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ROTEIRO 6 SEMIOLOGIA DESEMPENHOS DE COMPREENSÃO 1 – Determinar o local, a direção e o método de punção: Técnica para a realização de arteriografia percutânea. Essa técnica é utilizada para a maioria das punções arteriais e pode, também, ser empregada em determinadas punções venosas centrais, com algumas modificações. A punção venosa central pode ser feita com cateter simples com protetor de agulha tipo Intracath®, cateter de duplo ou triplo lúmen tipo Shiley, pela técnica de Seldinger modificada. Cateteres de longa permanência tunelizáveis, tipo PermCath®, e cateteres com introdutores removíveis por sistema de separação bilateral (Pell Away) – Cateteres de Trajeto Subcutâneo para Hemodiálise. A escolha do local de punção para o acesso venoso central deve se basear em algumas variáveis, como as condições clínicas do paciente, a habilidade e a experiência do médico. A técnica pode ser aplicada em diversas localizações para cateterizar diferentes vasos, como subclávias , jugulares internas e externas e femorais. A disposição anatômica da veia jugular interna direita, bem como seu fácil acesso no pescoço, tornaram-na a primeira opção para punção venosa, e a veia jugular interna esquerda a segunda, seguida pelas veias subclávias direita e esquerda e, por último, as veias femorais direita e esquerda . Estes são os acessos preferenciais da cirurgia endovascular. Deve-se considerar também o lado em que será realizada uma futura fístula arteriovenosa e se há ou não trombose ou estenose de algum segmento. A experiência do médico também deve ser levada em conta, pois se ele for mais experiente com o acesso via subclávia, seu índice de complicações na tentativa de um acesso jugular certamente será maior. Para determinar o local, a direção e o método de punção: • Jugular interna: º Via posterior: ■ Identificar a inserção esternal do músculo esternocleidomastóideo e traçar uma linha imaginária desse feixe. Identificar a clavícula e traçar-lhe uma linha imaginária. Com a união das duas linhas imaginárias, traçar sua bissetriz , o local de inserção da agulha será onde essa bissetriz encostar na margem lateral do feixe clavicular do músculo esternocleidomastóideo. Palpar esse ponto e verificar a posição da artéria carótida. Introduzir a agulha em um ângulo de 30° em relação à pele, avançando caudalmente e por baixo do feixe clavicular do músculo esternocleidomastóideo. Direcionar a agulha para a fúrcula esternal. Manter aspiração na seringa ■ Identificar a margem lateral do músculo esternocleidomastóideo. O ponto de punção deve estar aproximadamente 5 cm acima da clavícula ou exatamente acima do ponto no qual a veia jugular externa cruza o músculo. Palpar esse ponto e verificar a posição da artéria carótida. Introduzir a agulha em um ângulo de 30° em relação à pele, avançando caudalmente. Direcionar a agulha para a fúrcula esternal. Manter aspiração na seringa º Via central: ■ Identificar a inserção clavicular e esternal do músculo esternocleidomastóideo. Assinalar o ápice do triângulo formado pelas duas inserções, que deve estar aproximadamente 3 cm acima da clavícula. Palpar a artéria carótida medialmente a esse ponto para verificar sua posição. Introduzir a agulha em um ângulo de 30° com a pele, dirigindo-a ao mamilo homolateral, avançando caudalmente. Subclávia: º Infraclavicular: ■ Introduzir a agulha 1 a 2 cm caudalmente à clavícula e um pouco medialmente a seu ponto médio, de modo que ela possa passar sob a clavícula (Figura 12.4 A). Avançar com a agulha paralelamente à parede anterior do tórax e o mais próximo possível da borda inferior da clavícula, em direção à fúrcula esternal º Supraclavicular: ■ Inserir a agulha na fossa supraclavicular 1 cm lateral à inserção clavicular do músculo esternocleidomastóideo e 1 cm posterior à clavícula. A agulha deve ser orientada a 45° do plano sagital e 10 a 15° acima do plano horizontal, direcionando-se ao mamilo contralateral (Figura 12.5) Femoral: º Identificar o pulso femoral e inserir a agulha medialmente a esse pulso, em uma angulação de 45° e em direção cefálica. 2 – Identificar as indicações e contraindicações do acesso venoso central Indicações • Administrar rapidamente líquidos em pacientes hipovolêmicos • Nutrição parenteral prolongada • Acesso venoso quando não houver possibilidade de obter um acesso periférico • Acesso venoso quando as extremidades estiverem comprometidas por trauma, frio intenso, queimaduras ou lesões cutâneas extensas, infectadas ou não • Marca-passo cardíaco provisório • Cateter de Swan-Ganz • Hemodiálise ou plasmaférese • Administrar medicamentos que não possam ser ministrados perifericamente, como fármacos vasoativos e soluções irritantes ou hiperosmolares. Contraindicações • Terapia anticoagulante ou fibrinolítica • Deformidades por cirurgia prévia ou queimaduras que alterem a região a ser puncionada • Impossibilidade de tolerar um pneumotórax por pneumopatia. Risco maior de pneumotórax nos pacientes em ventilação mecânica ou com pressão expiratória final positiva (PEEP). 