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Apostila_silvicultura_tropical

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1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL 
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL 
 
 
 
 
 
 
 
NOTAS DE AULAS DE SILVICULTURA TROPICAL 
 
 
 
 
 
 
 
PROF. CARLOS ALBERTO MORAES PASSOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CUIABA 
MATO GROSSO – BRASIL 
MAIO - 2003 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 1
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO 
"Silvicultura é a ordenação ou o manejo científico das florestas para a produção 
contínua de bens e serviços" (DANIEL et al., 1982). 
 
 Regulação florestal 
É o controle da estrutura da floresta 
mediante a proporção entre árvores 
caducas, maduras, jovens e mudas, 
arbustos e herbáceas. 
Requer entendimento da estrutura, dos 
processos (sucessão, regeneração) e das 
relações (animal – planta, planta – planta, 
meio físico – meio biótico, etc.) do 
ecossistema florestal. 
 
 
 
→ 
Meios físico e biótico influenciam no 
comportamento fisiológico das espécies 
(crescimento, competição e reprodução) 
 
 
→ 
Meio antrópico 
Influência das relações 
Sócio-econômicas-culturais 
 
 
→ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Controle da estrutura 
Tratamentos silviculturais (limpeza, 
poda, desbaste, colheita, etc.) 
 
 
Adaptado de DANIEL et al, 1982. 
 
• Região Tropical: 
• entre os paralelos 23º 27' latitude norte (Trópico de Câncer) e sul (Trópico de 
Capricórnio); 
 
• Clima: 
• Temperatura média anual: 20ºC - lat. 30o N a 26o S - 47% da superfície terrestre; 
• Segundo Köppen: temperatura do mês mais frio superior a 18ºC - 30% da superfície 
terrestre; 
• Oscilações térmicas diárias maiores que as anuais; 
• Pequena variação na luminosidade ao longo do ano; e 
• Umidade sem configuração típica. 
 
• Superfície emergida da terra com cobertura florestal: 3.442 milhões de ha (FAO, 1995); 
(cobertura florestal - sistemas ecológicos com mínimo de 10% de cobertura arbórea) 
 
• Florestas Tropicais 
• 52% da superfície florestal do mundo (florestas temperadas 48%); 
 
 
 
 
Tabela 1 - Área de florestas e volume total de madeira segundo as regiões do mundo 
Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos - DEF/FENF/UFMT – Cuiabá/MT, maio de 2003. 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 2
Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos - DEF/FENF/UFMT – Cuiabá/MT, maio de 2003. 
 
Região Florestas e 
terras arb.
Total de 
florestas
Vol. total madeira Volume 
por ha
 106 ha 106 ha (%) (%) 106 m3 (%) (m3/ha)
Mundo 5.121 3.442 27 100,0 383.727 100,0 111,4
África 1.137 352 2,8 10,2 54.938 14,3 156,1
Am. Norte e Central 916 528 4,1 15,3 57.564 15,0 109,0
Am. do Sul 1.093 893 7,0 25,9 124.969 32,6 139,9
Ásia 658 490 3,8 14,2 52.062 13,6 106,3
Europa 174 132 1,0 3,8 18.541 4,8 140,5
Oceania 201 88 0,7 2,6 10.056 2,6 114,3
URSS 942 755 5,9 21,9 84.234 22,0 111,6
Países 
desenvolvidos 2.064 1.433 11,2 41,6 163.451 42,6 114,1
Países em 
desenvolvimento 3.067 2.010 15,8 58,4 220.276 57,4 109,6
Fonte: FAO (1995) 
 
 
Tabela 2 - Países com as maiores áreas de florestas no mundo e respectiva porcentagem de 
superfície com floresta e área de floresta por habitante 
 
País Superfície florestal 
terrestre
% da superfície 
de terra
Área de floresta por 
habitante
 106 ha (%) (ha)
ex-URSS 748 22 35 2,6
Brasil 544 16 66 3,7
Canadá 238 7 27 9,3
EUA 204 6 23 0,8
Outros 1.666 49
Total 3.400 100 27
Fonte: FAO (1994) 
 
Tabela 3 - Superfícies das formações florestais tropicais 
 
Região Superfície 
florestal 
total 
Florestas 
Ombrófilas
Flor. 
Semideci
duais
Flor. 
Deciduais 
Zona 
Montanhosa
Zona 
Árida
Zona 
Desértica
 109 ha 
África 527,6 86,6 251,1 92,5 35,3 58,7 3,4
Ásia 310,6 177,3 41,8 41,1 47,2 0,0 3,1
Am. Latina 
e Caribe 918,1 454,3 294,3
 
44,9 121,9 1,1 1,6
Total 1.7556,3 718,2 587,3 178,6 204,3 59,7 8,1
(%) 52 21 17 5 6 1,8 0,2
Fonte: FAO (1994) 
 
 
 
Principais regiões de FTU no mundo: 
• Bacia do Amazonas e Orenoco - a maior massa contínua de floresta; 
• Bacia do Congo, Niger e Zambeze e no Madagascar - África; 
• Índia, Malásia, Bornéo e Nova Guiné; 
 
• FT possui alta biodiversidade: 
• Canadá e norte dos EUA: 700 espécies de árvores; 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 3
Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos - DEF/FENF/UFMT – Cuiabá/MT, maio de 2003. 
• Malásia em 50 ha: 835 espécies de árvores; 
• Número médio de espécies de árvores por ha de FTU: 250; 
• Amazônia: cerca de 400 espécies de madeiras comerciáveis; 
• FTU: 50 % da diversidade biológica do planeta; 
 
• Estimativas de perdas de espécies devido ao desmatamento em FT: 
• até o ano 2000 - 10% das espécies; 
• até o ano 2008 - 25% das espécies; 
 
• No mundo: 5 a 30 milhões de espécies - somente 1 milhão descritas; 
 
• Taxa de desmatamento na Amazônia brasileira: 2,0 milhões de ha ao ano; 
 
• Em 1988: 4,8 milhões de ha queimados na Amazônia brasileira; 
 
• Causas do desmatamento: 
• agricultura e pecuária; 
• colonização (pequeno produtor); 
• especulação imobiliária; 
• exploração madeireira; 
• urbanização; e 
• infra-estrutura. 
 
• Uso e função das florestas pelo homem variam com as condições: 
• ecológicas; 
• sociais; 
• econômicas; e 
• culturais. 
 
• "Preconceitos" históricos - florestas eram consideradas: 
• foco de doenças; 
• impedimento ao desenvolvimento; 
• abrigo de animais perigosos; 
• áreas potenciais para serem substituídas pela agricultura e pecuária; e 
• áreas para serem exploradas as madeiras valiosas. 
 
• Exploração florestal predatória: 
• crença do recurso florestal inesgotável – alta relação oferta/demanda; 
• lucro fácil e rápido; 
• desconhecimento da importância e dinâmica das florestas; 
• carência de profissionais habilitados; 
• especificidade do manejo florestal; e 
• fins agropecuários. 
 
 
• Alternativas para a produção de bens florestais: 
• manejo de florestas naturais; e 
• plantio de florestas: 
• 16 milhões de ha no mundo; 4,6 milhões de ha no Brasil, 30.000 ha no MT. 
 
• Manejo de florestas naturais: 
• praticado há muito tempo nas regiões temperadas; 
• recente nas regiões tropicais: a partir da Segunda Guerra Mundial; 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 4
Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos - DEF/FENF/UFMT – Cuiabá/MT, maio de 2003. 
 
• Manejo de florestas naturais no Brasil (experimental): 
• Curuá-Una - PA; 
• FLONA do Tapajós - PA; 
• CPATU - PA; 
• CVRD em Linhares - ES; 
• INPA - AM; 
• Flor. Est. de Antimari - AC 
• IMAZON - Paragominas - PA 
• FFT/FEMA-MT e PRONATURA/FEMA-MT – Marcelândia, Cláudia e Juína - MT. 
• CPAA – Mil Madeireira S.A - AM 
• CPATU/Moju e Belterra –PA 
• Jarí - AP 
 
• Manejo de florestas naturais para uso múltiplo: 
• Parque Estadual de Campos do Jordão; e 
• Parque Estadual de Passa Quatro; 
 
• Situação atual do manejo de florestas naturais no Brasil: 
• obrigatoriedade legal do plano de manejo; 
• planos de manejo sem execução; 
• exploração seletiva - erosão genética (poucas espécies e os melhores indivíduos); 
• Na Amazônia: 400 espécies de madeiras comerciais, menos de 100 usadas no 
mercado local e menos de 40 no mercado nacional; 
• Exportação de 30 a 35 espécies amazônicas: 75% das exportações são das espécies: 
mogno, virola, sucupira, cedro e ipê; 
• exploração feita sem critérios técnicos e econômicos; 
• desenvolvimento incipiente de sistemas silviculturais para as florestas nacionais; 
• Sistema Silvicultural SEL - Seleção de Espécies Listadas (INPA); 
• Sistema Bracatinga; 
• Sistema Silvicultural Aplicado ao Manejo Empresarial - CPATU 
 
• Pontos negativos do manejo de florestas naturais: 
• falta de conhecimento a respeito das espécies e das comunidades florestais; 
• baixo IMA (± 2 m3/ha/ano): requer grandes áreas; 
• ciclo de corte desconhecido (± 30 anos); e 
• danos na colheita ao solo e à vegetação remanescente. 
 
• Pontos positivos do manejo de florestas naturais: 
• maior diversidade biológica; 
• impacto ambiental relativamente baixo; 
• produção de espécies de madeiras duras – espécies clímax. 
 
 
• Plantio de florestas no Brasil 
• início na cidade do Rio de Janeiro; 
• incentivos fiscais: plantios industriais;• fomento florestal: plantios em pequenas e médias propriedades rurais; 
• espécies predominantes: Eucalyptus spp., Pinus spp., Acacia sp., Araucaria angustifolia, 
Gmelina arborea, Tectona grandis; 
 
• Plantios florestais no MT 
• Início na década de 70; 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 5
Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos - DEF/FENF/UFMT – Cuiabá/MT, maio de 2003. 
• Aumento da área na segunda metade dos anos 90; 
• Principais espécies: Eucalyptus spp., Hevea brasiliensis, Schizolobium amazonicum e 
Tectona grandis 
• Situação precária dos plantios da maioria das espécies - poucos estudos científicos 
 
• Pontos negativos dos plantios florestais: 
• impacto ambiental relativamente maior que o manejo das florestas naturais, 
principalmente na fase de implantação; 
• redução acentuada da biodiversidade; 
• necessidade de elevado capital; e 
• longo tempo de retorno do capital. 
 
• Pontos positivos dos plantios florestais: 
• maior IMA: requer menores áreas; 
• menor ciclo de corte; 
• padronização do produto; e 
• produção regulada. 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 6
Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos - DEF/FENF/UFMT – Cuiabá/MT, maio de 2003. 
CAPÍTULO II: FITOGEOGRAFIA BRASILEIRA 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
• Fitogeografia: distribuição geográfica dos tipos de vegetação; 
 
• Necessidade de classificar os tipos de vegetação para o planejamento e a pesquisa. 
 
