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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Aula 07
Convidado Especial: Prof. Sávio Mares
SÁVIO MARES
Advogado Trabalhista
Especialista em Direito do Trabalho, Processo do Trabalho e Direito Previdenciário.
Professor de cursos de pós-graduação e preparatórios para o exame da OAB.
Auditor do TJD-FMF.
saviomares@hotmail.com
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AUDIÊNCIAS NO PROCESSO DO TRABALHO
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UNA Art. 849 da CLT
REGRA: AUDIÊNCIA SERÁ UNA // CONTÍNUA (conciliação + instrução + julgamento (sentença em audiência)).
EXCEÇÃO: RAZÃO DE FORÇA MAIOR NÃO FOR POSSÍVEL SUA CONCLUSÃO NO MESMO DIA.
Art. 849 CLT - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.
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PARTICIONAMENTO NA “PRAXIS” 
INICIAL // INICIAL // CONCILIAÇÃO: Há a tentativa conciliatória (01ª tentativa conciliatória obrigatória) entrega de defesa e//ou defesa e documentos, marcação de perícias, e, demais atos à conveniência do Juízo.
INSTRUÇÃO: Onde são colhidas todas as provas necessárias ao deslinde do processo (Depoimentos pessoais, oitiva das testemunhas, interrogatórios etc).
JULGAMENTO: Proferida a decisão.
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PROCEDIMENTO SUMARISSIMO = PARTICIONAMENTO DA AUDIÊNCIA COMO MEDIDA EXCEPCIONAL 
No Procedimento Sumaríssimo o particionamento da audiência será medida excepcional.
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
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Todas as audiências em Rito Ordinário serão particionadas // fracionadas?
Ex.: 45ª VT BH
DESPACHO ORDENADOR
 
 
O andamento deste processo se orientará pelas medidas de gestão judiciárias adotadas no presente despacho ordenador. Nos termos dos arts. 653, f, 765,CLT e com fundamento nos princípios da economia e da duração razoável do processo, ficam as partes intimadas a observar e a cumprir as medidas ordinatórias da gestão judiciária que regerão o andamento do presente feito, bem como das diligências seguintes:
I - O procedimento relativo a audiência UNA não foi revogado pela Lei 13.467/17 (artigos 845 e 852-G), na qual serão produzidas todas as provas pretendidas pelas partes. Faculta-se às partes, sob pena de preclusão, a produção de prova testemunhal, quanto a fatos que não dependam de conhecimento técnico e que devam ser considerados pelo perito por ocasião da diligência pericial, quando designada a prova técnica.
II - Corolário dos princípios constitucionais da isonomia e da duração razoável do processo:
2.1 Aplica-se aos procedimentos de rito sumaríssimo e ordinário a exigência de comprovação da formulação de convite às testemunhas (art. 852-H, CLT) que a parte interessada pretenda ouvir como condição para o deferimento da intimação e consequente condução coercitiva da testemunha ausente, sob pena de preclusão; 
2.2 O requerimento de intimação deverá ser acompanhado dos dados indispensáveis à identificação e localização da testemunha, inclusive àquelas a serem ouvidas mediante carta precatória (nome completo, endereço e, quando possível, CPF), sob pena de preclusão
2.3 Em atenção ao princípio da cooperação judiciária, disponibiliza-se o formulário de "Carta convite para comparecimento em audiência na condição de testemunha", anexo à contrafé e à notificação, a ser utilizado pelas partes e seus procuradores como prova pré constituída do convite frustrado;
2.4 Situações específicas serão apreciadas de modo a garantir o direito ao contraditório e à ampla defesa.
III - Nos casos de prova pericial obrigatória e requerida por qualquer das partes, os quesitos deverão ser apresentados na primeira audiência, assim como a indicação do assistente técnico, devendo o autor manifestar em audiência o interesse na prova técnica, sob pena de, em caso de inércia, presumir-se que desistiu do pedido correlato.
IV - No ajuizamento eletrônico de demandas deverá ser observado o disposto na Resolução nº 185 do CSJT, de 24/03/17, com destaque para os arts. 13,14,15,16 e 22, §2º em especial, no que se refere à juntada de documentos.
4.1 A contestação poderá ser apresentada até o horário designado para a realização da audiência (art. 847, parágrafo único da CLT), sendo considerada oferecida para fins do §3º do art. 841 da CLT apenas se, além de regularmente apresentada no sistema PJE, a reclamada se fizer presente, ainda que apenas na pessoa de seu advogado, na referida audiência (§5º do art. 844 da CLT).
PROVA TESTEMUNHAL
Considerando que estudos estatísticos desta Vara revelam a perda de aproximadamente 30% das audiências em razão de adiamento de audiência por ausência de testemunha, mediante apresentação de carta convite; considerando que a carta convite tem sido utilizada como expediente para adiamento injustificado de audiências que são UNAS sem qualquer justificativa legal; com fulcro no princípio da cooperação judiciária, a parte interessada na produção de prova testemunhal deverá observar o disposto nos artigos 825, caput, e 852-h da CLT e atentar aos seguintes termos:
1 - colher a assinatura da testemunha no formulário "CARTA-CONVITE PARA COMPARECIMENTO EM AUDIÊNCIA NA CONDIÇÃO DE TESTEMUNHA" anexo à contrafé e à notificação, bem como à disposição das partes na Secretaria do Juízo;
2 - exibir em audiência a carta-convite devidamente assinada, em caso de ausência da testemunha convidada. 
3 - a ausência injustifica poderá ensejar a aplicação de multa no valor de 01 salário mínimo, art. 730 CLT, além das despesas do adiamento, conforme previsão do artigo 455 do CPC/2015.
 
