as regras da prescrição bienal e quinquenal; 8.4.3.2. Súmula 362 TST: 92 8.4.3.2.1. Casos após 13/11/2014 – prescrição quinquenal; 8.4.3.2.2. Casos antes 13/11/2014 – o que ocorrer primeiro (quinquenal ou trintenária); 8.5. Rurícula: 8.5.1. Idêntico ao trabalhador Urbano. 8.6. Trabalhador Avulso: 8.6.1. Idêntico ao Urbano. 8.7. Prescrição Total e Parcial: 8.7.1. BIENAL – sempre será total a prescrição bienal; 8.7.1.1. Prazo de dois anos sempre será peremptório; 8.7.1.2. Não observância do prazo implicará na perda total da pretensão. 8.7.2. Quinquenal – Poderá ser tanto parcial quanto total; 8.7.2.1. SERÁ PARCIAL: 8.7.2.1.1. Se o direito pugnado estiver previsto em lei, ou seja, as lesões renovam-se sempre que ocorrerem. 8.7.2.2. SERÁ TOTAL: 8.7.2.2.1. Quando não encontrar amparo legal, as lesões não se renovam e consequentemente a prescrição será total. 8.8. Suspensão da Prescrição: 8.8.1. OJ 375 SDI-1 TST: 8.8.1.1. A suspensão do contrato de trabalho não impede a fluência da prescrição quinquenal, exceto quando impossível o acesso ao judiciário. 8.9. Interrupção da prescrição: 8.9.1. Diversos posicionamentos: 8.9.1.1. Súmula 268 TST: A ação trabalhista, ainda que arquivada interrompe a prescrição no que tange aos pedidos idênticos: 8.9.1.2. OJ 359 SDI-1 do TST: Ação proposta por sindicato interrompe a prescrição, ainda que seja o sindicato parte declarada ilegítima; 8.9.1.3. OJ 392 SDI-A TST: Protesto Judicial interrompe o prazo prescricional (art. 769 CLT e art. 15 CPC/2015). 8.10. Prescrição de Ofício: 8.10.1. Não é cabível no Processo do Trabalho: 8.10.1.1. Ofensa ao Princípio da proteção, norma mais favorável e da indisponibilidade: 93 8.10.1.1.1. Embora princípios que atuam no direito material, fato é que o direito processual é a ferramenta para utilizar a correção quando presente ofensa no direito material; 8.10.1.2. Distanciamento do aspecto social; 8.10.1.3. A prescrição é matéria a ser alegada pelo réu (art. 884 da § 1º da CLT); 8.11. Reforma Trabalhista e reflexos: 8.11.1. O advento da Lei n. 13.467/2017 promoveu importantes alterações no art. 11 e incluiu o art. 11-A na CLT: “Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. I – (revogado); II – (revogado). (…) § 2º Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei. § 3º A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito, produzindo efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos. Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos. § 1º A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução. § 2º A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição.” 8.11.2. Alterações efetivas: 8.11.2.1. Melhoria de redação na definição e diferenciação das prescrições quinquenal e bienal; 8.11.2.2. Inclusão na CLT da redação da Súmula 294 do TS T, trazendo a previsão legal da prescrição total e parcial; 8.11.2.3. A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito, produzindo efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos; 8.11.2.4. Previsão legal do cabimento da prescrição intercorrente na Justiça do Trabalho; 8.11.2.5. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos; 8.11.2.6. Fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução; e 94 8.11.2.7. A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição.” 8.12. Decadência: 8.12.1. Perda do próprio direito material: 8.12.2. Possível afirmar a presença de 03 prazos decadenciais: 8.12.2.1. Inquérito Para apuração de falta grave 8.12.2.1.1. Prazo de 30 dias, contados da suspensão; 8.12.2.1.1.1. Art. 494 e 853 da CLT – Súm. 403 STF. 8.12.2.2. Ação Rescisória: 8.12.2.2.1. Prazo de 02 anos do trânsito em julgado; 8.12.2.2.1.1. Art. 975 CPC e Súm. 100 TST; 8.12.2.3. Mandado de Segurança 8.12.2.3.1. 120 dias do ato coator; 8.12.2.3.1.1. Art. 23 Lei 12.016/2019. 9. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ E ASSÉDIO PROCESSUAL: 95 10. AS NULIDADES: 10.1. Conceito: 10.1.1. Ato processual praticado por entes legítimos e julgado por juiz competente que são impedidos de produzir os efeitos; 10.1.2. A nulidade do ato pressupõe a ausência de requisitos reputados como indispensáveis pela legislação;10.1.3. No aspecto processual, significa que na condição apresentada o resultado prático do processo impede seus efeitos; 10.1.4. Pressuposto de validade: todos os atos processuais são reputados por válidos e eficazes, até que seja decretada sua invalidade; 10.1.4.1. Seria o caso de uma sentença proferida por uma autoridade incompetente, até que seja declarada sua violação, os atos são plenamente válidos e eficazes. 10.2. Atos Processuais: Anuláveis, Inexistentes e Nulos: 10.2.1. No direito material, as nulidades são aquelas contidas no artigo 9º da CLT: 10.2.2. No que tange ao Direito Processual, concebe-se a ideia de: 10.2.2.1. Atos Inexistentes: 10.2.2.2. Atos Nulos: 10.2.2.3. Atos Anuláveis: 10.2.3. De forma que os vícios serão classificados de acordo com sua gravidade: 10.2.3.1. Meras irregularidades sem consequências processuais: 10.2.3.1.1. Não trazem consequência prejudicial; 10.2.3.1.2. Irregularidade de pequena relevância: 10.2.3.1.2.1. Ex audiência que se encerra após às 20 horas. 10.2.3.2. Irregularidades com sanções extraprocessuais: 10.2.3.2.1. Sanções cabíveis serão fora do processo; 10.2.3.2.2. Seria uma consequência em razão de inobservância de obrigação regularmente inscrita em lei; 10.2.3.2.2.1. Seria um advogado respondendo processual na OAB, um juiz respondendo por retardar a prática de determinar ato, crime de falso testemunho; 10.2.3.3. Irregularidades que acarretam nulidades processuais: 10.2.3.3.1. Podem ser tanto caso de nulidade relativa ou absoluta. 10.2.3.4. Irregularidades que acarretam a inexistência do ato processual: 10.2.3.4.1. Atividade praticada por quem não detém competência para tal; 10.2.3.4.1.1. Sentença proferida por juiz aposentado, ato praticado por funcionário afastado; 96 10.2.3.5. Importante dizer que, qualquer nulidade depende de decretação judicial, processualmente é válido o trânsito em julgado de sentença inválida. 10.2.3.5.1. Art. 966 II CPC: CAPÍTULO VII DA AÇÃO RESCISÓRIA Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: (...) II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; 10.3. Nulidade Absoluta e Nulidade Relativa: 10.3.1. ABSOLUTA: 10.3.1.1. O ato fere norma de ordem pública; 10.3.1.2. Condição de indisponibilidade pelas partes; 10.3.1.3. Sua não observância compromete a validade total ou parcial do processo e não se sujeita em regra à preclusão; 10.3.1.4. Deverá ser declarada de ofício pelo próprio magistrado ou via ação rescisória; 10.3.2. RELATIVA: 10.3.2.1. Trata-se de vício sanável, uma vez que decorre de ato praticado no interesse da parte; 10.3.2.2. O ato poderá ser convalidado na hipótese de omissão da parte interessada; 10.3.2.3. Não será declarado de ofício pelo magistrado; 10.3.2.4. Seria o caso da parte não oferecer a exceção de incompetência. 10.4. Ato Processual Inexistente: 10.4.1. Incabível a ação rescisória – Trata-se de hipótese de ação declaratória de inexistência de ato processual (querela nullitatis); 10.4.2. Seria o caso de sentença por juiz aposentado, processo instruído com citação inexistente; 10.4.3. No entanto a inexistência somente se declarará se houver provocação da parte que se sentir afetada; 10.4.4. Todos os atos processuais possuem condão de produzir efeitos, ainda que praticados por quem não detinha condições, não haverá presunção de inexistência; 10.4.5. O ato processual somente será considerado nulo mediante decisão judicial – presunção de validade dos atos processuais. 10.5. Princípios das Nulidades Processuais: 10.5.1. Na CLT existe uma Seção própria para tratar das nulidades processuais: SEÇÃO V DAS NULIDADES 97 Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes. Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. § 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios. § 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua decisão. Art. 796 - A nulidade não será pronunciada: a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato; b) quando argüida por quem lhe tiver dado causa. Art. 797 - O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende. Art. 798 - A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam consequência. 10.6. De modo que, não haverá nulidade processual a ser decretada se a finalidade da justiça for alcançada e se não houver manifesto prejuízo às partes. 10.6.1. Princípio da Instrumentalidade das Formas: 10.6.1.1. O processo não pode ser um fim em si mesmo: 10.6.1.1.1. Atos praticados ainda que de forma diversa, desde que alcance seus objetivos poderá ser reputado por verdadeiro: Art. 188 CPC. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. Art. 277 CPC. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. 98 10.6.1.1.2. Podemos considerar a hipótese de informação equivocada de número de processo para cumprimento de ato efetivamente concluído 10.6.2. Princípio do prejuízo ou da transcendência: 10.6.2.1. A nulidade pressupõe prejuízo às partes, não havendo prejuízo não haverá nulidade. § 1º do art. 282 do NCPC dispõe que o ato, ainda que nulo, não será repetido nem sua falta será suprida quando não prejudicar a parte. § único do art. 283 do NCPC é expresso ao dispor que: “Dar- se-á o aproveitamento dos atos praticados desde que não resulte prejuízo à defesa de qualquer parte”. 10.6.2.2. Seria a hipótese de ser a parte notificada por edital comparece espontaneamente à audiência e apresenta sua defesa sem alegação de vício de citação, não poderá depois alegar nulidade por não ter sido citada regularmente, pois não houve prejuízo para o seu direito de defesa. 10.6.2.3. Seria ainda no caso de recurso em que o recorrente alega nulidade da sentença e o tribunal verifica ser improcedente a demanda. (NCPC, art. 282, § 2º). 10.6.3. Princípio da Preclusão ou Convalidação: 10.6.3.1. Não sendo provocada pela parte e na hipótese de não causar prejuízos, os atos nãos serão invalidados; 10.6.3.2. Ocorre a preclusão quando a parte deixar de constar “seus protestos, consagração do princípio da oralidade das formas; 10.6.3.3. Não abrange no entanto as nulidades absolutas; 10.6.4. Princípio da Economia e Celeridade Processual: 10.6.4.1. Não se pronuncia a nulidade quando possível suprir a falta ou repetir o ato; 10.6.4.2. Excesso de formalismo não pode ser objeto de procrastinação do feito; 10.6.4.3. Seria o comparecimento sem procuração, sem carta de preposição, concede-se o prazo para juntada e aplica-se os efeitos de sua ausência quando não juntado no prazo assinalado; 10.6.5. Princípio do Interesse: 10.6.5.1. A parte que mesmo indiretamente tiver dado causa para a nulidade não poderá alegar; 10.6.5.1.1. Observância ao princípio da boa-fé; 10.6.6. Princípio da Utilidade: 10.6.6.1. Deverão ser aproveitados todos os atos anteriores ao da declaração de nulidade; 10.6.6.2. Previsão no artigo 798 da CLT; 99 CARAC. NULIDADE ABSOLUTA NULIDADE RELATIVA a) defeito que gera ATO NULO ATO ANULÁVEL b) interesse em jogo PÚBLICO (NORMA IMPERATIVA) PRIVADO (NORMA DISPOSITIVA) c)efeitos NÃO PRODUZ QUANDO NÃO ANULADO PRODUZ TODOS OS EFEITOS d) sentença anulatória DECLARATÓRIA CONSTITUTIVA e) abrangência da sentença ERGA OMNES INTER PARS f) quem pode alegar PARTES (PARCIAIS E IMPARCIAIS) APENAS OS INTERESSADOS g) possibilidade de ratificação NÃO EXISTE (QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA) PODE SER RATIFICADO (QUANDO NÃO ALEGADO) h) prescritibilidade IMPRESCRITÍVEL AÇÃO ANULATÓRIA É PRESCRITÍVEL i) casos) AGENTE ABSOLUTAMENTE INCAPAZ; OBJETO ILÍCITO; NÃO OBSERVÂNCIA DA FORMA LEGAL; INCOMPETÊNCIA DE FORO AGENTE RELATIVAMENTE INCAPAZ; DEFEITOS DOS ATOS JURÍDICOS; ERRO; DOLO; COAÇÃO; ESTADO DE PERIGO; LESÃO; FRAUDE CONTRA CREDORES; 100 DA RESPOSTA DO RÉU 1. TEORIA GERAL (LP) 1.1. Previsão contida na Constituição Federal (art. 5º LIV e LV) 1.1.1. Devido Processo Legal; 1.1.2. Contraditório; 1.1.3. Ampla defesa: 1.2. Em síntese, o mesmo direito assegurado ao reclamante, será confirmado e garantido ao reclamado; 1.3. A previsão na CLT encontra-se nos artigos 799 ao 802 e 847: Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) § 1º - As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) § 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final. (Redação dada pelo Decreto- lei nº 8.737, de 19.1.1946) Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) § 1o Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 2o Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 3o Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver indicado como competente. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 4o Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo competente. 