• Mapeamento da vegetação é feito há muito tempo; 
• Alexandre F. Von Humboldt (1806): descreveu a paisagem natural dos agrupamentos 
terrestres. 
• Grisebach (1872): agrupou as plantas por caráter fisionômico definido (florestas, campos, 
etc.) denominando-os de formações. 
• Engler e Prantl (1887): iniciaram a moderna classificação sistemática das plantas. 
• Drude (1889): dividiu a Terra em zonas, regiões, domínios e setores, de acordo com 
endemismo apresentado pelas plantas. 
 
• Classificação 
• deve ser universal (Botânica, Zoologia, Geologia, etc.); e 
• variável com a escala de trabalho; 
 
 
 
2. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO 
 
 
1º PASSO: Definição da escala de trabalho 
 
 
Quadro 1 - Escala cartográfica de acordo com o nível de detalhamento 
 
Nível de detalhamento Escala cartográfica 
Regional 1:2.500.000 - 1:10.000.000 
Exploratório 1: 250.000 - 1: 1.000.000 
Semi-detalhe 1: 25.000 - 1: 100.000 
Detalhe 1: 1 - 1: 25.000 
 
 
• A classificação da vegetação poderá atingir 3 metas: 
• 1ª . Classificação florística; 
• 2ª . Classificação fisionômico-ecológica; 
• 3ª . Classificação fitossociológico-biológica; 
 
 
 
2.1. Sistema de classificação florística 
 
• DRUDE (1889): dividiu o império florístico (flora mundial) em: zona, região, domínio e setor 
 
 
 
Quadro 2 - Império florístico de acordo com a escala de trabalho e endemismo 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 7
Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos - DEF/FENF/UFMT – Cuiabá/MT, maio de 2003. 
 
Escala de trabalho Império florístico Endemismo 
Regional à exploratória Zona Família 
 Região Gênero 
Semidetalhe a detalhe Domínio Espécie 
 Setor Raça (variedade) 
 
 
• zona: área caracterizada por famílias endêmicas; 
• zona Neotropical: do México até a Argentina; 
• zona Paleotropical: África e Ásia; 
• zona Holoártica: norte da África, Ásia e Europa; 
• zona Australiana: Austrália e Oceania. 
 
Flora brasileira pertence à zona Neotropical com a seguintes famílias endêmicas: 
Bixaceae, Cactaceae, Cannaceae, Caryocaraceae, Cyclathaceae, Cyrillaceae, 
Lacistemaceae, Marograviaceae, Quiinaceae, Sarraceniaceae, etc. 
 
• região: área caracterizada por gêneros endêmicos; 
 
Regiões Florísticas Brasileiras 
 
• MARTIUS (1858): 5 regiões florísticas com nomes de divindades gregas; 
• Nayades - Flora Amazônica 
• Hamadryades - Flora Nordestina 
• Oreades - Flora do Centro-Oeste 
• Dryades - Flora da Costa Atlântica 
• Napeias - Flora Subtropical 
 
Divisão ainda permanece pois apresenta ligações filogenéticas com base em coletas e 
identificações botânicas confiáveis. É sugerido o acréscimo das regiões: 
• Chaco Boreal - Flora Sul-mato-grossense; e 
• Campinarana - Flora dos Podzóis Hidromórficos dos Pântanos Amazônicos. 
 
• SAMPAIO (1940): dividiu a vegetação o brasileira em: 
• Flora Amazônica ou Hyleae Brasileira - íntima correlação o com a Flora Africana; 
• ligação também com a Flora da América do Norte, através dos Andes; 
• Flora Extra-Amazônica - apresenta ligação afro-americanas e australásicas; origem na 
Amazônia, Andes e Argentina; 
 
• RADAMBRASIL (1982): dividiu a vegetação o em cinco regiões florísticas: 
 
Quadro 3 - Principais gêneros de acordo com as regiões florísticas brasileiras 
 
Região florística Gêneros 
Amazônica Bertholletia, Erisma, Vochysia, Qualea, Swietenia; 
Brasil Central Vochysia, Qualea, Calisthene, Curatella, Parkia, 
Dimorphandra; 
Nordestina Enterolobium, Hymeneae, Zizyphus, Cereus, Amburana, 
Prosopis; 
Sudeste Araucaria, Podocarpus, Drymis, Ocotea, Cabralea, Lithraea; 
 
• domínio: área caracterizada por espécies endêmicas; 
 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 8
Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos - DEF/FENF/UFMT – Cuiabá/MT, maio de 2003. 
• setor: área caracterizada por variedades (raças) endêmicas; 
 
 
2.2. Sistema de classificação fisionômico-ecológica 
(ELLEMBERG e MUELLER-DOMBOIS, 1965-66) 
 
1o PASSO: Delimitação da região ecológica, correspondente a um tipo de vegetação. 
• No Brasil 4 regiões ecológicas: 
• Amazônica 
• Brasil Central 
• Nordestina 
• Sudeste 
 
2o PASSO: Separação em classes de formação (fase fisionômica), caracterizada pelas 
formas de vidas das espécies vegetais dominantes. 
 
• Formas de vida: formas de crescimento das plantas (RAUNKIER, 1934); 
• diferenciação através da proteção e dos órgãos de crescimento (gemas e brotos) em 
relação aos períodos climáticos; 
 
• fanerófitos: plantas lenhosas com gemas e brotos protegidos, situados acima de 0,25 cm 
do solo; 
• macrofanerófitos: 30 - 50 m 
• mesofanerófitos: 20 - 30 m 
• microfanerófitos: 5 - 20 m 
• nanofanerófitos: 0,25 - 5 m 
 
• caméfitos: plantas sublenhosas e, ou, ervas com gemas e brotos situados acima do solo; 
atingem até 1 m de altura; ocorrem em áreas campestres e pantanosas. 
 
• hemicriptófitos: plantas herbáceas com gemas e brotos protegidos ao nível do solo; ocorrem 
em áreas campestres; 
 
• geófitos: plantas herbáceas com gemas e brotos (gema, xilopódio, rizoma e bulbo) situados 
no subsolo; ocorrem em áreas campestres; 
• terófitos: plantas anuais, cujo ciclo vital é completados por sementes; ocorrem em áreas 
campestres; 
• lianas: plantas lenhosas e, ou, herbáceas reptantes (cipós) com gemas e brotos situados 
acima do nível do solo; ocorrem em áreas florestais; 
• epífitos: 
 
• xeromórfitos: plantas lenhosas e, ou, herbáceas que apresentam duplo modo de 
sobrevivência ao período desfavorável: um subterrâneo, pelos xilopódios, e outro aéreo, com 
gemas e brotos protegidos; possuem altura de 0,25 a 15 m; ocorrem em áreas de savanas; 
 
 
 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 9
Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos - DEF/FENF/UFMT – Cuiabá/MT, maio de 2003. 
Quadro 4 - Tipo de vegetação de acordo com as formas de vida 
 
Tipo de vegetação 
Classe de Formas de vida 
Formação Fanerófito Camé-
fito 
Hemi- 
criptó- 
Teró- 
fito 
Geó- 
fito 
Liana Epí- 
fito 
 Macro Meso Micro Nano fito 
Floresta x x x x 
Savana x x x x x x x x 
Savana 
Estépica 
 x x x x x x x x 
Estepe x x x x x x x 
Campinarana x x x x x x x 
 
 
 
3º PASSO: Separação em subclasse de formação (fase climática) caracterizada por dois 
parâmetros de clima, ambos diferenciados pelas correlações das médias mensais 
de temperatura e precipitação, checada pela adaptação dos órgãos de crescimento 
das plantas. 
 
• Ombrófilo: até 4 meses secos; 
 
• Estacional: até 6 meses secos ou com temperaturas baixas; 
 
 
Quadro 5 - Tipo de vegetação de acordo com as subclasses de formação 
 
Tipo de vegetação 
Classede formação Subclasse de formação 
Floresta Ombrófila 
Estacional 
Campinarana Ombrófila 
Savana Estacional 
Savana Estépica Estacional 
Estepe Estacional 
 
 
 
4º PASSO: Separação em grupo de formação, caracterizado pelo tipo de transpiração 
estomática foliar e pela fertilidade do solo. 
• Higrófita: plantas adaptadas às condições de alta umidade; 
• Xerófita: plantas adaptadas às condições de déficit hídrico; 
• Eutrófico: alta fertilidade; 
• Distrófico: baixa fertilidade; 
• Álico: alto teor de alumínio trocável; 
 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 10
Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos - DEF/FENF/UFMT – Cuiabá/MT, maio de 2003. 
Quadro 6 - Tipo de vegetação de acordo com a subclasse de formação e grupo de formação 
 
Tipo de vegetação 
Classe de Formação Subclasse de Formação Grupo de Formação 
 Fisiologia Solo 
Floresta Ombrófila Higrófita Distrófico 
Eutrófico 
 Estacional Higrófita 
Xerófita 
Álico 
Distrófico 
Eutrófico 
Campinarana Ombrófila Higrófita Álico 
Distrófico 
Savana Estacional Higrófita 
Xerófita 
Álico 
Distrófico 
Savana Estépica Estacional Higrófita 
Xerófita 
Eutrófico 
Estepe Estacional Higrófita 
Xerófita 
Eutrófico 
 
 
5º PASSO: Separação em sub-grupo de formação que indica o comportamento das plantas 
segundo seus hábitos. Ë a fisionomia estrutural da formação. 
 
 
Quadro 7 - Tipo de vegetação de acordo com a subclasse de formação, grupo de formação e 
sub-grupo de formação 
 
Tipo de vegetação 
Classe Subclasse Grupo Sub-Grupo 
 Fisiologia Solo 
Floresta Ombrófila Higrófita 
 
Distrófico 
Eutrófico 
Densa 
Aberta 
Mista 
 Estacional Higrófita 
Xerófita 
Álico 
Distrófico 
Semidecidual 
 Eutrófico Decidual 
Campinarana Ombrófila Higrófita Álico 
Distrófico 
Florestada 
Arborizada 
Gramíneo-Lenhosa 
Savana Estacional Higrófita 
Xerófita 
Álico 
Distrófico 
Florestada 
Arborizada 
Parque 
Gramíneo-lenhosa 
Savana 
Estépica 
Estacional Xerófita 
Higrófita 
 
Eutrófico Florestada 
Arborizada 
Parque 
Gramíneo-lenhosa 
Estepe Estacional Higrófita 
Xerófita 
Eutrófico Arborizada 
Parque 
Gramíneo-lenhosa 
 
 
6º PASSO: Separação em formação (propriamente dita) que indica a fase ambiental da 
formação, onde são observados o ambiente e o relevo 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 11
Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos - DEF/FENF/UFMT – Cuiabá/MT, maio de 2003. 
 