CARTA-CONVITE PARA COMPARECIMENTO EM AUDIÊNCIA NA CONDIÇÃO DE TESTEMUNHA
Ilmo(a). Sr.(a)_____________________________________, V. Sª foi indicado(a) como testemunha no processo de nº _____________________, ajuizado por___________________________________________________________________ contra______________________________________________________________, que se encontra em andamento na 45ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, devendo comparecer à audiência marcada para dia __/__/__, às ____ :____ horas, no Fórum da Justiça do Trabalho - Rua Mato Grosso, 468 - 13º andar - Bairro Barro Preto. 
A ausência do comparecimento sem justo motivo, implicará a condução coercitiva por oficial de justiça e , além de multa de 01 salário mínimo e à responsabilidade pelas despesas decorrentes do adiamento.(art. 455, CPC/2015 e art. 852-H, § 3º e 730 CLT).
____________________________________________
DOS HORÁRIOS, DIAS E LOCAIS PARA A REALIZAÇÃO DAS AUDIÊNCIAS
LOCAL: REGRA: SEDE DO JUÍZO
DIAS: DIAS ÚTEIS
HORÁRIO: ENTRE 08 ÀS 18H NÃO PODENDO ULTRAPASSAR 05 HORAS CONTÍNUAS EXCETO SE TRATAR DE MATÉRIA URGENTE, CASO EM QUE PODERÁ SER PRORROGADA.
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Art. 813 CLT - As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente.
        § 1º - Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiências, mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas.
        § 2º - Sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências extraordinárias, observado o prazo do parágrafo anterior.
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15 min. de tolerância para atraso?
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A tolerância de 15 min. de atraso, será aplicada apenas aos Magistrados quando do início dos trabalhos.
Art. 815 CLT - À hora marcada, o juiz ou presidente declarará aberta a audiência, sendo feita pelo secretário ou escrivão a chamada das partes, testemunhas e demais pessoas que devam comparecer. (Vide Leis nºs 409, de 1943 e 6.563, de 1978)
Parágrafo único - Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou presidente não houver comparecido, os presentes poderãoretirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências.
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ATRASO DAS PARTES????
Cabe tb a regra 15 min de tolerância ?
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OJ SDI I TST - 245. REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA (inserida em 20.06.2001)
Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte na audiência.
Mas e se o atraso for ínfimo? Poucos minutos...
	ATRASO ÍNFIMO. AUDIÊNCIA. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. Não há previsão no ordenamento jurídico pátrio de tolerância a atraso das partes à audiência na qual deveriam prestar depoimento e produzir prova. No entanto, o princípio da razoabilidade deve permear as decisões proferidas pelos Julgadores de modo a se evitar a prática de injustiça. Assim, o atraso ínfimo da reclamante à audiência, inferior a 5 (cinco) minutos, não deve atrair os efeitos da confissão ficta.
	(TRT da 3.ª Região; PJe: 0011867-53.2016.5.03.0023 (RO); Disponibilização: 26/07/2019; Órgão Julgador: Segunda Turma; Relator: Sebastiao Geraldo de Oliveira)
REVELIA - ATRASO ÍNFIMO DA PARTE EM AUDIÊNCIA. Nos termos da OJ 245 da SDI-1 do TST, inexiste previsão legal relativa a tolerância de atraso para comparecimento da parte na audiência. Contudo, considerando o princípio da informalidade que rege o processo do trabalho, não é razoável a aplicação dos efeitos da revelia e confissão ficta quando constatado que o atraso da parte foi mínimo, sem qualquer prejuízo à instrução processual e não constatado seu desinteresse, negligência ou descaso em atender o chamamento da justiça.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0011450-90.2015.5.03.0167 (RO); Disponibilização: 05/11/2018, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 1262; Órgão Julgador: Terceira Turma; Relator: Luis Felipe Lopes Boson)
DO NÃO COMPARECIMENTO DAS PARTES À AUDIÊNCIA
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NÃO COMPARECIMENTO DO RECLAMANTE:
01ª AUDIÊNCIA = ARQUIVAMENTO
02ª AUDIÊNCIA = CONFISSÃO
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NÃO COMPARECIMENTO DA RECLAMADA:
01ª AUDIÊNCIA = REVELIA + CONFISSÃO
02ª AUDIÊNCIA = CONFISSÃO.
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Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
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Art. 844 - § 1o  Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova audiência.                      (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
Motivo relevante????
Transito para chegar ao tribunal????
NÃO COMPARECIMENTO À AUDIÊNCIA. PENA DE CONFISSÃO - AUSÊNCIA DE MOTIVO RELEVANTE PARA JUSTIFICAR O ATRASO. Retenções no trânsito, congestionamentos ou até mesmo obras em rodovia - quando a parte já tiver ciência prévia desses percalços - não podem ser considerados "motivos relevantes", pois cabe à parte tomar todas as precauções para o comparecimento no horário designado pelo Juízo, deslocando-se com antecedência que permita considerar esses eventos, que constituem situações corriqueiras e, de fato, de conhecimento da reclamada.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010480-30.2018.5.03.0056 (RO); Disponibilização: 22/04/2019, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 488; Órgão Julgador: Primeira Turma; Relator: Jose Eduardo Resende Chaves Jr.)
Trabalhador que passou a residir em outro Estado após a distribuição da ação?
A Justiça do Trabalho arquivou reclamação de um montador que não compareceu à audiência alegando que passou a residir em outro estado e não tinha condições financeiras para custear a viagem do Maranhão para São Paulo. Ele se fez representar por outro empregado com a mesma função na empresa contra a qual ajuizou a ação, mas o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP) não aceitou o motivo para a ausência apresentada pelo trabalhador, por entender que não se enquadrava entre as possibilidades do artigo 843, parágrafo 2º, da CLT.
Nos autos da RT 208-94.2011.5.02.0461 o TRT-SP, ao manter a sentença que decidiu pelo arquivamento, ressaltou que o trabalhador tinha prévio conhecimento da data da audiência e da obrigatoriedade do seu comparecimento, e da pena em caso de ausência. 
Cuidado!!!!!
Pagamento de custas caso o Recte não compareça – Lei 13467/2017:
ART 844 § 2o  Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.                       (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
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S 72 TRT 03
ARGUIÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE. PAGAMENTO DE CUSTAS. BENEFICIÁRIO DE JUSTIÇA GRATUITA. §§ 2º e 3º DO ART. 844 DA CLT (LEI 13.467/2017). São inconstitucionais a expressão "ainda que beneficiário da justiça gratuita", constante do § 2º, e a íntegra do § 3º, ambos dispositivos do art. 844 da CLT, na redação dada pela LEI 13.467/2017, por violação direta e frontal aos princípios constitucionais da isonomia (art. 5º, caput, da CR), da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV, da CR) e da concessão de justiça gratuita àqueles que dela necessitarem (art. 5º, LXXIV, da CR).
“motivo legalmente justificável” para a ausência do reclamante à audiência, referido no art. 844, § 2º?
 a) qualquer um daqueles previstos no art. 473 e incisos da CLT, que dispõem sobre razões justificadas para ausência do empregado ao trabalho; 
b) doença; 
c) outras razões entendidas como “poderosas” e relevantes (§ 2º do art. 843; § 1º do art. 844 da CLT, além das que o juiz assim entender, segundo a sua equilibrada ponderação, nos termos do art. 375 do CPC – aplicação pelo juiz das regras de experiência comum e observação do que ordinariamente acontece). 
§ 3o  O pagamento das custas a que se refere o § 2o é condição para a propositura de nova demanda.                   (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
CRÍTICA!
 
Tem-se entendido que esse dispositivo constitui afronta à garantia constitucional de livre acesso à justiça, violando o princípio da inafastabilidade da jurisdição (CF, art. 5º, XXXV). 
Tal determinação também desrespeita instrumentos internacionais ratificados pelo Brasil, com garantias insertas na própria Constituição. 
Ademais, o dispositivo legal atrita com a singularidade do jurisdicionado trabalhador e a natureza alimentar dos direitos postulados.
ARQUIVAMENTO. RECLAMANTE BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA. CUSTAS PROCESSUAIS. ISENÇÃO. Não há como impor ao reclamante, beneficiário da Justiça Gratuita, o recolhimento das custas processuais com escólio nos parágrafos 2º e 3º acrescidos ao artigo 844 da CLT pela Lei n. 13.467/2017. Trata-se de exigência que colide com os primados da ordem constitucional e legal de proteção e viabilização do acesso à Justiça, pois não considera: 1) o princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV, da C.F.); 2) a concessão de assistência jurídica gratuita e integral pelo Estado aos que comprovarem insuficiência de recursos (art 5º, inciso LXXIV da C.F.); 3) que o benefício da justiça gratuita alcança as custas processuais, como previsto nos artigos 790, §§ 3º e 4º e 790-A da própria CLT e art. 98 § 1º, incisos I e IV do CPC; 4) que a CLT já prevê penalidade para dois arquivamentos seguidos, nos termos do seu art. 732, não se podendo cogitar de múltiplas penalidades para o mesmo fato e ainda 5) o princípio de vedação ao retrocesso. Corroborando este entendimento, foi recentemente editada por este Regional a Súmula nº 72, que declarou a inconstitucionalidade dessa norma, especificamente quanto à expressão "ainda que beneficiário da justiça gratuita"
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010775-51.2018.5.03.0029 (RO); Disponibilização: 12/11/2018, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 3081; Órgão Julgador: Decima Turma; Relator: Convocada Maria Raquel Ferraz Zagari Valentim
TRIPLA PENALIDADE TRAZIDA PELA REFORMA TRABALHISTA:
A Reforma Trabalhista trouxe tripla penalidade ao reclamante para o mesmo fato (ausência não justificada à audiência inicial):
 a) Art. 732 da CLT, que é a perempção; 
Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamaçãoverbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho.
Art. 732 - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.
b) a segunda é o pagamento de custas ainda que beneficiário da justiça gratuita;  
c) a terceira é a relativa à quitação das custas como condição para a propositura de nova demanda.
Aspectos da revelia
Art 844 § 5o  Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados.                    (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
O parágrafo 5º do art. 844 amenizou para o reclamado os efeitos de sua ausência à audiência, pois se presente seu advogado, este poderá entregar a defesa e documentos, trazendo ao reclamado, assim, vantagem antes inexistente, de não lhe ser aplicada a revelia e, com isso, significativo prejuízo para a efetividade do processo: Tal procedimento trouxe efetivo prejuízo para a conciliação em audiência e, ainda, haverá prejuízo à tomada do depoimento pessoal das partes e alcance da verdade real”, ainda prejuízo aos princípios da concentração dos atos processuais, da imediatidade, da celeridade, da economia, da maior efetividade do contraditório e da democratização do processo.
Antes da Lei 13.467/2017
ADVOGADO PRESENTE SEM PREPOSTO, MAS, PORTANDO DEFESA?
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A presença de advogado sem presença de Preposto NÃO é capaz de elidir a REVELIA!!!! (Súmula nº 122 do TST).
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Súmula nº 122 do TST
REVELIA. ATESTADO MÉDICO.
A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência. (primeira parte - ex-OJ nº 74 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996; segunda parte - ex-Súmula nº 122 - alterada pela  Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
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... que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência???
E se a apenas parte apresentar atestado médico s/ tal informação – impossibilidade de locomoção?
POSICIONAMENTO 01 
Turma admite atestado que não informa dificuldade de locomoção para ausência em audiência
(Seg, 27 Mar 2017 07:00:00)
A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho afastou a aplicação da pena de confissão a um representante comercial que não compareceu à audiência e apresentou atestado que não informava a impossibilidade de locomoção. Segundo a Turma, a decisão destoa do entendimento do Tribunal de que a apresentação de atestado médico informando a necessidade de repouso do empregado é suficiente para justificar sua ausência à audiência. 
 
