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Profa. Célia Pereira UNIDADE I Jogos e Brinquedos na Infância História cultural do jogo, brinquedo e brincadeira Fundamentação teórica sobre jogo e brincadeira Usos, costumes e brincadeira na infância As brincadeiras tradicionais Objetivos Fonte: https://www.vix.com/pt/bbr/2045/mate-a-saudade-8- brincadeiras-de-crian%C3%A7a-que-sentimos-falta Jogos Infantis Brueghel (1560) Vanden Branden (1982) Manson (2002) E você, aluno? História cultural do jogo, brinquedo e brincadeira Fonte: NOGUEIRA (2005, p. 83) Segundo Kishimoto (1999), o brincar é aprendido e passado de geração a geração. Muitos objetos não nasceram como brinquedos, mas foram sendo transformados pelas crianças, como é o caso do telefone celular. Como os brinquedos, jogos e brincadeiras são transmitidos de gerações a gerações? De acordo com Klisys (2010, p. 46): “Quando a criança está de posse de um brinquedo ou toma parte em um jogo, ela tem a possibilidade de apropriar-se da cultura produzida por sua geração e por gerações anteriores a ela”. Ainda conforme a autora, “o ato de brincar é comum entre as crianças, mas a maneira como esta ou aquela criança o faz depende de questões culturais presentes em seu entorno” (idem, p. 8). Como os brinquedos, jogos e brincadeiras são transmitidos de gerações a gerações? O gamão e o xadrez, por exemplo, foram encontrados em civilizações de 4000 a.C. e até os dias atuais esses jogos permanecem. Como os brinquedos, jogos e brincadeiras são transmitidos de gerações a gerações? Fontes: https://www.elo7.com.br/tabuleiro-gamao/dp/22FA6A https://jogolaxia.com/artigos/xadrez-aprenda-fazer-xeque-mate Como os brinquedos eram fabricados? E em nosso país, como se deu a fabricação e comercialização dos brinquedos? Como esse objeto denominado brinquedo torna-se educativo/pedagógico? Há diferença entre jogo e brinquedo? Curiosidades sobre os brinquedos Segundo Kishimoto (2003), o brinquedo proporciona o “aprender fazendo” e, para ser bem aproveitado, é conveniente elaborarmos atividades dinâmicas, desafiadoras e que exijam a participação ativa da criança. A grande questão é: será que o brinquedo faz a criança? Segundo Brougère (2004), instrumentos definidores do gênero dos indivíduos, do ponto de vista sociocultural. O brinquedo, a criação e a imaginação O brinquedo artesanal é construído com diversos materiais, como madeira, lata, borracha, papelão e outros recursos retirados do cotidiano, inclusive sucata, sempre terão espaço importante na formação social das crianças, são produtos da habilidade manual, da fantasia e da capacidade criadora de cada pessoa. O brinquedo artesanal Fonte: http://www.artesanatoereciclagem.com.br/13148-diy-como-fazer-brinquedos-artesanais.html cesto de tesouros [...] o uso do cesto de tesouros consiste em uma maneira de assegurar a riqueza das experiências do bebê em um momento em que o cérebro está pronto para receber, fazer conexões e, assim, utilizar essas informações (GOLDSCHMIED & JACKSON, 2006, p. 114). tato: texturas, formato, peso; olfato: uma variedade de cheiros; paladar: utilizar alimentos como fontes de exploração; audição: sons como de campainhas, tilintar, batidas, coisas sendo amassadas; visão: cor, forma, comprimento e brilho. Brinquedos e brincadeiras para crianças pequenas Qual a importância do quadro de Brueghel, Jogos Infantis, de 1560? a) Representa a concepção de criança da época, como um adulto em miniatura, brincando com jogos tradicionais. b) Apresenta a brincadeira infantil coordenada pelos adultos. c) A imagem de crianças sozinhas e abandonadas. d) O quadro é igual a muitos de sua época. e) O que importa não é a criança em si, e sim a paisagem e a igreja ao fundo. Interatividade Qual a importância do quadro de Brueghel, Jogos Infantis, de 1560? a) Representa a concepção de criança da época, como um adulto em miniatura, brincando com jogos tradicionais. b) Apresenta a brincadeira infantil coordenada pelos adultos. c) A imagem de crianças sozinhas e abandonadas. d) O quadro é igual a