Quadro 8 - Classificação das formações (propriamente ditas) de acordo com a latitude e a 
altitude 
Latitude (º) Altitude (m) 
 Terras Baixas Sub-Montana Montana Altimontana 
 4 N - 16 S 5 - 100 100 - 600 600 - 2.000 > 2.000 
16 S - 24 S 5 - 50 50 - 500 500 - 1.500 > 1.500 
24 S - 32 S 5 - 30 30 - 400 400 - 1.000 > 1.000 
 
Quadro 9 - Classificação ao nível de formações (propriamente ditas) das principais formações 
brasileiras 
Tipo de vegetação - Formação Formação 
Classe Subclasse Grupo Sub- 
Grupo 
Propriamente 
dita 
 Fisiologia Solo 
Floresta Ombrófila Higrófita 
 
Distrófico 
Eutrófico 
Densa Aluvial 
Terras Baixas 
Sub-Montana 
Montana 
Altimontana 
 Aberta Terras Baixas 
Sub-Montana 
Montana 
 Mista Aluvial 
Sub-Montana 
Montana 
Altimontana 
 Estacional Higrófita 
Xerófita 
Álico 
Distrófico 
Semideci- 
dual 
Aluvial 
Terras Baixas 
Sub-Montana 
Montana 
 Eutrófico Decidual Aluvial 
Terras Baixas 
Sub-Montana 
Montana 
Campina- 
rana 
Ombrófila Higrófita Álico 
Distrófico 
Florestada 
Arborizada 
Gramíneo- 
lenhosa 
Relevo 
Tabular 
Depressão 
Fechada 
Savana Estacional Higrófita 
Xerófita 
Álico 
Distrófico 
Florestada 
Arborizada 
Parque 
Gramíneo- 
lenhosa 
Planaltos 
Tabulares 
Planícies 
Tabulares 
Savana 
Estépica 
 
Estacional Xerófita 
Higrófita 
 
Eutrófico Florestada 
Arborizada 
Parque 
Gramíneo- 
lenhosa 
Depressão 
Interplanáltica 
Depressão 
Sedimentares 
Recentes 
Estepe Estacional Higrófita 
Xerófita 
Eutrófico Arborizada 
Parque 
Gramíneo- 
lenhosa 
Planaltos 
Pediplanos 
7º PASSO: Separação em sub-formação propriamente dita que faz parte da formação mas 
diferencia-se por apresentar fácies específicas que alteram a fisionomia da 
formação. 
 
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Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos - DEF/FENF/UFMT – Cuiabá/MT, maio de 2003. 
Quadro 10 - Principais sub-formações da vegetação brasileira 
Tipo de vegetação Formação 
Classe Sub- 
classe 
Grupo 
 
Sub- 
Grupo 
Formação Sub- 
formação 
Floresta Ombrófila Higrófita 
 
Distrófico 
Eutrófico 
Densa Aluvial 
Terras 
Baixas 
Sub- 
Montana 
Montana 
Altomon- 
tana 
Dossel 
Uniforme 
Dossel 
Emergente 
 Aberta Terras 
Baixas 
Sub- 
Montana 
Montana 
Com palmeiras 
Com cipó 
Com bambu 
Com sororoca 
 Mista Aluvial 
Sub- 
Montana 
Montana 
Altomon 
Tana 
Dossel 
Uniforme 
Dossel 
Emergente 
 Estacional Higrófita 
Xerófita 
Álico 
Distrófico 
Semideci- 
dual 
Aluvial 
Terras 
Baixas 
Sub- 
Montana 
Montana 
Dossel 
Uniforme 
Dossel 
Emergente 
 Eutrófico Decidual Aluvial 
Terras 
Baixas 
Sub- 
Montana 
Montana 
Dossel 
Uniforme 
Dossel 
Emergente 
Campina- 
rana 
Ombrófila Higrófita Álico 
Distrófico 
Florestada 
Arborizada 
Gramíneo- 
lenhosa 
Relevo 
Tabular 
Depressão 
Fechada 
Com Palmeiras 
Sem Palmeiras 
Savana Estacional Higrófita 
Xerófita 
Álico 
Distrófico 
Florestada 
Arborizada 
Parque 
Gramíneo- 
lenhosa 
Planaltos 
Tabulares 
Planícies 
Tabulares 
Com Floresta 
de galeria 
Sem Floresta 
de galeria 
Savana 
Estépica 
 
Estacional Xerófita 
Higrófita 
 
Álico 
Distrófico 
Florestada 
Arborizada 
Parque 
Gramíneo- 
lenhosa 
Dep. Inter- 
Planáltica 
Depressão 
Sedimentares 
Recentes 
Com Floresta 
de galeria 
Sem Floresta 
de galeria 
Estepe Estacional Higrófita 
Xerófita 
Eutrófico Arborizada 
Parque 
Gramíneo- 
Lenhosa 
Planaltos 
Pediplanos 
Com Floresta de 
Galeria 
Sem Floresta de 
Galeria 
 
 
2.3. Sistemas edáficos de primeira ocupação - formações pioneiras 
 
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Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos - DEF/FENF/UFMT – Cuiabá/MT, maio de 2003. 
• Vegetação em constante sucessão de terófitos, criptófitos, hemicriptófitos, caméfitos e 
nanofanerófitos, presente em terrenos instáveis (dunas, restingas e mangues) e ao redor de 
depressões aluviais (pântanos e lagoas); 
 
• Vegetação que nem sempre indica estar no caminho da sucessão para o clímax circundante; 
 
• Vegetação de influência marinha - restingas: Ramirea e Saliocornia; 
 
• Vegetação de influência fluviomarinha - manguezal e campos salinos: Rhizophora e Avicenia; 
 
• Vegetação de influência fluvial - planícies aluviais, áreas alagáveis: Euterpe, Mauritia, Typha, 
Cuperus, Juncus, Panicum, Paspalum. 
 
 
2.4. Sistema de transição - tensão ecológica 
 
• Comunidades indiferenciadas existentes entre duas regiões ecológicas ou tipos de vegetação, 
onde as floras se interpenetram, constituindo as transições florísticas (ecótono) ou contatos 
edáficos (mosaico de áreas edáficas ou encraves); 
 
• Ecótonos podem ser imperceptíveis em fotointerpretação, como nos contatos entre Floresta 
Ombrófila/Floresta Estacional, ou perceptíveis em fotointerpretação, como nos contatos entre 
Floresta Ombrófila /Savana; 
 
• Mosaicos de áreas edáficas (encraves) são facilmente delimitados cartograficamente mesmo 
quando o contato se dá entre dois tipos de vegetação com estruturas fisionômicas 
semelhantes. 
 
 
2.5. Sistema dos refúgios vegetacionais - relíquias 
 
• Vegetações que diferem florística e fisionômico e ecológicamente da região ecológica ou tipo 
de vegetação no qual se insere, como nos cumes litólicos das serras e nas áreas tufosas; 
 
 
2.6. Sistema da vegetação disjunta 
 
• Disjunções são repetições, em menor escala, de um tipo de vegetação próximo, que se insere 
no contexto da região ecológica dominante, tal como os encraves edáficos; 
 
 
 
 
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CAPÍTULO III: ANÁLISE ESTRUTURAL DE FLORESTAS1. INTRODUÇÃO 
 
 
• Vegetação é um recurso natural amplamente utilizado pelo Homem da qual obtém-se 
madeira, fibras, óleos, resinas, gomas, substâncias químicas medicinais, sementes, frutos, 
flores, néctar, etc.; 
• A vegetação é o resultado da interação dos fatores ambientais dos meios físico (clima, solo, 
geologia, etc.), biótico (flora e fauna) e antrópico (intervenções - alterações ambientais 
positivas e negativas); 
• Os estudos da vegetação visam (MATTEUCCI e COLMA, 1982): 
• determinar os padrões espaciais, horizontais ou verticais, dos indivíduos ou das espécies; 
• estudar os processos populacionais que influenciam nos padrões espaciais ou temporais; 
• determinar as tendências ou classes de variação das relações de similaridade das 
comunidades ou de grupos de espécies; 
• estabelecer correlações ou de associações entre os padrões espaciais das comunidades 
ou de grupos de espécies e padrões de mais variáveis ambientais, e formular hipóteses 
acerca das relações causais entre os fatores ambientais e as respostas da vegetação; 
• avaliar o potencial econômico da vegetação. 
• Manejo de florestas tropicais naturais é um grande desafio: 
• alta biodiversidade; e 
• relações ecológicas pouco conhecidas; 
• Necessidade de conhecer as características das vegetações para manejá-las 
adequadamente; 
• fisionomia: formas de vida predominantes; 
• composição florística; 
• estruturas horizontal e vertical; 
• estrutura interna. 
 
Floresta Regulação Classificação 
Eqüiânea Idade de corte Idade e tamanho 
Ineqüiânea Ciclo de corte Volume, estrutura e 
composição florística 
 
• Análise da vegetação permite: 
• conhecer a composição florística da comunidade; 
• determinar o estágio de desenvolvimento da comunidade; 
• identificar o papel das espécies na comunidade; 
• identificar características espaciais das espécies na comunidade; 
• qualificar as árvores comerciais. 
 
 
2. MÉTODOS DE ANÁLISE DE VEGETAÇÃO 
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• Aspectos a serem considerados na escolha do método de análise de vegetação: 
• natureza da vegetação (floresta, savana, estepe, vegetação aquática, etc).; 
• objetivo do estudo (preservação, produção madeireira, uso múltiplo, etc.); 
• informações (botânica, geologia, solos, clima, mapas, acesso, etc.) e recursos pré-
existentes (recursos materiais, humanos e financeiros); 
• padrão espacial de populações específicas; e 
• homogeneidade. 
• Método deve fornecer informações qualitativas e, ou, quantitativas da estrutura da floresta; 
 
• Características quantitativas: 
• densidade 
• dominância 
• freqüência 
 
• Características qualitativas: 
• uniformidade 
• estratificação 
• vitalidade 
• periodicidade 
• forma 
 
• Etapas do estudo da vegetação: 
• definição do objetivo; 
• definição dos conceitos, categorias de análise, métodos e técnicas; 
• amostragem e obtenção dos dados; 
• descrição das unidades de vegetação; 
• análise e discussão; 
 
 
• Etapas do levantamento da vegetação: 
• Reconhecimento: exame preliminar da área, obtendo-se dados de solo, topografia, 
mapas, condições de trabalho, etc. 
• Levantamento primário: reconhecimento e descrição das principais espécies e 
associações de plantas, indicando sua distribuição; 
• Levantamento intensivo: pode ser conduzido em toda a comunidade ou tratar de uma 
comunidade particular. Em geral, são áreas menores que as usadas no levantamento 
primário, que são estudadas detalhadamente; 
 
2.1. Tipos de amostragem 
 
• A seleção da amostra passa pelos seguintes passos: 
• seleção da área de estudo; 
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• determinação do método para situar as unidades de amostra; 
• seleção do tamanho da amostra, ou seja, do número de unidades amostrais; e 
• determinação do tamanho e forma da unidade de amostra. 
 