Na ação trabalhista movida contra a Comércio de Malha e Tecidos Silva Santos e Kowarick Ltda., o representante pedia reconhecimento do vínculo de emprego e o pagamento dos direitos decorrentes. Como não compareceu à audiência de instrução, o juízo da 20ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro (RJ) aplicou a pena de confissão, na qual se presumem verdadeiros os fatos alegados pela parte contrária.
 
No recurso ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ), o trabalhador sustentou que apresentou o atestado em tempo hábil e pediu a declaração de nulidade da sentença e o retorno dos autos ao juízo para reabertura da instrução. O TRT, porém, manteve a pena de confissão porque que o atestado se limitava a recomendar repouso por dois dias, indicando gastroenterite, e aplicou ao caso a Súmula 122 do TST, segundo a qual o atestado deve declarar expressamente a impossibilidade de locomoção do empregador ou do preposto para afastar a revelia.
TST
 
De acordo com a relatora do recurso do representante ao TST, ministra Maria de Assis Calsing, o Tribunal, observou que o parágrafo único do artigo 844 da CLT autoriza a designação de nova audiência na hipótese de motivo relevante, que deve ser suficientemente comprovado pelo interessado. Ela citou diversos precedentes das diversas Turmas do TST para concluir que o entendimento vigente é o de que a necessidade de repouso é suficiente para essa finalidade.
 
A decisão foi unânime no sentido de prover o recurso do trabalhador e, anulando os atos praticados no processo, determinar o retorno à Vara de origem para prosseguir na instrução processual.
 
(Lourdes Côrtes/CF)
 
Processo: RR-10173-83.2014.5.01.0020
	POSICIONAMENTO 02
AUSÊNCIA DO RECLAMANTE À AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO - PENA DE CONFISSÃO FICTA - SÚMULA 122 DO C. TST. Ao Reclamante que apresenta atestado médico que não declara expressamente a impossibilidade de locomoção, deve ser aplicada a pena de confissão ficta, na forma da Súmula 122 do c. TST.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010839-83.2017.5.03.0033 (RO); Disponibilização: 25/02/2019; Órgão Julgador: Terceira Turma; Relator: Emilia Facchini)
ENTENDIMENTO PREDOMINANTE:
Conquanto a Súmula 122 do TST se refira à necessidade da menção da expressão "impossibilidade de locomoção" no atestado médico, certo é que uma vez mencionado o CID e constatando-se que a enfermidade por sua própria natureza é suficiente para demonstrar a impossibilidade da parte de comparecer à audiência, justificada estará a ausência do litigante. Entendimento em contrário escapa ao bom senso e à razoabilidade.
Em síntese:
A reforma trabalhista, na sessão que trata da audiência de julgamento, trouxe a ocorrência de desequilíbrio e desigualdade no tratamento das partes. Isso porque, houve um rigor excessivo atribuído aos efeitos da ausência do reclamante - art. 844 §§ 2º e 3º da CLT e, por outro lado, houve uma amenização dos efeitos da ausência do reclamado, não só em face do disposto no art. 843, § 3º (o preposto não precisa mais ser empregado) quanto em face do disposto no art. 844, § 5º, da CLT (mitigação da revelia)
EFEITOS DA REVELIA
A revelia ocasionará efeitos de ordem material e processual.
Efeitos  material
		  processual
EFEITOS DE DIREITO MATERIAL = CONFISSÃO FICTA RELATIVA
CONFISSÃO FICTA RELATIVA – PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DOS FATOS NARRADOS NA INICIAL 
A revelia induz a presunção de veracidade dos fatos narrados pelo Reclamante na Peça de Ingresso, mas, contudo, trata-se de presunção relativa, pois, admite-se prova em contrário.
 
EFEITOS DE DIREITO PROCESSUAL 
NÃO INTIMAÇÃO DOS DEMAIS ATOS PROCESSUAIS 
+
 JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE
EFEITOS DE DIREITO PROCESSUAL = Ocorrendo a Revelia, a parte revel não será intimada dos demais atos processuais que correrão independentemente de sua intimação, embora possa esta intervir no processo em qualquer tempo, recebendo-o no estado em que se encontra + Julgamento antecipado da lide (ressalvados alguns casos em que não será cabível a antecipação. Ex.: perícia).
REVELIA PARA AS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO?  CABÍVEL .:. OJ 152 SDI I COL. TST.
OJ SDII TST 152. REVELIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. APLICÁVEL. (ART. 844 DA CLT) (inserido dispositivo) - DJ 20.04.2005
Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no artigo 844 da CLT. 
PRODUÇÃO DE PROVA MESMO COM CONFISSÃO DA RECDA?
Mesmo em caso de confissão / não comparecimento da parte à audiência em prosseguimento, é cabível ao Juízo decidir a validade de prova posterior. 
Ex.: Aplicada a confissão ficta a Ré que não compareceu à audiência de instrução, é possível que o Juiz determine de oficio a realização de interrogatório do Empregado.
  
PEREMPÇÃO TRABALHISTA
Perda temporária (06 meses) do direito de postular perante a Justiça do Trabalho.
Momento de arguição: Preliminar da Defesa.
Perda temporária – 06 meses = A perda temporária do direito de ação dar-se-á pelo prazo de 06 meses, não podendo o Reclamante exercer seu direito de ação.
Extensão da penalidade– frente apenas à Reclamada em que incorreu em 02 arquivamentos seguidos, ou, que não retornou para reduzir a termo sua Reclamatória - A penalidade de Perempção é frente apenas à Reclamada contra a qual o Reclamante:
 
• deu causa ao arquivamento por 02 oportunidades seguidas ou,
• que demandaria, mas, não retornou à Vara do Trabalho para reduzir a reclamação a termo, 
e, não em face de toda e qualquer ação que pretenda ajuizar no Judiciário Trabalhista (interpretação restritiva).
Art. 786 CLT - A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo.
Parágrafo único - Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior, apresentar-se no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena estabelecida no art. 731.
Art. 731 CLT - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho.
Art. 732 CLT - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.
PEREMPÇÃO POR DESISTÊNCIA? Cabível?
PEREMPÇÃO POR DESISTÊNCIA?
A desistência da ação, ainda que por mais de duas vezes consecutivas, não leva à perempção trabalhista.
 
