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Cabimento Agravo de Instrumento

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AGRAVO DE INSTRUMENTO
CABIMENTO: DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS DO ART.1015 CPC E NO PRECEDENTE FIRMADO PELO STJ.
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte[footnoteRef:1]; [1: Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. DETERMINADA A INCLUSÃO DE LITISCONSORTE A COMPOR A DEMANDA. Decisão agravada publicada na vigência do Novo Código De Processo Civil. Recurso inadmissível, pois não prevista a interlocutória agravada no rol taxativo do art. 1.015 do NCPC, tampouco se inclui nos casos em que o STJ considera a taxatividade mitigada, porquanto não é urgente em decorrência da inutilidade de eventual arguição da questão em recurso de apelação. Aplicação, de plano, do disposto no art.932, III do CPC. AGRAVO DE INSTRUMENTO NÃO CONHECIDO.(Agravo de Instrumento, Nº 70082474909, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Mylene Maria Michel, Julgado em: 20-08-2019)] 
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
RECURSO ESPECIAL Nº 1.704.520 - MT (2017/0271924-6) RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI
EMENTA RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. NATUREZA JURÍDICA DO ROL DO ART. 1.015 DO CPC/2015. IMPUGNAÇÃO IMEDIATA DE DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS NÃO PREVISTAS NOS INCISOS DO REFERIDO DISPOSITIVO LEGAL. POSSIBILIDADE. TAXATIVIDADE MITIGADA. EXCEPCIONALIDADE DA IMPUGNAÇÃO FORA DAS HIPÓTESES PREVISTAS EM LEI. REQUISITOS. 
1- O propósito do presente recurso especial, processado e julgado sob o rito dos recursos repetitivos, é definir a natureza jurídica do rol do art. 1.015 do CPC/15 e verificar a possibilidade de sua interpretação extensiva, analógica ou exemplificativa, a fim de admitir a interposição de agravo de instrumento contra decisão interlocutória que verse sobre hipóteses não expressamente previstas nos incisos do referido dispositivo legal. 
2- Ao restringir a recorribilidade das decisões interlocutórias proferidas na fase de conhecimento do procedimento comum e dos procedimentos especiais, exceção feita ao inventário, pretendeu o legislador salvaguardar apenas as “situações que, realmente, não podem aguardar rediscussão futura em eventual recurso de apelação”. 
3- A enunciação, em rol pretensamente exaustivo, das hipóteses em que o agravo de instrumento seria cabível revela-se, na esteira da majoritária doutrina e jurisprudência, insuficiente e em desconformidade com as normas fundamentais do processo civil, na medida em que sobrevivem questões urgentes fora da lista do art. 1.015 do CPC e que tornam inviável a interpretação de que o referido rol seria absolutamente taxativo e que deveria ser lido de modo restritivo. 
4- A tese de que o rol do art. 1.015 do CPC seria taxativo, mas admitiria interpretações extensivas ou analógicas, mostra-se igualmente ineficaz para a conferir ao referido dispositivo uma interpretação em sintonia com as normas fundamentais do processo civil, seja porque ainda remanescerão hipóteses em que não será possível extrair o cabimento do agravo das situações enunciadas no rol, seja porque o uso da interpretação extensiva ou da analogia pode desnaturar a essência de institutos jurídicos ontologicamente distintos. 
5- A tese de que o rol do art. 1.015 do CPC seria meramente exemplificativo, por sua vez, resultaria na repristinação do regime recursal das interlocutórias que vigorava no CPC/73 e que fora conscientemente modificado pelo legislador do novo CPC, de modo que estaria o Poder Judiciário, nessa hipótese, substituindo a atividade e a vontade expressamente externada pelo Poder Legislativo. 
6- Assim, nos termos do art. 1.036 e seguintes do CPC/2015, fixa-se a seguinte tese jurídica: O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação. 
7- Embora não haja risco de as partes que confiaram na absoluta taxatividade com interpretação restritiva serem surpreendidas pela tese jurídica firmada neste recurso especial repetitivo, eis que somente se cogitará de preclusão nas hipóteses em que o recurso eventualmente interposto pela parte tenha sido admitido pelo Tribunal, estabelece-se neste ato um regime de transição que modula os efeitos da presente decisão, a fim de que a tese jurídica somente seja aplicável às decisões interlocutórias proferidas após a publicação do presente acórdão. 
