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Apostila Prefeitura RIO 2019 Água, eletrolitos e pH

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1 
 
 
 
 
ÁGUA CORPORAL 
 
A água é o maior componente único do corpo. Ao 
nascimento, a água contribui para aproximadamente 75% 
a 85% do peso corporal total; esta proporção diminui com 
a idade e o grau de adiposidade. 
 
A água corresponde 60% a 70% do peso corporal 
total em um adulto magro, mas apenas 45% a 55% em um 
adulto obeso. As células metabolicamente ativas do 
músculo e vísceras têm as maiores concentrações de 
água; células de tecidos calcificados têm as menores. 
 
A água corporal total é maior em atletas que em não 
atletas e diminui com a idade em decorrência da 
diminuição da massa muscular. Apesar de a proporção de 
peso corporal atribuída à água variar com a idade e a 
gordura corporal, há pouca variação no dia a dia na 
porcentagem de água corporal no indivíduo. 
 
 
Fig. 1: Efeitos adversos da desidratação. 
 
FUNÇÕES DA ÁGUA 
 
A água torna os solutos disponíveis para reações 
celulares. Ela é um substrato em reações metabólicas e 
como componente estrutural, dando forma às células. A 
água é essencial para os processos de digestão, absorção 
e excreção. Ela também tem um papel fundamental na 
estrutura e função do sistema circulatório e atua como 
meio de transporte para nutrientes e todas as substâncias 
do corpo. 
 
A água conserva a constância física e química dos 
líquidos intracelulares e extracelulares e tem um papel 
direto na manutenção da temperatura corporal. A 
evaporação da perspiração resfria o corpo no clima 
quente, evitando ou retardando a hipertermia. A perda de 
20% da água corporal (desidratação pode causar a morte, 
a perda de apenas 10% pode causar danos aos sistemas 
essenciais do corpo. 
 
A absorção de sódio e água está aumentada no 
intestino delgado superior pela concentração de sódio 
acima de 90mmol e pelos CHOs. No cólon a absorção de 
água é estimulada pelos AGCC. 
 
DISTRIBUIÇÃO 
 
A água intracelular (ICW) é a água contida dentro das 
células e corresponde a dois terços da água corporal total. 
 
A água extracelular no plasma, linfa, líquido espinal e 
secreções é igual a um terço do total da água corporal ou 
20% do peso do corpo. O líquido extracelular é a água e 
as substâncias dissolvidas no plasma, linfa, líquido espinal 
e secreções; isso inclui a água intersticial que é o fluido 
entre e ao redor das células nos tecidos. 
 
Enquanto que a distribuição da água corporal varia em 
diferentes circunstâncias, a quantidade total no corpo 
permanece relativamente constante. A água consumida 
durante o dia através da ingestão de alimentos e bebidas é 
equilibrada pela perda de água pela urina, suor, fezes e 
respiração. 
 
Edema é o acúmulo anormal de líquidos nos espaços 
de tecidos intercelulares ou cavidades corporais. 
 
EQUILÍBRIO DA ÁGUA 
 
Os desvios no equilíbrio hídrico têm consequências 
adversas. Por este motivo, a regulação homeostática pelo 
trato gastrointestinal (GI), rins e cérebro mantém o 
conteúdo de água corporal razoavelmente constante. A 
quantidade de água ingerida diariamente é 
aproximadamente equivalente à quantidade perdida. 
 
Tab. 1: Concentrações de eletrólitos nos fluidos e 
secreções digestivas. 
Secreção Na+ K+ Cl- 
Saliva 44 20 - 
Gástrica 70 – 120 10 100 
Intestino Delgado 110 – 120 5 – 10 105 
Bile 140 5 100 
Pâncreas 140 5 75 
Diarréia 56 25 55 
 
A regulação homeostática pelo TGI, rins e cérebro 
mantém o conteúdo de água da massa magra 
regularmente constante. 
 
As alterações no conteúdo de água são percebidas 
pelos barorreceptores no sistema nervoso central, que 
fornecem feedback ao hipotálamo, que está próximo aos 
centros que regulam o hormônio antidiurético, 
vasopressina. O aumento da osmolaridade sérica ou 
diminuição no volume de sangue levam a sua liberação, 
sinalizando que os rins retêm água. 
 