EMENTA: PEREMPÇÃO. DESISTÊNCIA DA AÇÃO. O instituto da perempção visa penalizar aquele demandante que dá causa a mais de uma extinção da ação por ausência à audiência inicial. A desistência da ação não é levada em conta para efeito de perempção como indicam os arts. 731, 732 e 844 da CLT.
(TRT da 3.ª Região; Processo: 0002139-91.2011.5.03.0110 RO; Data de Publicação: 03/11/2014; Órgão Julgador: Terceira Turma; Relator: Cesar Machado; Revisor: Camilla G.Pereira Zeidler)
Desistência da ação pode se dar a qualquer momento?
Cuidado!!!!
Art. 841 - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.
§ 1º - A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.
§ 2º - O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação ou na forma do parágrafo anterior.
§ 3o  Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação.                          (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
HAVENDO A DESISTÊNCIA DA AÇÃO ANTES DE OFERECIDA A CONTESTAÇÃO É CABÍVEL A CONDENAÇÃO DAQUELE QUE DESISTE AO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS?
Entendimento Majoritário:
A desistência da ação pela parte autora antes do oferecimento da contestação implica na isenção do pagamento de custas e de honorários advocatícios. Inteligência do §2º do art. 1040, do CPC/2015, de aplicação subsidiária ao processo do trabalho: "Se a desistência ocorrer antes de oferecida contestação, a parte ficará isenta do pagamento de custas e de honorários de sucumbência".
Entendimento Minoritário:
Se a parte deu causa à extinção do feito sem resolução do mérito por desistência da ação, esta desistência foi devidamente homologada na sentença, assim, sendo imperativa sua condenação ao pagamento de honorários advocatícios à parte adversa, por aplicação analógica do artigo 90 do CPC/15.
Art. 90 CPC. Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia ou em reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou reconheceu.
Fundamento da inaplicabilidade do CPC:
Como ressai da literalidade do art. 791-A da CLT os honorários são devidos sobre o valor que resultar da liquidação dos pedidos ou do proveito econômico obtido, não havendo referência à sua exigibilidade nos casos de extinção do processo em virtude de desistência, justamente porque em tal hipótese não se vislumbra qualquer proveito econômico. 
Assim, constata-se que a CLT trilhou caminho diverso do Código de Processo Civil.
Ao deixar de mencionar o cabimento dos honorários de advogado nos casos em que há desistência, a CLT reforça característica que lhe é imanente, de facilitar o acesso à Justiça do Trabalho. 
CUIDADO!
MUITO CUIDADO!!!!!
Art. 791-A.  Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.                     (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 1o  Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.                       (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 2o  Ao fixar os honorários, o juízo observará:                  (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - o grau de zelo do profissional;                       (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
II - o lugar de prestação do serviço;                     (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
III - a natureza e a importância da causa;                          (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.                        (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
(...)
(...)
§ 3o  Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários.                   (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 4o  Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.                           (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 5o  São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.                     (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
PREPOSTO
Antes Lei 13.467/2017
Art. § 1º 843 CLT - É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.
Preposto não empregado?
AUDIÊNCIA INAUGURAL - PREPOSTO NÃO EMPREGADO - REVELIA E CONFISSÃO - HORAS EXTRAS - A Súmula 377 do c. TST representa o entendimento da jurisprudência dominante no sentido de que o preposto indicado para comparecer à Justiça do Trabalho em nome do empregador deverá ser seu empregado e, ainda, ter ciência dos fatos relacionados à lide. Essa construção jurisprudencial, aliás, encontra fundamento legal expresso, contido no art. 843, § 1º, da CLT. No caso vertente, sendo incontroverso que a pessoa indicada como preposta da 1ª ré na audiência inaugural não possuía vínculo empregatício com a empresa, apresenta-se incensurável a r. decisão de primeiro grau que, reputando irregular a representação da 1ª reclamada, decretou a revelia e aplicou-lhe a pena de confissão. Entretanto, da mesma forma destacada pelo d. Julgador de origem, não há como prevalecer com exatidão a jornada da inicial, quando inexiste razoabilidade nas alegações lá apontadas.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010653-42.2017.5.03.0136(RO); Disponibilização: 25/07/2019; Órgão Julgador: Oitava Turma; Relator: Ana Maria Amorim Reboucas
PREPOSTO CONDIÇÃO DE EMPREGADO
SÚMULA 377 TST - PREPOSTO - EXIGÊNCIA DA CONDIÇÃO DE EMPREGADO (nova redação) - Res. 146/2008, DJ 28.04.2008, 02 e 05.05.2008
Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do reclamado. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. 
APÓS A LEI 13.467/2017:
Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria. (Redação dada pela Lei nº 6.667, de 3.7.1979)
 
§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.
 
§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
 
§ 3o O preposto a que se refere o § 1o deste artigo não precisa ser empregado da parte reclamada. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Preposto = Designado para representar o preponente de uma empresa diante de um processo judicial.
Conhecimento dos fatos = Não é necessário o preposto ter visto, mas, ter conhecimento dos fatos tratados na ação.
Apresentação de preposto admitido depois do reclamante sujeita empresa a efeitos da confissão ????
O art. 843 da CLT não exige o conhecimento direto pelo preposto da empresa, ou seja, não impõe a presença física dele diante dos fatos controvertidos na ação e nem que ele seja contemporâneo do reclamante. 
Por isso, seriam inaplicáveis os efeitos da confissão ficta à empresa reclamada que comparece com preposto admitido após a dispensa do Recte.
Mesmo pois, com a RefTrab. Passou-se a admitir a possibilidade de preposto que sequer seja empdo da recda.
DESCONHECIMENTO DOS FATOS PELO PREPOSTO – CONFISSÃO (Pode ser elidida) 
O desconhecimento dos fatos pelo preposto importa confissão quanto à matéria de fato, que pode ser elidida por outros elementos constantes dos autos.
ADVOGADO PREPOSTO?
BASE ART. 03º REGULAMENTO GERAL DA OAB.
Art. 3º - REGULAMENTO GERAL DA OAB. É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou cliente. 
PREPOSTO EM AÇÃO ANTERIOR PODERÁ SER TESTEMUNHA EM OUTRO PROCESSO? 
Entendimento 01: NÃO!!!
Base:
Art. 447 NCPC.  Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas.
§ 2o São impedidos:
III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes.
Turma mantém indeferimento de depoimento de testemunha que atuou como preposto em outra ação
 
A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho desproveu agravo de instrumento pelo qual a Bombril S. A. pretendia questionar decisão do juízo da 33ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte (MG) que indeferiu o depoimento da testemunha da empresa em reclamação trabalhista movida por um vendedor, por ter atuado como preposto em outro processo. Segundo a Turma, não houve o alegado cerceamento de defesa pelo indeferimento de uma testemunha indicada pela empresa que atuou como preposto em outra ação.
 
O vendedor, que trabalhou na Bombril de 1986 a 2008, pedia diferenças salariais relativas ao atingimento de metas de vendas nas campanhas promocionais da empresa. Ao indeferir a oitiva da testemunha, o juízo de primeiro grau entendeu que sua atuação como preposto em processo na 14ª Vara retirava “a isenção de ânimo necessária a atribuir plena credibilidade a seu depoimento”. A sentença, que condenou a Bombril ao pagamento das verbas pedidas pelo vendedor, registrou também que o preposto ouvido nessa ação “demonstrou desconhecer inúmeros fatos”, resultando em confissão ficta.
(....) Processo: AIRR-118700-66.2009.5.03.0112
Entendimento diverso:
SIM.. Pode ser testemunha em feito diverso na qual atuou como preposto!
 A jurisprudência do TST é no sentido de que "o simples fato de a testemunha já ter participado como preposto da empresa em ações anteriores não a enquadra em nenhuma das hipóteses legais de suspeição ou impedimento.
TESTEMUNHA. PREPOSTO DA EMPRESA EM OUTROS PROCESSOS. SUSPEIÇÃO NÃO CONFIGURADA. O fato de a testemunha ter atuado como preposto da reclamada em outros processos, por si só, não torna a testemunha suspeita, cabendo à parte contrária demonstrar o efetivo interesse da testemunha no resultado do processo.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010149-33.2017.5.03.0137 (RO); Disponibilização: 09/05/2019, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 1464; Órgão Julgador: Sexta Turma; Relator: Convocado Danilo Siqueira de C.Faria)
 
CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DE OITIVA DE TESTEMUNHA. PARTICIPAÇÃO EM AÇÃO ANTERIOR COMO PREPOSTO. A lei processual não veda que aquele que tenha atuado como preposto em ação anterior seja ouvido como testemunha em demanda diversa, visto que aquela condição envolve representação exclusivamente para determinada audiência em feito específico. Assim, é necessário que seja demonstrado interesse na solução do litígio para que seja deferida a contradita. No presente caso concreto, a oitiva da testemunha patronal foi indeferida pelo simples fato de ela já ter atuado como preposto da reclamada em outro processo, o que, por si só, não a torna suspeita.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0011263-34.2016.5.03.0107 (RO); Disponibilização: 02/08/2018, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 977; Órgão Julgador: Terceira Turma; Relator: Milton V.Thibau de Almeida)
Prazo para apresentação da defesa?
Até dia anterior a audiência?
Até a audiência?
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.                      (Redação dada pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995)
Parágrafo único.  A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência.                      (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
RITOS // PROCEDIMENTOS PROCESSUAIS
TRABALHISTAS
Ritos//Procedimentos:
Sumário / Alçada – Valor da causa ATÉ 02 Salários Mínimos;
Sumaríssimo – Valor da causa ATÉ 40 Salários Mínimos;
Ordinário - Valor da causa de + 40 Salários Mínimos.
RITO // PROCEDIMENTO SUMÁRIO // ALÇADA
Valor dos pedidos de Até 02 Salários Mínimos. 
Decisão irrecorrível, salvo se tratar de questão constitucional.
Art 2º Lei n. 5.584/70 Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo acôrdo, o Presidente, da Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da causa, fixar-lhe-á o valor para a determinação da alçada, se êste fôr indeterminado no pedido. 
§ 4º - Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. (Redação dada pela Lei nº 7.402, de 1985)
AÇÃO SUBMETIDA AO RITO SUMÁRIO - RECURSO CONTRA A SENTENÇA - MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL - NÃO CABIMENTO - Estando a demanda submetida ao rito sumário, o recurso interposto pela parte deve atender ao disposto no artigo 2º, §4º, da Lei n. 5.584/70, ou seja, deverá o apelo versar exclusivamente sobre matéria constitucional. No caso em exame, contudo, incabível o recurso ordinário interposto pela parte autora, pois se restringe a tratar de questões infraconstitucionais. Recurso ordinário não conhecido, por inadequação típica. (TRT da 3.ª Região; PJe: 0011723-69.2013.5.03.0028(RO); Disponibilização: 02/10/2014; Órgão Julgador: Sexta Turma; Relator: Jorge Berg de Mendonca)
RITO // PROCEDIMENTO SUMARISSIMO
VALOR DA CAUSA: acima de 02 até 40 Salários Mínimos. 
Não aplicável a Administração Pública direta, autárquica e fundacional.
 
Nas demandas submetidas a este rito deve-se liquidar os pedidos sob pena de extinção da ação sem julgamento. 
Não caberá citação por edital: Reclamante deverá informar corretamente o nome e endereço da Reclamada para citação.
Máximo de 02 testemunhas para cada parte: não tem rol.
-Distribuição da ação x Audiência: máximo 15 dias.
-Sentença sucinta: dispensa / não precisa conter relatório.
SEÇÃO II-A
(Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
 
Do Procedimento Sumaríssimo
 
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
 
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
 
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
 
I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
 
II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado; (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000) (Vide ADIN 2139) (Vide ADIN 2160) (Vide ADIN 2237)
 
III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
 
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
Necessário arbitramento de valor apenas nas demandas do rito sumaríssimo? 
E no Rito Ordinário?????
“A apurar”?
Cuidado!!!
Muito Cuidado!
Até a vigência da Lei nº 13.467/17, a prévia liquidação dos pedidos somente era exigida nos processos submetidos ao rito sumaríssimo, e então, com a nova redação do §1º do art. 840 da CLT, esse requisito passou a obrigatório também no rito ordinário:
(...)
Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
 
§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
(...)
Não apresentação de valor no rito ordinário gera de plano a extinção da ação???????
NÃO!
Observados os princípios da primazia da solução de mérito e da cooperação (Arts. 4º e 6º/CPC), em se tratando de pedido cuja liquidação seja exigível e verificando o juiz que a exordial não atende aos requisitos legais, deve oportunizar à parte que a emende no prazo legal (vício sanável), e somente se o autor não cumprir a diligência, indeferirá o pedido, conforme dispõe o art. parágrafo único do art. 321 CPC.
VALOR ESPECÍFICO PARA CADA PEDIDO. NECESSIDADE. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DO VALOR. POSSIBILIDADE DE EMENDA À INICIAL. Nas ações trabalhistas propostas sob o rito ordinário, o § 1º do art. 840 da CLT, após a vigência da Lei n. 13.467/17, determina que a petição inicial contenha uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com a indicação de seu valor. Assim, em caso de pedido cuja liquidação seja exigível, compete ao juízo conceder o prazo de 15 dias para que o autor emende a inicial nestes termos (art. 321 do CPC), de forma a atribuir ao pedido seu valor individual. Somente se não cumprida a determinação de emenda é que o processo ou o pedido, conforme o caso, deve ser extinto sem resolução do mérito (parágrafo único do art. 321 do CPC, c/c o §3º do art. 840 da CLT).
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010709-03.2018.5.03.0181 (RO); Disponibilização: 22/11/2018; Órgão Julgador: Oitava Turma; Relator: Ana Maria Amorim Reboucas)
Mera estimativa de valores ou liquidação de pedidos em Rito Ordinário?????
Limita a execução aos valores pugnados na Exordial?
ENTENDIMENTO PREDOMINANTE:
Não se exige a liquidação integral da petição inicial, com juntada de memória de cálculo, mas apenas a indicação, por estimativa (ou por aproximação), do valor de cada pedido formulado.
 Os valores atribuídos aos pedidos indicados na petição inicial representam apenas uma estimativa do conteúdo pecuniário da pretensão e têm o objetivo de definir o rito processual a ser seguido, não havendo falar em limitação aos respectivos valores em eventual liquidação. Aplica-se, por analogia, o entendimento consubstanciado na Tese Jurídica Prevalecente n. 16 do TRT//MG.
Tese Jurídica Prevalecente n. 16 TRT//MG
Rito Sumaríssimo. Valor correspondente aos pedidos, indicado na petição inicial (art. 852-B, da CLT). Inexistência de limitação, na liquidação, a este valor.
No procedimento sumaríssimo, os valores indicados na petição inicial, conforme exigência do art. 852-B, I, da CLT, configuram estimativa para fins de definição do rito processual a ser seguido e não um limite para apuração das importâncias das parcelas objeto de condenação, em liquidação de sentença. (RA 207/2017, disponibilização: DEJT/TRT-MG/Cad. Jud. 21, 22 e 25/09/2017).
Ver  Precedentes da Tese Jurídica Prevalecente n. 16
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA SUJEITA AO RITO ORDINÁRIO - LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO - VALORES ATRIBUÍDOS AOS PEDIDOS NA PETIÇÃO INICIAL - IMPOSSIBILIDADE - Os valores atribuídos aos pedidos indicados na petição inicial representam apenas uma estimativa do conteúdo pecuniário da pretensão e tem o objetivo de definir o rito processual a ser seguido, não havendo falar em limitação aos respectivos valores em eventual liquidação. Aplica-se, por analogia, o entendimento consubstanciado na Tese Jurídica Prevalecente n. 16 deste Tribunal Regional.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010759-23.2018.5.03.0183 (RO); Disponibilização: 26/04/2019; Órgão Julgador: Quinta Turma; Relator: Oswaldo Tadeu B.Guedes)
No rito sumaríssimo as exceções e incidentes não suspenderão o processo.
 
Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão decididas na sentença. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)
Interrupção apenas em caso de: Volume de documentos – Testemunha arrolada, mas não compareceu ou perícia.
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente.                          (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz.                          (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação.                            (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva.            (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, oobjeto da perícia e nomear perito.                             (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 5º (VETADO)                          (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias.                         (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa.                      (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
      
101
  SIMPLICIDADE DA SENTENÇA
        Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
        § 1º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum.  (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
        § 2º (VETADO)  (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
        § 3º As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que prolatada. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
DAS
TESTEMUNHAS
COMPARECIMENTO INDEPENDENTE DE NOTIFICAÇÃO
Na Justiça do Trabalho, de acordo com o comando do Art. 845 da CLT, o reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhada das suas testemunhas, independentemente de notificação. 
Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas.
DISPENSA DE EMPREGADO QUE SERVIU COMO TESTEMUNHA DE COLEGA EM AÇÃO TRABALHISTA?
- ULTRAPASSA O PODER DO EMPREGADOR
- TRATO DISCRIMINATÓRIO
- PASSÍVEL DE DANOS MORAIS
COMPARECIMENTO DA RECLAMANTE À JUSTIÇA DO TRABALHO PARA DEPOR COMO TESTEMUNHA - DISPENSA - DANOS MORAIS. O fato de a autora ter sido dispensada após ter comparecido para depor na audiência trabalhista de um ex-empregado da reclamada configura dano moral, passível de reparação, ante a ilicitude do ato praticado pela ré, caracterizada pela intenção de prejudicar a empregada, punindo-a por ter comparecido como testemunha enquanto vigorava o seu contrato de trabalho.
(TRT da 3.ª Região; Processo: 0001146-56.2011.5.03.0075 RO; Data de Publicação: 08/02/2013; Órgão Julgador: Segunda Turma; Relator: Luiz Ronan Neves Koury; Revisor: Jales Valadao Cardoso)
TESTEMUNHA QUE TAMBÉM LITIGA CONTRA EX-EMPREGADOR – NÃO TORNA SUSPEITA
REGRA: A CIRCUNSTÂNCIA DA TESTEMUNHA LITIGAR OU TER LITIGADO CONTRA O MESMO EMPREGADOR EM REGRA NÃO A TORNA SUSPEITA – SÚMULA 357 COL. TST.
Súmula nº 357 do TST
TESTEMUNHA. AÇÃO CONTRA A MESMA RECLAMADA. SUSPEIÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador.
Reciprocidade de atuação como testemunha caracteriza troca de favores????
Reciprocidade de atuação como testemunha não caracteriza troca de favores
Os motivos da rejeição devem ser efetivamente comprovados.
 