• Seleção e delimitação da área de estudo 
⇒ depende do objetivo do estudo; 
 
• Método para localizar a amostra e a unidade de amostra (MATTEUCCI E COLMA, 1982): 
• depende do padrão de distribuição das populações; 
• as amostras podem ter os seguintes padrões espaciais: aleatório, sistemático ou aleatório 
restringido; 
• aleatório: a amostra ou unidade de amostra é lançada ao acaso. Cada unidade da 
população tem igual probabilidade de fazer parte da amostra. Não é indicado para 
detectar variações na área de estudo. É indicado para áreas pequenas e homogêneas; 
• sistemático: a amostra ou unidade de amostra é lançada em um padrão regular em 
toda a área de estudo. Indicada para captar variações espaciais da comunidade; 
• aleatório restringido: reúne algum dos benefícios dos padrões aleatório e sistemático. 
Consiste em dividir a área de estudo em blocos de igual tamanho e de forma igual ou 
distinta e lançar, em cada bloco, um número igual de unidade de amostra ao acaso. 
• estratificação: consiste na subdivisão da área de estudo em unidades, estratos ou 
compartimentos homogêneos, de acordo com algum critério da vegetação (espécies 
dominantes, fisionomia, estrato vertical, etc.), geográfico, topográfico, etc. As amostras 
são lançadas segundo qualquer um dos padrões acima mencionados. Esta técnica 
reduz a variabilidade (erro padrão) dos dados em áreas de alta heterogeneidade. 
 
• Tamanho da amostra: 
• quanto maior o número de unidade de amostra: 
• mais precisão na estimativa da variável considerada; 
• maior o custo da estimativa; 
 
• critérios para se determinar o tamanho da amostra: 
• porcentagem da área total de estudo; 
• ajuste da série de Poison; 
• grau de flutuação da média de subconjuntos de unidades de amostra. Calcula-se a 
média para subconjuntos de números crescentes de unidades amostrais, acumulando 
para cada subconjunto, os dados dos subconjuntos prévios. É colocada num gráfico a 
média da variável considerada dos subconjuntos em função do número de unidades 
amostrais de cada um. 
• fatores que afetam o tamanho da amostra: 
• forma de vida; 
• padrão espacial da população; 
 
• Tamanho da unidade de amostra 
• o tamanho da unidade de amostra deve satisfazer a três requisitos: 
• - deve se facilmente demarcada; 
• - deve ter regras claras sobre inclusão e exclusão do material vegetal a ser medido; 
• - uniformidade da forma e tamanho da unidade de amostra; 
 
• fatores que afetam o tamanho e a forma das unidades de amostras: 
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• padrão espacial dos indivíduos, quando aleatório, usa-se qualquer tamanho de 
unidade de amostra; 
• tamanho dos indivíduos amostrados: quando pequenos usa-se unidades amostrais 
pequenas e quando grandes ou espaçados, unidades de amostras grandes; 
• homogeneidade da comunidade; 
 
• Cálculo da área da mínima da comunidade: método da curva espécie x área; 
• toma-se uma parcela de área pequena, p. ex. 0,25 m2 e conta-se o número de 
espécies que ocorre nesta área; dobra-se a área e repete-se a contagem; repete-se o 
procedimento até que o número total de espécies se estabilize; colocam-se estes 
dados num gráfico área da unidade de amostra x # de espécies; trace uma reta unindo 
a origem ao ponto com maior área e # de espécie; trace uma tangente à curva obtida, 
paralela à reta origem-ponto máximo; projete o ponto da tangente sobre o eixo X para 
conhecer a área mínima da comunidade. 
• quanto mais homogênea a comunidade menor o tamanho da área mínima; 
 
Quadro 1 - Determinação da área mínima de amostragem 
 
# de Parcelas (500 m²) # de Espécies Novas # Total de Espécies 
500 19 19 
1000 12 31 
1500 0 31 
2000 1 32 
2500 0 32 
3000 1 33 
3500 0 33 
4000 0 33 
4500 3 36 
5000 0 36 
5500 1 37 
6000 0 37 
6500 1 38 
7000 1 39 
7500 1 40 
8000 0 40 
8500 2 42 
9000 0 42 
9500 0 42 
10000 0 42 
Fonte: LAMPRECHT (1990)Notas de Aula de Silvicultura Tropical 
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000
Unidade amostral (m2)
# 
es
pé
ci
es
 
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18
 
Quadro 2 - Área de amostra por estrato e tipo de vegetação 
 
 
Tipo de formação Área de amostra (m²) 
 Estrato amostrado 
 DAP > 10 cm 5 > DAP > 10 cm DAP < 5 cm 
Floresta 500 a 10.000 100 a 500 1 a 25 
Savana 200 a 5.000 50 a 200 1 a 25 
 
 
Condições Unidade de amostra # Parcelas Amostragem 
Homogêneas < < Aleatória 
Heterogêneas > > Estratificada 
Sistemática 
Aleatória restringida 
 
 
• - Em Florestas Tropicais Ombrófilas a área mínima recomendada é de 1,00 ha; 
 
• Forma da parcela 
• Retângulo 
• Quadrado 
• Círculo 
• Linha (Transecto) 
• Ponto 
• Indivíduo mais próximo; 
• Vizinho mais próximo; 
• Método do Quadrante; 
• Método de Bitterlick; 
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Exemplo: 
 
. Inventário florestal do Estado do Mato Grosso: 
.. objeto de amostragem: 
Florestas: árvores com DAP > 25 cm; 
Savana: árvores com DAP > 5 cm; 
.. tipo de amostragem em conglomerados (em forma de cruz); 
.. parcelas de 1 ha, constituídas por e subparcelas de 2.500 m² (10 x 250 m), cada qual 
orientada numa das direções N, S, L e O; 
.. Dados coletados: 
DAP, altura total, altura comercial, qualidade do fuste, condição sanitária da árvore; 
 
 
 
3. ESTRUTURA HORIZONTAL 
 
• Fornece informações a respeito da dinâmica espacial das populações da comunidade; 
 
3.1. Densidade ou Abundância 
 
• Mede a participação das espécies na associação vegetal; 
 
• É a relação entre o número de indivíduos de dada população e a área da comunidade; 
 
• Densidade Absoluta (Dai): 
 
Dai = ni / S 
 
• Densidade Total (Dt): 
 
Dt = N / S 
 
• Densidade Relativa (Dri): 
 
Dri = (Dai / ∑ Dai) x 100 
 
ou 
Dri = ni /N x 100 
 
ou 
 
Dri = (Dai / Dt) x 100 
 
 
Onde: 
 ni = # de árvores da espécie "i"; 
 
 N = # total de espécies; 
 
 S = área (ha); 
 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 20
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3.2. Dominância 
 
• Mede o potencial produtivo da floresta ou a qualidade de sítio; 
• Dá a influência de cada população na associação; 
 
• Dominância Absoluta (DOai): 
 
DOai = gi = ∑ASi / S 
 
• Dominância Relativa (DOri): 
 
DOri = ( gi / G ) x 100 
 
Onde: 
 ASi == área seccional da espécie “i”; 
 gi = área basal da espécie "i"; 
 G = ∑ gi = área basal total; 
 
3.3. Freqüência 
 
• Padrão espacial da população na comunidade; 
 
• Freqüência Absoluta (Fai): 
 
Fai = ( pi / P ) x 100 
 
• Freqüência Relativa (Fri): 
 
Fri = ( Fai / ∑ Fai ) x 100 
 
Onde: 
 pi = # de parcelas em que a espécie "i" ocorreu; 
 P = # total de parcelas; 
 
 
3.4. Índice de Valor de Importância (IVI) 
 
• Estima a importância ecológica de uma dada espécie na comunidade vegetal; 
 
• Integra os parâmetros Dri , DOri e Fri; 
 
IVIi = Dri + DOri + Fri 
 
3.5. Índice do Valor de Cobertura (IVCi) 
 
• Fornece um valor que congrega os parâmetros (Dri e DOri) que determinam a ocupação de 
uma espécie numa associação; 
 
IVCi = Dri + DOri 
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4. ESTRUTURA VERTICAL 
 
 
 
• Parâmetros da estrutura horizontal são insuficientes para caracterizar a importância 
ecológica das espécies; 
 
• Estrutura vertical expressa a dinâmica temporal da comunidade; 
 
• Estrutura vertical pode ser representada por: 
• - perfis: "stand" natural ou padronizados; e 
• - parâmetros numéricos 
• - distribuição da área basal nos estratos da comunidade; 
 
• Parâmetros da estrutura vertical consistem: 
• posição sociológica, que fornece a composição florística dos diferentes estratos verticais 
do povoamento; 
• regeneração natural relativa, estimada pela freqüência, densidade, classe de tamanho 
relativa da regeneração natural; 
 
4.1. Posição sociológica 
 
• Fornece a composição florística dos diferentes estratos verticais do povoamento; 
 
• A posição sociológica é determinada pelo seguinte passos: 
• estratificação vertical do povoamento; 
• determinação do valor fitossociológico de cada estrato; e 
• estimativa dos valores absoluto e relativo da posição sociológica da espécie i na 
comunidade. 
 
a. Estratificação vertical do povoamento 
 
• estratificação varia com as características: 
• da comunidade (homogeneidade de espécies e idade); e 
• do ambiente (rigor climático acentua a estratificação). 
 
• varia com os critérios adotados: 
LAMPRECHT (1964): 4 estratos - superior, médio, inferior e sub-bosque; 
LONGHI (1980): 3 estratos - superior, médio e inferior; 
critério de estratificação: freqüência relativa das alturas encontradas tendo cada estrato, 
33% das árvores; 
 
b. Determinação do valor fitossociológico 
 
• Valor fitossociológico das espécies em cada estrato é a percentagem do total de plantas da 
espécie no referido estrato, em relação ao total geral; 
 
 
VFij = nij / N x 100 
 
 
VFj = nj / N x 100 
 
onde: 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 22
Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos - DEF/FENF/UFMT – Cuiabá/MT, maio de 2003. 
VFij = valor fitossociológico da espécie i; 
 
VFj = valor fitossociológico do estrato j; 
 
nij = número de indivíduos da espécie i no estrato j; 
 
nj = número de indivíduos no estrato j; e 
 
N = número total de indivíduos de todas as espécies em todos os estratos. 
 
 
c. Estimativa da posição sociológica 
 
• Posição sociológica absoluta (PSAi) da espécie i é obtida pelo somatório dos produtos do 
valor fitossociológico de cada estrato (VFj) pelo número de plantas da espécie i no referido 
estrato j (nij); 
 
 
PSAi = ∑ VFj x nij = VF1 x ni1 + VF2 x ni2 + VF3 x ni3 
ou 
 
PSAi = ∑ VFij 
 
Onde: 
 
 j = 1 (estrato inferior); 
 j = 2 (estrato médio); e 
 j = 3 (estrato superior). 
 
