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MATERIAL DE APOIO – PROCESSO DO TRABALHO 
 
 
CONCEITO 
 
 Trata-se de um meio de instrumentalização e efetivação das normas de 
Direito do Trabalho; 
 Ramo da ciência Jurídica – com princípios e regras próprias; 
 Tem como objeto: evitar, dirimir e pacificar controvérsia que 
envolva relações de trabalho e de emprego; individual ou 
coletivamente 
 Características do Direito Processual do Trabalho: 
 Integra o direito processual comum, instrumento de execução nas 
normas substanciais (direito material), visando garantir que as 
normas sejam realmente respeitadas e cumpridas; 
 Pela CF 88 foi alçado ao rol de direito Fundamental, 
condição que coaduna com o que se espera de um Etado 
Democrático de Direto. 
 Conforme previsto na CLT: art. 769 e 889 da CLT é subsidiário do 
processo comum; 
 Subsidiariedade não impede a autonomia do Direito do 
Trabalho, que possui regras que indicam o caminhio 
possível para solucionar conflitos trabalhistas, seja 
individual ou coletivo; 
 Sistema de órgãos normatizados que integram a Justiça do 
Trabalho; 
 O Direito Processual do Trabalho está inserido no campo de Direito 
Público, por não restringir-se a análise de documentos entre as partes; 
 Trata-se de uma sistematização que ao aplicar os princípios e 
regras efetiva a jurisdição (poder do Estado para dirimir os 
conflitos, extinguido os conflitos trabalhistas e pacificando a vida 
em sociedade; 
 Outro ponto que indica tal condição é o fato das fontes formais do 
Direito processual do trabalho são de origem estatal, ademais, 
somente a União poderá legislar sobre o direito processual (art. 
22-I, da constituição Federal). 
 
 AUTONOMIA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO: 
 Condições que indicam a autonomia de determinada ciência: 
 Ser vasta – possuindo estudo próprio; 
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 Doutrina homogênea, com presença de conceitos gerais 
comuns, distintos dos conceitos gerais que informar outras 
disciplinas; 
 Método próprio, empregando processos especiais para o 
conhecimento das verdades que constituem o objeto de 
suas investigações. 
 Importante frisar que a autonomia do Direito Processual do 
trabalho decorre da Constituição Federal de 1988, posterior e 
efetivamente alterada pela EC 45/2004 e recentemente pela 
Reforma trabalhista; 
 Auxilia na identificação da autonomia a presença de princípios 
próprios, regras próprias, legislação específica, institutos 
peculiares, um número razoável de estudos doutrinários e a 
presença de um objeto próprio: 
 Presença de duas correntes que se opõe: 
 Teoria monista (unitarista): 
o O direito processual é único e suas regras 
são universais; 
 “Verifica-se que o processo do 
trabalho possui, realmente, 
características especiais, mas que são 
ditadas pelas peculiaridades do direito 
material que ele instrumentaliza.” 
 Teoria dualista: 
o Não desconsidera a existência de uma 
relação jurídica entre o direito processual 
geral, contudo existe uma alto grau de 
especificidade que não permite o 
englobamento do todo. 
 “(...) a dualidade e a autonomia não 
significa que um ramo do Direito 
Processual autônomo não possa ser 
servir de regras de outro Direito 
Processual. As diferenças e 
peculiaridades que foram suficientes a 
determinar a autonomia não são de 
molde a proibir a busca subsidiária 
 Ainda no sentido de se garantir a autonomia, verifica-se a 
presença de instituições com conhecimento jurídico 
especializado, com Varas e Tribunais do Trabalho, presença de 
órgãos auxiliares (MTE – MPT); 
 
 
 
 
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EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 
 Caminho percorrido pelo direito do Trabalho no Brasil foi longo, o 
momento em que estamos inseridos, sequer pode ser chamado de 
ponto final, tendo em vista a recente reforma consubstancial sofrida pela 
legislação trabalhista. 
 Em forma de linha cronológica, assim podemos assinalar a evolução da 
legislação especializada: 
 1907: Lei 1.637 de 05/11/1907 – Criação dos concelhos 
permanentes de conciliação e arbitragem: 
 Órgão de natureza sindical que resolveria imbróglios entre 
empregado e empregador, contudo não foi colocada em 
prática: 
 1911: Lei 1.299-1 – Do Estado de São Paulo, criou o Patronato 
Agrícola: 
 Finalidade de conceder assistência judiciária ao 
trabalhador agrícola – relevante para o momento de 
imigração vivido pelo Brasil; 
 1922: Lei Estadual 1.869 de SP – Criação dos Tribunais Rurais: 
 Modelo rudimentar de mediação e arbitragem, composta 
por um juiz de direito da comarca e por um indicado pelo 
proprietário de terra e outro pelo trabalhador rural; 
 Atuação limitada a questões salariais de até 500 mil réis 
 1923: Decreto 16.027de 30/04/1923 – Instituição do Conselho 
Nacional do Trabalho 
 Ligado ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio; 
 Órgão de natureza consultiva; 
 Acumulava ainda a função de atuar em questões 
previdenciárias e ainda sobre a dispensa de empregados 
públicos detentores de estabilidade; 
 1930: Golpe de Estado (Getúlio Vargas) – Decreto 19.433 
26/11/1930 – Criação do Ministério do Trabalho e Emprego; 
 1932: Criação das Comissões mistas de conciliação: 
 Buscar conciliar conflitos coletivos, sem contudo ter poder 
par julgar; 
 Havendo acordo a solução seria um juízo arbitral; 
 Não havendo acordo, seria decidido pelo Ministério do 
Trabalho, Indústria e Comércio; 
 Existiu até 1941, ano em que foi criada a Justiça do 
Trabalho. 
 1932: Decreto 22.132 – 25/11/1932 – Criação das Juntas de 
Conciliação e Julgamento; 
 Competência para dirimir dissídios individuais; 
 Eram órgãos de natureza administrativa; 
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 Embora decidisse, não detinha competência para executar 
suas decisões, que deveriam ser remetidos a Justiça 
Comum 
 1934: Pela Constituição Federal foi criada a Justiça do Trabalho: 
 Art. 122 – contudo não pertencia ao poder judiciário 
 1937: Nova Carta Constitucional – reproduziu em síntese o que já 
dispunha a anterior; 
 O que faz concluir a ligação da Justiça do Trabalho com o 
poder executivo: 
 1939: Decretos 1.237 e 1.346 – Institucionalizam a Justiça do 
Trabalho; 
 1940: Decreto 6.9596 – Organização da Justiça do Trabalho: 
 Funcionamento autônomo do poder executivo e da justiça 
comum; 
 Possibilidade de executar as decisões emanadas pelo 
órgão; 
 Exercia atividade judicial, porém ainda não integraria o 
Poder Judiciário; 
 1941: Instalação da Justiça do Trabalho: 
 08 conselhos e 36 juntas de conciliação e julgamento; 
 Estruturada em três instâncias: 
 Juntas de Conciliação e Julgamento: 
o Instância inicial, composta por um presidente 
(indicado pelo presidente da república) e dois 
vogais, representantes do empregado e 
empregador 
o Competência para julgamento de ações 
individuais. 
 Conselhos Regionais do Trabalho: 
o Finalidade de julgar os recursos das juntas 
de conciliação; 
o Competência para julgar inicialmente conflitos 
coletivos 
 Conselho Nacional do Trabalho: 
o Subdividido em duas Câmaras: 
 Justiça do Trabalho; 
 Previdência Social; 
 Criação no mesmo período da Procuradoria da Justiça do 
Trabalho – embrião do Ministério Público do Trabalho; 
 1946: Constituição Federal: 
 Justiça do trabalho passa a integrar o Poder Judiciário da 
União; 
 Garantias aos detentores do cargo na magistratura 
(inamobilidade, irredutibilidade). 
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o 1967: EC 1 de 1969: 
 Membros do TST, passam a gozar do status de ministro; 
 1969: Decreto 777 – Normas processuais trabalhista, que aplica-s 
aos entes públicos; 
o 1999: EC 24 de 1999: 
 Reestruturação da justiça do trabalho, deixou de ter juízes 
classistas; 
 Alteração da nomenclatura – Varas do Trabalho 
 Contemporâneo a criação do procedimento sumaríssimo 
(art. 852-A – CLT); 
 2004: EC45/2004 – Revolução na Justiça do Trabalho, ampliação 
na da justiça especializada 
 Edição de Súmula Vinculante 22: 
 A justiça do trabalho é competentepara processar e julgar 
as ações de indenização por danos morais e patrimoniais 
decorrentes de acidente de trabalho proposta por 
empregado contra empregador, inclusive aquelas que 
ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro e em 
grau quando empregador, inclusive aquelas que ainda não 
possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da 
promulgação da Emenda Constitucional 45/2004 
 Súmula Vinculante 23– A Justiça do Trabalho é competente para 
processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do 
exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa 
privada. 
 Súmula Vinculante 25 – É ilícita a prisão civil de depositário infiel, 
qualquer que seja a modalidade do depósito. 
 Súmula Vinculante 40 – A contribuição confederativa de que trata 
o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao 
sindicato respectivo. 
 Súmula Vinculante 53 – A competência da Justiça do Trabalho 
prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal, alcança a 
execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao 
objeto da condenação constante das sentenças que proferir e 
acordos por ela homologados. 
 2017: Lei 13.467/2017 – Reforma Trabalhista, profunda alteração: 
 Diminuiu o guarda-chuva protetor do Estado sobre a 
pessoa do trabalhador; 
 Facultou a negociação coletiva entre sindicatos e 
empregadores; 
 E, diretamente entre o patrão e o empregado; 
 Admitiu a arbitragem nas lides individuais de trabalho, o 
trabalhador com remuneração superior a duas vezes o teto 
da Previdência Social; 
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 Transformou a contribuição sindical obrigatória em 
facultativa; 
 Inverteu a hierarquia das normas trabalhistas, 
estabelecendo a supremacia do negociado sobre a 
legislação do trabalho; 
 Flexibilizou a entrada do trabalhador no mercado de 
trabalho, com vários tipos de contratos precários, desde 
por hora (intermitente), em regimes diferenciados 12 x 36; 
teletrabalho etc.; 
 Flexibiliza a saída do empregado da empresa, colocando 
no mesmo plano a dispensa individual, plúrima e coletiva; 
 Promoveu a tarifação do dano extrapatrimonial trabalhista; 
 Veda a ultratividade das normas trabalhistas; 
 Desnecessidade de homologação da rescisão do contrato 
de trabalho e demissão de empregado com mais de um 
ano; 
 Revogação do intervalo de 15 minutos para a mulher (art. 
384 da CLT); 
 Pagamento apenas da parte suprimida do intervalo 
intrajornada e pagamento de natureza indenizatória em 
caso de supressão; 
 Prevalência do acordo coletivo sobre a convenção coletiva; 
 Competência da Justiça do Trabalho para homologar 
acordo extrajudicial entre patrão e empregado; 
 Cabimento da litigância de má-fé no Processo do Trabalho, 
bem como pagamento de custas e honorários 
sucumbenciais pelo empregado; 
 Eliminação de execução ex officio, salvo se a parte estiver 
desacompanhada de advogado; 
 Aplicabilidade da desconsideração da pessoa jurídica na 
forma do CPC/2015; 
 Alteração do conceito de grupo econômico e da sucessão 
trabalhista, bem como da condenação de sócios retirantes; 
 Prescrição intercorrente de dois anos, ex officio; 
 Necessidade de comprovação do estado de pobreza para 
obtenção do benefício da gratuidade 
 de justiça, sem isenção de pagamento de custas no caso 
de arquivamento e ajuizamento de nova ação; 
 Honorários advocatícios entre 5% e 15%; 
 Litigância de má-fé até mesmo para as testemunhas; 
 Exceção de incompetência territorial antes da audiência, 
com suspensão do processo; 
 Preposto não necessita mais ser empregado; 
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 Revelia com advogado presente, permite o recebimento da 
contestação e documentos; 
 Eliminação do pagamento das horas in itinere; 
 Livre estipulação contratual para parcelas do art. 611-A 
para aqueles que ganham o equivalente a duas vezes o 
piso da Previdência Social; 
 Equiparação salarial apenas para os empregados do 
mesmo estabelecimento e criação de mais um requisito (4 
anos de tempo de casa, além de 2 anos de função) com 
plano de cargo e salário, sem necessidade de critérios de 
promoção, alterna dos ora por merecimento, ora por 
antiguidade; 
 Supressão da gratificação de função de confiança, mesmo 
depois de 10 anos, se revertida o empregado ao cargo 
efetivo anterior, mantendo-se o benefício, se já incorporado 
ao patrimônio jurídico do empregado (direito adquirido); 
 Contrato por tempo parcial de 26 horas semanais (mais 6 
horas extras) ou 30 horas semanais, com a revogação do 
art. 130-A da CLT; 
 Exclusão dos teletrabalhadores das horas extras, intervalo, 
hora noturna e adicional noturno; 
 Autorização de jornada móvel variada e do trabalho móvel 
variado; 
 Exigência de quórum qualificado para a alteração ou 
fixação de Súmula ou Tese Prevalecente, além de outros 
requisitos e limitação da atuação da jurisprudência; 
 Terceirização em atividade-fim, sem equivalência salarial; 
 Dispensa de depósito recursal para beneficiário da 
gratuidade de justiça, entidades filantrópicas e empresa em 
recuperação; 
 Pagamento de 50% do depósito recursal para pequenas e 
microempresas; 
 Limite de pagamento de custas de até 4 vezes o teto da 
Previdência Social; 
 Estabilidade dos representantes eleitos das empresas com 
mais de 200 empregados; 
 Limitação da nulidade das normas coletivas apenas 
quando violado o art. 104 do Código Civil; 
 Prêmios e gratificações contratuais ou espontâneas sem 
natureza salarial; 
 Trabalhador formalizado com contrato autônomo não é 
mais considerado empregado; 
 Banco de horas por acordo individual escrito entre patrão e 
empregado para compensação em 
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 até 6 meses; 
 Validade de acordo de compensação tácito ou oral para 
compensação dentro do mês; 
 Validade de acordo de compensação por horas extras 
habituais; 
 Parcelamento das férias em até 3 vezes; 
 Autorização do trabalho insalubre para grávidas e 
lactantes; 
 Exclusão da responsabilidade do sócio retirante, que pede 
sua saída da sociedade após 2 anos, 
 na forma do Código Civil Brasileiro. 
 Direito Processual em outros Países: 
 França: 
 Conflitos Dissolvidos pelo COnseils de Prud’hommes na 
hipótese de conflito individual e via mediação ou 
arbitragem quando conflito coletivo; 
 Não é necessário a intervenção do advogado; 
 Não ocorrendo audiência, resultado dado na própria 
audiência; 
 Cabendo recurso de acordo com o valor da causa. 
 Itália: 
 Criado aproximadamente em 1878 existe os Collegi di 
Proibiviri; 
 Composição tripartite: 
 Representante do Estado, dos empregados e dos 
empregadores 
 No período de 1927 até 1942 – Presença da Carta 
del lavoro, direito do trabalho autônomo; 
 Atualmente os dissídios individuais são julgados por 
juízes togados, já os dissídios coletivos são 
resolvidos por meio de greve, convenções coletivas, 
arbitragem e mediação 
 Alemanha: 
 Semelhante ao modelo brasileiro; 
 Estrutura em três graus de hierarquia: 
 Arbeitsgericht – (1º grau); 
 Landesararbitsgerichte – (2º grau); 
 Bundesararbeitsgerichte (Tribunal Federal do 
Trabalho. 
 Estados Unidos: 
 Não há justiça do trabalho; 
 Escassez de legislação sobre a matéria; 
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 Via de regra os conflitos são realizados pela arbitragem 
privada, custeados de modo geral pelo próprio sindicato; 
 Na hipótese de conflitos coletivos, é obrigatório a 
conciliação, sendo infrutífera, será conduzido pela estado 
passando pela arbitragem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO 
 Base Estruturante; 
 Para Norberto Bobbio: 
 Princípios gerais são normas como qualquer outra positivida, 
ademais, sua função ao caso concreto é idêntica ao que 
desempenha as normas, qual seja: regular o caso concreto; 
 Segundo o mesmo, tanto os princípios expressos quanto os 
inexpressos possuem asmesmas características e funções; 
 
 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS FUNDAMENTAIS: 
 
 No Título I, a CF confere aos princípios o caráter de autêntica normas 
constitucionais, passando a figurar como fontes normativas primária do 
ordenamento: 
 
 Importante destaque, conforme dizeres de Geraldo Ataliba (BLp. 78): 
 
 “o princípio é muito mais importante do que uma norma”, uma vez que o 
princípio é, também, uma norma; mas “é muito mais do que uma norma, 
uma diretriz, é um norte do sistema, é um rumo apontado para ser seguido 
por todo o sistema, sempre que se vai debruçar sobre os preceitos contidos 
no sistema” 
 
 Em consonância a teoria de Dworkin: a utilização dos princípios para 
preenchimento de lacunas nos possibilita visualizar que princípios não 
revoga princípios, permitem uma harmonização e assim aplica-se o 
conceito de justiça ao caso concreto, sempre que ocorrer essa 
harmonização, não haverá uma derrogação do princípio; 
 
 Exercem uma tríplice função no ordenamento jurídico, quais sejam: 
INFORMATIVA – INTERPRETATIVA – NORMATIVA 
 
 INFORMATIVA: 
 
 Serve de inspiração a atividade legislativa, movida por valores 
poíticos, éticos, sociais, econômicos; 
 
 Indicam que, havendo alteração do entorno social, as regras 
deverão ser atualizadas de modo a manter a sintonia entre os 
anseios da sociedade e a perfeita tutela dos jurisdicionados 
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 INTERPRETATIVA: 
 
 Endereçada ao aplicador do direito, compreende a tarefa de 
interpretar de acordo com os métodos hermenêuticos 
disponíveis e o caso em concreto; 
 
 
 NORMATIVA: 
 
 Meios de utilização dos princípios para resolução do caso em 
concreto, sua aplicação pode ser entendida sob duas formas: 
 
 Direta: 
o Ocorre quando uma norma é derrogada 
expressamente por utilização de um princípio 
(ocorre com o princípio da norma mais favorável 
ao trabalhador – art. 7º caput CF) 
 
 Indireta: 
o Ocorre que pela integração na hipótese de 
lacuna, (art. 128 CPC); 
 
 
 Diretrizes gerais ao operador; 
 
 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO: 
 
 Classificados como princípios INFORMATIVOS e FUNDAMENTAIS: 
 
 PRINCÍPIOS INFORMATIVOS: 
 
 Dotados da característica da universalidade, e são por 
conseguinte incontroversos, aplicados em todas as áreas do 
Direito, condição da qual não comporta discussão: 
 Valendo-se dos ensinamento de Ada Pellegrini Grinover e 
Dinamarco, são os princípios informativos do Direito 
Processual: 
 
 Princípio Lógico: 
o Escolha dos fatos e forma aptos a possibilitar a 
descoberta da verdade; 
o Indica a logicidade do processo, seria a ordem 
natural a ser seguida em qualquer demanda 
(inicial, contestação, decisão, recurso, etc) 
 
 Princípio Jurídico: 
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o Assegura aos litigantes que o tratamento será 
dado ao caso e não de acordo com a parte que 
recorre ao judiciário; 
o Conceito máximo de impessoalidade, não se 
analisa o processo, o resultado buscado é a 
justiça: 
o “não se repara o avião durante o voo” 
 
 Princípio Político: 
o Garantia social com o menor sacrifício individual, 
na medida em que nenhum processo deixará de 
ter sua decisão, ainda que presente lacunas; 
o E toda decisão buscará a cumprir com a justiça, 
tentando sempre que possível minimizar os 
efeitos de sua decisão 
 
 Princípio Econômico: 
o Equilibra a balança entre os custos do processo 
e o acesso de todos jurisdicionados aos 
tribunais; 
o Contribuição será de acordo com as condições 
das partes; 
o Gratuidade de justiça é uma aplicação desse 
princípio. 
 
 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
 São os chamados princípios gerais, que sempre estarão presentes e 
sobre os quais o sisteme jurídico poderá optar (quando houver 
embate), considerando aspectos, políticos, ideológicos, econômicos 
 
 Igualdade: 
 Previsão constitucional, artigo 5º caput, todos são 
iguais perante a lei; 
 Trata-se de igualdade forma, princípio da paridade das 
armas; 
 
 Ampla Defesa e Contraditório; 
 Previsão constitucional, art. 5º LV 
 Prevê a bilateralidade da ação, aproveita para todas as 
partes e interessados do processo; 
 Interessante disposto no artigo 10º do CPC, que veda a 
decisão do juiz, em qualquer grau de jurisdição, quando 
não tiver sido ofertado para todas às partes o direito de 
se manifestar; 
 Por sua vez a ampla deesa é um complemento ao 
contraditório; 
 Igualmente é um princípio bilateral, exigível por todas 
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as partes e interessados; 
 Sua ausência tem o poder trazer nulidade aos fatos 
praticados sem sua observância 
 
 Imparcialidade do Juiz; 
 Somente aventa-se um devido processo legal quando 
não houver motivos escusos que conduzem a 
sentença; 
 Assim a justa lide será aquela em que a resolução do 
imbróglio se de por um processo regular, com igual 
tratamento entre as partes, obedecendo o devido 
processo legal, sendo execrável a figura de juízes que 
não atendam essa característica 
 
 Motivação das decisões; 
 Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário 
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, 
sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse 
público o exigir, limitar a presença, em determinados 
atos, às próprias partes e a seus advogados, ou 
somente a estes em casos no quais a preservação do 
direito à intimidade do interessado no sigilo não 
prejudique o interesse público à informação. 
 
 Devido Processo Legal; 
 O princípio em tela encontra raízes no due process of 
law, do direito norte-americano, e está albergado, 
explicitamente, no art. 5º, LIV, da CF, in verbis: 
“ninguém será privado da liberdade ou de seus bens 
sem o devido processo legal”; 
 Do princípio do devido processo legal extraem-se 
outros princípios, de ordem constitucional e 
infraconstitucional,tais como os princípios do juiz 
natural, do promotor natural, do duplo grau de 
jurisdição, da recorribilidade das decisões e da 
motivação das decisões judiciais, do contraditório e 
ampla defesa, o da duração razoável do processo etc. 
Como corolário, é factível dizer que o devido processo 
legal deve ser compreendido também como princípio 
do “devido processo justo”. 
 O NCPC refere expressamente o princípio do devido 
processo legal nos arts. 26, I, e 36. 
 
 Juiz Natural; 
 Aquele investido de função jurisdicional, afastando 
julgamentos por outro poder, como ainda impede a 
criação de tribunais de exceção ou ad hoc para o 
julgamento de causas cíveis ou penais 
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 Promotor Natural; 
 Duplo Grau de Jurisdição; 
 Principio da Inafastabilidade do controle jurisdicional; 
 Está consagrado expressamente no art. 5º, XXXV, da 
CF,in verbis: “a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Este princípio tem 
por destinatário não apenas o legislador (“a lei não 
excluirá ..”.), pois o comando constitucional atinge a 
todos indistintamente. Em outros termos, a ninguém 
(Estado, sociedade ou cidadão) é permitido impedir o 
direito fundamental de qualquer pessoa de ajuizar ação 
perante o Poder Judiciário. 
 O problema do acesso à justiça ganhou nova dimensão 
a partir da Constituição Federal de 1988, que, inovando 
substancialmente em relação à Carta que lhe 
antecedeu, catalogou os princípios da inafastabilidade 
do controle jurisdicional e do devido processo legal no 
rol dos direitos e garantias fundamentais, 
especificamente no capítulo concernente aos direitos e 
deveres individuais e coletivos. 
 Amplia-se, então, no plano mais elevado do nosso 
ordenamento, o conceito jurídico de acesso ao Poder 
Judiciário, não somente para a tutela jurisdicional na 
hipótese de lesão, mas, também, na de ameaça a 
direito. 
 
 Duração Razoável do Processo; 
 O escopo do princípio ora focalizado, portanto, reside 
na efetividade da prestação jurisdicional, devendo o juiz 
empregar todos os meios e medidas judiciais para que 
o processo tenha uma “razoável duração”, que, na 
verdade, é uma expressão que guarda um conceitoindeterminado, razão pela qual somente no caso 
concreto poder-se-á afirmar se determinado processo 
teve ou está tendo tramitação com duração razoável. 
 
 Princípio da Demanda; 
 Na esfera civil, o poder de provocar a tutela jurisdicional 
foi entregue à própria parte interessada, isto é, àquela 
que se sentisse atingida pelo comportamento alheio, 
podendo ela vir a juízo apresentar a sua pretensão, se 
quiser ou da forma que lhe aprouver, assim como dela 
desistir, respeitadas as exigências legais. 
 
 Princípio Impulso oficial; 
 O princípio inquisitivo está consagrado expressamente 
no art. 2º do NCPC, que dispõe textualmente: “O 
processo começa por iniciativa da parte e se 
desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções 
15 
 
previstas em lei” 
 Após o ajuizamento da ação, o juiz assume o dever de 
prestar a jurisdição de acordo com os poderes que o 
ordenamento jurídico lhe confere 
 
 Princípio da Instrumentalidade; 
 O processo não é um fim em si mesmo. Ao revés, o 
processo deve ser instrumento de Justiça. É por meio 
de leque o Estado presta a jurisdição, dirimindo 
conflitos, promovendo a pacificação e a segurança aos 
jurisdicionados. 
 
 Princípio da Impugnação especificada; 
 Corolário do contraditório, o princípio da impugnação 
especificada está previsto no art. 341 do NCPC, 
segundo o qual: “Incumbe também ao réu manifestar- 
se precisamente sobre as alegações de fato constantes 
da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não 
impugnadas”. 
 A inobservância do princípio da impugnação 
especificada deságua na presunção de veracidade dos 
fatos nãoimpugnados. 
 
 Princípio da Estabilidade da Lide; 
 O princípio da estabilidade da lide informa que se o 
autor já propôs sua demanda e deduziu os seus 
pedidos, e se o réu já foi citado para sobre eles se 
pronunciar, não poderá mais o autor modificar sua 
pretensão sem anuência do réu e, depois de 
ultrapassado o momento da defesa, nem mesmo com o 
consentimento de ambas as partes isso será possível. 
o I – até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a 
causa de pedir, independentemente de 
consentimento do réu; 
o II – até o saneamento do processo, aditar ou 
alterar o pedido e a causa de pedir, com 
consentimento do réu, assegurado o 
contraditório mediante a possibilidade de 
manifestação deste no prazo mínimo de 15 
(quinze) dias, facultado o requerimento de prova 
suplementar. 
o Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste 
artigo à reconvenção e à respectiva causa de 
pedir 
 
 Princípio da Eventualidade; 
 É o princípio da eventualidade, que está inserto no art. 
336 do NCPC, in verbis: “Incumbe ao réu alegar, na 
contestação, toda a matéria de defesa, expondo as 
razões de fato e de direito com que impugna o pedido 
16 
 
do autor e especificando as provas que pretende 
produzir”. 
 
 Princípio da Preclusão; 
 O princípio em tela também está previsto no art. 507 do 
NCPC, segundo o qual “é vedado à parte discutir no 
processo as questões já decididas a cujo respeito se 
operou a preclusão”. Essa norma tem por destinatários 
todos os que figuram no processo, inclusive o juiz, na 
medida em que este não poderá examinar questão já 
superada, sendo lhe permitido, no entanto, a qualquer 
momento, antes da prolação da sentença, conhecer de 
questão de ordem pública, tal como preveem os arts. 
485, § 3º, 337, § 5º, e 342, II, do NCPC 
 Preclusão consumativa 
 Preclusão temporal 
 Preclusão lógica 
 Preclusão ordinatória 
 Preclusão máxima 
 Preclusão pro judicat 
 
 Princípio da Economia Processual; 
 obter da prestação jurisdicional o máximo de resultado 
com o mínimo de atos processuais, evitando-se 
dispêndios desnecessários de tempo e dinheiro para os 
jurisdicionados. 
 
 Princípio do Ônus da prova; 
 previsto no art. 333 do CPC/73, que diz: “O ônus da 
prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo 
do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato 
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor”. 
 
 Princípio da Oralidade; 
 A rigor, ele se exterioriza interagindo com outros quatro 
princípios: I – princípio da imediatidade; II – princípio da 
identidade física do juiz; III – princípio da concentração; 
e IV – princípio da irrecorribilidade imediata das 
decisões interlocutórias. 
 
 Princípio da Lealdade Processual; 
 Princípio da Perpetuatio Jurisdictionis; 
 Princípios do Acesso à Justiça: 
 
 PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO DIREITO DO TRABALHO: 
 
 Aplicação = tutela do hipossuficiente (Trabalhador); 
 Manutenção Principiológica (garantida pela reforma trabalhista) 
 Enunciado n.º. 4 da 2ª Jornada de Direito Material e Processual do 
Trabalho: 
17 
 
 A Lei 13-467/2017, da Reforma Trabalhista, não afetou os 
fundamentos, do Direito do Trabalho positivados na CLT (art. 
8°), bem como os princípios da proteção (Títulos li a IV), dá 
primazia da realidade (arts: 3º e 442), da irrenunciabilidade 
(arts. 9º e 468), da norma mais favorável, da 
imodificabilidade contratual em prejuízo do trabalhador (art. 
468), da supremacia do crédito trabalhista (arts. 100 da CF e 
186 do CTN) e dos poderes inquisitórios do juiz do trabalho 
(art. 765), entre outros, cuja observância é requisito para a 
validade da norma jurídica trabalhista. 
 Princípios do Direito do Trabalho reconhecimento variável: 
 Autores Reconhecem mais, outros menos: 
 Princípios Gerais sempre serão aplicáveis ao Direito do Trabalho 
 São princípios que tendem. a incorporar as diretrizes centrais da própria 
noção do Direito (ilustrativamente, os princípios da lealdade e boa-fé ou da 
não alegação da própria torpeza) ou as diretrizes centrais do conjunto dos 
sistemas jurídicos contemporâneos ocidentais (como, ilustrativamente, o 
princípio da inalterabilidade dos contratos). Tendem a ser, portanto, 
princípios que se irradiam por todos os seguimentos da ordem jurídica, 
cumprindo o relevante papel' de assegurar organicidade e coerência 
integradas à totalidade do universo normativo de uma sociedade política. 
 
 Princípio da Proteção ao Trabalhador: 
 Garantia de Direitos Mínimos ao hipossuficiente; 
 Estabelecimento de equilíbrio à Relação de emprego 
(equilíbrio econômico); 
 Situação econômica empregador x proteção legal ao 
trabalhador; 
 Pela regra do Direito Civil, todos são iguais perante a 
lei e devem ser tratados de forma igualitária por ela. 
Isso não ocorre no Direito Laboral. Reconhece- se 
que não existe uma igualdade 'entre empregados e 
empregadores, em face da superioridade econômica e 
jurídica destes últimos em relação aos primeiros. Para 
equilibrar a relação havida entre os atores sociais, o 
Direito do Trabalho procura proteger o empregado 
contra o desejo insaciável cje lucro do empresário. 
 Defesa da autonomia da vontade; 
 Possibilidade do trabalhador recusar ordens abusivas 
sem correr riscos ilegais de perda de emprego; 
 Empregador Hiperssuficiente (Inovação da Reforma): 
o Art. 444 CLT: A livre estipulação a que se 
refere o caput deste artigo aplica-se às 
hipóteses previstas no art. 611-A desta 
Consolidação, com a mesma eficácia legal e 
preponderância sobre os instrumentos 
coletivos, no caso de empregado portador de 
diploma de nível superior e que perceba salário 
mensal igual ou superior a duas vezes o limite 
máximo dos benefícios do Regime Geral de 
18 
 
Previdência Social. 
 Requisitos para reconhecimento: 
 Diploma Curso Superior: 
 Salário superior 2X ao teto do 
INSS ( R$ 5.645,80) 
 R$ 11.291,60. 
 Cláusulas negociadas efeitos de 
instrumento coletivo: 
 Contradição ao artigo 3º da CLT 
(Tratamento igual em relação à condição 
de Trabalhador). 
 In dubio Pro operario: 
 Várias interpretações sobre a mesma norma; 
 Interpretação mais favorável ao trabalhador; 
 Princípio ultrapassado (Norma mais favorável); 
 Utilização vedada no processo do Trabalho: 
o Impossibilidade de tratamento diferente no rito 
processual. 
 Norma mais favorável: 
 Escolhada norma mais favorável em relação ao 
trabalhador: 
 Súmula 202 TST: 
o Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por 
tempo de serviço outorgada pelo empregador e 
outra: da mesma natureza prevista em acordo 
coletivo, convenção coletiva ou sentença 
normativa, o empregado tem direito a receber, 
exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica. 
o Exemplo CCT adicional de 70% e CF adicional 
de 50%, aplica-se a CCT. 
 Não possui Caráter absoluto 
o Observância de questão de ordem Pública: 
 Ampliação do prazo para ajuizamento da 
demanda (analogia do Código Civil) 
 Restrição de aplicabilidade artigos 611-A 
e 620 (CLT); 
 A aplicação da lei específica se 
mais benéfica prevalecerá sobre 
norma hierarquicamente superior; 
 Após a reforma, o acordo coletivo 
se sobreporá a Convenção 
Coletiva, por representar 
realidade mais próxima ao dia a 
dia; 
 Significa dizer que, relativizou- se 
a norma mais favorável, para 
prevalecer o negociado sobre o 
legislado. 
 Condição Mais Benéfica: 
19 
 
 Fundamento artigo 468 CLT: 
o Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho 
só é lícita a alteração das respectivas 
condições por mútuo consentimento, e ainda 
assim desde que não resultem, direta ou 
indiretamente, prejuízos ao empregado, sob 
pena de nulidade da cláusula infringente desta 
garantia. 
 Conquistas não regredirão: 
 Aplicabilidade restrita quando se trata de 
instrumentos coletivos: 
o Condições benéficas permanecem pelo tempo 
de vigência do Instrumento, prazo máximo de 2 
anos: 
 Súmula 277 do TST: 
 As cláusulas normativas dos 
acordos coletivos ou 
convenções coletivas integram os 
contratos individuais de trabalho e 
somente poderão ser modificadas 
ou suprimidas mediante 
negociação coletiva de trabalho. 
 Art. 614 § 3º CLT: 
 Não será permitido estipular 
duração de convenção coletiva ou 
acordo coletivo de trabalho 
superior a dois anos, sendo 
vedada a ultratividade. 
 Pós Reforma, auxílio alimentação não incorpora ao 
contrato de trabalho: 
o Art. 457 § 2º CLT 
 Princípio da Imperatividade das normas Trabalhistas: 
 Impossibilidade de alteração de normas cogentes 
(obrigatórias), ambiente pré reforma: 
 Para esse princípio prevalece a restrição à autonomia 
da vontade no contrato trabalhista, em contraponto à 
diretriz civil de soberania das partes no ajuste das 
condições contratuais. Esta restrição é tida como 
instrumento assecuratório eficaz de garantias 
fundamentais ao trabalhador, em face do desequilíbrio 
de poderes inerente ao contrato de emprego. 
 Pós reforma, reconhecimento de flexibilização: 
 Convenções e acordos coletivos prevalecem sobre a 
lei; 
 Disposição das matérias elencadas do art. 611-A CLT; 
 Flexibilização também prevista ao hiperssuficiente. 
 Princípio da Primazia da Realidade: 
 Realidade se sobrepõe ao que estiver escrito; 
 Intuito de afastar fraudes nas relações trabalhistas. 
20 
 
 
 Princípio da Inalterabilidade Contratual lesiva ao empregado: 
 Inalterabilidade prejudicial, previsão expressa artigo 468 
CLT; 
 Consentimento não elimina o vício; 
 Impossibilidade de expressar livremente a vontade; 
 
 Princípio da Continuidade da Relação de Emprego: 
 A regra é o contrato de trabalho por prazo indeterminado; 
 Ônus de provar a ruptura é do empregador: 
 Súmula 212 TST: 
o O ônus de provar o término do contrato de 
trabalho, quando negados a prestação de 
serviço e o despedimento, é do empregador, 
pois o princípio da continuidade da relação de 
emprego constitui presunção favorável ao 
empregado. 
 Hipóteses de não prestação de trabalho e 
manutenção do contrato(interrupção e suspensão do 
contrato): 
 Exceções: 
o Contrato por prazo determinado: 
o Trabalho intermitente. 
 Quarentena de 18 meses, vigência expirada do artigo 
452 G da CLT 
 Princípio da Irrenunciabilidade ou Indisponibilidade dos Direitos 
Trabalhistas: 
 O empregado não pode renunciar Direito que lhe prevê a lei: 
 Ainda que haja bilateralidade (comum acordo); 
 Previsão expressa impossível de renúncia; 
 Renunciar ao 13º, ao direito de férias, aviso prévio 
 Irredutibilidade Salarial: 
 Proteção ao Salário; 
 Exceto se por Convenção ou acordo coletivo, visando 
a manutenção do emprego (durante vigência do 
documento): 
 Art. 611-A § 3º CLT: 
o Se for pactuada cláusula que reduza o salário 
ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo 
coletivo de trabalho deverão prever a proteção 
dos empregados contra. dispensa imotivada 
durante o prazo de vigência do instrumento 
coletivo. 
 