20/08/19 - A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho determinou que o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP) leve em consideração o depoimento de uma testemunha que havia sido rejeitada por suposta troca de favores com um consultor da Victoire Automóveis Ltda., de São Paulo. A reciprocidade da atuação como testemunhas, por si só, segundo a Turma, não caracteriza suspeição.
 
Informante
 
Na reclamação trabalhista, o empregado, que pretendia o reconhecimento de pagamento de parcelas “por fora”, indicou como testemunha um colega de trabalho que também ajuizara ação contra a empresa na qual ele próprio prestara depoimento.
 
O juízo de primeiro grau considerou a prova testemunhal imprestável e determinou que o colega fosse ouvido apenas como informante. O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP) manteve a sentença, por considerar que havia troca de favores.
“Indesejável embaraço”
 
Segundo a ministra Maria Helena Mallmann, relatora do recurso de revista do consultor, o mero fato de o reclamante e a testemunha terem ajuizado ação com identidade de pedidos contra o mesmo empregador e serem testemunhas recíprocas não as torna suspeitas (Súmula 357). “As pessoas que presenciaram os fatos objeto da prova oral são as indicadas para que o juízo possa estabelecer os limites do ocorrido dentro das alegações apresentadas”, afirmou.
 
Na avaliação da ministra, restringir a possibilidade de testemunho recíproco implicaria a diminuição da capacidade dos empregados de produzir provas orais, o que causaria indesejável embaraço à demonstração dos fatos alegados na inicial. Ela destacou que, de acordo com a jurisprudência do TST, os motivos para a rejeição de testemunha devem ser efetivamente comprovados, de maneira a evidenciar a efetiva troca de favores.
 
A decisão foi unânime.
 
(LT/CF)
 
Processo: RR-83300-21.2009.5.02.0014
PRETENSA TESTEMUNHA COM AÇÃO AJUIZADA CONTRA O EMPREGADOR C/ PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, TB SE APLICA SÚMULA 357 DO TST?
SIM!
CONTRADITA DA TESTEMUNHA. AÇÃO AJUIZADA CONTRA O EMPREGADOR. PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. SÚMULA 357 DO TST. 1. A Súmula 357 do TST prescreve, verbis: "Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador". 2. A existência de pedido de indenização de danos morais não tem o condão de afastar a aplicação do referido verbete sumular. 3. A circunstância de a pessoa, indicada como testemunha, ter ação trabalhista em curso contra a demandada, ainda que contenha pedido de indenização por danos morais, não é reveladora, por si só, de inimizade para com o ex-empregador ou de interesse no litígio a que alude o artigo 447, § 3º, do CPC/2015. 4. Aplicável a Súmula 357 do TST à presente hipótese, ficando afastada a contradita arguida.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0011889-32.2016.5.03.0114 (RO); Disponibilização: 30/08/2019, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 1076; Órgão Julgador: Quarta Turma; Relator: Paula Oliveira Cantelli)
NÃO!
NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DA OITIVA DE TESTEMUNHAS. FALTA DE ISENÇÃO DE ÂNIMO. AÇÃO POSTULANDO INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Nos termos da Súmula 357 do C. TST, não existe uma presunção de que a testemunha que litiga, ou que já litigou, contra a mesma empresa, seja suspeita, isto é, que possua interesse na demanda capaz de retirar o crédito de seu depoimento, sendo que, para o justificado deferimento da contradita, é preciso que a depoente apresente-se sem isenção de ânimo. No caso em análise, as testemunhas convidadas pelo autor possuem ação de indenização por danos morais contra a reclamada, circunstância capaz de justificar a suspeição dos depoentes, invalidando-se, assim, a utilidade probatória de seus depoimentos, conforme previsto na exceção do art. 447, caput, do CPC.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0011760-36.2017.5.03.0035 (RO); Disponibilização: 26/08/2019; Órgão Julgador: Decima Turma; Relator: Convocado Alexandre Wagner de Morais Albuquerque)
ÔNUS PROBATÓRIO // ÔNUS DE PROVA // ÔNUS PROBANDI
DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA
 
CLT – Art. 818 CLT  
CPC: 373 NCPC
- AUTOR – FATO CONSTITUTIVO.
- RÉU – IMPEDITIVO, MODIFICATIVO OU EXTINTIVO AO DIREITO NDO AUTOR.
 
SEÇÃO IX
 
DAS PROVAS
 
Art. 818. O ônus da prova incumbe: (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
 
I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
 
II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
 
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisãofundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
 
§ 2o A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
 
§ 3o A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
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Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando:
I - recair sobre direito indisponível da parte;
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo.
PEDIDO DE HORAS EXTRAS X ÔNUS DA PROVA
EMPRESA COM ATÉ 10 EMPREGADOS – Não necessário registro de ponto. ÔNUS PARA O RECLAMANTE ACERCA DA SOBREJORNADA.
 
EMPRESA COM + 10 EMPREGADOS – ÔNUS PARA O EMPREGADOR / RECLAMADO que deverá juntar os cartões de ponto.
O Empregador que possui até 10 empregados não está obrigado a manter os controles de ponto nos termos do artigo 74, § 2º/CLT. Nesta hipótese, o encargo probatório quanto à ocorrência de trabalho extraordinário compete ao empregado por ser fato constitutivo do direito às horas extras postuladas, consoante os artigos 818/CLT c/c artigo 373, I do NCPC.
Súmula nº 338 do TST
JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)
(...)
Menos de 10 empds mas possui controles de ponto??? 
JORNADA DE TRABALHO. NÃO APRESENTAÇÃO DE CONTROLES QUE PERMITEM A AFERIÇÃO DA JORNADA EFETIVA DO EMPREGADO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 338 DO TST. O empregador que possui mais de 10 (dez) empregados no estabelecimento, está obrigado a manter o registro formal dos horários trabalhados e apresentá-los em juízo, nos termos do art. 74, §2º, da CLT c/c a Súmula 338, I, do TST. No caso, a despeito de a ré ter afirmado ter menos de 10 empregados, a análise de todos os elementos de convicção existentes no feito e o depoimento do preposto permite concluir que havia controle de ponto apta a comprovar a jornada efetivamente cumprida pelo trabalhador. Incidem, no caso, o entendimento jurisprudencial consagrado na Súmula 338, do C. TST, presumindo-se verdadeira a jornada alegada na inicial, juntamente com as provas coligidas no feito. Não tendo a ré logrado desconstituir a presunção de veracidade da jornada alegada pelo obreiro, essa deverá prevalecer em conjunto com as demais provas.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0012530-81.2017.5.03.0050 (RO); Disponibilização: 14/06/2019; Órgão Julgador: Setima Turma; Relator: Marcelo Lamego Pertence)
Alegação pelo Autor no sentido de CARTÕES DE PTO NÃO REFLETEM A REALIZADA?
O ônus de provar a inidoneidade dos cartões de ponto e a realização de labor extraordinário compete ao reclamante, a teor do Art. 818 da CLT c/c Art. 373, I, do CPC.
CARTÕES DE PONTO. VALIDADE. As anotações contidas nos cartões de ponto geram presunção relativa de veracidade e só podem ser elididas por outros elementos de convicção presentes nos autos, que sejam fortes o bastante para confrontar o conteúdo da prova documental. Cabe ao trabalhador, nesse caso, o ônus de provar a inidoneidade dos registros de jornada, por se tratar de fato constitutivo do seu direito, a teor do art. 818 da CLT c/c art. 373, I, do NCPC.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010937-19.2017.5.03.0017 (RO); Disponibilização: 01/03/2019; Órgão Julgador: Oitava Turma; Relator: Jose Marlon de Freitas)
APRESENTAÇÃO DE CARTÕES DE PONTO BRITÂNICOS ?
Se o Reclamado apresenta documentação britânica, atrai a aplicação da disciplina expressa na Súmula n. 338 do C. TST, sendo pois imprestáveis os mesmos como meio de prova na aferição da efetiva jornada praticada pelo Reclamante, invertendo-se o ônus da prova, que passa a ser encargo patronal, e não do empregado, a demonstração do trabalho sem excesso.
Súmula nº 338 do TST
JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
(...)
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº 306 da SBDI-1- DJ 11.08.2003)
Válido cartões de ponto sem assinatura de empregado?
Turma declara validade de cartões sem assinatura de empregado
 
