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UNIVERSIDADE VILA VELHA GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO HÍBRIDO KARINE BARBOSA LIMA DA SILVA LUANA RAMOS SAMPAIO TAINÁ GOMES DE ALMEIDA THYAGO DE TARSO VIEIRA NAZÁRIO WALESKA ROMAGNHA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: CARNES, PESCADOS, AVES E OVOS Vila Velha 2019 2 KARINE BARBOSA LIMA DA SILVA LUANA RAMOS SAMPAIO TAINÁ GOMES DE ALMEIDA THYAGO DE TARSO VIEIRA NAZÁRIO WALESKA ROMAGNHA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: CARNES, PESCADOS, AVES E OVOS Relatório de Aula Prática apresentado como requisito de aprovação na Disciplina de Técnica Dietética vinculada à Graduação em Nutrição Híbrido. Professora : Dra. Carmelita Zacchi Scolforo Disciplina : Técnica Dietética Turma : 3 o período Vila Velha 2019 3 SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO p. 4 2- EXPERIMENTOS p. 6 2.1 EXPERIMENTO 1 p. 6 2.2 EXPERIMENTO 2 p. 10 2.3 EXPERIMENTO 3 p. 13 2.4 EXPERIMENTO 4 p. 16 2.5 EXPERIMENTO 5 p. 19 2.6 EXPERIMENTO 6 p. 22 2.7 EXPERIMENTO 7 p. 27 3 CONCLUSÃO p. 33 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS p. 36 4 1- INTRODUÇÃO A Técnica Dietética estabelece a sistematização bem como o estudo dos procedimentos para tornar possível a utilização dos alimentos visando à preservação do valor nutritivo e a obtenção dos caracteres sensoriais desejados. Nessa esteira, a técnica dietética é um ramo da nutrição que se utiliza de técnicas e parâmetros determinados baseados em ciências exatas utilizados para definir qualitativamente e/ou quantitativamente os alimentos tendo em vista o manejo dietético e a preparação dos alimentos. Nesse sentido, a Técnica Dietética estabeleceu parâmetros para analisar os alimentos e as modificações que sofrem quando submetidos às preparações e aos processos culinários que envolvem a preparação dos alimentos para serem consumidos. As preparações técnicas visam atender a objetivos tais como sensoriais, econômicos, dietéticos, nutricionais, operacionais, digestivos e higiênicos. Por sua vez, a técnica dietética cria mecanismos de análise do atendimento de tais parâmetros. No presente trabalho, foram feitas preparações de carnes, pescados e aves em aula prática em que se quantificou e qualificou as preparações conforme os parâmetros desenvolvidos pela Técnica Dietética para avaliar os alimentos sob diferentes objetivos. Ressalta-se que os alimentos carnes, pescados e aves são alimentos ricos em proteína de alto valor biológico e que fazem parte da dieta do brasileiro, portanto, imprescindível a análise técnica e parametrizada de preparações a fim de aprender técnicas e analisar os objetivos traçados nas preparações. 5 Assim, durante os experimentos foram aplicados métodos e técnicas determinadas que permitiram alcançar resultados e conclusões específicas analisadas conforme os parâmetros da Técnica Dietética e os objetivos traçados pela Professora. Os métodos, resultados bem como as conclusões dos experimentos seguem descritos nas linhas a seguir. 6 2- EXPERIMENTOS Aprender a fazer análises e conhecer conceitos de Técnica Dietética a fim de utilizá-los para identificar os melhores métodos e formas de preparo dos alimentos utilizados conforme os objetivos traçados é imprescindível ao trabalho do nutricionista. E com o propósito de aprendizagem prática os experimentos envolvendo carnes, pescados e aves foram propostos pela Professora Dra Carmelita e serão abaixo relatados. 2.1 EXPERIMENTO 1: AVALIAÇÃO DOS TIPOS DE AMACIAMENTO DA CARNE BOVINA *Carnes com seus diferentes tipos de amaciantes e frango frito com gergelim. 