muitos de sua época. e) O que importa não é a criança em si, e sim a paisagem e a igreja ao fundo. Resposta Friedrich Froebel (1782-1852) Criador dos kindergartens (jardins da infância). O jogo na educação infantil. Introduz o jogo no currículo do jardim da infância. A criança brinca na escola. Manipula brinquedos e objetos para aprender conceitos e desenvolver habilidades. Fundamentação teórica sobre jogo e brincadeira Fonte: NOGUEIRA; MEAC (2005) John Dewey (1862-1952) Americano, defendeu a concepção instrumental da filosofia, que só é relevante se mantiver relação com o mundo. Fundou a Universidade de Chicago (1896), e em uma escola anexa. Sua experiência educativa. Escola elementar para alunos de 4 a 14 anos. Dewey concebe o jogo como atividade livre e como forma de compreensão dos problemas do cotidiano. Fundamentação teórica sobre jogo e brincadeira Jerome Seymour Bruner: Jogo. Sujeito viola a rigidez dos padrões de comportamentos sociais das espécies. A criança imita o adulto e expressa tais condutas pelo brincar. O comportamento da criança não é punido. O jogo proporciona condições para que aconteça a aprendizagem das normas sociais. Quando a criança brinca, experimenta comportamentos que em situações normais não seriam permitidos. A brincadeira é a descoberta das regras sociais e aquisição da linguagem. Ao repetir a brincadeira nos contatos interativos com adultos, ela descobre a regra. Fundamentação teórica sobre jogo e brincadeira Jean Piaget (1978): É um ser ativo, agente de seu próprio desenvolvimento. Constrói e adapta-se ao ambiente. Habilidades cognitivas que dependem do conhecimento, de perícias específicas e do ambiente. Influência direta sobre o brincar. 1. Jogo de exercício (0 a 2 anos). 2. Jogo simbólico (2 a 7 anos). 3. Jogo de regras (4/7 a 11 anos). Fundamentação teórica sobre jogo e brincadeira Primeira forma de jogo: Exercício Destaca-se pelo aspecto prazeroso e funcional. Criança – seu corpo, corpo da mãe, depois os objetos e brinquedos ao seu alcance. Simbólico ou faz de conta: Representação de um objeto ausente. Comparação entre o imaginado e o objeto real. Possibilita a compreensão das regras implícitas que se materializam nas brincadeiras. Jogo de regras: Para Piaget, nessa fase, a criança desenvolve sua iniciativa, organiza e escolhe sua brincadeira e tem acesso ao material do jogo. Jean Piaget Jogo de regras: Elementos 1. Regras transmitidas: Fazem parte do acervo cultural e foram transmitidas de geração a geração, geralmente dos mais velhos aos mais novos. 2. Regras espontâneas e momentâneas: Acontecem de acordo com a escolha do jogador. Jean Piaget Das alternativas abaixo, o que mais se relaciona entre jogo, brinquedo e brincadeira? a) O jogo acontece em qualquer lugar e não apresenta regras. b) O brinquedo é o suporte da brincadeira. c) A brincadeira é o que acontece no jogo. d) O brinquedo e a brincadeira são atividades infantis. e) O jogo, a brincadeira e o brinquedo não se relacionam. Interatividade Das alternativas abaixo, o que mais se relaciona entre jogo, brinquedo e brincadeira? a) O jogo acontece em qualquer lugar e não apresenta regras. b) O brinquedo é o suporte da brincadeira. c) A brincadeira é o que acontece no jogo. d) O brinquedo e a brincadeira são atividades infantis. e) O jogo, a brincadeira e o brinquedo não se relacionam. Resposta Quantas situações criativassurgem diariamente nas brincadeiras infantis? Quando, em uma roda de conversa, propomo-nos a trazer à memória lembranças da nossa infância, percebemos recordações surpreendentes, algumas delas associadas até ao clima, odores e gostos por se tratar de um período em que o brincar era nossa atividade principal. Usos, costumes e brincadeira na infância No Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, o termo “brinquedo” pode significar indistintamente: “objeto que serve para a criança brincar, ou jogo de crianças e brincadeiras; divertimento, passatempo. Brincadeira: festa, folia, folguedo, brincadeira”. Usos, costumes e brincadeira na infância Tizuko