Quando barorreceptores vasculares são estimulados 
por volume de fluido extracelular diminuído, os rins liberam 
renina para produzir angiotensina II (o sistema renina-
angiotensina). A angiotensina II tem várias funções, 
incluindo a estimulação de vasoconstrição e os centros de 
sede. 
 
INGESTÃO DE ÁGUA 
 
A sensação de sede é um sinal importante para o 
consumo de líquidos. Na verdade, ela controla a ingestão 
de água em indivíduos saudáveis. Tanto a desidratação 
celular como a diminuição do volume extracelular exercem 
um papel estimulando a sede. A sensibilidade à sede é 
diminuída em indivíduos mais velhos, levando a maior 
risco de deficiência hídrica e consequente desidratação. 
ÁGUA, ELETRÓLITOS & EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE Prof. José Aroldo Filho 
goncalvesfilho@nutmed.com.br 
 
2 
 
 
A água é ingerida como líquido e como componente 
dos alimentos. A oxidação de alimentos no corpo também 
produz água metabólica como um produto final. A 
oxidação de 100 g de gordura, carboidratos ou 
proteínas libera 107, 55 ou 41 g de água, 
respectivamente, de um total de aproximadamente 200 
a 300 mL/dia de consumo da dieta normal. 
 
Quando a água não pode ser ingerida através do 
sistema gastrointestinal, ela pode ser administrada por via 
intravenosa na forma de soluções de sais (salinas), que se 
assemelham muito ao conteúdo de eletrólitos dos líquidos 
corporais; soluções de glicose; nutrição parenteral; ou 
sangue e plasma na forma de transfusões. A água é 
absorvida rapidamente porque se move livremente através 
de membranas por difusão. Este movimento é controlado 
principalmente por forças osmóticas geradas por íons 
inorgânicos em soluções no corpo. 
 
ELIMINAÇÃO DE ÁGUA 
 
A perda de água normalmente ocorre pelos rins, na 
forma de urina, e pelo trato GI, nas fezes (perda de água 
sensível ou mensurável), assim como pelo ar expirado dos 
pulmões e pela perda de vapor de água através da pele 
(perda de água insensível ou não mensurável). 
 
O rim é o regulador primário da perda de água 
sensível. Sob condições normais, os rins têm a capacidade 
de ajustar as mudanças na composição da água do corpo, 
aumentando ou diminuindo a perda de água na urina. 
 
Os diuréticos naturais são substâncias da dieta que 
aumentam a excreção urinária, tais como o álcool, cafeína 
e algumas ervas. 
 
As perdas de água insensíveis são contínuas e 
geralmente inconscientes. Grandes altitudes, baixa 
umidade e altas temperaturas podem aumentar as perdas 
insensíveis de líquidos pelos pulmões e pela sudorese. Os 
atletas podem perder 1,3 a 1,8 kg de líquidos quando se 
exercitam em temperaturas de 26 °C e baixa umidade e 
ainda mais em temperaturas mais elevadas. 
 
O trato GI pode ser uma fonte importante de perda de 
água. Em condições normais, a água contida em 7 a 9 
litros de sucos digestivos e outros líquidos extracelulares 
secretados diariamente no trato GI é quase inteiramente 
reabsorvida no íleo e cólon, exceto cerca de 100 mL que 
são excretados nas fezes. Por ser este volume de líquido 
reabsorvido o dobro do volume plasmático, as perdas 
excessivas de líquidos GI por diarreia podem ter 
consequências graves, particularmente para indivíduos 
muito jovens e muito idosos. 
 
A perda de líquidos por diarreia é responsável pela 
morte de milhares de crianças nos países em 
desenvolvimento. O tratamento de reidratação oral com 
uma mistura simples de água, açúcar e sal é altamente 
eficaz na redução do número de mortes se for instituído 
cedo. Outras perdas anormais de líquidos podem ocorrer 
como resultado de êmese, hemorragia, drenagem de 
fístulas, queimaduras e exsudatos de ferimentos, 
drenagem por sonda gástrica e cirúrgica e uso de 
diuréticos. 
 