7 2.1.1 Gêneros e Materiais Gêneros e materiais Quantidades Bifes de Patinho de 120 g 06 unidades Sal 01 col. Sobremesa rasa Óleo de soja 05 ml p/ cada amostra Alho q.s.p (pesar) Pimenta q.s.p Vinagre 01 col. Sobremesa Abacaxi 10 ml de suco puro Mamão 1 fatia com casca Prato raso 05 unidades Faca p/ carne 02 unidades Batedor de carne 01 unidade Frigideira 03 unidades 2.1.2 Métodos e procedimentos . Os bifes foram separados e pesados; . Amostra 1: Não sofreu nenhum processo; . Amostra 2: A amostra foi batida com o batedor de carne e reservada sem temperar; . Amostra 3: A amostra foi temperada com vinha d’alho (1 colher de café rasa de sal, mais 3 colheres de sopa de vinagre, mais 1 dente de alho amassado) e deixada em repouso até o momento de fritar; . Amostra 4: Foi acrescentado 01 colher de suco de abacaxi e deixou agir por 5 minutos antes de fritar; 8 . Amostra 5: Foram feitos processos associados, foi batido, temperado com vinha d’alho e acrescentado uma colher de suco de abacaxi, 05 minutos antes de fritar; . Amostra 6: Acrescentou uma fatia de mamão, esperou 5 minutos antes de fritar. . Aqueceu o óleo nas frigideiras e fritou os bifes até que ficassem dourados. . As amostras 4 e 5 foram fritas por último; . Retirou e pesou as amostras. 2.1.3 Análises e resultados Processos Peso inicial (g) Peso após amaciam ento (g) Peso Final (g) Tempo de cocção FR Perda (%) Aceitação Maciez 1. Padrão 126 126 81 7’ 0,64 Aprox. 36% 3 3 2. Batedor 124 123 80 5’ 0,64 Aprox. 36% 3 2 3. Vinha d’alho 117 143 80 8’ 0,68 Aprox. 32% 4 5 4. Abacaxi 120 152 70 6’:30” 0,58 Aprox. 42% 3 3 5. Associados 119 183 78 8’ 0,65 Aprox. 35% 3 3 6. Mamão 115 160 72 6’ 0,62 Aprox. 38% 3 3 Aceitação: (5) excelente, (4) muito bom, (3) aceitável, (2) pouco aceitável, (1) inaceitável. Maciez: (5) excessivamente macio, (4) muito macio, (3) macio, (2) pouco macio, (1) duro. 2.1.4 Discussão 9 O experimento analisou os tipos de amaciamentos na carne bovina. Ações mecânicas, enzimáticas ou químicas podem influenciar na textura da carne (TÉCNICA DIETÉTICA). Foram utilizadas 6 amostras, onde foram aplicados diferentes tipos de amaciamento e, após o tempo de repouso estipulado, todos os bifes foram fritos, e provados por integrantes do grupo para que fossem avaliadas suas características sensoriais. Ascaracterísticas sensoriais avaliadas apresentaram diferenças entre os grupos, pois diversos fatores influenciam na percepção de sabor, aceitação e maciez dos alimentos, sendo a análise do experimento algo individual, ao ponto de ocorrer discordância sobre o escore até por integrantes do próprio grupo, mas de forma geral, todos os processos foram aceitável, e nenhum bife foi considerado duro. O que também pode ter sido influenciado pelo corte comprado, que poderia já apresentar uma certa maciez, quando comparado a outros cortes. Entretanto, é importante salientar que os métodos de preparos podem contribuir para que cortes mais rijos fiquem mais macios e palatáveis, ou até mesmo o oposto, métodos inapropriados tornarem cortes mais macios em carnes mais duras (PHILIPPI, 2014). Descrevendo sobre as amostras, o experimento 1, não teve processo de amaciamento da carne, foi considerado o padrão, e foi avaliado como uma carne macia e aceitável. A amostra 2, foi utilizado o batedor, que é uma ação mecânica, para amaciar a carne. Em cozinhas industriais, faz se uso de um equipamento com várias lâminas que amaciam a carne seccionando suas as fibras (PHILIPPI, 2014). Foi a amostra considerada menos macia na avaliação. Na amostra 3, a ação é química. A vinha d’alho possui um PH ácido, o que causa a hidrólise das proteínas que continuam a maturação natural atribuída pelo ácido lático (PHILIPPI,2014). Na amostra 5 foi associado a ação mecânica, enzimática e química no bife. Apesar de no senso comum, passasse a convicção de que esse seria o bife mais macio, a 10 técnica não causou o resultado esperado, sendo esse experimento, avaliado com a mesma média de maciez e aceitabilidade das outras amostras. A amostra 4 e 6 foram utilizadas ações enzimáticas para