8- Na hipótese, dá-se provimento em parte ao recurso especial para determinar ao TJ/MT que, observados os demais pressupostos de admissibilidade, conheça e dê regular prosseguimento ao agravo de instrumento no que tange à competência. 9- Recurso especial conhecido e provido.
JURISPRUDÊNCIAS:
	NÃO ADMISSÃO
	ADMISSÃO
	Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. SEGUROS. AÇÃO DECLARATÓRIA CUMULADA COM REPETIÇÃO DE INDÉBITO. REVISÃO DO VALOR PAGO A TÍTULO DE PRÊMIO MENSAL. PECÚLIO POR MORTE. DESIGNAÇÃO DE REALIZAÇÃO DE PERICIA ATUARIAL. INEXISTÊNCIA DE URGÊNCIA. AGRAVO NÃO CONHECIDO. Trata-se de agravo de instrumento interposto em face da decisão proferida pelo magistrado a quo, que deferiu o pedido de realização de prova pericial atuarial a fim de averiguar eventual abusividade nos reajustes decorrentes da alteração da faixa etária ocorridos durante a vigência do contrato de pecúlio firmado entre as partes. O presente recurso ataca decisão que deferiu a realização de perícia atuarial, a fim de averiguar eventual abusividade nos reajustes decorrentes da alteração da faixa etária ocorridos durante a vigência do contrato de pecúlio firmado entre as partes, cuja decisão não se enquadra no rol taxativo previsto nos incisos do artigo 1.015 do Código de Processo Civil. Ademais, ressalta-se que, a questão debatida pela parte não comporta interpretação analógica ou mitigada, conforme decidido pelo egrégio STJ (Tema 988), eis que não possui o requisito da urgência, podendo ser analisada posteriormente, em sede de apelação ou em contrarrazões (art. 1.009, § 1º, do CPC). Nesse sentido, diante do não cabimento do agravo de instrumento, o presente recurso não merece ser conhecido, forte no disposto no artigo 932, inciso III, do CPC. AGRAVO DE INSTRUMENTO NÃO CONHECIDO(Agravo de Instrumento, Nº 70082456559, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Niwton Carpes da Silva, Julgado em: 22-08-2019)
	Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. REPRESENTAÇÃO COMERCIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. DECISÃO QUE DECLINA DA COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DO FEITO. RECURSO CONHECIDO. FLEXIBILIZAÇÃO DO ART. 1.015, CPC. Em razão do julgamento do Recurso Especial Nº 1.696.396/MT, cabível o conhecimento do recurso interposto contra decisão que versa sobre declinação de competência, porquanto expressamente fixada a tese de mitigação da taxatividade do art. 1.015 do Código de Processo Civil. MÉRITO. INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO FALIMENTAR. Tratando-se de ação de obrigação de fazer, cuja demanda versa sobre o repasse de valores retidos indevidamente referente aos prêmios de seguros comercializados, não há falar em atração do juízo universal da ação de recuperação judicial. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO.(Agravo de Instrumento, Nº 70081633695, Décima Quinta CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Beatriz Iser, Julgado em: 14-08-2019)
	Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA NÃO PREVISTA NO ART. 1.015 DO NCPC. RECURSO MANIFESTAMENTE INADMISSÍVEL. A decisão interlocutória que não encontra especificação em uma das situações de cabimento previstas no art. 1.015 do NCPC é insuscetível de recurso. A decisão que dispõe sobre oitiva de testemunha não prevista no rol da norma, impede a interposição do recurso de agravo de instrumento. Inaplicabilidade da tese firmada pelo c. STJ no Tema nº 988 acerca da taxatividade mitigada do rol do art. 1.015 do CPC, uma vez que ausente a urgência à inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação. Incumbe ao relator não conhecer de recurso inadmissível (art. 932, III, CPC/2015). Precedentes desta Corte. AGRAVO DE INSTRUMENTO NÃO CONHECIDO.(Agravo de Instrumento, Nº 70082565870, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Tasso Caubi Soares Delabary, Julgado em: 26-08-2019)
	Ementa: AGRAVO INTERNO (ART. 1.021, CPC/2015). PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. JULGAMENTO MONOCRÁTICO. CONHECIMENTO DO RECURSO. MITIGAÇÃO PELO STJ. Situação dos autos em que possível o conhecimento do recurso de instrumento em face da mitigação da taxatividade do rol do art. 1.015 do CPC, conforme preconizado no Tema 988 pelo c. STJ. Decisão que dispõe sobre proibição de carga dos autos e aplicação de multa, segundo o disposto no art. 234 do CPC, que revela a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação. Caso em que a penalidade imposta na origem de perda do direito do advogado de carga dos autos e aplicação de multa prescindiu da prévia intimação pessoal para restituição dos autos, em descumprimento à previsão do art. 234, § 2º do CPC. Orientação jurisprudencial firme do STJ e do TJRS da necessidade de intimação pessoal prévia. AGRAVO INTERNO PROVIDO.(Agravo Interno, Nº 70081465767, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Tasso Caubi Soares Delabary, Julgado em: 07-08-2019)
	Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE USUCAPIÃO. INDEFERIMENTO DA PESQUISA DE ENDEREÇO PARA CITAÇÃO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL PARA O RECURSO NO ROL TAXATIVO DO ART. 1.015 DO CPC. - A decisão, em ação de conhecimento, que indefere o pedido de realização de pesquisa para a busca de endereço para citação não está contemplada nas hipóteses previstas no rol taxativo do art. 1.015 do CPC. - A taxatividade mitigada decidida pelo STJ quando do julgamento do REsp 1.704.520/MT (Tema 988), submetido ao regime de julgamento dos recursos repetitivos, é em caráter excepcional e desde que inequivocamente provada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação, urgência esta não demonstrada nos autos. AGRAVO DE INSTRUMENTO NÃO CONHECIDO.(Agravo de Instrumento, Nº 70082365297, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Gelson Rolim Stocker, Julgado em: 23-08-2019)
	Ementa: AGRAVO INTERNO (ART. 1.021, CPC/2015). PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. JULGAMENTO MONOCRÁTICO. CONHECIMENTO DO RECURSO. MITIGAÇÃO PELO STJ. Situação dos autos em que possível o conhecimento do recurso de instrumento em face da mitigação da taxatividade do rol do art. 1.015 do CPC, conforme preconizado no Tema 988 pelo c. STJ. Decisão que dispõe sobre proibição de carga dos autos e aplicação de multa, segundo o disposto no art. 234 do CPC, que revela a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação. Caso em que a penalidade imposta na origem de perda do direito do advogado de carga dos autos e aplicação de multa prescindiu da prévia intimação pessoal para restituição dos autos, em descumprimento à previsão do art. 234, § 2º do CPC. Orientação jurisprudencial firme do STJ e do TJRS da necessidade de intimação pessoal prévia. AGRAVO INTERNO PROVIDO.(Agravo Interno, Nº 70081465767, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Tasso Caubi Soares Delabary, Julgado em: 07-08-2019)
	Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE. DECISÃO QUE RECONHECEU A REVELIA. NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ROL TAXATIVO. Em se tratando de decisão que, na fase de conhecimento do processo, reconheceu a revelia da parte ré, hipótese não elencada no rol taxativo do art. 1.015, do CPC, é inadmissível a interposição do agravo de instrumento. Outrossim, a questão suscitada pela parte não comporta interpretação analógica ou mitigada, conforme decidido pelo egrégio STJ (Tema 988), podendo ser analisada novamente pelo juízo singular, ou posteriormente, em sede de apelação ou em contrarrazões (art. 1.009, § 1º, do CPC). Logo, não pode ser conhecido o recurso. AGRAVO NÃO CONHECIDO, EM DECISÃO MONOCRÁTICA.(Agravo de Instrumento, Nº 70082511890, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge André Pereira Gailhard, Julgado em: 23-08-2019)
	
	Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PLANO DE SAÚDE. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DECISÃO QUE DETERMINOU A REGULAR DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA E INDEFERIU OITIVA DE TESTEMUNHA. NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ROL TAXATIVO. Em se tratando de decisão que determinou a regular distribuição do ônus da prova, nos termos do art. 373, I e II, do CPC, hipótese não elencadas no rol taxativo do art. 1.015, da lei processual, é inadmissível a interposição do agravo de instrumento. Outrossim, a questão suscitada pela parte não comporta interpretação analógica ou mitigada, conforme decidido pelo egrégio STJ (Tema 988), podendo ser analisada novamente pelo juízo singular, ou posteriormente, em sede de apelação ou em contrarrazões (art. 1.009, § 1º, do CPC). Logo, não pode ser conhecido o recurso. AGRAVO NÃO CONHECIDO, EM DECISÃO MONOCRÁTICA.(Agravo de Instrumento, Nº 70082452525, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge André Pereira Gailhard, Julgado em: 23-08-2019)

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