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A) PINTURA II AUTOR FERNANDO ANTONIO DA SILVA JUNIOR Pintura II 9 Introdução palavra do professor autor Introdução Aprender a pintar é um processo de “mãos à obra”. Além da teoria, é experimento, é descoberta, exercício e concentração, é meditação. Aqui você enfrentará mais uma etapa do Curso de Artes Plásticas, com a disciplina “Pintura II”. É a continuidade da “PINTURA I”, uma oficina prática de ateliê e requer muita disciplina e exercícios para que tenhamos um bom resultado. Portanto, pratique sempre todos os dias, disponibilizando um horário para os exercícios propostos. Na unidade I, veremos um pouco da origem da pintura (revisando o que foi apresentado em História da Arte) e as inúmeras possibilidades de utilização da tecnologia disponível para os primeiros esboços na pintura artística. Na unidade II, veremos a variedade de suportes que a arte contemporânea oferece para o artista expressar a sua ideia. Na unidade III, veremos técnicas e exemplos de pintura acrílica, mostrando o passo a passo de sua construção. Palavras do professor autor Caro aluno, Nesta disciplina você vai aprender técnicas de pintura artística. É uma disciplina prática, portanto procurei também mostrar a minha experiência pessoal, dificuldades e experimentos que venho produzindo ao longo dos anos. Você aprenderá técnicas criativas e certamente despertará dentro de você motivação para descobrir por si novas estradas... Pintar é uma meditação, requer um tempo para refletir sobre o quê pintar. É um encontro de si consigo mesmo, é um diálogo com você mesmo no momento do trabalho para depois dialogar com o espectador da obra acabada. A pintura é uma linguagem, portanto se aprende. Nunca diga “eu não sei pintar” ou “eu não tenho esse dom”, porque o verdadeiro “dom” se desenvolve no momento em que a pessoa se dispõe a recebê- lo, praticando os exercícios propostos, esforçando-se no cumprimento dos prazos. Lembre-se que pintar é um processo de descoberta, sendo assim a pintura não obedece a uma estruturação prévia. Cada etapa requer paciência e tempo para ser concluída, são degraus que precisamos galgar para nossa evolução na arte de pintar. Crie texturas próprias, explore o que você aprendeu em “PINTURA I”, crie seu repertório pessoal que lhe servirá de acervo para futuras obras. Siga as instruções dos exercícios passo a passo e não tenha medo se alguma coisa não sair correta, recomece novamente. Não se Pintura II 10 Orientações para estudo Ementa Objetivos de ensino preocupe se os exercícios iniciais não parecerem tão profissionais, ou tão aproximados dos do livro. Transporte-se para seu interior e mostre exteriormente sentimentos através da pintura, assim você sentirá a sensação do prazer de pintar. Bom trabalho, mãos à obra e boas obras! Orientações para estudo Para obter melhor desempenho no curso, siga as orientações abaixo: 1. Dedique o mínimo de 1 hora para realizar a leitura do conteúdo teórico e distribua as atividades práticas em horários disponíveis, sendo estas de maior número de vezes possível. 2. Leia, atentamente, todas as instruções de cada lição, grifando as palavras novas e pesquisando o significado no glossário ou no dicionário. 3. Releia o texto com mais atenção, anotando num caderno o resumo das ideias, para que as informações possam servir como suporte para sua participação nos fóruns de debate do curso. 4. Busque na internet e em outras fontes de pesquisa sobre o tema, informações complementares sobre pintores da História da Arte, de modo que você possa ampliar o conteúdo aprendido. 5. Pratique as demais atividades propostas na sala virtual, conforme orientações do professor. 6. Antes de iniciar uma pintura, faça uma atividade corporal de alongamento. Assim, você relaxará os músculos e aumentará a capacidade motora e de concentração. Coloque uma música instrumental e bom trabalho. 7. Estabeleça um horário diário para atividade prática de pintura ao ar livre, em contato com a natureza, pois é pintando que se aprende a pintar. Material básico a ser adquirido para suas atividades: - Bloco de papel Canson tamanho A3 ou A4 de boa gramatura; - Tela de algodão (tamanho variado); - Cavalete de mesa (para telas pequenas); - Tinta acrílica em bisnagas ou potes (cores variadas); - Tinta guache (preto, branco, azul, vermelho, amarelo); Pintura II 11 Unidade 1 A pintura: técnicas preliminares de esboços - Pincéis de pelo macio, (um fino e outro grosso); - Pincel médio de pelo sintético; - Pincel grande para pintura de base e preenchimento de áreas; - Espátulas de diferentes formas e tamanhos; - Paleta de madeira para pintura acrílica; - Godê para tinta guache e aquarela. Ementa Evolução das técnicas pictóricas diversas, materiais, instrumental e suporte. Sintaxe dos elementos plásticos básicos na linguagem da pintura. Objetivos de ensino-aprendizagem 1. Reconhecer técnicas pictóricas