Morchida Kishimoto (1999), uma mesma conduta pode ser jogo ou não, dependendo do significado a ela atribuído e de sua cultura. Por exemplo: a brincadeira de médico! Usos, costumes e brincadeira na infância Fonte: //www.google.com.br/search?q=brincadeiras+indigenas&rlz=1C1RUCY_pt- brBR758BR758&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiIvoW6l_ LcAhXHfpAKHXRBCUQQ_AUICigB&biw=1360&bih=582#imgrc=jbkVf0hooTNwnM Embora os termos “jogo”, “brinquedo” e “brincadeira” sejam usados no cotidiano indistintamente, Kishimoto (1999) distingue entre eles, do ponto de vista didático, as seguintes características: Jogo: resultante de um sistema linguístico dentro de um contexto sociocultural, um sistema de regras, um objeto. Brinquedo: objeto cultural (concreto ou ideológico), suporte de brincadeira, possui uma função lúdica e indeterminação quanto ao seu uso. Brincadeira: descrição de uma conduta. Tizuko Morchida Kishimoto Christie (Christie, 1991 apud Kishimoto, 1999, p. 26) aponta algumas características do jogo infantil que permitem identificar os fenômenos que pertencem à grande família dos jogos: a não literalidade: o sentido habitual é substituído por um outro. Por exemplo: a tampa da panela serve como direção do carro. o efeito positivo: a criança demonstra, por meio do prazer e da alegria, a sua satisfação na brincadeira. a flexibilidade: novas combinações e ideias são aprendidas, muitas vezes, em situações de brincadeira, e não em outras atividades não recreativas. Usos, costumes e brincadeira na infância Christie (Christie, 1991 apud Kishimoto, 1999, p. 26) aponta algumas características do jogo infantil que permitem identificar os fenômenos que pertencem à grande família dos jogos: prioridade do processo e não do produto: enquanto a criança brinca, sua atenção está mais focada na atividade em si do que em seus resultados ou efeitos. livre escolha: o jogo infantil só pode ser considerado jogo quando é escolhido livre e espontaneamente. controle interno: no jogo infantil, são os próprios jogadores que determinam o desenvolvimento dos acontecimentos. Usos, costumes e brincadeira na infância Segundo Bomtempo (apud Kishimoto, 1999, p. 57), um dos jogos fundamentais no período da infância recebe várias denominações: jogo imaginativo; jogo de faz de conta; jogo de papéis; jogo sociodramático. O brincar de faz de conta ou jogo simbólico O jogo simbólico individual da criança pode também, de acordo com a ocasião, transformar-se em coletivo, com a presença de vários participantes. A maior parte dos jogos simbólicos implica atos que podem ter sido anteriormente derivados dos jogos de exercício, ocorridos no período sensório-motor. Para Lev Vygotsky (1989), a simbolização por meio de objetos funciona como precondição para o aparecimento do jogo de papéis propriamente dito. O brincar de faz de conta ou jogo simbólico Analisar o jogo simbólico da criança quanto ao conteúdo permite-nos perceber o que ela está aprendendo na mais tenra idade, os padrões dominantes no meio em que está inserida. As características dos super-heróis que fascinam as crianças são: bondade, coragem, inteligência e força; a possibilidade de ultrapassarem obstáculos de qualquer tamanho e solucionarem problemas; o conhecimento do que é certo e o fato de não estarem sujeitos a dúvidas, frustrações e fraquezas como a grande maioria das pessoas. Professores O brinquedo educativo/pedagógico deve ser entendido como: a) Único recurso para o desenvolvimento infantil. b) Recurso que ensina, desenvolve e educa. c) Parte de um processo global e contínuo. d) Atitude dos pais e professores em direção à criança. e) Preocupação dos fabricantes. Interatividade O brinquedo educativo/pedagógico deve ser entendido como: a) Único recurso para o desenvolvimento infantil. b) Recurso que ensina, desenvolve e educa. c) Parte de um processo global e contínuo. d) Atitude dos pais e professores em direção à criança. e) Preocupação dos fabricantes. Resposta Trazer de volta as brincadeiras tradicionais infantis para dentro das instituições