amaciamento da carne, sendo que no experimento 4 foi usado abacaxi (bromelina) e no 6, mamão (papaína). Na ação enzimática, são utilizadas enzimas sintéticas ou naturais que desorganizam a estrutura da fibra, causando um aumento da acidez, tendo como resultado uma consistência gelatinosa (PHILIPPI, 2014). Analisando as amostras, o experimento com ação química (vinha d’alho) foi a melhor analisada pelo grupo, mas como relatado acima, diversos fatores influenciam esse resultado, incluindo, a possibilidade de um melhor sabor conferido ao bife pela combinação de alho, vinagre e sal, quando comparados aos outros ingredientes adicionados nas amostras. Dessa forma, apesar do experimento realizado não ter apresentado uma avaliação sensorial superior ao do experimento padrão, estudos demonstram que os amaciantes de carnes são eficientes na melhora de sua textura. 2.2 EXPERIMENTO 2: SALMÃO NO PAPILLOTE 2.2.1 Gêneros e Materiais Gêneros e materiais Quantidades Salmão sem pele 700 g Manteiga com sal 2 colheres de sopa cheia Azeite para untar a forma Alho 1 dente Salsa 4 ramos Pimenta q.s.p Papel alumínio 01 unidade Tabuleiro 01 unidade 11 2.2.2 Métodos e procedimentos . O salmão foi separado e pesado; . Em um recipiente, foi misturado a manteiga, o dente de alho amassado, a pimenta do reino e a salsa até que formou uma pasta; . Foi cortado 2 pedaços de papel-alumínio, untado com azeite e acomodado uma posta de salmão sobre cada um; . Acrescentou-se 1 colher de sopa da pasta preparada por cima de cada posta de peixe. . As folhas de papel-alumínio foram dobradas sobre as postas, formando um envelope (papillotes) bem fechadas; . A preparação foi pesada antes de assar; . Numa assadeira, os papillotes foram arrumados e levados para assar em forno médio (200 ºC) por aproximadamente 20 minutos; . Transferiu-se os papillotes para os pratos em que foram servidos, foram abertos pelas extremidades, pesados e servidos em seguida. 2.2.3 Análises e resultados Peso salmão (g) Peso prep. Crua (g) Peso prep. Assada (g) FR Perda (%) Suculência Sabor 312 351 251 0,80 Aprox. 20% 4 4 386 425 325 0,84 Aprox. 16% 4 4 Kcal** PTN** CHO** LIP** G. saturada** G. insaturada** Ferro** 521,04 60,21 2,58 30,29 7,70 18,81 0,74 644,42 74,94 3,20 37,48 9,53 23,27 0,92 12 *Suculência: (5) Excelente, (4) Muito bom, (3) aceitável, (2) pouco aceitável, (1) inaceitável. / Maciez: (5) Excessivamente macio, (4) muito macio, (3) macio, (2) pouco macio, (1) duro. **Fonte: TBCA – Tabela Brasileira de composição dos alimentos. Obs.: Valores de calorias, proteínas, carboidratos, lipídios, gorduras e ferro retirados da tabela referente ao salmão cru. 2.2.4 Discussão Existem alimentos que podem ser considerados funcionais. Os alimentos funcionais devem apresentar propriedades benéficas, além das nutricionais básicas, entretanto, são alimentos consumidos em dietas convencionais (TEIXEIRA, 2013). Os alimentos funcionais podem ser classificados quanto à origem ou benefícios aos sistemas fisiológicos (SOUZA, et al., 2003 apud TEIXEIRA,2013). Determinados critérios são considerados para que um alimento seja considerado funcional, são eles: criar efeitos positivos quando consumidos em quantidades não tóxicas, exercer ação metabólica ou fisiológica, e capacidade de ser destinado no tratamento ou cura de doenças (BALDISSERA et al., 2011 apud TEIXEIRA, 2013). Dessa forma, o ômega 3 é considerado um alimento funcional, devido ao seu auxílio na redução arterial, e sua influência nos níveis de HDL e LDL relatados anteriormente. O consumo de peixes, como o atum e o salmão, apresentam os ácidos graxos necessários para esse efeito benéfico, mas devem ser consumidos na quantidade estipulada. O salmão pode ser considerado uma excelente fonte proteica e lipídica, sendo que o perfil predominante de ácidos graxos são os poliinsaturados, tendo como