 Intangibilidade Salarial: 
21 
 
 Proteção do salário em face de credores: 
o Deve haver previsão expressa (Lei, CCT ou 
ACT); 
o Impenhorabilidade do salário. 
 
 
 
DIREITO FUNDAMENTO LEGAL 
Compensação de Jornada Art. 59 § 6º CLT 
Banco de Horas Semestral Art 59 § 5º CLT 
JORNADA 12 X 36 Art 59-A CLT 
Alteração de presencial para 
teletrabalho 
Art. 75-C § 1º CLT 
Compra e Manutenção de aparelho 
(Teletrabalho 
Art. 75-D CLT 
Fracionamento de Férias Art. 134 § 1º CLT 
Intervalo para amamentação Art 396 CLT 
Hiperssuficiente Art 444§ único e 611-A CLT 
Pagamento Verbas Rescisórias Art 477 § 4º CLT 
Eficácia Plano de Demissão 
Voluntária 
Art 477-B, parte final CLT 
Distrato Art 484-A CLT 
Cláusula de arbitragem Art 507-A CLT 
Quitação anual de obrigações Art 507-B CLT 
 
 
 
 
P ROTEÇÃO 
 
 
I MPERATIVIDADE 
P RIMAZIA 
QUADRO MNEMÔNICO: 
In dubio pro operario 
Norma mais favorável 
Condição mais benéfica 
I INALTERABILIDADE LESIVA 
C ONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO 
Irredutibilidade Salarial 
 
I RRENUNCIABILIDADE 
Intangibilidade Salarial 
POSSIBILIDADED DE ALTERAÇÃO POR ACORDO INDIVIDUAL 
22 
 
 
 
 
 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO: 
 
 
 FONTES DO DIREITO 
 Pedra fundamental do Direito: sendo na realidade fundamental para 
todos os estudos jurídicos, indica a origem do direito, ou ao menos 
qual o intuito com sua criação; 
 Anseio de aclarar a origem do Direito e a forma pela qual se 
exterioriza; 
 Fundamentos para se considerar válida a norma jurídica: 
 Quanto a forma de classificação não há unanimidade, tendo 
aqueles que classificam em: 
 
 Primárias - Leis 
 Secundárias – Costumes, jurisprudências e doutrina 
 
 Mediatas 
 Imediatas 
 
 Materiais – Fato social que obrigatoriamente será anterior a 
positivação 
 Formais – leis, costumes, jurisprudência, analogia, 
equidade, princípios gerais de direito. 
 
 Pela abrangência e melhor didática, abordaremos a fontes como 
encontrada na doutrina em Carlos Henrique Bezerra Leite e 
Enoque Ribeiro dos Santos, valendo da classificação como 
Material e formal; 
 Ressalva-se que a escolha pela terminologia, não impede a 
compreensão, mormente que as fontes sempre exercem a mesma 
atividade; 
 
 FONTES DO DIREITO DO TRABALHO 
 
 Fontes Materiais: 
 
 Acontecimentos sociais, políticos, econômicos, filosóficos, 
culturais, morais, que inspiram o legislador; 
 São na realidade, valores sociais que informam o conteúdo 
das normas jurídicas; 
 As fontes materiais não é o Direito positiviado, sendo sua 
formação, a medida que são os fatos da sociedade que 
conduzem ao 
 Não possui força obrigatória (reinvindicações dos 
23 
 
trabalhadores e empregados); 
 “Afinal, entre os escopos do processo está o de 
promover a realização do direito matéria. Com a 
ampliação da competência da Justiça do Trabalho para 
processar e julgar ações oriundas das relações de 
trabalho diversas da relação de emprego, além de outras 
demandas pertinentes ao direito previdenciário ( 
execução das contribuições previdenciárias), ao direito 
tributário (retenção do imposto de renda), à 
representação sindical e à greve, houve extraordinário 
elastecimento das fontes materiais do direito processual 
do trabalho” (Curso de Direito Processual do Trabalho – 
Carlos Henrique Bezerra Leita, 2018. P. 70) 
 Prévia ao surgimento das fontes formais; 
 Redução da carga horária; Estabilidade ao marido da gestante; 
 Redução do rigor trabalhista; 
 Flexibilização do Direito do Trabalho; 
 Período marcado por pressão de classe social 
(empregados e empregadores); 
 
 Fontes Formais: 
 
 Fontes pelas quais o Direito Positivo se expressa: 
 O conceito de positivismo jurídico conduz a conclusão 
de que não há Direito sem Estado, de tal sorte que, 
forças sociais, econômicas, políticas, etc, seriam a 
causa material do Direito, sem sua positivação o 
Estado não teria completa a atividade jurisdicional; 
 
 Herdado do legalismo francês, pós revolução burguesa, que 
enxerga na lei um instrumento de controle tanto do Estado 
quando da jurisdição; 
 Entendimento de que a norma escrita é a principal 
fonte de direito; 
 Próprio do sistema romano germânico (civil law) tem em seu 
positivismo um expressivo apego a texto de lei, devendo a 
conduta humana calcada em comandos normativos: 
 Na busca de uma maior segurança jurídica, o 
positivismo jurídico, fruto do positivismo filosófico, 
pregava que a ciência do Direito, como todas as 
demais, tinha de estar fundamentada em juízos de 
fato (representativos do conhecimento da realidade), 
e não em juízo de valor (que diriam respeito a uma 
tomada de posição diante da realidade e, portanto, 
uma concepção mais crítica da realidade). Pregava, 
portanto, uma grande aproximação entre o Direito e a 
norma. Esta representaria quase plenamente aquele; 
24 
 
 
 Cientes de nossa inserção no chamado pós-positivismo, que 
em síntese prega uma aproximação ao modelo britânico 
(comon law), de modo que direito e moral devem possuir 
sintonia, devendo os princípios executarem no exercício do direito 
o papel da moral: 
 Na visão pós-positivista a normatividade dos 
princípios e a centralidade da argumentação jurídica e 
dos direitos fundamentais são determinantes para 
que direito e moral sejam pensados não como esferas 
autônomas, mas complementares. (Marcelo Novelino 
apud, Santos 2018, p. 47). 
 
 O que se extrai desse novo momento é descrito em Kant, 
para quem o Direito deve ser criado e interpretado sob a 
ótica humana, o ser humano é o início e o fim do Direito, o 
não reconhecimento desses valores inviabiliza o 
reconhecimento do direito. 
 
 Exteriorização das normas jurídicas: 
 Força obrigatória; 
 Normas de observância geral: 
 Leis: 
 Convenções Coletivas; 
 Acordos Coletivos: 
 
SUBDIVISÃO: 
 
Assim quanto terminologia, não há consenso, no entanto durante o 
estudo da matéria contemplaremos todas as formas possíveis e 
conhecidas de subdivisão das fontes formais do Direito do 
Trabalho: 
 
 TERÍAMOS UMA PRIMEIRA CLASSIFICAÇÃO DA SEGUINTE 
MANEIRA: 
 
 Lei: toda forma de positivação pelo poder Constitucional 
Competente – Legislativo: 
 
 Constituição Federal: 
 
o Dentro do ordenamento jurídico se apresenta 
como superior às demais fontes; 
o A CF/88 apresenta uma organização da 
competência da justiça do trabalho, com 
ulteriores alterações; 
o Cuidou de inserir no plano dos direitos 
humanos fundamentais o direitos difusos e 
25 
 
coletivos; 
 Regulados por um microssistema de 
tutela coletiva: 
 Lei da Ação Civil Pública 
(7.347/85); 
 CDC (8.078/90) 
 Lei, em Sentido Geral: que seriam a legislação 
aplicável ao Direito Trabalho como um todo, formado 
por um sistema integrado de normas que 
complementam-se: 
 
o CLT (Decreto 5.452/1943) 
o Lei 5.584/70 – normas de procedimento do 
processo do trabalho; 
o Lei 7.701/88 – Organização do TST; 
o CPC (Lei 13.105/2015), aplicável de forma 
subsidiária; 
o Lei 6.830/80 – Lei da Execução Fiscal; 
o Lei 7.647/85 – Lei da Ação Civil Pública; 
o CDC – Parte processual; 
o ECA; 
o Lei Orgânica do MP; 
o Lei 13.146/2015 – Estatuto da Pessoa com 
Deficiência; 
o Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) 
 
 Regimentos Internos do Tribunais: 
 
 Aqui um certo grau de divergência, contudo para fins 
didáticos e práticos, não é possível negar a influência 
que tais regimentos afetam o processo do trabalho, 
de forma direta ou indireta, trata dos trâmites dos 
recursos e processos de competência originária de 2º 
ou 3º grau; 
o Dentre os pontos que corroboram com essa 
classificação: 
 Agravo Regimental; 
 Incidente de Uniformização de 
Jurisprudência; 
 Correição Parcial; 
 
 Costumes: 
 
 Outro ponto de relevância e que suscita debate, 
costumes não estaria inserido no plano das fontes 
materiais? 
 Por certo não, a prática induz a criação de 
obrigatoriedades no curso do processo do trabalho, 
26 
 
que passa a ser de observância obrigatória; 
 Ademais, claramente o artigo 8º da CLT permite que 
os costumes sema utilizados como fontes normativas: 
o Art. 8º - As autoridades administrativas e a 
Justiça do Trabalho, na falta de disposições 
legais ou contratuais, decidirão, conforme o 
caso, pela jurisprudência, por analogia, por 
equidade e outros princípios e normas gerais 
de direito, principalmente do direito doTrabalho, 
e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o 
direito comparado, mas sempre de maneira que 
nenhum interesse de classe ou particular prevaleça 
sobre o interesse público. 
 
 Exemplos de aplicação prática dos costumes no 
processo do trabalho: 
o Até a reforma trabalhista a apresentação de 
defesa pela CLT art. 847 era oral; 
o Protestos em audiência com finalidade de 
evitar a preclusão, art. 795 CLT; 
o Procuração apud acta; 
 
 Jurisprudência: 
 
 Que representa o conjunto de decisões convergentes 
e reiteradas dos tribunais, que escancara o 
entendimento de certo tribunal sobre determinado 
assunto; 
 Consagrado pelo art. 8º da CLT; 
 Assim é inegável que decisões reiteradas como norte, 
tem uma atuação impositiva aos juízes de instâncias 
inferiores, influenciando a interpretação de dado 
assunto; 
 No sistema da Civil Law, destaca-se a dupla função 
da jurisprudência: 
o Interpretar a lei e estabelecer limites ao texto: 
o Adequar o texto ao momento social vivido, que 
poderão ao longo dos anos sofrer alteração; 
 Função semelhante ao que exercem nos países que 
tenham sistema common law, que tenham por núcleo 
central o poder criador e inspirador dos cases law ou 
leading cases (decisões judiciais); 
 Importante destacar um certo traço de common law 
após a promulgação da CF/88, dando destaque a 
súmula vinculante, antecipação de tutela, etc, 
precedentes judiciais (pós novo CPC e reforma 
trabalhista); 
o Súmula vinculante de caráter geral – criação 
pela Emenda Constitucional 45/2004; 
27 
 
o O CPC claramente tem a uniformização como 
objetivo, visto o disposto no artigo 926 e 
seguintes; 
o Precedentes Judiciais: 
 Traços presentes nos seguintes 
momentos: 
 Repercussão geral como pressuposto 
para julgamento de recurso 
extraordinário (1.035 e 1.036 CPC); 
 Recurso especial repetitivo 1.036 CPC); 
 Súmula impeditiva de recurso (1.010 CPC); 
 Julgamento prima facie (art. 332 CPC); 
 Decisão monocrática do relator (932 
CPC); 
o O CPC criou ainda como meio de demonstrar a 
Distinguishing relevância da jurisprudência , ao 
criar o Incidente de Resolução de demandas 
repetitivas (IRDR), previsto no artigo 976; 
 Trata-se de uma ferramenta que busca 
fazer com que as decisões repetitivas 
dos tribunais superiores tornem-se 
vinculantes para os tribunais locais e 
juízes de primeiro grau; 
 Tendo em vista o preceito contido tanto 
na CLT (769) quanto no CPC (15), essa 
criação terá sua utilização determinada 
na Justiça do Trabalho; 
 Importante frisar que precedentes 
criados por determinado tribunal, 
apenas poderão ser revistos pelo 
mesmo; 
 Distinguishing: afastamento do 
precedente quanto presentes 
peculiaridades 
 Overruling: superação da tese 
jurídica elaborada no precedente; 
o Na Justiça do Trabalho, ações idênticas ficam 
paralisadas no grau em que estiver até que o 
tribunal julgue o processo que suscitou esse 
precedente, sendo obrigatório a aplicação do 
resultado em todos os casos semelhantes– 
exceção quando o processo estiver em fase de 
execução; 
o Atenção deve ser dada inclusive ao artigo 702 
da CLT, especialmente no inciso I, alínea “f” e 
§§ 3º e 4º, além de 896-B e C; 
 Art. 702: 
f) estabelecer ou alterar súmulas e outros 
enunciados de jurisprudência uniforme, pelo 
voto de pelo menos dois terços de seus 
28 
 
membros, caso a mesma matéria já tenha 
sido decidida de forma idêntica por 
unanimidade em, no mínimo, dois terços 
das turmas em pelo menos dez sessões 
diferentes em cada uma delas, podendo, 
ainda, por maioria de dois terços de seus 
membros, restringir os efeitos daquela 
declaração ou decidir que ela só tenha 
eficácia a partir de sua publicação no Diário 
Oficial; 
(...) 
§ 3º As sessões de julgamento sobre 
estabelecimento ou alteração de súmulas e 
outros enunciados de jurisprudência 
deverão ser públicas, divulgadas com no 
mínimo, trinta dias de antecedência, e 
deverão possibilitar a sustentação oral pelo 
Procurador-Geral do Trabalho, pelo 
Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados do Brasil, pelo Advogado- Geral 
da União e por confederações sindicais ou 
entidades de classe de âmbito nacional. 
§ 4º O estabelecimento ou a alteração de 
súmulas e outros enunciados de 
jurisprudência pelos Tribunais Regionais do 
Trabalho deverão observar o disposto na 
alínea f do inciso I e no § 3º deste artigo, 
com rol equivalente de legitimidade para 
sustentação oral, observada a abrangência 
de sua circunscrição judiciária. 
 
Art. 896-B. Aplicam-se ao recurso de revista, no 
que couber, as normas da Lei nº 5.869, de 
11 de janeiro de 1973 (Código de Processo 
Civil), relativas ao julgamento dos recursos 
extraordinário e especial repetitivos. (grifo 
nosso) 
 
Art. 896-C. Quando houver multiplicidade de 
recursos de revista fundados em idêntica 
questão de direito, a questão poderá ser 
afetada à Seção Especializada em Dissídios 
Individuais ou ao Tribunal Pleno, por 
decisão da maioria simples de seus 
membros, mediante requerimento de um 
dos Ministros que compõem a Seção 
Especializada, considerando a relevância 
da matéria ou a existência de 
entendimentos divergentes entre os 
Ministros dessa Seção ou das Turmas do 
Tribunal. 
 
 
 
 Princípios: 
29 
 
 
 Igualmente citado no artigo 8º da CLT, não pode ser 
desconsiderada sua função enquanto fonte; 
 Caráter de dever-ser, como se norma fosse, 
abandonando a figura de preencher lacunas para 
desempenhar clara na função de solução do caso 
concreto; 
 
 UMA SEGUNDA CLASSIFICAÇÃO: 
 
 Fontes Formais Diretas: 
 
 No topo das fontes formais diretas encontra-se a lei 
máxima do Estado, ou seja, Constituição Federal; 
 Em sede de norma infraconstitucional, no que tange 
ao Direito do Trabalho, encontra-se toda legislação 
que possui aplicação direta na disciplina: 
 
o CLT (Decreto-Lei n. 5.452/1943), com título 
próprio sobre o processo do Trabalho 
o Lei n. 5.584/70, que estabelece algumas 
importantes normas procedimentais e 
complementares aplicáveis ao processo do 
trabalho; 
o CPC (art. 15) em caso de lacuna da legislação 
processual trabalhista, desde que haja 
compatibilidade daquele com os valores, 
princípios e regras do direito processual do 
trabalho (CLT, art. 769); 
o Lei n. 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal), 
aplicada subsidiariamente (CLT, art. 889) na 
execução trabalhista; 
o Lei n. 7.701/88, que dispõe sobre organização 
e especialização dos tribunais para processar 
e julgar dissídios coletivos e individuais. 
o Lei n. 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública); 
o Parte processual da Lei n. 8.078/90 (Código de 
Defesa do Consumidor); Lei n. 8.069/90 
(Estatuto da Criança e do Adolescente); 
o Lei n. 7.853/89 (Lei de Proteção à Pessoa 
Portadora de Deficiência). 
 Ainda na condição de fonte formal direta, estão os 
Decretos-Leis, utilizados preponderantemente no 
período ditatorial; 
 Regimentos internos dos tribunais, por expressa 
inteligência do artigo 96, inciso I, alínea “a” da CF: 
 Ponto de divergência: 
o O TST no ano de 2016, editou a Instrução 
30 
 
Normativa 39, que versava sobre a 
aplicabilidade do CPC no processo do 
Trabalho, contudo existem uma ADI (5.516) 
discutindo a Constitucionalidade, por entender 
que há uma grave ofensa ao princípio da 
independência dos magistrados; 
 
 Fontes Formais Indiretas: 
 
 Aqui insere-se as condições práticas que induzem 
novos rumos ao direito; 
 Destaque tanto a doutrina quanto à jurisprudência, 
pelo auxílio na interpretação do processo do trabalho: 
o A doutrina permite o aprimoramento técnico, 
conferindo ferramentas para a interpretação; 
o Já as jurisprudências, tem a finalidade de 
uniformizar a jurisprudência; 
 Merece comento também as súmulas vinculantes; 
 
 Novo CPC – Precedentes Judiciais: 
 
o Implementação do sistema de precedentes 
judiciais, ao determinar a uniformização da 
jurisprudência; 
 Divergência: questiona-se a 
constitucionalidade do artigo 927 III, IV e 
V do CPC, por asseverar que somente 
Emenda Constitucional teria essa 
competência: 
 
 Reforma Trabalhista – Preponderância da 
Jurisprudência: 
 
o Verifica-se que o § 2º do art. 8º da CLT, em 
dissonância com os preceitos do CPC, busca 
tolher a autonomia dos magistrados, afirmando 
que súmulas e jurisprudências, não poderão 
restringir direitos legalmente previstos nem 
criar obrigações que não estejam previstas em 
lei; 
 Seria reduzir as funções dos tribunais a 
meros replicadores de lei, essa redução 
da atividade hermenêutica é prejudicial; 
o Essa redução não coaduna com o modelo 
constitucional de processo, visto que o CPC 
(art. 1º e 8º) determina que as leis devem ser 
interpretadas em conformidade aos valores 
democráticos e republicanos, atendendo ao 
princípio da dignidade da pessoa humana; 
31 
 
 
 Fontes Formais de Explicitação: 
 
 Função de Integração, partindo do pressuposto que 
no Estado Democrático de Direito, o juiz deverá 
cumprir com as exigências do bem comum, 
garantindo a dignidade da pessoa humana, aos fins 
sociais, primando pela proporcionalidade, 
razoabilidade, legalidade, publicidade e eficiência; 
 
 UMA TERCEIRA CLASSIFICAÇÃO: 
 
 Fontes Formais Autônomas: 
 Discutidas e confeccionadas pelas partes interessadas; 
 Vontade da parte em criar a norma; 
 Espécies: 
 Convenção Coletiva: 
o Acordo entre sindicatos (empregados X 
empregadores); 
o Art. 611 CLT: 
 
 Acordo Coletivo: 
o Acordo entre empresa e sindicato; 
o Art. 611 § 1º CLT; 
 
 Regulamento da Empresa; 
o Reflexo do dia a dia; 
o Vigorará, se for lícito a alteração; 
o Limitação ao acordo coletivo, Convenção 
Coletiva e Lei; 
 
 Costume 
o Prática reiterada em determinada região, art. 
460 CLT: 
 Fontes Formais Heterônomas: 
 Não há participação direta dos destinatários: 
 Origem na atividade estatal: 
 Executivo; 
 Legislativo; 
 Judiciário: 
 Espécies: 
 Constituição Federal: 
o Lei Fundamental e Suprema: 
o Estabelece funcionamento do Estado 
 Tratados e Convenções Internacionais: 
o Necessária ratificação (art. 49 I e 84 VIII CF); 
32 
 
o Convenções OIT; 
o Observância do § 3º do art. 5º da CF; 
 A forma como o tratado será 
recepcionado no Brasil dependerá do 
quórum de aprovação, podendo ser no 
nível de Lei Ordinário ou de Emenda 
Constitucional; 
 Leis: 
o Elaboradas pelo legislativo: 
o Competência da União (art. 22, I CF); 
 Medidas Provisórias: 
o Editado pelo poder Executivo; 
 Situações de relevância e urgência 
 Fundamento: art 59 e 62 CF 
o Exemplo MP. 808 
 Decretos: 
o Atos do Poder Executivo; 
o Finalidade de explicar as leis; 
 Art 84, IV CF; 
o Não poderão alterar o texto aprovado pelo 
legislativo: 
 Sentenças Normativas: 
o Sentenças que os Tribunais encerram uma 
demanda; 
o Criando novas situações de trabalho; 
o Poder normativo da justiça do Trabalho; 
 Criação de normas gerais, abstratas e 
impessoais; 
o Aplicação em caso de dissídios (art. 868 
CLT); 
o Vigência máxima de 04anos (art. 868 § único 
CLT); 
o Importante ressalva: 
 Reforma trabalhista inseriu o § 3º do 
artigo 8º da CLT: 
 Intervenção mínima na 
autonomia da vontade coletiva; 
 
 Súmula Vinculante: 
o Posicionamento majoritário do DTF; 
o Segurança Jurídica em matéria polêmica: 
 Art. 103-A da CF/88) 
o Não são possíveis contrariedades a essas 
decisões; 
o Contradição: 
 Vedação da utilização do salário 
mínimo como indexador, Súmula 
33 
 
Vinculante nº 4º do STF, na prática 
ocorre o contrário: 
 Salvo nos casos previstos na 
Constituição, o salário mínimo 
não pode ser usado como 
indexador de base de cálculo de 
vantagem de servidor público 
ou de empregado, nem ser 
substituído por decisão judicial. 
 
 Recurso de Revista Repetitivo: 
o Trazido pela lei 13.105 de 2014; 
o Julgamento por amostragem; 
o Escolha de alguns recursos de revistas para 
unificar a tese jurídica; 
 Processos com trânsito em julgado 
não são atingidos por essa inovação. 
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 HIERARQUIA DAS FONTES 
 Prevalência da fonte mais favorável ao trabalhador; 
 Regra era clara antes da reforma; 
 Ambiente pós reforma buscou a fidedignidade ao ambiente do 
trabalho, de modo que relativizou o direito: 
 Exceções: 
 Acordo Coletivo se sobrepõe ao texto da Convenção 
Coletiva: Art. 620 CLT; 
 Prevalência do negociado sobre o legislado (rol 
taxativo, Art. 611-A CLT). 
 
 Conflito Fontes Formais: 
 Antes da Reforma, aplicação da norma mais favorável. 
 Após a reforma, a resolução do conflito, dependerá de 
quais fontes estão se contrapondo: 
 Conflito entre CCT e ACT: 
o Art. 620 prevalecerá o contido no ACT 
 Conflito entre Instrumento Coletivo e Lei: 
o Prevalência do negociado sobre o legislado 
(art. 611-A); 
o Limites: 
 Direitos assegurados pela CF não 
flexibilizados pela própria; 
 Reforma status 
infraconstitucional; 
 Itens Contidos no Art. 611-B da CLT. 
 
 Demais Conflitos entre fontes formais: 
 
o Teoria do Conglobamento (majoritária): 
 Aplicação de apenas uma fonte; 
 Aplicação do acordo em caso de ser 
mais favorável: 
 
o Teoria da acumulação: 
 Aplica-se todas as fontes 
simultaneamente: 
 Considerando tudo que for 
favorável e excluindo tudo que 
for prejudicial: 
o Ônus excessivo ao 
empregador: 
o Fragmentação do Direito: 
 
36 
 
 
 
 
 INTEGRAÇÃO: 
 
 Reconhecimento da impossibilidade estatal de criar lei para todos 
os acontecimentos sociais; 
 Integração – meio de evitar que um conflito fique sem solução 
 Integrar – Tarefa de completar as lacunas deixadas pelo 
legislador 
 Técnicas: 
 Analogia: 
 Utilização de lei semelhante para regular o caso em 
que não existe lei específica: 
o Art 72 CLT (intervalo para mecanografia), 
TST Súmula 346 – Estendeu esse benefício 
aos digitadores: 
 Súmula n° 346 do TST: Os digitadores, 
por aplicação analógica do art. 72 da 
CLT, equiparam-se aos trabalhadores 
nos serviços de mecanografia 
(datilografia, escrituração ou cálculo), 
razão pela qual têm direito a intervalos 
de descanso de 10 (dez) minutos a 
cada 90' (noventa) de trabalho 
consecutivo. 
 
 Equidade: 
 Justiça aplicada com bom senso, razoabilidade: 
 Criação de norma jurídica ao caso concreto: 
 Fundamento Art. 8º CLT; 
 Princípios gerais possuem grande relevância nessa 
atividade, exercem função de integração, sem contudo 
extinguir a existência daquele que ficou sem utilização: 
 Os costumes – práticas reiteradas, servem de instrumento 
de integração; 
 Direito Comparado: 
 Análise e Estudo de leis de Diversos Estados; 
 Função de estabelecer diferenças e semelhanças 
entre as ordens jurídicas; 
 Havendo uma lacuna em nosso ordenamento – o 
Direito comparado poderá preenche-la. 
 
 Direito comum como fonte Subsidiária ( Pós Reforma 
37 
 
Trabalhista): 
 Acréscimo no Art. 8º, pós reforma: 
 Utilização legislativa, que possibilita a utilização do Direito 
Civil, Penal e demais áreas no preenchimento de lacunas; 
 Inovação trazida: O Direito Comum, poderá se sobrepor 
aos princípios específicos do Direito do Trabalho: 
 Crítica feita pela doutrina, no sentido de a aplicação 
irrestrita desse permissivo, descaracterizaria a J.T, não 
existe o mesmo protecionismo em todos os ramos do 
Direito; 
 Limitação à Jurisprudência Trabalhista (Pós Reforma Trabalhista): 
 Jurisprudência – instrumento de preencher lacunas: 
o Inovação trazida pela reforma: 
o Art. 8º § 2º - Restrição da atuação dos 
Tribunais, no sentido de que não poderão 
restringir ou criar obrigações que não estejam 
previstas em lei; 
 Julgador = reprodutor da lei; 
 Contrariedade ao artigo 489 § 
1º, do CPC. 
 Igualmente contrário ao 
Enunciado 2 da 2ª Jornada de 
Direito Material e Processual do 
Trabalho: 
 
o O caput, prevê no entanto a jurisprudência 
como meio de integração: 
 
 FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS TRABALHISTAS 
 
 
 AUTODEFESA: 
 Autotutela; 
 Imposição de agir a outrem, a favor ou contra sua vontade; 
 Solução Direta; 
 Sobreposição do interesse do mais forte sobre o mais 
fraco; 
 Podem solucionar, ou forçar uma composição entre as 
partes; 
 Ex: Greve 
 
 AUTOCOMPOSIÇÃO: 
 Solução Direta; 
 Acordo; 
 Renúncia recíproca; 
 Possibilidade de mediação (Ministério Público do Trabalho 
ou MTE); 
38 
 
 Comissão de Conciliação Prévia; 
 Ex. Acordo Coletivo, Convenção Coletiva; 
 
 HETEROCOMPOSIÇÃO: 
 Solução dada por um terceiro; 
 Solução indireta – não decidida pelas partes; 
 Formas de solução com a intervenção do Estado 
 Ex. Arbitragem, Jurisdição, Dissídio Coletivo. 
39 
 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO: 
 
1. Previsão Constitucional: 
 
 A Seção V da Constituição Federal é reservada para o tratamento das 
particularidades e condições da organização da Justiça do Trabalho, 
cuidando inclusive da extensão e compreensão de sua competência; 
 
 Merece destaque o ponto em que firma a competência da Justiça 
especializada no artigo 114, que será inclusive o ponto de consulta 
quando diante de caso divergente, o mesmo tem a seguinte redação: 
 
o Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes 
de direito público externo e da administração pública direta e 
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre 
sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , 
quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua 
jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição 
trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, 
decorrentes da relação de trabalho; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas 
aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de 
trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no 
art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das 
sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
45, de 2004) 
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na 
forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger 
árbitros. 
40 
 
§ 2º Recusando-sequalquer das partes à negociação coletiva ou 
à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar 
dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do 
Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas 
legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas 
anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
45, de 2004) 
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade 
de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho 
poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho 
decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
45, de 2004) 
 
 Conforme percebe-se do texto, fica claro o quanto a competência sofreu 
alteração com a Emenda Constitucional nº 45, de 2004; 
 
 Para adentrar ao cerne do tópico faz-se imprescindível estabelecer a 
distinção entre Jurisdição e Competência: 
 
o Jurisdição: 
 Reside na competência (legitimidade) que o Estado detém 
para julgar o caso concreto: 
 Reside na ideia de imparcialidade do juiz quando 
chamado a resolver caso de alguma parte que se 
sentir violada em seu(s) direito(s); 
 Podemos considerar duas formas de Jurisdição: 
 Voluntária: 
o Interesses convergentes das partes; 
 Contenciosa: 
o Interesses conflitantes; 
 Imunidade de Jurisdição: 
 Características própria de Estados estrangeiros, 
seus representantes diplomáticos e organizações 
internacionais, ao não se submeterem à jurisdição 
do país em que esteja instalado; 
o A imunidade de Jurisdição não se aplica aos 
casos trabalhistas; 
 Em que pese ser retornada a 
imunidade no momento de execução, 
não sendo possível executar decisões 
em face do privilégio das 
Representações nos países 
instalados; (convenção de Viena 1961 
e 1963); 
 Importante ressaltar que em se 
tratando de bens não afetos à 
missão diplomática essa 
imunidade não será observada:
41 
 
o Primeiro reconhecer que 
não se trata de 
empregado com função 
diplomática; 
o Possibilidade de 
levantamento do 
depósito recursal; 
o Impossibilidade de 
bloqueio de contas de 
Estado estrangeiro; 
 
o Não é equivocado afirmar que jurisdição e competência possuem 
relação muito próxima, ao passo que é a competência que 
legitima o exercício do poder jurisdicional; 
 
o Competência: 
 É a possibilidade de exercer a jurisdição, em falas mais 
simples seria a forma de divisão quanto a jurisdição de 
cada justiça: 
 Podemos dizer que no direito brasileiro a 
competência foi dividida da seguinte maneira: 
o Justiça Estadual; 
o Justiça Federal; 
o Justiça do Trabalho; 
o Justiça Eleitoral; Justiças 
o Justiça Militar especializadas 
 De outro ponto, como limite para a competência existe a 
Incompetência; 
 Que opera em nosso ordenamento sob duas 
formas: 
o Absoluta: 
 Não admite prorrogação da 
competência e pode ser arguida a 
qualquer momento, devendo ser 
declarada de ofício; 
o Relativa: 
 Deverá ser arguida em contestação, e 
em seu silencia considera-se 
prorrogada a competência; 
 Não poderá o juiz declarar de ofício a 
incompetência relativa; 
o Formas de Incompetência: 
 Valor; 
 Hierarquia; 
 Matéria; 
 Pessoa 
 
 
 
 
42 
 
 Competência Absoluta Competência Relativa 
Espécies Competência material; Competência Territorial; 
 Competência em Razão 
da Pessoa; Competência 
Funcional 
Competência em razão do 
valor da cusa 
Conhecimento Pode ocorrer de ofício Somente por provocação 
da parte 
Alegação Em qualquer momento e 
em qualquer instância 
Somente em sede de 
Exceção de Incompetência 
(contestação) 
Preclusão Não ocorrerá preclusão Não alegada em 
contestação, opera-se a 
preclusão 
Objeção 
(processo) 
Trata-se de matéria de 
ordem pública 
Não é uma objeção 
Processual 
Consequências Seu reconhecimento faz 
com que os autos sejam 
remetidos para o juízo 
competente, sendo nulo 
todos os atos praticados 
Seu reconhecimento faz 
com que os autos sejam 
remetidos para o juízo 
competente, sendo válido 
os atos praticados 
Ação 
Rescisória 
Pode ser objeto de ação 
rescisória 
Não será objeto de ação 
rescisória 
43 
 
 
Fonte: Manual Esquemático de Direito e Processo do Trabalho – Ives Gandra da 
Silva Martins Filho p. 228 
 
2. Competência em Razão das Pessoas (COMPETÊNCIA RATIONE 
PERSONAE): 
 
 Derivada da competência prevista no artigo 114 da Constituição Federal; 
 
 Essa classificação quanto a competência está ligada a características 
das pessoas que a lei possibilita a figuração como parte de uma 
demanda trabalhista; 
 
 Seria a resposta para a pergunta realizada por Bezerra Lei em seu livro: 
Quem são as pessoas que podem demandar na Justiça do Trabalho? 
 
o A resposta a essa indagação soluciona o tópico destinado a 
competência em razão da pessoa 
 
 Recorrendo aos preceitos constitucionais , sua redação pós alterações 
determina a competência da Justiça do Trabalho para julgar demandas 
em que as seguintes partes figurar: 
o Sindicatos: 
o Entes de Direito Público Externo; 
o Órgãos da Administração Pública Direta, Autarquia ou 
Fundacional da União, dos Estados, Do Distrito Federal e dos 
Municípios da qualidade de empregadores; 
o A União, quando ajuizar as ações relativas às penalidades 
administrativas aos empregadores 
44 
 
o INSS, para promover a execução das contribuições 
Previdenciárias 
o MPT, na hipótese do § 3º do artigo 114 da CF ( Ajuizamento de 
Dissídio Coletivo em caso de greve em atividade essencial, com 
possibilidade de lesão a interesse público; 
 
 Ainda que delimitada a competência, não é de todo forçoso identificar as 
particularidades da competência outorgada pela CF: 
 
o Trabalhadores que podem demandar na Justiça do Trabalho: 
 É importante determinar quais são as espécies de 
trabalhadores que terão suas relações em análise pela 
Justiça do trabalho: 
 Preciso delimitar o alcance quando se trata de trabalhador: 
 Por força da Reforma Trabalhista, ganhou força a 
posição doutrinária que classificou os trabalhadores 
em: 
o Trabalhadores Autônomos: 
 A esse grupo exceto se comprovada a 
fraude na contratação, não será 
reservada proteção pela justiça do 
trabalho, trata-se de natureza civil;
 Portanto a regra é não serem 
tutelados, embora as relações de 
trabalho podem ser objetos do Direito 
do Trabalho
o Trabalhadores Subordinados: 
 Típicos: 
 Empregados Urbano e Rural 
 