Quando a ingestão de água é insuficiente, ou a perda 
de água é excessiva, os rins saudáveis compensam por 
meio de conservação de água e excreção de urina mais 
concentrada. Os túbulos renais aumentam a reabsorção 
de água em resposta à ação hormonal da vasopressina. 
Entretanto, a concentração da urina afeita pelos rins tem 
um limite: aproximadamente 1.400 mOsm/L. Uma vez que 
este limite seja ultrapassado, o corpo perde sua 
capacidade de excretar solutos. A capacidade dos rinsde 
indivíduos idosos de concentrar a urina pode estar 
comprometida, em pessoas mais idosas ou crianças 
jovens, resultando em um aumento do risco de 
desenvolver desidratação ou hipernatremia, especialmente 
durante doenças. 
 
Os sinais de desidratação incluem cefaleia, fadiga, 
diminuição do apetite, tonturas, diminuição do turgor 
cutâneo (apesar deste poder estar presente em indivíduos 
bem hidratados), enrugamento da pele na testa, urina 
concentrada, diminuição do débito urinário, olhos 
encovados, mucosas da boca e do nariz secas, alterações 
de pressão ortostática e taquicardia. 
 
RECOMENDAÇÕES 
 
O corpo não tem capacidade de armazenar água; 
consequentemente, a quantidade de água perdida a cada 
24 horas deve ser reposta para manter a saúde e o 
equilíbrio. 
 
Em condições normais, uma margem razoável com 
base na ingestão calórica recomendada é de 1 mL/kcal em 
adultos e de 1,5 mL/kcal em crianças pequenas. Isto é 
traduzido em aproximadamente 35 mL/kg de peso 
corpóreo habitual em adultos, 50 a 60 mL/kg em crianças e 
150 mL/kcal em bebês. 
 
Os bebês necessitam de mais água em função da 
capacidade limitada de seus rins de lidar com carga renal 
de solutos, sua maior porcentagem de água corporal e sua 
maior área de superfície por unidade de peso corporal. As 
necessidades de uma mulher lactante de água também 
aumentam para cerca de 600-700 mL (2,5-3 copos) por dia 
para produção de leite. 
 
A sede é um sinal menos eficaz para consumir água 
em crianças, atletas, indivíduos que se exercem 
fortemente, doentes e idosos que podem ter uma 
sensação de sede diminuída. Qualquer indivíduo doente o 
suficiente para ser hospitalizado, independentemente do 
diagnóstico, apresenta risco de desequilíbrio de água e 
eletrólitos. 
 
Os adultos mais velhos são particularmente suscetíveis 
em decorrência de outros fatores, como deterioração da 
capacidade de concentração renal, febre, diarreia, vômitos 
e diminuição da capacidade de cuidar de si mesmo. Em 
situações que envolvem calor ou sudorese excessiva, a 
sede pode não acompanhar as necessidades reais de 
água do corpo. 
 
ELETRÓLITOS 
 
SÓDIO 
 
O sódio (Na+) é o principal cátion do líquido 
extracelular. A concentração normal de sérum é de 136 a 
145 mEq/L. Várias secreções como a bile e o suco 
pancreático contêm quantidades substanciais de sódio. 
 
Aproximadamente 35% a 40% do sódio corporal total 
encontram-se no esqueleto; entretanto, a maior parte 
deste tem troca lenta com os líquidos corporais. Ao 
contrário da crença comum, o suor é hipotônico e contém 
quantidades de sódio relativamente pequenas. 
 
 
 
3 
 
Funções 
 
O sódio é o íon predominante no líquido extracelular e 
assim regula o volume extracelular e o plasma. O sódio 
também é importante para a função neuromuscular e 
manutenção do equilíbrio ácido–base. A manutenção dos 
níveis séricos de sódio é vital, porque hiponatremia grave 
pode levar a convulsões, coma e morte. 
 
Concentrações de sódio extracelulares são muito mais 
elevadas do que os níveis intracelulares de sódio (sérum 
normal é de aproximadamente 135 mEq/L ao passo que os 
níveis intracelulares são de aproximadamente 10 mEq/L). 
 
A bomba Na/K ATPase é um sistema de transporte 
ativo que funciona para manter o sódio fora da célula 
através da troca com potássio. A bomba Na/K ATPase 
exige transportadores, tanto para sódio como para o 
potássio, juntamente com a energia para um 
funcionamento adequado. A exportação de sódio a partir 
da célula é a força motriz para os transportadores 
facilitados que importam glucose, aminoácidos e outros 
nutrientes para as células. 
 