101 (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 801 - O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito, e pode ser recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos litigantes: a) inimizade pessoal; b) amizade íntima; c) parentesco por consangüinidade ou afinidade até o terceiro grau civil; d) interesse particular na causa. Parágrafo único - Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja consentido na pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo. A suspeição não será também admitida, se do processo constar que o recusante deixou de alegá-la anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se originou. Art. 802 - Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou Tribunal designará audiência dentro de 48 (quarenta e oito) horas, para instrução e julgamento da exceção. § 1º - Nas Juntas de Conciliação e Julgamento e nos Tribunais Regionais, julgada procedente a exceção de suspeição, será logo convocado para a mesma audiência ou sessão, ou para a seguinte, o suplente do membro suspeito, o qual continuará a funcionar no feito até decisão final. Proceder-se-á da mesma maneira quando algum dos membros se declarar suspeito. § 2º - Se se tratar de suspeição de Juiz de Direito, será este substituído na forma da organização judiciária local. Art. 847. Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes. 1.3.1. A defesa será apresentada até uma hora antes da realização da audiência; 1.3.1.1. Podendo a defesa ser oral e tendo o tempo máximo de 20 minutos, tempo que será idêntico a qualquer número de reclamados: 1.3.1.2. A defesa sempre será apresentada pelo(s) reclamado(s) após a 1ª tentativa de conciliação (feito de forma obrigatória); 1.4. Entende-se que a apresentação de defesa requer a notificação válida do reclamado; 102 1.4.1. Momento em que poderá ter ciência dos fatos e apresentar de modo integral a defesa intransigente de seus direitos. 1.5. Lado outro, a defesa pelo réu representa uma faculdade, que se reveste de ônus processual; 1.5.1. Quando não desincumbido de tal ônus poderá ser atribuído ao reclamado os efeitos da revelia. 2. REVELIA: (LP) 2.1. Processualmente seria a ausência de resposta ou defesa do réu, que leva ao entendimento de que são incontroversos os fatos alegados pelo reclamante; 2.2. Importante frisar que revelia é uma espécie de contumácia (gênero), onde contumácia é qualquer forma de inércia do autor ou réu, enquanto que a revelia é especifica quanto da não apresentação de defesa. 2.3. Previsão tanto na CLT (art. 844) quanto no CPC (344 a 346): Art. 844. O não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato. Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor. Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis; III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial. Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar. 2.3.1. Portanto a ausência do reclamado em audiência e consequente ausência de defesa, enseja a revelia; 2.3.2. Impende destacar que revelia possui um conceito diverso dos efeitos da revelia: 2.3.2.1. Revelia seria a ausência de apresentação de defesa pelo reclamado: 2.3.2.2. Enquanto que os efeitos da revelia possuem 03 (três) consequências: 2.3.2.2.1. Presunção de veracidade: 2.3.2.2.1.1. Quando o reclamado deixa de apresentar defesa a conclusão obtida é de não haver razões de apelo; 2.3.2.2.1.2. Trata-se de condição relativa, podendo existir exceções: 2.3.2.2.1.3. Exceções a Presunção Relativa de Veracidade: 103 2.3.2.2.1.3.1. Com a pluralidade de réus a defesa de um impede a revelia: 2.3.2.2.1.3.1.1. Apenas quando se tratar de litisconsórcio unitário, com necessidade de sentença idêntica (responsabilização) 2.3.2.2.1.3.2. Demanda versar sobre direitos indisponíveis: 2.3.2.2.1.3.2.1. Direitos que não admitam renúncia ou transação, não comporta revelia (art. 392 CPC); 2.3.2.2.1.3.3. Petição Inicial sem documento indispensável: 2.3.2.2.1.3.3.1. Não pode uma parte alegarou se beneficiar da revelia, quando não tiver cumprido integralmente com suas obrigações. 2.3.2.2.1.3.3.1.1. Seria o caso de juntar a Convenção Coletiva quando o pedido versar em direito negociado. 2.3.2.2.2. Julgamento antecipado do mérito: 2.3.2.2.2.1. Previsão contida no art. 355 CPC, seria o julgamento no estado em que se encontra; 2.3.2.2.3. Fluência dos Prazos independente de intimação: 2.3.2.2.3.1. Previsão no art. 346 CPC; 2.3.2.2.3.2. No entanto no Processo do Trabalho deverá o reclamado revel ser notificado do teor da sentença, seja na modalidade postal ou por edital (art. 852 CLT); 2.3.2.2.3.3. Sendo possível ao revel ingressar a qualquer momento no feito, não havendo retorno ao estágio anterior. 2.3.2.2.3.4. Pode o reclamante alterar os pedidos, no entanto, renovar-se-á a notificação ao reclamado, que poderá manifestar-se sobre os novos pedidos; 2.3.2.2.3.4.1. Quanto aos demais, entendimento majoritário no sentido da preclusão; 3. BILATERALIDADE DA AÇÃO E DA DEFESA: (BL) 3.1. Toda ação gera uma justa e proporcional reação; 3.2. Caracterizado pela bilateralidade, uma vez que a defesa é a consequente e esperada resposta da ação; 3.3. Observância dos princppios constitucionais do contraditório e da ampla defesa (natureza dúplice): 3.3.1. Destinados tanto ao autor, quanto ao réu; 3.3.2. Intuito de ofertar garantias fundamentais de qualquer das partes; 3.3.3. Não haverá diminuição ao leque de opções de defesa, independentemente de quem esteja compondo os polos da demanda. 4. ESPÉCIES DE DEFESA: (BL) 4.1. Aplicada de forma supletiva as formas de resposta(defesa) do processo civil (art’.s 33 e 343 CPC), quais sejam: contestação e reconvenção: 104 4.2. Pelo princípio da concentração dos atos processuais, o réu poderá na própria audiêcia, oferecer: 4.2.1. Contestação; 4.2.2. Reconvenção: 4.2.3. Exceção: 4.3. Contudo a prática induz ao fato de que toda forma de defesa seja entregue escrita em audiência: 5. CONTESTAÇÃO: 5.1. Resposta do Reclamado que ataca o mérito da demanda, devendo conter ainda as defesas processuais, as chamadas PRELIMINARES; 5.2. Observância máxima ao princípio da Eventualidae: 5.2.1. O reclamado deverá alegar todas as teses que podem ser favoráveis ao seu entendimento, ainda que sejam conflitantes entre si (art. 336 CPC); 5.2.2. De modo que sendo uma afastada, a(s) outra(s) podem ainda ser consideradas; 5.2.3. Contudo o requerimento de prova documental é incompatível com o processo trabalhista, uma vez que todos os documentos devem acompanhar a defesa, sob pena de preclusão; 5.3. Todo o argumento de defesa deve ser lançado em contestação, sob pena de preclusão: 5.4. CONTESTAÇÃO CONTRA O PROCESSO (Defesa Processual): 5.4.1. Função de combater eventual vício da relação processual; 5.4.2. Aqui não se discute o mérito; 5.4.3. Trata-se de debate antecedente, que busca discutir a pertinência da ação (condições da ação) e principalmente do processo (pressupostos processuais); 5.4.4. Via de regra são questões de ordem pública, que serão analisadas e apreciadas antes da análise do mérito; 5.4.5. Previsão expressa no artigo 337 do CPC: 5.4.5.1. Regra do 337 CPC aplica-se parcialmente ao processo trabalhista (Ex. Incompetência relativa é discutida em preliminar no civil e deve ser arguida em exceção no processo do trabalho – art. 800 CLT); 5.4.6. As defesas processuais ainda podem ser: 5.4.6.1. Peremptórias: 5.4.6.1.1. Sendo reconhecidas a consequência será a extinção do processo sem resolução do mérito; 5.4.6.1.2. Antes de julgar extinto, deverá o juízo intimar as aprtes; 5.4.6.1.2.1. Inépcia da Inicial; perempção; litispendência, coisa julgada; falta de condições da ação; 5.4.6.2. Dilatórias: 5.4.6.2.1. Aqui não ocorrerá a extinção do processo e sim sua morosidade (procrastinação); 5.4.6.2.2. Os vícios processuais deverão ser sanados para 105 que o processo retome sua marcha processual até que se julgue o mérito; 5.4.6.2.2.1. Seria o caso de: inexistência ou nulidade da citação, incompetência absoluta e relativa, incorreção do valor da causa, conexão, incapacidade da parte, defeito de representação, falta de autorização, ou qualquer outra prestação que a lei exige como preliminar 5.5. CONTESTAÇÃO CONTRA O MÉRITO: 5.5.1. Encerrado a análise das questões preliminares, passe ao debate do mérito (cerne) da demanda; 5.5.2. A defesa será classificada em: 5.5.2.1. CONTESTAÇÃO INDIRETA: 5.5.2.1.1. Aqui reputa-se a existência dos fatos constitutivos, no entanto, imputa-lhes condições extintitivas, impeditivas ou modificativas: 5.5.2.1.2. Fatos Impeditivos: 5.5.2.1.2.1. Não permitem a eficácia dos fatos constitutivos narrados pelo autor. 5.5.2.1.3. Fatos Modificativos: 5.5.2.1.3.1. Alteram os fatos constitutivos alegados pelo autor; 5.5.2.1.4. Fatos Extintivos: 5.5.2.1.4.1. Eliminam a obrigação pelo réu, por não ser mais exigível. 5.5.2.1.5. Normalmente são alegadas como prejudiciais de mérito e ocorrem da seguinte maneira: 5.5.2.1.5.1. Prescrição e decadência: 5.5.2.1.5.1.1.1. Caso de Fato extintitivo de direito; 5.5.2.1.5.1.1.2. Se presente ocorre a extinção com julgamento do mérito; 5.5.2.1.5.1.1.3. São prejudiciais, pois, na sua presença a análise das demais condições gera o julgamento imediato, independente do direito material vindicado; 5.5.2.1.5.1.1.4. Corrente majoritária não concebe o pronunciamento de ofício de tal condição, por representar uma hipótese de defesa realizada pela parte imparcial; 5.5.2.1.5.1.1.5. A prescrição poderá ser suscitada durante toda instância ordinária, súmula 153 TST: Súmula 153 do TST – Prescrição (mantida) ‒ Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Não se conhece de prescrição não arguida na Instância ordinária (ex-Prejulgado nº 27). 106 5.5.2.1.5.2. Compensação e Retenção: 5.5.2.1.5.2.1.1. Trata-se de forma de fato modificativo; 5.5.2.1.5.2.1.2. Nos termos do artigo 767 da CT deve ser arguida como matéria de defesa; 5.5.2.1.5.2.1.3. Momento oportuno será na apresentação da defesa, sob pena de preclusão; 5.5.2.1.5.2.1.4. Aqui o reclamado, reconhecendo ou não, requer ao juízo que na hipótese de condenação, seja compensado eventual crédito que o mesmo tenha em face do reclamante, desde que a dívida tenha natureza trabalhista; 5.5.2.1.5.2.1.5. Portanto não se admite compensação de dívidas de natureza civil, comercial etc; 5.5.2.1.5.2.1.6. Importante frisar que a prescrição do direito não se aplica ao direito coletivo (Interesses difusos, coletivos ou individual homogêneo); 5.5.2.1.5.2.1.7. A compensação fora do juízo fica limitada ao valor de uma remuneração do empregado, conforme prevê artigo 477 § 5º da CLT; 5.5.2.1.5.2.1.8. Lado outro, a compensação em juízo não possui um valor limite, embora permaneça a impossibilidade de discutir valores que não tenham origem na relação trabalhista; 5.5.2.1.5.2.1.9. A compensação diverge da retenção, onde a primeira busca por uma verba diversa quitar obrigação pretendida e pela segunda, busca o reconhecimento de um pagamento já realizado de alguma verba pleiteada; 5.5.2.1.5.3. Renúncia: 5.5.2.2. CONTESTAÇÃO DIRETA DO MÉRITO: 5.5.2.2.1. Aqui apresenta-se a defesa contra o fato constitutivo da pretensão requerida pelo autor; 5.5.2.2.2. Em síntesa tenta alegar a inexistência dos fatos narrados na petição inicial; 5.5.2.2.3. Seria o caso de uma defesa negando inclusive a presença de vínculo empregatício; 5.5.2.2.4. Não podendo ser confundida com defesa genérica, por não ser admitida no processo do trabalho, é ônus da parte a impugnação especificada; 5.5.2.2.5. Todos os argumentos lançados pelo reclamante deverão ser rebatidos pelo reclamaddo (art. 341 CPC); 5.5.2.2.6. Essa regra sofre uma relativização quando se 107 6. EXCEÇÕES: tratar de interesse público ou qualquerdireito indisponível, uma vez que não será possível confessar e portanto, não se aplica a regra da impugnação especificada. 6.1. Prevista na CLT nos artigos 799 – 802; 6.2. Figura do Excipiente (autor) e Excepto (réu) 6.3. Aquilo que não representa a regra; 6.4. Condição de particularidade que exige do judiciário análise detida do caso em trâmite; 6.5. Com a apresentação da exceção, não se discute o mérito da demanda, sequer busca excluir a ocorrência dos fatos, 6.5.1. Pela exceção busca anular os efeitos, por qualquer motivo que seja considerado pela legislação: 6.6. Tem-se que a incompetência relativa deixou de ser uma ação autônoma e passou a ser suscitada em matéria de preliminar de contestação (art. 337, II CPC); 6.7. Com o oferecimento pelo excipiente, ocorre a suspensão do processo (art. 799CLT); 6.8. A decisão que resolve a exceção possui natureza de Interlocutória, portanto, não sendo possível interpor imediatamente algum recurso; 6.8.1. Na hipótese de decisão terminativa, caberá a interposição de recurso ordinário (art. 799 §2º e Súmula 214 TST); 6.8.1.1. Em síntese, quando houvesse a troca de TRT ou de justiça; 6.8.2. Em que pese, poder ser possível alegar em recurso seu merecimento ou não; 6.9. A doutrina e a jurisprudência admitem a apresentação da exceção como preliminar de contestação; 6.10. Da Leitura dos artigos 799-802, vislumbram-se três hipóteses de Exceção: 6.10.1. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA RELATIVA (Declinatória de foro): 6.10.1.1. Como meio de rememorar quanto ao estudo das competências: 6.10.1.1.1. Absoluta: 6.10.1.1.1.1. Em razão da matéria; 6.10.1.1.1.2. Em razão da Pessoa; 6.10.1.1.1.3. Funcional. 6.10.1.1.2. Relativa: 6.10.1.1.2.1. Em razão do lugar 6.10.1.2. Portanto a exceção de incompetência relativa, ocorrerá quando houver o descumprimento do preceito contido no artigo 651 da CLT (regras para a distribuição do feito): 6.10.1.3. 6.10.1.3. Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. 108 (Vide Constituição Federal de 1988) § 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.(Redação dada pela Lei nº 9.851, de 27.10.1999); (Vide Constituição Federal de 1988) § 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. (Vide Constituição Federal de 1988) § 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. 6.10.1.4. A exceção deverá ser oferecida no prazo da defesa (847 CLT); 6.10.1.4.1. A perda do prazo (preclusão temporal), enseja a prorrogação da competência, a consequência é de que o Juiz inicialmente incompetente; 6.10.1.5. De modo que a Reforma trabalhista não conferiu juridicamente a exceção de incompetência relativa a figura de preliminar de mérito (condição que ocorre costumeiramente); 6.10.1.5.1. Pela leitura expressa do artigo 800 da CLT, a exceção deverá ser apresentada no prazo de cinco dias da notificação (antes da audiência), portanto, requer em tese a apresentação em peça apartada; 6.10.1.5.2. Regras de Procedimento: 6.10.1.5.2.1. Exceção oferecida no prazo de 5 dias da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência; 6.10.1.5.2.2. Com o protocolo o processo será suspenso, não acontecendo a audiência; 6.10.1.5.2.3. Autos serão conclusos ao juiz; 6.10.1.5.2.4. O juiz intimará o reclamante e demais para manifestação no prazo de 5 dias; 6.10.1.5.2.5. Pode ser designado audiência para essa finalidade; 6.10.1.5.2.6. Decidida a execução o processo retoma seu normal prosseguimento. 6.10.1.6. Com efeito a regra do artigo 340 do Código Civil se aplica ao processo do trabalho: 6.10.1.6.1. Contestação apresentada no domicílio do réu; 6.10.1.6.2. Podendo ser livre distribuição ou no juízo que 109 instruiu a carta precatória; 6.10.1.6.3. Sendo reconhecida a exceção o juízo que recebeu a contestação se torna prevento; 6.10.1.7. Definida a competência, designa-se data para a audiência; 6.10.2. EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO: 6.10.2.1. Aqui questiona-se a imparcialidade do magistrado; 6.10.2.2. Não se discute aspectos jurídicos ou sua capacidade, o debate se resumirá em averiguar se o juízo pode dar uma justa decisão ou seria impedido por qualquer condição; 6.10.2.3. Aplica-se a regra dos artigos 799 – 802 da CLT e subsidiariamente a regra dos artigos 144 e 145 do CPC; Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; III – quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; IV – quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; V – quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; VII – em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; VIII – em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; IX – quando promover ação contra a parte ou seu advogado. § 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz. § 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz. § 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no 110 processo. Art. 145. Há suspeição do juiz: I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; II – que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; III – quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; IV – interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. § 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. § 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando: I – houver sido provocada por quem a alega; II – a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifestaaceitação do arguido. 6.10.2.4. Regras de Procedimento: 6.10.2.4.1. No prazo de 15 dias após o conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, feito em petição específica dirigida ao juiz do processo; 6.10.2.4.2. Reconhecendo o impedimento, no prazo de 15 dias apresentará suas razões e remeterá o incidente ao tribunal; 6.10.2.4.3. Distribuído, o relatora declarará os seus efeitos de modo que: 6.10.2.4.3.1. Efeito suspensivo – processo permanece suspenso; 6.10.2.4.3.2. Sem efeito suspensivo – processo será retomado. 6.10.2.5. Sendo improcedente o tribunal a rejeitará: 6.10.2.6. Sendo procedente: 6.10.2.6.1. O tribunal fixará a partir de qual momento o juiz não poderia ter atuado; 6.10.2.6.2. Portanto se já presente o motivo de impedimento ou de suspeição, o tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz; 7. RECONVENÇÃO: 7.1. ORIGEM E CONCEITO 7.1.1. Modalidade de resposta do réu prevista no artigo 343 do CPC; 7.1.2. Seria uma espécie de contra-ataque do réu, abordando a mesma relação jurídica processual, ensejando o processamento simultâneo da ação originária e da reconvenção, para que o magistrado resolva as duas lides na mesma sentença. 7.1.3. Obrigatoriamente teremos a figura do reconvinte e reconvindo; 111 7.2. NATUREZA JURÍDICA: 7.2.1. Por ter a natureza de contra-ataque e por figurar como um meio de defesa do réu, sua natureza é puramente de uma pronta resposta ao fato narrado. 7.3. REQUISITOS: 7.3.1. Competência do Juízo; 7.3.2. O procedimento deve ser o mesmo para a ação originária e a reconvenção; 7.3.3. Questiona-se a possibilidade de reconvenção no procedimento sumaríssimo; 7.3.4. Deve existir conexão entre a ação principal e a reconvenção 7.4. PROCEDIMENTOS: 7.4.1. Apresentada no período da defesa; 7.4.2. Devendo ser atribuído valor da causa (regra civilista); 7.4.3. Após sua propositura, o reconvindo (reclamante/reclamado) será intimado para apresentar resposta em 15 dias; 7.4.4. Embora conexas, a desistência da ação não frustra os efeitos da reconvenção; 7.4.5. A reconvenção será proposta contra autor e terceiro, se for preciso; 7.4.6. Pode ser proposta por réu em litisconsórcio; 7.4.7. Poderá existir independentemente de contestação; 7.4.8. Da decisão que julga a reconvenção (terminativa), caberá recurso ordinário; 7.4.9. Quando a reconvenção é rejeitada liminarmente, pela impossibilidade de recurso imediato, não será possível o debate antes de findar a discussão meritória (reclamatória trabalhista); 7.4.10. Compatível com a figura da confissão, embora a confissão no processo do trabalho ocorre mediante a ausência injustificada do réu em audiência. 7.4.10.1. Logo, o reconvindo que presente na audiência, não apresentar defesa à reconvenção, sofrerá os efeitos da confissão presumida. 7.5. HIPÓTESES DE NÃO CABIMENTO: 7.5.1. Procedimento Sumaríssimo; 7.5.2. Ações de natureza dúplice: (Consignação em pagamento, Inquérito para apuração de falta grave etc): 7.5.3. Execução – por não ter sentença terminativa, por se tratar de uma obrigação líquida, certa e exigível; 7.5.4. Ações cautelares; 7.6. Sendo cabível entretanto a reconvenção em ação declaratória, haja vista que sua existência não está condicionada a uma natureza condenatória da ação originária (sum. 258 STF). 7.7. RECONVENÇÃO DE RECONVENÇÃO: 7.7.1. Incabível no processo do trabalho, por conta da natureza de 112 perpetuação da reclamatória, e por ser prejudicial ao andamento do feito. 8. IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA: 8.1. Regra civilista, prevista no artigo 337 III do CPC, como meio de defesa, discutir o valor da causa; 8.2. No processo do trabalho, como é obrigatório o valor apenas em se tratando de rito sumaríssimo, verifica-se que o instituto pode suscitar dúvida quanto a sua pertinência; 8.3. Ademais, como poderá de ofício o magistrado corrigir o valor atribuído à causa, o reclamado ao não se manifestar expressamente, passa a aceitar o posicionamento do juízo sobre (preclusão). 113 DISSÍDIOS INDIVIDUAIS E PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 1. TIPOS DE PROCEDIMENTOS NO PROCESSO DO TRABALHO: 1.1. Deve-se frisar que processo e procedimento são pontos interligados, porém distintos; 1.1.1. Sendo o processo um conjunto de atos processuais, que ocorrem de forma ordenada, no mesmo processo até que se obtenha a coisa julgada; 1.1.2. Lado outro, o procedimento é o rito, a forma, logo o procedimento é a exteriorização do processo; 1.1.3. O processo é a cumulação de procedimentos, mormente que, não haverá processo onde não houver procedimento, assim como a existência de um procedimento não seria suficiente para que se assevere a existência de um processo; 1.2. Importante o destaque de que não haverá divergência quanto ao processo e procedimentos na Justiça do Trabalho: 1.2.1. A União detém a competência exclusiva para legislar sobre a matéria, logo, Estados e Distrito Federal não divergirão da legislação nacional; 1.2.2. Em que pese ser perfeitamente possível e conforme disposto no artigo 96 I da CF, podem os Tribunais elaborarem seus regimentos internos: 1.2.2.1. Ressalta-se que regimento interno não é lei, embora disponha de competência, funcionamento e demais condições particulares, sem que isso implique em ofensa ao texto legal, pois deverá ser consonante ao mesmo, sob pena d reputar-se inválido. 1.3. Conforme será demonstrado, o processo do trabalho possui dois procedimentos: 1.3.1. Procedimento comum; 1.3.2. Procedimento especial. 2. PROCEDIMENTO COMUM: 2.1. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO: 2.1.1. Previsão contida na CLT nos artigos 837 a 852, presentes as mesmas incorreções e pequenas e recorrentes omissões ou mesmo impossibilidade de cumprimento dos preceitos legais: 2.1.1.1. A título de exemplificação, determina-se no artigo 843 da CLT que as ações individuais seriam solucionadas em única audiência, no entanto, ainda que vigente o texto, a prática indica a impossibilidade de cumprimento, o que leva tacitamente ao seu desuso; 2.1.1.1.1. O que tem levado a audiência a ser dividida em 03 fases: 2.1.1.1.1.1. Inaugural de conciliação: 2.1.1.1.1.1.1. Comparecimento das partes, acompanhadas ou não de seus representantes; 2.1.1.1.1.1.2. Reclamado podendo ser representada por seu gerente ou por quem saiba dos fatos; 114 2.1.1.1.1.1.3. Propõe-se o acordo às partes (846 CLT); 2.1.1.1.1.1.4. Ocorre a apresentação de defesa, que poderá ser escrita ou verbal; 2.1.1.1.1.1.5. Designa-se a data para a audiência de instrução; 2.1.1.1.1.2. Audiência de Instrução: 2.1.1.1.1.2.1. Comparecimento obrigatório, sob pena de confissão quanto à matéria de fato; 2.1.1.1.1.2.2. Oportunidade em que serão ouvidas as partes e suas testemunhas; 2.1.1.1.1.2.3. Possibilidade de produção (requerimento) de prova pericial o que enseja na suspensão do feito pelo prazo de sua realização; 2.1.1.1.1.2.4. Finda a instrução, oportunizado o período de alegações finais, no prazo de 10 minutos cada parte; 2.1.1.1.1.2.5. O juiz renova a tentativa de conciliação (850 CLT), não surtindo efeito, designa-se o julgamento, que poderá ocorrer em audiência para essa finalidade: 2.1.1.1.1.3. Audiência de Julgamento: 2.1.1.1.1.3.1. Na forma mais rigorosa, sequer pode ser considerada como audiência, visto que dificilmente as partes comparecerão, até mesmo por não constar das partes; 2.1.1.1.1.3.2. Trata-se de um prazo fixado par que o magistrado publique sua sentença; 2.1.1.1.1.3.3. Contudo da audiência de instrução as partes sairão intimadas para a data da audiência de julgamento, o que implica na inexigibilidade de publicação do resultado para início do prazo recursal, exceto quando o julgamento não ocorrer no prazo fixado(súm. 197 TST).; 2.2. PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO: 2.2.1. Procedimento em desuso; 2.2.2. Introduzido pela lei 5.584/1970; 2.2.3. Nasceu com o intuito de conferir maiorceleridade às causas com valor de até dois salários mínimos; 2.2.3.1. O que faz surgir questionamento sobre sua constitucionalidade, por utilizar o salário mínimo como meio de indexação 2.2.4. Definição como causa de alçada com regulação prevista na própria lei; 2.2.4.1. Salvo quando se tratar de matéria constitucional, não caberá nenhum tipo de recurso; 2.2.4.2. Sendo inclusive causa de questionamento quanto a sua constitucionalidade, por não garantir o duplo grau de jurisdição; 115 2.2.5. Pela própria característica é incabível quando na parte adversa estiver pessoa jurídica de direito público; 2.3. PROCEDIMENTO COMUM SUMARISSÍMO: 2.3.1. Introduzido pela lei 9.957 de 200: 2.3.2. Regido na CLT nos artigos 852-A a 852-I; 2.3.3. Cumpre destacar que o procedimento Sumaríssimo não extinguiu o procedimento sumário: 2.3.3.1. 