 Atípicos: 
 Eventual, Avulso, temporário, 
doméstico, servidor público; 
 Eventual e servidor público 
também não terão a análise de 
sua relação tutelada pelo direito 
do Trabalho; 
 De uma forma geral, a competência em razão da 
pessoa fica clara com a seguinte formatação: 
 
o Em se tratando de Trabalhadores 
subordinados típicos, todas as divergências 
serão dirimidas pela justiça do Trabalho; 
o Em se tratando da forma atípica, serão 
objetos da Justiça do Trabalho se: 
 Não houver lei que defina outra 
competência 
 
o Os entes de Direito Público Externo: 
 Aspecto de relevância pelo próprio tema, existe 
45 
 
possibilidade de processar entes estrangeiros dotado de 
imunidade diplomática? 
 Para a resposta é importante estabelecer o seguinte 
raciocínio: 
o Os estado soberanos gozam de uma 
imunidade relativa que incidirá apenas sobre 
uma fase do processo – a Execução, uma 
vez que o processo de conhecimento será 
conduzido de forma simples e natural; 
 
o No que tange a organismos internacionais, 
ONU, OIT, UNESCO, a imunidade de 
jurisdição é absoluta – OJ 416 da SBDI- 
1/TST 
 IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. 
ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO 
INTERNACIONAL (divulgado em 14, 15 e 
16-2-2012).
As organizações ou organismos 
internacionais gozam de imunidade 
absoluta de jurisdição quando amparados 
por norma internacional incorporada ao 
ordenamento jurídico brasileiro, não se 
lhes aplicando a regra do Direito 
Consuetudinário relativa à natureza dos 
atos praticados. Excepcionalmente, 
prevalecerá a jurisdição brasileira na 
hipótese de renúncia expressaà cláusula 
de imunidade jurisdicional. 
o Sendo certo que nas duas situações é 
possível que o Estado ou Ente possa abrir 
mão dessa imunidade, aplicando-se nessa 
oportunidade a legislação brasileira 
integralmente; 
 
o Os servidores de cartórios extrajudiciais 
 Houve um tempo em que eram tratados como servidor 
públicos lato sensu e por essa característica seria 
competente a Justiça comum; 
 
 Daí resultou instalado um conflito de matéria constitucional, 
pois a previsão expressa contida no artigo 236 da Cf era 
de que o serviço notarial seria exercido em caráter privado, 
por delegação do poder público; 
 
 Assim, reconheceu o STF que, relação entre trabalhadores 
e os titulares dos cartórios extrajudiciais é relação de 
emprego e por essa circunstância é competência para 
dirimir esse conflito a Justiça do Trabalho; 
 
 
3. Competência em Razão da Função: 
46 
 
 
 Fixada em razão de algumas atribuições especiais conferidas aos 
órgãos para determinados atos processuais; 
 
 Possui uma classificação mais abrangente, subdividida: 
 
o Competência Funcional Vertical: 
 Chamada de hierárquica, fixada em consonância com a 
distribuição de competência entre diversos órgãos: 
 Seriam o caso das competências recursais; 
 
o Competência Funcional Horizontal: 
 Atribuídas a órgãos judiciais do mesmo grau de jurisdição: 
 São os casos de Execução de sentença (CLT 877); 
Concessão de medidas liminares (659 IX e X CLT); 
Distribuição por dependência (286 CPC); 
 
 Partindo do pressuposto de como é a composição da Justiça do 
Trabalho, não é forçoso concluir que a competência funcional é 
desempenhada pelos três níveis da Justiça; 
 
o Competência Funcional das Varas do Trabalho: 
 Exercida monocraticamente pelo juiz titular da Vara do 
Trabalho: 
o Competência prevista pelo artigo 652 da CLT: 
Art. 652. Compete às Varas do Trabalho: 
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
a) conciliar e julgar: 
 
I - os dissídios em que se pretenda o 
reconhecimento da estabilidade de empregado; 
 
II - os dissídios concernentes a remuneração, 
férias e indenizações por motivo de rescisão do 
contrato individual de trabalho; 
 
III - os dissídios resultantes de contratos de 
empreitadas em que o empreiteiro seja operário 
ou artífice; 
 
IV - os demais dissídios concernentes ao contrato 
individual de trabalho; 
 
V - as ações entre trabalhadores portuários e os 
operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão- 
de-Obra - OGMO decorrentes da relação de 
trabalho; (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.164-41, de 2001) 
 
b) processar e julgar os inquéritos para apuração 
de falta grave; 
 
47 
 
c) julgar os embargos opostos às suas próprias 
decisões; 
 
d) julgar os recursos interpostos das decisões do 
presidente, nas execuções; 
 
d) impor multas e demais penalidades relativas 
aos atos de sua competência; 
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 6.353, de 
20.3.1944) 
 
e) impor multa e demais penalidades relativas aos 
atos de sua competência. 
(Suprimida pelo Decreto-lei nº 6.353, de 
20.3.1944) 
 
f) decidir quanto à homologação de acordo 
extrajudicial em matéria de competência da 
Justiça do Trabalho. (Incluído pela 
Lei nº 13.467, de 2017) 
 
Parágrafo único - Terão preferência para 
julgamento os dissídios sobre pagamento de 
salário e aqueles que derivarem da falência do 
empregador, podendo o Presidente da Junta, a 
pedido do interessado, constituir processo em 
separado, sempre que a reclamação também 
versar sobre outros assuntos. (Vide 
Constituição Federal de 1988) 
 
 Além da competência pacificada, nos termos do 
artigo 653 da CLT:
 
o Art. 653 - Compete, ainda, às Juntas de 
Conciliação e Julgamento: (Vide 
Constituição Federal de 1988) 
 
a) requisitar às autoridades competentes a 
realização das diligências necessárias ao 
esclarecimento dos feitos sob sua apreciação, 
representando contra aquelas que não atenderem 
a tais requisições; 
 
b) realizar as diligências e praticar os atos 
processuais ordenados pelos Tribunais Regionais 
do Trabalho ou pelo Tribunal Superior do 
Trabalho; 
 
c) julgar as suspeições arguidas contra os seus 
membros; 
 
d) julgar as exceções de incompetência que lhes 
forem opostas; 
 
e) expedir precatórias e cumprir as que lhes 
forem deprecadas; 
48 
 
 
f) exercer, em geral, no interesse da Justiça do 
Trabalho, quaisquer outras atribuições que 
decorram da sua jurisdição. 
 
 Com o fim dos classistas e se tornando unitária a 
jurisdição nas varas do trabalho, o juiz acumulou 
para si as seguintes competências:
 
o Presidir as audiências; 
o Executar as próprias decisões ou as que lhe 
for deprecada; 
o Despachar nos recursos interpostos pelas 
partes; 
o Conceder media liminar; 
o Propor a Conciliação e todas as demais 
competências previstas no artigo 114 da 
Constituição; 
o Ainda que não seja a sede do MPT, as ações 
civis pública deverão ser distribuídas na Vara 
do Trabalho do local onde ocorreu a lesão ou 
a ameaça aos direitos metaindividuais; 
 
o Competência Funcional dos Tribunais Regionais do Trabalho: 
 
 Quando em número suficiente para ser dividido em turma, 
observa-se o artigo 6º da lei 7.701/88: 
 
 Art. 6º - Os Tribunais Regionais do Trabalho que 
funcionarem divididos em Grupos de Turmas 
promoverão a especialização de um deles com a 
competência exclusiva para a conciliação e julgamento 
de dissídios coletivos, na forma prevista no "caput" do 
Art. 1º desta Lei.
 
Parágrafo único. O Regimento Interno disporá sobre a 
constituição e funcionamento do Grupo Normativo, bem 
como dos demais Grupos de Turmas de Tribunal 
Regional do Trabalho. 
 
 Ademais, quanto a competência do TRT, observa-se o 
artigo 678 da CLT: 
 
 Art. 678 - Aos Tribunais Regionais, quando divididos em 
Turmas, compete: (Redação dada pela Lei nº 5.442, de 
24.5.1968)
 
I - ao Tribunal Pleno, especialmente: (Incluído pela Lei nº 
5.442, de 24.5.1968) 
 
a) processar, conciliar e julgar originariamente os 
dissídios coletivos; 
 
49 
 
b) processar e julgar originariamente: 
 
1) as revisões de sentenças normativas; 
 
2) a extensão das decisões proferidas em dissídios 
coletivos; 
 
3) os mandados de segurança; 
 
4) as impugnações à investidura de vogais e seus 
suplentes nas Juntas de Conciliação e Julgamento; 
 
c) processar e julgar em última instância: 
 
1) os recursos das multas impostas pelas Turmas; 
 
2) as ações rescisórias das decisões das Juntas de 
Conciliação e Julgamento, dos juízes de direito investidos 
na jurisdição trabalhista, das Turmas e de seus próprios 
acórdãos; 
 
3) os conflitos de jurisdição entre as suas Turmas, os 
juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, as 
Juntas de Conciliação e Julgamento, ou entre aqueles e 
estas; 
 
d) julgar em única ou última instâncias: 
 
1) os processos e os recursos de natureza administrativa 
atinentes aos seus serviços auxiliares e respectivos 
servidores; 
 
2) as reclamações contra atos administrativos de seu 
presidente ou de qualquer de seus membros, assim como 
dos juízes de primeira instância e de seus funcionários. 
 
II - às Turmas: (Incluído pela Lei nº 5.442, de 24.5.1968) 
 
a) julgar os recursos ordinários previstos no art. 895, 
alínea a; 
 
b) julgar os agravos de petição e de instrumento, estes de 
decisões denegatórias de recursos de sua alçada; 
 
c) impor multas e demais penalidades relativas e atos de 
sua competência jurisdicional, e julgar os recursos 
interpostos das decisões das Juntas dos juízes de direito 
que as impuserem. 
 
Parágrafo único. Das decisões das Turmas não caberá 
recurso para o Tribunal Pleno, exceto no caso do item I, 
alínea "c" inciso 1, deste artigo. 
 
 Não sendo o Tribunal dividido em turmas, observa-se o 
artigo 679 da CLT; 
50 
 
 Ou seja: os recursos das multas impostas pelas 
Turmas;
 
 Nos termos do artigo 680 da CLT: seriam competentes os 
tribunais para: 
 Art. 680. Compete, ainda,aos Tribunais Regionais, ou 
suas Turmas: (Restabelecido com nova 
redação pela Lei nº 5.442, de 24.5.1968)
 
a) determinar às Juntas e aos juízes de direito a 
realização dos atos processuais e diligências necessárias 
ao julgamento dos feitos sob sua apreciação; 
 
b) fiscalizar o comprimento de suas próprias decisões; 
 
c) declarar a nulidade dos atos praticados com infração 
de suas decisões; 
 
d) julgar as suspeições arguidas contra seus membros; 
 
e) julgar as exceções de incompetência que lhes forem 
opostas; 
f) requisitar às autoridades competentes as diligências 
necessárias ao esclarecimento dos feitos sob apreciação, 
representando contra aquelas que não atenderem a tais 
requisições; 
 
g) exercer, em geral, no interêsse da Justiça do Trabalho, 
as demais atribuições que decorram de sua Jurisdição. 
 
 Sendo relevante ainda tratar da competência funcional dos 
Presidentes do TRT’S, prevista no artigo 682 da CLT: 
 Art. 682 - Competem privativamente aos Presidentes dos 
Tribunais Regionais, além das que forem conferidas 
neste e no título e das decorrentes do seu cargo, as 
seguintes atribuições: (Redação dada pelo 
Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946)
 
I - julgar os agravos das decisões dos presidentes de 
junta e dos juízes de Direito; (Redação dada pelo 
Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
(Revogado pela Lei nº 5.442, de 24.5.1968): 
 
II - designar os vogais das Juntas e seus suplentes; 
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
III - dar posse aos Presidentes de Juntas e Presidentes 
Substitutos, aos vogais e suplentes e funcionários do 
próprio Tribunal e conceder férias e licenças aos mesmos 
e aos vogais e suplentes das Juntas; 
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
IV - presidir às sessões do Tribunal; 
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
51 
 
V - presidir às audiências de conciliação nos dissídios 
coletivos; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 
8.737, de 19.1.1946) 
 
VI - executar suas próprias decisões e as proferidas pelo 
Tribunal; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 
8.737, de 19.1.1946) 
 
VII - convocar suplentes dos vogais do Tribunal, nos 
impedimentos destes; (Redação dada pelo 
Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
VIII - representar ao Presidente do Tribunal Superior do 
Trabalho contra os Presidentes e os vogais, nos casos 
previstos no art. 727 e seu parágrafo único; 
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
IX - despachar os recursos interpostos pelas partes; 
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
X - requisitar às autoridades competentes, nos casos de 
dissídio coletivo, a força necessária, sempre que houver 
ame e perturbação da ordem; (Redação dada pelo 
Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
Xl - exercer correição, pelo menos uma vez por ano, 
sobre as Juntas, ou parcialmente sempre que se fizer 
necessário, e solicitá-la, quando julgar conveniente, ao 
Presidente do Tribunal de Apelação relativamente aos 
Juízes de Direito investidos na administração da Justiça 
do Trabalho; (Redação dada pelo 
Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
Xll - distribuir os feitos, designando os vogais que os 
devem relatar; (Redação dada pelo 
Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
XIII - designar, dentre os funcionários do Tribunal e das 
Juntas existentes em uma mesma localidade, o que deve 
exercer a função de distribuidor; (Redação 
dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
XIV - assinar as folhas de pagamento dos vogais e 
servidores do Tribunal. (Redação dada pelo 
Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
§ 1º - Na falta ou impedimento do Presidente da Junta e 
do substituto da mesma localidade, é facultado ao 
Presidente do Tribunal Regional designar substituto de 
outra localidade, observada a ordem de antigüidade entre 
os substitutos desimpedidos. (Redação 
dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
§ 2º - Na falta ou impedimento do Juiz classista da Junta 
e do respectivo suplente, é facultado ao Presidente do 
52 
 
Tribunal Regional designar suplente de outra Junta, 
respeitada a categoria profissional ou econômica do 
representante e a ordem de antigüidade dos suplentes 
desimpedidos. (Redação dada pelo 
Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
§ 3º - Na falta ou impedimento de qualquer Juiz 
representante classista e seu respectivo suplente, é 
facultado ao Presidente do Tribunal Regional designar 
um dos Juízes classistas de Junta de Conciliação e 
Julgamento para funcionar nas sessões do Tribunal, 
respeitada a categoria profissional ou econômica do 
representante. (Incluído pela Lei nº 
3.440, de 27.8.1958). 
 
o Competência Funcional do Tribunal Superior do Trabalho: 
 
 Competência decorre dos seguintes dispositivos: 
 
 Art. 702 CLT:
o Aqui verifica-se a distribuição de competência 
em conformidade com os órgãos do próprio 
Tribuanl: 
 
 Lei 7.701 de 21/12/1988:
o Aborda sobre a especialização de turmas dos 
Tribunais do Trabalho em processos coletivos 
e individuais: 
 
 Regimento Interno do Tribunal Superior do 
Trabalho:
 
 Seguindo a divisão contida na CLT e no Regimento 
Interno, a competência funcional de cada órgão do 
TST está assim disciplinada:
 
o Tribunal Pleno: 
 
 Previsão no artigo 702 da CLT e artigo 
68 Do Regimento Interno: 
 I -eleger, por escrutínio secreto, o 
Presidente e o Vice-Presidente do 
Tribunal Superior do Trabalho, o 
Corregedor-Geral da Justiça do 
Trabalho, os sete Ministros para 
integrar o Órgão Especial, o 
Diretor, o Vice-Diretor e os 
membros do Conselho Consultivo 
da Escola Nacional de Formação e 
Aperfeiçoamento de Magistrados 
do Trabalho - ENAMAT, os 
Ministros membros do Conselho 
Superior da Justiça do Trabalho - 
53 
 
CSJT e respectivos suplentes e os 
membros do Conselho Nacional de 
Justiça;
 
II- dar posse aos membros eleitos 
para os cargos de direção do 
Tribunal Superior do Trabalho, aos 
Ministros nomeados para o 
Tribunal, aos membros da direção 
e do Conselho Consultivo da 
Escola Nacional de Formação e 
Aperfeiçoamento de Magistrados 
do Trabalho - ENAMAT; 
III- escolher os integrantes das 
listas para preenchimento das 
vagas de Ministro do Tribunal; 
 
IV- deliberar sobre prorrogação do 
prazo para a posse no cargo de 
Ministro do Tribunal Superior do 
Trabalho e o início do exercício; 
 
V - determinar a disponibilidade ou 
a aposentadoria de Ministro do 
Tribunal; 
 
VI-opinar sobre propostas de 
alterações da legislação 
trabalhista, inclusive processual, 
quando entender que deve 
manifestar-se oficialmente; 
 
VII - aprovar, modificar ou revogar, 
em caráter de urgência e com 
preferência na pauta, Súmula da 
Jurisprudência predominante em 
Dissídios Individuais e os 
Precedentes Normativos da Seção 
Especializada em Dissídios 
Coletivos; 
 
VIII-julgar os Incidentes de 
Uniformização de Jurisprudência; 
 
IX - decidir sobre a declaração de 
inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo do Poder Público, 
quando aprovada a argüição pelas 
Seções Especializadas ou Turmas; 
e 
 
X-aprovar e emendar o Regimento 
Interno do Tribunal Superior do 
Trabalho. 
 A reforma trabalhista alterou ainda a 
54 
 
redação da alínea “f”, que trata sobre a 
criação e alteração de súmulas, o que 
alterou o regimento interno 
especificamente nesse ponto; 
 
 Verifica-se uma alteração legislativa na 
esfera judicial, eis que a redação dada 
pela Reforma é mais exigente do que 
a contida no Regimento; 
 
o Órgão Especial: 
 Previsão Expressa no artigo 69 do 
Regimento Interno: 
 I - em matéria judiciária:
 
b) julgar mandado de segurança 
impetrado contra atos do 
Presidente ou de qualquer 
Ministro do Tribunal, ressalvada 
a competência das Seções 
Especializadas; 
 
c) julgar os recursos interpostos 
contra decisões dos Tribunais 
Regionais do Trabalho em 
mandado de segurança de 
interesse de Juízes e servidores 
da Justiça do Trabalho;d) julgar os recursos interpostos 
contra decisão em matéria de 
concurso para a Magistratura do 
Trabalho; 
 
e) julgar os recursos ordinários 
em agravos regimentais 
interpostos contra decisões 
proferidas em reclamações 
correicionais ou em pedidos de 
providências que envolvam 
impugnações de cálculos de 
precatórios; 
 
f) julgar os recursos ordinários 
interpostos contra agravo 
regimental e mandado de 
segurança em que tenha sido 
apreciado despacho de 
Presidente de Tribunal Regional 
em precatório; 
 
55 
 
g) julgar os agravos regimentais 
interpostos contra decisões 
proferidas pelo Corregedor- 
Geral da Justiça do Trabalho; e 
 
h) deliberar sobre as demais 
matérias jurisdicionais não 
incluídas na competência dos 
outros Órgãos do Tribunal. 
 
II - em matéria administrativa:
 
a) proceder à abertura e ao 
encerramento do semestre 
judiciário; 
 
b) eleger os membros do 
Conselho da Ordem do Mérito 
Judiciário do Trabalho e os das 
Comissões previstas neste 
Regimento, com observância, 
neste último caso, do disposto 
nos §§ 1º e 3º de seu artigo 47; 
(Redação dada pela Emenda 
Regimental nº 1/2011) 
 
c) aprovar e emendar o 
Regulamento Geral da 
Secretaria do Tribunal Superior 
do Trabalho, o Regimento da 
Corregedoria-Geral da Justiça 
do Trabalho, o Regulamento da 
Ordem do Mérito Judiciário do 
Trabalho, os Estatutos da 
Escola Nacional de Formação e 
Aperfeiçoamento de 
Magistrados do Trabalho - 
ENAMAT e o Regimento Interno 
do Conselho Superior da 
Justiça do Trabalho - CSJT; 
 
d) propor ao Poder Legislativo, 
após a deliberação do Conselho 
Superior da Justiça do 
Trabalho, a criação, extinção ou 
modificação de Tribunais 
Regionais do Trabalho e Varas 
do Trabalho, assim como a 
alteração de jurisdição e de 
sede destes; 
 
56 
 
e) propor ao Poder Legislativo a 
criação, extinção e 
transformação de cargos e 
funções públicas e a fixação 
dos respectivos vencimentos ou 
gratificações; 
 
f) escolher, mediante escrutínio 
secreto e pelo voto da maioria 
absoluta dos seus membros, 
Juízes de Tribunal Regional do 
Trabalho para substituir 
temporariamente Ministro do 
Tribunal Superior do Trabalho; 
 
g) aprovar a lista dos admitidos 
na Ordem do Mérito Judiciário 
do Trabalho; 
 
h) aprovar a lotação das 
funções comissionadas do 
Quadro de Pessoal do Tribunal; 
 
i) conceder licença, férias e 
outros afastamentos aos 
membros do Tribunal; 
 
j) fixar e rever as diárias e as 
ajudas de custo do Presidente, 
dos Ministros e servidores do 
Tribunal; 
 
l) designar as comissões 
temporárias para exame e 
elaboração de estudo sobre 
matéria relevante, respeitada a 
competência das comissões 
permanentes; 
 
m) aprovar as instruções de 
concurso para provimento dos 
cargos de Juiz do Trabalho 
Substituto; 
 
n) aprovar as instruções dos 
concursos para provimento dos 
cargos do Quadro de Pessoal 
do Tribunal e homologar seu 
resultado final; 
 
o) nomear, promover e demitir 
57 
 
servidores do Quadro de 
Pessoal do Tribunal; 
 
p) julgar os recursos de 
decisões ou atos do Presidente 
do Tribunal em matéria 
administrativa; 
 
q) julgar os recursos interpostos 
contra decisões dos Tribunais 
Regionais do Trabalho em 
processo administrativo 
disciplinar envolvendo 
magistrado, estritamente para 
controle da legalidade; e 
 
r) examinar as matérias 
encaminhadas pelo Conselho 
Superior da Justiça do 
Trabalho. 
 
 Verifica-se as atividades tanto na 
esfera judicial, quanto na esfera 
administrativa 
 
o Seção Especializada em Dissídios Coletivos: 
 Previsão contida no artigo 70 do 
Regimento Interno: 
 I-originariamente:
 
a) julgar os dissídios coletivos de 
natureza econômica e jurídica, 
de sua competência, ou rever 
suas próprias sentenças 
normativas, nos casos previstos 
em lei; 
 
b) homologar as conciliações 
firmadas nos dissídios coletivos; 
 
c) julgar as ações anulatórias de 
acordos e convenções 
coletivas; 
 
d) julgar as ações rescisórias 
propostas contra suas 
sentenças normativas; 
 
e) julgar os agravos regimentais 
contra despachos ou decisões 
não definitivas, proferidos pelo 
58 
 
Presidente do Tribunal, ou por 
qualquer dos Ministros 
integrantes da Seção 
Especializada em Dissídios 
Coletivos; 
 
f) julgar os conflitos de 
competência entre Tribunais 
Regionais do Trabalho em 
processos de dissídio coletivo; 
 
g) processar e julgar as 
medidas cautelares incidentais 
nos processos de dissídio 
coletivo; e 
 
h) processar e julgar as ações 
em matéria de greve, quando o 
conflito exceder a jurisdição de 
Tribunal Regional do Trabalho. 
 
 II - em última instância, julgar:
 
a) os recursos ordinários 
interpostos contra as decisões 
proferidas pelos Tribunais 
Regionais do Trabalho em 
dissídios coletivos de natureza 
econômica ou jurídica; 
 
b) os recursos ordinários 
interpostos contra decisões 
proferidas pelos Tribunais 
Regionais do Trabalho em 
ações rescisórias e mandados 
de segurança pertinentes a 
dissídios coletivos e em ações 
anulatórias de acordos e 
convenções coletivas; (Redação 
dada pela Emenda Regimental 
nº 1/2011) 
 
c) os embargos infringentes 
interpostos contra decisão não 
unânime proferida em processo 
de dissídio coletivo de sua 
competência originária, salvo se 
a decisão embargada estiver 
em consonância com 
precedente normativo do 
Tribunal Superior do Trabalho, 
59 
 
ou com Súmula de sua 
jurisprudência predominante; e 
 
d) os agravos de instrumento 
interpostos contra despacho 
denegatório de recurso ordinário 
nos processos de sua 
competência. 
 
o Seção Especializada em dissídios Individuais I: 
 
 Previsão no artigo 71 do Regimento 
Interno do TST; 
 Dividida em Subseção I e Subseção II; 
 Determinadas matérias julgadas em 
conjunto: 
 Divergência em 
decisõespreferidas pelas 
Subseções I e II
 De modo apartado, a competência de 
cada uma das subseções está assim 
definida: 
 
 II - à Subseção I: 
 
a) julgar os embargos interpostos 
contra decisões divergentes das 
Turmas, ou destas que divirjam de 
decisão da Seção de Dissídios 
Individuais, de Orientação 
Jurisprudencial ou de Súmula; e 
b) julgar os agravos e os agravos 
regimentais interpostos contra 
despacho exarado em processos de 
sua competência. 
 
 III -à Subseção II: 
 
 a) originariamente: 
 
1. julgar as ações rescisórias 
propostas contra suas decisões, as da 
Subseção I e as das Turmas do 
Tribunal; 
 
2. julgar os mandados de segurança 
contra os atos praticados pelo 
Presidente do Tribunal, ou por 
qualquer dos Ministros integrantes da 
Seção Especializada em Dissídios 
Individuais, nos processos de sua 
60 
 
competência; 
 
3. julgar as ações cautelares; e julgar os 
habeas corpus. 
 
 b) em única instância: 
 
1. julgar os agravos e os agravos 
regimentais interpostos contra 
despacho exarado em processos de 
sua competência; e 
 
2. julgar os conflitos de competência 
entre Tribunais Regionais e os que 
envolvam Juízes de Direito investidos 
da jurisdição trabalhista e Varas do 
Trabalho em processos de dissídios 
individuais. 
 
 c) em última instância: 
 
1. julgar os recursos ordinários 
interpostos contra decisões dos 
Tribunais Regionais em processos de 
dissídio individual de sua competência 
originária; e 
 
2. julgar os agravos de instrumento 
interpostos contra despacho 
denegatório de recurso ordinário em 
processos de sua competência. 
 
o Turmas: 
 
 Previsão contida no artigo 72 do 
Regimento Interno do TST, com 
legitimidade para: 
 
I -os recursos de revista interpostos 
contra decisão dos Tribunais 
Regionais do Trabalho, nos casos 
previstos em lei; 
 
II - os agravos de instrumento dos 
despachos de Presidente de Tribunal 
Regional que denegarem seguimento 
a recurso de revista; 
 
III - os agravos e os agravos 
regimentais interpostos contra 
despacho exarado em processos de 
61 
 
sua competência; e 
 
IV IV-os recursos ordinários em ação 
cautelar, quando a competência para 
julgamento dorecurso do processo 
principal for atribuída à Turma. 
 
 Em síntese e com base no artigo 67 do Regimento Interno, 
cabe ao TST, processar, conciliar e julgar na forma da lei, 
em grau originário ou recursal ordinário ou extraordinário, 
as demandas individuais e os dissídios coletivos que 
excedam a jurisdição dos Tribunais Regionais, os conflitos 
de direito sindical, assim como outras controvérsias 
decorrentes da relação de trabalho, e os litígios relativos 
ao cumprimento de suas próprias decisões, de laudos 
arbitrais e de convenções e acordos coletivos; 
 
4. Competência em Razão da Matéria: 
 
 Sua delimitação ocorre em razão da matéria versada nos autos, ao 
processo do trabalho verifica-se a competência material da causa de 
pedir e do respectivo pedido; 
o Assim se a demanda versar uma relação cuja a matéria é regida 
(ou deveria ser) pela CLT, somente a Justiça Especializada 
poderia processar e julgar, qual seja a Justiça do Trabalho; 
o Faz-se necessário que a relação jurídica preencha os requisitos 
que delimitam a competência da Justiça do Trabalho; 
 
 Sendo conforme exposto anteriormente absoluta a competência em 
razão da matéria, devendo na eventualidade de ocorrer ser declara de 
ofício sua incompetência; 
 
 Com o fito de uma melhor compreensão, é extremamente produtivo a 
subdivisão da competência material em três classificações: 
 
o Competência material original: 
 
 Ações Oriundas da Relação de Emprego: 
 
 Consequência natural, competência para conhecer, 
processar e julgar ações que decorram de relação 
de emprego, atendendo ao conceito tanto de 
empregado quanto de empregador (art. 2º e 3º da 
CLT);
 Decorrência de um contrato individual de trabalho 
(CLT 442 e 443);
 Celebra de forma tácita ou verbal;
 Podendo inclusive decorrer de relações 
empregatícias coletivas;
 Tendo origem na relação de emprego, o 
entendimento pós EC 45/2004, confere a
62 
 
competência da Justiça do Trabalho, ainda que a 
ação tenha natureza exclusivamente indenizatória; 
 
o Caso de danos morais (individuais e 
coletivos) decorrentes da relação de 
emprego, ainda que sem qualquer outro tipo 
de debate material: 
 Art. 114 CF; 
 Súmula Vinculante 22 STF; 
 Súmula 392 TST; 
 Lei Complementar 75/1993; 
 Lei 7.347/1985; 
 
o Registra-se a competência da Justiça do 
Trabalho para igualmente processar e julgar 
ações indenizatórias tanto em período 
anterior quanto posterior ao contrato de 
trabalho; 
 Art. 114 CF; 
 Aqui aplica-se uma análise em 
conjunto com o artigo 422 do CC, que 
aborda a boa-fé na celebração de 
contrato, não tendo sua aplicação 
restrita apenas ao tempo da 
contratação; 
 Situação pré-contratual – Perda de 
oportunidade (perda de uma chance); 
 Situação pós-contratual – Prestação 
pelo antigo empregador de 
indenização falsa ou prejudicial, ou 
ainda inserção do empregado nas 
listas de restrição (lista negra); 
 Importante destacar que os danos pré 
e pós contratual, não limita-se a ação 
individual, podendo ocorrer na esfera 
coletiva; 
 
o Ainda será competente para o julgamento de 
dano moral decorrente de acidente do 
trabalho e dano moral em ricochete: 
 Dano moral em ricochete é aquele em 
que a família (espólio) do empregado 
ajuíza ação de natureza indenizatória; 
 Sentido explicitado pelo 
Enunciado n. 36 da 1ª Jornada 
de Direito Material e Processual 
do Trabalho, realizada em 
Brasília-DF:
 ACIDENTE DO TRABALHO. 
COMPETÊNCIA. AÇÃO
63 
 
AJUIZADA POR HERDEIRO, 
DEPENDENTE OU 
SUCESSOR. Compete à 
Justiça do Trabalho apreciar e 
julgar ação de indenização por 
acidente de trabalho, mesmo 
quando ajuizada pelo herdeiro, 
dependente ou sucessor, 
inclusive em relação aos danos 
em ricochete. 
 
