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Mecanismos de controle cardiovascular e exercício • O controle cardiovascular é realizado por uma ação conjunta de: 1. Impulsos nervosos provenientes de áreas /cerebrais superiores ou “comando central”; 2. Componentes simpáticos e parassimpáticos do SNA; 3. Receptores periféricos existentes nos vasos sangüíneos, nas articulações e nos músculos. OBS: todos se cruzam no centro de controle cardiovascular no bulbo. Comando central – Os impulsos originários das áreas desse centro, tais como hipotálamo e córtex cerebral, modulam continuamente a atividade bulbar, excitando-o ou inibindo-o. Mecanismos de controle cardiovascular e exercício Comando central – A ativação dessas áreas acarreta um aumento na atividade simpática e inibição recíproca da atividade parassimpática, que atuam no início e durante o exercício, assim como, no período que antecede o exercício. Mecanismos de controle cardiovascular e exercício • O resultado desses ajustes é: – aumento da FC e PA, vasodilatação arteriolar nos músculos esqueléticos ativos e vasoconstrição nos músculos esqueléticos inativos e outras áreas corporais (pele, fígado, rins, etc). – Parece que no início do exercício, além da atuação do comando central, existe a ativação de receptores nas articulações e nos músculos ativos. Mecanismos de controle cardiovascular e exercício Influência do Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático • Essas influências têm origem no centro cardiovascular no bulbo, atuando paralelamente, porém operando por vias estruturais e sistemas transmissores diferentes. Mecanismos de controle cardiovascular e exercício Influência do Sistema Nervoso Simpático • A divisão simpática do SNA possui os corpos celulares dos neurônios pré-ganglionares nas regiões torácica e lombar da medula espinhal. • Essas fibras deixam a medula e entram nos gânglios simpáticos. • O neurotransmissor entre os neurônios pré e pós- gaglionares é a acetilcolina. Mecanismos de controle cardiovascular e exercício Influência do Sistema Nervoso Simpático • As fibras simpáticas pós-ganglionares deixam esses gânglios simpáticos e inervam uma ampla gama de tecidos. • No miocárdio, as fibras simpáticas inervam os nódulos SA e AV e o músculo dos átrios e dos ventrículos. Mecanismos de controle cardiovascular e exercício • Os neurotransmissores liberados no órgão efetor (neste caso o miocárdio) são adrenalina e noradrenalina (principalmente a noradrenalina), que exercem suas funções sobre o órgão efetor ligando-se a um receptor α ou β-adrenérgico da membrana do órgão-alvo (estimulação adrenérgica); • Esses hormônios agem acelerando a despolarização (ritmo) do nódulo SA e com isso aumenta a FC (efeito cronotrópico), além de aumentar a contratilidade miocárdica (efeito inotrópico) de forma a aumentar a quantidade de sangue bombeada pelo coração com cada batimento. Mecanismos de controle cardiovascular e exercício • Essas fibras, também estimulam a secreção das catecolaminas pela glândula supra-renal (medula adrenal) através de sua inervação pré-ganglionar, que apesar de uma ação mais lenta sobre a função cardíaca, também faz aumentar a FC; • Finalmente, a estimulação simpática afeta o fluxo sanguíneo produzindo vasoconstrição em camadas musculares lisas de artérias, arteríolas (com exceção da árvore vascular coronariana). Mecanismos de controle cardiovascular e exercício A antecipação ao exercício pelos centros superiores ativa os neurônios simpáticos no hipotálamo As fibras do nervo vago tornam mais lenta a FC e a velocidade de condução através da ação de Ach nos nódulos SA e AV As fibras do nervo simpático eferentes aceleram a FC, aumentam a contratilidade miocárdica e dilatam as artérias coronárias A estimulação nervosa simpática de medula supra-renal causa liberação de adrenalina A adrenalina liberada e conduzida pelo sangue acelera a descarga do nódulo AS, dilata os vasos coronários e aumenta o metabolismo miocárdica NSA NAVAch Influência do Sistema Nervoso Parassimpático • A divisão parassimpática do SNA possui seus corpos celulares localizados no tronco cerebral e na porção sacral da medula espinhal. • As fibras parassimpáticas deixam o tronco cerebral e a medula espinhal e convergem para os gânglios de uma grande variedade de áreas anatômicas. Mecanismos de controle cardiovascular e exercício • A acetilcolina é o neurotransmissor das fibras pré e pós- ganglionares (estimulação colinérgica). • As terminações nervosas parassimpáticas se concentram nos átrios, incluindo os nódulos SA e AV. • Quando estimulados, as fibras parassimpáticas liberam acetilcolina, a qual acarreta uma diminuição da atividade dos nódulos SA e AV, promovendo uma redução da FC, sem exercer qualquer efeito sobre a contratilidade miocárdica. Mecanismos de controle cardiovascular e exercício • No início e durante o exercício de intensidade baixa a moderada (aeróbico), a FC aumenta por inibição da estimulação parassimpática, em grande parte através da ativação do comando central; • Durante o exercício extenuante, a FC aumenta por inibição parassimpática adicional (redução da participação colinérgica) e por ativação direta da divisão simpática (aumento da participação adrenérgica). Mecanismos de controle cardiovascular e exercício SNP SNS ✓Originários de neurônios do centro de controle cardiovascular(bulbo) ✓Liberam acetilcolina a atividade do nodo SA e AV resultando em FC; ✓ O da FC no início do exercício ± 100 bat. Remoção parassimpática. ✓Nervos aceleradores cardíacos inervando o nodo