diversas ao longo da história da pintura e sua importância; 2. Demonstrar, através de experimentos, a importância do conhecimento dos materiais de pintura e, por meio desses exercícios, os efeitos obtidos com sua utilização; 3. Exercitar a capacidade criativa; 4. Utilizar os recursos tecnológicos na pintura para facilitar o trabalho de criação. Unidade 1 A pintura: técnicas preliminares de esboços Síntese: Nesta unidade, apresentamos uma breve história da origem da pintura e apresentamos a técnica de esboços para se iniciar uma pintura. Origem da pintura Em seu livro “Origem da Pintura”, André Félibien (1619-1695) ressalta que a pintura é uma das primeiras manifestações do homem na terra. Utilizando essa obra Lichtenstein faz a seguinte citação: [...] Como todas as artes eram ao nascer muito grosseiras e toscas, tendo sido aperfeiçoadas aos poucos com uma grande aplicação, não se duvida que a pintura, assim como as outras, tenha tido um início frágil, fortalecendo-se ao longo do tempo. Mas como a pintura é seguramente muito antiga, é difícil conhecer bem suas origens. Quanto a mim, acredito que ela Pintura II 12 Unidade 1 A pintura: técnicas preliminares de esboços tenha nascido junto com a escultura, e que o mesmo espírito que ensinou os homens a modelar imagens de argila ou madeira ensinou-lhes também, ao mesmo tempo, a traçar figuras na terra e nas paredes de pedra. (2007, p.117). A pintura fala, mas é muda, é linguagem que explica sem dizer palavra, e seus discursos não se esgotam; através do olhar cativa o coração. Segundo Lichtenstein (2007), as origens da pintura são inseparáveis da religião e do mito. A pintura rupestre era manifestação do ser humana desde a pré-história (fig. 1). Ela nasceu dos rituais mágicos, assim como a pintura egípcia e a estatuária dos túmulos nasceram, do culto aos deuses; a atividade pictórica dos gregos é inconcebível sem as representações da mitologia. Povo (2007) lembra que a pintura como as outras manifestações artísticas nasceram para honrar a divindade, e eram usadas para ornamentar os templos sagrados, existiam somente nos locais de invocação ou aproximação da divindade. A pintura nada mais é do que a manifestação artística mais conhecida no mundo. Sempre esteve ligada à religião, ao poder e atende a uma necessidade de comunicação e expressão do homem na terra ao longo da história da humanidade. Na pintura temos como exemplo Branco e Silva (fig. 2). Figura 01 – Linha do tempo Fonte: Wentzel (2011). Figura 02 – Imortalidade (Detalhe) óleo sobre tela de Branco e Silva. Fonte: Pinacoteca do Estado do Amazonas (s.d.). Pintura II 13 Unidade 1 A pintura: técnicas preliminares de esboços Desenhando o que você vê A pintura começa na observação, assim como o desenho, embora seja difícil saber se existe fronteira entre o desenho e a pintura. A pintura é um desenho, ou começa com ele. Segundo Leggitt (2004), os desenhos por observação direta são feitos simplesmente olhando o tema e desenhando sem usar nenhuma outraferramenta, além do lápis. Mas como começar a desenhar? Leve um bloco de desenho para a rua em uma tarde ensolarada, observe um objeto qualquer e comece a desenhá-lo. Que tal reunir um grupo de amigos criativos, ir todos para um lugar interessante e passar a tarde desenhando? Tal como o grupo da figura 3. Figura 03 – Alunos nas aulas de desenho de observação no Largo de São Sebastião – Manaus-AM. Fonte: Silva (2004). Segundo Tiburi (2010), o desenho, ao contrário do que pensam muitos, não é uma ação das mãos, é uma ação do olhar. Não é questão de coordenação motora, mas de aprimoramento da percepção e da inteligência. Digo sempre que o bom desenhista é um ótimo observador. O esboço numa pintura é o primeiro passo na tela branca, embora muitas vezes o artista já tenha visualizado a obra acabada; nesse momento é importante esquematizar o enquadramento, composição, etc. (como foi visto em Pintura I). Figura 04 – O autor pintando de observação. Centro Cultural Palácio Rio Negro. Fonte: Stênio (2007). Depois de sua experiência de desenhar com seus amigos, fotografe o seu trabalho e poste-o no amiente. Pintura II 14 Unidade 1 A pintura: técnicas preliminares de esboços Um exercício para colocar em prática toda essa teoria do desenho, esboço e pintura é tentar fazer composições pequenas (pequenos esboços rápidos) de natureza morta. Alguns artistas preferem os esboços toscos à obra acabada. Outros acham que quando pintam rápido sem compromisso com o acabamento, sua obra é bem mais contemporânea. Para uma pintura numa escala maior faz-se necessário um esboço em pequena escala para melhor distribuir os objetos, o espaço em torno, as cores, o fundo, etc. Esses esboços devem ser feitos sem o uso do lápis, tente desenhar pintando. Faça o esboço direto no suporte com o pincel grande (evitando que o trabalho se torne demasiado rígido) e tinta guache. Assim, pintando com um pincel grande (largo), o esboço capta os elementos principais do tema e evita a tentação de entrar em detalhes (fig. 5). Figura 05 – Pintura de árvore com pincel largo. Fonte: Rodwell (2007). Desenhando a partir de fotografias Se você não tiver tempo para esboçar por observação ao vivo, então você poderá usar os recursos das novas tecnologias, tire uma foto e pronto. Você sempre terá uma câmera em mãos nem que seja em seu celular; registre tudo. Veja o mundo, especialmente a sua cidade com outros olhos, certamente você terá um arquivo de imagens para serem trabalhadas em longo prazo. As fotos (fig. 6) servirão de referência para futuras pinturas. Figura 06 – Fotografias de objetos, frutas, garrafas como referência para pintura. Fonte: UFAM – Departamento de Artes (2011). Pintura II 15 Unidade 1 A pintura: técnicas preliminares de esboços Esboços a partir de imagens projetadas Se fosse possível disporem dos recursos do nosso tempo, certamente os pintores renascentistas usariam toda tecnologia disponível para elaborar estudos de composição, luz e cores. Projetar fotografias e desenhar a partir das projeções é comum para muitos artistas da atualidade. As novas tecnologias facilitam o trabalho, sendo um meio e não o fim. Existem muitos tipos de projetores, desde os antigos projetores de slides, retroprojetores de transparências até os equipamentos de ponta como os projetores LCD. Tudo depende dos equipamentos disponíveis; tire proveito máximo dos equipamentos a seu alcance, experimente. igura 07 – Esboços a partir de imagens projetadas. Fonte: Leggitt (2004). Esboços a partir da imaginação Ao olhar para uma paisagem ou objeto através de uma janela feita num pedaço de papelão, você saberá que existem muitas composições perfeitamente aceitáveis para cada tema. Ao imaginar essa janela podemos compor na mente imagens para transpor no papel como esboço. Figura 08 – Caderno de Gonçalo Ivo. Fonte: Andrea Jakobsson Estúdio Editorial Ltda (2002). Pintura II 16 Unidade 1 A pintura: técnicas preliminares de esboços Provavelmente a imagem mental ao ser colocada no papel será bem diferente, mas isso depende da habilidade manual do artista e também a distância existente entre o que se imagina e no que se desenha. Comece rabiscando sem compromisso de acabamento ou finalização, é natural a inibição sobre a capacidade de pintar, de criar, de desenhar. Trabalhe primeiramente em pequena escala para depois ampliar. Comece a pensar em um trabalho fruto totalmente da sua imaginação, da sua experiência visual acumulada desde o seu nascimento; cada indivíduo é em particular um universo. Observe o caderno do artista plástico Gonçalo Ivo em que apresenta duas aquarelas: “Dia azul” e “Paisagens com caminhos” (fig. 8), fruto da imaginação do artista. Também observe a pintura do amazonense Jair Jacqmont, com certeza não é uma pintura de observação, e sim fruto da imaginação baseada na vivência e experiência visual do artista, das observações da cúpula do Teatro Amazonas (fig. 9) em seu dia a dia. A pincelada ampla e rápida deixou a obra mais espontânea. Imagine uma cena da sua cidade a qual você está acostumado a ver todos os dias e tente visualizar mentalmente essa imagem, em seguida desenhe o esboço da pintura. Será uma imagem totalmente diferente da realidade, mas será algo bem pessoal, da sua experiência de vida, de observação do cotidiano, da sua habilidade manual em desenhar, enfim algo seu e criativo! Figura 9 – Pintura da cúpula a partir da imaginação baseada na experiência visual. Foto: Fernando Junior (2011). Pintura II 17 Unidade 2 Pinturas em diferentes suportes Unidade 2 Pinturas em diferentes suportes Síntese: Nesta unidade, apresentamos diferentes suportes para pintura, uma breve história da pintura urbana (grafite), pintura corporal e técnicas variadas. O suporte da pintura Como já foi visto na disciplina “História da Arte”, o homem encontrou uma forma de registrar sua passagem pelo mundo desde a pré- história, eternizando suas emoções, expressões do dia a dia nas paredes das cavernas, em pedras, madeira, tela, muros, etc.. A pintura ganhou o status de arte com a combinação de talento e técnica ao longo dos séculos. Muitos materiais foram usados como suporte para a pintura, poucos devem saber que o quadro mais famoso de Leonardo Da Vinci, a Mona Lisa foi pintado em madeira e não em tela como muitos pensam. A técnica do grafite, que consiste em pintar inscrições, grafismos, imagens usando paredes e muros como suporte, é conhecida desde o império romano. Podemos dizer que o grafite é uma inscrição caligrafada ou um desenho pintado sobre um suporte não usado para esta finalidade. Quando surgiu em áreas urbanas, o grafite foi considerado como uma contravenção, em que o artista aproveitava os espaços públicos para interferir na cidade com uma linguagem intencional. Muitos comparam o grafite com a pichação, que neste caso é bem mais controverso. O grafiteiro