 Será de competência da justiça do 
trabalho a ação que tenha como objeto 
a ausência de inscrição no PIS/PASEP 
pelo empregador (Súmula 300 TST); 
 Ressalta-se que com relação ao 
PASEP, a Justiça do trabalho 
somente será competente para 
os servidores Celetistas;
 
 Com relação ao Meio ambiente do 
trabalho, será competente para 
julgamento a Justiça do Trabalho, 
conforme entendimento da Súmula 
736 do STF; 
 
 Quanto ao FGTS, dois apontamentos: 
Em se tratando de autorização para 
levantamento será competência da 
Justiça do Trabalho; Sendo em razão 
da correção monetária ou outros 
aspectos diversos, competência da 
Justiça Federal; 
 
 Na hipótese de não ser fornecida as 
guias de seguro desemprego, seja a 
rescisão por dispensa sem justa causa 
ou mesmo via rescisão indireta, o não 
fornecimento implica em adoção de 
medidas pela Justiça do Trabalho, 
inteligência expressa da súmula 389 
do TST; 
 
 Ações Possessórias e Intedito 
Proibitório: sendo a posse em 
decorrência da atividade laboral, será 
competente para dirimir qualquer 
imbróglio a Justiça do Trabalho, 
exemplos (Súmula vinculante 23 STF): 
64 
 
 Reivindicação de imóvel pelo 
empregado no caso de posse 
por salário utilidade;
 Ação possessória em face da 
outra parte por ferramentas de 
sua propriedade que esteja na 
posse do outro;
 Ação movida por terceiros que 
seriam interessados, para 
ingressar na empresa, isso 
ocorre como uma antecipação 
de um movimento grevista;
 
 Ações Oriundas da Relação de Trabalho: 
 
 Extensão de competência advinda da vigência da 
EC 45/2004;
o Valendo-se do seguinte conceito: 
 Relação de trabalho é aquela que diz 
respeito, repise-se, a toda e qualquer 
atividade humana em que haja 
prestação de trabalho, como a relação 
de trabalho: autônomo, eventual, de 
empreitada, avulso, cooperado, 
doméstico, de representação 
comercial, temporário, sob a forma de 
estágio etc. Há, pois, a relação de 
trabalho pela presença de três 
elementos: o prestador do serviço, o 
trabalho (subordinado ou não) e o 
tomador do serviço. ( Curso de Direito 
Processual do Trabalho, Carlos 
Henrique Bezerra Leite, 2018, p. 245); 
 
 Relação de trabalho avulso – competência da 
Justiça do Trabalho;
o Seja em face dos operadores portuários ou 
do OGMO – Órgão Gestor da mão de obra; 
 
 Trabalho eventual – Pela ausência da habitualidade 
somente será competente a justiça do trabalho na 
hipótese de se suscitar a fraude e comprovar a 
habitualidade;
 
 Empreitada – a relação entre empreiteiro e tomador 
em regra não será de competência da Justiça do 
Trabalho, exceto na hipótese de fraude;
65 
 
 Servidor Público Estatutário – incompetência da 
Justiça do Trabalho, seja dissídio individual ou 
coletivo, súmula 463 do TST;
 
o Competência material derivada: 
 
 Além da matéria originalmente outorgada à Justiça do 
Trabalho (relação de trabalho), advirá também a 
competência derivada, que tratará de aspectos incidentais; 
 
 Merece destaque que, com base no inciso IX do artigo 114 
da CF, os requisitos para a competência material derivada 
da Justiça do Trabalho são: 
 
 
 Existência de uma lide decorrente da relação de 
trabalho;
 Inexistência de lei afastando expressamente que a 
competência para apreciar esta lide é da Justiça do 
Trabalho;
 
 De forma geral, a competência derivada decorre da 
existência ou inexistência de lei específica, havendo lei 
específica para determinada função, a competência será 
da Justiça comum, não havendo legislação específica e 
enquadrando no artigo 114 da CF, a competência será da 
Justiça do Trabalho; 
 
 Competência Normativa: 
 
 Ramo do poder judiciário que cria normas gerais e 
abstratas às categorias econômicas e/ou 
profissionais;
 Exercido nos termos do § 2º da CF (sentença 
normativa);
o Ressalta-se entretanto que a competência 
para julgar e processar dissídios coletivos 
dependerá da extensão dos abrangidos 
(pretensos), ultrapassando o limite de um 
tribunal, a competência originária será do 
TST; 
 
 Ações que envolvam o direito a greve: 
 
 Decorrente do inciso II e do § 3º da CLT;
 Sendo que a greve no direito brasileiro é meio de 
defesa do interesse da categoria (se regular); Por essa razão, ações de ambos os lados que 
decorram da atividade grevista, será de
66 
 
competência da justiça do trabalho, desde que o 
objeto decorra da greve em si; 
 
 Ações envolvendo sindicato: 
 
 Advém da expressa compreensão do inciso III do 
artigo 114 da CF:
 
o Ações que tenham por objeto representação 
sindical; (competência em razão da matéria): 
 Origem no princípio da unicidade 
sindical, previsto no art. 8º II da CF; 
 
o Entre sindicatos; (competência em razão da 
pessoa) 
 
o Entre sindicatos e trabalhadores; 
(competência em razão da pessoa) 
 
o Entre sindicatos e empregadores; 
(competência em razão da pessoa) 
 
 Mandado de Segurança, habeas corpus e habeas data: 
serão tratados no tópico de procedimentos especiais da 
Justiça do Trabalho 
 
 Penalidades impostas por órgãos de fiscalização: 
 
 Previsão no capítulo III da CLT (arts. 639-642);
 Pelo princípio da máxima efetividade, qualquer 
demanda que verse sobre relação de trabalho, 
ainda que o objeto seja exclusivamente penalidade 
administrativa, será competente a justiça do 
trabalho.
 Por óbvio, a cobrança de multa por órgãos de 
fiscalização de profissões regulamentadas será de 
competência da justiça comum, por tratar-se de 
matéria de direito público e não de trabalho.
 
o Competência material executória: 
 
 Competência que lhe confere autonomia, duas são as 
formas de exteriorização: 
 
 Competência para executar suas próprias 
sentenças:
 
 Competência para executar contribuições 
previdenciárias
67 
 

5. Competência em Razão do Lugar: 
 
 Previsão expressa no artigo 651 da CLT, de modo que não há que se 
falar em aplicação subsidiária ou supletiva do direito comum; 
 
 Definida como Ratione Loci, ou ainda competência territorial, definida de 
acordo com a localização geográfica; 
 
 A regra indica que essa competência será exercida pelas Varas do 
Trabalho, cuja competência é definida em lei federal; 
o Exceção feita as ações de competência originaria dos Tribunais 
regionais do Trabalho 
 
 Pode-se afirmar portanto em linhas gerais que a competência das Varas 
e do próprio TRT está ligada a uma região que em regra corresponde ao 
limite de um determinado Estado; 
 
 De outro norte, verifica-se que a competência territorial do TST está 
subdividida assim como a do TRT em julgar originariamente ações que 
envolvam questões que extrapolem a área de um Tribunal e em matéria 
recursal das decisões do TRT em dissídios individuais e coletivos: 
 
o No que tange a competência Territorial, podemos criar o seguinte 
resumo: 
 Competência Territorial Varas: Limitadas a uma 
municipalidade, ou de acordo com a lei federal que a criou; 
 Competência Territorial do TRT: Corresponde em matéria 
originaria ou recursal, limitada a fração geográfica que 
contemple sua região; 
 Competência Territorial do TST: Competência territorial em 
toda extensão do Brasil. 
 
o Local da Prestação de Serviço: 
 
 Regra expressa no artigo 651 da CLT: 
 Determinada pela localidade onde o empregado 
(reclamante) prestar serviços ao empregador, essa regra 
terá preferência inclusive se o local da contratação tiver 
sido outro, ainda que no estrangeiro: (lex loci executionis), 
ou aplicação da lei do local d execução do contrato; 
 Explicação lógica, firmando essa interpretação o 
andamento do processo será mais célere, quando 
necessário produzir provas além de documental 
(testemunhal, pericial, inspeção judicial, etc);
68 
 
 Ressalva-se inclusive que em hipótese na qual o 
empregado ajuíza ação no domicílio em que reside, 
mesmo diverso do local da prestação do serviço e da 
contratação, se comprovada a insuficiência de recursos 
para ajuizar a ação no local da prestação de serviço, ainda 
que apresentada a exceção de incompetência deverá 
rejeitar a exceção, em razão do aspecto social que a 
decisão deverá originar: (fundamento Legal: CF art. 1º, III e 
IV; art. 5º, LV e LXXVIII). 
 Entendimento semelhante aplica-se ao empregado 
contratado no estrangeiro para prestar serviços no 
Brasil;
 
 Na hipótese de trabalhador agente (viajante) comercial, 
terá competência territorial: 
 O foro da Vara da localidade em que a empresa 
tiver sede ou filial, ou ainda no local em que estiver 
o mesmo subordinado;
 
 Empregado brasileiro que trabalho no estrangeiro: 
 
 Em se tratando de empregado brasileiro que labora 
no exterior, a previsão quanto a competência está 
no § 2º do artigo 651 da CLT:
 
 Eventual dissídio deverá ser distribuído no Brasil 
mesmo em se tratando de relação de trabalho 
havida no exterior, desde que, o empregado seja 
brasileiro e não exista convenção internacional (que 
o Brasil seja signatário) que disponha em contrário.
 
o Necessário entender que aqui a 
nacionalidade da empresa não terá 
relevância, o critério será definido em razão 
de ser o empregado brasileiro (nato ou 
naturalizado); 
o Sendo competente a Vara do trabalho do 
local em que houver sede ou filiar da 
empresa no Brasil, ou no local em que 
ocorreu esse contratação; 
 
 Tema de controvérsia: na hipótese de não ter a 
empresa representação no Brasil, a doutrina é 
divergente:
o Parte se filia no sentido de não ser possível o 
ajuizamento, uma vez que a decisão não teria 
como sujeitar o reclamado (Sérgio Pinto 
Martins); 
o Para o outro grupo a competência seguirá o 
local da prestação de serviço, o local da 
69 
 
contratação e dessa decisão se expedirá uma 
cara rogatória, contudo se a cumprirá deixa 
de ser questão da competência em si. (Carlos 
Henrique Bezerra Leite). 
 Importante esclarecer a regra contida no § 3º do artigo 
651, que trata do contrato de trabalho executado em 
localidade diversa de onde ocorreu a contratação: 
 
 Assim serão competentes simultaneamente tanto o 
local da contratação quanto o local da prestação de 
serviços
 
o Competência territorial e funcional para ação Civil Pública: 
 
 A competência para tal propositura será nos termos da OJ 
130 da SBDI 2/TST será estabelecida de acordo com a 
extensão geográfica do dano noticiado; 
 Trata-se de uma competência que simultaneamente 
será: Funcional, Territorial e absoluta.
 
o Foro de Eleição: 
 
 Regre prevista no artigo 63 do CPC, onde os contratantes 
elegem livremente o foro em que na eventualidade 
discutirão a matéria controvertida; 
 
 Embora seja possível a aplicação subsidiária e até 
supletiva do Direito comum às demandas trabalhistas, na 
matéria processual sempre será nula qualquer cláusula de 
eleição de foro; 
 
 Aqui abre-se espaço para uma exceção que 
habitualmente não poderia ser contrariada, o foro de 
eleição, quando favorável ao 
reclamante(empregado) poderá ser considerado, 
por se tratar de uma condição mais benéfica ao 
empregado, não sendo possível alterar de forma 
lesiva o contrato de trabalho.
 
 
 
6. Exceção quanto a competência e Conflito de Competência: 
 
 Estando a matéria referente a competência descrita nos tópicos 
anteriores, não é surpresa a ocorrência de certa forma em larga escala 
de assuntos que por vezes debatem sua ocorrência, seja na forma de 
exceção, seja na forma de conflito instalado; 
70 
 
 Ainda que exista regra própria por vezes o julgador fica inserido em 
ambiente que se discute sua competência em determinado caso, de tal 
sorte que as exceções e o conflito em si, revelam-se como valoroso 
objeto de estudo. 
 
 Competência absoluta e Competência Relativa: 
 
o Nos moldes do quadro mnemônico já apresentado, as 
competências: em razão da matéria, da pessoa e da função 
necessitam que o juiz que exercerá a jurisdição esteja legalmente 
apto para fazê-lo, o que do contrário implicaria em nulidade ou 
anulação dos atos anteriormente praticados; 
 
o De tal forma, podemos afirmar que a competência absoluta 
deverá ser de ofício declarada pelo juízo, podendo ser a qualquer 
tempo interpelada pelas partes, até o trânsito em julgado, após 
sua ocorrência, faz-senecessário ajuizamento de uma ação 
rescisória (art. 966 do CPC); 
 
o De outro lado, verifica-se que a competência em razão do 
território e do valor da causa será relativa, ou seja não havendo 
tempestivamente a exceção de incompetência, torna-se o juiz 
antes incompetente, competente para processar e julgar a 
demanda, não sendo possível a declaração de ofício, bem como 
não ser objeto de ação rescisório após o trânsito em julgado. 
 
 Modificação de Competência 
 
o Cientes quanto aos apontamentos do tópico anterior, podemos 
concluir da seguinte maneira: 
 
 A competência absoluta (Matéria, Pessoa e Função), serão 
imutáveis: 
 A competência relativa (Territorial e Valor da Causa), 
poderá ser alterada (art. 54 CPC); 
 
o Ocorre que nesse ponto a CLT é omissa, o que enseja a 
aplicação do CPC, que regula a forma pela qual se dará a 
modificação da competência: 
 
o Assim, podemos classificar como forma de modificação: 
Prorrogação – Conexão – Continência: 
 
 Prorrogação 
 
 Previsão expressa no artigo 65 do CPC, que 
sinteticamente garante que: a não alegação pelo réu 
(exceção de incompetência) promoverá a 
prorrogação da competência, tornando competente 
o foro anteriormente incompetente;
71 
 
 Em linhas gerais, a prorrogação da competência 
opera-se da seguinte maneira:
 
o a) Aceitação do autor; ao ajuizar a ação onde 
já saberia ser incompetente; 
o b) Aceitação do réu; ao deixa de ofertar 
tempestivamente a exceção de 
incompetência; 
 
 Conexão 
 Regra contida no artigo 54 do CPC, sendo que o 
conceito de conexão é apresentado pelo artigo 
seguinte (55 CPC):
 
o Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou 
mais ações quando lhes for comum o pedido 
ou a causa de pedir. 
 
 Aqui busca-se a segurança jurídica e 
consequentemente a impossibilidade de 
julgamentos distintos para ações semelhantes;
 
 Assim sendo, exceto se uma ação já tiver sido 
sentenciada, casos que tenham em comum o 
pedido ou a causa de pedir, deverão ser reunidos e 
julgado pela mesma autoridade;
 
 Trata-se de matéria de ordem pública.
 
 Continência 
 Previsão no artigo 56 do CPC, que reconhece a 
ações diferentes com identidade de parte e de 
causa de pedir, sendo uma causa de pedir mais 
ampla (continente) e outra menos ampla (contida), e 
implica na visão de duas ações assim definidas:
 
o Continente (mais ampla); 
o Contida (menos ampla) 
 
 Pela regra do artigo 57 do CPC, as consequências 
serão diferentes de acordo com qual ação tenha 
sido proposta anteriormente:
o Tendo sido a ação continente ajuizada 
anteriormente, a ação contida terão uma 
sentença sem resolução do mérito; 
 
o Tendo sido a ação contida ajuizada 
anteriormente, promove-se a reunião das 
ações. 
72 
 
 Ressaltando que pela regra do CPC, o juízo 
prevento é aquela que receber o registro ou a 
distribuição da petição inicial em primeiro lugar (art. 
59 CPC).
 
 Prevenção e distribuição por dependência 
 
 Cumprimento da obrigação prevista no artigo 58 do 
CPC, que determina a reunião de ações no juízo 
prevento, que possibilitará uma decisão simultânea;
 
 Na Justiça do Trabalho, assim como a regra do 
CPC, o critério de fixação do juízo prevento é 
CRONOLÓGICO, de modo que o protocolo da 
inicial é que cria a prevenção do juízo;
 
 Importante destacar ainda que, nos termos da lei 
7.347/85, a propositura da ação civil pública tornará 
prevento o mesmo juízo para tratar de qualquer 
ação posterior que tenha a mesma causa de pedir 
ou o mesmo objeto;
 
 Conflitos de competência (Conflito de Jurisdição) 
 
o Em conformidade com o artigo 803 da CLT são possíveis os 
seguintes conflitos: 
 Juízos do Trabalho e Juízes de Direito Investidos no cargo; 
 Entre Tribunais Regionais do Trabalho; 
 Juízos do Trabalho, TRT e órgãos da Justiça Ordinária; 
 
o Percebam que entre órgãos de hierarquia de diferente não haverá 
conflito de jurisdição (Súmula 420 TST); 
 
o Quanto a legitimidade para suscitar, tem-se o rol TAXATIVO, do 
artigo 805 da CLT: 
 
 Próprios Juízos; 
 TRT’S; 
 MPT; 
 Partes interessadas 
 
 A parte que arguiu incompetência relativa não poderá 
suscitar o conflito de competência (952 CPC); 
 
 Ademais, a incompetência deverá ser julgada antes.
 
o A legitimidade para dirimir os conflitos de competência, serão nos 
termos do artigo 808 da CLT: 
73 
 
 Pelo TRT: 
 Os suscitado entre juízes do Trabalho e entre juízos 
de Direito, que estejam investidos na jurisdição 
trabalhista, dentro da respectiva região;
 
 Pelo TST: 
 Os suscitados entre TRT’S, ou entre juízes do 
Trabalho e Juízes de Direito, em se tratando de 
TRT’S diferentes;
 
o A título elucidativo e com o intuito de não ocasionar prejuízo ou 
entendimento equivocado, a competência para dirimir conflitos de 
competência do TRT quanto do TST são restritos ao limite da 
Jurisdição trabalhista, para assuntos em geral, deverá ser 
observado a regra constitucional: 
 
 Competência do STF para julgar conflitos entre: 
 
 O STJ e quaisquer tribunais;
 Tribunais Superiores;
 Tribunais Superiores e qualquer outro tribunal.
 
 Competência do STJ para julgar conflitos: 
 Quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no seu 
art. 102, I, “o” da CF;
 Tribunal e juízes a ele não vinculados;
 Juízes vinculados a tribunais diversos;
 
 A outorga da competência está no artigo 114 da 
Constituição Federal, exceto no que compete a 
competência do STF ou STJ; 
 
 De qualquer modo é relevante que o conflito de 
competência quando suscitado seja precedido da análise 
quanto ao Regimento interno do Tribunal a ser 
endereçado; 
74 
 
DISSÍDIO INDIVIDUAL: 
 
 
1. AS PARTES NO DISSÍDIO INDIVIDUAL: 
 
1.1. São os sujeitos do processo, titulares da relação de direito material que 
gerou o conflito que se discute; 
1.2. São as partes, os entes que esperam da justiça a dissolução do evento 
ocorrido; 
1.3. Genericamente seriam as partes: 
 
1.3.1. As partes; 
1.3.2. O Juiz; 
 
1.4. De modo geral, são ainda partes no processo judicial, os auxiliares da 
Justiça, tanto os permanentes (secretários, oficial de justiça), quanto os 
eventuais (Peritos); 
1.5. Quanto ao aspecto processual: destaca-se a figura dos representantes 
das partes, podem ser separadas (distinguidas de acordo com o grau 
de imparcialidade); 
 
1.5.1. No rol dos imparciais: Juízes, Ministério Público, Peritos e todos 
os auxiliares da Justiça. 
1.5.2. No rol dos parciais: Reclamante e Reclamado, cada qual com o 
interesse próprio nos autos. 
 
1.6. Litisconsórcio: 
 
1.6.1. Situação de pluralidade em algum (ou ambos) os polos da 
demanda; 
1.6.2. Explicação técnica, seria a cumulação de lides que possuem 
algum tipo de ligação entre as partes; 
1.6.3. Na Justiça do Trabalho não haverá contagem em dobro para os 
litisconsortes (inaplicabilidade da regra civilista); 
 
1.6.4. Classificação do litisconsórcio: 
 
1.6.4.1. Segue-se a regra contida no Código de Processo Civil, em seu 
artigo 113 do CPC, cuja classificação é ativo ou passivo; 
1.6.4.2. Outra forma de classificação seria o momento em que é 
formado, podendo ser inicial (quando a ação já nasce em 
litisconsórcio) ou ulterior, quando durante o curso do processo 
for necessário a união das partes (art. 842 CLT); 
1.6.4.3. E quanto ao aspecto da obrigatoriedade, podendo ser 
facultativo e necessário (art. 114 CPC). 
 
1.6.4.3.1. Na hipótese de litisconsórcio necessário o juiz 
determinará que o autor providencie a citação de todos os 
litisconsortes passivos, sob pena de extinção sem 
75 
 
resolução de mérito, por ausência de pressuposto 
processual (art. 115 CPC); 
 
1.6.4.4. Pode-se estabelecer a divisão quanto a uniformidade da 
decisão a ser proferida, a divisão será entre litisconsórcio 
unitário (necessária uniformização da decisão); litisconsórcio 
simples (quando não há necessidade de uniformizar a 
decisão); 
 
1.6.4.5. Litisconsórcio Ativo – Reclamatória Plúrima: 
 
1.6.4.5.1. Previsão no art.842 da CLT - que determina 
acumulação de reclamatórias em que houver identidade 
de matéria, quando forem empregados de uma mesma 
empresa; 
1.6.4.5.2. A EC 45/2004 ampliou a competência da Justiça do 
Trabalho, contudo não houve a respectiva alteração 
legislativa, uma vez que o artigo 842 da CLT usa o 
vocábulo EMPREGADO, portanto apenas relação de 
emprego poderá ter a reunião em mesmos autos; 
1.6.4.5.3. Importante ressaltar que, sendo a reclamatória 
plúrima, não haverá aumento do número de testemunhas, 
permanecendo o mesmo número de testemunhas da ação 
ordinária (três por processo); 
 
1.6.4.6. Litisconsórcio ativo facultativo multitudinário: 
 
1.6.4.6.1. Regra prevista no CPC art. 113 §§ 1º e 2º, seria 
atividade do juiz em limitar o número de litigantes em 
qualquer das fases do processo, por requerimento do réu; 
1.6.4.6.2. O requerimento interromperia a contagem de prazo; 
1.6.4.6.3. Contudo, não há aplicabilidade do Dispositivo no 
Processo do Trabalho, por não ser possível limitar o 
número de autores e por não haver hipótese de 
interrupção de prazo para defesa, uma vez que a defesa é 
apresentada já em primeira audiência. 
1.6.4.6.4. Ademais, se for possível a limitação do processo na 
Justiça do Trabalho, o juiz não os extinguirá e sim 
determinará a sua redistribuição, constando isso nos 
autos; 
 
1.6.4.7. Litisconsórcio Passivo: 
 
1.6.4.7.1. Procedimento corriqueiro na Justiça do Trabalho, 
tendo em vista o número de ações em que se pugna pela 
responsabilidade solidária ou subsidiária (Súmula 331 do 
TST) e ainda quanto de trata de empreitada (455 CLT) ou 
ainda em reclamatória em face de empresas do mesmo 
grupo econômico (2º § 2º da CLT); 
76 
 
1.6.4.7.2. A praxe tem implicado no próprio magistrado de 
ofício determinar que sejam incluídos empregadores que 
eventualmente teriam a obrigação de arcar com as 
responsabilidades da decisão; 
1.6.4.7.3. Cada litisconsorte é responsável por dar andamento 
ao feito e todos devem ser intimados dos atos (art. 118 
CPC); 
1.6.4.7.4. A regra do CPC e aplicável na Justiça do Trabalho, 
implica que exceto na hipótese de litisconsórcio unitário, 
os litigantes serão tratados como distintos e parte adversa, 
como consequência teremos: 
1.6.4.7.4.1. As omissões de algum não prejudicará os demais, 
enquanto que do benefício de algum, todos se 
beneficiarão: 
1.6.4.7.4.1.1. Tudo o que for comum em se tratando de 
positivo se aproveitará (recurso interposto – 
aproveita-se tudo o que for comum), o depósito 
recursal em obrigação solidária também se 
comunica aos demais; 
1.6.4.7.4.1.2. Em contrapartida a revelia de uma não se aplica 
aos demais; 
 
1.7. Capacidade de ser parte e Capacidade Processual: 
 
1.7.1. Embora permearão a mesma atividade, são condições distintas a 
capacidade de ser parte e a capacidade processual; 
 
1.7.1.1. Capacidade de ser parte: 
 
1.7.1.1.1. Sabe-se que a personalidade civil inicia com o 
nascimento com vida, no entanto a lei já resguarde os 
Direitos desde a concepção, logo todo ser humano tem 
capacidade de ser parte, sem qualquer debate acerca de 
sua condição física ou mental; 
1.7.1.1.2. Trata-se de um direito universal outorgado para 
qualquer pessoa; 
1.7.1.1.3. Além da pessoa física, o direito reconhece ainda a 
tutela e a possibilidade de serem titulares de direitos e 
obrigações as pessoas jurídicas, que são variações 
criadas por um humano, de modo a possibilitar a 
circulação de riquezas e confecção de produtos e/ou 
serviços; 
1.7.1.1.4. Outro grupo também a quem o direito resguarda 
essa legitimidade seriam os entes despersonalizados e 
ainda o Ministério Público; 
 
1.7.1.2. Capacidade Processual: 
77 
 
1.7.1.2.1. Aqui trata-se especificamente da capacidade 
individual de comparecer em juízo, nos termos do artigo 
70 do CPC; 
1.7.1.2.2. Nos termos do artigo 402 da CLT, a capacidade civil 
plena dos empregados inicia-se aos 18 anos, podendo 
após isso constituir advogado; 
1.7.1.2.2.1. Dos 14 aos 18 anos, no entanto o trabalhador tem a 
capacidade para ser parte no processo judicial, desde 
que representado (menor de 16 anos) ou assistido 
(idade entre 16 e 18 anos), ressalta-se que a 
capacidade presente será a de ser parte, contudo a 
capacidade processual será outorgada a quem lhe 
estiver representando ou assistindo; 
1.7.1.2.2.2. Aplicação subsidiária da regra civilista, ao passo que 
aplica-se preferencialmente o artigo 71 e 72 do CPC; 
1.7.1.2.3. Existe ainda um ponto que merece destaque, em se 
tratando de empregador pessoa jurídica, tão logo esteja 
formalizado o processo de abertura, terá imediatamente 
capacidade processual; 
1.7.1.2.4. Na hipótese de empregador pessoa física, verifica-se 
que a capacidade processual será limitada aos maiores de 
18 anos e aos emancipados, de forma sucinta a 
capacidade civil plena indica a presença da capacidade 
processual; 
 
1.8. Representação das pessoas físicas: 
 
1.8.1. Além das hipóteses já faladas, importante ainda destacar outras 
formas em que a pessoa física será representada terá seus 
interesses representados: 
 
1.8.1.1. Representação do empregado por sindicato: 
 
1.8.1.1.1. Permissivo legal contido e obtido através da 
combinação dos artigos 791§1º e 513, ambos da CLT; 
1.8.1.1.2. Tal representação não exige ser o empregado 
associado ao sindicato, basta que pertença a determinada 
categoria; 
 
1.8.1.2. Representação do empregado por outro empregado: 
 
1.8.1.2.1. A representação aqui versada tem em sua essência 
a intenção de evitar o arquivamento da demanda; 
1.8.1.2.2. Previsão contida no § 2º do artigo 843 da CLT: 
1.8.1.2.2.1. Pelo destacado artigo, poderá o empregado 
impossibilitado de comparecer em audiência, fazer-se 
representar por outro que pertença à mesma função 
ou pelo sindicato da categoria; 
78 
 
1.8.1.2.3. A única finalidade, é evitar a extinção do feito, visto 
que não acontecerá a audiência, a tarefa do “substituto” é 
provar a existência de situação que impediu o 
comparecimento; 
 
1.8.1.3. Representação do empregado na reclamatória plúrima e na 
ação de cumprimento: 
 
1.8.1.3.1. Previsão expressa do artigo 843 caput da CLT, 
representada pelas seguintes situações: 
1.8.1.3.1.1. Quando for reclamatória plúrima, fala-se em 
litisconsórcio ativo: 
1.8.1.3.1.1.1. Aqui o sindicato faz figuração para o reclamante, 
eis que o termo correto não será representação, 
uma vez que essa será realizada pelo próprio 
advogado, hipótese de costume em se designar 
comissões sindicais; 
1.8.1.3.1.1.1.1. O Sindicato não poderá na ausência do 
reclamante transacionar direitos; 
 
1.8.1.3.1.2. Quando se tratar de ação de cumprimento, a hipótese 
será de substituição processual: 
1.8.1.3.1.2.1. Hipótese em que o sindicato atua em nome 
próprio, tutelando o interesse de outras pessoas 
(Direito individual homogêneo); 
 
1.8.1.4. Representação do empregado menor: 
 
1.8.1.4.1. Além do que já foi dito anteriormente, importante 
frisar que não ocorrerá prescrição em direitos de menor de 
18 anos, conforme regra expressa no artigo 440 da CLT; 
1.8.1.4.2. Outro ponto relevante é no que tange da 
impossibilidade de trabalho em horário noturno ou 
ambiente insalubre do menor de 18 anos e a vedação total 
do trabalho do menor de 16 anos, salvo na condição de 
aprendiz, a partir de 14 anos; 
 
1.8.1.5. Representação do empregado falecido: 
 
1.8.1.5.1. Acompanha-se a regra do processo civil (art. 75, VII 
do CPC), será representado pelo espólio, que por sua vez 
será representado pelo inventariante 
 
 
1.9. Representação das pessoas jurídicas e entes despersonalizados: 
 
1.9.1. Ainda que não seja possível levar a empresa (prédio) ao fórum, a 
empresa deverá ser representada por quem saiba das condições 
da contratação (art. 843 CLT); 
79 
 
1.9.1.1. Trata-se do preposto, que é um representante para aquela 
finalidade, deve ser empregado (exceto ME/EPP-Súmula 377 
TST) e suas declarações importarão na ocorrência de 
confissão; 
1.9.1.1.1. Para evitar qualquerforma de dúbia interpretação, a 
observância ao artigo 75 do CPC é fundamental: 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e 
passivamente: 
I – a União, pela Advocacia-Geral da União, 
diretamente ou mediante órgão vinculado; 
II – o Estado e o Distrito Federal, por seus 
procuradores; 
III – o Município, por seu prefeito ou procurador; 
IV – a autarquia e a fundação de direito público, por 
quem a lei do ente federado designar; 
V – a massa falida, pelo administrador judicial; 
VI – a herança jacente ou vacante, por seu curador; 
VII – o espólio, pelo inventariante; 
VIII – a pessoa jurídica, por quem os respectivos 
atos constitutivos designarem ou, não havendo essa 
designação, por seus diretores; 
IX – a sociedade e a associação irregulares e outros 
entes organizados sem personalidade jurídica, pela 
pessoa a 
quem couber a administração de seus bens; 
X – a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, 
representante ou administrador de sua filial, agência 
ou sucursal 
aberta ou instalada no Brasil; 
XI – o condomínio, pelo administrador ou síndico. 
§ 1º Quando o inventariante for dativo, os 
sucessores do falecido serão intimados no processo 
no qual o espólio 
seja parte. 
§ 2º A sociedade ou associação sem personalidade 
jurídica não poderá opor a irregularidade de sua 
constituição 
quando demandada. 
§ 3º O gerente de filial ou agência presume-se 
autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber 
citação para 
qualquer processo. 
§ 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar 
compromisso recíproco para prática de ato 
processual por 
seus procuradores em favor de outro ente federado, 
mediante convênio firmado pelas respectivas 
procuradorias. 
 
 
 
80 
 
1.10. Representação por advogado: 
 
1.10.1. Por ser possível a própria parte demandar em juízo, 
verifica-se que a representação do advogado é facultativa, exceto 
quando se tratar de processo em trâmite no TST; 
 
1.10.2. Mandato tácito ou apud acta: 
 
1.10.2.1. Seria um conjunto de atos praticados que induzem ser o 
advogado o representante constituído, ainda que não conste 
expressamente a procuração nos autos; 
1.10.2.2. Enquanto que o mandato apud acta, seria aquele que 
consta da própria audiência, embora deva ser expresso os 
poderes no processo civil, verifica-se que na trabalhista não é 
necessário nenhuma outra juntada além da própria ata de 
audiência 
 
1.10.3. Representação por estagiário de direito: 
1.10.3.1. Atos privativos de advogado não poderão ser realizados 
por advogado. 
 
2. JUS POSTULANDI: 
 
2.1. Trata-se da capacidade do próprio interessado (reclamado ou 
reclamante) postular em juízo, diverso do que ocorre no processo civil 
em que a capacidade postulatória fica restrita aos advogados; 
2.2. Previsão expressa no artigo 791 da CLT; 
2.2.1. Garantindo a parte que optar por tal capacidade a possibilidade 
de reclamar e acompanhar as reclamações até o final; 
2.2.1.1. Importante destacar que o termo até o final é relativizado, uma 
vez que não poderá a parte (jus postulandi) representar- se no 
TST, sendo indispensável constituir advogado, súmula 425 do 
TST; 
 
3. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS: 
 
3.1. CLASSIFICAÇÃO: 
 
3.1.1. Trata-se de forma em que terceiro que até então não figuraria 
como parte na relação processual; 
3.1.2. Aqui tem-se que o interesse não poderá ser de nenhuma outra 
forma que não seja processual; 
3.1.3. Por absoluta omissão da CLT, aplicam-se aqui as regras do CPC, 
devendo por conseguinte serem consideradas as exceções e 
particularidades do processo trabalhista. 
3.1.4. De forma que a intervenção de terceiro poderá ter as seguintes 
classificações: 
 
3.1.4.1. Provocada: 
3.1.4.1.1. A intervenção não acontece pelo próprio interessado 
e sim por uma das partes: 
81 
 
3.1.4.1.1.1. Casos de Denunciação da lide e chamamento ao 
processo. 
 
3.1.4.2. Espontânea: 
3.1.4.2.1. O terceiro entendendo sua relevância e necessidade 
comparece sem qualquer forma de coerção e participa do 
feito: 
3.1.4.2.1.1. Caso de assistência, oposição e embargos de 
terceiro. 
 
3.1.4.3. Ad coadjunvandum: 
3.1.4.3.1. Aqui o terceiro ingressa para auxiliar uma das 
partes, visando um pronunciamento judicial favorável; 
3.1.4.3.1.1. Caso da Assistência simples. 
 
3.1.4.4. Ad excludendum: 
3.1.4.4.1. Aqui a intenção do terceiro é no sentido de excluir 
obrigação de uma ou de ambas as partes; 
3.1.4.4.1.1. Caso de Oposição 
 
3.2. TIPOS: 
 
3.2.1. Assistência: 
3.2.1.1. Previsão nos artigos 119 a 124 do CPC: 
3.2.1.2. Forma espontânea de intervenção; 
3.2.1.3. Pode ser dividida em duas subclassificações: 
 
3.2.1.3.1. Assistência Simples: 
3.2.1.3.1.1. Prevista nos artigos 121 a 123 do CPC; 
3.2.1.3.1.2. Intenção de meramente auxiliar uma das 
partes, não haverá defesa de direito próprio; 
3.2.1.3.1.3. Havendo revelia da parte assistida, será o 
assistente seu substituto processual; 
 
3.2.1.3.2. Assistência Litisconsorcial: 
3.2.1.3.2.1. Previsão no artigo 124 do CPC; 
3.2.1.3.2.2. Defesa de interesse próprio e não meramente 
auxiliar; 
 
3.2.1.3.3. Importante estabelecer a distinção entre ambos: 
3.2.1.3.3.1. Em assistência simples, não poderá o 
assistente assumir posição diferente do assistido; 
3.2.1.3.3.2. Não poderá dar continuidade ao processo 
sem a anuência do que auxilia; 
3.2.1.3.3.3. Ao assistente litisconsorcial poderá assumir 
posição diversa do assistido; 
3.2.1.3.3.4. Poderá dar prosseguimento ao feito mesmo 
se quem auxilia se retirar da demanda; a sentença 
atingirá ambos os interesses 
82 
 
3.2.2. Oposição: 
3.2.2.1. Previsão por analogia nos artigos 682 a 686 do CPC: 
3.2.2.2. Perdeu o status de intervenção de terceiro propriamente dita; 
3.2.2.3. Tratava-se de uma intervenção voluntária, visto que ninguém 
era obrigado a colocar-se como opoente a direito de outrem; 
3.2.2.4. Não era aplicável ao processo do trabalho, visto que não 
possui a Justiça do Trabalho a competência para julgamento 
de segunda relação processual, no J.T a matéria é relação de 
trabalho, além de implicar em forma de atraso na prestação 
jurisdicional; 
 
3.2.3. Nomeação à autoria: 
3.2.3.1. Previsão atual no sentido de preliminar e contestação nos 
termos do artigo 338 do CPC; 
3.2.3.2. Assim como a oposição excluída do rol anteriormente 
existente; 
3.2.3.3. Hipótese em que o reclamado alegando a ilegitimidade passiva 
deveria indicar quem de fato deveria responder pela demanda 
e suas consequências: 
3.2.3.4. Instituto substituído pelo artigo 339 do CPC 
 
3.2.4. Denunciação da Lide: 
3.2.4.1. Previsão nos artigos 125 a 129 do CPC: 
3.2.4.2. Forma provocada e obrigatória de intervenção; 
3.2.4.3. Meio de fazer compor a lide aquele que arcará com as perdas 
da ação mediante ação regressiva ou pela evicção; 
3.2.4.4. Quando feito pelo autor – deve ocorrer na inicial; 
3.2.4.5. Quando feito pelo reclamado – feito na contestação. 
 
3.2.5. Chamamento ao processo: 
3.2.5.1. Previsão nos artigos 130 a 132 do CPC: 
3.2.5.2. Forma provocada e facultativa de intervenção: 
3.2.5.3. Realizada em sede de contestação, de sua decisão (que aceita 
ou não) será feita coisa julgada contra o chamad0; 
3.2.5.4. A sentença servirá de título executivo do réu contra ele; 
3.2.5.5. Na seara do Direito do Trabalho, vislumbra-se a hipótese de 
aplicação quando diante da situação contida no inciso III do 
artigo 130 do CPC, não sendo compatível sua ocorrência no 
momento de execução ou em dissídios coletivos; 
 
3.2.6. Desconsideração da Personalidade Jurídica: 
3.2.6.1. Previsão nos artigos 133 a 137 do CPC: 
3.2.6.2. Casos de ocorrência prevista no artigo 50 CC; 
3.2.6.3. Observância ao procedimento previsto no artigo 855-A da CLT; 
3.2.6.4. Forma provocada e facultativa de intervenção: 
3.2.6.5. Aqui pede-se a citação tanto da empresa quanto de seus 
sócios; 
83 
 
3.2.6.6. Poderá ser instaurada em qualquer fase dos autos; 
3.2.6.7. Antes da lei 13.467/2017 havia a figura da desconsideração deofício em execução, (878 da CLT), no entanto houve a 
retificação do artigo e hoje não mais é possível o 
prosseguimento da execução de ofício pelo magistrado; 
3.2.6.8. Merece destaque o seguinte: sendo a desconsideração 
solicitada em inicial, verifica-se que não será intervenção de 
terceiro e sim composição do polo passivo, adquirindo a feição 
de litisconsórcio passivo; 
3.2.6.9. Igual destaque ao caso desconsideração suscitada em ação 
coletiva, oportunidade em que tratando-se de demanda 
fundada em direitos relacionados ao meio ambiente do 
trabalho (metaindividuais), poderá acontecer a 
desconsideração, por inteligência do artigo 4º da Lei 9.605/98 
3.2.6.9.1. Possibilidade de atribuição de responsabilidade ao 
sócio retirante (art. 10-A CLT), respeitado o benefício de 
ordem; 
3.2.6.9.2. Por conta de sua natureza, verifica-se que em cada 
momento poderá ocorrer ou não seu imediato apelo: 
3.2.6.9.2.1. Se desconsiderado em fase de conhecimento 
– DECISÃO INTERLOCUTÓRIA – não cabe recurso; 
3.2.6.9.2.2. Em fase de execução – Caberá Agravo de 
Petição; 
3.2.6.9.2.3. EM incidente originário no Tribunal caberá 
agravo interno 
 
3.2.7. Amicus Curiae: 
3.2.7.1. Previsão no artigo 138 do CPC; 
3.2.7.2. Hipótese de interferência de terceiro em processo de 
relevância maior; 
3.2.7.3. Previsão em demandas repetitivas; 
3.2.7.4. Possibilidade de abrindo margem aos terceiros, haja um 
acréscimo na fundamentação; 
 
4. AS CUSTAS DO PROCESSO: 
4.1. Gênero que engloba toda forma de despesa ao longo de um processo 
judicial; 
4.2. Dentro do conceito macro, existem as figuras de custas processuais, 
emolumentos, despesas em geral, além da figura dos honorários: 
4.3. Da análise tributária, verifica-se que custas e emolumentos possuem 
natureza de taxa ( Direito Tributário); 
 
5. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA E JUSTIÇA GRATUITA: 
5.1. Necessário delimitar que para todos os efeitos, na Justiça do Trabalho 
existe uma diferença entre assistência judiciária e justiça gratuita, sendo 
o primeiro um permissivo legal, que implica ao sindicato de determinada 
categoria o dever de representar todos os pertencentes da mesma; 
5.2. Por conseguinte a gratuidade de justiça é mais amplo do que a 
Assistência Judiciária; 
84 
 
5.3. Oportunidade de grande debate seria a pertinência de poder o 
advogado cobrar duas vezes os honorários. 
5.3.1. Com julgamentos divergentes, após a promulgação da lei 
13.725/2018, podem ser cumulados os honorários contratuais e de 
substituição (sindicato); 
5.4. Nos termos do §1º do artigo 14 da Lei 5.584, será concedida a 
assistência judiciária ao trabalhador que: 
5.4.1. Receba menos de dois salários mínimos; 
5.4.2. Ou aquele que não dispuser de recurso suficiente para custear a 
demanda, independente do valor da remuneração; 
5.4.3. Nos termos do artigo 790 da CLT, será concedida a assistência 
judiciária ao desempregado ou ainda que receba até 40% do teto 
da previdência (R$ 5.800,00); 
5.4.3.1. Diante da divergência do texto da CLT e do texto de lei 
esparsa, aplica-se a regra da CLT; 
5.4.4. Importante ressaltar que pela forma como encontra-se redigido, 
verifica-se que a assistência judiciária é exercida privativamente 
pelas entidades sindicais, nos termos da lei 10.288/2001; 
5.4.4.1. Não é difícil concluir portanto que em se tratando de 
Assistência Judiciária teremos: 
5.4.4.1.1. Assistente – Sindicato; 
5.4.4.1.2. Assistido – Trabalhador; 
 
5.5. Necessário frisar que Assistência Judiciária e Gratuidade de justiça são 
institutos diferentes, sendo o primeiro exercido exclusivamente pelo 
sindicato e o segundo podendo ser requerido por qualquer parte, 
limitado ao valor máximo contido no artigo 790 da CLT, qual seja 
remuneração inferior a 40% do teto da previdência; 
5.6. A gratuidade de justiça abrangerá em seu bojo: 
5.6.1. Custas e emolumentos; 
5.6.2. Despesas com publicações; 
5.6.3. Até a promulgação da reforma trabalhista, a gratuidade abrangia 
ainda honorários, o que restou alterado, por força doa rtigo 790-B 
da CLT. 
5.6.4. Nos termos das alterações trazidas pela lei 13.467/2017, serão 
devidos pelo detentor da gratuidade de justiça quando sucumbente 
a obrigação de arcar com honorários advocatícios e/ou periciais; 
5.6.4.1. Quanto ao tópico necessário pontuar o seguinte: 
5.6.4.1.1. Na hipótese de não existir crédito na ação discutida 
ou em qualquer outra, suficiente para recebimento da 
sucumbência, ficará a mesma suspensa pelo prazo de 
dois anos após o trânsito em julgado, período em que 
poderá o credor demonstrar que não existe mais a 
condição que ensejou a gratuidade de justiça; 
5.6.4.2. Para a obtenção da gratuidade de justiça, deverá a parte que 
assim desejar requerer expressamente ao juízo, que analisará 
e de modo fundamentado decidirá; (nos termos do § 1º do art. 
4º da Lei 1.060/1950). 
 