 
A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho considerou válidos os cartões de ponto não assinados (apócrifos) por um empregado da Cencosud Brasil Comercial Ltda., afastando a presunção de veracidade da jornada de trabalho declarada pelo empregado em sua inicial, na qual buscava o pagamento de horas extras. A decisão reformou entendimento do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA), que havia deferido horas extras calculadas com base no pedido inicial do encarregado.
 
Na ação trabalhista, o empregado alegou que trabalhava em jornada suplementar sem receber o pagamento correspondente. Afirmou que tinha acesso aos espelhos de ponto que continham a sua jornada correta de trabalho. A empresa, na contestação, negou a jornada alegada pelo empregado e sustentou que havia acordo de compensação no caso de eventuais horas extras. Apresentou, ainda, os cartões de ponto para comprovação da frequência do empregado.
 
O juízo da 23ª Vara do Trabalho de Salvador (BA) decidiu deferir o pedido de adicional de horas extras, pelo fato de não haver nos autos documento que comprovasse o acordo de compensação afirmado pela empresa. A decisão considerou que, na ausência de cartões de ponto ou quando estiverem em branco, deve prevalecer a jornada indicada pelo trabalhador na inicial, considerando a folga semanal.
 
O Regional, ao analisar o recurso ordinário do empregado, manteve a sentença com base no artigo 74, parágrafo 2°, da CLT, que obriga a empresa com mais de dez empregados, como era o caso da Cencosud, a manter registros de ponto nos padrões legais, como forma de comprovação de jornada de trabalho.
Afirmou que, para se verificar a autenticidade dos cartões, é necessária a assinatura do empregado, para evitar a produção de registros unilaterais pelos empregadores. A decisão observou ainda que alguns cartões estariam sem assinatura,e não podiam ser acolhidos como prova do horário de trabalho. Diante disso, a empresa recorreu ao TST.
 
Na Turma, o relator dor recurso, ministro Vieira de Mello Filho, observou que as instruções do Ministério do Trabalho, como a Portaria 41/2007, não fazem a mesma exigência do artigo 74 da CLT. Lembrou ainda que os itens I e III da Súmula 338 do TST indicam que somente "a não apresentação injustificada dos cartões de ponto ou a apresentação de controles de frequência que registram horários britânicos" podem motivar a inversão do ônus da prova e a real presunção da jornada exposta pelo empregado na inicial.
 
Como os cartões apresentados pela empresa continham horários variáveis, não haveria razão para presumir que a jornada de trabalho exposta na inicial seria a verdadeira. Segundo o relator, caberia ao empregado comprovar o horário diverso do constante nos registros de frequência. O ministro salientou que o entendimento pacificado no TST é no sentido de que o fato de o cartão de ponto ser apócrifo, por si só, não o torna inválido como meio de prova nem inverte automaticamente o ônus da prova. Ficou vencido o ministro Cláudio Brandão, que não conhecia do recurso.
 
(Dirceu Arcoverde/CF)
 
Processo: RR-356-43.2012.5.05.0023
CARTÕES DE PONTO APÓCRIFOS. HORÁRIOS VARIÁVEIS. PRESUNÇÃO RELATIVA DE VALIDADE. ÔNUS DE PROVA DA AUTORA. A mera ausência de assinatura nos registros de frequência não ocasiona a sua invalidade, por não determinar o art. 74, § 2º, da CLT que os controles sejam chancelados pelo empregado. Ainda, as instruções do Ministério do Trabalho, editadas com espeque no dispositivo legal em comento, também não abarcam tal exigência, como se infere da leitura da Portaria nº 3.626/91 (atualizada pela Portaria nº 41/2007). Nesses termos apresentando os cartões de ponto horários variáveis de entrada e saída merecem ser reputados presumivelmente válidos, incumbindo à autora infirmá-los mediante prova em sentido contrário, por se tratar de fato constitutivo de seu direito (art. 818 da CLT).
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010569-13.2017.5.03.0016 (RO); Disponibilização: 29/06/2018; Órgão Julgador: Setima Turma; Relator: Convocada Sabrina de Faria F.Leao)
Intervalo para repouso e alimentação // intrajornada já pré-assinalado nos controles de ponto?
Consoante previsão do art. 74 da CLT, jornada de trabalho se prova, em princípio, por meio dos obrigatórios registros de pontos, podendo o intervalo intrajornada ser pré-assinalado. 
Se apresentados os documentos regulares, é ônus do reclamante produzir prova robusta no sentido de desconstituir a validade dos registros de pontos apresentados pelo empregador. 
A pré-assinalação constitui presunção favorável ao empregador, no sentido de que a pausa era efetivamente usufruída pelo empregado.
Considerando que os cartões de ponto contém a pré-assinalação do intervalo intrajornada de uma hora e o registro diário desse descanso, é do trabalhador o ônus de prova de que o horário anotado não condizia com o período efetivamente gozado.
Trabalhador Externo ainda que inaplicável o Art 62 CLT X Intrajornada? ônus de prova da concessão?
Em se tratando de labor executado externamente, longe dos olhos de qualquer superior hierárquico, cumpre ao reclamante o ônus da prova sobre a impossibilidade de gozo integral do intervalo intrajornada, ainda que afastada a aplicabilidade do art. 62, I, da CLT. Presume-se que o trabalhador conta com certa liberdade na condução dos serviços, detendo plena possibilidade de se organizar, de modo a usufruir da pausa conforme sua conveniência. A fiscalização não alcança, necessariamente, o tempo intervalar, que, via de regra, é administrado pelo próprio empregado.
TRABALHO EXTERNO. INTERVALO INTRAJORNADA. O trabalho externo compatível com o controle de jornada, diz respeito à existência de fiscalização quanto ao início e término da jornada, de tal forma que não se pode aplicar o inc. I do art. 62 da CLT para eximir o empregador das horas extras. Isso não significa que o intervalo para refeição e descanso seja desrespeitado pelo empregador, necessariamente. Com efeito, cumpre ao reclamante o ônus da prova sobre a existência de imposição pela empresa ou de inviabilidade, em razão das rotas fixadas, do gozo integral do intervalo para refeição e descanso na forma da lei, pois sendo incontroverso o labor prestado externamente, longe dos olhos de qualquer superior hierárquico, de forma imediata, há de se presumir que o trabalhador contava com certa liberdade na condução dos serviços, detendo plena possibilidade de se organizar, de modo a usufruir do intervalo conforme sua conveniência.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010895-05.2017.5.03.0167 (RO); Disponibilização: 02/08/2019; Órgão Julgador: Decima Turma; Relator: Maria Laura Franco Lima de Faria)
CONCESSÃO DE VALE-TRANSPORTE X ÔNUS DA PROVA
Orientação Jurisprudencial 215 da SDI-1 do TST?
215. VALE-TRANSPORTE. ÔNUS DA PROVA. (cancelada) – Res. 175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 
É do empregado o ônus de comprovar que satisfaz os requisitos indispensáveis à obtenção do vale-transporte. 
Histórico: 
Redação original - Inserida em 08.11.2000 
Assim, passou-se a entender como ônus do empregador comprovar o oferecimento do beneficio e a dispensa do empregado (Art. 333, II, do CPC), e, não havendo prova de que o emprego tenha dispensado o fornecimento de vale-transporte ou, ainda, de que não tenha utilizado transporte no deslocamento residência-trabalho e vice versa, torna-se cabível o pagamento de indenização substitutiva.
Súmula nº 460 do TST
VALE-TRANSPORTE. ÔNUS DA PROVA - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016
É do empregador o ônus de comprovar que o empregado não satisfaz os requisitos indispensáveis para a concessão do vale-transporte ou não pretenda fazer uso do benefício.
Diferenças de recolhimento de FGTS  ÔNUS EMPDOR.
Súmula nº 461 do TST
FGTS. DIFERENÇAS. RECOLHIMENTO. ÔNUS DA PROVA - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016
É do empregador o ônus da prova em relação à regularidade dos depósitos do FGTS, pois o pagamento é fato extintivo do direito do autor (art. 373, II, do CPC de 2015).
VÍNCULO DE EMPREGO X ÔNUS PROBATÓRIO
ADMITIDA A PRESTAÇÃO LABORATIVA MAS EM NATUREZA DIVERSA AO VINCULO DE EMPREGO  Admitida a prestação de serviços - ainda que sob natureza diversa da empregatícia, ao réu pertine a prova, porquanto constitui fato impeditivo ao reconhecimento da relação empregatícia. Se não desvencilhado o reclamado de seu ônus probatório, e demonstrada a presença dos elementos fático-jurídicos da relação de emprego, nos termos dos artigos 2º e 3º da CLT, deverá ser reconhecido o vínculo pleiteado.
Decisão trabalhista: TRT4, 2a. Turma, Acórdão - Processo 0000257-70.2014.5.04.0851 (RO), Data: 18/09/2015
PROCESSO: 0000257-70.2014.5.04.0851 RO
 