mais conhecido de toda a História da Arte é o americano Jean-Michel Basquiat, quem mais despertou a atenção da imprensa de Nova Yorque na década de 70, pelas suas mensagens poéticas que pintava nas paredes dos prédios abandonados de Manhattan. Atualmente, o grafite é considerado arte, motivo pelo qual está nas bienais de arte e nos museus do mundo inteiro. Em algumas metrópoles como São Paulo, em local a céu aberto, é oficialmente autorizado as exposições dos grafiteiros. Algumas empresas até usam o grafite como marketing nos muros de fábricas e também pelo simples motivo de que os pichadores respeitam a arte do grafite, conservando assim a pintura nos muros de suas fábricas, incentivando os artistas locais, além de passarem mensagens ecológicas relacionadas ao meio ambiente. Na arte contemporânea, podemos usar qualquer material como suporte, desde o papel, tela, plástico, até o próprio corpo como é o caso da Body Art, em que o corpo do artista é utilizado como suporte ou meio de expressão, podendo ser pintado ou não. Pesquise sobre o grafitee a pichação, faça um estudo das diferenças e a “fronteira” do que é um e o que é o outro. Pintura II 18 Unidade 2 Pinturas em diferentes suportes Não podemos deixar de considerar que cada material tem sua durabilidade, seu tempo de vida útil. Em sendo assim, o artista deve atentar para este detalhe ao escolher o material para sua obra; dependendo da sua finalidade o material usado poderá ser mais durável ou não. Figura 10 – O papel usado como suporte para uma pintura acrílica. Fonte: Secretaria de Cultura / Centro de Artes Chaminé (2011). Figura 11 – Grafite ilustra o muro da fábrica (1). Grafite no Largo de S. Sebastião em 2003 (2). Fonte: Unidade... (2011). Figura 12 – O autor e grafite com temática ecológica. Fonte: Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas (1982). Nossos índios brasileiros usam a pintura corporal em rituais e festas, não com o sentido de arte, mas com diversos sentidos, valores os quais são considerados e transmitidos de geração a geração através desta arte rica em significados. Pintura II 19 Unidade 2 Pinturas em diferentes suportes Sendo o corpo usado como suporte, a tinta é retirada da natureza, é a matéria prima encontrada em seu meio ambiente como o urucum, o jenipapo e o carvão vegetal. Segundo Ribeiro (1996) citado por Silva (2012, s.p.), é no corpo humano que o indígena encontra o suporte por excelência de sua pintura “tela onde os índios mais pintam, e aquela que pintam com mais primor”. Figura 13 – O grafismo indígena usado na pintura corporal. Fonte: Vidal (1992). Mas como fazer a arte corporal? Reúna em equipe de três amigos para exercitar a pintura usando o corpo como suporte assim como nossos índios, usando o jenipapo, o urucum e o carvão vegetal. Pesquise aonde encontrar esses vegetais e se for possível, plante mudas porque certamente você irá necessitar num futuro próximo. Se quiser ir mais longe, pesquise os grafismos geométricos dos índios brasileiros fazendo uma releitura própria e depois da obra acabada, fotografe para melhor documentar. Figura 14 – A pintura corporal dos nossos índios. Fonte: FUNDAÇÂO... (2009). E quanto ao grafismo em um muro? Usando a mesma equipe de três, escolha um muro na sua escola, rua, desde que tenha autorização do proprietário, para grafitar um tema ecológico, podendo usar qualquer tinta a base de água, tinta acrílica em spray ou ainda tinta automotiva encontrada no comércio. Sua equipe fará no muro um grafite de acordo com o esboço previamente executado com escala aproximada. Antes de grafitar lembre-se de aplicar uma base branca no muro. Faça a sua pesquisa sobre o grafismo. Depois dela realizada use seu corpo ou o de seu amigo para realizar uma body art ou pinte um mural. Fotografe a sua obra e poste no ambiente. Pintura II 20 Unidade 3 Técnicas e exercícios passo a passo Figura 15 – A influência indígena da pintura corporal. Fonte: FUNDACION... (s.d.). Unidade 3 Técnicas e exercícios passo a passo Síntese: nesta unidade, apresentamos alguns temas pintados mostrando o passo a passo de sua construção. Escolha um tema A escolha do tema que você irá pintar é algo bem pessoal, mas aqui apresentamos alguns exercícios para você treinar o passo a passo de uma paisagem, de uma natureza morta, etc.. Lembre-se que temática não é estilo, é apenas o motivo da pintura; comece por adquirir um estilo próprio de pintar, a maneira de pincelar, o traço, as suas cores preferidas, criando assim uma identidade própria. A tinta acrílica seca depressa, o que permite uma abordagem contemporânea e versátil. A espessura da camada de tinta é um dos fatores que determina a rapidez da secagem. Enquanto a tinta estiver úmida, poderá ser trabalhada. Alguns artistas trabalham com camadas grossas de tinta, outros preferem camadas finas, dando uma transparência na pintura muito parecida com a técnica da aquarela. Figura 16 – A pintura acrílica de Otoni aproxima-se da técnica de aquarela. Fonte: Galeria de Arte do ICBEU – Manaus (2010). Pintura II 21 Unidade 3 Técnicas e exercícios passo a passo Aqueles que preferem pintar usando somente as espátulas dão uma aparência de maior textura na pintura. As espátulas são fabricadas de plástico ou de metal. Há artistas que optam por fabricá-las com bambus e outros materiais flexíveis. Figura 17 – Espátulas encontradas no comércio. Foto: Fernando Jr. (2010). Duas canecas Um tema simples de objetos do cotidiano. As canecas (fig. 18) são o foco central, mas observe que as formas circundantes, o fundo e a linha do horizonte (neste caso a mesa) são parte integrante da composição. Figura 18 – O esboço feito com pincel e aguada Fonte: Fernando Jr. (2012). Mas como proceder para conseguir dominar todos esses elementos? Exercite-se, para tanto: 1. Neste exercício use somente os pinceis. Faça um esboço com uma aguada sobre o suporte branco, procure representar as formas de maneira geométrica; Pintura II 22 Unidade 3 Técnicas e exercícios passo a passo 2. Aplique o verde, preenchendo a forma das canecas e ao mesmo tempo coloque o branco (lado esquerdo) de onde vem a luz, fazendo o claro e o escuro; 3. Trabalhe a forma das canecas preenchendo os vazios; 4. Faça a linha do horizonte (neste caso é o final da mesa) e preencha misturando com vermelho, amarelo, laranja e marrom. Essa linha dará profundidade e evitará que as canecas fiquem flutuando no espaço. Coloque a linha do horizonte na terça parte da altura da tela, lembre-se da regra dos terços; Figura 19 – A pintura de fundo dá profundidade ao quadro. Fonte: Fernando Jr. (2012). 5. Trabalhe o pano de fundo, misture cores em tons de ocre com um pouco de branco. Aplique pinceladas soltas para obter um acabamento texturado e irregular. 6. Dê acabamento com o branco na parte superior das canecas e deixe secar. Árvores Observe as árvores no seu meio ambiente e comece a trabalhar. Neste exercício vamos usar somente as espátulas, explorando as texturas que o instrumento oferece para trabalhar a representação do tronco e das folhas. Resista à tentação de querer sempre retocar as marcas da espátula ou tentar remover o excesso de tinta. As marcas e os efeitos do acaso oferecem um charme positivo ao trabalho final. Figura 20 – Passo a passo de uma pintura acrílica sobre papelão. Fonte: Fernando Jr. (2012). Pintura II 23 Unidade 3 Técnicas e exercícios passo a passo 1. Vamos trabalhar com um suporte de papelão; 2. Use o rolo de esponja ou o pincel para pintar a base de branco; 3. Coloque vários tons de verde na paleta aplique com espátula na tela, deixando uma camada grossa de tinta para dar impressão do volume das folhas; 4. Trabalhe com um verde mais escuro, algumas áreas de sombra, dando volume à copa da árvore; 5. Deixe algumas áreas em branco, assim a copa da árvore ficará mais natural; 6. Observe que a forma das copas das árvores não se apresenta oval, mas irregular orgânica. Comece a marcar o tronco da árvore, explore a espátula para fazer as texturas do tronco, uma pintura espatulada dá mais efeito na textura. Figura 21 – A espátula cria efeitos de texturas da casca da árvore. Fonte: Fernando Jr. (2012). 7. Aplique o branco do lado direito do tronco para indicar a incidência de luz; 8. Faça a vegetação no chão; 9. Conclua com o azul e branco do céu, pinte rápido sem a preocupação do acabamento. Figura 22 – Pintura acrílica executada com espátula dá mais efeito de textura. Fonte: Carvalho (s.d.). Pintura II 24 Unidade 3 Técnicas e exercícios passo a passo Reflexos na água Observe num dia ensolarado os reflexos na água que podem ser tão nítidos como a paisagem real. Observe uma fotografia de um rio num dia de sol e vire-a de cabeça para baixo; você verá que num primeiro momento é muito difícil distinguir entre a imagem verdadeira e os seus reflexos. Podemos afirmar que num dia calmo, as cores refletidas são exatamente as mesmas do meio ambiente. Rodwell (2007)sugere que se pinte tudo na mesma vez para integrar a água na pintura, em vez de dar a sensação de algo que foi colocado posteriormente. Figura 24 – Passo a passo uma pintura com reflexos na água, como se fosse um espelho. Fonte: Fernando Jr. (2012). Figura 25 – Trabalho de um aluno de artes plásticas. Fonte: Fernando Jr. (2012). Figura 23 – Reflexos na água num dia de sol (observe a imagem de cabeça para baixo). Foto: Fernando Jr. (2010). Pintura II 25 Unidade 3 Técnicas e exercícios passo a passo A figura humana Certamente você teve a oportunidade de estudar a figura humana em Desenho de Modelo Vivo. A pintura de figura humana parece mais difícil do que é, porque se pensa na pintura acadêmica, mas não é. Para provar isto, vamos começar os nossos exercícios pintando os volumes, formas, cores e tons estilizados e simplificados a seu gosto. Tente captar os movimentos das pessoas na rua, nos bares, etc. Experimente