 
 
85 
 
6. OS ATOS: 
 
6.1. Trata-se do momento no qual nasce o direito, ou se modifica ou 
extingue-se; 
6.2. Conceito amplo e objeto de disciplina exclusiva no Direito Civil, podendo 
se subdividir em: 
6.2.1. Fato Jurídico em sentido amplo: 
6.2.1.1. Fato jurídico em sentido estrito (ordinários e extraordinário); 
6.2.1.2. Atos Jurídicos (em sentido estrito e os negócios jurídicos); 
6.2.1.3. Atos Ilícitos; 
6.3. Previsão na CLT a partir do artigo 770 até 782 da; 
6.3.1. Todos os atos processuais trabalhistas devem ser públicos (salvo 
as exceções) 
6.3.2. Atos realizados em dias úteis, no horário compreendido das 06:00 
às 20:00 (art. 770 CLT); 
 
6.4. Comunicação dos atos processuais: notificação, citação e 
intimação: 
 
6.4.1. Citação: 
6.4.1.1. Previsto no artigo 238 do CPC, ato capaz de convocar a parte 
adversa para que querendo ingresse na demanda; 
6.4.1.2. Trata-se de pressuposto processual e indispensável para o 
prosseguimento da ação; 
6.4.1.3. Nos termos do artigo 239 do CPC, o comparecimento 
espontâneo supre a ausência de citação; 
6.4.1.4. Especificamente na J.T, a citação recebe o nome de 
notificação (art. 841 CLT); 
6.4.1.4.1. Que deverá no prazo de 48 horas proceder ao 
procedimento de notificação; 
6.4.1.4.2. Deve ser preservado um prazo mínimo entre a 
notificação e a realização da primeira (una) audiência o 
prazo de 05 dias; 
6.4.1.4.3. A notificação será realizada pelos correios, contudo, 
no estado de MG a notificação tem sido realizada sem o 
recibo de confirmação, de tal sorte não ser possível 
afirmar que a parte contrária tinha ciência quanto a 
audiência; 
6.4.1.4.4. No entanto, na hipótese de réu residir em local de 
difícil acesso ou que não tenha serviços regulares de 
correios, será realizada via oficial de justiça; 
(representante legal); 
6.4.1.4.4.1. Exceção: quanto a parte a ser citada (notificada) 
União oportunidade em que deverá ser de forma 
pessoal (representa 
6.4.1.4.5. Não vigorará o princípio da pessoalidade da citação 
(notificação); 
6.4.1.4.5.1. Deve o destinatário alegar ilegalidade na concessão 
dos prazos; 
 
6.4.2. Intimação: 
86 
 
6.4.2.1. Regra prevista no artigo 269 do CPC; 
6.4.2.2. Função de dar ciência quanto a atos e termos do processo; 
6.4.2.3. Com a utilização do PJe, verifica-se as intimações consideram-
se que o intimado conta com o prazo de 10 dias para lei as 
pendências; 
 
7. TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS; 
 
7.1. É denominado como Termo, a redução escrita do ato, ou a 
demonstração concreta do ato; 
7.2. Previsão na CLT nos artigo 771 a 773; 
7.3. Busca o legislador uma maior segurança quanto ao que seja realizado, 
trazendo assim atos mais rígidos e menos propensos a trazer a dúvida; 
7.3.1. Deve ser escrito sem rasura em língua oficial e não poderá ser 
feito a lápis; 
7.3.2. Via de regra serão assinados por ambas as partes e/ou pelas 
testemunhas; 
7.4. Contudo, dada a implantação do PJe, verifica-se a redução de termos, 
uma vez que os atos são praticados mediante assinatura eletrônica. 
 
7.5. PRAZOS PROCESSUAIS: 
 
7.5.1. Medida do tempo transcorrido desde a publicação até a data 
máxima para a prática ousua ausência de determinado ato; 
7.5.2. Uma alteração trazida pelas últimas mudanças legais (CPC e 
CLT), diz respeito a tempestividade das medidas interpostas antes 
do prazo, sob a vigência do CPC de 1973, seriam considerados 
intempestivos os atos praticados antes de sua publicação; 
 
7.5.3. Classificação: podem ser classificados de inúmeras maneiras, que 
auxiliam a compreensão quanto a sua relevância, sob esse prisma 
podem ser: 
 
7.5.3.1. Quanto à origem da fixação: 
7.5.3.1.1. Prazos Legais: definidos em lei e que não comporta 
debate ou mesmo alegar ignorância: 
7.5.3.1.1.1. Prazo para interposição de recurso; 
 
7.5.3.1.2. Prazos Judiciais: definidos pelo juiz: conforme 
capitulação expressa do § 4º do artigo 852 da CLT; 
 
7.5.3.1.3. Prazos Convencionais: prazo convencionado entre 
as partes, o que acontece com a suspensão do feito, seja 
para tentativa de acordo (art. 313 CPC); 
7.5.3.1.3.1. Ressalta-se que o prazo máximo de suspensão 
poderá ser de 06 (seis) meses, após o transcurso do 
tempo se converterá em prazo judicial, devendo ser 
determinado pelo juiz a prática de atos dentro do 
prazo estabelecido; 
 
7.5.3.2. Quanto à natureza: 
87 
 
7.5.3.2.1. Dilatórios: 
7.5.3.2.1.1. Também chamados de prorrogáveis, são os atos que 
não possuem um prazo legal para sua ocorrência, 
contudo é importante ressaltar que o requerimento de 
prorrogação deverá ser realizado até seu termo, após 
a data final terá ocorrido a preclusão. 
7.5.3.2.1.1.1. Prazo de vistas dos autos, prazo para 
apresentação do acordo; 
 
7.5.3.2.2. Peremptórios: 
7.5.3.2.2.1. Prazo fatal, impossíveis de serem prorrogados, 
advindos de texto legal; 
 
7.5.3.3. Quanto aos destinatários: 
7.5.3.3.1. Prazos próprios: 
7.5.3.3.1.1. Prazos destinados às partes, são por conseguinte 
peremptório e sobre eles ocorre preclusão; 
7.5.3.3.1.2. Via de regra já será redigido com o prazo a ser 
observado, no entanto sendo a norma silente, aplica-
se a regra do artigo 218 § 3º do CPC, qual seja 05 
(cinco) dias para a prática do ato processual; 
7.5.3.3.1.3. Para as pessoas jurídicas de direito público o prazo 
será em quadruplo para apresentar contestação; e 
em dobro para interposição de qualquer recurso. 
 
7.5.3.3.2. Prazos impróprios: 
7.5.3.3.2.1. Destinados aos juízes e órgãos auxiliares, sobre os 
quais não ocorrerá preclusão; 
7.5.3.3.2.1.1. Por inteligência dos artigo 658 da CLT e 226 
CPC: 
7.5.3.3.2.1.1.1. Despachos – 5 dias; 
7.5.3.3.2.1.1.2. Decisões interlocutórias – 10 dias; 
7.5.3.3.2.1.1.3. Sentença – 30 dias. 
7.5.3.3.2.1.2. Já para os servidores da trabalhista: 
7.5.3.3.2.1.2.1. 48 horas: 
7.5.3.3.2.1.2.1.1. Remeter cópia da inicial (841 CLT); 
7.5.3.3.2.1.2.1.2. Juntada do termo de audiência (851 
CLT); 
7.5.3.3.2.1.3. O descumprimento reiterado de prazos pelos 
juízes ou órgãos auxiliares podem desencadear 
sanção disciplinares. 
 
7.6. CONTAGEM DE PRAZO: 
7.6.1. Observa-se a regra do artigo 774 da CLT, qual seja o início da 
contagem a partir do conhecimento dos termos da notificação; 
88 
 
7.6.2. Observa-se ainda a regra do artigo e 775 também da CLT, que 
determina a contagem do prazo em dias úteis, excluindo o dia do 
início e incluindo o dia do fim; 
7.6.3. Portanto, podemos dizer que existem dois momentos na 
contagem do prazo: 
7.6.3.1. Dia do começo do Prazo: 
7.6.3.1.1. Chamado de dies a quo, sempre será excluído do 
dia da contagem, dies a quo non computatur in termino, o 
dia do começo não se computa no prazo. 
 
7.6.3.2. Início da contagem do prazo: 
7.6.3.2.1. Ocorre no dia útil seguinte ao do começo do prazo, e 
vai até dies ad quem, dies ad quem computatur in termino; 
 
7.6.3.3. Contagem de prazo: 
7.6.3.3.1. Por publicação: 
7.6.3.3.1.1. Dia do começo: Dia da publicação 
7.6.3.3.1.2. Início da Contagem: 1º dia útil seguinte 
7.6.3.3.2. Notificação Postal: 
7.6.3.3.2.1. Dia do começo: dia da ciência do ato, presume-se 
48 horas após a expedição (Súm. 16 TST) 
7.6.3.3.2.2. Início da Contagem: 1º dia útil seguinte 
7.6.3.3.3. Notificação Eletrônica: 
7.6.3.3.3.1. Dia do começo: 1º dia útil após sua publicação; 
7.6.3.3.3.2. Dia da Contagem: 1º dia útil após sua publicação 
7.6.3.4. Por inteligência do artigo 218 § 4º do CPC, os atos praticados 
antes do termo inicial, serão considerados tempestivos; 
7.6.3.5. Nos termos do artigo 776 da CLT, os prazos deverão ser 
certificados em secretaria; 
 
7.7. SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DOS PRAZOS: 
7.7.1. Por omissão, aplica-se a regra do CPC; 
7.7.1.1. Suspensão: 
7.7.1.1.1. Paralisa a contagem do prazo processual, ao fim da 
causa que suspendeu, retoma a contagem no momento 
em que foi paralisado 
 
7.7.1.2. Interrupção: 
7.7.1.2.1. Iniciada após a condição interruptiva, o prazo será 
devolvido integralmente, como se nunca tivesse iniciado; 
 
7.7.2. Situação semelhante ocorre com o Recesso Forense – 
compreendido do dia 20/12 ao dia 06/01, nos termos do artigo 220 
do CPC, os prazos ficarão suspensos; 
89 
 
7.7.3. Quando a parte ocasionar condições que obstaculizam a fruição 
do prazo, deverá o mesmo ser certificado e devolvido desde o 
momento em que foi suprimido; 
 
7.8. DISTRIBUIÇÃO E REGISTRO: 
7.8.1. Distribuição é o ato em que o processo deverá ser dirigido de 
modo aleatório para algum dos juízos existentes em determinada 
comarca; 
7.8.1.1. Meio de se evitar a escolha do juiz pela parte. 
 
7.9. DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA: 
7.9.1. Observância ao disposto no artigo 286 do CPC, que traz o rol de 
condições que ensejam a dependência: 
7.9.1.1. quando se relacionarem, por conexão ou continência, com 
outra já ajuizada; 
7.9.1.2. quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de 
mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com 
outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da 
demanda; 
7.9.1.3. quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 
3º, do NCPC, ao juízo prevento. 
7.9.1.4. Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra 
hipótese de ampliação objetiva do processo, o juiz, de ofício, 
mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor. 
7.9.2. Meio de modificação da competência funcional 
 
7.10. PROCESSO INFORMATIZADO 
7.10.1. Previsão contida na lei 11.419/2007; 
 
7.10.2. Definições no PJe-JT 
7.10.2.1. Resolução CSJT 136/2014, trata das funções do PJe-JT: 
7.10.2.1.1. Tramitação do processo: 
7.10.2.1.2. Padronização de dados; 
7.10.2.1.3. Produção, registro e publicidade dos atos; 
7.10.2.1.4. Fornecimento de dados necessário para condução 
do feito; 
7.10.2.1.5. Necessário para ter acesso e assinar documentos, 
possuir certificado digital; 
7.10.2.1.6. Ressalta-se que os autos são públicos e cuidou o 
judiciário de possibilitar aos interessados a chance de 
consulta; 
 
7.11. Atos processuais por meios eletrônicos: 
7.11.1. Somente serão admitidas se realizadas com assinatura 
eletrônica e obrigatoriamente existindo um 
cadastramento(credenciamento) prévio; 
7.11.2. Acesso aos autos 24 horas por dia; 
7.11.3. Todos os atos praticados, serão assim considerados no 
momento exato de sua ocorrência; 
90 
 
7.12. Comunicação eletrônica dos atos processuais; 
7.12.1. Realizadas através do Diário da Justiça Eletrônica 
7.12.2. Atos urgentes em que o interessado não tenha o certificado 
digital, poderá o ato ser realizado por servidor da Justiça do 
Trabalho 
 
7.12.3. Intimações Eletrônicas: 
7.12.3.1. Serão intimados os advogados cadastrados no sistema e 
apenas quando acessarem o mesmo; 
7.12.3.1.1. Contudo, em respeito ao princípio da duração 
razoável do processo, na hipótese de não ser visualizado, 
considera-se como visto em 10 dias após sua 
disponibilização; 
7.12.3.2. Consultas realizadas em dias não útil, será considerada 
efetivada no primeiro dia útil seguinte; 
7.12.3.3. As intimações serão realizadas em nome de qualquer 
advogado credenciado e será reputada validada, ainda que 
presente pedido de intimação exclusiva de apenas um 
advogado; 
 
7.12.4. Citações Eletrônicas:7.12.4.1. Poderá ocorrer exclusivamente eletrônica se as partes 
tiverem acesso integral aos documentos. 
7.12.5. Cartas Precatórias – Rogatórias: 
7.12.5.1. Perfeitamente compatível com o processo eletrônico; 
 
 
 
8. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA: 
 
8.1. Conceito: 
 
8.1.1. Prescrição seria a PERDA DA PRETENSÃO DE REPARAÇÃO 
DO DIREITO, que ocorrerá sempre que o titular do Direito quedar- 
se inerte. 
8.1.1.1. Seria a impossibilidade de requerer ao judiciário a intervenção 
na reparação do dano ocasionado; 
8.1.2. O Direito não socorre com quem dorme: 
8.1.3. A prescrição atinge diretamente a PRETENSÃO e indiretamente o 
próprio direito de agir; 
8.1.3.1. Importante ressaltar que o direito material (sua ofensa) não 
deixa de existir, apenas torna-se impossível pleitear sua 
reparação; 
8.1.4. Seria a Prescrição um meio de defesa indireta do mérito da 
demanda; 
8.1.4.1. Nos termos do artigo 487 II do CPC, presente os requisitos, a 
prescrição extingue o feito COM resolução do mérito. 
91 
 
8.2. Previsão Constitucional e Infraconstitucional: 
 
8.2.1. Na constituição de 1988 a previsão está no artigo 7º XXIX 
8.2.1.1. “XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de 
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os 
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após 
a extinção do contrato de trabalho;” 
8.2.2. Por outro lado na CLT a previsão está contida no artigo 11: 
8.2.2.1. “Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das 
relações de trabalho prescreve em cinco anos para os 
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após 
a extinção do contrato de trabalho.” 
8.2.3. Ressalta-se que aplicam-se as mesmas regras quanto a 
prescrição aos empregados domésticos; 
 
8.3. Prescrição bienal e quinquenal: 
 
8.3.1. Duas são as formas possíveis de Prescrição no Processo do 
Trabalho: 
 
8.3.1.1. Quinquenal: 
8.3.1.1.1. A contagem da prescrição quinquenal inicia-se do 
momento em que ocorre a lesão, contam-se 05 anos a 
partir do fato (actio nata); 
 
8.3.1.2. Bienal: 
8.3.1.2.1. Após a extinção do contrato de trabalho, terá o 
reclamante o prazo de 2 anos para o ajuizamento da ação 
trabalhista.. 
8.3.1.3. Importante ressaltar que após a extinção do contrato de 
trabalho, o empregado conseguirá a reparação de lesões 
ocorridas nos 5 anos anteriores ao ajuizamento da demanda. 
 
8.4. Exceções: 
 
8.4.1. Ações Meramente Declaratórias: 
8.4.1.1. Nos termos do §1º do artigo 11 da CLT: São imprescritíveis 
as ações meramente declaratórias (anotações para fins de prova 
junto à Previdência Social); 
 
8.4.2. Contra Menor: 
8.4.2.1. Contra os menores de 18 anos não corre nenhum prazo de 
prescrição: 
8.4.2.1.1. Art. 440 CLT: Urbano 
8.4.2.1.2. Art. 10 Lei 5.889/73: Rural 
 
8.4.3. FGTS 
8.4.3.1. Deixou de ser exceção, observa-se as regras da prescrição 
bienal e quinquenal; 
8.4.3.2. Súmula 362 TST: 
92 
 
8.4.3.2.1. Casos após 13/11/2014 – prescrição quinquenal; 
8.4.3.2.2. Casos antes 13/11/2014 – o que ocorrer primeiro 
(quinquenal ou trintenária); 
 
8.5. Rurícula: 
8.5.1. Idêntico ao trabalhador Urbano. 
 
8.6. Trabalhador Avulso: 
8.6.1. Idêntico ao Urbano. 
 
8.7. Prescrição Total e Parcial: 
 
8.7.1. BIENAL – sempre será total a prescrição bienal; 
8.7.1.1. Prazo de dois anos sempre será peremptório; 
8.7.1.2. Não observância do prazo implicará na perda total da 
pretensão. 
 
8.7.2. Quinquenal – Poderá ser tanto parcial quanto total; 
 
8.7.2.1. SERÁ PARCIAL: 
8.7.2.1.1. Se o direito pugnado estiver previsto em lei, ou seja, 
as lesões renovam-se sempre que ocorrerem. 
 
8.7.2.2. SERÁ TOTAL: 
8.7.2.2.1. Quando não encontrar amparo legal, as lesões não 
se renovam e consequentemente a prescrição será total. 
 
8.8. Suspensão da Prescrição: 
8.8.1. OJ 375 SDI-1 TST: 
8.8.1.1. A suspensão do contrato de trabalho não impede a fluência da 
prescrição quinquenal, exceto quando impossível o acesso ao 
judiciário. 
 
8.9. Interrupção da prescrição: 
8.9.1. Diversos posicionamentos: 
8.9.1.1. Súmula 268 TST: A ação trabalhista, ainda que arquivada 
interrompe a prescrição no que tange aos pedidos idênticos: 
 
8.9.1.2. OJ 359 SDI-1 do TST: Ação proposta por sindicato interrompe 
a prescrição, ainda que seja o sindicato parte declarada 
ilegítima; 
 
8.9.1.3. OJ 392 SDI-A TST: Protesto Judicial interrompe o prazo 
prescricional (art. 769 CLT e art. 15 CPC/2015). 
 
8.10. Prescrição de Ofício: 
8.10.1. Não é cabível no Processo do Trabalho: 
8.10.1.1. Ofensa ao Princípio da proteção, norma mais favorável e 
da indisponibilidade: 
93 
 
8.10.1.1.1. Embora princípios que atuam no direito material, fato 
é que o direito processual é a ferramenta para utilizar a 
correção quando presente ofensa no direito material; 
8.10.1.2. Distanciamento do aspecto social; 
8.10.1.3. A prescrição é matéria a ser alegada pelo réu (art. 884 da § 
1º da CLT); 
 
8.11. Reforma Trabalhista e reflexos: 
8.11.1. O advento da Lei n. 13.467/2017 promoveu importantes 
alterações no art. 11 e incluiu o art. 11-A na CLT: 
“Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de 
trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e 
rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de 
trabalho. 
I – (revogado); 
II – (revogado). 
(…) 
§ 2º Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações 
sucessivas decorrente de alteração ou descumprimento do 
pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela 
esteja também assegurado por preceito de lei. 
§ 3º A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento 
de reclamação trabalhista, mesmo que em juízo incompetente, 
ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito, produzindo 
efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos. 
Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho 
no prazo de dois anos. 
§ 1º A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando 
o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da 
execução. 
§ 2º A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou 
declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição.” 
8.11.2. Alterações efetivas: 
8.11.2.1. Melhoria de redação na definição e diferenciação das 
prescrições quinquenal e bienal; 
8.11.2.2. Inclusão na CLT da redação da Súmula 294 do TS T, 
trazendo a previsão legal da prescrição total e parcial; 
8.11.2.3. A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo 
ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que em juízo 
incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do 
mérito, produzindo efeitos apenas em relação aos pedidos 
idênticos; 
8.11.2.4. Previsão legal do cabimento da prescrição intercorrente na 
Justiça do Trabalho; 
8.11.2.5. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho 
no prazo de dois anos; 
8.11.2.6. Fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se 
quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no 
curso da execução; e 
94 
 
8.11.2.7. A declaração da prescrição intercorrente pode ser 
requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de 
jurisdição.” 
 
 
8.12. Decadência: 
8.12.1. Perda do próprio direito material: 
8.12.2. Possível afirmar a presença de 03 prazos decadenciais: 
8.12.2.1. Inquérito Para apuração de falta grave 
8.12.2.1.1. Prazo de 30 dias, contados da suspensão; 
8.12.2.1.1.1. Art. 494 e 853 da CLT – Súm. 403 STF. 
8.12.2.2. Ação Rescisória: 
8.12.2.2.1. Prazo de 02 anos do trânsito em julgado; 
8.12.2.2.1.1. Art. 975 CPC e Súm. 100 TST; 
8.12.2.3. Mandado de Segurança 
8.12.2.3.1. 120 dias do ato coator; 
8.12.2.3.1.1. Art. 23 Lei 12.016/2019. 
 
9. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ E ASSÉDIO PROCESSUAL: 
 
 
 
 
 
95 
 
10. AS NULIDADES: 
 
10.1. Conceito: 
10.1.1. Ato processual praticado por entes legítimos e julgado por 
juiz competente que são impedidos de produzir os efeitos; 
10.1.2. A nulidade do ato pressupõe a ausência de requisitos 
reputados como indispensáveis pela legislação;10.1.3. No aspecto processual, significa que na condição 
apresentada o resultado prático do processo impede seus efeitos; 
10.1.4. Pressuposto de validade: todos os atos processuais são 
reputados por válidos e eficazes, até que seja decretada sua 
invalidade; 
10.1.4.1. Seria o caso de uma sentença proferida por uma 
autoridade incompetente, até que seja declarada sua violação, 
os atos são plenamente válidos e eficazes. 
 
10.2. Atos Processuais: Anuláveis, Inexistentes e Nulos: 
10.2.1. No direito material, as nulidades são aquelas contidas no 
artigo 9º da CLT: 
10.2.2. No que tange ao Direito Processual, concebe-se a ideia de: 
10.2.2.1. Atos Inexistentes: 
10.2.2.2. Atos Nulos: 
10.2.2.3. Atos Anuláveis: 
10.2.3. De forma que os vícios serão classificados de acordo com 
sua gravidade: 
10.2.3.1. Meras irregularidades sem consequências processuais: 
10.2.3.1.1. Não trazem consequência prejudicial; 
10.2.3.1.2. Irregularidade de pequena relevância: 
10.2.3.1.2.1. Ex audiência que se encerra após às 20 
horas. 
 
10.2.3.2. Irregularidades com sanções extraprocessuais: 
10.2.3.2.1. Sanções cabíveis serão fora do processo; 
10.2.3.2.2. Seria uma consequência em razão de inobservância 
de obrigação regularmente inscrita em lei; 
10.2.3.2.2.1. Seria um advogado respondendo processual 
na OAB, um juiz respondendo por retardar a prática 
de determinar ato, crime de falso testemunho; 
 
10.2.3.3. Irregularidades que acarretam nulidades processuais: 
10.2.3.3.1. Podem ser tanto caso de nulidade relativa ou 
absoluta. 
 
10.2.3.4. Irregularidades que acarretam a inexistência do ato 
processual: 
10.2.3.4.1. Atividade praticada por quem não detém 
competência para tal; 
10.2.3.4.1.1. Sentença proferida por juiz aposentado, ato praticado 
por funcionário afastado; 
96 
 
10.2.3.5. Importante dizer que, qualquer nulidade depende de 
decretação judicial, processualmente é válido o trânsito em 
julgado de sentença inválida. 
10.2.3.5.1. Art. 966 II CPC: 
CAPÍTULO VII 
DA AÇÃO RESCISÓRIA 
 
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode 
ser rescindida quando: 
(...) 
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo 
absolutamente incompetente; 
 
10.3. Nulidade Absoluta e Nulidade Relativa: 
10.3.1. ABSOLUTA: 
10.3.1.1. O ato fere norma de ordem pública; 
10.3.1.2. Condição de indisponibilidade pelas partes; 
10.3.1.3. Sua não observância compromete a validade total ou 
parcial do processo e não se sujeita em regra à preclusão; 
10.3.1.4. Deverá ser declarada de ofício pelo próprio magistrado ou 
via ação rescisória; 
 
10.3.2. RELATIVA: 
10.3.2.1. Trata-se de vício sanável, uma vez que decorre de ato 
praticado no interesse da parte; 
10.3.2.2. O ato poderá ser convalidado na hipótese de omissão da 
parte interessada; 
10.3.2.3. Não será declarado de ofício pelo magistrado; 
10.3.2.4. Seria o caso da parte não oferecer a exceção de 
incompetência. 
 
10.4. Ato Processual Inexistente: 
10.4.1. Incabível a ação rescisória – Trata-se de hipótese de ação 
declaratória de inexistência de ato processual (querela nullitatis); 
10.4.2. Seria o caso de sentença por juiz aposentado, processo 
instruído com citação inexistente; 
10.4.3. No entanto a inexistência somente se declarará se houver 
provocação da parte que se sentir afetada; 
10.4.4. Todos os atos processuais possuem condão de produzir 
efeitos, ainda que praticados por quem não detinha condições, não 
haverá presunção de inexistência; 
10.4.5. O ato processual somente será considerado nulo mediante 
decisão judicial – presunção de validade dos atos processuais. 
 
10.5. Princípios das Nulidades Processuais: 
10.5.1. Na CLT existe uma Seção própria para tratar das nulidades 
processuais: 
SEÇÃO V 
 
DAS NULIDADES 
97 
 
Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do 
Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados 
manifesto prejuízo às partes litigantes. 
 
Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante 
provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez 
em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. 
 
§ 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade 
fundada em incompetência de foro. Nesse caso, serão 
considerados nulos os atos decisórios. 
 
§ 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na 
mesma ocasião, que se faça remessa do processo, com urgência, à 
autoridade competente, fundamentando sua decisão. 
 
Art. 796 - A nulidade não será pronunciada: 
 
a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato; 
 
b) quando argüida por quem lhe tiver dado causa. 
 
Art. 797 - O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os 
atos a que ela se estende. 
 
Art. 798 - A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores 
que dele dependam ou sejam consequência. 
 
10.6. De modo que, não haverá nulidade processual a ser decretada se 
a finalidade da justiça for alcançada e se não houver manifesto prejuízo 
às partes. 
 
10.6.1. Princípio da Instrumentalidade das Formas: 
10.6.1.1. O processo não pode ser um fim em si mesmo: 
10.6.1.1.1. Atos praticados ainda que de forma diversa, desde 
que alcance seus objetivos poderá ser reputado por 
verdadeiro: 
 
Art. 188 CPC. Os atos e os termos processuais 
independem de forma determinada, salvo quando a lei 
expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, 
realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade 
essencial. 
Art. 277 CPC. Quando a lei prescrever determinada forma, 
o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro 
modo, lhe alcançar a finalidade. 
98 
 
10.6.1.1.2. Podemos considerar a hipótese de informação 
equivocada de número de processo para cumprimento de 
ato efetivamente concluído 
 
10.6.2. Princípio do prejuízo ou da transcendência: 
10.6.2.1. A nulidade pressupõe prejuízo às partes, não havendo 
prejuízo não haverá nulidade. 
§ 1º do art. 282 do NCPC dispõe que o ato, ainda que nulo, 
não será repetido nem sua falta será suprida quando não 
prejudicar a parte. 
§ único do art. 283 do NCPC é expresso ao dispor que: “Dar- 
se-á o aproveitamento dos atos praticados desde que não 
resulte prejuízo à defesa de qualquer parte”. 
 
10.6.2.2. Seria a hipótese de ser a parte notificada por edital 
comparece espontaneamente à audiência e apresenta sua 
defesa sem alegação de vício de citação, não poderá depois 
alegar nulidade por não ter sido citada regularmente, pois não 
houve prejuízo para o seu direito de defesa. 
10.6.2.3. Seria ainda no caso de recurso em que o recorrente alega 
nulidade da sentença e o tribunal verifica ser improcedente a 
demanda. (NCPC, art. 282, § 2º). 
 
10.6.3. Princípio da Preclusão ou Convalidação: 
10.6.3.1. Não sendo provocada pela parte e na hipótese de não 
causar prejuízos, os atos nãos serão invalidados; 
10.6.3.2. Ocorre a preclusão quando a parte deixar de constar “seus 
protestos, consagração do princípio da oralidade das formas; 
10.6.3.3. Não abrange no entanto as nulidades absolutas; 
 
10.6.4. Princípio da Economia e Celeridade Processual: 
10.6.4.1. Não se pronuncia a nulidade quando possível suprir a falta 
ou repetir o ato; 
10.6.4.2. Excesso de formalismo não pode ser objeto de 
procrastinação do feito; 
10.6.4.3. Seria o comparecimento sem procuração, sem carta de 
preposição, concede-se o prazo para juntada e aplica-se os 
efeitos de sua ausência quando não juntado no prazo 
assinalado; 
 
10.6.5. Princípio do Interesse: 
10.6.5.1. A parte que mesmo indiretamente tiver dado causa para a 
nulidade não poderá alegar; 
10.6.5.1.1. Observância ao princípio da boa-fé; 
 
10.6.6. Princípio da Utilidade: 
10.6.6.1. Deverão ser aproveitados todos os atos anteriores ao da 
declaração de nulidade; 
10.6.6.2. Previsão no artigo 798 da CLT; 
99 
 
CARAC. NULIDADE ABSOLUTA NULIDADE RELATIVA 
a) defeito que 
gera 
ATO NULO ATO ANULÁVEL 
b) interesse em 
jogo 
PÚBLICO (NORMA 
IMPERATIVA) 
PRIVADO (NORMA 
DISPOSITIVA) 
 
c)efeitos 
 
NÃO PRODUZ 
QUANDO NÃO ANULADO 
PRODUZ TODOS OS EFEITOS 
d) sentença 
anulatória 
 
DECLARATÓRIA 
 
CONSTITUTIVA 
 
e) abrangência 
da sentença 
 
 
ERGA OMNES 
 
 
INTER PARS 
f) quem pode 
alegar 
PARTES (PARCIAIS E 
IMPARCIAIS) 
 
APENAS OS INTERESSADOS 
 
g) possibilidade 
de ratificação 
 
NÃO EXISTE (QUESTÃO DE 
ORDEM PÚBLICA) 
 
PODE SER RATIFICADO 
(QUANDO NÃO ALEGADO) 
 
h) 
prescritibilidade 
 
 
IMPRESCRITÍVEL 
 
AÇÃO ANULATÓRIA É 
PRESCRITÍVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
i) casos) 
 
 
 
 
 
 AGENTE ABSOLUTAMENTE 
INCAPAZ; 
 OBJETO ILÍCITO; 
 NÃO OBSERVÂNCIA DA 
FORMA LEGAL; 
 INCOMPETÊNCIA DE FORO 
 AGENTE RELATIVAMENTE 
INCAPAZ; 
 DEFEITOS DOS ATOS 
JURÍDICOS; 
 ERRO; 
 DOLO; 
 COAÇÃO; 
 ESTADO DE PERIGO; 
 LESÃO; 
 FRAUDE CONTRA 
CREDORES; 
100 
 
DA RESPOSTA DO RÉU 
 
1. TEORIA GERAL (LP) 
1.1. Previsão contida na Constituição Federal (art. 5º LIV e LV) 
1.1.1. Devido Processo Legal; 
1.1.2. Contraditório; 
1.1.3. Ampla defesa: 
1.2. Em síntese, o mesmo direito assegurado ao reclamante, será 
confirmado e garantido ao reclamado; 
1.3. A previsão na CLT encontra-se nos artigos 799 ao 802 e 847: 
Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente 
podem ser opostas, com suspensão do feito, as exceções de 
suspeição ou incompetência. (Redação dada pelo 
Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
§ 1º - As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa. 
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
§ 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, 
salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, não caberá recurso, 
podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que 
couber da decisão final. (Redação dada pelo Decreto- 
lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo 
de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça 
que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento 
estabelecido neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 
13.467, de 2017) 
 
§ 1o Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se 
realizará a audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação 
até que se decida a exceção. (Incluído pela Lei nº 
13.467, de 2017) 
 
§ 2o Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o 
reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no 
prazo comum de cinco dias. (Incluído pela Lei nº 
13.467, de 2017) 
 
§ 3o Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo 
designará audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas 
testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este 
houver indicado como competente. (Incluído pela Lei nº 
13.467, de 2017) 
 
§ 4o Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo 
retomará seu curso, com a designação de audiência, a apresentação 
de defesa e a instrução processual perante o juízo competente. 
101 
 
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
 
Art. 801 - O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por 
suspeito, e pode ser recusado, por algum dos seguintes motivos, em 
relação à pessoa dos litigantes: 
 
a) inimizade pessoal; 
 
b) amizade íntima; 
 
c) parentesco por consangüinidade ou afinidade até o terceiro grau 
civil; 
 
d) interesse particular na causa. 
 