de educação infantil. As brincadeiras tradicionais brasileiras Fonte: https://www.slideshare.net/ivanisja/ brincadeiras-folclricas-33910815 Considerada como parte da cultura popular, a brincadeira tradicional representa a produção de um povo em certo período histórico. Essa cultura não oficial transmitida especialmente de modo oral não fica cristalizada, pois está sempre em transformação, incorporando inovações de uma geração para a outra. Por ser de cunho folclórico, a brincadeira tradicional assume as características de anonimato. As brincadeiras tradicionais brasileiras Compreender a origem e o significado das brincadeiras tradicionais infantis requer a investigação de raízes folclóricas de um determinado povo. As origens das brincadeiras tradicionais do Brasil estão na mistura das três matrizes étnicas que compõem o povo brasileiro: matriz indígena; matriz branca europeia; matriz negra africana. As brincadeiras tradicionais brasileiras Na matriz branca, encontramos vários elementos nas brincadeiras das crianças na figura dos colonizadores portugueses, cuja influência está nos contos, histórias, lendas, parlendas, festas religiosas e jogos como bolinha de gude, jogo de botão, pião e outros que compõem o acervo derivado do folclore lusitano. As brincadeiras tradicionais brasileiras Segundo Kishimoto (2007, p. 29), identificar os elementos das brincadeiras das crianças que tenham origem na matriz negra africana no Brasil é tarefa complexa, uma vez que os negros misturaram-se ao cotidiano do período colonial, nos engenhos, nas plantações, nas minas, no litoral, dificultando a separação do que é tipicamente africano do que são adaptações ao contexto social. As brincadeiras tradicionais brasileiras A matriz indígena trouxe grandes contribuições ao folclore brasileiro e as brincadeiras infantis com o predomínio de brincadeiras junto à natureza, nos rios, nas danças e jogos que imitam animais, e na tradição indígena das bonecas e animais de barro. As brincadeiras tradicionais brasileiras As brincadeiras mais comuns que estão sendo resgatadas nas unidades de Educação Infantil são: Brincadeiras de roda: a roda infantil é uma das primeiras manifestações do espírito associativo das crianças. É também um dos melhores meios na sua educação musical, além de ser um ótimo veículo de transmissão das tradições através das gerações. As mães e as avós ensinam às crianças as cantigas de roda que cantaram na sua infância. As cantigas de roda têm influência dos nossos antepassados portugueses e africanos. As brincadeiras tradicionais brasileiras Pipa: também conhecida como: Papagaio, pandorga, quadrado, arraia ou cafifa. Foi trazida para o Brasil pelos portugueses. Pião: ele é feito de madeira e tem um prego na ponta. No Brasil, as crianças indígenascriavam seus piões a partir de um fruto oco e redondo chamado “totuma”. As brincadeiras tradicionais brasileiras Fontes: https://www.elo7.com.br/pipa-mundo-bita/dp/82DB1D https://gartic.com.br/ladraodgalinha/desenho-jogo/piao Na Educação Infantil, quando damos a oportunidade para as crianças desenvolverem suas habilidades de forma natural e agradável, estamos promovendo a aquisição de novos conhecimentos e facilitando o crescimento delas. As brincadeiras tradicionais brasileiras Para Kishimoto (2007), as brincadeiras tradicionais: a) Existem no cotidiano das crianças. b) São somente ensinadas na escola. c) São semelhantes a um jogo livre e espontâneo – a criança brinca pelo brincar. d) Não precisam ser ensinadas, pois são de transmissão oral. e) Foram sempre da mesma maneira e não sofreram alterações. Interatividade Para Kishimoto (2007), as brincadeiras tradicionais: a) Existem no cotidiano das crianças. b) São somente ensinadas na escola. c) São semelhantes a um jogo livre e espontâneo – a criança brinca pelo brincar. d) Não precisam ser ensinadas, pois são de transmissão oral. e) Foram sempre da mesma maneira e não sofreram alterações. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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