O sódio é prontamente reabsorvido no intestino e 
transportado para os rins, onde é filtrado e volta ao sangue 
para manter as concentrações adequadas. A quantidade 
absorvida é proporcional à ingestão em adultos saudáveis. 
 
Aproximadamente de 90% a 95% da perda corporal de 
sódio ocorre pela urina; o restante é perdido nas fezes e 
no suor. Normalmente, a quantidade de sódio excretada 
diariamente é igual à quantidade ingerida. A excreção de 
sódio é mantida por um mecanismo que envolve a taxa de 
filtração glomerular, as células do aparelho justaglomerular 
dos rins, o sistema renina-angiotensina-aldosterona, o 
sistema nervoso simpático, as catecolaminas circulantes e 
a pressão sanguínea. 
 
O equilíbrio do sódio é regulado em parte pela 
aldosterona, um mineralocorticoide secretado pelo córtex 
adrenal. Quando as concentrações de sódio se elevam, os 
receptores da sede no hipotálamo estimulam a sensação 
de sede. A ingestão de líquidos faz com que as 
concentrações de sódio retornem ao normal. Em 
determinadas circunstâncias, pode haver interrupção na 
regulação de sódio e líquidos, resultando em 
concentrações anormais de sódio no sangue. 
 
A síndrome de secreção inapropriada de hormônio 
antidiurético (SIADH) é caracterizada por urina 
concentrada de baixo volume e hiponatremia dilucional 
conforme a água é retida. A SIADH pode resultar de 
doenças do sistema nervoso central, doenças pulmonares, 
tumores e determinados medicamentos. 
 
Os estrogênios, que são ligeiramente semelhantes à 
aldosterona, também causam retenção de sódio e água. 
As alterações no equilíbrio de sódio e água durante o ciclo 
menstrual, durante a gravidez e na utilização de 
contraceptivos orais são parcialmente atribuíveis a 
alterações nas concentrações de progesterona e 
estrogênios. 
 
Fontes 
 
A principal fonte de sódio é o cloreto de sódio, ou sal 
de cozinha comum, no qual 40% do peso se constituem de 
sódio. Os alimentos proteicos contêm naturalmente mais 
sódio do que vegetais e grãos, enquanto as frutas contêm 
pouco ou nenhum. A adição de sal da mesa, sais 
aromatizados, intensificadores de sabor e conservantes 
durante o processamento de alimentos contribui para o 
alto conteúdo de sódio da maior parte dos produtos de 
conveniência e comidas rápidas. 
 
POTÁSSIO 
 
O potássio (K+), o principal cátion do líquido 
intracelular, está presente em pequenas quantidades no 
líquido extracelular. As concentrações normais de potássio 
sérico são de 3,5 a 5,0 mEq/L. 
 
Funções 
 
Com o sódio, o potássio está envolvido na manutenção 
do equilíbrio hídrico normal, equilíbrio osmótico e no 
equilíbrio ácido-base. Em adição ao cálcio, é importante na 
regulação da atividade neuromuscular. As concentrações 
de sódio e potássio determinam os potenciais de 
membrana nos nervos e nos músculos. O potássio 
também promove o crescimento celular. 
 
O conteúdo de potássio do músculo está relacionado à 
massa muscular e armazenamento de glicogênio; 
consequentemente, se o músculo está sendo formado, é 
essencial um suprimento adequado de potássio. O 
potássio tem um papel integral na bomba de Na/K 
ATPase. Tanto a hipocalemia como a hipercalemia podem 
ter implicações cardíacas devastadoras. 
 
O potássio é prontamente absorvido no intestino 
delgado. Aproximadamente 80% a 90% do potássio 
ingerido são excretados na urina; o restante é perdido nas 
fezes. Os rins mantêm as concentrações séricas normais 
através de sua capacidade de filtrar, reabsorver e excretar 
potássio sob influência da aldosterona. O potássio 
ionizado é excretado no lugar do sódio ionizado através de 
mecanismo de troca dos túbulos renais. 
 
Fontes 
 
Como regra, as frutas, vegetais, carne fresca e 
laticínios são boas fontes de potássio. 
 