o destaque o ômega-3 (TONIAL , et al.,2010.) O consumo de ômega 3 e ômega 6 reduzem os níveis de LDL, e aumentam o HDL, reduzindo o risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (MARQUES, 2018). Os ácidos ômega 3 e ômega 6 são considerados ácidos essenciais, pois não são sintetizados em nosso organismo, além de exercerem 13 papel importante na função de proteção e redução do risco de inflamação em determinadas doenças(MARQUES,2018). As gorduras monoinsaturadas e poliinsaturadas dos peixes, incluindo o salmão, facilitam a corrente sanguínea e estabilizam os níveis de açúcar no sangue (MARQUES, 2018). Recomenda-se a ingestão de duas porções de peixe por semana, entretanto, se possível, deve-se incluir outras fontes de ômega-3. Os peixes devem ser consumidos assados, cozidos ou grelhados. Evitar seu consumo frito, pois o processo destrói o ômega-3 (FABRI, 2013). Dessa forma, o consumo de peixes, como o salmão e suas preparações, deve ser incentivado, pois apresentam proteínas de alto valor biológico e gorduras benéficas, sendo considerados uma boa alternativa para uma dieta saudável. (DU, 2016b apud MARQUES,2018). No experimento 2 foi proposta uma maneira de preparo do salmão através de assar em forno médio em que se conservaram os valores nutricionais, inclusive os dos ácidos graxos conhecidos como ômega 3 e ômega 6, que são perdidos nas preparações fritas, ao mesmo tempo que se manteve o sabor e a suculência. Desse modo, com base na Técnica Dietética descobriu-se uma maneira de preparo do salmão em que se mantém o sabor e a suculência excelentes sem que se perca os ômega 3 e 6 tão valorizados pela Nutrição e pelo organismo humano. 2.3 EXPERIMENTO 3: FILÉ DE FRANGO À MILANESA SEM FRITURA 2.3.1 Gêneros e Materiais Material Quantidade Medida caseira Frango 370 g 4 fatias Farinha de rosca 100 g 1 xícara Clara de ovo 32 g 32 g Cebola 52 g ¼ Sal q.s.p q.s.p Alho 9 g 4 U 14 Pimenta q.s.p q.s.p Oregano q.s.p q.s.p Óleo de soja 159 g 1 C e 1 Copo americano Prato raso 5 U Frigideira 3 U Travessa para forno 1 U 2.3.2 Métodos e procedimentos . Com temperos a gosto, os temperou-se os filés de frango; . Com o auxílio de um garfo, os filés foram passados em clara batida e depois, passaram em farinha de rosca para empaná-los; . Dois filés empanados foram colocados em uma assadeira pincelada com óleo e levados ao forno em temperatura média 180° por cerca de 20 minutos, após, viraram do outro lado e deixaram por mais 10 minutos; . Fritaram os outros dois filés. 2.3.3 Análises e resultados Peso frango (g) Peso prep. crua (g) Peso prep. pronta (g) FR Perda (%) Suculência Sabor Frango assado 214 g 185 g 0,86 13,55% 3 4 Frango frito 156 g 145 g 0,92 8% 4 4 Suculência: (4) muito suculento, (3) pouco suculento, (2) seco, (1) muito seco. Sabor: (4) muito bom, (3) bom, (2) ruim, (1) sem sabor. 2.3.4 Discussão O frango é um dos alimentos mais consumidos do mundo, e é considerado uma excelente fonte de proteína animal de alto valor biológico e, contém partes com 15 menos gordura e caloria do que as carnes em geral, como o peito de frango. Por efeito, o frango pode ser uma importante alternativa para dietas com restrição de gorduras sem deixar de ser excelente fonte de proteínas, minerais e vitaminas. O frango é um alimento muito versátil com paladar leve que pode ser preparado de várias maneiras, tais como cozido, assado, grelhado, frito, à milanesa ou em outras preparações como frango xadrez e strogonoff. O experimento proposto trouxe a análise duas possibilidades de preparo do frango, uma frita e outra assada. Em ambas foram certificadas e apontadas análises quanto à suculência bem como as perdas obtidas após os diferentes tipos de cocção. Destaca-se que a realização do experimento levou em conta a análise sensorial através de medição da capacidade de despertar o interesse do consumidor