Parágrafo único - Se o recusante houver praticado algum ato pelo 
qual haja consentido na pessoa do juiz, não mais poderá alegar 
exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo. A suspeição 
não será também admitida, se do processo constar que o recusante 
deixou de alegá-la anteriormente, quando já a conhecia, ou que, 
depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou, finalmente, se 
procurou de propósito o motivo de que ela se originou. 
 
Art. 802 - Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou Tribunal 
designará audiência dentro de 48 (quarenta e oito) horas, para 
instrução e julgamento da exceção. 
 
§ 1º - Nas Juntas de Conciliação e Julgamento e nos Tribunais 
Regionais, julgada procedente a exceção de suspeição, será logo 
convocado para a mesma audiência ou sessão, ou para a seguinte, o 
suplente do membro suspeito, o qual continuará a funcionar no feito 
até decisão final. Proceder-se-á da mesma maneira quando algum 
dos membros se declarar suspeito. 
 
§ 2º - Se se tratar de suspeição de Juiz de Direito, será este 
substituído na forma da organização judiciária local. 
Art. 847. Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para 
aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for 
dispensada por ambas as partes. 
 
1.3.1. A defesa será apresentada até uma hora antes da realização da 
audiência; 
1.3.1.1. Podendo a defesa ser oral e tendo o tempo máximo de 20 
minutos, tempo que será idêntico a qualquer número de 
reclamados: 
1.3.1.2. A defesa sempre será apresentada pelo(s) reclamado(s) após 
a 1ª tentativa de conciliação (feito de forma obrigatória); 
1.4. Entende-se que a apresentação de defesa requer a notificação válida 
do reclamado; 
102 
 
1.4.1. Momento em que poderá ter ciência dos fatos e apresentar de 
modo integral a defesa intransigente de seus direitos. 
1.5. Lado outro, a defesa pelo réu representa uma faculdade, que se reveste 
de ônus processual; 
1.5.1. Quando não desincumbido de tal ônus poderá ser atribuído ao 
reclamado os efeitos da revelia. 
 
2. REVELIA: (LP) 
2.1. Processualmente seria a ausência de resposta ou defesa do réu, que 
leva ao entendimento de que são incontroversos os fatos alegados pelo 
reclamante; 
2.2. Importante frisar que revelia é uma espécie de contumácia (gênero), 
onde contumácia é qualquer forma de inércia do autor ou réu, enquanto 
que a revelia é especifica quanto da não apresentação de defesa. 
2.3. Previsão tanto na CLT (art. 844) quanto no CPC (344 a 346): 
Art. 844. O não comparecimento do reclamante à audiência importa o 
arquivamento da reclamação, e o não comparecimento do reclamado 
importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato. 
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e 
presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo 
autor. 
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: 
I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a 
lei considere indispensável à prova do ato; 
IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis 
ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. 
Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos 
fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial. 
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer 
fase, recebendo-o no estado em que se encontrar. 
 
2.3.1. Portanto a ausência do reclamado em audiência e consequente 
ausência de defesa, enseja a revelia; 
2.3.2. Impende destacar que revelia possui um conceito diverso dos 
efeitos da revelia: 
2.3.2.1. Revelia seria a ausência de apresentação de defesa pelo 
reclamado: 
2.3.2.2. Enquanto que os efeitos da revelia possuem 03 (três) 
consequências: 
2.3.2.2.1. Presunção de veracidade: 
2.3.2.2.1.1. Quando o reclamado deixa de apresentar defesa a 
conclusão obtida é de não haver razões de apelo; 
2.3.2.2.1.2. Trata-se de condição relativa, podendo existir 
exceções: 
2.3.2.2.1.3. Exceções a Presunção Relativa de Veracidade: 
103 
 
2.3.2.2.1.3.1. Com a pluralidade de réus a defesa de um 
impede a revelia: 
2.3.2.2.1.3.1.1. Apenas quando se tratar de litisconsórcio 
unitário, com necessidade de sentença idêntica 
(responsabilização) 
2.3.2.2.1.3.2. Demanda versar sobre direitos 
indisponíveis: 
2.3.2.2.1.3.2.1. Direitos que não admitam renúncia ou 
transação, não comporta revelia (art. 392 
CPC); 
2.3.2.2.1.3.3. Petição Inicial sem documento 
indispensável: 
2.3.2.2.1.3.3.1. Não pode uma parte alegarou se beneficiar da 
revelia, quando não tiver cumprido 
integralmente com suas obrigações. 
2.3.2.2.1.3.3.1.1. Seria o caso de juntar a Convenção 
Coletiva quando o pedido versar em 
direito negociado. 
2.3.2.2.2. Julgamento antecipado do mérito: 
 
2.3.2.2.2.1. Previsão contida no art. 355 CPC, seria o julgamento no 
estado em que se encontra; 
 
2.3.2.2.3. Fluência dos Prazos independente de intimação: 
2.3.2.2.3.1. Previsão no art. 346 CPC; 
2.3.2.2.3.2. No entanto no Processo do Trabalho deverá o 
reclamado revel ser notificado do teor da sentença, seja 
na modalidade postal ou por edital (art. 852 CLT); 
2.3.2.2.3.3. Sendo possível ao revel ingressar a qualquer momento 
no feito, não havendo retorno ao estágio anterior. 
2.3.2.2.3.4. Pode o reclamante alterar os pedidos, no entanto, 
renovar-se-á a notificação ao reclamado, que poderá 
manifestar-se sobre os novos pedidos; 
2.3.2.2.3.4.1. Quanto aos demais, entendimento majoritário no 
sentido da preclusão; 
 
3. BILATERALIDADE DA AÇÃO E DA DEFESA: (BL) 
3.1. Toda ação gera uma justa e proporcional reação; 
3.2. Caracterizado pela bilateralidade, uma vez que a defesa é a consequente e 
esperada resposta da ação; 
3.3. Observância dos princppios constitucionais do contraditório e da ampla 
defesa (natureza dúplice): 
3.3.1. Destinados tanto ao autor, quanto ao réu; 
3.3.2. Intuito de ofertar garantias fundamentais de qualquer das partes; 
3.3.3. Não haverá diminuição ao leque de opções de defesa, 
independentemente de quem esteja compondo os polos da demanda. 
 
4. ESPÉCIES DE DEFESA: (BL) 
4.1. Aplicada de forma supletiva as formas de resposta(defesa) do processo civil 
(art’.s 33 e 343 CPC), quais sejam: contestação e reconvenção: 
104 
 
4.2. Pelo princípio da concentração dos atos processuais, o réu poderá na 
própria audiêcia, oferecer: 
4.2.1. Contestação; 
4.2.2. Reconvenção: 
4.2.3. Exceção: 
4.3. Contudo a prática induz ao fato de que toda forma de defesa seja entregue 
escrita em audiência: 
 
5. CONTESTAÇÃO: 
 
5.1. Resposta do Reclamado que ataca o mérito da demanda, devendo conter 
ainda as defesas processuais, as chamadas PRELIMINARES; 
5.2. Observância máxima ao princípio da Eventualidae: 
5.2.1. O reclamado deverá alegar todas as teses que podem ser 
favoráveis ao seu entendimento, ainda que sejam conflitantes entre si 
(art. 336 CPC); 
5.2.2. De modo que sendo uma afastada, a(s) outra(s) podem ainda 
ser consideradas; 
5.2.3. Contudo o requerimento de prova documental é incompatível 
com o processo trabalhista, uma vez que todos os documentos devem 
acompanhar a defesa, sob pena de preclusão; 
5.3. Todo o argumento de defesa deve ser lançado em contestação, sob pena 
de preclusão: 
 
5.4. CONTESTAÇÃO CONTRA O PROCESSO (Defesa Processual): 
5.4.1. Função de combater eventual vício da relação processual; 
5.4.2. Aqui não se discute o mérito; 
5.4.3. Trata-se de debate antecedente, que busca discutir a 
pertinência da ação (condições da ação) e principalmente do processo 
(pressupostos processuais); 
5.4.4. Via de regra são questões de ordem pública, que serão 
analisadas e apreciadas antes da análise do mérito; 
5.4.5. Previsão expressa no artigo 337 do CPC: 
5.4.5.1. Regra do 337 CPC aplica-se parcialmente ao processo 
trabalhista (Ex. Incompetência relativa é discutida em preliminar no 
civil e deve ser arguida em exceção no processo do trabalho – art. 
800 CLT); 
5.4.6. As defesas processuais ainda podem ser: 
5.4.6.1. Peremptórias: 
5.4.6.1.1. Sendo reconhecidas a consequência será a 
extinção do processo sem resolução do mérito; 
5.4.6.1.2. Antes de julgar extinto, deverá o juízo intimar as 
aprtes; 
5.4.6.1.2.1. Inépcia da Inicial; perempção; litispendência, coisa 
julgada; falta de condições da ação; 
 
5.4.6.2. Dilatórias: 
5.4.6.2.1. Aqui não ocorrerá a extinção do processo e sim 
sua morosidade (procrastinação); 
5.4.6.2.2. Os vícios processuais deverão ser sanados para 
105 
 
que o processo retome sua marcha processual até que 
se julgue o mérito; 
5.4.6.2.2.1. Seria o caso de: inexistência ou nulidade da 
citação, incompetência absoluta e relativa, incorreção do 
valor da causa, conexão, incapacidade da parte, defeito 
de representação, falta de autorização, ou qualquer outra 
prestação que a lei exige como preliminar 
 
5.5. CONTESTAÇÃO CONTRA O MÉRITO: 
 
5.5.1. Encerrado a análise das questões preliminares, passe ao debate do 
mérito (cerne) da demanda; 
5.5.2. A defesa será classificada em: 
 
5.5.2.1. CONTESTAÇÃO INDIRETA: 
5.5.2.1.1. Aqui reputa-se a existência dos fatos constitutivos, 
no entanto, imputa-lhes condições extintitivas, 
impeditivas ou modificativas: 
 
5.5.2.1.2. Fatos Impeditivos: 
5.5.2.1.2.1. Não permitem a eficácia dos fatos 
constitutivos narrados pelo autor. 
5.5.2.1.3. Fatos Modificativos: 
5.5.2.1.3.1. Alteram os fatos constitutivos alegados pelo 
autor; 
5.5.2.1.4. Fatos Extintivos: 
5.5.2.1.4.1. Eliminam a obrigação pelo réu, por não ser 
mais exigível. 
 
5.5.2.1.5. Normalmente são alegadas como prejudiciais de 
mérito e ocorrem da seguinte maneira: 
5.5.2.1.5.1. Prescrição e decadência: 
5.5.2.1.5.1.1.1. Caso de Fato extintitivo de direito; 
5.5.2.1.5.1.1.2. Se presente ocorre a extinção com 
julgamento do mérito; 
5.5.2.1.5.1.1.3. São prejudiciais, pois, na sua 
presença a análise das demais condições gera o 
julgamento imediato, independente do direito 
material vindicado; 
5.5.2.1.5.1.1.4. Corrente majoritária não concebe o 
pronunciamento de ofício de tal condição, por 
representar uma hipótese de defesa realizada 
pela parte imparcial; 
5.5.2.1.5.1.1.5. A prescrição poderá ser suscitada 
durante toda instância ordinária, súmula 153 
TST: 
Súmula 153 do TST – Prescrição (mantida) ‒ Res. 
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Não se 
conhece de prescrição não arguida na Instância 
ordinária (ex-Prejulgado nº 27). 
106 
 
 
5.5.2.1.5.2. Compensação e Retenção: 
5.5.2.1.5.2.1.1. Trata-se de forma de fato 
modificativo; 
5.5.2.1.5.2.1.2. Nos termos do artigo 767 da CT deve 
ser arguida como matéria de defesa; 
5.5.2.1.5.2.1.3. Momento oportuno será na 
apresentação da defesa, sob pena de preclusão; 
5.5.2.1.5.2.1.4. Aqui o reclamado, reconhecendo ou 
não, requer ao juízo que na hipótese de 
condenação, seja compensado eventual crédito que 
o mesmo tenha em face do reclamante, 
desde que a dívida tenha natureza trabalhista; 
5.5.2.1.5.2.1.5. Portanto não se admite 
compensação de dívidas de natureza civil, 
comercial etc; 
5.5.2.1.5.2.1.6. Importante frisar que a prescrição do 
direito não se aplica ao direito coletivo 
(Interesses difusos, coletivos ou individual 
homogêneo); 
5.5.2.1.5.2.1.7. A compensação fora do juízo fica 
limitada ao valor de uma remuneração do 
empregado, conforme prevê artigo 477 § 5º da 
CLT; 
5.5.2.1.5.2.1.8. Lado outro, a compensação em juízo 
não possui um valor limite, embora permaneça a 
impossibilidade de discutir valores que não 
tenham origem na relação trabalhista; 
5.5.2.1.5.2.1.9. A compensação diverge da 
retenção, onde a primeira busca por uma verba 
diversa quitar obrigação pretendida e pela 
segunda, busca o reconhecimento de um 
pagamento já realizado de alguma verba 
pleiteada; 
 
5.5.2.1.5.3. Renúncia: 
 
5.5.2.2. CONTESTAÇÃO DIRETA DO MÉRITO: 
5.5.2.2.1. Aqui apresenta-se a defesa contra o fato 
constitutivo da pretensão requerida pelo autor; 
5.5.2.2.2. Em síntesa tenta alegar a inexistência dos fatos 
narrados na petição inicial; 
5.5.2.2.3. Seria o caso de uma defesa negando inclusive a 
presença de vínculo empregatício; 
5.5.2.2.4. Não podendo ser confundida com defesa genérica, 
por não ser admitida no processo do trabalho, é ônus da 
parte a impugnação especificada; 
5.5.2.2.5. Todos os argumentos lançados pelo reclamante 
deverão ser rebatidos pelo reclamaddo (art. 341 CPC); 
5.5.2.2.6. Essa regra sofre uma relativização quando se 
107 
 
 
 
 
 
 
6. EXCEÇÕES: 
tratar de interesse público ou qualquerdireito 
indisponível, uma vez que não será possível confessar e 
portanto, não se aplica a regra da impugnação 
especificada. 
6.1. Prevista na CLT nos artigos 799 – 802; 
6.2. Figura do Excipiente (autor) e Excepto (réu) 
6.3. Aquilo que não representa a regra; 
6.4. Condição de particularidade que exige do judiciário análise detida do caso em 
trâmite; 
6.5. Com a apresentação da exceção, não se discute o mérito da demanda, 
sequer busca excluir a ocorrência dos fatos, 
6.5.1. Pela exceção busca anular os efeitos, por qualquer motivo que 
seja considerado pela legislação: 
6.6. Tem-se que a incompetência relativa deixou de ser uma ação autônoma e 
passou a ser suscitada em matéria de preliminar de contestação (art. 337, II 
CPC); 
6.7. Com o oferecimento pelo excipiente, ocorre a suspensão do processo (art. 
799CLT); 
6.8. A decisão que resolve a exceção possui natureza de Interlocutória, portanto, 
não sendo possível interpor imediatamente algum recurso; 
6.8.1. Na hipótese de decisão terminativa, caberá a interposição de 
recurso ordinário (art. 799 §2º e Súmula 214 TST); 
6.8.1.1. Em síntese, quando houvesse a troca de TRT ou de justiça; 
6.8.2. Em que pese, poder ser possível alegar em recurso seu 
merecimento ou não; 
6.9. A doutrina e a jurisprudência admitem a apresentação da exceção como 
preliminar de contestação; 
 
6.10. Da Leitura dos artigos 799-802, vislumbram-se três hipóteses de 
Exceção: 
 
6.10.1. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA RELATIVA (Declinatória de 
foro): 
6.10.1.1. Como meio de rememorar quanto ao estudo das competências: 
6.10.1.1.1. Absoluta: 
6.10.1.1.1.1. Em razão da matéria; 
6.10.1.1.1.2. Em razão da Pessoa; 
6.10.1.1.1.3. Funcional. 
6.10.1.1.2. Relativa: 
6.10.1.1.2.1. Em razão do lugar 
6.10.1.2. Portanto a exceção de incompetência relativa, ocorrerá quando 
houver o descumprimento do preceito contido no artigo 651 da CLT 
(regras para a distribuição do feito): 
6.10.1.3. 6.10.1.3. 
Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e 
Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, 
reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, 
ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. 
108 
 
(Vide Constituição Federal de 1988) 
 
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante 
comercial, a competência será da Junta da localidade em que a 
empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja 
subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização 
em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais 
próxima.(Redação dada pela Lei nº 9.851, de 27.10.1999); 
(Vide Constituição Federal de 1988) 
 
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, 
estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos 
em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado 
seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em 
contrário. (Vide Constituição Federal de 1988) 
 
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização 
de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é 
assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da 
celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos 
serviços. 
 
6.10.1.4. A exceção deverá ser oferecida no prazo da defesa (847 CLT); 
6.10.1.4.1. A perda do prazo (preclusão temporal), enseja a 
prorrogação da competência, a consequência é de que o 
Juiz inicialmente incompetente; 
6.10.1.5. De modo que a Reforma trabalhista não conferiu juridicamente a 
exceção de incompetência relativa a figura de preliminar de mérito 
(condição que ocorre costumeiramente); 
6.10.1.5.1. Pela leitura expressa do artigo 800 da CLT, a 
exceção deverá ser apresentada no prazo de cinco dias 
da notificação (antes da audiência), portanto, requer em 
tese a apresentação em peça apartada; 
6.10.1.5.2. Regras de Procedimento: 
6.10.1.5.2.1. Exceção oferecida no prazo de 5 dias da 
notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a 
existência; 
6.10.1.5.2.2. Com o protocolo o processo será suspenso, 
não acontecendo a audiência; 
6.10.1.5.2.3. Autos serão conclusos ao juiz; 
6.10.1.5.2.4. O juiz intimará o reclamante e demais para 
manifestação no prazo de 5 dias; 
6.10.1.5.2.5. Pode ser designado audiência para essa 
finalidade; 
6.10.1.5.2.6. Decidida a execução o processo retoma seu 
normal prosseguimento. 
6.10.1.6. Com efeito a regra do artigo 340 do Código Civil se aplica ao 
processo do trabalho: 
6.10.1.6.1. Contestação apresentada no domicílio do réu; 
6.10.1.6.2. Podendo ser livre distribuição ou no juízo que 
109 
 
instruiu a carta precatória; 
6.10.1.6.3. Sendo reconhecida a exceção o juízo que recebeu 
a contestação se torna prevento; 
6.10.1.7. Definida a competência, designa-se data para a audiência; 
 
6.10.2. EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO: 
6.10.2.1. Aqui questiona-se a imparcialidade do magistrado; 
6.10.2.2. Não se discute aspectos jurídicos ou sua capacidade, o debate 
se resumirá em averiguar se o juízo pode dar uma justa decisão ou 
seria impedido por qualquer condição; 
6.10.2.3. Aplica-se a regra dos artigos 799 – 802 da CLT e 
subsidiariamente a regra dos artigos 144 e 145 do CPC; 
 
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas 
funções no processo: 
I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, 
funcionou como membro do Ministério Público ou prestou 
depoimento como testemunha; 
 
II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido 
decisão; 
III – quando nele estiver postulando, como defensor público, 
advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou 
companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha 
reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
IV – quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou 
companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
V – quando for sócio ou membro de direção ou de administração de 
pessoa jurídica parte no processo; 
VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de 
qualquer das partes; 
VII – em que figure como parte instituição de ensino com a qual 
tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de 
serviços; 
VIII – em que figure como parte cliente do escritório de advocacia 
de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em 
linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que 
patrocinado por advogado de outro escritório; 
IX – quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o 
defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já 
integrava o processo antes do início da atividade judicante do 
juiz. 
§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar 
impedimento do juiz. 
§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no 
caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que 
tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a 
condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no 
110 
 
processo. 
Art. 145. Há suspeição do juiz: 
I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus 
advogados; 
II – que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa 
antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das 
partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para 
atender às despesas do litígio; 
III – quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu 
cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o 
terceiro grau, inclusive; 
IV – interessado no julgamento do processo em favor de qualquer 
das partes. 
§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, 
sem necessidade de declarar suas razões. 
§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
I – houver sido provocada por quem a alega; 
II – a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifestaaceitação do arguido. 
 
6.10.2.4. Regras de Procedimento: 
6.10.2.4.1. No prazo de 15 dias após o conhecimento do fato, 
a parte alegará o impedimento ou a suspeição, feito em 
petição específica dirigida ao juiz do processo; 
6.10.2.4.2. Reconhecendo o impedimento, no prazo de 15 
dias apresentará suas razões e remeterá o incidente ao 
tribunal; 
6.10.2.4.3. Distribuído, o relatora declarará os seus efeitos de 
modo que: 
6.10.2.4.3.1. Efeito suspensivo – processo permanece 
suspenso; 
6.10.2.4.3.2. Sem efeito suspensivo – processo será 
retomado. 
6.10.2.5. Sendo improcedente o tribunal a rejeitará: 
6.10.2.6. Sendo procedente: 
6.10.2.6.1. O tribunal fixará a partir de qual momento o juiz 
não poderia ter atuado; 
6.10.2.6.2. Portanto se já presente o motivo de impedimento 
ou de suspeição, o tribunal decretará a nulidade dos atos 
do juiz; 
 
 
7. RECONVENÇÃO: 
7.1. ORIGEM E CONCEITO 
7.1.1. Modalidade de resposta do réu prevista no artigo 343 do CPC; 
7.1.2. Seria uma espécie de contra-ataque do réu, abordando a 
mesma relação jurídica processual, ensejando o processamento 
simultâneo da ação originária e da reconvenção, para que o 
magistrado resolva as duas lides na mesma sentença. 
7.1.3. Obrigatoriamente teremos a figura do reconvinte e reconvindo; 
111 
 
 
7.2. NATUREZA JURÍDICA: 
7.2.1. Por ter a natureza de contra-ataque e por figurar como um meio 
de defesa do réu, sua natureza é puramente de uma pronta resposta 
ao fato narrado. 
 
7.3. REQUISITOS: 
7.3.1. Competência do Juízo; 
7.3.2. O procedimento deve ser o mesmo para a ação originária e a 
reconvenção; 
7.3.3. Questiona-se a possibilidade de reconvenção no procedimento 
sumaríssimo; 
7.3.4. Deve existir conexão entre a ação principal e a reconvenção 
 
7.4. PROCEDIMENTOS: 
7.4.1. Apresentada no período da defesa; 
7.4.2. Devendo ser atribuído valor da causa (regra civilista); 
7.4.3. Após sua propositura, o reconvindo (reclamante/reclamado) será 
intimado para apresentar resposta em 15 dias; 
7.4.4. Embora conexas, a desistência da ação não frustra os efeitos da 
reconvenção; 
7.4.5. A reconvenção será proposta contra autor e terceiro, se for 
preciso; 
7.4.6. Pode ser proposta por réu em litisconsórcio; 
7.4.7. Poderá existir independentemente de contestação; 
7.4.8. Da decisão que julga a reconvenção (terminativa), caberá 
recurso ordinário; 
7.4.9. Quando a reconvenção é rejeitada liminarmente, pela 
impossibilidade de recurso imediato, não será possível o debate antes 
de findar a discussão meritória (reclamatória trabalhista); 
7.4.10. Compatível com a figura da confissão, embora a confissão no 
processo do trabalho ocorre mediante a ausência injustificada do réu 
em audiência. 
7.4.10.1. Logo, o reconvindo que presente na audiência, não apresentar 
defesa à reconvenção, sofrerá os efeitos da confissão presumida. 
 
7.5. HIPÓTESES DE NÃO CABIMENTO: 
7.5.1. Procedimento Sumaríssimo; 
7.5.2. Ações de natureza dúplice: (Consignação em pagamento, 
Inquérito para apuração de falta grave etc): 
7.5.3. Execução – por não ter sentença terminativa, por se tratar de 
uma obrigação líquida, certa e exigível; 
7.5.4. Ações cautelares; 
 
7.6. Sendo cabível entretanto a reconvenção em ação declaratória, haja vista 
que sua existência não está condicionada a uma natureza condenatória da 
ação originária (sum. 258 STF). 
 
7.7. RECONVENÇÃO DE RECONVENÇÃO: 
7.7.1. Incabível no processo do trabalho, por conta da natureza de 
112 
 
perpetuação da reclamatória, e por ser prejudicial ao andamento do 
feito. 
 
8. IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA: 
8.1. Regra civilista, prevista no artigo 337 III do CPC, como meio de defesa, 
discutir o valor da causa; 
8.2. No processo do trabalho, como é obrigatório o valor apenas em se tratando 
de rito sumaríssimo, verifica-se que o instituto pode suscitar dúvida quanto a 
sua pertinência; 
8.3. Ademais, como poderá de ofício o magistrado corrigir o valor atribuído à 
causa, o reclamado ao não se manifestar expressamente, passa a aceitar o 
posicionamento do juízo sobre (preclusão). 
113 
 
DISSÍDIOS INDIVIDUAIS E PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
 
1. TIPOS DE PROCEDIMENTOS NO PROCESSO DO TRABALHO: 
1.1. Deve-se frisar que processo e procedimento são pontos interligados, 
porém distintos; 
1.1.1. Sendo o processo um conjunto de atos processuais, que ocorrem 
de forma ordenada, no mesmo processo até que se obtenha a coisa 
julgada; 
1.1.2. Lado outro, o procedimento é o rito, a forma, logo o procedimento 
é a exteriorização do processo; 
1.1.3. O processo é a cumulação de procedimentos, mormente que, não 
haverá processo onde não houver procedimento, assim como a 
existência de um procedimento não seria suficiente para que se 
assevere a existência de um processo; 
1.2. Importante o destaque de que não haverá divergência quanto ao 
processo e procedimentos na Justiça do Trabalho: 
1.2.1. A União detém a competência exclusiva para legislar sobre a 
matéria, logo, Estados e Distrito Federal não divergirão da legislação 
nacional; 
1.2.2. Em que pese ser perfeitamente possível e conforme disposto no 
artigo 96 I da CF, podem os Tribunais elaborarem seus regimentos 
internos: 
1.2.2.1. Ressalta-se que regimento interno não é lei, embora disponha 
de competência, funcionamento e demais condições 
particulares, sem que isso implique em ofensa ao texto legal, 
pois deverá ser consonante ao mesmo, sob pena d reputar-se 
inválido. 
1.3. Conforme será demonstrado, o processo do trabalho possui dois 
procedimentos: 
1.3.1. Procedimento comum; 
1.3.2. Procedimento especial. 
 
2. PROCEDIMENTO COMUM: 
 
2.1. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO: 
2.1.1. Previsão contida na CLT nos artigos 837 a 852, presentes as 
mesmas incorreções e pequenas e recorrentes omissões ou mesmo 
impossibilidade de cumprimento dos preceitos legais: 
2.1.1.1. A título de exemplificação, determina-se no artigo 843 da CLT 
que as ações individuais seriam solucionadas em única 
audiência, no entanto, ainda que vigente o texto, a prática indica 
a impossibilidade de cumprimento, o que leva tacitamente ao 
seu desuso; 
2.1.1.1.1. O que tem levado a audiência a ser dividida em 03 
fases: 
2.1.1.1.1.1. Inaugural de conciliação: 
2.1.1.1.1.1.1. Comparecimento das partes, 
acompanhadas ou não de seus representantes; 
2.1.1.1.1.1.2. Reclamado podendo ser representada 
por seu gerente ou por quem saiba dos fatos; 
114 
 
2.1.1.1.1.1.3. Propõe-se o acordo às partes (846 
CLT); 
2.1.1.1.1.1.4. Ocorre a apresentação de defesa, que 
poderá ser escrita ou verbal; 
2.1.1.1.1.1.5. Designa-se a data para a audiência de 
instrução; 
2.1.1.1.1.2. Audiência de Instrução: 
2.1.1.1.1.2.1. Comparecimento obrigatório, sob pena 
de confissão quanto à matéria de fato; 
2.1.1.1.1.2.2. Oportunidade em que serão ouvidas as 
partes e suas testemunhas; 
2.1.1.1.1.2.3. Possibilidade de produção 
(requerimento) de prova pericial o que enseja na 
suspensão do feito pelo prazo de sua realização; 
2.1.1.1.1.2.4. Finda a instrução, oportunizado o 
período de alegações finais, no prazo de 10 
minutos cada parte; 
2.1.1.1.1.2.5. O juiz renova a tentativa de conciliação 
(850 CLT), não surtindo efeito, designa-se o 
julgamento, que poderá ocorrer em audiência 
para essa finalidade: 
2.1.1.1.1.3. Audiência de Julgamento: 
2.1.1.1.1.3.1. Na forma mais rigorosa, sequer pode 
ser considerada como audiência, visto que 
dificilmente as partes comparecerão, até mesmo 
por não constar das partes; 
2.1.1.1.1.3.2. Trata-se de um prazo fixado par que o 
magistrado publique sua sentença; 
2.1.1.1.1.3.3. Contudo da audiência de instrução as 
partes sairão intimadas para a data da audiência 
de julgamento, o que implica na inexigibilidade de 
publicação do resultado para início do prazo 
recursal, exceto quando o julgamento não ocorrer 
no prazo fixado(súm. 197 TST).; 
 
2.2. PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO: 
2.2.1. Procedimento em desuso; 
2.2.2. Introduzido pela lei 5.584/1970; 
2.2.3. Nasceu com o intuito de conferir maiorceleridade às causas com 
valor de até dois salários mínimos; 
2.2.3.1. O que faz surgir questionamento sobre sua constitucionalidade, 
por utilizar o salário mínimo como meio de indexação 
2.2.4. Definição como causa de alçada com regulação prevista na própria 
lei; 
2.2.4.1. Salvo quando se tratar de matéria constitucional, não caberá 
nenhum tipo de recurso; 
2.2.4.2. Sendo inclusive causa de questionamento quanto a sua 
constitucionalidade, por não garantir o duplo grau de jurisdição; 
115 
 
2.2.5. Pela própria característica é incabível quando na parte adversa 
estiver pessoa jurídica de direito público; 
 
2.3. PROCEDIMENTO COMUM SUMARISSÍMO: 
2.3.1. Introduzido pela lei 9.957 de 200: 
2.3.2. Regido na CLT nos artigos 852-A a 852-I; 
2.3.3. Cumpre destacar que o procedimento Sumaríssimo não extinguiu 
o procedimento sumário: 
2.3.3.1. 1º por não ter sido a lei revogada expressamente; 
2.3.3.2. 2º Por não serem incompatíveis os textos legais; 
2.3.4. Nasceu com a mesma missão do rito ordinário – tornar o processo 
mais célere: 
2.3.4.1. Diferentemente do procedimento Sumário, além da celeridade, 
buscou inserir a segurança; 
2.3.5. Manteve fora da competência do rito as pessoas jurídicas de direito 
público em geral, talvez um exemplo de excesso de formalismo; 
2.3.6. A apreciação ocorrerá em no máximo 15 dias de seu ajuizamento; 
2.3.6.1. Podendo inclusive constar de pauta especial (art. 852-B); 
2.3.6.2. Será instruído e julgado em audiência única; 
2.3.6.2.1. Exceção: 
2.3.6.2.2. Quando impossível a manifestação da parte sobre os 
documentos juntados (art. 852-H); 
2.3.7. Seu cabimento fica restrito a ações individuais (simples ou 
plúrimas), cujo valor não exceda a 40 Salários mínimo e que seja 
superior a 02 salários mínioms; 
2.3.8. Não é compatível a tutela de interesses difusos, coletivos ou 
individuais homogêneos; 
2.3.9. No rito sumaríssimo o pedido será certo, determinado e indicará o 
valor; 
2.3.10. Não será possível a notificação citatória por edital; 
2.3.11. É possível que o magistrado converta o rito sumaríssimo em 
ordinário, quando verificado que sua inobservância trará prejuízo 
(nulidade); 
2.3.12. A regra é que toda a instrução se resolva no mesmo ato 
(audiência); 
2.3.12.1. Contudo, poderá ser deferida a produção de prova técnica, 
devendo o juiz definir os atos para que ocorram no menos tempo 
possível; 
2.3.12.1.1. Do resultado as partes poderão impugnar pelo prazo 
comum de 05 dias; 
2.3.13. Da decisão será possível a interposição: 
2.3.13.1. Embargos de declaração (897-A CLT); 
2.3.13.2. Recurso Ordinário (895 CLT); 
2.3.13.3. Em restritivas hipótese cabível Recurso de Revista (896 §1º 
CLT); 
116 
 
DAS PROVAS: 
 
1. TEORIA GERAL: 
 
1.1. CONCEITO: 
1.1.1. De forma lúdica, artística diriam os mais entusiastas que a prova está 
para o processo assim como o coração está para o homem; 
1.1.2. Tal assertiva se justifica pelo fato de que o processo pode até ser 
julgado sem a presença de provas, embora tal intento ficaria 
sensivelmente prejudicado pela forma em que se obteria a verdade dos 
fatos: 
 
1.2. AMPARO LEGAL: 
1.2.1. A CLT traz nos artigos 818 a 830 o respaldo legal para a produção de 
provas no processo do trabalho: 
 
Art. 818. O ônus da prova incumbe: (Redação dada 
pela Lei nº 13.467, de 2017) 
I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu 
direito; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) II - 
ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do 
reclamante. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa 
relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o 
encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da 
prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de 
modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em 
que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que 
lhe foi atribuído. (Incluído 
pela Lei nº 13.467, de 2017) 
§ 2o A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida 
antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará 
o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por 
qualquer meio em direito admitido. (Incluído pela 
Lei nº 13.467, de 2017) 
§ 3o A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação 
em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou 
excessivamente difícil. (Incluído pela Lei nº 
13.467, de 2017) 
Art. 819 - O depoimento das partes e testemunhas que não 
souberem falar a língua nacional será feito por meio de intérprete 
nomeado pelo juiz ou presidente. 
§ 1º - Proceder-se-á da forma indicada neste artigo, quando se 
tratar de surdo-mudo, ou de mudo que não saiba escrever. 
§ 2º As despesas decorrentes do disposto neste artigo correrão por 
conta da parte sucumbente, salvo se beneficiária de justiça gratuita. 
(Redação dada pela Lei nº 13.660, de 2018) 
Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou 
presidente, podendo ser reinquiridas, por seu intermédio, a 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13660.htm#art1
117 
 
requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou 
advogados. 
Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) 
testemunhas, salvo quando se tratar de inquérito, caso em que esse 
número poderá ser elevado a 6 (seis). (Redação 
dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
Art. 822 - As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas 
faltas ao serviço, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, 
quando devidamente arroladas ou convocadas. 
Art. 823 - Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de 
depor em hora de serviço, será requisitada ao chefe da repartição 
para comparecer à audiência marcada. 
Art. 824 - O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento 
de uma testemunha não seja ouvido pelas demais que tenham de 
depor no processo. 
Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência 
independentemente de notificação ou intimação. 
Parágrafo único - As que não comparecerem serão intimadas, ex 
officio ou a requerimento da parte, ficando sujeitas a condução 
coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, sem motivo 
justificado, não atendam à intimação. 
Art. 826 - É facultado a cada uma das partes apresentar um perito ou 
tecnico. (Vide Lei nº 5.584, de 1970) 
Art. 827 - O juiz ou presidente poderá argüir os peritos 
compromissados ou os técnicos, e rubricará, para ser junto ao 
processo, o laudo que os primeiros tiverem apresentado. 
Art. 828 - Toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal, 
será qualificada, indicando o nome, nacionalidade, profissão, idade, 
residência, e, quando empregada, o tempo de serviço prestado ao 
empregador, ficando sujeita, em caso de falsidade, às leis penais. 
Parágrafo único - Os depoimentos das testemunhas serão 
resumidos, por ocasião da audiência, pelo secretário da Junta ou 
funcionário para esse fim designado, devendo a súmula ser 
assinada pelo Presidente do Tribunal e pelos depoentes. 
Art. 829 - A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo 
íntimo ou inimigo de qualquer das partes,não prestará compromisso, e 
seu depoimento valerá como simples informação. Art. 830. O 
documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado 
autêntico pelo próprio advogado, sob sua 
responsabilidade pessoal. (Redação dada pela Lei nº 
11.925, de 2009). 
Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a 
produziu será intimada para apresentar cópias devidamente 
autenticadas ou o original, cabendo ao serventuário competente 
proceder à conferência e certificar a conformidade entre esses 
documentos. (Incluído pela Lei nº 11.925, de 2009). 
 