com tinta guache, para depois trabalhar com a tinta acrílica. Use o pincel e tinta aguada para os esboços preliminares. Figura 26 – Exercícios de pintura da figura humana. Fonte: Rodwell (2007). Figura 27 – A pintura da figura humana, ênfase nas formas e cores, luz e sombra. Fonte: Fernando Jr. (2006). Pintura II 26 Unidade 3 Técnicas e exercícios passo a passo Pintura rápida de paisagem Experimente pintar com uma trincha de pintura captando os elementos principais da paisagem. É um bom exercício de aquecimento e serve para descontrair, evitando os acabamentos e detalhes. Com a prática, você certamente fará o trabalho com maior rapidez e segurança. Simplifique o tema, o motivo, elimine os pormenores; simplifique também usando somente um tom claro e um tom escuro de cada cor. Figura 28 – Captando os elementos principais do tema. Fonte: Fernando Jr. (2012). Natureza Morta Um bom exercício para pintura de natureza morta é usar uma foto trabalhada digitalmente como referência. Faça uma composição com frutas, fotografe e depois a transforme-a no computador em pintura espatulada; use-a como referência, pois a transformação simplificará a imagem definindo melhor as áreas de cores e formas. Figura 29 – A foto trabalhada digitalmente no Photoshop como referência. Fonte: Fernando Jr. (2010). Criando texturas Crie efeitos especiais. Para tanto, experimente misturar outros materiais com a tinta acrílica e aplicar na sua pintura. Quanto mais experimentos você fizer, mais seletivo e criativo poderá ser, aumentando seu repertório de texturas plásticas. Pintura II 27 Unidade 3 Técnicas e exercícios passo a passo Figura 30 – A tinta acrílica misturada com tapioca. Fonte: Fernando Jr. (2012). Procure no meio ambiente em que você vive: sementes, areia grossa, areia fina, arroz, farinha, casca de ovo, etc. Experimente misturar esses materiais (como se fossem aglomerados) com as diversas cores da tinta acrílica, e, depois da secagem, experimente pintar novamente para melhor fixar. Lembre-se que você também pode misturar a tinta acrílica com a massa acrílica usada na construção civil e de fácil acesso no comércio, dando mais consistência, volume e plasticidade ao seu trabalho. Figura 31 – A mistura com farinha do Uarini, um experimento bem regional. Fonte: Fernando Jr. (2012). Segundo Rodwell (2007), é importante parar e pensar se este é o efeito que pretende realmente para os seus quadros. Os meios devem ser usados com discernimento, como um meio para atingir um fim e não como um fim em si mesmo. Pintura II 28 Unidade 3 Técnicas e exercícios passo a passo Figura 32 – A tinta acrílica espremida diretamente do tubo. Fonte: Fernando Jr. (2012). Alguns artistas aplicam a tinta acrílica espremendo diretamente do tubo sobre a superfície da tela, principalmente para pintar as pétalas de flores. É um trabalho rápido, porém não existe mistura na paleta. Dependendo do formato e tamanho da espátula, podem-se pintar folhas com o lado inferior da espátula imerso na tinta e estampando na superfície da tela. A espátula permite pintar mais depressa e o resultado pode ser bem espontâneo. Figura 33 – O lado inferior da espátula é imerso na tinta e estampado sobre a tela. Fonte: Fernando Jr. (2012). Pintura II 29 Unidade 3 Técnicas e exercícios passo a passo Figura 34 – Uma vegetação pintada somente com espátula. Fonte: Fernando Jr. (2012). Equívocos Errar é humano, aprendemos com nossos erros. Eles fazem parte do nosso aprendizado. Aqui alguns dos principais erros cometidos durante a execução de uma pintura. O PROBLEMA QUAL FOI O ERRO? TEM CONSERTO? A tinta rachou após a secagem da tela. A secagem rápida é o principal motivo. Provavelmente foi colocado muito secante de cobalto na tinta. Ao usá-lo, a medida não pode ultrapassar 10% da mistura. Somente a restauração minuciosa é capaz de consertar. A tinta rachou depois de seca, mas em círculos. A mudança de temperatura brusca, em especial o frio, no local do armazenamento foi o causador do problema. Apenas a restauração pode consertar. A tinta acrílica acabou. Posso mesclar tintas acrílicas e a óleo? É importante ter um estoque das cores mais usadas. As tintas acrílicas não podem ser misturadas com tinta a óleo, nem com tinta de tecido. A textura se desprendeu do quadro. Ela não era apropriada para uso em tela ou era mistura caseira, realizada com proporções indevidas. Deve-se preparar a tela com o material da textura e após aplicá-lo, começar a pintar, pois a tinta ajuda a “segurar” o produto. A tela embolorou depois de seca. Ela pode ter sido guardada sem que estivesse totalmente seca ou em um local úmido. Basta passar talco na parte posterior da tela e guardá-la em um local seco e arejado. Pintura II 30 O PROBLEMA QUAL FOI O ERRO? TEM CONSERTO? A tinta mudou de cor depois que o quadro secou. A exposição à claridade pode ter alterado as cores. É preciso ter cuidado onde guardar a tela e jamais