 
• Posição sociológica relativa (PSRi) é a razão entre a posição sociológica absoluta da 
espécie i (PSAi) e o somatório da posição sociológica de todas as demais espécies; 
 
 
PSRi = PSAi / ∑ PSAi x 100 
 
 
 
4.2. Estrutura da regeneração natural 
 
 
• A regeneração natural (RN) representa os descendentes das árvores de uma floresta; 
• A RN proporciona a substituição natural dos indivíduos; 
• A RN das espécies varia em função do estágio de sucessão da floresta: 
• floresta clímax: < proporção de espécies pioneiras; 
• início de sucessão: > proporção de espécies pioneiras; 
• clareiras: > proporção de espécies oportunistas; 
 
• Em florestas naturais, a RN agrega o maior número de indivíduos da comunidade (função "j" 
invertido); 
 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 23
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• A regeneração natural relativa é dada pelas estimativas de densidade relativa, freqüência 
relativa, classes de tamanho relativa; 
 
 
a. Freqüência 
 
• Freqüência absoluta da regeneração natural da espécie i (FARNi) é a razão entre o 
número de parcelas de regeneração em que ocorre a espécie i (ui) e o número total de 
parcelas destinadas à regeneração natural (ut); 
 
 
FARNi = ui / ut x 100 
 
 
• Freqüência relativa da regeneração natural da espécie i é a percentagem da freqüência 
absoluta da espécie i em relação à freqüência absoluta total da comunidade; 
 
 
FRRNi = FARNi / ∑ FARNi X 100 
 
 
b. Densidade 
 
• Densidade absoluta da regeneração natural da espécie i (DARNi) é a razão entre o 
número de indivíduos de cada espécie em regeneração natural e a área da amostra (S); 
 
 
DARNi = ni / S 
 
 
• Densidade relativa da regeneração natural da espécie i (DRRNi) é a percentagem da 
densidade absoluta da espécie i em relação à densidade absoluta total da amostragem; 
 
 
DRRNi = DARNi / ∑ DARNi x 100 
 
 
c. Classes detamanho 
 
• É a participação de cada espécie nas classes de tamanho da regeneração natural; 
 
• As classes de tamanho da regeneração natural são estabelecidas de acordo com as 
características da vegetação: 
 
 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 24
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. FINOL (1971): 3 classes de tamanho (CTij) de regeneração natural: 
 
Classe de tamanho Altura total (m) DAP (cm) 
CTi1 0,10 - 1,00 - 
CTi2 1,00 - 3,00 - 
CTi3 > 3,00 < 9,90 
 
 
. FAO (1971): classes de tamanho para florestas tropicais naturais: 
 
Classe de tamanho Altura total (m) DAP (cm) 
R < 0,30 - 
U1 0,30 - 1,50 - 
U2 1,50 - 3,00 - 
E > 3,00 < 5,00 
1.A - 5,00 - 10,00 
1.B - 10,00 - 15,00 
2 - 15,00 - 20,00 
3 - 20,00 - 25,00 
... ... ... 
 
 
• O peso de cada classe de tamanho (kj) é a razão entre o número de indivíduos de cada 
classe (Nj) e o número total de indivíduos da RN (N); 
 
 
kj = Nj / N 
 
 
• A classe absoluta de tamanho da espécie i (CATRNi) é o total do produto do número de 
indivíduos da espécie i nas diferentes classes de tamanho da RN (njj) pelo peso da 
respectiva classe (kj); 
 
 
CATRNi = ∑ njj x kj 
 
 
• A classe relativa de tamanho da espécie i (CRTRNi) é a percentagem da classe absoluta 
de tamanho da espécie i em relação ao total de classe de tamanho da comunidade; 
 
 
CRTRNi = CATRNi / ∑ CATRNi x 100 
 
 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 25
Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos - DEF/FENF/UFMT – Cuiabá/MT, maio de 2003. 
d . Regeneração natural relativa 
 
• A regeneração natural relativa da espécie i (RNRi) é a média aritmética dos parâmetros 
FRRNi, DRRNi e CRTRNi; 
 
 
RNRi = ( FRRNi + DRRNi + CRTRNi ) / 3 
 
 
4.4. Índice de valor importância ampliado (IVIAi) 
 
• O IVIA da espécie i integra os parâmetros da estrutura horizontal e da estrutura vertical; 
 
 
IVIAi = IVIi + PSRi + RNRi 
 
 
 
5. ESTRUTURA INTERNA 
 
 
• A estrutura interna é dada por características qualitativas das árvores, como a qualidade de 
fuste, mas que podem ser convertidas em parâmetros quantitativos; 
 
 
5.1. Qualidade de fuste 
 
• reflete as características econômicas da floresta; 
 
• a classificação do fuste é com base na sua forma e na sua sanidade, mediante avaliação 
visual; 
 
 
Classe de fuste Forma Sanidade Aproveitamento 
CQ1 boa sadia + 2 toras de 4,0 m 
CQ2 aceitável sadia + 1 tora de 4,0 m 
CQ3 irregular (ou) não sadia sem uso madeireiro 
Fonte: HIGUCHI et al. (1985) 
 
 
Classe de fuste Aproveitamento Diâmetro do topo (cm) 
CQ1 comercial toras > 4,0 m > 30,0 
CQ2 comercial toras < 4,0 m > 30,0 
CQ3 comercial no futuro toras > 4,0 m < 30,0 
CQ4 comercial no futuro toras < 4,0 m < 30,0 
CQ5 não comercial sem uso madeireiro - 
Fonte: FLORES (1993) 
 
 
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• A qualidade de fuste absoluta da espécie i (QAFi) é a razão entre o total do produto do 
número de indivíduos da espécie i na classe de fuste j (nij) e o número total de indivíduos 
nas respectivas classes de fuste (Nj), pelo número total de indivíduos da amostragem (N); 
 
 
QAFi = ∑ (nij x Nj) / N 
 
 
• A qualidade de fuste relativa da espécie i (QRFi) é a percentagem do total da qualidade 
absoluta de fuste; 
 
 
QRFi = QAFi / ∑ QAFi x 100 
 
 
5.2. Índice de valor de importância economicamente ampliado (IVIAi) 
 
• Qualifica comercialmente o IVIAi pela adição da qualidade de fuste; 
 
 
IVIAi = IVIAi + QRFi 
 
 
 
6. COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA 
 
 
• Florestas tropicais naturais possuem alta diversidade florística - florestas ineqüiâneas; 
 
• Condução do manejo pela adoção de tratamentos silviculturais: 
• promover e estimular a regeneração natural; 
• estimular o crescimento; e 
• incrementar e melhorar a qualidade e o valor do grupo de espécies de árvores desejáveis. 
 
• Cuidados para não alterar demasiadamente a composição florística original e não 
depauperar o potencial produtivo da floresta; 
 
• Análise florística: 
• listagem das espécies existentes na comunidade; 
• variabilidade de espécies (homogeneidade ou heterogeneidade); e 
⇒ padrão de distribuição espacial e associação de espécies. 
 
 
4.1. Variabilidade de espécies 
 
4.1.1. Coeficiente de Mistura de Jentsch (QM) 
 
• Informa sobre a composição florística da floresta; 
 
• Indica o número médio de árvores de cada espécie encontrado no povoamento; 
 
• Relaciona o número de espécies e o número total de plantas da comunidade; 
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QM = # spp / # total de indivíduos da comunidade 
 
 
6.1.2. Índice de Diversidade de Shannon & Weaver (Hi) 
 
• Relaciona o número de indivíduos de cada espécie com o número total de indivíduos da 
comunidade; 
 
• É influenciado pela amostragem, mas fornece indicação confiável da diversidade de 
espécies; 
 
• Pode ser utilizado para comparar tipos de formações e estágios de desenvolvimento; 
 
 n 
Hi = ∑ pi.(ln . pi) 
 i=1 
 
Onde: pi = ni / N 
 
 ni = # de indivíduos amostrados da espécie "i"; 
 N = # total de indivíduos amostrados; 
 
• A diversidade de espécies cresce com o valor de "H"; 
 
6.2.3. Grau de Homogeneidade (H) 
 
• Expressa a homogeneidade de uma associação florestal através da freqüência; 
 
 
 H = (∑x - ∑y) . n / N 
 
Onde: 
 ∑x = # de espécies com freqüência absoluta entre 80 e 100 %; 
 ∑y = # de espécies com freqüência absoluta entre 0 e 20 %; 
 N = # total de espécies; 
 n = # de classe de freqüência; 
 
 
Classe freqüência (%) 
1 0 - 19,9 
2 20 - 39,9 
3 40 - 59,9 
4 60 - 79,9 
5 80 - 100,0 
 
 
• Quando H tende a 1, a vegetação tende a homogeneidade. 
 
 
6.2. Agregação de espécies 
 
• Indica o padrão de distribuição espacial dos indivíduos das espécies; 
• Uma espécie pode apresentar agregação quando apresenta: 
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⇒ baixa eficiência na disseminação de sementes ou propagação vegetativa; 
⇒ alta regeneração em clareiras; 
 
 
6.2.1. Índice de McGuines (IGA) 
 
 
IGAi = Di / di 
 
Onde: 
 Di = # total de árvores da espécie "i" / # total de parcelas 
 
 di = - ln ( 1 - Fri / 100 ) 
 
 
IGA Padrão de Dispersão da Espécie 
< 1 Uniforme 
= 1 Aleatória 
1 < IGA < 2 Tendência ao Agrupamento 
> 2 Agrupada 
 
 
6.2.2. Índice de Sociabilidade (IS) 
 
 
ISi = ( Ami / Fai ) x 100 
 
Onde: 
 Ami = Abundância média por parcela da espécie "i"; 
 
 
6.2.3. Índice de Morista (I) 
 
 
 n 
 Ii = (∑ ni . ( ni - 1 )) . P / N . ( N - 1 ) 
 i=1 
 
 
Onde: 
 N = # total de indivíduos; 
 
 ni = # de indivíduos da espécie "i"; 
 
 P = # total de parcelas; 
 
 
6.2.4. Índice de Dispersão (ID) 
 
• Expressa a dispersão de uma dada espécie; 
 
 
IDi = ( Fri ) Ari 
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6.2.5. Índice de McIntosh (Mc) 
 
 
• Expressa a distribuição do número de indivíduos entre as espécies; 
 
 
Mc = (N - ∑ ni²) / (N - ni) 
 