1º por não ter sido a lei revogada expressamente; 2.3.3.2. 2º Por não serem incompatíveis os textos legais; 2.3.4. Nasceu com a mesma missão do rito ordinário – tornar o processo mais célere: 2.3.4.1. Diferentemente do procedimento Sumário, além da celeridade, buscou inserir a segurança; 2.3.5. Manteve fora da competência do rito as pessoas jurídicas de direito público em geral, talvez um exemplo de excesso de formalismo; 2.3.6. A apreciação ocorrerá em no máximo 15 dias de seu ajuizamento; 2.3.6.1. Podendo inclusive constar de pauta especial (art. 852-B); 2.3.6.2. Será instruído e julgado em audiência única; 2.3.6.2.1. Exceção: 2.3.6.2.2. Quando impossível a manifestação da parte sobre os documentos juntados (art. 852-H); 2.3.7. Seu cabimento fica restrito a ações individuais (simples ou plúrimas), cujo valor não exceda a 40 Salários mínimo e que seja superior a 02 salários mínioms; 2.3.8. Não é compatível a tutela de interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos; 2.3.9. No rito sumaríssimo o pedido será certo, determinado e indicará o valor; 2.3.10. Não será possível a notificação citatória por edital; 2.3.11. É possível que o magistrado converta o rito sumaríssimo em ordinário, quando verificado que sua inobservância trará prejuízo (nulidade); 2.3.12. A regra é que toda a instrução se resolva no mesmo ato (audiência); 2.3.12.1. Contudo, poderá ser deferida a produção de prova técnica, devendo o juiz definir os atos para que ocorram no menos tempo possível; 2.3.12.1.1. Do resultado as partes poderão impugnar pelo prazo comum de 05 dias; 2.3.13. Da decisão será possível a interposição: 2.3.13.1. Embargos de declaração (897-A CLT); 2.3.13.2. Recurso Ordinário (895 CLT); 2.3.13.3. Em restritivas hipótese cabível Recurso de Revista (896 §1º CLT); 116 DAS PROVAS: 1. TEORIA GERAL: 1.1. CONCEITO: 1.1.1. De forma lúdica, artística diriam os mais entusiastas que a prova está para o processo assim como o coração está para o homem; 1.1.2. Tal assertiva se justifica pelo fato de que o processo pode até ser julgado sem a presença de provas, embora tal intento ficaria sensivelmente prejudicado pela forma em que se obteria a verdade dos fatos: 1.2. AMPARO LEGAL: 1.2.1. A CLT traz nos artigos 818 a 830 o respaldo legal para a produção de provas no processo do trabalho: Art. 818. O ônus da prova incumbe: (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 2o A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 3o A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 819 - O depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente. § 1º - Proceder-se-á da forma indicada neste artigo, quando se tratar de surdo-mudo, ou de mudo que não saiba escrever. § 2º As despesas decorrentes do disposto neste artigo correrão por conta da parte sucumbente, salvo se beneficiária de justiça gratuita. (Redação dada pela Lei nº 13.660, de 2018) Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas, por seu intermédio, a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13660.htm#art1 117 requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados. Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis). (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) Art. 822 - As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas faltas ao serviço, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quando devidamente arroladas ou convocadas. Art. 823 - Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor em hora de serviço, será requisitada ao chefe da repartição para comparecer à audiência marcada. Art. 824 - O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de uma testemunha não seja ouvido pelas demais que tenham de depor no processo. Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de notificação ou intimação. Parágrafo único - As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado, não atendam à intimação. Art. 826 - É facultado a cada uma das partes apresentar um perito ou tecnico. (Vide Lei nº 5.584, de 1970) Art. 827 - O juiz ou presidente poderá argüir os peritos compromissados ou os técnicos, e rubricará, para ser junto ao processo, o laudo que os primeiros tiverem apresentado. Art. 828 - Toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal, será qualificada, indicando o nome, nacionalidade, profissão, idade, residência, e, quando empregada, o tempo de serviço prestado ao empregador, ficando sujeita, em caso de falsidade, às leis penais. Parágrafo único - Os depoimentos das testemunhas serão resumidos, por ocasião da audiência, pelo secretário da Junta ou funcionário para esse fim designado, devendo a súmula ser assinada pelo Presidente do Tribunal e pelos depoentes. Art. 829 - A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes,não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples informação. Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. (Redação dada pela Lei nº 11.925, de 2009). Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original, cabendo ao serventuário competente proceder à conferência e certificar a conformidade entre esses documentos. (Incluído pela Lei nº 11.925, de 2009). 1.3. PRINCÍPIOS 1.3.1. Proprios de todas as áreas do direito, não reside duvidas quanto ao cabimento de princípios na regulação da atividade de produção de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del8737.htm#art821 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del8737.htm#art821 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5584.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11925.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11925.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11925.htm#art1 118 provas, não seria possível deixar livre a forma e tipo de produção de provas. 1.3.2. Devido Processo Legal: 1.3.2.1. Atende não apenas ao Devido Processo legal, como também o contraditório e ampla defesa; 1.3.2.2. Garante-se a possibilidade de produzir todas as provas previstas e vigentes no ordenamento jurídico; 1.3.2.3. Assegura que as partes serão tomarão ciência de todas as provas produzidas e serão ofertado meios de impugnar; 1.3.2.3.1. Seria algo do tipo Ciência + Participação, onde a participação seria facultativa enquanto que os efeitos seriam obrigatórios; 1.3.2.4. Igualmente seria assegurado que todos os meios legais e moralmente legítimos seriam utilizados na produção das provas pretendidas; 1.3.2.4.1. Previsão no artigo 369 do CPC 1.3.3. Paridade (Igualdade ou Isonomia) 1.3.3.1. Será assegurado pelo juízo igualdade de oportunidade para produzir as provas pretendidas; 1.3.4. Convencimento motivado 1.3.4.1. É livro o juiz para conduzir a produção de provas de acordo com seu convencimento, desde que esteja devidamente fundamentada sua decisão; 1.3.4.2.A liberdade na produção de provas é confrontada com a necessidade de motivas suas decisões. 1.3.5. Licitude e Probidade da Prova 1.3.5.1. Condição prevista na Constituição Federal, sendo proibido a produção de provas obtidas por meio ilícitos: (art. 5º LVI); 1.3.5.1.1. Contudo a proibição é relativizada, sendo a prova obtida por meios ilícitos o único meio de prova é possível sua utilização; 1.3.5.1.2. Aplica-se a ponderação de interesses em consonância com a razoabilidade e proporcionalidade; 1.3.5.1.3. Por isso, acreditamos que o Juiz do Trabalho, ao analisar a pertinência ou não produção da prova obtida por meio ilícito como apta a demonstrar os danos de ordem moral, deve tomar as seguintes cautelas: Verificar se a prova do fato poderá ser obtida por outro meio lícito ou moralmente legítimo de prova, sem precisar recorrer à prova ilícita; Sopesar a lealdade e boa-fé da parte que pretende a produção da prova ilícita; Observar a seriedade e verossimilhança da alegação; Avaliar o custo-benefício na produção da prova; Aplicar o princípio da proporcionalidade, prestigiando o direito que merece maior proteção; Observar a efetiva proteção à dignidade da 119 pessoa humana; Valorar não só o interesse da parte, mas também o interesse público; 1.3.5.1.4. Provas ilícitas por derivação (Fruto da ávore venenosa) 1.3.6. Verdade Real 1.3.6.1. Existe um brocardo que a verdade apenas Deus conhece, portanto o magistrado não pode admitir que sejam trazidos ao feito apenas parte dos fatos, devem ser todos os atos devidamente provados; 1.3.6.2.O magistrado deve procurar meios de garantir a máxima instrução probatória; 1.3.7. Necessidade da prova: 1.3.7.1.A parte deverá demonstrar a razão da prova pretendida, não podendo apenas apresentar o pedido e não mover esforço no sentido de sua consecução; 1.3.7.2. Seria a efetivação da máxima, alegar e não provar é o mesmo que nada dizer; 1.3.7.3. Ademais o sucesso no processo passa pela formação do conjunto probatório. 1.3.8. Aquisição Processual 1.3.8.1. As provas serão produzidas pelas partes, contudo uma vez produzida ela passa a pertencer ao processo, não sendo relevante e unicamente beneficiada a parte que a produziu. 1.3.8.2. Ressalta-se que a prova é meio utilizado para o convencimento do juízo 1.3.9. Imediatidade e oralidade: 1.3.9.1. Aplica-se massivamente em audiência, uma vez que em audiência todas as provas serão orais e devem ser imediatamente rebatidas; 1.4. FINALIDADES: 1.4.1. Consenso na doutrina seriam as duas finalidades da prova no processo do trabalho; 1.4.2. Seriam, portanto as finalidades: 1.4.2.1. Finalidade Principal: 1.4.2.1.1. É a formação do convencimento do juízo, oportunizando que na prolação da sentença suas razões sejam suficientes para o julgamento pretendido; 1.4.2.2. Finalidade Secundária: 1.4.2.2.1. Talvez a grande dificuldade, a finalidade secundária seria formar o convencimento da parte adversa. 1.5. OBJETO: 1.5.1. Não comporta discussão quanto aos objetos das provas, seriam eles os fatos a serem provados; 120 1.5.2. Parte do pressuposto que do Direito o Juiz já tenha conhecimento; 1.5.2.1.Logo se o magistrado conhece o direito, deverá a parte ater- se a trazer circunstâncias em que o direito vindicado atenda o fato narrado; 1.5.2.2. Qualquer fato deve ser provado? 1.5.2.2.1. Na realidade precisam ser provados, os fatos relevantes, pertinentes e controvertidos; 1.5.2.2.1.1. Fatos que levem ou auxiliem a conclusão do feito: 1.5.2.2.2. Outros fatos não precisam de provas: 1.5.2.2.2.1. Notórios: 1.5.2.2.2.2. Confessados 1.5.2.2.2.3. Incontroversos 1.5.2.2.2.4. Aqueles que repousa a presunção de veracidade: 1.6. ÔUNS DA PROVA: 1.6.1. Alguns autores dividem o estudo do ônus da prova em duas partes, sendo: 1.6.1.1. Teoria Estática do ônus da Prova: 1.6.1.1.1. Teoria indica que o ônus da prova segue um rito já previamente determinado; 1.6.1.1.2. Seria o “engessamento” da produção de provas; 1.6.1.1.3. Reconhecidamente isso se efetiva com o ônus da prova e com as possibilidades de inversão do ônus da prova: 1.6.1.1.3.1. Pelo ônus da prova, não basta alegar é preciso provar aquilo que fez constar no processo (818 CLT); 1.6.1.1.3.1.1. Em Tese seria: 1.6.1.1.3.1.1.1. O autor deve provar o fato constitutivo; 1.6.1.1.3.1.1.2. O réu deve provar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintitvo do direito do autor; 1.6.1.1.3.2. Já a inversão do ônus da prova seria a oportunidade em que a parte hipossuficiente apenas alegaria os seus direito, sem que para tanto tivesse que provar o fato constitutivo; 1.6.1.1.3.3. Caberia então ao reclamado apresentar as provas que impediriam, modificariam ou extinguiriam o direito; 1.6.1.1.3.3.1. De modo que a inversão do ônus da prova fundamenta-se no artigo 6º VIII do Código de Defesa do Consumidor, e ocorrerá sempre que for verossímil a alegação ou quando reconhecidamente for hipossuficiente o autor; 1.6.1.1.3.3.1.1. Casos de inversão: 1.6.1.1.3.3.1.1.1. Cartão de ponto: 1.6.1.1.3.3.1.1.2. Prova de fim do contrato: 1.6.1.1.3.3.1.1.3. Em atenção ao princípio da aptidão da prova, para permitir que o 121 reclamante possa utilizar de empregados da reclamada para instruir seu conjunto probatório. 1.6.1.1.4. Ponto interessante seria o momento em que deveria ocorrer a inversão do ônus da prova: 1.6.1.1.4.1. Presume-se que o momento adequado seria antes da audiência, uma vez que assim todos estariam cientes dessa condição; 1.6.1.2. Teoria Dinâmica do ônus da Prova: 1.6.1.2.1. Teoria moderna, com ecos em jurisprudência e doutrinas; 1.6.1.2.2. Ocorre em casos de provasdifíceis (diabólica), como ocorre em casos de assédio sexual ou moral, discriminação ou assuntos que dada a exceção ou particularidade em tese não deixaria um rastro; 1.6.1.2.3. 