expor à luz solar. O esboço da tela foi feito com carvão e continua aparente após a pintura. A tela foi riscada com muita força. Para reverter o problema, deve- se tentar fazer camadas e mais camadas de tinta. A tinta acrílica secou antes que a cor pudesse ser mesclada a outro tom. É típico de a tinta acrílica ter secagem acelerada. Só pintando novamente. O esboço da tela foi transferido com o auxilio de papel- carbono roxo e ficou aparente após a pintura. Este material marca muito a tela. O ideal é usar outro tipo de carbono ou material. Varias camadas de tintas com a espátula ou um pincel duro pode ajudar a corrigir o problema. Quadro 1 - Principais erros cometidos durante a execução de uma pintura. Fonte: Wetzel (2011). Final Aqui foi exposto um pouco do universo artístico. Aprender a pintar é possível, requer muita dedicação e boa vontade para adquirir o conhecimento técnico de como utilizar o material corretamente e como aplicá-lo na tela. Aquilo que é um hobby para alguns, pode ser transformado em profissão para outros, dando prazer em produzir obras admiradas e principalmente com um retorno financeiro. O pensador grego Hipócrates (460-377 a.C) disse que “a vida é breve. A arte é longa” Vamos aumentar nossa existência espalhando e ensinando arte para todos! “Arte longa para todos!” Referências ANDREA JAKOBSSON ESTÚDIO EDITORIAL LTDA. Caderno de Gonçalo Ivo. 2002. CARVALHO, R. de. Pintura acrílica executada com espátula dá mais efeito de textura. [s.d.]. FEDERAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES INDÍGENAS DO RIO NEGRO. Kumurõ: banco Tukano, São Gabriel da Cachoeira. São Paulo: FOIRN, 2003. FUNDAÇAO NACIONAL DO ÍNDIO. Galeria de fotos. 2009. Disponível em: www.funai.gov.br. Acesso em: 19 abr. 2010. Referências Pintura II 31 FUNDACIÓN UNIVERSITARIA DEL ÁREA ANDINA. Galeria de fotos. Disponível em: www.areandina.edu.co. Acesso em: 17 jun. 2010. GALERIA de Arte do ICBEU – Manaus. A pintura acrílica de Otoni aproxima- se da técnicade aquarela. 2010. GONÇALVES, D. Princípios básicos da pintura. Porto Alegre, RS: Age, 1996. HURLBURT, A. Layout: o design da página impressa. São Paulo: Nobel, 1999. IVO, G. Aquarelas. Rio de Janeiro: A. Jakobsson Estúdio, 2002. LEGGITT, J. Desenho de arquitetura: técnicas e atalhos que usam tecnologia. Trad. Alexandre Salvaterra. Porto Alegre: Bookman, 2004. LICHTENSTEIN, J. (Org.). A pintura: o mito da pintura. São Paulo: Ed. 34, 2007. v.1. PINACOTECA DO ESTADO DO AMAZONAS. Imortalidade (Detalhe) óleo sobre tela de Branco e Silva. (s.d.). POGUE, D. Fotografia digital: o manual que faltava. São Paulo: Digerati Books, 2009. POVO, M. Energia e arte. São Paulo: SENAC, 2007. PRETTE, M. C. Para entender a arte: história, linguagem, época, estilo. São Paulo: Globo, 2008. RODWELL, J. Pintura a acrílico em dez lições. Singapore: Evergreen, 2007. SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO DO AMAZONAS. Centro de Artes Chaminé. O papel usado como suporte para uma pintura acrílica. 2011. ______. O autor e grafite com temática ecológica. 1982. SHINZATO, T. O. Arte milenar japonesa sumi-ê Sato. São Paulo: Ed. São Paulo Shimbun Lida, 1999. SILVA, G. C. da. Alunos nas aulas de desenho de observação no Largo de São Sebastião - Manaus-AM. 2004. 1 fotografia, color. SILVA, R. M. Pintura indígena. 20102. Disponível em: http://www. raulmendesilva.pro.br/pintura/pag003.shtml. Acesso em: 21. abr. 2012. STÊNIO, J. O autor pintando de observação: Centro Cultural Palácio Rio Negro. 2007. 1 fotografia, color. Referências Pintura II 32 TIBURI, M.; CHUI, F. Diálogo / desenho. São Paulo: SENAC, 2010. UNIDADE fabril de Manaus dá ‘nova cara’ aos muros. 2011. Disponível em: www.ambev.com.br. Acesso em: 30 abr. 2011. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS. Departamento de Artes Fotografias de objetos, frutas, garrafas como referência para pintura. 2011. ______. Pró-reitoria de Ensino de Graduação. Centro de Educação a Distância. Guia de referência para produção de material didático em educação a distância. Organizado por Zeina Rebouças Corrêa Thomé. Manaus: EDUA, 2007. VIDAL, L. Grafismo indígena. São Paulo: Studio Nobel, 1992. WETZEL, H. Os grandes pintores da história. Trad. Constantino Kouzmin Korovaeff. São Paulo: Escala, 2010. ______. Guia da pintura. Santana de Parnaíba, São Paulo: Casa Dois, 2011. Glossário Aguada – A cor diluída e fina que é aplicada no suporte. As aguadas acrílicas assemelham-se às aquarelas. Brilho – Claridade e viveza das cores; intensidade de luz. Composição – Arranjo ou disposição de todos os elementos de um quadro, a fim de criar um todo agradável ou satisfatório. Contraste – Oposição de cores e estilos. Dégradé – Diz-se da cor que vai esmaecendo em tonalidades. Em algumas técnicas de desenho e da pintura é também chamada de esfumado. Esboço – Desenho preliminar, rápido e sem acabamento, geralmente sem escala, mas mantendo as proporções