AS e ventrículos; ✓Liberam noradrenalina, causando da FC e da força de contração miocárdica; ✓ No repouso equilíbrio do tônus parassimpático e atividade simpática. McArdle, Katch & Katch (2003) CONTRIBUIÇÃO SIMPÁTICA E PARASSIMPÁTICA Receptores periféricos existentes nos vasos sangüíneos, nas articulações e nos músculos • O centro cardiovascular recebe informação sensorial reflexa de receptores periféricos existentes nas articulações, nos músculos, nos vasos sangüíneos e no coração, para realizar uma sintonia fina da resposta cardiovascular. Ex: no início do exercício físico, juntamente com os sinais enviados pelo comando central. • Dentre os principais, encontram-se: Mecanismos de controle cardiovascular e exercício • Quimiorreceptores (metabolorreceptores) musculares são sensíveis aos aumentos dos metabólitos musculares (alterações da concentração de íons hidrogênio, dióxido de carbono, potássio, etc) e enviam mensagens ao centro de controle cardiovascular no bulbo para regular as respostas cardiovasculares ao exercício. Mecanismos de controle cardiovascular e exercício • Os mecanorreceptores musculares (fusos musculares, órgão tendinoso de golgi) e articulares são sensíveis à força e à velocidade do movimento muscular. Esses receptores, também enviam informações aos centros cerebrais superiores para ajudar na modificação das respostas cardiovasculares a um determinado exercício. • Estes tipos de retroalimentação periférica (metaborreceptores e mecanorreceptores musculares) foram denominados de reflexo pressor do exercício. Mecanismos de controle cardiovascular e exercício • Os barorreceptores, receptores arteriais aórticos e carotídeos, sensíveis às alterações da pressão arterial, também podem enviar informações aferentes de volta ao centro de controle cardiovascular a fim de tornar ainda mais precisa a atividade cardiovascular durante o exercício. • Esses receptores de pressão são importantes, pois regulam a pressão arterial em caso de pressão sistêmica elevada no exercício (funcionam como um freio), ou seja, a medida que a pressão arterial aumenta, a distensão dos vasos arteriais ativa os barorreceptores que irão reduzir reflexamente a freqüência cardíaca e dilatar a árvore vascular periférica. Isso reduz a pressão arterial na direçãode níveis mais normais. Mecanismos de controle cardiovascular e exercício Powers & Howley, 1998. Aumento da Irrigação Muscular Aumento do DC Aumento do Ritmo Cardíaco Sistema Nervoso Simpático Aumento do Volume Sistólico Vasodilatação Muscular Vasoconstricção Visceral Aumento do Retorno Venoso Atividade Muscular Aprofundamento da Respiração RESUMO DAS ALTERAÇÕES CARDIOCIRCULATÓRIAS EM EXERCÍCIO Ajustes dos mecanismos de controle cardiovascular no exercício aeróbico • Para a realização de um exercício aeróbico, a demanda de sangue para os músculos esqueléticos ativos aumenta (aumento da demanda metabólica), desencadeando ajustes realizados, em última análise, pelo centro de controle cardiovascular. • Resumidamente, o mecanismo de controle cardiovascular no exercício aeróbio pode ser descrito: Ajustes dos mecanismos de controle cardiovascular no exercício aeróbico • Durante o início de um exercício aeróbico, observa-se um aumento na FC (e na contratilidade) quando o comando central inicia, trabalhando através do bulbo, uma redução no tônus parassimpático. – Isso torna possível um aumento no Q (e uma elevação da PA). – Além disso, existe provavelmente alguma (não muita) atividade vasoconstritora simpática para as vísceras (ex. trato gastrointestinal), de forma que o sangue pode começar a desviar-se para os músculos esqueléticos metabolicamente mais ativos. Ajustes dos mecanismos de controle cardiovascular no exercício aeróbico – Ao mesmo tempo, o ponto operacional para os barorreceptores carotídeos e aórticos é regulado rapidamente para um nível mais alto, que contribui provavelmente para uma redução ainda maior no tônus parassimpático. – Neste ponto, parece não haver uma participação significativa por parte dos metabolorreceptores musculares nem dos mecanorreceptores musculares (do reflexo pressor do exercício). Ajustes dos mecanismos de controle cardiovascular no exercício aeróbico – À medida que a intensidade do esforço de trabalho aumenta (FC > 100 bpm), o débito cardíaco aumenta ainda mais em virtude da privação adicional da atividade parassimpática e de importantes aumentos no tônus simpático cardíaco e vasoconstritor. – O aumento no tônus simpático é causado pela ativação dos metabolorreceptores musculares, barorreceptores e dos mecanorreceptores musculares. Ajustes dos mecanismos de controle cardiovascular no exercício aeróbico – Na proximidade do esforço máximo, a atividade parassimpática quase inexiste e a atividade simpática passa a existir com níveis aumentados. – Como resultado, o Q exibe o máximo de funcionamento. Neste momento, os músculos esqueléticos ativos, estão recebendo a maior parte do fluxo sanguíneo total (> 80%). Distribuição sangüínea em repouso (1) e exercício (2) (1) (2) Redistribuição do Fluxo Sanguíneo Durante o Exercício Ajustes dos mecanismos de controle cardiovascular no exercício aeróbico • Após um exercício máximo, a FC cai bruscamente à medida que a atividade parassimpática aumenta rapidamente após a eliminação do comando central. – O aumento no tônus vagal obscurece o aumento persistente na atividade simpática, que persiste por um certo período de tempo, em virtude da ativação contínua dos metabolorreceptores musculares.
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