1.3. PRINCÍPIOS 
1.3.1. Proprios de todas as áreas do direito, não reside duvidas quanto ao 
cabimento de princípios na regulação da atividade de produção de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del8737.htm#art821
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del8737.htm#art821
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5584.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11925.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11925.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11925.htm#art1
118 
 
provas, não seria possível deixar livre a forma e tipo de produção de 
provas. 
 
1.3.2. Devido Processo Legal: 
1.3.2.1. Atende não apenas ao Devido Processo legal, como também o 
contraditório e ampla defesa; 
1.3.2.2. Garante-se a possibilidade de produzir todas as provas previstas e 
vigentes no ordenamento jurídico; 
1.3.2.3. Assegura que as partes serão tomarão ciência de todas as provas 
produzidas e serão ofertado meios de impugnar; 
1.3.2.3.1. Seria algo do tipo Ciência + Participação, onde a participação 
seria facultativa enquanto que os efeitos seriam obrigatórios; 
1.3.2.4. Igualmente seria assegurado que todos os meios legais e 
moralmente legítimos seriam utilizados na produção das provas 
pretendidas; 
1.3.2.4.1. Previsão no artigo 369 do CPC 
 
1.3.3. Paridade (Igualdade ou Isonomia) 
1.3.3.1. Será assegurado pelo juízo igualdade de oportunidade para 
produzir as provas pretendidas; 
 
1.3.4. Convencimento motivado 
1.3.4.1. É livro o juiz para conduzir a produção de provas de acordo com 
seu convencimento, desde que esteja devidamente fundamentada 
sua decisão; 
1.3.4.2.A liberdade na produção de provas é confrontada com a 
necessidade de motivas suas decisões. 
 
1.3.5. Licitude e Probidade da Prova 
1.3.5.1. Condição prevista na Constituição Federal, sendo proibido a 
produção de provas obtidas por meio ilícitos: (art. 5º LVI); 
1.3.5.1.1. Contudo a proibição é relativizada, sendo a prova obtida por 
meios ilícitos o único meio de prova é possível sua utilização; 
1.3.5.1.2. Aplica-se a ponderação de interesses em consonância com a 
razoabilidade e proporcionalidade; 
1.3.5.1.3. Por isso, acreditamos que o Juiz do Trabalho, ao analisar a 
pertinência ou não produção da prova obtida por meio ilícito 
como apta a demonstrar os danos de ordem moral, deve 
tomar as seguintes cautelas: Verificar se a prova do fato 
poderá ser obtida por outro meio lícito ou moralmente legítimo 
de prova, sem precisar recorrer à prova ilícita; Sopesar a 
lealdade e boa-fé da parte que pretende a produção da prova 
ilícita; Observar a seriedade e verossimilhança da alegação; 
Avaliar o custo-benefício na produção da prova; Aplicar o 
princípio da proporcionalidade, prestigiando o direito que 
merece maior proteção; Observar a efetiva proteção à 
dignidade da 
119 
 
pessoa humana; Valorar não só o interesse da parte, mas 
também o interesse público; 
1.3.5.1.4. Provas ilícitas por derivação (Fruto da ávore venenosa) 
 
1.3.6. Verdade Real 
1.3.6.1. Existe um brocardo que a verdade apenas Deus conhece, 
portanto o magistrado não pode admitir que sejam trazidos ao 
feito apenas parte dos fatos, devem ser todos os atos 
devidamente provados; 
1.3.6.2.O magistrado deve procurar meios de garantir a máxima instrução 
probatória; 
 
1.3.7. Necessidade da prova: 
1.3.7.1.A parte deverá demonstrar a razão da prova pretendida, não 
podendo apenas apresentar o pedido e não mover esforço no 
sentido de sua consecução; 
1.3.7.2. Seria a efetivação da máxima, alegar e não provar é o mesmo que 
nada dizer; 
1.3.7.3. Ademais o sucesso no processo passa pela formação do conjunto 
probatório. 
 
1.3.8. Aquisição Processual 
1.3.8.1. As provas serão produzidas pelas partes, contudo uma vez 
produzida ela passa a pertencer ao processo, não sendo relevante 
e unicamente beneficiada a parte que a produziu. 
1.3.8.2. Ressalta-se que a prova é meio utilizado para o convencimento do 
juízo 
 
1.3.9. Imediatidade e oralidade: 
1.3.9.1. Aplica-se massivamente em audiência, uma vez que em audiência 
todas as provas serão orais e devem ser imediatamente rebatidas; 
 
1.4. FINALIDADES: 
1.4.1. Consenso na doutrina seriam as duas finalidades da prova no 
processo do trabalho; 
1.4.2. Seriam, portanto as finalidades: 
1.4.2.1. Finalidade Principal: 
1.4.2.1.1. É a formação do convencimento do juízo, oportunizando que 
na prolação da sentença suas razões sejam suficientes para 
o julgamento pretendido; 
 
1.4.2.2. Finalidade Secundária: 
1.4.2.2.1. Talvez a grande dificuldade, a finalidade secundária seria 
formar o convencimento da parte adversa. 
 
1.5. OBJETO: 
1.5.1. Não comporta discussão quanto aos objetos das provas, seriam eles 
os fatos a serem provados; 
120 
 
1.5.2. Parte do pressuposto que do Direito o Juiz já tenha conhecimento; 
1.5.2.1.Logo se o magistrado conhece o direito, deverá a parte ater- se a 
trazer circunstâncias em que o direito vindicado atenda o fato 
narrado; 
1.5.2.2. Qualquer fato deve ser provado? 
1.5.2.2.1. Na realidade precisam ser provados, os fatos relevantes, 
pertinentes e controvertidos; 
1.5.2.2.1.1. Fatos que levem ou auxiliem a conclusão do feito: 
1.5.2.2.2. Outros fatos não precisam de provas: 
1.5.2.2.2.1. Notórios: 
1.5.2.2.2.2. Confessados 
1.5.2.2.2.3. Incontroversos 
1.5.2.2.2.4. Aqueles que repousa a presunção de veracidade: 
 
1.6. ÔUNS DA PROVA: 
1.6.1. Alguns autores dividem o estudo do ônus da prova em duas partes, 
sendo: 
1.6.1.1. Teoria Estática do ônus da Prova: 
1.6.1.1.1. Teoria indica que o ônus da prova segue um rito já 
previamente determinado; 
1.6.1.1.2. Seria o “engessamento” da produção de provas; 
1.6.1.1.3. Reconhecidamente isso se efetiva com o ônus da prova e 
com as possibilidades de inversão do ônus da prova: 
1.6.1.1.3.1. Pelo ônus da prova, não basta alegar é preciso provar 
aquilo que fez constar no processo (818 CLT); 
1.6.1.1.3.1.1. Em Tese seria: 
1.6.1.1.3.1.1.1. O autor deve provar o fato constitutivo; 
1.6.1.1.3.1.1.2. O réu deve provar a existência de fato 
impeditivo, modificativo ou extintitvo do direito 
do autor; 
1.6.1.1.3.2. Já a inversão do ônus da prova seria a oportunidade em 
que a parte hipossuficiente apenas alegaria os seus 
direito, sem que para tanto tivesse que provar o fato 
constitutivo; 
1.6.1.1.3.3. Caberia então ao reclamado apresentar as provas que 
impediriam, modificariam ou extinguiriam o direito; 
1.6.1.1.3.3.1. De modo que a inversão do ônus da prova 
fundamenta-se no artigo 6º VIII do Código de 
Defesa do Consumidor, e ocorrerá sempre que for 
verossímil a alegação ou quando reconhecidamente 
for hipossuficiente o autor; 
1.6.1.1.3.3.1.1. Casos de inversão: 
1.6.1.1.3.3.1.1.1. Cartão de ponto: 
1.6.1.1.3.3.1.1.2. Prova de fim do contrato: 
1.6.1.1.3.3.1.1.3. Em atenção ao princípio da 
aptidão da prova, para permitir que o 
121 
 
reclamante possa utilizar de empregados 
da reclamada para instruir seu conjunto 
probatório. 
1.6.1.1.4. Ponto interessante seria o momento em que deveria ocorrer a 
inversão do ônus da prova: 
1.6.1.1.4.1. Presume-se que o momento adequado seria antes da 
audiência, uma vez que assim todos estariam cientes 
dessa condição; 
 
1.6.1.2. Teoria Dinâmica do ônus da Prova: 
1.6.1.2.1. Teoria moderna, com ecos em jurisprudência e doutrinas; 
1.6.1.2.2. Ocorre em casos de provasdifíceis (diabólica), como ocorre 
em casos de assédio sexual ou moral, discriminação ou 
assuntos que dada a exceção ou particularidade em tese não 
deixaria um rastro; 
1.6.1.2.3. 1.6.1.2.3. 
 
2. PROVAS NO PROCESSO DO TRABALHO: 
 
1.1.1. TESTEMUNHAL 
1.1.1.1. Conceito: 
1.1.1.1.1. Meio de aplicação do princípio da primazia da Realidade 
sobre a forma; 
1.1.1.1.2. Partindo do pressuposto que grande parte dos imbróglios 
trabalhistas versam sobre a matéria fática, não existe outro 
meio de resolução de conflitos, que não seja propriamente a 
prova testemunhal: 
1.1.1.1.2.1. Depoimento de quem presenciou os fatos. 
1.1.1.1.3. Trata-se de uma colaboradora da Justiça; 
1.1.1.1.4. Importante frisar que não se trata de convite – É 
CONVOCAÇÃO, portanto, obrigatório e sua ausência pode 
gerar multa além da própria condução coercitiva. 
 
1.1.1.2. Características: 
1.1.1.2.1. Pessoa Física; 
1.1.1.2.2. Estranha ao feito; 
1.1.1.2.3. Isenta em relação às partes; 
1.1.1.2.4. Conhecimento do fato litigioso; 
1.1.1.2.5. Chamada a depor; 
1.1.1.2.6. Capaz de depor 
 
1.1.1.3. Admissibilidade e Valor Probante: 
1.1.1.3.1. Previsão nos artigos 442 a 449 da CPC e ainda no artigo 
829 CLT; 
1.1.1.3.2. Em síntese será admissível sempre e para provar: 
1.1.1.3.2.1. Vícios de consentimento; 
1.1.1.3.2.2. A verdadeira relação contratual; 
1.1.1.3.2.3. Fatos em geral relevantes, controversos, 
pertinentes; 
1.1.1.3.3. O juízo poderá indeferir a inquirição quando: 
122 
 
1.1.1.3.3.1. Já provado o fato por documento ou confissão; 
1.1.1.3.3.2. Fatos a serem provados por documentos ou 
perícia; 
1.1.1.3.4. São proibições para o depoimento: 
1.1.1.3.4.1. Incapacidade (447 §1º CPC): 
1.1.1.3.4.1.1. Regra Objetiva; 
1.1.1.3.4.1.2. O interdito por enfermidade ou deficiência mental; 
1.1.1.3.4.1.3. Aquele que estiver acometido de doença ou 
retardo mental – no momento dos fatos ou no 
momento de depor; 
1.1.1.3.4.1.4. O menor de 16 anos; 
1.1.1.3.4.1.5. O cego e o surdo, quando a ciência do fato 
depender dos sentidos que lhes faltam; 
 
1.1.1.3.4.2. Impedidas (447 §2º CPC): 
1.1.1.3.4.2.1. Regra Objetiva; 
1.1.1.3.4.2.2. Cônjuge; 
1.1.1.3.4.2.3. Ascendente; 
1.1.1.3.4.2.4. Descendente em qualquer grau; 
1.1.1.3.4.2.5. Colateral até o 3º grau; 
1.1.1.3.4.2.5.1. Salvo se o exigir o interesse público; 
1.1.1.3.4.2.5.2. Ou quando a prova não for possível ser 
produzida de outra forma. 
1.1.1.3.4.2.6. Quem for parte na causa; 
1.1.1.3.4.2.7. O que intervém em nome da parte (tutor), o 
preposto; 
1.1.1.3.4.2.8. O juiz; 
1.1.1.3.4.2.9. O advogado; 
1.1.1.3.4.2.10. Qualquer que tenha assistido as partes. 
 
1.1.1.3.4.3. Suspeitas (447 §3º CPC): 
1.1.1.3.4.3.1. Regra Subjetiva; 
1.1.1.3.4.3.2. Inimigo da parte; 
1.1.1.3.4.3.3. Amigo Íntimo; 
1.1.1.3.4.3.4. Quem tiver interesse no litígio. 
1.1.1.3.4.4. Sendo necessário o juiz poderá ouvir o depoimento 
das testemunhas menores, impedidas ou suspeitas; 
1.1.1.3.4.4.1. Serão ouvidos na qualidade de informante e sem 
compromisso, atribuindo posteriormente o valor que 
as provas merecerem; 
 
1.1.1.4. Número de Testemunhas: 
1.1.1.4.1. Procedimento Ordinário: 
1.1.1.4.1.1. Art. 821 CLT; 
1.1.1.4.1.2. Cada parte indicará 3 testemunhas. 
 
1.1.1.4.2. Inquérito para Apuração de falta grave: 
1.1.1.4.2.1. Art. 821 CLT; 
1.1.1.4.2.2. Cada parte indicará 6 testemunhas. 
123 
 
1.1.1.4.3. Procedimento Sumaríssimo: 
1.1.1.4.3.1. Art. 825-H; 
1.1.1.4.3.2. Cada parte indicará 2 testemunhas. 
 
1.1.1.4.4. Em se tratando de litisconsórcio ativo: 
1.1.1.4.4.1. As partes não terão aumentado o número de 
testemunhas; 
1.1.1.4.5. Em se tratando de litisconsórcio passivo: 
1.1.1.4.5.1. Cada parte terá o direito de ouvir individualmente o 
número de testemunhas que o rito permitir; 
 
1.1.1.5. Qualificação – Compromisso e Contradita: 
1.1.1.5.1. Previsão no artigo 828 da CLT; 
1.1.1.5.1.1. Ato pelo qual a testemunha se compromete em 
dizer estritamente a verdade, sem sobrepesar qual parte 
poderá ser beneficiada com seu depoimento; 
1.1.1.5.2. É obrigatório – portanto toda testemunha será: 
qualificada, advertida e prestará o compromisso; 
1.1.1.5.3. Testemunha sem documento: 
1.1.1.5.3.1. Regra majoritária no sentido de ser impedido de 
depor, uma vez que sem o documento a parte não estará 
devidamente qualificada. 
 
1.1.1.5.4. Testemunha menor de 18 anos: 
1.1.1.5.4.1. Aplica-se subsidiariamente a regra e que quem 
pode mais, pode menos, 
1.1.1.5.4.1.1. Sendo possível trabalhar aos 16, por conseguinte 
será possível ser testemunha com tal idade. 
 
1.1.1.5.5. Contradita: 
1.1.1.5.5.1. Previsão no art. 447 CPC; 
1.1.1.5.5.2. É a alegação da parte contrária de que a 
testemunha apresenta condições de impedimento, 
suspeição ou incapacidade; 
1.1.1.5.5.3. O momento adequado é imediatamente após o 
início de sua qualificação, antes de prestar o compromisso 
(art. 457 e 458 CPC); 
1.1.1.5.5.4. Caso o fato seja negado pela testemunha, a parte 
poderá provar com documentos ou testemunhas, limitadas 
a 3, que correrá em ato separado; 
 
1.1.1.6. Comparecimento: 
1.1.1.6.1. As testemunhas comparecerão independentemente de 
intimação (art. 825 e § 2º 825-H); 
1.1.1.6.2. No procedimento ordinário, as testemunhas que não 
comparecerem serão intimadas de ofício ou a requerimento da 
parte; 
1.1.1.6.3. No procedimento sumaríssimo somente será deferida a 
intimação da testemunha que comprovadamente não 
comparecer; 
124 
 
1.1.1.7. Rol de Testemunhas: 
1.1.1.7.1. Não se exige na justiça do trabalho; 
 
1.1.1.8. Substituição: 
1.1.1.8.1. Após intimada e quando necessário tal intimação, a 
testemunha somente será substituída com base no artigo 451 
do CPC: 
1.1.1.8.1.1. Falecimento; 
1.1.1.8.1.2. Por enfermidade e sem condições de depor; 
1.1.1.8.1.3. Que não tiver sido encontrada; 
 
1.1.1.9. Aspectos Jurídicos: 
1.1.1.9.1. Trata-se de produção indispensável pela parte que 
requerer; 
1.1.1.9.2. Previsão no artigo 828 da CLT; 
1.1.1.9.3. Depoimento em língua estrangeira: 
1.1.1.9.3.1. Será tomado mediante a intermediação de 
intérprete nomeado pelo juiz do trabalho (art. 819 CLT); 
1.1.1.9.3.2. Aplica-se a mesma regra quando tomado o 
depoimento de surdo-mudo, ou de mudo que não saiba 
escrever; 
1.1.1.9.3.3. As despesas serão arcadas pela parte que 
interessar o depoimento; 
1.1.1.9.4. A testemunha não terá o dia de trabalho descontado pelo 
seu comparecimento em juízo (art. 822 CLT); 
1.1.1.9.5. O depoimento prestado será considerado como prestação 
de serviço público (art. 462 e 463 CPC); 
 
1.1.1.10. Acareação: 
1.1.1.10.1. Aplica-se a regra civilista (artigo 461 II do CPC) 
1.1.1.10.2. Pode ocorrer de ofício ou por requerimento; 
1.1.1.10.2.1. Ocorrerá sempre que o depoimento de duas ou 
mais testemunhas, forem divergentes sobre o mesmo fato 
que possa influir na decisão da causa; 
 
1.1.2. PERICIAL: 
 
1.1.2.1. Características e Cabimento: 
1.1.2.1.1. Seria o meio de prova técnico impossível de ser 
produzido pelas partes ou pelo juízo; 
1.1.2.1.2. Será indeferida a prova pericial quando: 
1.1.2.1.2.1. A prova não depender de intervenção técnica; 
1.1.2.1.2.2. For desnecessária pela produção de outras 
provas; 
1.1.2.1.2.3. A verificação for impraticável; 
 
1.1.2.2. Espécies: 
1.1.2.2.1. Previsão no artigo 464 do CPC, são espécies: 
1.1.2.2.1.1. Exame: 
1.1.2.2.1.1.1. Prova pericial que objetiva o exame da pessoa, 
125 
 
semovente ou bem móvel; 
1.1.2.2.1.1.1.1. Seria o caso da perícia médica; 
 
1.1.2.2.1.2. Vistoria: 
1.1.2.2.1.2.1. Objeto dessa perícia é a análise de bens imóveis; 
1.1.2.2.1.2.1.1. Seria o caso da perícia de periculosidade ou 
insalubridade; 
 
1.1.2.2.1.3. Avaliação: 
1.1.2.2.1.3.1. Atribuição de estimar valor de bens ou brigações; 
1.1.2.2.1.3.1.1. Seria o caso da perícia contábil; 
 
1.1.2.3. Perito: 
1.1.2.3.1. Previsão nos artigos 156 a 158 do CPC e 769 da CLT; 
1.1.2.3.1.1. Detentor de conhecimento técnico; 
1.1.2.3.1.2. Nomeados entre profissionais legalmente 
habilitados; 
1.1.2.3.1.3.Cadastro realizado mediante consulta pública; 
1.1.2.3.1.4. Dever do tribunal fazer uma triagem entre os 
peritos habilitados; 
1.1.2.3.1.5. O serviço deverá ser realizado dentro do prazo 
assinalado; 
1.1.2.3.1.6. Perito que não cumprir devidamente seu ofício, 
pode ficar afastado dessa atribuição pelo prazo de 02 a 05 
anos; 
1.1.2.3.1.7. Qualquer irregularidade será imediatamente 
comunicada a entidade de classe para medidas 
administrativas cabíveis; 
 
1.1.2.4. Produção da Prova: 
1.1.2.4.1. Previsão no artigo 826 CLT; 
1.1.2.4.2. Cada parte poderá nomear um assistente técnico; 
1.1.2.4.3. A produção no entanto será realizada de acordo com a 
convicção do magistrado e levando em consideração o laudo 
oficial; 
 
1.1.2.5. Compromisso – Impedimento e Suspeição: 
1.1.2.5.1. Os peritos não prestam compromisso, sendo substituído 
quando a lei assim o prever; 
1.1.2.5.1.1. Hipóteses: 
1.1.2.5.1.1.1. Carência técnica; 
1.1.2.5.1.1.2. Quando imotivadamente deixar de cumprir o 
encargo; 
1.1.2.5.2. Sobre os peritos repousam tanto o impedimento quanto a 
suspeição (art. 148 CPC); 
 
1.1.2.6. Honorários: 
1.1.2.6.1. Importante intervenção da lei 13.467/2017; 
1.1.2.6.2. Artigo 790-B CLT: 
1.1.2.6.3. Será responsável pelo pagamento a parte sucumbente da 
126 
 
pretensão do objeto da perícia; 
1.1.2.6.3.1. Ainda que beneficiário da justiça gratuita, a parte 
será condenada a custear as despesas periciais; 
1.1.2.6.3.2. A União pagará os honorários apenas quando o 
detentor da gratuidade de justiça não tiver obtido crédito 
capaz de suportar a despesa; 
 
1.1.2.7. Observação relevante: 
1.1.2.7.1. Ainda que seja o reclamado revel, adicional de 
insalubridade ou periculosidade somente será concedido se 
houver a perícia (sendo insubstituível) art. 195 CLT; 
1.1.2.7.2. A ausência pode ser arguida em Recurso ordinário e 
ensejará na nulidade da sentença; 
1.1.2.7.2.1. No entanto, o pagamento por mera liberalidade 
elide a obrigação de produzir prova pericial, uma vez ser 
incontroverso. 
 
1.1.2.8. Segunda Perícia: 
1.1.2.8.1. Previsão no art. 480 CPC; 
1.1.2.8.2. Requisitos: 
1.1.2.8.2.1. Não estiver a matéria suficientemente esclarecida; 
1.1.2.8.2.2. Terá os mesmos fatos da 1ª perícia; 
1.1.2.8.2.3. Serve para corrigir eventual omissão ou inexatidão 
da 1ª; 
1.1.2.8.2.4. Não substitui a 1ª, o juiz atribuirá o valor de cada 
uma 
 
1.1.3. DOCUMENTAL: 
1.1.3.1. Conceito: 
1.1.3.1.1. Prova material de existência de um fato: 
1.1.3.1.1.1. Escritos; 
1.1.3.1.1.2. Fotos; 
1.1.3.1.1.3. Desenhos; 
1.1.3.1.1.4. Gravações; 
 
1.1.3.2. Forma: 
1.1.3.2.1. Observa-se a fundamentação pela forma como deve ser 
apresentada a prova documental no artigo 830 da CLT: 
1.1.3.2.2. De modo que o documento oferecido em cópia poderá 
ser declarado como verdadeiro pelo próprio advogado; 
1.1.3.2.3. Ademais, determinados documentos independem da 
apresentação em original ou mesmo autenticação da cópia 
apresentada: 
1.1.3.2.3.1. Caso que ocorre com as Convenções Coletivas do 
Trabalho, Acordo Coletivo do Trabalho ou determinados 
documentos que após o seu protocolo em órgãos de 
fiscalização, possuem validade eletronicamente certificada. 
 
1.1.3.3. Momento de produção: 
1.1.3.3.1. Para o Reclamante: 
127 
 
1.1.3.3.1.1. Na peça da reclamação trabalhista; inteligência 
dos artigos 787 e 845 da CLT, cumulado com artigo 434 do 
CPC; 
 
1.1.3.3.2. Para o Reclamado: 
1.1.3.3.2.1. Na peça de defesa, ou durante o seu prazo (até a 
realização da audiência); inteligência do artigo 845 da CLT 
e 434 do CPC. 
1.1.3.3.3. Sendo perfeitamente lícito que a qualquer momento 
possa a parte apresentar documentos novos; 
1.1.3.3.3.1. Com finalidade de produzir situações ocorridas 
após o momento processual de sua apresentação; 
1.1.3.3.3.2. Devendo o juízo ofertar o prazo razoável para 
impugnação das provas acostadas, (art. 435 CPC); 
 
1.1.3.4. CTPS: 
1.1.3.4.1. Possui presunção relativa (juris tantum), podendo ser 
aceito prova em contrário; 
1.1.3.4.1.1. Trata-se portanto, da efetivação do princípio da 
primazia da realidade; 
1.1.3.4.2. As anotações possuem a validade que o fato determinar, 
sendo sempre relativizada, quando confrontada com outra 
prova mais fidedigna; 
 
1.1.3.5. Cartão de ponto 
1.1.3.5.1. Conforme entendimento lançado no artigo 74 § 2º da 
CLT, a anotação e controle de ponto somente será obrigatório 
para empresas que contem com mais de 10 (dez) funcionários; 
1.1.3.5.2. Não sendo exigível a assinatura pelo funcionário; 
1.1.3.5.3. Não será possível a consideração de folha de ponto 
denominada marcação britânica; 
1.1.3.5.3.1. Anotações realizadas sempre com o mesmo 
horário; 
1.1.3.5.4. Havendo prova quanto a possibilidade de alteração do 
relógio eletrônico de modo manual, a assinatura do mesmo 
passa a ser obrigatória; 
 
1.1.4. DEPOIMENTO PESSOAL X INTERROGATÓRIO 
1.1.4.1. Por ausência de escritos nesse sentido, o correto seria assegurar a 
informação de que na Justiça do Trabalho não existe a figura do 
depoimento pessoal, notadamente pelo fato de que o artigo 848 da 
CLT é conclusivo ao dispor sobre o interrogatório, contudo, assim 
como em outros trechos o diploma laboral emprega ao vocábulo 
interrogatório como sendo sinônimo de depoimento pessoal; 
1.1.4.1.1. Vez que prevê a possibilidade de requerimento da parte 
adversa ou por determinação do magistrado; 
1.1.4.2. Não é forçoso concluir que o interesse com o depoimento pessoal 
(interrogatório), o que se busca na realidade seria a confissão da 
parte adversa; 
1.1.4.3. Importante destacar que a confissão poderá ocorrer sob duas 
128 
 
formas: 
1.1.4.3.1. Real: 
1.1.4.3.1.1. Possui presunção absoluta; 
1.1.4.3.1.2. Confissão Real por sua vez poderá ocorrer: 
1.1.4.3.1.2.1. Escrita: Podendo ocorrer por ato praticado pelo 
advogado ou mesmo pela própria parte; 
1.1.4.3.1.2.2. Verbal: Possível somente por ato praticado pela 
própria parte ou por seu representante, jamais poderá 
ocorrer pela fala do advogado; 
 
1.1.4.3.2. Ficta: 
1.1.4.3.2.1. Possui Presunção Relativa; 
1.1.4.3.2.2. Prevalecerá enquanto não houver outros meios 
probatórios constantes dos autos que possa elidir sua 
aplicação; 
1.1.4.3.2.2.1. Pode-se usar como exemplo os efeitos pelo não 
comparecimento do reclamado à audiência inaugural 
ou de qualquer parte na audiência de instrução; 
1.1.4.3.2.2.2. Nesse caso, aplica-se a confissão ficta, que 
contudo poderá não significar em prejuízo na hipótese 
de existir nos autos documentos (provas) que 
obriguem o afastamento de tal confissão. 
 
1.1.5. PROVA EMPRESTADA 
1.1.5.1. Compatível com o processo do trabalho; 
1.1.5.2. Devendo ser conferido à parte contrária o direito a se defender 
sobre as provas juntadas; 
1.1.5.3. Previsão contida no artigo 372 do CPC; 
1.1.5.3.1. Desde que ofertado o prazo para impugnação, a prova 
emprestada pode passar a compor o corpo processual. 
129 
 
RECURSOS EM ESPÉCIE 
RECURSO ORDINÁRIO: 
1. TEORIA GERAL DOS RECURSOS: 
 
1.1. Trata-se de um prolongamento da discussão; 
1.2. Meio de impugnação da decisão e dentro de um mesmo processo, 
logo não possui autonomia em face da ação principal; 
1.3. Requisitos: 
1.3.1. Inconformismo com a decisão guerreada; 
1.3.2. Identificação de um erro do magistrado; 
1.3.3. Melhora contínua das decisões; 
1.3.4. Exercício de controle dos atos judiciais por instância 
hierarquicamente superior. 
 
2. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO OBRIGATÓRIO E SEUS 
CABIMENTOS: 
 
2.1. Reconhece como sendo um pressuposto de validade para decisões 
em que o poder público seja parte no processo; 
2.2. Em se tratando de dissídio individual, não acontecerá quando (Sum. 
303 TST): 
 “FAZENDA PÚBLICA. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
(incorporadas as Orientações Jurisprudenciais n. 9, 71, 72 e 73 
da SBDI-1) – Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. 
I – Em dissídio individual, está sujeita ao duplo grau 
de jurisdição, mesmo na vigência da CF/1988, decisão 
contrária à Fazenda Pública, salvo: 
a) quando a condenaçãonão ultrapassar o valor correspondente 
a 60 (sessenta) salários mínimos; 
b) quando a decisão estiver em consonância com decisão 
plenária do Supremo Tribunal Federal ou com súmula ou 
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho. (ex- 
Súmula n. 303 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) 
II – Em ação rescisória, a decisão proferida pelo juízo de 
primeiro grau está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório 
quando desfavorável ao ente público, exceto nas hipóteses das 
alíneas a e b do inciso anterior. (ex-OJ n. 71 da SBDI-1 – 
inserida em 03.06.1996) 
III – Em mandado de segurança, somente cabe remessa ex 
officio se, na relação processual, figurar pessoa jurídica de 
direito público como parte prejudicada pela concessão da 
ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito 
como impetrante e terceiro interessado pessoa de direito 
privado, ressalvada a hipótese de matéria administrativa. (ex- 
OJs n. 72 e 73 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 
 25.11.1996 e 03.06.1996)”. 
130 
 
2.2.1. A condenação não ultrapassar o valor de 60 Salários 
Mínimos; 
2.2.2. Quando a decisão for tomada em estrito cumprimento de 
decisão plenária do STF ou com súmula ou OJ do TST 
 
3. CARACTERÍSTICAS: 
 
3.1. PRAZOS RECURSAIS UNIFORMES: 
 
3.1.1. Via de regra o prazo para interposição de recursos 
trabalhistas são de 08 (oito) dias úteis – art. 6º Lei 5.584/1970; 
3.1.2. Recursos que contam com esse prazo para interposição: 
 
3.1.2.1. Recurso Ordinário; 
3.1.2.2. Agravo de Instrumento; 
3.1.2.3. Recurso de Revista; 
3.1.2.4. Embargos no TST; 
3.1.2.5. Agravo de Petição; 
3.1.2.6. Agravo Interno (regimental). 
 
3.1.3. Exceções: 
 
3.1.3.1. Embargos de Declaração ( 5 dias – 897-a CLT); 
3.1.3.2. Recurso extraordinário ( 15 dias – 1.003 § 5º CPC); 
3.1.3.3. Recurso ordinário constitucional ( 15 dias – 1.003 § 
5º CPC); 
3.1.3.4. Recurso de Revisão (Pedido de Revisão) (48 horas, 
art. 2º §§ 1º e 2º Lei 5.584/70) 
 
3.2. IRRECORRIBILIDADE IIMEDIATA: 
 
3.2.1. Conceito de Decisão interlocutória: 
3.2.1.1. Art. 203 § 2º do CPC: § 2º Decisão interlocutória é 
todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não 
se enquadre no § 1º; 
3.2.2. Exceções: 
3.2.2.1. Súmula 214 TST: 
3.2.2.1.1. Decisão de TRT que contrarie súmula ou OJ do TST; 
3.2.2.1.2. Decisão que pode ser debatida com recurso para o 
mesmo tribunal ( Agravo Interno); 
3.2.2.1.3. Decisão que acolha exceção de incompetência 
territorial, remetendo os autos para outro TRT (799 § 
2º CLT); 
 
3.3. REGRA DO EFEITO DEVOLUTIVO: 
 
3.3.1. Previsão no artigo 899 da CLT: 
3.3.1.1. Justifica-se pela natureza alimentar das verbas; 
3.3.1.2. Por poder se tratar de ação pelo jus postulandi; 
3.3.1.3. Pela celeridade esperada no processo do trabalho; 
131 
 
3.3.2. Possibilidade de execução provisória, que vai até a 
penhora; 
3.3.3. Todas as teses jurídicas serão discutidas pelo tribunal 
(Sum. 393 do TST), contudo, o que não for debatido, opera-se o 
trânsito em julgado; 
 
3.3.4. Com base no artigo 899, extrai-se que os recursos não 
necessitam fundamentação; 
3.3.4.1. Contudo, pela boa prática, recomenda-se a 
utilização das razões, em função dos princípios do 
contraditório e da ampla defesa; 
3.3.4.2. Corrobora com esse entendimento a súmula 433 do 
TST, que dispõe o seguinte: “Recurso. Fundamento 
ausente ou deficiente. Não conhecimento”. 
 
4. EFEITOS DOS RECURSOS: 
 
4.1. EFEITO DEVOLUTIVO: 
4.1.1. Regra do Processo do trabalho; 
4.1.2. Possibilidade de Execução Provisória; 
4.1.3. Art. 899 CLT; 
 
4.2. EFEITO SUSPENSIVO: 
4.2.1. Suspende a eficácia da decisão, enquanto pendente de 
julgamento; 
4.2.2. Trata-se de exceção no processo do trabalho; 
4.2.3. Deve ser demonstrado o prejuízo por sua não concessão; 
4.2.4. Súm. 414 do TST, ação cautelar é o meio de se buscar a 
tutela; 
 
4.3. EFEITO TRANSLATIVO: 
4.3.1. Possibilidade do Tribunal analisar matérias que não foram 
aduzidas, nem mesmo nas razões ou contrarrazões dos 
recursos; 
4.3.2. Noutras falas, possibilidade de reconhecer d ofícios as 
matérias de ordem pública; 
 
4.4. EFEITO REGRESSIVO: 
4.4.1. Possibilidade de se retratar da decisão proferida; 
4.4.2. Possibilidade em agravo de instrumento e agravo 
regimental; 
 
4.5. EFEITO SUBSTITUTIVO: 
4.5.1. Art. 1.008 do CPC; 
4.5.2. Julgamento do tribunal substituirá a decisão 
hierarquicamente inferior; 
4.5.2.1. A substituição será integral, mesmo quando 
confirmada a decisão anterior; 
4.6. EFEITO EXTINTIVO: 
132 
 
4.6.1. Art. 1.005 CPC; 
4.6.1.1. Em litisconsórcio o recurso de um aproveita a todos, 
naquilo que for comum; 
4.6.1.2. Logo interesse distintos, o recurso interposto não 
pode beneficiar aquele que não interpôs no prazo 
assinalado; 
 
5. PRESSUPOSTOS RECURSAIS: 
 
5.1. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE: 
5.1.1. Seria a dupla análise quanto a admissibilidade do recurso: 
5.1.1.1. Pelo juízo a quo – órgão que proferiu a sentença 
guerreada; 
5.1.1.2. Pelo juízo ad quem – órgão que julgará o recurso; 
5.1.1.3. O julgamento de um não vincula o outro; 
 
5.2. CABIMENTO (EXTRÍNSECO): 
5.2.1. Somente será possível recorrer se a decisão for passível 
de recurso; 
 
5.3. ADEQUAÇÃO (EXTRÍNSECO): 
5.3.1. Não basta que a decisão seja recorrível, deve ser 
interposto o recurso adequado; 
5.3.2. Princípio da fungibilidade: 
5.3.2.1. Exceções ao princípio: 
5.3.2.1.1. Erro grosseiro ou má-fé; 
5.3.2.1.2. Existência de dúvida objetiva em relação ao recurso 
cabível (divergência doutrinaria); 
5.3.2.1.3. Recurso equivocado interposto no prazo do recurso 
corretamente cabível; 
 
5.4. TEMPESTIVIDADE (EXTRÍNSECO): 
5.4.1. Observância ao requisito temporal, tempo máximo para 
interposição do recurso pertinente; 
5.4.2. Padronização do prazo no processo do trabalho – 8 dias; 
 
5.5. PREPARO (EXTRÍNSECO): 
5.5.1. Composto por Custas e do Depósito Recursal: 
5.5.1.1. Custas: 
5.5.1.1.1. Previsão art. 789 e 790-B CLT; 
5.5.1.1.2. Pagamento feito pela utilização da máquina 
processual, sendo as custas calculadas à base de 2% 
do valor da causa e em conformidade com a 
legislação, assim como os emolumentos; 
5.5.1.2. Exceções: 
5.5.1.2.1. Beneficiários de justiça gratuita; 
5.5.1.2.2. União, Estados DF e Municípios e respectivas 
autarquias e fundações; 
5.5.1.2.3. MPT; 
5.5.1.2.4. Massa Falida e empresa em Recuperação Judicial 
133 
 
5.5.1.3. Depósito Recursal: 
5.5.1.3.1. Art. 899 §§ 1º a 8º da CLT; 
5.5.1.3.2. Serve como garantia do juízo em favor do 
empregado; 
5.5.1.3.3. Serve para garantir o juízo quanto a decisão; 
5.5.1.3.4. Empregado nunca fará o depósito; 
5.5.1.3.5. O depósito não pertence a quem o realiza, trata-se 
de garantia de execução; 
 
5.6. REGULARIDADE FORMAL (EXTRÍNSECO): 
5.6.1. Os recursos somente poderão ser interpostos pela própria 
parte, inclusive quando no exercício do jus postulandi; 
5.6.2. Art. 791 CLT; 
5.6.3. Garantido o direito do advogado com mandato tácito e com 
mandato expresso; 
 
5.7. LEGITIMIDADE (INTRÍNSECO): 
5.7.1. Art. 996 CPC, confere legitimidade; 
5.7.1.1. A parte vencia; 
5.7.1.2. Terceiro Prejudicado; 
5.7.1.3. Ministério Público; 
 
RECURSO ORDINÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO: 
1.1.1. Recurso comum, cabível contra decisão de instância de 
ingresso; 
1.1.2. É a “apelação do processo do trabalho”; 
 
2. PREVISÃO LEGAL: 
2.1.1. Art. 895 CLT: 
“Art. 895. Cabe recurso ordinário para a instância superior: 
I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, 
no prazo de 8 (oito) dias; e 
II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais 
Regionais, em processos de sua competência originária, no 
prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos 
dissídios coletivos. 
§ 1º Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o 
recurso ordinário: 
I – (vetado); 
II – será imediatamente distribuído, uma vez recebido no 
Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de 10 
(dez) dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo 
imediatamenteem pauta para julgamento, sem revisor; 
III – terá parecer oral do representante do Ministério Público 
presente à sessão de julgamento, se este entender necessário o 
parecer, com registro na certidão; 
134 
 
IV – terá acórdão consistente unicamente na certidão de 
julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte 
dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a 
sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão 
de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão. 
§ 2º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão 
designar Turma para o julgamento dos recursos ordinários 
interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao 
procedimento sumaríssimo”. 
 
3. PRAZO: 
3.1.1. Prazo uniforme de 08 dias; 
3.1.2. Inclusive para contrarrazões; 
 
4. PREPARO: 
4.1.1. Não é um recurso isento; 
4.1.2. Parte que não for beneficiária pela gratuidade de justiça 
deverá recolher: 
4.1.3. O valor é uniforme para todo o país, atualmente em R$ 
9.513,16; 
4.1.4. Quando o valor da condenação foi inferior, aplica-se o valor 
da condenação; 
 
5. CABIMENTO: 
5.1.1. Previsão no artigo 895 da CLT: 
5.1.1.1. Contra decisões terminativa dos Juízos; 
5.1.1.2. Contra decisões definitivas ou terminativas 
proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quer nos 
dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos; 
5.1.1.2.1. Ação Rescisória; 
5.1.1.2.2. Mandado de Segurança; 
5.1.1.2.3. Ação anulatória de cláusula convencional; 
5.1.1.2.4. Dissídio Coletivo: 
 
6. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE: 
6.1.1. Análise dos requisitos de admissibilidade; 
6.1.2. Feito pelo juízo a quo – própria vara do trabalho; 
6.1.3. Feito pelo juízo ad quem – pelo TRT: 
6.1.4. Para melhor compreensão: 
6.1.4.1. a) primeiro juízo de admissibilidade: Vara do 
Trabalho, após a protocolização do recurso; 
6.1.4.2. b) segundo juízo de admissibilidade: Vara do 
Trabalho, após o recebimento das contrarrazões; 
6.1.4.3. c) terceiro juízo de admissibilidade: TRT, que 
também é o órgão competente para o julgamento do 
recurso. 
 
7. RITO SUMARÍSSIMO: 
7.1.1. Perfeitamente cabível; 
7.1.2. Art. 895 §1º CLT; 
135 
 
PREVISÃO 895 CLT 
PRAZO 8 dias 
PREPARO Sim 
CABIMENTO  Contra decisões terminativas; 
 Contra decisões terminativas no TRT em 
processo originário em 2º grau; 
JUÍZO A QUO  Vara do Trabalho; 
 TRT (processo originário); 
JUÍZO AD QUEM  TRT; 
 TST (processo originário no TRT); 
PARTICULARIDADES  Cabível em processo originário no TRT; 
 Cabível em Rito Sumaríssimo; 
 Pode ser impedido se contrariar súmula 
 
 
 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO: 
 
Utilização diferente daquela lançada pelo processo civil, inclusive quanto 
a contagem do prazo; 
Trata-se de formação de autos em apartado, que será remetido ao juízo 
ad quem; 
Figura em desuso após o PJe; 
Previsão legal no artigo 897 “b” da CLT: 
1. Cabimento: 
1.1.1. O ato impugnável por agravo de instrumento será posterior a 
sentença; 
1.1.1.1. Na prática, como dito, o órgão jurisdicional a quo é 
“aconselhado” a sempre conhecer do agravo de 
instrumento. Assim agindo, intimará o agravado para 
apresentar duas contrarrazões, nos termos do § 6º do art. 
897 da CLT; 
1.1.2. Recurso próprio, a ser interposto no juízo a quo; 
1.1.2.1. Cabível o juízo de retratação ( In. 16 TST c/c art. 2º 
Resolução Administrativa 1.418/2010 do TST); 
1.1.3. Agravo de Instrumento tende a sempre ser admitido; 
1.1.4. Toda decisão denegatória de recurso será impugnável por 
Agravo de Instrumento? 
1.1.4.1. Não, por exemplo, não se cabe agravo de 
instrumento após recurso de embargos no TST, que deverá 
ser atacado por agravo regimental. (Súmula 425 TST); 
1.2. Efeitos: 
1.2.1. Possui apenas o efeito devolutivo; 
1.2.2. O juízo ad quem, apenas analisará os pressupostos de validade 
da decisão denegatória de recurso; 
1.2.3. Portanto, apenas quando provido o agravo de Instrumento 
poderá o tribunal examinar o recurso que havia sido denegado; 
136 
 
1.3. Preparo: 
1.4. Art. 899 § 7º, § 8º e § 9º; 
1.5. Se o agravo for interposto antecipadamente, sem a 
comprovação do preparo, operar-se-á a preclusão 
consumativa, e o agravo não será conhecido. Não há como 
aplicar, no caso, a OJ 140 da SDI-1, pois ela incide apenas 
no caso de preparo insuficiente. 
1.5.1. 140. DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS PROCESSUAIS. 
RECOLHIMENTO INSUFICIENTE. DESERÇÃO. (nova redação 
em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017 - DEJT 
divulgado em 20, 24 e 25.04.2017 
Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais ou 
do depósito recursal, somente haverá deserção do recurso se, 
concedido o prazo de 5 (cinco) dias previsto no § 2º do art. 
1.007 do CPC de 2015, o recorrente não complementar e 
comprovar o valor devido. 
 
2. Processamento: 
2.1.1. PJe: 
 
PREVISÃO 897 “b” CLT 
PRAZO 8 dias 
PREPARO Sim 
50% do recurso que se pretende destrancar; § 7º 899 
CLT. 
R$ 0,00 se para destrancar RR que aborda 
jurisprudência uníssona do TST; § 8º 899 CLT. 
50% da metade do recurso que se pretende 
destrancar, quando se tratar de ME, EPP, etc; § 9º 
899 CLT. 
CABIMENTO  Contra decisões que denegar recurso; 
JUÍZO A QUO  Vara do Trabalho; 
 TRT (processo originário); 
JUÍZO AD QUEM  TRT; 
 TST (processo originário no TRT); 
PARTICULARIDADES  Cabível em processo originário no TRT; 
 Cabível em Rito Sumaríssimo; 
 Não será cabível em recurso de embargos no 
TST 
 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: 
 
Por constar expressamente do capítulo que trata dos recursos, não cabe 
mais discussão acerca de sua natureza recursal; 
 
A interrupção do prazo recursal via mandado de segurança apenas 
deixará de existir quando for o embargos de declaração intempestivo; 
137 
 
1. Cabimento: 
1.1.1. Previsão expressa art. 897-A CLT; (art. 1.022 CPC); 
1.1.2. Cabível em qualquer decisão para esclarecer os seus 
objetos; 
 
1.1.3. Omissão de ponto, questão ou matéria e 
prequestionamento: 
1.1.3.1. Nesse caso, os embargos podem versar não apenas 
sobre pedido não apreciado, mas também sobre a causa de 
pedir não enfrentada na decisão embargada, caso em que 
a sua utilização visa ao prequestionamento para possibilitar 
o acesso às instâncias extraordinárias. 
1.1.3.2. São cabíveis os embargos declaratórios quando o 
embargante almeja a fixação de novo valor da condenação 
para fins de depósito recursal. Trata-se de omissão sanável 
pela interposição dos declaratórios. Nesse sentido: 
 
1.1.4. Obscuridade: 
1.1.4.1. A obscuridade há de ser entendida como a falta de 
clareza que impede ou dificulta a correta compreensão do 
julgado, o que implica, não raro, o retardamento do 
desfecho da prestação jurisdicional. 
 
1.1.5. Contradição: 
1.1.5.1. Deve ser contraditórios os argumentos na própria 
decisão, qualquer forma de contradição deverá ser 
considerada; 
1.1.5.2. Não pode ser usado sob o título de contradição, 
embargos com o fito de reexaminar conteúdo da decisão 
embargada; 
 
1.1.6. Erro Material: 
1.1.6.1. Trata-se de correção de falha no corpo da decisão 
guerreada; 
1.1.6.2. Tem sido admitido o pedido de correção 
independentemente da oposição dos embargos de 
declaração; 
1.1.6.3. Seria o caso de corrigir erro de menor potencial de 
lesividade; 
 
1.1.7. Embargos em Decisões interlocutórias: 
1.1.8. Preparo: 
1.1.8.1. Não estão sujeitos ao preparo; 
 
2. Efeitos: 
2.1.1. Devolutivo: 
2.1.1.1. Inerente a todos os recursos trabalhistas; 
 
2.1.2. Translativo: 
138 
 
2.1.2.1. Sempre que se discutir sobre matéria de ordem 
pública; 
 
2.1.3. Interruptivo: 
2.1.3.1. Quando tempestivo, os embargos ensejarão a 
interrupção do prazo de recurso; 
 
2.1.4. Modificativo: 
2.1.4.1. Embora não seja o efeito esperado, sempre que 
houver a possibilidade de ser alterada a legislação 
combatida, deverá ser dado prazo para que a outra parte se 
manifeste; 
2.1.4.1.1. Sendo inclusive passível de nulidade a decisão que 
não permite a manifestação da parte adversa (OJ. 142 
SDI-1); 
 
3. Procedimento: 
 
3.1.1.Se o acolhimento dos embargos alterar a decisão guerreada, 
bem como se a outra parte já tivesse interposto o recurso 
manuseável após a decisão inicial, será concedido o prazo do 
recurso cabível para a parte complementar seu apelo de acordo 
com a alteração trazida pela nova conclusão dos embargos 
3.1.2. Se rejeitados ou não alterarem a o objeto da decisão anterior, o 
recurso interposto pela outra parte antes da publicação do 
julgamento dos embargos de declaração será processado e 
julgado, independente de ratificação. 
 
3.2. Embargos Protelatórios: 
3.2.1. Quando manifestamente protelatórios os embargos de 
declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, 
condenará o embargante a pagar ao embargado multa não 
excedente a 2% sobre o valor atualizado da causa (§ 2º do art. 
1.026 do CPC). Na reiteração de embargos de declaração 
manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até 10% 
sobre o valor atualizado da causa; 
 
PREVISÃO 897-A CLT 
PRAZO 5 dias 
PREPARO não 
CABIMENTO  Contra decisões que tenham, omissão, 
contradição, erro material 
JUÍZO A QUO  Órgão julgador 
JUÍZO AD QUEM  Órgão Julgador 
PARTICULARIDADES  Cabível em processo originário no TRT; 
 Cabível em Rito Sumaríssimo; 
 Oponível multa em caso de ser protelatório; 
 Interrompe o prazo para interposição de outros 
recursos apenas quando tempestivo; 
139 
 
RECURSO DE REVISTA 
 
 
1. INTRODUÇÃO: 
1.1. Recurso puramente técnico; 
1.2. Alteração com a lei 13.015/2014; 
1.2.1. Criar hipóteses de inexigibilidade de depósito recursal; 
1.2.2. Alterar o recurso de revista e dos embargos no TST; 
1.2.3. Regulamentar de maneira pormenorizada o instituto do 
incidente de uniformização de jurisprudência; 
1.2.4. Trazer o instituto dos recursos repetitivos para a J.T; 
1.3. Efetivação da efetividade, celeridade, duração razoável do processo 
 
2. AMPARO LEGAL: 
 
“Art. 896. Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do 
Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em 
dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: 
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da 
que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno 
ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do 
Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa 
Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; 
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de 
Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento 
empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a 
jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, 
interpretação divergente, na forma da alínea a; 
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta 
direta e literal à Constituição Federal. 
§ 1º O recurso de revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será 
interposto perante o Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, que, 
por decisão fundamentada, poderá recebê-lo ou denegá-lo. 
§ 1º-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte: 
I – indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o 
prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista; 
II – indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a 
dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal 
Superior do Trabalho que conflite com a decisão regional; 
III – expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os 
fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante 
demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição 
Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade 
aponte; 
IV – transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de 
nulidade de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos 
embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal 
sobre questão veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão 
regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e 
verificação, de plano, da ocorrência da omissão. 
140 
 
§ 2º Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou 
por suas Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo 
incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, 
salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição 
Federal. 
§§ 3º a 6º (Revogados pela Lei n. 13.467, de 13.7.2017.). 
§ 7º A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, 
não se considerando como tal a ultrapassada por súmula do Tribunal 
Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou superada por 
iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. 
§ 8º Quando o recurso fundar-se em dissenso de julgados, incumbe ao 
recorrente o ônus de produzir prova da divergência jurisprudencial, 
mediante certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, 
oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido 
publicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado 
disponível na internet, com indicação da respectiva fonte, mencionando, 
em qualquer caso, as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem 
os casos confrontados. 
§ 9º Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será 
admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência 
uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do 
Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Federal. 
§ 10. Cabe recurso de revista por violação a lei federal, por divergência 
jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal nas execuções 
fiscais e nas controvérsias da fase de execução que envolvam a 
Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei n. 
12.440, de 7 de julho de 2011. 
§ 11. Quando o recurso tempestivo contiver defeito formal que não se 
repute grave, o Tribunal Superior do Trabalho poderá desconsiderar o 
vício ou mandar saná-lo, julgando o mérito. 
§ 12. Da decisão denegatória caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias. 
§ 13. Dada a relevância da matéria, por iniciativa de um dos membros 
da Seção Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do 
Trabalho, aprovada pela maioria dos integrantes da Seção, o julgamento 
a que se refere o § 3º poderá ser afeto ao Tribunal Pleno. 
§ 14. O relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento, em 
decisão monocrática, nas hipóteses de intempestividade, deserção, 
irregularidade de representação ou de ausência de qualquer outro 
pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade. 
Art. 896-A. O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, 
examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação 
aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. 
§ 1º São indicadores de transcendência,entre outros: 
I – econômica, o elevado valor da causa; 
II – política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência 
sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal 
Federal; 
III – social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social 
constitucionalmente assegurado; 
141 
 
IV – jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da 
legislação trabalhista; 
§ 2º Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao 
recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo agravo 
desta decisão para o colegiado. 
§ 3º Em relação ao recurso que o relator considerou não ter 
transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre a 
questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão. 
§ 4º Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, 
será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que constituirá 
decisão irrecorrível no âmbito do tribunal. 
§ 5º É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de 
instrumento em recurso de revista, considerar ausente a transcendência 
da matéria.§ 6º O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela 
Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise dos 
pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não abrangendo o 
critério da transcendência das questões nele veiculadas. 
Art. 896-B. Aplicam-se ao recurso de revista, no que couber, as normas 
da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), 
relativas ao julgamento dos recursos extraordinário e 
especial repetitivos. 
Art. 896-C. Quando houver multiplicidade de recursos de revista 
fundados em idêntica questão de direito, a questão poderá ser afetada à 
Seção Especializada em Dissídios Individuais ou ao Tribunal Pleno, por 
decisão da maioria simples de seus membros, mediante requerimento 
de um dos Ministros que compõem a Seção Especializada, 
considerando a relevância da matéria ou a existência de entendimentos 
divergentes entre os Ministros dessa Seção ou das Turmas do Tribunal. 
§ 1º O Presidente da Turma ou da Seção Especializada, por indicação 
dos relatores, afetará um ou mais recursos representativos da 
controvérsia para julgamento pela Seção Especializada em Dissídios 
Individuais ou pelo Tribunal Pleno, sob o rito dos recursos repetitivos. 
§ 2º O Presidente da Turma ou da Seção Especializada que afetar 
processo para julgamento sob o rito dos recursos repetitivos deverá 
expedir comunicação aos demais Presidentes de Turma ou de Seção 
Especializada, que poderão afetar outros processos sobre a questão 
para julgamento conjunto, a fim de conferir ao órgão julgador visão 
global da questão. 
§ 3º O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho oficiará os 
Presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalho para que suspendam 
os recursos interpostos em casos idênticos aos afetados como recursos 
repetitivos, até o pronunciamento definitivo do Tribunal Superior do 
Trabalho. 
§ 4º Caberá ao Presidente do Tribunal de origem admitir um ou mais 
recursos representativos da controvérsia, os quais serão encaminhados 
ao Tribunal Superior do Trabalho, ficando suspensos os demais 
recursos de revista até o pronunciamento definitivo do Tribunal Superior 
do Trabalho. 
142 
 
§ 5º O relator no Tribunal Superior do Trabalho poderá determinar a 
suspensão dos recursos de revista ou de embargos que tenham como 
objeto controvérsia idêntica à do recurso afetado como repetitivo. 
§ 6º O recurso repetitivo será distribuído a um dos Ministros membros da 
Seção Especializada ou do Tribunal Pleno e a um Ministro revisor. 
§ 7º O relator poderá solicitar, aos Tribunais Regionais do Trabalho, 
informações a respeito da controvérsia, a serem prestadas no prazo de 
15 (quinze) dias. 
§ 8º O relator poderá admitir manifestação de pessoa, órgão ou entidade 
com interesse na controvérsia, inclusive como assistente simples, na 
forma da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo 
Civil). 
§ 9º Recebidas as informações e, se for o caso, após cumprido o 
disposto no § 7º deste artigo, terá vista o Ministério Público pelo prazo 
de 15 (quinze) dias. 
§ 10. Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do 
relatório aos demais Ministros, o processo será incluído em pauta na 
Seção Especializada ou no Tribunal Pleno, devendo ser julgado com 
preferência sobre os demais feitos. 
§ 11. Publicado o acórdão do Tribunal Superior do Trabalho, os recursos 
de revista sobrestados na origem: 
I – terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido 
coincidir com a orientação a respeito da matéria no Tribunal Superior do 
Trabalho; ou 
II – serão novamente examinados pelo Tribunal de origem na hipótese 
de o acórdão recorrido divergir da orientação do Tribunal Superior do 
Trabalho a respeito da matéria. 
§ 12. Na hipótese prevista no inciso II do § 11 deste artigo, mantida a 
decisão divergente pelo Tribunal de origem, far-se-á o exame de 
admissibilidade do recurso de revista. 
§ 13. Caso a questão afetada e julgada sob o rito dos recursos 
repetitivos também contenha questão constitucional, a decisão proferida 
pelo Tribunal Pleno não obstará o conhecimento de eventuais recursos 
extraordinários sobre a questão constitucional. 
§ 14. Aos recursos extraordinários interpostos perante o Tribunal 
Superior do Trabalho será aplicado o procedimento previsto no art. 543- 
B da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), 
cabendo ao Presidente do Tribunal Superior do Trabalho selecionar um 
ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-los ao 
Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o 
pronunciamento definitivo da Corte, na forma do § 1º do art. 543-B da 
Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). 
§ 15. O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho poderá oficiar os 
Tribunais Regionais do Trabalho e os Presidentes das Turmas e da 
Seção Especializada do Tribunal para que suspendam os processos 
idênticos aos selecionados como recursos representativos da 
controvérsia e encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, até o seu 
pronunciamento definitivo. 
§ 16. A decisão firmada em recurso repetitivo não será aplicada aos 
casos em que se demonstrar que a situação de fato ou de direito é 
143 
 
distinta das presentes no processo julgado sob o rito dos recursos 
repetitivos. 
§ 17. Caberá revisão da decisão firmada em julgamento de recursos 
repetitivos quando se alterar a situação econômica, social ou jurídica, 
caso em que será respeitada a segurança jurídica das relações firmadas 
sob a égide da decisão anterior, podendo o Tribunal Superior do 
Trabalho modular os efeitos da decisão que a tenha alterado”. 
 
3. PRAZO: 
3.1. Uniformização dos prazos recursais: 
3.1.1. 8 dias 
 
4. PREPARO: 
4.1. Não se trata de um recurso isento de preparo, portanto, necessário 
arcar com as custas e o depósito recursal; 
4.2. Valor do depósito recursal em 2019: R$ 19.026,32; 
 
5. CABIMENTO: 
5.1. Contra decisão de TRT em grau de recurso nos dissídios individuais; 
5.1.1. Cabível em Dissídios Individuais; 
5.1.2. O processo deve nascer no 1º Grau de Jurisdição; 
5.1.3. Os autos estarão no TRT em grau de recurso; 
5.1.4. Não será cabível em caso de ação de natureza originária no 
TRT 
 
6. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE: 
6.1. Duplo juízo de admissibilidade: 
6.1.1. Juízo a quo: Presidente do TRT; 
6.1.2. Juízo ad quem: Alguma turma do TST; 
 
7. PRESSUPOSTOS RECURSAIS EXTRÍNSECOS ESPECÍFICOS: 
7.1. Recuso técnico, não permite o reexame de fatos e provas (Súmula 
126 TST; 
7.2. Requisitos Recursais Extrínsecos Específicos: 
7.2.1. PREQUESTIONAMENTO: 
7.2.1.1. Súmula 297 do TST: 
“PREQUESTIONAMENTO. OPORTUNIDADE. 
CONFIGURAÇÃO (nova redação) – Res.121/2003, DJ 19, 
20 e 21.11.2003 
I – Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando 
na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, 
tese a respeito. 
II – Incumbe à parte interessada, desde que a matéria 
haja sido invocada no recurso principal, opor embargos 
declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, 
sob pena de preclusão. 
III – Considera-se prequestionada a questão jurídica 
invocada no recurso principal sobre a qual se omite o 
Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos 
embargos de declaração”. 
144 
 
7.2.2. O tema objeto do RR deve ter sido analisado na decisão 
recorrida; 
7.2.3. O interessado deve, por meio de embargos de declaração 
prequestionar sob pena de preclusão do recurso; 
7.2.4. PREQUESTIONAMENTO TÁCITO: hipótese de oposição 
de embargos de declaração para prequestionar e ainda assim o 
TRT manter-se omisso, será considerado prequestionado; 
7.2.5. É ônus da parte então: 
7.2.5.1. § 1o-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte: 
(Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014) 
 
7.2.5.2. I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia 
o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de 
revista; 
7.2.5.3. II - indicar, de forma explícita e fundamentada, 
contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou orientação 
jurisprudencial do TribunalSuperior do Trabalho que 
conflite com a decisão regional; 
7.2.5.4. III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando 
todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, 
inclusive mediante demonstração analítica de cada 
dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou 
orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte. 
7.2.5.5. IV - transcrever na peça recursal, no caso de suscitar 
preliminar de nulidade de julgado por negativa de 
prestação jurisdicional, o trecho dos embargos 
declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do 
tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o 
trecho da decisão regional que rejeitou os embargos 
quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da 
ocorrência da omissão. 
 
7.2.6. O § 14 aduz que o relator do recurso de revista poderá 
denegar-lhe seguimento, em decisão monocrática, nas 
hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de 
representação ou de ausência de qualquer outro pressuposto 
extrínseco ou intrínseco de admissibilidade, evitando-se, assim, 
a subida demasiada de recursos de revista. 
 
7.2.7. TRANSCENDÊNCIA: 
7.2.7.1. Significa que o recurso tem importância, relevância. A 
ideia é não permitir que assuntos irrelevantes sejam 
analisados em instância extraordinária; 
7.2.7.2. Indica transcendência: 
7.2.7.2.1. Natureza Econômica; 
7.2.7.2.2. Natureza Social; 
7.2.7.2.3. Natureza Política; 
7.2.7.2.4. Natureza Jurídica 
 
8. FUNDAMENTAÇÃO: 
145 
 
8.1. Três fundamentações jurídicas previstas no art. 896 da CLT: 
8.1.1. Alínea a – Divergência jurisprudencial na interpretação de 
lei federal: 
8.1.1.1. Hipóteses: 
Acórdão TRT X Acórdão de outro TRT (Pleno ou 
Turma); 
Acórdão TRT X Acórdão da SDI do TST; 
Acórdão TRT X Súmula TST; 
Acórdão do TRT x Súmula Vinculante STF; 
8.1.1.2. Portanto, não é cabível quando o acórdão viola 
acórdão do mesmo TRT: OJ 111 SDI-1 TST; 
8.1.1.3. A ofensa a OJ também se presta a permitir o 
cabimento do RR: OJ 219 SDI-1 TST; 
 
8.1.2. Alínea b – Divergência jurisprudencial na interpretação de 
lei estadual ou norma coletiva: 
8.1.2.1. OJ 147 da SDI-1 TST 
 
8.1.3. Alínea c – Acórdão do TRT proferido com violação literal de 
disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição 
Federal: 
8.1.3.1. Hipóteses: 
Acórdão TRT X Lei Federal; 
Acórdão TRT X CF; 
8.1.3.2. Súm. 221 do TST 
 
9. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO: 
9.1. Previsão no § 9 º do artigo 896 da CLT: 
Quando acórdão do TRT contrariar súmula do TST; 
Quando acórdão do TRT contrariar Constituição Federal; 
Quando acórdão do TRT contrariar Súmula Vinculante; 
 
Não sendo cabível, portanto, quando o acórdão contrariar OJ: 
Sumula 442 do TST 
 
10. LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO: 
10.1. Única hipótese de cabimento: 
10.1.1. Acórdão do TRT contrariar CF: 
10.1.2. § 2º art. 896 TST; 
10.1.3. Súmula 266 TST; 
10.1.3.1. Ex: imaginemos um juiz do trabalho que profere uma 
sentença ao julgar os embargos à execução oferecidos pelo 
executado. Dessa decisão é cabível a interposição de 
agravo de petição, a ser julgado pelo Tribunal Regional do 
Trabalho. Do acórdão prolatado pelo TRT no julgamento do 
agravo de petição interposto, somente será cabível a 
interposição de recurso de revista caso haja demonstração 
inequívoca de ofensa direta à Constituição Federal. 
146 
 
11. EXECUÇÕES FISCAIS E CONTROVÉRSIAS DA FASE DE 
EXECUÇÃO QUE ENVOLVAM A CNDT: 
11.1. Art. 896 § 10; 
11.2. Hipóteses: 
11.2.1. Acórdão X CF; 
11.2.2. Acórdão x Lei Federal; 
11.2.3. Divergência Jurisprudencial. 
 
12. DIVERGÊNCIA ATUAL: 
12.1. Art. 896 § 7º; 
12.2. Súmula 333 TST; 
12.3. Divergência deve ser recente, deixando ser recente aquela que: 
12.3.1. Tenha sido ultrapassada por súmula ou jurisprudência do 
TST. 
 
13. RELATOR: 
13.1. Art. 896 § 5º - ao realizar o segundo juízo de admissibilidade (ad 
quem), negará seguimento quando: 
13.1.1. Decisão estiver em consonância com Súmula do TST; 
13.1.2. Ausência dos pressupostos recursais; 
13.1.2.1. Aqui cabe o agravo regimental; 
13.1.2.2. Súmula 435 TST; 
13.2. Art. 932 CPC: 
13.3. Da decisão denegatória é cabível agravo regimental ou interno 
(OJ 412 SDI-1 TST); 
 
14. COMPROVAÇÃO DA DIVERGÊNCIA: 
14.1. Por ser um recurso técnico, sem reexame da matéria, deverá o 
recorrente apresentar no ato da interposição (sum. 337 TST): 
14.1.1. Certidão do acórdão paradigma; 
14.1.2. Em razões demonstre o conflito de teses; 
 
15. DEFEITO FORMAL: 
15.1. Princípio da Instrumentalidade das formas; 
15.2. Art. 896 § 11 CLT; 
15.3. Mero defeito não impede o recebimento e reconhecimento do 
recurso; 
 
16. RECURSOS REPETITIVOS: 
16.1. Art. 896-B e 896-C: 
16.2. Procedimento já adotado pelo CPC 2015; 
16.3. Multiplicidade de recursos fundados em idêntica questão de 
direito poderá ser afetada à SDI ou ao Tribunal pleno; 
16.3.1. Quando requerido por algum dos ministros, considerando: 
16.3.1.1. Relevância; 
16.3.1.2. Entendimentos divergentes. 
16.3.2. Por indicação dos relatores um ou mais recursos 
representarão a controvérsia para fins de julgamento pela SDI 
ou pelo Pleno; 
147 
 
16.3.3. Aquele que afetar o processo sob o rito dos recursos 
repetitivos, expedirá comunicação que poderá afetar outros 
processos que estão para julgamento comum – a fim de conferir 
ao órgão uma visão global da questão; 
16.3.4. O presidente do TST, oficiará aos Presidentes dos TRT’S 
para que suspendam os recursos em casos idênticos; 
16.3.4.1. Esse presidente quando admitir um ou mais recursos 
representativos, que serão encaminhados para o TST, os 
demais ficarão suspensos até pronunciamento definitivo do 
TST; 
16.3.5. Pelo relator no TST poderá ser determinada a suspensão 
dos recursos de revistas ou de embargos que tenham objeto 
controvérsia idêntica; 
16.3.6. O recurso repetitivo será distribuído a um dos ministros da 
SDI ou do Tribunal pleno e a um ministro revisor; 
16.3.7. O relator poderá solicitar aos TRT’S informaçãoes a 
respeito da controvérsia ( prestadas em até 15 dias); 
16.3.8. Poderá ser admitido o amicus curiae; 
16.3.9. Com a publicação do acórdão, dois são os caminhos dos 
recursos suspensos: 
16.3.9.1. Seguimento denegado: quando o acórdão recorrido 
for convergente com a orientação a respeito da matéria no 
TST; 
16.3.9.2. Examinados novamente: quando o acórdão recorrido 
for divergente com a orientação a respeito da matéria no 
TST. 
16.3.10. A decisão firmada em recurso repetitivon ão será aplicada 
aos casos em que se demonstrar que a situação de fato ou de 
direito é distinta das presentes no processo julgado sob o rito 
dos recursos repetitivos. Trata-se do distinguishing; e 
16.3.11. Caberá revisão da decisão firmada em julgamento de 
recursos repetitivos quando se alterar a situação econômica, 
social ou jurídica, caso em que será respeitada a segurança 
jurídica das relações firmadas sob a égide da decisão anterior, 
podendo o Tribunal Superior do Trabalho modular os efeitos da 
decisão que a tenha alterado. Trata-se do overruling. 
 
 
 
 
PREVISÃO 896 E 896-A CLT 
PRAZO 8 dias 
PREPARO Sim 
R$ 19.026,32 
CABIMENTO  Contra Acórdãos proferidos pelos TRT’S, em 
grau de recurso ordinário. 
JUÍZO A QUO  Presidente ou Vice Presidente do TRT, 
dependendo do Regimento; 
JUÍZO AD QUEM  1 entre as 8 turmas do TST; 
FUNDAMENTOS 
JURÍDICOS: 
 Divergência jurisprudencial na interpretação de 
lei federal; 
148 
 
  Divergência jurisprudencial na interpretação de 
lei estadual, de instrumento coletivo, de 
sentença normativa ou de regulamento 
empresarial de observância obrigatória em 
área territorial que exceda a competência do 
TRT; 
 Violação de lei federal ou da CF 
PARTICULARIDADES  Interpretação das lei pelos tribunais 
trabalhistas; 
 Prequestionamento; 
 Transcendência; 
 Fundamentação Jurídica; 
 Cabimento no procedimento sumaríssimo; 
 Cabimento em liquidação e execução 
trabalhista; 
 Divergência atual; 
 Poderes do Ministro Relator; 
 Comprovação da divergência jurisprudencial; 
 Acórdãoparadigma; 
 Regras procedimentais; 
 Incidente de uniformização de jurisprudência; 
 Instituto dos recursos repetitivos; 
 
	CONCEITO
	EVOLUÇÃO HISTÓRICA
	PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO
	P ROTEÇÃO
	I INALTERABILIDADE LESIVA
	I RRENUNCIABILIDADE
	FONTES DO DIREITO DO TRABALHO:
	SUBDIVISÃO:
	COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO:
	3. Competência em Razão da Função:
	4. Competência em Razão da Matéria:
	5. Competência em Razão do Lugar:
	6. Exceção quanto a competência e Conflito de Competência:
	DISSÍDIO INDIVIDUAL:
	3. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS:
	4. AS CUSTAS DO PROCESSO:
	5. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA E JUSTIÇA GRATUITA:
	6. OS ATOS:
	6.4. Comunicação dos atos processuais: notificação, citação e intimação:
	7. TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS;
	8. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA:
	9. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ E ASSÉDIO PROCESSUAL:
	2. REVELIA: (LP)
	3. BILATERALIDADE DA AÇÃO E DA DEFESA: (BL)
	4. ESPÉCIES DE DEFESA: (BL)
	5. CONTESTAÇÃO:
	6. EXCEÇÕES:
	6.10.1.1.2. Relativa:
	7. RECONVENÇÃO:
	8. IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA:
	DISSÍDIOS INDIVIDUAIS E PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
	2. PROCEDIMENTO COMUM:
	DAS PROVAS:
	2. PROVAS NO PROCESSO DO TRABALHO:
	RECURSOS EM ESPÉCIE RECURSO ORDINÁRIO:
	2. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO OBRIGATÓRIO E SEUS CABIMENTOS:
	3. CARACTERÍSTICAS:
	4. EFEITOS DOS RECURSOS:
	5. PRESSUPOSTOS RECURSAIS:
	RECURSO ORDINÁRIO
	AGRAVO DE INSTRUMENTO:
	EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:
	RECURSO DE REVISTA
	7.2.1. PREQUESTIONAMENTO:
	7.2.7. TRANSCENDÊNCIA:

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