aproximadas. Escala – É a relação entre a dimensão do desenho e a dimensão do objeto. Assim, os objetos podem ser desenhados com suas dimensões ampliadas, iguais, reduzidas ou aumentadas. Espatulado – Pintura com uso de espátula. Gramatura - É uma das características do papel, que designa a sua espessura. Essa medida é registrada em gramas por metro quadrado da folha de papel. Guache – Pintura opaca com aglutinante de goma arábica e pigmento branco. Matiz – É a variação de tonalidade obtida pela mistura de duas cores em sua intensidade máxima, sem pigmentos preto ou branco, que forma novas cores. Glossário Pintura II 33 Matizar – Dar cores diversas a algo; variar as tonalidades. Monocromático – Quando se utiliza apenas um tom de tinta. Natureza Morta – Pintura de objetos, frequentemente flores, frutas, etc. É uma temática herdada do barroco e explorada pelos grandes mestres, considerada fonte de inspiração e estudo para os iniciantes. Perspectiva - Técnica para representar a realidade tridimensional em uma superfície bidimensional; ou seja, plana, baseada na observação de que os objetos à distância parecem menores do que aqueles que estão mais próximos do espectador. Pigmento - Designação comum a várias substâncias de naturezas diversas. Substâncias pulverulenta, sólida, solúvel num veículo, usada para dar cor e poder de cobertura a uma tinta. Regra dos terços – Uma grade sobre a área enquadrada (tipo um “jogo de velha”), criando quatro interseções a partir do centro que tendem a serem localizações fortes do quadro ou foto. Suporte – Na pintura artística é a superfície a ser pintada. Existem diversos materiais que podem ser usados como tal: tela de algodão, madeira, um muro ou até mesmo o corpo humano. Textura – Propriedade tátil de uma superfície pintada ou representada. Veladura – Palavra originada de véu, significando cobertura com camadas transparentes que encobrem outras, pintadas anteriormente. Resultado final impossível de ser obtido com a mistura de tintas. Volume – Massa; quantidade; densidade. Biografia das personalidades citadas Branco e Silva (1892-1961) – Amazonense, mais conhecido pelo seu presépio do que pelas suas pinturas. Na vida real chamava-se Leovigildo Ferreira da Silva. A Pinacoteca do Estado do Amazonas possui 5 telas do artista. Morreu em Manaus no dia 2 de fevereiro, na mesma data que nasceu, aos 69 anos. Gonçalo Ivo (1958) – Carioca, filho do poeta Ledo Ivo e da professora Maria Leda Sarmento. Visitou com assiduidade o atelier do artista Iberê Camargo. Em 1999, passou uma temporada de cinco meses em Paris, cidade que escolheu para viver com sua família e montar seu ateliê a partir de setembro de 2000. Jair Jacqmont – Artista plástico contemporâneo do Amazonas com várias exposições e prêmios no Brasil. A Pinacoteca do Estado do Amazonas possui telas do artista. Glossário Pintura II 34 Jean-Michel Basquiat – (1960-1988) – Fazia grafite em prédios abandonados em Manhattan. Começou a ser artisticamente mais reconhecido em junho de 1980, quando participou do “The Times Square Show”, uma exposição de vários artistas patrocinada por uma instituição de nome “Colab”. Nos anos consecutivos, Basquiat continuou a exibir sua obra em Nova Yorque, participou de exposições internacionais com a ajuda de galeristas famosos. Leonardo Da Vinci (1452-1519) – Nasceu em Vinci, perto de Florença na Itália. A partir de 1469 recebe formação em Florença, com o pintor e escultor Andrea Del Verrochio. Além de pintor, foi escultor, teórico de arte, inventor, engenheiro, pesquisador da natureza e filósofo. Morreu na França em 1519 no castelo de Cloux. Paul Cézanne (1839-1906) – Nasceu na França, filho ilegítimo de um rico banqueiro. Sempre quis ser artista, desde a infância. Participou do Salão dos “rejeitados” (1863) juntamente com outros impressionistas. Uma das mais famosas obras é “Maçãs e laranjas”, uma pintura que tenta elevar um tema prosaico ao reino da grande arte. Currículo do professor autor Fernando Antonio da Silva Junior é especialista em Gestão dos Recursos Naturais e Meio Ambiente pelo Centro Universitário do Norte – UNINORTE (2009). Graduado em Educação Artística com habilitação em Desenho pela Universidade Federal do Amazonas – UFAM (1992), onde atua como professor no Departamento de Artes ministrando disciplinas de História e Teoria da Arte, Desenho, Pintura e Fotografia Digital para os cursos de Artes Plásticas, Design, Matemática, Arquitetura e Urbanismo. Professor ministrante do Centro de Educação à Distância – CED. Artista plástico com várias exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior. Ilustrador de livros editados em Manaus pela Editora Valer, Metro Cúbico, Travessia, e UNINORTE. Prêmio Governo do Estado do Amazonas/ Secretaria de Cultura – PROARTE (2009) na área de Artes Visuais com o projeto “DESENHOS DE OBSERVAÇÃO E MEMÓRIA: FRAGMENTOS DE UMA VIVÊNCIA”. Currículo do professor autor