1.6.1.2.3. 2. PROVAS NO PROCESSO DO TRABALHO: 1.1.1. TESTEMUNHAL 1.1.1.1. Conceito: 1.1.1.1.1. Meio de aplicação do princípio da primazia da Realidade sobre a forma; 1.1.1.1.2. Partindo do pressuposto que grande parte dos imbróglios trabalhistas versam sobre a matéria fática, não existe outro meio de resolução de conflitos, que não seja propriamente a prova testemunhal: 1.1.1.1.2.1. Depoimento de quem presenciou os fatos. 1.1.1.1.3. Trata-se de uma colaboradora da Justiça; 1.1.1.1.4. Importante frisar que não se trata de convite – É CONVOCAÇÃO, portanto, obrigatório e sua ausência pode gerar multa além da própria condução coercitiva. 1.1.1.2. Características: 1.1.1.2.1. Pessoa Física; 1.1.1.2.2. Estranha ao feito; 1.1.1.2.3. Isenta em relação às partes; 1.1.1.2.4. Conhecimento do fato litigioso; 1.1.1.2.5. Chamada a depor; 1.1.1.2.6. Capaz de depor 1.1.1.3. Admissibilidade e Valor Probante: 1.1.1.3.1. Previsão nos artigos 442 a 449 da CPC e ainda no artigo 829 CLT; 1.1.1.3.2. Em síntese será admissível sempre e para provar: 1.1.1.3.2.1. Vícios de consentimento; 1.1.1.3.2.2. A verdadeira relação contratual; 1.1.1.3.2.3. Fatos em geral relevantes, controversos, pertinentes; 1.1.1.3.3. O juízo poderá indeferir a inquirição quando: 122 1.1.1.3.3.1. Já provado o fato por documento ou confissão; 1.1.1.3.3.2. Fatos a serem provados por documentos ou perícia; 1.1.1.3.4. São proibições para o depoimento: 1.1.1.3.4.1. Incapacidade (447 §1º CPC): 1.1.1.3.4.1.1. Regra Objetiva; 1.1.1.3.4.1.2. O interdito por enfermidade ou deficiência mental; 1.1.1.3.4.1.3. Aquele que estiver acometido de doença ou retardo mental – no momento dos fatos ou no momento de depor; 1.1.1.3.4.1.4. O menor de 16 anos; 1.1.1.3.4.1.5. O cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam; 1.1.1.3.4.2. Impedidas (447 §2º CPC): 1.1.1.3.4.2.1. Regra Objetiva; 1.1.1.3.4.2.2. Cônjuge; 1.1.1.3.4.2.3. Ascendente; 1.1.1.3.4.2.4. Descendente em qualquer grau; 1.1.1.3.4.2.5. Colateral até o 3º grau; 1.1.1.3.4.2.5.1. Salvo se o exigir o interesse público; 1.1.1.3.4.2.5.2. Ou quando a prova não for possível ser produzida de outra forma. 1.1.1.3.4.2.6. Quem for parte na causa; 1.1.1.3.4.2.7. O que intervém em nome da parte (tutor), o preposto; 1.1.1.3.4.2.8. O juiz; 1.1.1.3.4.2.9. O advogado; 1.1.1.3.4.2.10. Qualquer que tenha assistido as partes. 1.1.1.3.4.3. Suspeitas (447 §3º CPC): 1.1.1.3.4.3.1. Regra Subjetiva; 1.1.1.3.4.3.2. Inimigo da parte; 1.1.1.3.4.3.3. Amigo Íntimo; 1.1.1.3.4.3.4. Quem tiver interesse no litígio. 1.1.1.3.4.4. Sendo necessário o juiz poderá ouvir o depoimento das testemunhas menores, impedidas ou suspeitas; 1.1.1.3.4.4.1. Serão ouvidos na qualidade de informante e sem compromisso, atribuindo posteriormente o valor que as provas merecerem; 1.1.1.4. Número de Testemunhas: 1.1.1.4.1. Procedimento Ordinário: 1.1.1.4.1.1. Art. 821 CLT; 1.1.1.4.1.2. Cada parte indicará 3 testemunhas. 1.1.1.4.2. Inquérito para Apuração de falta grave: 1.1.1.4.2.1. Art. 821 CLT; 1.1.1.4.2.2. Cada parte indicará 6 testemunhas. 123 1.1.1.4.3. Procedimento Sumaríssimo: 1.1.1.4.3.1. Art. 825-H; 1.1.1.4.3.2. Cada parte indicará 2 testemunhas. 1.1.1.4.4. Em se tratando de litisconsórcio ativo: 1.1.1.4.4.1. As partes não terão aumentado o número de testemunhas; 1.1.1.4.5. Em se tratando de litisconsórcio passivo: 1.1.1.4.5.1. Cada parte terá o direito de ouvir individualmente o número de testemunhas que o rito permitir; 1.1.1.5. Qualificação – Compromisso e Contradita: 1.1.1.5.1. Previsão no artigo 828 da CLT; 1.1.1.5.1.1. Ato pelo qual a testemunha se compromete em dizer estritamente a verdade, sem sobrepesar qual parte poderá ser beneficiada com seu depoimento; 1.1.1.5.2. É obrigatório – portanto toda testemunha será: qualificada, advertida e prestará o compromisso; 1.1.1.5.3. Testemunha sem documento: 1.1.1.5.3.1. Regra majoritária no sentido de ser impedido de depor, uma vez que sem o documento a parte não estará devidamente qualificada. 1.1.1.5.4. Testemunha menor de 18 anos: 1.1.1.5.4.1. Aplica-se subsidiariamente a regra e que quem pode mais, pode menos, 1.1.1.5.4.1.1. Sendo possível trabalhar aos 16, por conseguinte será possível ser testemunha com tal idade. 1.1.1.5.5. Contradita: 1.1.1.5.5.1. Previsão no art. 447 CPC; 1.1.1.5.5.2. É a alegação da parte contrária de que a testemunha apresenta condições de impedimento, suspeição ou incapacidade; 1.1.1.5.5.3. O momento adequado é imediatamente após o início de sua qualificação, antes de prestar o compromisso (art. 457 e 458 CPC); 1.1.1.5.5.4. Caso o fato seja negado pela testemunha, a parte poderá provar com documentos ou testemunhas, limitadas a 3, que correrá em ato separado; 1.1.1.6. Comparecimento: 1.1.1.6.1. As testemunhas comparecerão independentemente de intimação (art. 825 e § 2º 825-H); 1.1.1.6.2. No procedimento ordinário, as testemunhas que não comparecerem serão intimadas de ofício ou a requerimento da parte; 1.1.1.6.3. No procedimento sumaríssimo somente será deferida a intimação da testemunha que comprovadamente não comparecer; 124 1.1.1.7. Rol de Testemunhas: 1.1.1.7.1. Não se exige na justiça do trabalho; 1.1.1.8. Substituição: 1.1.1.8.1. Após intimada e quando necessário tal intimação, a testemunha somente será substituída com base no artigo 451 do CPC: 1.1.1.8.1.1. Falecimento; 1.1.1.8.1.2. Por enfermidade e sem condições de depor; 1.1.1.8.1.3. Que não tiver sido encontrada; 1.1.1.9. Aspectos Jurídicos: 1.1.1.9.1. Trata-se de produção indispensável pela parte que requerer; 1.1.1.9.2. Previsão no artigo 828 da CLT; 1.1.1.9.3. Depoimento em língua estrangeira: 1.1.1.9.3.1. Será tomado mediante a intermediação de intérprete nomeado pelo juiz do trabalho (art. 819 CLT); 1.1.1.9.3.2. Aplica-se a mesma regra quando tomado o depoimento de surdo-mudo, ou de mudo que não saiba escrever; 1.1.1.9.3.3. As despesas serão arcadas pela parte que interessar o depoimento; 1.1.1.9.4. A testemunha não terá o dia de trabalho descontado pelo seu comparecimento em juízo (art. 822 CLT); 1.1.1.9.5. O depoimento prestado será considerado como prestação de serviço público (art. 462 e 463 CPC); 1.1.1.10. Acareação: 1.1.1.10.1. Aplica-se a regra civilista (artigo 461 II do CPC) 1.1.1.10.2. Pode ocorrer de ofício ou por requerimento; 1.1.1.10.2.1. Ocorrerá sempre que o depoimento de duas ou mais testemunhas, forem divergentes sobre o mesmo fato que possa influir na decisão da causa; 1.1.2. PERICIAL: 1.1.2.1. Características e Cabimento: 1.1.2.1.1. Seria o meio de prova técnico impossível de ser produzido pelas partes ou pelo juízo; 1.1.2.1.2. Será indeferida a prova pericial quando: 1.1.2.1.2.1. A prova não depender de intervenção técnica; 1.1.2.1.2.2. For desnecessária pela produção de outras provas; 1.1.2.1.2.3. A verificação for impraticável; 1.1.2.2. Espécies: 1.1.2.2.1. Previsão no artigo 464 do CPC, são espécies: 1.1.2.2.1.1. Exame: 1.1.2.2.1.1.1. Prova pericial que objetiva o exame da pessoa, 125 semovente ou bem móvel; 1.1.2.2.1.1.1.1. Seria o caso da perícia médica; 1.1.2.2.1.2. Vistoria: 1.1.2.2.1.2.1. Objeto dessa perícia é a análise de bens imóveis; 1.1.2.2.1.2.1.1. Seria o caso da perícia de periculosidade ou insalubridade; 1.1.2.2.1.3. Avaliação: 1.1.2.2.1.3.1. Atribuição de estimar valor de bens ou brigações; 1.1.2.2.1.3.1.1. Seria o caso da perícia contábil; 1.1.2.3. Perito: 1.1.2.3.1. Previsão nos artigos 156 a 158 do CPC e 769 da CLT; 1.1.2.3.1.1. Detentor de conhecimento técnico; 1.1.2.3.1.2. Nomeados entre profissionais legalmente habilitados; 1.1.2.3.1.3.Cadastro realizado mediante consulta pública; 1.1.2.3.1.4. Dever do tribunal fazer uma triagem entre os peritos habilitados; 1.1.2.3.1.5. O serviço deverá ser realizado dentro do prazo assinalado; 1.1.2.3.1.6. Perito que não cumprir devidamente seu ofício, pode ficar afastado dessa atribuição pelo prazo de 02 a 05 anos; 1.1.2.3.1.7. Qualquer irregularidade será imediatamente comunicada a entidade de classe para medidas administrativas cabíveis; 1.1.2.4. Produção da Prova: 1.1.2.4.1. Previsão no artigo 826 CLT; 1.1.2.4.2. Cada parte poderá nomear um assistente técnico; 1.1.2.4.3. A produção no entanto será realizada de acordo com a convicção do magistrado e levando em consideração o laudo oficial; 1.1.2.5. Compromisso – Impedimento e Suspeição: 1.1.2.5.1. Os peritos não prestam compromisso, sendo substituído quando a lei assim o prever; 1.1.2.5.1.1. Hipóteses: 1.1.2.5.1.1.1. Carência técnica; 1.1.2.5.1.1.2. Quando imotivadamente deixar de cumprir o encargo; 1.1.2.5.2. Sobre os peritos repousam tanto o impedimento quanto a suspeição (art. 148 CPC); 1.1.2.6. Honorários: 1.1.2.6.1. Importante intervenção da lei 13.467/2017; 1.1.2.6.2. Artigo 790-B CLT: 1.1.2.6.3. Será responsável pelo pagamento a parte sucumbente da 126 pretensão do objeto da perícia; 1.1.2.6.3.1. Ainda que beneficiário da justiça gratuita, a parte será condenada a custear as despesas periciais; 1.1.2.6.3.2. A União pagará os honorários apenas quando o detentor da gratuidade de justiça não tiver obtido crédito capaz de suportar a despesa; 1.1.2.7. Observação relevante: 1.1.2.7.1. Ainda que seja o reclamado revel, adicional de insalubridade ou periculosidade somente será concedido se houver a perícia (sendo insubstituível) art. 195 CLT; 1.1.2.7.2. A ausência pode ser arguida em Recurso ordinário e ensejará na nulidade da sentença; 1.1.2.7.2.1. No entanto, o pagamento por mera liberalidade elide a obrigação de produzir prova pericial, uma vez ser incontroverso. 1.1.2.8. Segunda Perícia: 1.1.2.8.1. Previsão no art. 480 CPC; 1.1.2.8.2. Requisitos: 1.1.2.8.2.1. Não estiver a matéria suficientemente esclarecida; 1.1.2.8.2.2. Terá os mesmos fatos da 1ª perícia; 1.1.2.8.2.3. Serve para corrigir eventual omissão ou inexatidão da 1ª; 1.1.2.8.2.4. Não substitui a 1ª, o juiz atribuirá o valor de cada uma 1.1.3. DOCUMENTAL: 1.1.3.1. Conceito: 1.1.3.1.1. Prova material de existência de um fato: 1.1.3.1.1.1. Escritos; 1.1.3.1.1.2. Fotos; 1.1.3.1.1.3. Desenhos; 1.1.3.1.1.4. Gravações; 1.1.3.2. Forma: 1.1.3.2.1. Observa-se a fundamentação pela forma como deve ser apresentada a prova documental no artigo 830 da CLT: 1.1.3.2.2. De modo que o documento oferecido em cópia poderá ser declarado como verdadeiro pelo próprio advogado; 1.1.3.2.3. Ademais, determinados documentos independem da apresentação em original ou mesmo autenticação da cópia apresentada: 1.1.3.2.3.1. Caso que ocorre com as Convenções Coletivas do Trabalho, Acordo Coletivo do Trabalho ou determinados documentos que após o seu protocolo em órgãos de fiscalização, possuem validade eletronicamente certificada. 1.1.3.3. Momento de produção: 1.1.3.3.1. Para o Reclamante: 127 1.1.3.3.1.1. Na peça da reclamação trabalhista; inteligência dos artigos 787 e 845 da CLT, cumulado com artigo 434 do CPC; 1.1.3.3.2. Para o Reclamado: 1.1.3.3.2.1. Na peça de defesa, ou durante o seu prazo (até a realização da audiência); inteligência do artigo 845 da CLT e 434 do CPC. 1.1.3.3.3. Sendo perfeitamente lícito que a qualquer momento possa a parte apresentar documentos novos; 1.1.3.3.3.1. Com finalidade de produzir situações ocorridas após o momento processual de sua apresentação; 1.1.3.3.3.2. Devendo o juízo ofertar o prazo razoável para impugnação das provas acostadas, (art. 435 CPC); 1.1.3.4. CTPS: 1.1.3.4.1. Possui presunção relativa (juris tantum), podendo ser aceito prova em contrário; 1.1.3.4.1.1. Trata-se portanto, da efetivação do princípio da primazia da realidade; 1.1.3.4.2. As anotações possuem a validade que o fato determinar, sendo sempre relativizada, quando confrontada com outra prova mais fidedigna; 1.1.3.5. Cartão de ponto 1.1.3.5.1. Conforme entendimento lançado no artigo 74 § 2º da CLT, a anotação e controle de ponto somente será obrigatório para empresas que contem com mais de 10 (dez) funcionários; 1.1.3.5.2. Não sendo exigível a assinatura pelo funcionário; 1.1.3.5.3. Não será possível a consideração de folha de ponto denominada marcação britânica; 1.1.3.5.3.1. Anotações realizadas sempre com o mesmo horário; 1.1.3.5.4. Havendo prova quanto a possibilidade de alteração do relógio eletrônico de modo manual, a assinatura do mesmo passa a ser obrigatória; 1.1.4. DEPOIMENTO PESSOAL X INTERROGATÓRIO 1.1.4.1. Por ausência de escritos nesse sentido, o correto seria assegurar a informação de que na Justiça do Trabalho não existe a figura do depoimento pessoal, notadamente pelo fato de que o artigo 848 da CLT é conclusivo ao dispor sobre o interrogatório, contudo, assim como em outros trechos o diploma laboral emprega ao vocábulo interrogatório como sendo sinônimo de depoimento pessoal; 1.1.4.1.1. Vez que prevê a possibilidade de requerimento da parte adversa ou por determinação do magistrado; 1.1.4.2. Não é forçoso concluir que o interesse com o depoimento pessoal (interrogatório), o que se busca na realidade seria a confissão da parte adversa; 1.1.4.3. Importante destacar que a confissão poderá ocorrer sob duas 128 formas: 1.1.4.3.1. Real: 1.1.4.3.1.1. Possui presunção absoluta; 1.1.4.3.1.2. Confissão Real por sua vez poderá ocorrer: 1.1.4.3.1.2.1. Escrita: Podendo ocorrer por ato praticado pelo advogado ou mesmo pela própria parte; 1.1.4.3.1.2.2. Verbal: Possível somente por ato praticado pela própria parte ou por seu representante, jamais poderá ocorrer pela fala do advogado; 1.1.4.3.2. Ficta: 1.1.4.3.2.1. Possui Presunção Relativa; 1.1.4.3.2.2. Prevalecerá enquanto não houver outros meios probatórios constantes dos autos que possa elidir sua aplicação; 1.1.4.3.2.2.1. Pode-se usar como exemplo os efeitos pelo não comparecimento do reclamado à audiência inaugural ou de qualquer parte na audiência de instrução; 1.1.4.3.2.2.2. Nesse caso, aplica-se a confissão ficta, que contudo poderá não significar em prejuízo na hipótese de existir nos autos documentos (provas) que obriguem o afastamento de tal confissão. 