 
Onde: 
 N = # total de indivíduos; 
 
 ni = # de indivíduos da espécie "i"; 
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CAPÍTULO IV: SUCESSÃO 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
• Sucessão é o conjunto de mudanças que ocorrem na composição e estrutura de uma 
comunidade vegetal de certa área, e no seu ambiente, com o tempo; 
• As mudanças num ecossistema são relativamente lentas, exceto quando ocorre um distúrbio 
causado por agentes que aceleram ou retardam os processos, tais como: 
• biológicos (herbívoros ou patógenos); 
• físico-químicos (seca, enchente, fogo, vento, vulcão, terremoto, O3, chuva ácida, etc.); 
• antrópico (desmatamento, plantio, tratos silviculturais, etc.)• Tipos de sucessão: 
• primária: tem início em área estéril, sob condições desfavoráveis; 
ex: dunas, depósitos aluviais, derrame de lavas, etc. 
• secundária: tem início em áreas previamente ocupadas por outras comunidades já 
estabelecidas, sob condições relativamente favoráveis; 
ex: terras de culturas abandonadas, florestas derrubadas, etc. 
• A velocidade de mudança difere com: 
• tipo de sucessão: 
• sucessão primária - lenta; e 
• sucessão secundária - rápida; 
• características ambientais: 
• qualidade do sítio ou capacidade suporte 
• estoque de propágulos; 
• distúrbios (naturais ou antrópicos); 
 
2. ESTÁGIOS DE SUCESSÃO 
• Estágios de sucessão são denominados estágios seriais 
• envolvem mudanças na composição e estrutura da comunidade biótica, nas condições 
ambientais (luminosidade, umidade, solo, etc.) e nas relações entre os componentes do 
ecossistema; 
• pioneiro 
• secundário inicial 
• secundário tardio 
• clímax 
Mudanças na composição e na estrutura 
• Ecossistema florestal composto por diferentes tipos de organismos: animais, vegetais e 
microorganismos; 
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• Sucessão em regiões tropicais: 
• rápida cobertura do solo por uma mistura de plantas herbáceas e trepadeiras; 
• colonização com espécies de alta capacidade de dispersão; 
• árvores pioneiras formam dossel fechado com poucas espécies; 
• surgimento das espécies tolerantes → aumento da biodiversidade. 
• aumento no número de estratos verticais e redução da sua diferenciação; 
• o padrão de distribuição das espécies passa a ser mais influenciado pela abundância de 
sementes, pela interação com animais e por micro "sites"; 
Interação entre componentes ambientais 
• Influenciam no estabelecimento e no crescimento das espécies; 
• São modificados com os diferentes estágios de sucessão; 
a. Ambiente físico 
• temperatura (ar e solo); 
• umidade 
• circulação de ar 
• luminosidade 
• solo 
b. Ambiente biótico 
• Relação planta-planta 
• composição 
• estrutura 
• competição 
• alelopatia 
• Relação planta-animal 
• Herbívoros/frutívoros 
• polinizadores/dispersores 
• vetores 
• cicladores de nutrientes 
• Relação planta-microrganismo 
• micorriza 
• patógenos 
• decompositores 
Estabilidade 
• É a capacidade do ecossistema resistir ou se recuperar de distúrbios; 
• Resistência: capacidade do ecossistema se manter frente a um distúrbio; 
• Elasticidade: capacidade do ecossistema se recuperar de um distúrbio; 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 32
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Tabela 1 - Características dos componentes arbóreos dos estágios seriais numa floresta 
tropical úmida na América Latina 
 
Característica Comunidade 
 Pioneira Secundária 
inicial 
Secundária 
tardia 
Clímax 
Idade (ano) 1 - 3 5 - 15 20 - 50 > 100 
Altura (m) 5 - 8 12 - 20 20 - 30 > 30 
Epífitas ausente pouca abundante e 
pouca spp. 
muitas 
espécies e 
formas de vida 
Lianas abundante e 
pouco diverso 
abundante e 
pouco diverso 
abundante 
pouca spp. 
lenhosa 
abundante 
muita spp. 
lenhosa 
Arbustos abundante 
pouco diverso 
pouco 
abundante e 
pouco diverso. 
pouco 
abundante 
pouco 
abundante e 
muito diverso 
# espécies arbóreas 1 - 5 1 - 10 30 - 50 > 100 
Composição 
florística 
Cecropia, 
Ochroma, 
Trema 
Cecropia, 
Ochroma, 
Trema, 
Heliocarpus 
Meliaceae, 
Bombacaceae, 
Tiliaceae 
muito diversa 
Folhas sempre verdes sempre verdes muitas 
decíduas 
sempre verdes 
Tamanho das 
sementes ou frutos 
pequeno pequeno pequeno a 
médio 
grande 
Durabilidade da 
semente 
longa, latente 
no solo 
longa, latente 
no solo 
curta a média curta 
Disseminação de 
sementes 
pássaros, 
morcegos e 
vento 
pássaros, 
morcegos e 
vento 
vento gravidade, 
mamíferos e 
pássaros 
Crescimento muito rápido muito rápido rápido e algum 
lento 
lento ou muito 
lento 
Expectativa de vida muito curta 
< 10 anos 
curta 
10 a 25 anos 
longa 
40 a 100 anos 
muito longa 
> 100 anos 
Tolerância ao 
sombreamento 
muito 
intolerante 
muito 
intolerante 
tolerante qdo. 
jovem e 
intolerante 
quando adulta 
tolerante 
exceto qdo 
adulta 
Madeira muito leve 
peq. diâmetro 
muito leve 
DAP < 60 cm 
Leve 
dureza média 
dura e pesada 
# de estratos 1 (denso) 2 (bem 
diferenciado) 
3 (difícil 
diferenciação) 
4 - 5 (difícil 
diferenciação) 
Estrato superior homogêneo e 
denso 
ramificado e 
denso 
Heterogêneo heterogêneo 
Estrato mais baixo denso denso 
spp. herbáceas 
Escasso 
spp. tolerantes 
escasso 
spp. tolerantes 
Regeneração muito escassa praticamente 
ausente 
Ausente ou 
abundante, 
alta 
mortalidade 
abundante 
 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 33
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CAPÍTULO V: REGENERAÇÃO FLORESTAL 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
• Regeneração florestal é a reposição total ou parcial de uma floresta por meio de sementes 
(reprodução sexuada) ou por estruturas vegetativas (reprodução assexuada ou propagação 
vegetativa); 
• É constituída pelo conjunto de descendentes das árvores de uma floresta que se encontram 
até a fase juvenil; 
• Permite a perpetuação das espécies e da floresta; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Planta 
adulta 
 
 
 
 
Senescência 
 
Planta jovem 
 
Floração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Plântulas 
 
Frutificação 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sementes 
 
 
 Germinação 
 
 
Figura 1 - Ciclo de vida das árvores 
 
• O estabelecimento ou a renovação de uma floresta pode ser por diferentes métodos de 
regeneração; 
• Avaliada na estrutura vertical da floresta; 
 
 
2. MÉTODOS DE REGENERAÇÃO 
 
• Conjunto de tratamentos silviculturais adotado para criar ou manter as condições favoráveis 
para iniciar e estabelecer a regeneração florestal; 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 34
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• Os métodos de regeneração são influenciados pelo tipo de intervenção humana, pelas 
características ambientais (temperatura, água, luz e solo) e pela auto-ecologia das espécies 
(competição e exigências ecofisiológicas, dormência, predação, periodicidade na produção 
de sementes, etc.); 
• Os métodos de regeneração podem ser classificados quanto à: 
• Intervenção humana: 
• Regeneração natural 
• Regeneração artificial 
• Regeneração mista 
• Forma de propagação das árvores: 
• Alto fuste - por sementes (reprodução sexuada) 
• Talhadia - por propagação vegetativa (reprodução assexuada) 
• Tipo de corte da floresta: 
• Corte raso 
• Corte progressivo regular 
• Corte progressivo irregular 
• Tipo de cobertura da floresta 
• Céu aberto 
• Sob cobertura 
2.1. Regeneração natural 
• É a forma de estabelecimento ou substituição de árvores por meio de semeadura e, ou, 
propagação vegetativa, no qual a natureza é que estabelece o equilíbrio dinâmico; 
• A regeneração natural é um processo que envolve: 
• produção de sementes e, ou, o desenvolvimento de estruturas vegetativas; 
• disseminação de propágulos; 
• germinação de sementes ou brotação de estruturas vegetativas; 
• desenvolvimento de plântulas; 
• estabelecimento das mudas; 
• Fatores que afetam a regeneração natural: 
• Ambientais 
• Temperatura 
• Luz 
• Água 
• Solo 
• Processos 
• Competição 
• Germinação 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 35
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Água 
 
→ 
 
Germinação 
 
← 
 
 
Luz 
 
 
 
 
 
 
↑ 
↓ 
 
 
 
 
Regeneração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Temperatura 
 
 
 
 
 
Competição 
 
 
← 
 
 
Solo 
 
 
Figura 2 – Interação dos fatores do meio que influenciam a regeneração natural 
 
2.1.1. Tratamentos silviculturais de regeneração natural 
• São operações silviculturaisque favorecem o estabelecimento da regeneração natural; 
• São realizadas de acordo com: 
• método silvicultural; 
• composição e estrutura da floresta; 
• características ambientais 
• Auto-ecologia da espécie 
• Reprodução: Hermafrodita/monóica/dióica 
• Floração: Sazonalidade: anual/plurianual 
• Grupo ecológico: Pioneiras/secundárias/clímax 
• Polinização e dispersão de frutos e sementes: Anemófila/hidrófila/zoófila; 
OBS.: Deve-se considerar que toda intervenção na floresta eleva custo de implantação e de 
manutenção do povoamento florestal, além de causar impactos na floresta, devendo os 
tratamentos silviculturais ser aplicados somente quando necessários; 
2.1.1.1. Derrubada de semeadura (derrubada de melhoramento da regeneração) 
• Aberturas no dossel da floresta virgem ou explorada, em intervalos sucessivos, e posteriores 
cortes no sub-bosque; 
• Objetivo: livrar as árvores produtoras de sementes para aumentar a produção de sementes, 
facilitar a disseminação e germinação de sementes e favorecer endurecimento de mudas; 
• fatores que afetam: 
• a produção de sementes das espécies de interesse; 
• distribuição espacial das árvores matrizes; 
• característica da semente (peso e forma); 
2.1.1.2. Abertura de copagem 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 36
• Consiste no corte de plantas herbáceas, trepadeiras e arvoretas sem valor comercial, no 
final da estação chuvosa, e de árvores de valor e no anelamento e envenenamento de 
árvores sem valor comercial nos diferentes estratos; no início da estação seca; 
• Objetivo: tirar as mudas que crescem sob dossel fechado do estado de supressão, pela 
abertura na copagem da floresta, buscando-se uma distribuição homogênea da luminosidade 
por toda a área; 
• - fatores que afetam: 
• exigências ecológicas das espécies de interesse; 
• Efetuado nos sistemas silviculturais de alto fuste e corte progressivo; 
a) Anelamento 
• Incisão na casca em torno do fuste feita com facão, machadinha ou machado, que atinge 
interrompe o fluxo do floema; 
 
30
30
 
 
 entalhe anelamento 
 
Figura 3 - Tipos de incisões 
 
• Ponto positivos: 
• baixo custo; 
• não contamina o ambiente; 
• Pontos negativos: 
• favorece a queda de galhos; 
• muitas espécies resistentes ao anelamento - rebrota; 
b) Envenenamento 
• É a injeção ou aplicação de arboricidas em incisões, folha, casca e raízes de árvores 
resistentes ao anelamento, aplicados com injetor, pulverizador ou pincel; 
• Arboricidas são produtos químicos usados para eliminar árvores sem maiores danos à 
vegetação remanescente; 
• A eficiência dos arboricidas depende: 
• da espécie florestal - madeira, casca, seiva, forma e tamanho; 
• forma de aplicação - pincelamento da casca, anelamento e pincelamento e injeção no 
sistema vascular da planta; 
• Aspecto positivo: 
• reduzem a queda de galhos; 
• Aspectos negativos: 
• tóxico e perigoso ao homem; 
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Notas de Aula de Silvicultura Tropical 37
Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos - DEF/FENF/UFMT – Cuiabá/MT, maio de 2003. 
• não atinge todas as espécies; 
• contaminação do ecossistema; 
• requer cuidado na armazenagem, no manuseio e na sua aplicação: armazenamento em 
local arejado e em armário trancado, uso de equipamentos de segurança pessoal e 
cuidados ambientais na lavagem de equipamentos de aplicação e no descarte de 
embalagens; 
• Classificação: 
• quanto à composição: 
• base de arsênico 
• base butilésteres 
• quanto à seletividade: 
• não seletivo - amate, arsenito de sódio; 
• seletivo - ação hormonal: 2,4 - D, 2,4,5 - T e óleos derivados; 
 
2.1.1.3. Tratamento de solo 
• Consiste na conservação ou melhoria das condições do solo por processos físicos 
(gradagem, aração, escarificação, etc.), por processos químicos (correção do pH e 
fertilização), físico-químicos (fogo) ou por processos biológicos (cobertura vegetal, 
simbiontes - rizobium e micorrizas, minhocas, organismos de compositores, etc); 
• Objetivo: melhorar as condições do solo para o estabelecimento da regeneração; 
Quadro 2 - Principais arboricidas e seus princípios ativos e nomes comerciais 
 
Produto Princípio ativo Nome comercial 
Amate Sulfamato de amônio Amate x 
Arsenito de sódio Na2HAS2O3 Arsenito de sódio 
2,4 - D Aminas, ésteres e sal 
sódico do Ácido 2,4 - 
Diclorofenoxiacético 
Aminas: 
2,4 - D weed killer fórmula 40, 
Hedonal amina, Aminol 
 Éster: 
Esteron 44, Difenox E, Weedone 
LV4, Esteron, Ten-Ten 
 Sal sódico: 
metoxone, Sódium 2,4-D weed 
killer, Hedonal 
2,4,5 - T Ésteres do Ácido 2,4,5 
- Triclorofenoxiacético 
Arbuxone, Arbusticida, Trifenox E, 
Esteron 245, Weedone 2,4,5 - T 
Óleos derivados de petróleo Hidrocarbonetos 
aromáticos 
Óleo diesel, Varsol, Shellaraz, 
Herbi-Shell n° 10 
 
2.1.1.4. Refinamento 
• É a remoção das impurezas formadas por misturas de parasitas, herbáceas, trepadeiras, 
arbustos e árvores sem valor comercial e aquelas comerciais defeituosas ou caducas, que 
estejam ou não interferindo negativamente nas espécies desejáveis; 
• O refinamento pode ser feito pelas práticas de limpeza, remoção da concorrência e 
queimada; 
a) Limpeza 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 38
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• Corte de trepadeiras e plantas herbáceas competidoras, com auxílio de facão, foice, 
machado, etc. 
• Trepadeiras e lianas podem provocar: 
• redução do ICA; 
• defeitos na forma pelo estrangulamento do fuste; 
• redução na sobrevivência e na produtividade de madeira; 
• danos à copa pela quebra de galhos e de parte do fuste; 
• As árvores podem ser classificadas quanto à infestação com trepadeiras em: 
• árvores livres de trepadeiras: 
• árvores com fuste com trepadeiras e copa livre; 
• copas com trepadeiras com brotos terminais intactos; 
• copas totalmente recurvadas pelo domínio de cipós e com brotos terminais totalmente 
perdidos; 
• Controle feito por roçada e herbicida; 
• Época de controle: + 3 anos antes da colheita florestal e + 2 anos após este tratamento e 
sempre quando necessário; 
• Recomendações: 
• controlar somente o necessário; 
• controlar todas as trepadeiras com diâmetro maior que 2,5 cm; 
• aplicar herbicidas em trepadeiras lenhosas; 
• cortar trepadeiras com dois cortes: um rente ao solo e o outro o mais alto possível do 
solo; 
• certificar se a planta é trepadeira ou regeneração natural; 
b) Remoção da concorrência 
• Eliminação de espécies sem interesse econômico atual e de algumas de interesse mas que 
estejam atrapalhando o crescimento de árvores de interesse com características mais 
desejáveis; 
• Objetivo: formar desde cedo uma copagem que forneça maior incremento e suprima a 
concorrência e dominância de espécies sem uso atual; 
• Época de aplicação da prática: quando a avaliação do povoamento acusar que pelo menos 
40% das amostras estão estocadas com espécies desejáveis; 
• Cuidados: controlar a intensidade de remoção da concorrência pois quando em 
determinadas circunstâncias, pode ter efeitos negativos sobre a conservação do solo, 
favorecer a regeneração de herbáceas e trepadeiras e comprometer a regeneração de 
espécies desejáveis tolerantes; 
c) Queimada 
• Prática usada eventualmente para rebaixamento da camada de matéria orgânica sobre o 
solo ("litter", serapilheira), combater pragas, doenças ou incêndio, reduzir o material 
combustível, limpeza do sub-bosque após o refinamento e colheita e para estimular a 
regeneração natural de algumas espécies; 
• Cuidados: 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 39
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• empilhar o material a ser queimado; 
• queimar pela manhã ou à noite; 
• não queimar quando estiver ventando; 
• tomar medidas para evitar a propagação do fogo; 
• tomar medidas de segurança legais e de rotina. 
2.1.1.5. Derrubada de melhoramento• Corte feitos no povoamento com objetivo de agregar o crescimento num menor número de 
indivíduos com características superiores, pela retirada de indivíduos de espécies sem 
interesse econômico atual e aqueles indesejáveis quanto à forma, sanidade ou crescimento; 
• Operação pode causar danos à regeneração natural e é de custo elevado, portanto, deve ser 
feita somente para elevar o incremento pela redução da competição e quando existe a 
possibilidade da utilização do material a ser retirado 
• Pode ser feita pela derrubada propriamente dita das árvores ou pelo anelamento e, ou, 
envenenamento das árvores inferiores; 
2.1.1.6. Derrubada comercial 
• Derrubada de árvores de valor para atender às necessidades do mercado e do 
empreendimento, assim como à dinâmica do ecossistema; 
• O planejamento da derrubada comercial deve estar condicionado ao: 
• Método silvicultural 
• Volume a ser retirado 
• Qualidade do fuste 
• É precedida de inventário, marcação e mapeamento das árvores, anelamento e, ou, abate; 
• Alguns sistemas silviculturais estabelecem o anelamento dos indivíduos a ser abatidos com 
antecedência de 18 a 24 meses do abate. Esta prática visa reduzir os danos à vegetação 
remanescente; 
• A derrubada envolve a desgalha e a toragem das árvores abatidas de acordo com o objetivo 
do uso da madeira; 
• A derrubada é um dos tratamentos silviculturais que mais causa impactos na floresta, 
portanto, requer cuidado especial; 
• Os danos estão relacionados à direção de queda das árvores, à intensidade de colheita e à 
densidade do povoamento; 
• Cuidados: 
• direcionamento da queda das árvores de modo a reduzir danos às árvores já 
estabelecidas e à regeneração natural; 
• época de derrubada: época chuvosa causa menores danos à regeneração mas causa 
grande impacto ao solo; época seca pode aumentar os riscos de incêndio pela grande 
quantidade de biomassa residual; 
 
Quadro 3 - Tipos de danos às árvores numa floresta tropical úmida de Sabah 
 
Efeito N°. de árvores/ha (%) 
Sem dano, ótima forma 204 34,8 
Notas de Aula de Silvicultura Tropical 40
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Sem dano, péssima forma 74 12,6 
Dano à casca 33 5,6 
Dano à copa 71 12,2 
Dano na casca e na copa 32 5,3 
Quebrada ou arruinada 175 29,8 
Total 588 100,0 
Fonte: Nicholson, 1958. 
 
2.1.1.7. Extração 
• Tratamento que consiste nas operações de classificação e arraste das árvores do 
povoamento florestal; 
• O seu planejamento está condicionado ao método silvicultural adotado e as características 
do produto a ser extraído, da vegetação, do clima, da topografia, do solo e dos recursos 
disponíveis; 
• Derrubada e a extração causam grandes danos à floresta: destrói 40% dos indivíduos 
remanescentes e 50% da regeneração, reduzem o estoque de nutrientes do solo; 
• O planejamento adequado pode reduzir os danos; 
2.2. Regeneração artificial 
• É o estabelecimento de povoamentos florestais por meio do plantio direto de sementes, de 
estruturas vegetativas ou por meio de mudas, pelo homem; 
• Semeadura direta ou plantio direto de estruturas vegetativas: 
• reduz custos de regeneração florestal por não exigir a produção de mudas; 
• requer plantio mais adensado para posterior raleio das plantas; 
• requer abundância de sementes ou de material de propagação vegetativa; 
• indicado para espécies com facilidade de germinação da semente ou enraizamento de 
estacas, ou que apresentam problemas no estabelecimento do sistema radicular quando 
provenientes de mudas; 
• pode ser feita em linha, covas, faixas ou a lanço; 
• Plantio de mudas: 
• quando existe carência de sementes ou material vegetativo, ou quando estas possuem 
alto custo; 
• dificuldade de germinação ou de enraizamento de estacas; 
• A regeneração artificial é indicada para: 
• espécies com produção de sementes irregular; 
• espécies com produção de sementes regular, mas a regeneração natural tem dificuldade 
de adaptação e estabelecimento; 
• espécies com sementes que perdem a vitalidade em curto espaço de tempo; 
• espécies com dificuldade de estabelecimento da regeneração natural devido à ocorrência 
de pragas ou doenças; 
• substituir povoamentos com baixo valor econômico devido à ausência de regeneração 
natural de espécies de interesse; 
• estabelecer espécies exóticas ou enriquecer ou adensar um povoamento florestal; 
• estabelecer povoamentos com densidade e arranjo espacial das árvores predefinidos; 
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• Pontos positivos da regeneração artificial: 
• flexibilidade na escolha do local, da composição, da densidade, do arranjo espacial e do 
arranjo temporal; 
• maior controle local; 
• usar mecanização; 
• planejar a execução dos tratamentos silviculturais; 
• reduzir o tempo de estabelecimento florestal, principalmente de reflorestamentos; 
• estabelecer espécies de outras regiões; 
• Limitações da regeneração artificial: 
• custo elevado; 
• possibilidade de introdução de espécies inadaptadas ou de difícil controle; 
• possibilidade de introduzir doenças ou pragas na área de plantio, provenientes de 
sementes ou mudas; 
2.2.1. Operações de regeneração artificial 
• Colheita ou aquisição de sementes ou estacas; 
• Produção de mudas em viveiros; 
• Implantação florestal (sementes, estacas ou mudas); 
• preparo do solo 
• plantio 
• Tratamentos silviculturais 
• limpeza 
• desrama 
• desbaste 
• colheita e extração 
2.3. Regeneração mista 
• É a reposição total ou parcial de uma floresta por meio de sementes ou por estruturas 
vegetativas, na qual além da regeneração natural é feita a regeneração artificial; 
• É indicada para povoamentos com distribuição espacial agrupada dos indivíduos, com 
necessidade de adensamento e, ou, enriquecimento; 
• Podem ser empregados os tratamentos silviculturais para a regeneração natural quanto os 
para a regeneração artificial; 
2.4. Regeneração por auto fuste 
• O povoamento florestal é originado por sementes disseminadas diretamente na área 
(regeneração natural) ou com auxílio do homem (regeneração artificial); 
• A colheita florestal pode ser total ou parcial; 
• Vantagem: proporciona uma maior diversidade genética ao povoamento, o que reduz os 
riscos de perdas totais devido a pragas ou doenças; 
• Desvantagem: não garante que todos os indivíduos sejam geneticamente superiores; 
2.5. Regeneração por talhadia 
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• O povoamento florestal é originado por meio de estruturas vegetativas tais como: raiz, 
ramo, folha, etc. 
• Indicado: 
• para espécies de difícil germinação de sementes; 
• para homogeneizar geneticamente o povoamento; 
• propagar híbridos superiores; 
• Limitações: 
• reduz variabilidade genética aumentando os riscos de ataques maciços de pragas ou 
doenças; 
• Vantagens: 
• possibilidade de propagar material genético superior; 
• homogeneidade de produção e das características das árvores; 
• Cuidados: 
• plantar grande número de clones em pequenos talhões; 
• trabalhar com clones resistentes a pragas e doenças; 
2.6. Corte raso 
• É o método de regeneração em que todas as árvores são cortadas simultaneamente; 
• Dá origem a povoamentos eqüiâneos e, por vezes, homogêneos; 
• Os resíduos do corte podem ser enleirados e, ou, queimados; 
• Método indicado para regeneração de espécies intolerantes (pioneiras ou secundárias) e 
para povoamentos cuja composição é indesejável; 
• Pode ser aplicado tanto associado à regeneração natural por alto fuste ou talhadia 
(bracatinga, paricá, aroeira, eucalipto, teca) ou à regeneração artificial (reflorestamento); 
• Vantagens: método de aplicação simples e de baixo custo; facilita o corte e a extração da 
madeira; 
• Desvantagem: expõe o solo; 
• Cuidados: 
• deve ter um estoqueadequado de sementes no solo ou na vegetação vizinha para 
assegurar a regeneração da espécie desejada; 
• evitar a adoção do método em áreas declivosas; 
• fazer cortes em faixas para aumentar a eficiência da regeneração natural e da proteção 
ao solo; 
2.7. Corte progressivo regular 
• Povoamento florestal é cortado parceladamente por sucessivas derrubadas, ou por 
eliminação de árvores agrupadas ou espaçadas, sem que haja exposição do solo; 
• Árvores formam camadas (planos ou estratos) regulares que protegem a regeneração e o 
solo contra os rigores climáticos; 
• Dá origem a povoamentos florestais eqüianeos; 
• Indicado para espécies tolerante na fase juvenil e intolerante na fase adulta; 
2.8. Corte progressivo irregular 
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• Povoamento florestal é cortado parceladamente, a medida em que as árvores vão 
atingindo o diâmetro de corte desejado; 
• Mantém a estrutura da floresta (distribuição diamétrica segue o da floresta natural, ou seja, 
um "j" invertido); 
• Dá origem a povoamentos ineqüiâneos. 
• Indicado para espécies tolerantes na fase juvenil e clímax; 
 
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CAPÍTULO VI. SISTEMAS SILVICULTURAIS 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
• Domesticação: primeiro passo para o manejo de florestas até então não manejadas. É o 
conjunto de medidas voltadas para a elevação da produtividade econômica dos 
povoamentos até que seja atingido o manejo sustentado (LAMPRECHT, 1990). 
• A domesticação envolve transformações nos povoamentos que poderão ser profundas, 
chegando até a sua substituição completa. 
• As medidas de domesticação têm como objetivo a instalação de povoamentos iniciais aptos 
para a aplicação dos princípios de um manejo sustentado e ordenado (LAMPRECHT, 1990). 
• Os fatores que influenciam na domesticação são: 
• condições e qualidade do sítio; 
• composição da vegetação; 
• legislação e política florestal; 
• custos de manutenção e aspectos administrativos da empresa; 
• acesso; 
• disponibilidade de mão-de-obra e de outros recursos; 
• mercado de produtos florestais. 
 
Floresta não domesticada Floresta domesticada 
• maior heterogeneidade florística e de 
qualidade do produto 
• maior homogeneidade florística e de 
qualidade do produto 
• menor proporção de árvores comerciais • maior proporção de árvores comerciais 
• menor produção de madeira • maior produção de madeira 
 
• Sistemas silviculturais são os processos pelos quais uma floresta é tratada, removida ou 
substituída por outra, produzindo madeira. Envolve os métodos de regeneração, distribuição, 
melhoria, utilização e formas de produção da floresta (TROUP, 1928); 
• OBJETIVO: atingir sucesso na regeneração de espécies desejadas, pelo uso de tratamentos 
adequados que criam condições propícias para a regeneração; 
• O desenvolvimento de sistemas silviculturais requer conhecimento dos princípios 
silviculturais, que se relacionam com o controle do estabelecimento, do crescimento, da 
composição e da qualidade da vegetação florestal; 
• As práticas silviculturais variam com: 
• o objetivo da floresta; 
• características ambientais: 
• meio biótico: flora (composição e estrutura) e fauna (composição e estrutura); 
• meio físico: clima, solo, relevo, água, geologia; 
• meio antrópico: aspectos sociais, econômicos e culturais; 
• A extração de matéria-prima florestal deve ser feita segundo métodos silviculturais; 
• Os métodos silviculturais estão direcionados aos objetivos de (FLOR, 1985): 
• Estímulo, mediante cortes de aproveitamento e tratamentos silviculturais, das espécies 
econômicas nas florestas naturais mistas; 
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i.exe
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• Enriquecimento das florestas naturais, com plantio em talhões, grupos, linhas ou outro 
qualquer; 
• Substituição de florestas originais, improdutivas ou já exploradas, por outra com 
regeneração artificial; 
 
Avaliação do povoamento atual 
(composição, estrutura) 
 
↓ 
 
Viabilidade econômica do 
povoamento 
 
↓ 
Suficiente Insuficiente 
 
↓ 
 
Medidas silviculturais 
 
↓ 
Garantir a produção natural 
sustentada 
 Domesticação 
 
↓ 
 
↓ 
 
 Transformação: 
simplificação da 
composição e/ou 
estrutura da floresta 
natural 
 Substituição: 
substituição do 
povoamento natural 
por maciços mais 
homogêneos 
Adaptado de LAMPRECHT (1990) 
 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS SILVICULTURAIS 
 
• Quanto à origem da floresta: 
• alto fuste - reprodução sexuada; 
• talhadia - reprodução assexuada ou propagação vegetativa; 
• Quanto à regeneração: 
• regeneração natural 
• regeneração artificial 
• regeneração mista 
• Quanto ao tipo de corte: 
• corte raso 
• corte progressivo regular 
• corte progressivo irregular 
• Quanto à estrutura e composição da futura floresta: 
• transformação 
• melhoramento 
• enriquecimento 
• substituição - florestamento ou reflorestamento 
• produção sustentada 
 
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3. SISTEMAS SILVICULTURAIS DE FLORESTAS DE ALTO FUSTE 
 
• Florestas são originadas por reprodução sexuada; 
• Vantagem: maior diversidade genética 
• Desvantagem: menor homogeneidade da floresta 
 
3.1. Corte raso 
• floresta originada por sementes, a qual é removida totalmente de uma só vez; 
3.1.1. Regeneração natural 
• floresta originada por sementes presentes no solo ou em áreas vizinhas, disseminadas 
naturalmente pelo vento, água ou animais, sendo removida totalmente de uma só vez; 
• vantagens: 
• método simples 
• as espécies são adequadas ao sítio 
• baixo custo 
• rápido recobrimento do solo 
• mudas não sofrem estresse com plantio 
• desvantagens: 
• não se tem controle do microclima 
• indicado somente para espécies lucíferas 
• pode expor solos à erosão 
• pode facilitar a invasão de plantas indesejáveis 
• danos à regeneração 
• distribuição irregular das espécies 
• acúmulo de material orgânico 
• Condições de adoção: 
• espécies desejáveis lucíferas, com germinação rápida e homogênea; 
• condições favoráveis de clima e solo; 
• existência de estoque de sementes no solo ou em áreas adjacentes; 
• regeneração natural existente e suficiente; 
• baixo risco de incêndio; 
• Espécies potenciais: 
• Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro), Mimosa scabrella (bracatinga), Schizollobium 
spp. (paricá, guapuruvu), Astronium fraxinifolium (aroeira), Sclerollobium panuculatum 
(tachi-branco), Qualea homossepala (mandioqueira-áspera), Qualea acuminata 
(mandioqueira-escamosa), Qualea albiflora (mandioqueira-lisa), Vochysia maxima 
(quaruba); 
• Tectona grandis (teca), Shorea robusta (sal), Eperua falcata (mangue), Pinus spp., etc. 
 
 
3.1.2. Regeneração artificial 
• Florestas formadas a partir de sementes plantadas diretamente no campo ou por mudas, 
após o corte simultâneo de toda a vegetação; 
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• Gêneros mais plantados no mundo: Araucaria, Acacia, Agathis, Albizia, Casuarina, 
Cedrela, Dipterocarpus, Eucalyptus, Khaya, Pinus, Shorea, Swietenia, Tectona e Terminalia. 
• Gêneros mais plantados no Brasil: Araucaria, Pinus, Acacia, Eucalyptus, Gmelina e Tectona. 
• Florestamento - plantio de florestas em área que não possui cobertura florestal há mais de 
20 anos; 
• Reflorestamento - é a regeneração imediata da floresta a qual foi parcialmente ou 
completamente removida. Em geral ocorre a substituição de uma floresta mista multivariada 
por outra pura e eqüiânea; 
• Vantagens: 
• facilidade de planejamento e controle da floresta; 
• estrutura simples da floresta; 
• permite o uso de espécies melhoradas; 
• Desvantagens:

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