O nível de AI de potássio para adultos é de 4.700 
mg/dia. Não foi estabelecido limite superior. A ingestão de 
potássio é inadequada em até 50% de adultos norte-
americanos. O motivo para a baixa ingestão de potássio é 
simplesmente o consumo inadequado de frutas e vegetais. 
As ingestões insuficientes de potássio foram relacionadas 
à hipertensão arterial sistêmica e a arritmias cardíacas.
 
Tab. 2: Doses de Referência Dietética para Sódio, Potássio e Cloreto Ingeridos Diariamente. 
 
 
4 
 
 
 
Tab. 3: Classificação dos Alimentos Selecionados por Conteúdo de Potássio. 
 
 
 
 
5EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE 
 
Um ácido é qualquer substância que tende a liberar 
íons hidrogênio em solução, enquanto base é qualquer 
substância que tende a aceitar íons hidrogênio em 
solução. A concentração de íons de hidrogênio, ou [H+], 
determina a acidez. Como a magnitude da concentração 
de íons hidrogênio é pequena, comparada com a de outros 
eletrólitos séricos, a acidez é mais prontamente expressa 
em termos de unidades de pH. Um pH do sangue baixo 
indica maior concentração de íons hidrogênio e maior 
acidez; enquanto um pH elevado indica menor 
concentração de íons hidrogênio e maior alcalinidade. 
 
O equilíbrio ácido-base é um estado de equilíbrio 
dinâmico da concentração de íons hidrogênio. A 
manutenção do pH do sangue arterial dentro dos limites da 
normalidade de 7,35 a 7,45 é crucial para vários processos 
fisiológicos e reações bioquímicas. 
Os mecanismos reguladores dos rins, pulmões e 
sistemas tampão permitem ao corpo manter o pH do 
sangue, apesar da enorme carga ácida do consumo de 
alimentos e do metabolismo tecidual. A interrupção do 
equilíbrio ácido-base ocorre quando perdas ou ganhos de 
ácidos ou de bases excedem as capacidades reguladoras 
do organismo, ou quando os mecanismos reguladores 
normais se tornam ineficazes. Estes distúrbios regulatórios 
podem se desenvolver associados a certas doenças, 
ingestão de toxinas, desvios no estado de líquidos e certos 
tratamentos clínicos e cirúrgicos. Se o equilíbrio ácido-
base interrompido não for tratado, podem ocorrer múltiplos 
efeitos prejudiciais, variando de anormalidades de 
eletrólitos até morte. 
 
Tab. 4: Valores de referência de gasometria arterial. 
 
Teste clínico Valor de gases no sangue arterial 
pH 7,35 – 7,45 
PCO2 35 – 45mmHg 
PO2 80 – 100mmHg 
H2CO3
- 
22 – 26mEq/L 
Saturação de O2 >95% 
 
 
Tab. 5: Distúrbios de pH segundo KRAUSE. 
Características da Alteração de pH Doenças e condições associadas 
Desequilíbrio respiratório 
Acidose respiratória 
Aumento H2CO3
- 
por retenção de CO2 
- condições que envolvem área de superfície pulmonar diminuída 
(enfisema); 
- doenças pulmonares obstrutivas/restritivas. 
- doenças neuromusculares com prejuízo da função respiratória. 
Alcalose respiratória 
Diminuição H2CO3
- 
por expiração excessiva de CO2 
- exercício extenso; 
- ansiedade; 
- sepse inicial. 
Desequilíbrio metabólico 
Acidose metabólica 
Diminuição H2CO3
- 
por excreção de grandes quantidades 
de bases de fluido extracelular 
Ou 
Aumento na concentração de H+ por produção, ingestão 
ou retenção aumentada 
- diarréia; 
- uremia; 
- cetoacidose em diabético descompensado; 
- inanição; 
- drogas; 
- dieta de alto teor de gordura e pobre em carboidrato. 
Alcalose metabólica 
Diminuição na concentração de H+ por perdas 
aumentadas 
Ou 
Aumento H2CO3
- 
por retenção anormal de bases de fluido 
extracelular 
- uso de diuréticos; 
- ingestão aumentada de álcali; 
- perda de cloreto; 
-Vômitos.

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