1.1.5. PROVA EMPRESTADA 1.1.5.1. Compatível com o processo do trabalho; 1.1.5.2. Devendo ser conferido à parte contrária o direito a se defender sobre as provas juntadas; 1.1.5.3. Previsão contida no artigo 372 do CPC; 1.1.5.3.1. Desde que ofertado o prazo para impugnação, a prova emprestada pode passar a compor o corpo processual. 129 RECURSOS EM ESPÉCIE RECURSO ORDINÁRIO: 1. TEORIA GERAL DOS RECURSOS: 1.1. Trata-se de um prolongamento da discussão; 1.2. Meio de impugnação da decisão e dentro de um mesmo processo, logo não possui autonomia em face da ação principal; 1.3. Requisitos: 1.3.1. Inconformismo com a decisão guerreada; 1.3.2. Identificação de um erro do magistrado; 1.3.3. Melhora contínua das decisões; 1.3.4. Exercício de controle dos atos judiciais por instância hierarquicamente superior. 2. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO OBRIGATÓRIO E SEUS CABIMENTOS: 2.1. Reconhece como sendo um pressuposto de validade para decisões em que o poder público seja parte no processo; 2.2. Em se tratando de dissídio individual, não acontecerá quando (Sum. 303 TST): “FAZENDA PÚBLICA. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais n. 9, 71, 72 e 73 da SBDI-1) – Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. I – Em dissídio individual, está sujeita ao duplo grau de jurisdição, mesmo na vigência da CF/1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo: a) quando a condenaçãonão ultrapassar o valor correspondente a 60 (sessenta) salários mínimos; b) quando a decisão estiver em consonância com decisão plenária do Supremo Tribunal Federal ou com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho. (ex- Súmula n. 303 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) II – Em ação rescisória, a decisão proferida pelo juízo de primeiro grau está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público, exceto nas hipóteses das alíneas a e b do inciso anterior. (ex-OJ n. 71 da SBDI-1 – inserida em 03.06.1996) III – Em mandado de segurança, somente cabe remessa ex officio se, na relação processual, figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela concessão da ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito como impetrante e terceiro interessado pessoa de direito privado, ressalvada a hipótese de matéria administrativa. (ex- OJs n. 72 e 73 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 25.11.1996 e 03.06.1996)”. 130 2.2.1. A condenação não ultrapassar o valor de 60 Salários Mínimos; 2.2.2. Quando a decisão for tomada em estrito cumprimento de decisão plenária do STF ou com súmula ou OJ do TST 3. CARACTERÍSTICAS: 3.1. PRAZOS RECURSAIS UNIFORMES: 3.1.1. Via de regra o prazo para interposição de recursos trabalhistas são de 08 (oito) dias úteis – art. 6º Lei 5.584/1970; 3.1.2. Recursos que contam com esse prazo para interposição: 3.1.2.1. Recurso Ordinário; 3.1.2.2. Agravo de Instrumento; 3.1.2.3. Recurso de Revista; 3.1.2.4. Embargos no TST; 3.1.2.5. Agravo de Petição; 3.1.2.6. Agravo Interno (regimental). 3.1.3. Exceções: 3.1.3.1. Embargos de Declaração ( 5 dias – 897-a CLT); 3.1.3.2. Recurso extraordinário ( 15 dias – 1.003 § 5º CPC); 3.1.3.3. Recurso ordinário constitucional ( 15 dias – 1.003 § 5º CPC); 3.1.3.4. Recurso de Revisão (Pedido de Revisão) (48 horas, art. 2º §§ 1º e 2º Lei 5.584/70) 3.2. IRRECORRIBILIDADE IIMEDIATA: 3.2.1. Conceito de Decisão interlocutória: 3.2.1.1. Art. 203 § 2º do CPC: § 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º; 3.2.2. Exceções: 3.2.2.1. Súmula 214 TST: 3.2.2.1.1. Decisão de TRT que contrarie súmula ou OJ do TST; 3.2.2.1.2. Decisão que pode ser debatida com recurso para o mesmo tribunal ( Agravo Interno); 3.2.2.1.3. Decisão que acolha exceção de incompetência territorial, remetendo os autos para outro TRT (799 § 2º CLT); 3.3. REGRA DO EFEITO DEVOLUTIVO: 3.3.1. Previsão no artigo 899 da CLT: 3.3.1.1. Justifica-se pela natureza alimentar das verbas; 3.3.1.2. Por poder se tratar de ação pelo jus postulandi; 3.3.1.3. Pela celeridade esperada no processo do trabalho; 131 3.3.2. Possibilidade de execução provisória, que vai até a penhora; 3.3.3. Todas as teses jurídicas serão discutidas pelo tribunal (Sum. 393 do TST), contudo, o que não for debatido, opera-se o trânsito em julgado; 3.3.4. Com base no artigo 899, extrai-se que os recursos não necessitam fundamentação; 3.3.4.1. Contudo, pela boa prática, recomenda-se a utilização das razões, em função dos princípios do contraditório e da ampla defesa; 3.3.4.2. Corrobora com esse entendimento a súmula 433 do TST, que dispõe o seguinte: “Recurso. Fundamento ausente ou deficiente. Não conhecimento”. 4. EFEITOS DOS RECURSOS: 4.1. EFEITO DEVOLUTIVO: 4.1.1. Regra do Processo do trabalho; 4.1.2. Possibilidade de Execução Provisória; 4.1.3. Art. 899 CLT; 4.2. EFEITO SUSPENSIVO: 4.2.1. Suspende a eficácia da decisão, enquanto pendente de julgamento; 4.2.2. Trata-se de exceção no processo do trabalho; 4.2.3. Deve ser demonstrado o prejuízo por sua não concessão; 4.2.4. Súm. 414 do TST, ação cautelar é o meio de se buscar a tutela; 4.3. EFEITO TRANSLATIVO: 4.3.1. Possibilidade do Tribunal analisar matérias que não foram aduzidas, nem mesmo nas razões ou contrarrazões dos recursos; 4.3.2. Noutras falas, possibilidade de reconhecer d ofícios as matérias de ordem pública; 4.4. EFEITO REGRESSIVO: 4.4.1. Possibilidade de se retratar da decisão proferida; 4.4.2. Possibilidade em agravo de instrumento e agravo regimental; 4.5. EFEITO SUBSTITUTIVO: 4.5.1. Art. 1.008 do CPC; 4.5.2. Julgamento do tribunal substituirá a decisão hierarquicamente inferior; 4.5.2.1. A substituição será integral, mesmo quando confirmada a decisão anterior; 4.6. EFEITO EXTINTIVO: 132 4.6.1. Art. 1.005 CPC; 4.6.1.1. Em litisconsórcio o recurso de um aproveita a todos, naquilo que for comum; 4.6.1.2. Logo interesse distintos, o recurso interposto não pode beneficiar aquele que não interpôs no prazo assinalado; 5. PRESSUPOSTOS RECURSAIS: 5.1. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE: 5.1.1. Seria a dupla análise quanto a admissibilidade do recurso: 5.1.1.1. Pelo juízo a quo – órgão que proferiu a sentença guerreada; 5.1.1.2. Pelo juízo ad quem – órgão que julgará o recurso; 5.1.1.3. O julgamento de um não vincula o outro; 5.2. CABIMENTO (EXTRÍNSECO): 5.2.1. Somente será possível recorrer se a decisão for passível de recurso; 5.3. ADEQUAÇÃO (EXTRÍNSECO): 5.3.1. Não basta que a decisão seja recorrível, deve ser interposto o recurso adequado; 5.3.2. Princípio da fungibilidade: 5.3.2.1. Exceções ao princípio: 5.3.2.1.1. Erro grosseiro ou má-fé; 5.3.2.1.2. Existência de dúvida objetiva em relação ao recurso cabível (divergência doutrinaria); 5.3.2.1.3. Recurso equivocado interposto no prazo do recurso corretamente cabível; 5.4. TEMPESTIVIDADE (EXTRÍNSECO): 5.4.1. Observância ao requisito temporal, tempo máximo para interposição do recurso pertinente; 5.4.2. Padronização do prazo no processo do trabalho – 8 dias; 5.5. PREPARO (EXTRÍNSECO): 5.5.1. Composto por Custas e do Depósito Recursal: 5.5.1.1. Custas: 5.5.1.1.1. Previsão art. 789 e 790-B CLT; 5.5.1.1.2. Pagamento feito pela utilização da máquina processual, sendo as custas calculadas à base de 2% do valor da causa e em conformidade com a legislação, assim como os emolumentos; 5.5.1.2. Exceções: 5.5.1.2.1. Beneficiários de justiça gratuita; 5.5.1.2.2. União, Estados DF e Municípios e respectivas autarquias e fundações; 5.5.1.2.3. MPT; 5.5.1.2.4. Massa Falida e empresa em Recuperação Judicial 133 5.5.1.3. Depósito Recursal: 5.5.1.3.1. Art. 899 §§ 1º a 8º da CLT; 5.5.1.3.2. Serve como garantia do juízo em favor do empregado; 5.5.1.3.3. Serve para garantir o juízo quanto a decisão; 5.5.1.3.4. Empregado nunca fará o depósito; 5.5.1.3.5. O depósito não pertence a quem o realiza, trata-se de garantia de execução; 5.6. REGULARIDADE FORMAL (EXTRÍNSECO): 5.6.1. Os recursos somente poderão ser interpostos pela própria parte, inclusive quando no exercício do jus postulandi; 5.6.2. Art. 791 CLT; 5.6.3. Garantido o direito do advogado com mandato tácito e com mandato expresso; 5.7. LEGITIMIDADE (INTRÍNSECO): 5.7.1. Art. 996 CPC, confere legitimidade; 5.7.1.1. A parte vencia; 5.7.1.2. Terceiro Prejudicado; 5.7.1.3. Ministério Público; RECURSO ORDINÁRIO 1. INTRODUÇÃO: 1.1.1. Recurso comum, cabível contra decisão de instância de ingresso; 1.1.2. É a “apelação do processo do trabalho”; 2. PREVISÃO LEGAL: 2.1.1. Art. 895 CLT: “Art. 895. Cabe recurso ordinário para a instância superior: I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. § 1º Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso ordinário: I – (vetado); II – será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de 10 (dez) dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamenteem pauta para julgamento, sem revisor; III – terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão; 134 IV – terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão. § 2º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo”. 3. PRAZO: 3.1.1. Prazo uniforme de 08 dias; 3.1.2. Inclusive para contrarrazões; 4. PREPARO: 4.1.1. Não é um recurso isento; 4.1.2. Parte que não for beneficiária pela gratuidade de justiça deverá recolher: 4.1.3. O valor é uniforme para todo o país, atualmente em R$ 9.513,16; 4.1.4. Quando o valor da condenação foi inferior, aplica-se o valor da condenação; 5. CABIMENTO: 5.1.1. Previsão no artigo 895 da CLT: 5.1.1.1. Contra decisões terminativa dos Juízos; 5.1.1.2. Contra decisões definitivas ou terminativas proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos; 5.1.1.2.1. Ação Rescisória; 5.1.1.2.2. Mandado de Segurança; 5.1.1.2.3. Ação anulatória de cláusula convencional; 5.1.1.2.4. Dissídio Coletivo: 6. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE: 6.1.1. Análise dos requisitos de admissibilidade; 6.1.2. Feito pelo juízo a quo – própria vara do trabalho; 6.1.3. Feito pelo juízo ad quem – pelo TRT: 6.1.4. Para melhor compreensão: 6.1.4.1. a) primeiro juízo de admissibilidade: Vara do Trabalho, após a protocolização do recurso; 6.1.4.2. b) segundo juízo de admissibilidade: Vara do Trabalho, após o recebimento das contrarrazões; 6.1.4.3. c) terceiro juízo de admissibilidade: TRT, que também é o órgão competente para o julgamento do recurso. 7. RITO SUMARÍSSIMO: 7.1.1. Perfeitamente cabível; 7.1.2. Art. 895 §1º CLT; 135 PREVISÃO 895 CLT PRAZO 8 dias PREPARO Sim CABIMENTO Contra decisões terminativas; Contra decisões terminativas no TRT em processo originário em 2º grau; JUÍZO A QUO Vara do Trabalho; TRT (processo originário); JUÍZO AD QUEM TRT; TST (processo originário no TRT); PARTICULARIDADES Cabível em processo originário no TRT; Cabível em Rito Sumaríssimo; Pode ser impedido se contrariar súmula AGRAVO DE INSTRUMENTO: Utilização diferente daquela lançada pelo processo civil, inclusive quanto a contagem do prazo; Trata-se de formação de autos em apartado, que será remetido ao juízo ad quem; Figura em desuso após o PJe; Previsão legal no artigo 897 “b” da CLT: 1. Cabimento: 1.1.1. O ato impugnável por agravo de instrumento será posterior a sentença; 1.1.1.1. Na prática, como dito, o órgão jurisdicional a quo é “aconselhado” a sempre conhecer do agravo de instrumento. Assim agindo, intimará o agravado para apresentar duas contrarrazões, nos termos do § 6º do art. 897 da CLT; 1.1.2. Recurso próprio, a ser interposto no juízo a quo; 1.1.2.1. Cabível o juízo de retratação ( In. 16 TST c/c art. 2º Resolução Administrativa 1.418/2010 do TST); 1.1.3. Agravo de Instrumento tende a sempre ser admitido; 1.1.4. Toda decisão denegatória de recurso será impugnável por Agravo de Instrumento? 