VÍNCULO EMPREGATÍCIO. NEGATIVA DA RELAÇÃO DE EMPREGO. RECONHECIMENTO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. ÔNUS DA PROVA. Negada a relação de emprego, mas incontroversa a prestação de serviços em favor da ré, que invocou situação excepcional – prestação de serviço autônomo, como fato modificativo, a teor do disposto nos arts. 818 da CLT c/c 333, II, do CPC, era dela o ônus da prova deste fato e do qual não se desonerou. Recurso do autor parcialmente provido para reconhecer como de emprego a relação havida e determinar o retorno à origem para apreciação dos demais pedidos formulados na inicial, sob pena de supressão de instância. Todavia, esta Turma julgadora, nesta composição, entendeu pelo não reconhecimento do vínculo empregatício postulado, restando mantida a sentença. 
Negação qto a prestação laborativa  Negada a prestação de serviços pelo Reclamado em sede de defesa, e tratando-se de fato constitutivo do seu direito (art. 818 CLT c/c art. 373, I, do CPC), permanecerá com o Reclamante o ônus da prova quanto à existência do vínculo de emprego alegado na Peça de Ingresso. 
VÍNCULO DE EMPREGO. NEGATIVA DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. ÔNUS DA PROVA. Negada a prestação de serviços pelademandada, seguiu com a parte autora o ônus da prova quanto aos fatos constitutivos de seu direito no que tange ao reconhecimento do vínculo empregatício (art. 818 da CLT c/c art. 373, I, do CPC), encargo do qual não se desvencilhou a reclamante. Desta forma, é de se manter a sentença que não reconheceu o vínculo de emprego com a segunda reclamada.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0011442-84.2018.5.03.0078 (RO); Disponibilização: 28/02/2019; Órgão Julgador: Segunda Turma; Relator: Maristela Iris S.Malheiros)
COMISSÕES // VALORES PAG(O)AS "POR FORA“ 
 
O ônus da prova quanto ao pagamento extrafolha, por se tratar de fato constitutivo do direito, compete ao Empregado (art. 818 da CLT e art. 373, I, do CPC). 
SALÁRIO EXTRAFOLHA - POR FORA OU "A LATERE". ÔNUS DA PROVA. 1. O pagamento salarial extrafolha - "por fora" ou "a latere" - é prática de difícil comprovação nos feitos trabalhistas, pois suas evidências são tênues e quase imperceptíveis, mormente em se considerando que a fraude consiste exatamente em uma conduta patronal negativa, consubstanciada na omissão em contabilizar verbas trabalhistas quitadas ao obreiro. 2. O ônus da prova quanto à alegação de recebimento de salário por fora recai sobre o autor, por ser fato constitutivo do direito vindicado (artigos 818, I, da CLT e 373, I, do CPC/15). 3. Observando o princípio da livre apreciação da prova, que outorga ao magistrado o poder de valorar/avaliar, a referida prática ilegal pode ser reconhecida com base nos vários tipos de elementos de prova admitidos. 4. In casu, tendo o autor se desincumbido satisfatoriamente do ônus que lhe competia, o recurso da ré não merece ser provido no particular.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010165-42.2018.5.03.0075 (RO); Disponibilização: 12/08/2019; Órgão Julgador: Quarta Turma; Relator: Paula Oliveira Cantelli)
Negativa de recebimento da Notificação 
Presume-se recebida a notificação 48 horas após sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova ao destinatário.
Súmula nº 16 do TST
NOTIFICAÇÃO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e  21.11.2003
Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário.
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Cuidado!!
APRESENTAÇÃO DE EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA APÓS LEI 13.467/2017.
Nos termos do art. 800 da CLT e do entendimento da Súmula 16 do TST, o prazo de 05 dias para a apresentação da exceção de incompetência territorial inicia-se 48 horas depois da postagem da notificação, sendo a prova do seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo ônus do destinatário. 
Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
 
§ 1o Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
 
§ 2o Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
 
§ 3o Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver indicado como competente. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
 
§ 4o Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo competente. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
DAS PROVAS
 
CONCEITO
 
Provar = Convencer alguém acerca da veracidade de determinado fato, de determinada situação.
Princípio da Livre Convicção Motivada
Atualmente impera no Ordenamento Jurídico o Princípio da Livre Convicção Motivada, em que o Julgador está livre para decidir de acordo com seu juízo de convencimento, desde que motive suas decisões. 
Princípio do Inquisitório 
Art. 370 do Código de Processo Civil - Cabe ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias, e no Art. 765 da CLT, que dispõe que Juízos e Tribunais do Trabalho têm ampla liberdade na direção do processo e velam pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. 
Art. 370 NCPC.  Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito.
Parágrafo único.  O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.
Art. 765 CLT - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.
SUM-74 TST?
Neste passo, o Tribunal Pleno do TST acrescentou à Súmula 74 o item III, pelo qual, a “vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo”.
Súmula nº 74 do TST
CONFISSÃO. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor. (ex-Súmula nº 74 - RA 69/1978, DJ 26.09.1978)
 
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores. (ex-OJ nº 184 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
 
III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.
Igualdade de valoração das provas 
As provas não possuem ordem de grandeza sendo atribuídas a todas elas igual valor.
 
Art. 371.NCPC.  O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
Art. 372.NCPC  O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
Normas estaduais, municipais, consuetudinárias e estrangeiras? –Necessidade de prova do teor e vigência da parte que as alega .
A parte que alegar a aplicação de Normas estaduais, municipais, consuetudinária e estrangeiras, deverá provar o teor e vigência da mesma, logo, deverão ser juntados pelo Reclamante aos autos as Negociações Coletivas sobre as quais postula direitos.
Art. 376 NCPC.  A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
	REAJUSTE CONVENCIONAL. AUSÊNCIA DE JUNTADA DA CCT. IMPROCEDÊNCIA. A autora não cuidou de coligir aos autos a documentação necessária para amparar o pleito de diferenças salariais decorrentes dos reajustes normativos, inviabilizando o confronto entre a cláusula coletiva e valores quitados a esse título. Considerando que a demandante não se desincumbiu do ônus de provar os fatos constitutivos do direito vindicado, nos termos dos artigos 818 da CLT e 373, I, do CPC, o pedido é improcedente, como decidido em 1o grau.
	(TRT da 3.ª Região; Processo: 0000077-45.2015.5.03.0108 RO; Data de Publicação: 19/12/2016; Órgão Julgador: Quinta Turma; Relator: Marcio Flavio Salem

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