3 – Identificar o material para realizar o procedimento • Principal: º Agulha de punção º Cateter (Figuras 12.6 e 12.10 A) º Dilatador º Fio-guia (Figura 12.10 B e C) º Lâmina no 11 (opcional) º Seringa º Fio de sutura (náilon 3-0) º Porta agulha º Tesoura • Assepsia: º Gazes estéreis º Polivinilpirrolidona-iodo (PVP-I; Povidine®) ou clorexidina º Máscara º Gorro º Avental º Luvas estéreis º Campos esterilizados • Anestesia: º Seringa º Agulha º Lidocaína a 1% (10 mℓ) • Infusão: º Soro fisiológico a 0,9% º Equipo estéril º Suportes • Curativo: º Gazes estéreis º Tintura de benjoim º Esparadrapo ou Micropore®. 4 – Realizar a avaliação e o preparo do paciente para o procedimento Explicar o procedimento ao paciente e aos familiares, relatando suas complicações potenciais. Deve-se obter consentimento por escrito do paciente ou responsável, se possível. A avaliação abrange: • Exame clínico à procura de deformidades locais • Tempos de protrombina, tromboplastina parcial ativada e contagem de plaquetas • Determinar se o paciente tolera a posição de Trendelenburg, que por si só aumenta a pressão venosa. 5 – Descrever a(s) técnica(s) para realizar o acesso venoso central em veias jugular e subclávia Posicionar o paciente, dependendo do local a ser puncionado. Em caso de jugulares e subclávias, o paciente deve estar em posição de Trendelenburg e com a cabeça rodada para o lado oposto. Utilizar coxim no nível dos ombros para os acessos supraclavicular e infraclavicular • Realizar assepsia e colocar os campos estéreis • Introduzir a agulha no vaso, com o bisel apontado para o lado em que se deseja introduzir o cateter (ou fio-guia), a 45° do plano (Figuras 12.7 e 12.8). A punção venosa central deve ser feita com uma seringa com soro fisiológico conectada à agulha. A introdução da agulha deve ser feita com pressão negativa, aspirando-se a seringa constantemente. Enquanto na punção arterial, o sangue fluirá pela agulha; na punção venosa, o sangue se misturará ao soro fisiológico • Passar o fio-guia flexível através da agulha, ultrapassando sua extensão com folga (Figura 12.9). A ponta do fio-guia é curvada em “J” para evitar lesões da íntima do vaso (Figura 12.10); para a introdução do fio-guia, utilizar a ponteira “retificadora”, uma pequena ponta de plástico que facilita o uso do fio-guia, “retificando” a ponta em “J”. Também é possível retificar o fio-guia em “J” fazendo uma manobra com a mão não dominante: prender o fio com os 3o, 4o e 5o dedos e utilizar polegar e indicador como pinça, para esticá-lo. Essa manobra pode ser realizada longe da ponta do fio, pois este é composto de uma “alma” e um revestimento que, ao serem esticados, mesmo a distância, retificam a ponta em “J” Retirar a agulha, sem retirar o fio-guia (Figura 12.11). Atenção: em nenhum momento, deve-se retirar o fio-guia sem retirar a agulha • Aumentar a incisão da punçãocom uma lâmina no 11 (opcional; Figura 12.12) • Passar o dilatador pelo fio-guia, com movimentos rotatórios (Figura 12.13) • Retirar o dilatador, com compressão do local para evitar hematomas e sangramentos • Passar o cateter pelo fio-guia • Retirar o fio-guia, deixando o cateter no local. 6 – Descrever os cuidados após o procedimento Os cuidados dependem do local de punção, mas, no geral, deve-se: • Auscultar o tórax para verificar se os ruídos respiratórios são simétricos • Solicitar exame radiológico do tórax para confirmar a posição exata do cateter e excluir a possibilidade de pneumotórax (Figura 12.15). É possível realizá-lo no momento do procedimento, se houver disponibilidade de uma fluoroscopia em arco em “C” • Retirar, examinar e trocar o curativo diariamente. Se o cateter for utilizado como via de hiperalimentação, trocar o curativo apenas 3 vezes/semana • Em caso de febre, fazer cultura de sangue periférico e do cateter. Na impossibilidade de detectar outro foco infeccioso, retirar o cateter • Evitar o uso do mesmo cateter para diversas finalidades e conexões em “Y”. 7 – Descrever as complicações ao acesso venoso central Hemorragia: º Hematoma no local de punção º Hemorragias vultosas: lesões em vasos de grande calibre, nos pacientes com alteração da crase sanguínea, ou em locais em que a compressão é difícil • Perfuração de órgão próximo: º Pneumotórax º Perfuração do miocárdio • Infecção: consequente à contaminação local durante a passagem do cateter ou nas trocas de curativos. Pode associar-se a bacteriemias. O cateter contaminado deve ser retirado imediatamente • Flebite e trombose: pouco frequente em vasos calibrosos. A osmolaridade da substância infundida deve ser compatível com o calibre do vaso • Estenose em veias centrais: 40% dos pacientes com cateteres em veia subclávia, e 10% dos pacientes com cateteres em veia jugular desenvolvem obstrução venosa • Embolia gasosa: pode-se diminuir essa complicação, colocando o paciente em posição de Trendelenburg ao prepará-lo para o procedimento • Secção de cateter e embolia • Infusão de líquido no mediastino ou hidrotórax. Verificar sempre se há refluxo de sangue pelo equipo: º Hemotórax • Punção de vaso não desejado • Progressão do cateter por trajeto não desejado. 8 – Descrever como retirar o cateter Utilizar luvas de procedimento • Remover todo o esparadrapo e os pontos de segurança • Pedir ao paciente para inspirar profundamente, expirar e segurar • Remover o cateter em um só movimento, sem força, enquanto o paciente estiver segurando a respiração. Se houver dificuldade, tentar rodar o cateter • Pressionar o local por, no mínimo, 5 min, para evitar sangramento • Fazer curativo oclusivo.
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