1.1.4.1. Não, por exemplo, não se cabe agravo de instrumento após recurso de embargos no TST, que deverá ser atacado por agravo regimental. (Súmula 425 TST); 1.2. Efeitos: 1.2.1. Possui apenas o efeito devolutivo; 1.2.2. O juízo ad quem, apenas analisará os pressupostos de validade da decisão denegatória de recurso; 1.2.3. Portanto, apenas quando provido o agravo de Instrumento poderá o tribunal examinar o recurso que havia sido denegado; 136 1.3. Preparo: 1.4. Art. 899 § 7º, § 8º e § 9º; 1.5. Se o agravo for interposto antecipadamente, sem a comprovação do preparo, operar-se-á a preclusão consumativa, e o agravo não será conhecido. Não há como aplicar, no caso, a OJ 140 da SDI-1, pois ela incide apenas no caso de preparo insuficiente. 1.5.1. 140. DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS PROCESSUAIS. RECOLHIMENTO INSUFICIENTE. DESERÇÃO. (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017 - DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017 Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais ou do depósito recursal, somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 (cinco) dias previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC de 2015, o recorrente não complementar e comprovar o valor devido. 2. Processamento: 2.1.1. PJe: PREVISÃO 897 “b” CLT PRAZO 8 dias PREPARO Sim 50% do recurso que se pretende destrancar; § 7º 899 CLT. R$ 0,00 se para destrancar RR que aborda jurisprudência uníssona do TST; § 8º 899 CLT. 50% da metade do recurso que se pretende destrancar, quando se tratar de ME, EPP, etc; § 9º 899 CLT. CABIMENTO Contra decisões que denegar recurso; JUÍZO A QUO Vara do Trabalho; TRT (processo originário); JUÍZO AD QUEM TRT; TST (processo originário no TRT); PARTICULARIDADES Cabível em processo originário no TRT; Cabível em Rito Sumaríssimo; Não será cabível em recurso de embargos no TST EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: Por constar expressamente do capítulo que trata dos recursos, não cabe mais discussão acerca de sua natureza recursal; A interrupção do prazo recursal via mandado de segurança apenas deixará de existir quando for o embargos de declaração intempestivo; 137 1. Cabimento: 1.1.1. Previsão expressa art. 897-A CLT; (art. 1.022 CPC); 1.1.2. Cabível em qualquer decisão para esclarecer os seus objetos; 1.1.3. Omissão de ponto, questão ou matéria e prequestionamento: 1.1.3.1. Nesse caso, os embargos podem versar não apenas sobre pedido não apreciado, mas também sobre a causa de pedir não enfrentada na decisão embargada, caso em que a sua utilização visa ao prequestionamento para possibilitar o acesso às instâncias extraordinárias. 1.1.3.2. São cabíveis os embargos declaratórios quando o embargante almeja a fixação de novo valor da condenação para fins de depósito recursal. Trata-se de omissão sanável pela interposição dos declaratórios. Nesse sentido: 1.1.4. Obscuridade: 1.1.4.1. A obscuridade há de ser entendida como a falta de clareza que impede ou dificulta a correta compreensão do julgado, o que implica, não raro, o retardamento do desfecho da prestação jurisdicional. 1.1.5. Contradição: 1.1.5.1. Deve ser contraditórios os argumentos na própria decisão, qualquer forma de contradição deverá ser considerada; 1.1.5.2. Não pode ser usado sob o título de contradição, embargos com o fito de reexaminar conteúdo da decisão embargada; 1.1.6. Erro Material: 1.1.6.1. Trata-se de correção de falha no corpo da decisão guerreada; 1.1.6.2. Tem sido admitido o pedido de correção independentemente da oposição dos embargos de declaração; 1.1.6.3. Seria o caso de corrigir erro de menor potencial de lesividade; 1.1.7. Embargos em Decisões interlocutórias: 1.1.8. Preparo: 1.1.8.1. Não estão sujeitos ao preparo; 2. Efeitos: 2.1.1. Devolutivo: 2.1.1.1. Inerente a todos os recursos trabalhistas; 2.1.2. Translativo: 138 2.1.2.1. Sempre que se discutir sobre matéria de ordem pública; 2.1.3. Interruptivo: 2.1.3.1. Quando tempestivo, os embargos ensejarão a interrupção do prazo de recurso; 2.1.4. Modificativo: 2.1.4.1. Embora não seja o efeito esperado, sempre que houver a possibilidade de ser alterada a legislação combatida, deverá ser dado prazo para que a outra parte se manifeste; 2.1.4.1.1. Sendo inclusive passível de nulidade a decisão que não permite a manifestação da parte adversa (OJ. 142 SDI-1); 3. Procedimento: 3.1.1.Se o acolhimento dos embargos alterar a decisão guerreada, bem como se a outra parte já tivesse interposto o recurso manuseável após a decisão inicial, será concedido o prazo do recurso cabível para a parte complementar seu apelo de acordo com a alteração trazida pela nova conclusão dos embargos 3.1.2. Se rejeitados ou não alterarem a o objeto da decisão anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado, independente de ratificação. 3.2. Embargos Protelatórios: 3.2.1. Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a 2% sobre o valor atualizado da causa (§ 2º do art. 1.026 do CPC). Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até 10% sobre o valor atualizado da causa; PREVISÃO 897-A CLT PRAZO 5 dias PREPARO não CABIMENTO Contra decisões que tenham, omissão, contradição, erro material JUÍZO A QUO Órgão julgador JUÍZO AD QUEM Órgão Julgador PARTICULARIDADES Cabível em processo originário no TRT; Cabível em Rito Sumaríssimo; Oponível multa em caso de ser protelatório; Interrompe o prazo para interposição de outros recursos apenas quando tempestivo; 139 RECURSO DE REVISTA 1. INTRODUÇÃO: 1.1. Recurso puramente técnico; 1.2. Alteração com a lei 13.015/2014; 1.2.1. Criar hipóteses de inexigibilidade de depósito recursal; 1.2.2. Alterar o recurso de revista e dos embargos no TST; 1.2.3. Regulamentar de maneira pormenorizada o instituto do incidente de uniformização de jurisprudência; 1.2.4. Trazer o instituto dos recursos repetitivos para a J.T; 1.3. Efetivação da efetividade, celeridade, duração razoável do processo 2. AMPARO LEGAL: “Art. 896. Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. § 1º O recurso de revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será interposto perante o Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, que, por decisão fundamentada, poderá recebê-lo ou denegá-lo. § 1º-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte: I – indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista; II – indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a decisão regional; III – expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte; IV – transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência da omissão. 140 § 2º Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal. §§ 3º a 6º (Revogados pela Lei n. 13.467, de 13.7.2017.). § 7º A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se considerando como tal a ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. § 8º Quando o recurso fundar-se em dissenso de julgados, incumbe ao recorrente o ônus de produzir prova da divergência jurisprudencial, mediante certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na internet, com indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. § 9º Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Federal. § 10. Cabe recurso de revista por violação a lei federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal nas execuções fiscais e nas controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei n. 12.440, de 7 de julho de 2011. § 11. Quando o recurso tempestivo contiver defeito formal que não se repute grave, o Tribunal Superior do Trabalho poderá desconsiderar o vício ou mandar saná-lo, julgando o mérito. § 12. Da decisão denegatória caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias. § 13. Dada a relevância da matéria, por iniciativa de um dos membros da Seção Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, aprovada pela maioria dos integrantes da Seção, o julgamento a que se refere o § 3º poderá ser afeto ao Tribunal Pleno. § 14. O relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento, em decisão monocrática, nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade. Art. 896-A. O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. § 1º São indicadores de transcendência,entre outros: I – econômica, o elevado valor da causa; II – política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal; III – social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social constitucionalmente assegurado; 141 IV – jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista; § 2º Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão para o colegiado. § 3º Em relação ao recurso que o relator considerou não ter transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão. § 4º Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal. § 5º É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a transcendência da matéria.§ 6º O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não abrangendo o critério da transcendência das questões nele veiculadas. Art. 896-B. Aplicam-se ao recurso de revista, no que couber, as normas da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), relativas ao julgamento dos recursos extraordinário e especial repetitivos. Art. 896-C. Quando houver multiplicidade de recursos de revista fundados em idêntica questão de direito, a questão poderá ser afetada à Seção Especializada em Dissídios Individuais ou ao Tribunal Pleno, por decisão da maioria simples de seus membros, mediante requerimento de um dos Ministros que compõem a Seção Especializada, considerando a relevância da matéria ou a existência de entendimentos divergentes entre os Ministros dessa Seção ou das Turmas do Tribunal. § 1º O Presidente da Turma ou da Seção Especializada, por indicação dos relatores, afetará um ou mais recursos representativos da controvérsia para julgamento pela Seção Especializada em Dissídios Individuais ou pelo Tribunal Pleno, sob o rito dos recursos repetitivos. § 2º O Presidente da Turma ou da Seção Especializada que afetar processo para julgamento sob o rito dos recursos repetitivos deverá expedir comunicação aos demais Presidentes de Turma ou de Seção Especializada, que poderão afetar outros processos sobre a questão para julgamento conjunto, a fim de conferir ao órgão julgador visão global da questão. § 3º O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho oficiará os Presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalho para que suspendam os recursos interpostos em casos idênticos aos afetados como recursos repetitivos, até o pronunciamento definitivo do Tribunal Superior do Trabalho. § 4º Caberá ao Presidente do Tribunal de origem admitir um ou mais recursos representativos da controvérsia, os quais serão encaminhados ao Tribunal Superior do Trabalho, ficando suspensos os demais recursos de revista até o pronunciamento definitivo do Tribunal Superior do Trabalho. 142 § 5º O relator no Tribunal Superior do Trabalho poderá determinar a suspensão dos recursos de revista ou de embargos que tenham como objeto controvérsia idêntica à do recurso afetado como repetitivo. § 6º O recurso repetitivo será distribuído a um dos Ministros membros da Seção Especializada ou do Tribunal Pleno e a um Ministro revisor. § 7º O relator poderá solicitar, aos Tribunais Regionais do Trabalho, informações a respeito da controvérsia, a serem prestadas no prazo de 15 (quinze) dias. § 8º O relator poderá admitir manifestação de pessoa, órgão ou entidade com interesse na controvérsia, inclusive como assistente simples, na forma da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). § 9º Recebidas as informações e, se for o caso, após cumprido o disposto no § 7º deste artigo, terá vista o Ministério Público pelo prazo de 15 (quinze) dias. § 10. Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos demais Ministros, o processo será incluído em pauta na Seção Especializada ou no Tribunal Pleno, devendo ser julgado com preferência sobre os demais feitos. § 11. Publicado o acórdão do Tribunal Superior do Trabalho, os recursos de revista sobrestados na origem: I – terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a orientação a respeito da matéria no Tribunal Superior do Trabalho; ou II – serão novamente examinados pelo Tribunal de origem na hipótese de o acórdão recorrido divergir da orientação do Tribunal Superior do Trabalho a respeito da matéria. § 12. Na hipótese prevista no inciso II do § 11 deste artigo, mantida a decisão divergente pelo Tribunal de origem, far-se-á o exame de admissibilidade do recurso de revista. § 13. Caso a questão afetada e julgada sob o rito dos recursos repetitivos também contenha questão constitucional, a decisão proferida pelo Tribunal Pleno não obstará o conhecimento de eventuais recursos extraordinários sobre a questão constitucional. § 14. Aos recursos extraordinários interpostos perante o Tribunal Superior do Trabalho será aplicado o procedimento previsto no art. 543- B da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), cabendo ao Presidente do Tribunal Superior do Trabalho selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-los ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da Corte, na forma do § 1º do art. 543-B da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). § 15. O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho poderá oficiar os Tribunais Regionais do Trabalho e os Presidentes das Turmas e da Seção Especializada do Tribunal para que suspendam os processos idênticos aos selecionados como recursos representativos da controvérsia e encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, até o seu pronunciamento definitivo. § 16. A decisão firmada em recurso repetitivo não será aplicada aos casos em que se demonstrar que a situação de fato ou de direito é 143 distinta das presentes no processo julgado sob o rito dos recursos repetitivos. § 17. Caberá revisão da decisão firmada em julgamento de recursos repetitivos quando se alterar a situação econômica, social ou jurídica, caso em que será respeitada a segurança jurídica das relações firmadas sob a égide da decisão anterior, podendo o Tribunal Superior do Trabalho modular os efeitos da decisão que a tenha alterado”. 3. PRAZO: 3.1. Uniformização dos prazos recursais: 3.1.1. 8 dias 4. PREPARO: 4.1. Não se trata de um recurso isento de preparo, portanto, necessário arcar com as custas e o depósito recursal; 4.2. Valor do depósito recursal em 2019: R$ 19.026,32; 5. CABIMENTO: 5.1. Contra decisão de TRT em grau de recurso nos dissídios individuais; 5.1.1. Cabível em Dissídios Individuais; 5.1.2. O processo deve nascer no 1º Grau de Jurisdição; 5.1.3. Os autos estarão no TRT em grau de recurso; 5.1.4. Não será cabível em caso de ação de natureza originária no TRT 6. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE: 6.1. Duplo juízo de admissibilidade: 6.1.1. Juízo a quo: Presidente do TRT; 6.1.2. Juízo ad quem: Alguma turma do TST; 7. PRESSUPOSTOS RECURSAIS EXTRÍNSECOS ESPECÍFICOS: 7.1. Recuso técnico, não permite o reexame de fatos e provas (Súmula 126 TST; 7.2. Requisitos Recursais Extrínsecos Específicos: 7.2.1. PREQUESTIONAMENTO: 7.2.1.1. Súmula 297 do TST: “PREQUESTIONAMENTO. OPORTUNIDADE. CONFIGURAÇÃO (nova redação) – Res.121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 I – Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. II – Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. III – Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração”. 144 7.2.2. O tema objeto do RR deve ter sido analisado na decisão recorrida; 7.2.3. O interessado deve, por meio de embargos de declaração prequestionar sob pena de preclusão do recurso; 7.2.4. PREQUESTIONAMENTO TÁCITO: hipótese de oposição de embargos de declaração para prequestionar e ainda assim o TRT manter-se omisso, será considerado prequestionado; 7.2.5. É ônus da parte então: 7.2.5.1. § 1o-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte: (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014) 7.2.5.2. I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista; 7.2.5.3. II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do TribunalSuperior do Trabalho que conflite com a decisão regional; 7.2.5.4. III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte. 7.2.5.5. IV - transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência da omissão. 7.2.6. O § 14 aduz que o relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento, em decisão monocrática, nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade, evitando-se, assim, a subida demasiada de recursos de revista. 7.2.7. TRANSCENDÊNCIA: 7.2.7.1. Significa que o recurso tem importância, relevância. A ideia é não permitir que assuntos irrelevantes sejam analisados em instância extraordinária; 7.2.7.2. Indica transcendência: 7.2.7.2.1. Natureza Econômica; 7.2.7.2.2. Natureza Social; 7.2.7.2.3. Natureza Política; 7.2.7.2.4. Natureza Jurídica 8. FUNDAMENTAÇÃO: 145 8.1. Três fundamentações jurídicas previstas no art. 896 da CLT: 8.1.1. Alínea a – Divergência jurisprudencial na interpretação de lei federal: 8.1.1.1. Hipóteses: Acórdão TRT X Acórdão de outro TRT (Pleno ou Turma); Acórdão TRT X Acórdão da SDI do TST; Acórdão TRT X Súmula TST; Acórdão do TRT x Súmula Vinculante STF; 8.1.1.2. Portanto, não é cabível quando o acórdão viola acórdão do mesmo TRT: OJ 111 SDI-1 TST; 8.1.1.3. A ofensa a OJ também se presta a permitir o cabimento do RR: OJ 219 SDI-1 TST; 8.1.2. Alínea b – Divergência jurisprudencial na interpretação de lei estadual ou norma coletiva: 8.1.2.1. OJ 147 da SDI-1 TST 8.1.3. Alínea c – Acórdão do TRT proferido com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal: 8.1.3.1. Hipóteses: Acórdão TRT X Lei Federal; Acórdão TRT X CF; 8.1.3.2. Súm. 221 do TST 9. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO: 9.1. Previsão no § 9 º do artigo 896 da CLT: Quando acórdão do TRT contrariar súmula do TST; Quando acórdão do TRT contrariar Constituição Federal; Quando acórdão do TRT contrariar Súmula Vinculante; Não sendo cabível, portanto, quando o acórdão contrariar OJ: Sumula 442 do TST 10. LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO: 10.1. Única hipótese de cabimento: 10.1.1. Acórdão do TRT contrariar CF: 10.1.2. § 2º art. 896 TST; 10.1.3. Súmula 266 TST; 10.1.3.1. Ex: imaginemos um juiz do trabalho que profere uma sentença ao julgar os embargos à execução oferecidos pelo executado. Dessa decisão é cabível a interposição de agravo de petição, a ser julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho. Do acórdão prolatado pelo TRT no julgamento do agravo de petição interposto, somente será cabível a interposição de recurso de revista caso haja demonstração inequívoca de ofensa direta à Constituição Federal. 146 11. EXECUÇÕES FISCAIS E CONTROVÉRSIAS DA FASE DE EXECUÇÃO QUE ENVOLVAM A CNDT: 11.1. Art. 896 § 10; 11.2. Hipóteses: 11.2.1. Acórdão X CF; 11.2.2. Acórdão x Lei Federal; 11.2.3. Divergência Jurisprudencial. 12. DIVERGÊNCIA ATUAL: 12.1. Art. 896 § 7º; 12.2. Súmula 333 TST; 12.3. Divergência deve ser recente, deixando ser recente aquela que: 12.3.1. Tenha sido ultrapassada por súmula ou jurisprudência do TST. 13. RELATOR: 13.1. Art. 896 § 5º - ao realizar o segundo juízo de admissibilidade (ad quem), negará seguimento quando: 13.1.1. Decisão estiver em consonância com Súmula do TST; 13.1.2. Ausência dos pressupostos recursais; 13.1.2.1. Aqui cabe o agravo regimental; 13.1.2.2. Súmula 435 TST; 13.2. Art. 932 CPC: 13.3. Da decisão denegatória é cabível agravo regimental ou interno (OJ 412 SDI-1 TST); 14. COMPROVAÇÃO DA DIVERGÊNCIA: 14.1. Por ser um recurso técnico, sem reexame da matéria, deverá o recorrente apresentar no ato da interposição (sum. 337 TST): 14.1.1. Certidão do acórdão paradigma; 14.1.2. Em razões demonstre o conflito de teses; 15. DEFEITO FORMAL: 15.1. Princípio da Instrumentalidade das formas; 15.2. Art. 896 § 11 CLT; 15.3. Mero defeito não impede o recebimento e reconhecimento do recurso; 16. RECURSOS REPETITIVOS: 16.1. Art. 896-B e 896-C: 16.2. Procedimento já adotado pelo CPC 2015; 16.3. Multiplicidade de recursos fundados em idêntica questão de direito poderá ser afetada à SDI ou ao Tribunal pleno; 16.3.1. Quando requerido por algum dos ministros, considerando: 16.3.1.1. Relevância; 16.3.1.2. Entendimentos divergentes. 16.3.2. Por indicação dos relatores um ou mais recursos representarão a controvérsia para fins de julgamento pela SDI ou pelo Pleno; 147 16.3.3. Aquele que afetar o processo sob o rito dos recursos repetitivos, expedirá comunicação que poderá afetar outros processos que estão para julgamento comum – a fim de conferir ao órgão uma visão global da questão; 16.3.4. O presidente do TST, oficiará aos Presidentes dos TRT’S para que suspendam os recursos em casos idênticos; 16.3.4.1. Esse presidente quando admitir um ou mais recursos representativos, que serão encaminhados para o TST, os demais ficarão suspensos até pronunciamento definitivo do TST; 16.3.5. Pelo relator no TST poderá ser determinada a suspensão dos recursos de revistas ou de embargos que tenham objeto controvérsia idêntica; 16.3.6. O recurso repetitivo será distribuído a um dos ministros da SDI ou do Tribunal pleno e a um ministro revisor; 16.3.7. O relator poderá solicitar aos TRT’S informaçãoes a respeito da controvérsia ( prestadas em até 15 dias); 16.3.8. Poderá ser admitido o amicus curiae; 16.3.9. Com a publicação do acórdão, dois são os caminhos dos recursos suspensos: 16.3.9.1. Seguimento denegado: quando o acórdão recorrido for convergente com a orientação a respeito da matéria no TST; 16.3.9.2. Examinados novamente: quando o acórdão recorrido for divergente com a orientação a respeito da matéria no TST. 16.3.10. A decisão firmada em recurso repetitivon ão será aplicada aos casos em que se demonstrar que a situação de fato ou de direito é distinta das presentes no processo julgado sob o rito dos recursos repetitivos. Trata-se do distinguishing; e 16.3.11. Caberá revisão da decisão firmada em julgamento de recursos repetitivos quando se alterar a situação econômica, social ou jurídica, caso em que será respeitada a segurança jurídica das relações firmadas sob a égide da decisão anterior, podendo o Tribunal Superior do Trabalho modular os efeitos da decisão que a tenha alterado. Trata-se do overruling. PREVISÃO 896 E 896-A CLT PRAZO 8 dias PREPARO Sim R$ 19.026,32 CABIMENTO Contra Acórdãos proferidos pelos TRT’S, em grau de recurso ordinário. JUÍZO A QUO Presidente ou Vice Presidente do TRT, dependendo do Regimento; JUÍZO AD QUEM 1 entre as 8 turmas do TST; FUNDAMENTOS JURÍDICOS: Divergência jurisprudencial na interpretação de lei federal; 148 Divergência jurisprudencial na interpretação de lei estadual, de instrumento coletivo, de sentença normativa ou de regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a competência do TRT; Violação de lei federal ou da CF PARTICULARIDADES Interpretação das lei pelos tribunais trabalhistas; Prequestionamento; Transcendência; Fundamentação Jurídica; Cabimento no procedimento sumaríssimo; Cabimento em liquidação e execução trabalhista; Divergência atual; Poderes do Ministro Relator; Comprovação da divergência jurisprudencial; Acórdãoparadigma; Regras procedimentais; Incidente de uniformização de jurisprudência; Instituto dos recursos repetitivos; CONCEITO EVOLUÇÃO HISTÓRICA PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO P ROTEÇÃO I INALTERABILIDADE LESIVA I RRENUNCIABILIDADE FONTES DO DIREITO DO TRABALHO: SUBDIVISÃO: COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO: 3. Competência em Razão da Função: 4. Competência em Razão da Matéria: 5. Competência em Razão do Lugar: 6. Exceção quanto a competência e Conflito de Competência: DISSÍDIO INDIVIDUAL: 3. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS: 4. AS CUSTAS DO PROCESSO: 5. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA E JUSTIÇA GRATUITA: 6. OS ATOS: 6.4. Comunicação dos atos processuais: notificação, citação e intimação: 7. TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS; 8. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA: 9. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ E ASSÉDIO PROCESSUAL: 2. REVELIA: (LP) 3. BILATERALIDADE DA AÇÃO E DA DEFESA: (BL) 4. ESPÉCIES DE DEFESA: (BL) 5. CONTESTAÇÃO: 6. EXCEÇÕES: 6.10.1.1.2. Relativa: 7. RECONVENÇÃO: 8. IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA: DISSÍDIOS INDIVIDUAIS E PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 2. PROCEDIMENTO COMUM: DAS PROVAS: 2. PROVAS NO PROCESSO DO TRABALHO: RECURSOS EM ESPÉCIE RECURSO ORDINÁRIO: 2. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO OBRIGATÓRIO E SEUS CABIMENTOS: 3. CARACTERÍSTICAS: 4. EFEITOS DOS RECURSOS: 5. PRESSUPOSTOS RECURSAIS: RECURSO ORDINÁRIO AGRAVO DE INSTRUMENTO: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: RECURSO DE REVISTA 7.2.1. PREQUESTIONAMENTO: 7.2.7. TRANSCENDÊNCIA: