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PlanoDeAula_490705

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Plano	de	Aula:	Educação	grega:	o	berço	da	Pedagogia	ocidental
HISTÓRIA	DA	EDUCAÇÃO	-	CEL1704
Título
Educação	grega:	o	berço	da	Pedagogia	ocidental
Número	de	Aulas	por	Semana
Número	de	Semana	de	Aula
2
Tema
História	e	Educação:	uma	construção	através	dos	tempos
Objetivos
Conhecer	a	educação	ocidental	grega:	a
educação	espartana	e	a	ateniense
Entender	o	conceito	da	Paideia
Conhecer	a	importância	do	discurso	socrático,	da
utopia	platônica	e	do	realismo	aristotélico	para	a
formação	do	pensamento	pedagógico	ocidental
Conhecer	o	conceito	de	educação	da	humanitas
Estrutura	do	Conteúdo
O	 período	 clássico	 grego	 (séculos	 V	 e	 IV	 a.C.)	 representou	 o	 apogeu	 da
civilização	 grega.	 A	 esplêndida	 produção	 nas	 artes,	 literatura	 e	 filosofia
delineou	 definitivamente	 o	 que	 viria	 a	 ser	 a	 herança	 cultural	 do	 mundo
ocidental.	 O	 grau	 de	 consciência	 de	 si	 mesmos	 alcançado	 pelos	 gregos
antigos	não	ocorrera	até	então	em	lugar	algum.	A	nova	concepção	de	cultura
e	 do	 lugar	 ocupado	 pelo	 indivíduo	 na	 sociedade	 repercutiu	 no	 ensino	 e	 nas
teorias	 educacionais.	 De	 fato,	 os	 filósofos	 gregos	 voltavam-se	 para	 uma
formação	que	desenvolvesse	o	processo	de	construção	consciente,	permitindo
ao	indivíduo	ser	?constituído	de	modo	correto	e	sem	falha,	nas	mãos,	nos	pés
e	no	espírito?.
A	educação	grega	estava,	portanto,	centrada	na	 formação	 integral	?	corpo	e
espírito	 ?,	 embora,	 de	 fato,	 a	 ênfase	 se	deslocasse	ora	mais	para	o	preparo
militar	 ou	 esportivo,	 ora	 para	 o	 debate	 intelectual,	 conforme	 a	 época	 ou	 o
lugar.	Nos	primeiros	 tempos,	quando	ainda	não	existia	a	escrita,	 a	educação
era	ministrada	 pela	 própria	 família,	 conforme	 a	 tradição	 religiosa.	Quando	 se
constituiu	 a	 aristocracia	 dos	 senhores	 de	 terras,	 de	 formação	 guerreira,	 os
jovens	da	elite	eram	confiados	a	preceptores.	Apenas	com	o	 surgimento	das
póleis	 apareceram	 as	 primeiras	 escolas,	 visando	 a	 atender	 à	 demanda	 por
educação.	No	período	clássico,	 sobretudo	em	Atenas,	a	 instituição	escolar	 já
se	encontrava	estabelecida.
Mesmo	 que	 essa	 ampliação	 da	 oferta	 escolar	 representasse	 uma	 ?
democratização?	 da	 cultura,	 a	 educação	 ainda	 permanecia	 elitizada,
atendendo	principalmente	os	jovens	de	famílias	tradicionais	da	antiga	nobreza
ou	pertencentes	a	famílias	de	comerciantes	enriquecidos.	Aliás,	na	sociedade
escravagista	 grega,	 o	 chamado	 ócio	 digno	 significava	 a	 disponibilidade	 de
gozar	do	tempo	livre,	privilégio	daqueles	que	não	precisavam	cuidar	da
própria	 subsistência.	 O	 que	 não	 se	 confunde	 com	 o	 ?fazer	 nada?,	 mas	 sim
refere-se	ao	ocupar-se	com	as	funções	nobres	de	pensar,	governar,	guerrear.
Não	por	acaso,	a	palavra	grega	para	escola	(scholé)	significava	inicialmente	?o
lugar	do	ócio?.	A	educação	física,	antes	predominantemente	guerreira,	militar,
passou	a	ser	orientada	sobretudo	para	os	esportes.	O	hipismo,	por	exemplo,
constituía	 um	 esporte	 elegante	 e	 restrito	 a	 poucos,	 por	 ser	 de	manutenção
cara.	Com	o	tempo,	o	atletismo	ampliou	a	participação	do	público	frequentador
dos	ginásios.
A	 ênfase	 dada	 à	 formação	 integral	 deu	 origem	 a	 um	 conceito	 de	 complexa
definição,	 ou	 seja,	 à	 paideia,	 palavra	 que	 teria	 sido	 cunhada	 por	 volta	 do
século	 V	 a.C.,	 mas	 que	 exprimia	 um	 ideal	 de	 formação	 constante	 no	mundo
grego.	 De	 início	 significava	 apenas	 educação	 dos	 meninos	 (pais,	 paidós,	 ?
criança?).	 Com	 o	 tempo,	 adquiriu	 nuanças	 que	 a	 tornaram	 intraduzível.	 O
conceito	 de	 paideia,	 entre	 os	 gregos,	 influenciou	 o	 que	 os	 romanos,	 nos
tempos	 de	 Cícero,	 iriam	 chamar	 de	 humanitas	 e	 e	 que	 abrangia	 a	 formação
integral	do	ser
humano.	 É	 bem	 verdade	 que	 se	 tratava	 de	 uma	 orientação	 aristocrática,	 já
que	 os	 ?bem	 formados?	 não	 se	 ocupavam	 com	 as	 ?artes	 servis?,	 ofício	 de
escravos.	 Apenas	 no	 Iluminismo	 do	 século	 XVIII	 veremos	 uma	 tentativa	 de
estender	 a	 formação	 humanística	 a	 todos,	 num	 ideal	 de	 educação	 universal
(ARANHA,	2000,	p.123-132.).
O	diálogo	 socrático	 foi	 um	dos	 importantes	marcos	para	a	 formação	do	 ideal
grego	 de	 educação.	 Procurado	 pelos	 jovens,	 Sócrates	 passava	 horas
discutindo	 nos	 locais	 públicos	 de	 Atenas,	 como	 a	 praça	 ou	 o	 ginásio,	 onde
interpelava	 os	 transeuntes,	 com	 perguntas	 aos	 que	 julgavam	 entender
determinado	 assunto.	 Mas	 geralmente	 os	 deixava	 sem	 saída	 e	 obrigados	 a
reconhecer	 a	 própria	 ignorância.	 Esse	 procedimento,	 conhecido	 por	 método
socrático,	nasceu	da	perplexidade	do	filósofo	diante	do	oráculo	de	Delfos,	que
o	 identificara	como	?o	homem	mais	sábio?.	Por	não	se	considerar	sábio,	mas
sem	 desacreditar	 do	 oráculo,	 consultou	 as	 pessoas	 que	 se	 diziam	 sábias	 e
descobriu	a	fragilidade	desse	saber.	Percebeu	então	que	a	sabedoria	começa
pelo	 reconhecimento	 da	 própria	 ignorância.	 A	 primeira	 parte	 do	 método
socrático	 chama-se	 ironia	 (do	 grego	 eironeia,	 ?perguntar,	 fingindo	 ignorar?),
processo	 negativo	 e	 destrutivo	 de	 descoberta	 da	 própria	 ignorância.	 A
segunda	parte,	a	maiêutica	(de	maieutiké,	?relativo	ao	parto?),	é	construtiva	e
consiste	em	dar	à	luz	novas	ideias.
A	utopia	de	Platão	se	destaca	a	partir	de	sua	proposta	pedagógica	que	pode
ser	visualizada	por	meio	do	Mito	da	Caverna.	A	análise	desse	?mito?	pode	ser
feita	sob	dois	pontos	de	vista:
o	 epistemológico	 (relativo	 ao	 conhecimento)	 e	 o	 político	 (que	 por	 sua	 vez
desdobrará	 implicações	 pedagógicas).	 Quanto	 à	 dimensão	 epistemológica,
Platão	compara	o	acorrentado	ao	indivíduo	comum,	dominado	pelos	sentidos	e
pelas	 paixões,	 e	 que	 alcança	 apenas	 um	 conhecimento	 imperfeito	 da
realidade,	 restrito	 ao	 mundo	 dos	 fenômenos,	 no	 qual	 as	 coisas	 são	 meras
aparências	 e	 estão	 em	 constante	 fluxo.	 A	 esse	 conhecimento	 Platão	 chama
doxa,	?opinião?.	Aquele	que	se	liberta	dos	grilhões	é	o	filósofo,	capaz	de	atingir
o	verdadeiro	conhecimento,	a	episteme,	?ciência?,	quando	a	razão	ultrapassa
o	mundo	sensível	e	atinge	o	mundo	das	ideias,	lugar	da	essência	imutável	de
todas	as	coisas,	dos	verdadeiros	modelos	ou	arquétipos.	Este	é	o	único
verdadeiro,	e	o	mundo	sensível	só	existe	enquanto	participa	do	mundo	das
ideias,	do	qual	é	apenas	sombra	ou	cópia.	Por	exemplo,	se	percebemos
inúmeras	abelhas	dos	mais	variados	tipos,	a	ideia	de	abelha	deve	ser	una,
imutável,	a	verdadeira	realidade.	Essas	ideias	gerais	estão	hierarquizadas	e	no
topo	encontra-se	a	ideia	do	Bem,	a	mais	alta	em	perfeição	e	a	mais	geral	de
todas.	Os	seres	e	as	coisas	não	existem	senão	à	medida	que	participam	do
Bem.	E	o	Bem	supremo	é	também	a	Suprema	Beleza,	o	Deus	de	Platão.	Conclui-
se	dessa	interpretação	epistemológica	o	idealismo	de	Platão:	conforme	sua
teoria	do	conhecimento,	as	ideias	são	mais	reais	que	as	próprias	coisas
ARANHA,	2000,	p.94-131.).
Aplicação	Prática	Teórica
Nesta	aula	é	importante	que	o	professor	proporcione	aos	alunos	uma	visão
ampla	do	ideal	grego	de	Educação	e	o	articule	ao	atual	modelo	da	Educação
Ocidental	e	suas	implicações	para	a	história	da	Educação	e	da	Pedagogia.
Importante	também	articular	a	tríade	clássica:	Sócrates,	Platão	e	Aristóteles
para	a	formação	do	pensamento	educacional	grego	e	ocidental.
Proponha	atividades	de	recapitulação	e	elaboração	de	fichamentos	sobre	as
leituras	realizadas	em	sala	e	as	que	estão	sendo	solicitadas	para	casa.

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