através de sensações acerca dos sentidos como o aroma captado pelo olfato e pela boca, o paladar através das papilas gustativas da língua, a crocância atribuída pela visão, audição e paladar, a suculência atribuída pela visão, paladar e tato. Utilizando a técnica de higienização aprendida os alunos começaram o experimento pela higienização do frango a fim de garantir segurança alimentar do alimento e conservação dos seus valores nutricionais. Higienizado o frango passou-se às diferentes formas de preparo. A fritura do frango demonstra ser uma técnica de preparo que proporciona menor perda, 8% (oito por cento) já a técnica de assar em forno apresentou maior perda, 13,55% (treze vírgula cinco por cento). Por pressuposto, a técnica de fritar apresenta maior rendimento do que a técnica de assar ao forno. Em relação à percepção sensorial dos comensais do grupo, notou-se que o frango à milanesa assado manteve sua textura macia devido a ter sido assado em temperatura mais baixa. Esse método é indicado para cortes mais macios e com maior teor de gordura (a fim de garantir a maciez do preparo). 16 Por sua vez, o frango frito, por formar uma crosta externa evita que a gordura do meio penetre muito no frango, bem com evita a saída do suco do frango para o meio externo. Assim, o frango frito é mais suculento do que o frango à milanesa assado. Por consequência, através da análise sensorial, o grupo concluiu que a fritura foi o método que mais agradou e manteve o frango mais suculento. Além disso, sabe-se a fritura é capaz de produzir uma gordura chamada trans (SANIBAL et al, 2002)., que está diretamente relacionada com o aumento de doenças cardiovasculares e contribui para a formação de uma substância cancerígena chamada acroleína. Frituras devem ser consumidas esporadicamente e o óleo utilizado deve ser aquecido o mínimo de tempo possível e nunca reutilizado. A cada reutilização a produção de gordura trans aumenta. Os principais problemas de saúde relacionados com o consumo excessivo de frituras são doenças cardiovasculares, aumento da pressão arterial, câncer, má absorção de nutrientes e diminuição da fertilidade. 2.4 EXPERIMENTO 4: AVALIAÇÃO DO TIPO DE CORTE SOBRE A TEXTURA DA CARNE 2.4.1 Gêneros e Materiais MATERIAL QUANTIDADE Filé Mignon 466g* Sal q.s.p Óleo de Soja q.s.p Alho q.s.p Pimenta Síria q.s.p Faca para Carne 02 Unidades Frigideira 02 Unidades 17 Balança 01 unidade * Medida caseira: 1 bowl cheio 2.4.2 Métodos e procedimentos . As carnes foram separadas em duas porções e eliminadas as aparas; .A primeira porção foi cortada em bifes paralelos às fibras e pesados; . A segunda porção foi cortada em bifes perpendiculares às fibras e pesados; . Os bifes foram fritados, usando o método de calor a seco por 4,5 minutos para que ficassem bem passados. 2.4.3 Análises e resultados Processos Peso Inicial (g) Peso Final (g) FR Perda (%) Suculência Maciez Corte Paralelo 263g 163g 0,61 61,97% 3 4 Corte Perpendicular 201g 141g 0,70 70,14% 4 5 Suculência: (4) muito suculento, (3) pouco suculento, (2) seco, (1) muito seco. Sabor: (4) muito bom, (3) bom, (2) ruim, (1) sem sabor. 2.4.4 Discussão Estabelecendo um paralelo com a anatomia humana, é possível perceber que, o tecido muscular animal - tratando-se de bovinos em específico - detém características similares no que se refere à características funcionais, como o processo de contração muscular através dos filamentos de actina e miosina (LUCHIARI FILHO, 2000). 18 Em relação a composição do tecido muscular, Pardi et al. (1995) afirma que o mesmo é composto por 16 à 22% de proteínas; 1 à 13% de gorduras; 75 à 85% de água; 1,5% de substâncias nitrogenadas não protéicas; 1% de carboidratos e 1% de minerais. Mesmo com a alta quantidade de água presente na composição em relação às proteínas, são estas que determinarão a textura da carne a ser consumida, visto que, por fazerem parte do sistema locomotor do animal (em grande parte) podem apresentar maior ou menor rigidez dependendo do corte, raça, criação do gado e preparo do carne (SARCINELLI; VENTURINI; SILVA, 2007). Tratando do preparo da carne e a relação com o corte de determinada peça, traça-se um paralelo com a anatomia muscular do animal, de modo que é entendido que a influência do corte na separação de peças para o consumo também é primordial para a melhor palatabilidade, visto que melhora a textura da mesma, conforme comprovado pela avaliação sensorial do experimento. As fibras de carnes provenientes de partes dianteiras tendem a serem mais fáceis de visualizar e mais resistentes que a das carnes oriundas de partes traseiras, que são mais nobres O experimento 4 trouxe a importância de se atentar ao corte correto das carnes. Aprendeu-se que o corte mais adequado a garantir maior maciez para as carnes é aquele em que se corta no sentido contrário ou perpendicular às fibras da carne. Essa informação é imprescindível para várias situações, como para cortar e servir carnes mais macias em churrascarias. Com o corte perpendicular, reduz-se a extensão da fibra muscular do animal em relação à sua secção longitudinal, o que poderia dificultar o consumo do alimento pronto. Através desta técnica, a fibra muscular é seccionada em extensões menores, facilitando a mastigação, além de reduzir alguma possível rigidez existente na peça. 19 2.5 EXPERIMENTO 5: EMULSÕES * Maionese de ovo ( Esquerda), e de leite (Direita). 2.5.1 Gêneros e Materiais Material Quantidade Ovos 1 unidade Óleo 1 Litro * Leite 1 Xícara Sal q.s.p Alho q.s.p Salsa q.s.p Liquidificador 01 Unidade * 1 litro de óleo equivale a 5 copos americanos pequenos (copo americano tem capacidade de 200 ml). 20 2.5.2 Métodos e procedimentos A Preparação 01 . Foi batido 01 ovo inteiro no liquidificador em velocidade baixa, acrescentando o óleo em fios e continuando batendo até formar um molho homogêneo e espesso; . O sal foi acrescentado a gosto. B Preparação 02 . A preparação 2 não foi realizada, por erro durante o preparo dos discentes. C Preparação 03 . Bateu-se o leite bem gelado no liquidificador em velocidade máxima, adicionando o óleo em fio aos poucos e batendo sem parar, até engrossar; . Foi acrescentado sal, alho e salsa a gosto. 2.5.3 Análises e resultados Preparação Cor Textura Sabor Separação de Fases Preparação 01 4 1 2 1 Preparação 03 2 3 3 1 21 2.5.4 Discussão O experimento 5 trouxe possibilidades de formar emulsões, que são sistemas heterogêneos a partir da difusão de um líquido imiscível em outro líquido imiscível através de procedimento de energização para a dispersão das gotículas de tais líquidos imiscíveis. O resultado encontrado é que consegue-se formar um sistema visualmente homogêneo mas molecularmente heterogêneo no qual partículas de líquidos imiscíveis se aglomeram através de energização, no caso, bater fortemente os líquidos. No caso, concluiu-se que o leite gelado com o óleo formou emulsão de melhor e mais encorpada textura, talvez pela apolaridade da gordura do leite que combinou com o óleo apolar e se imiscuiu melhor com a gordura presente no leite que é mais homogeneamente distribuída do que ocorre no ovo. Sabe-se que os lipídios possuem a capacidade de se apresentarem de forma insolúvel em ambiente aquoso mas podem apresentar solubilidade em solventes apolares (RODWELL et al., 2017). Entretanto, em determinados casos, existe a necessidade de unir determinados lipídeos de forma estável com outras substâncias anteriormente imiscíveis em relação a esta primeira, de modo a formar uma substância homogênea. Para isso, é necessária a ação de agentes emulsificantes, que apresentam características comuns a ambos os elementos. Neste caso, é possível denominar o agente emulsificante como anfifílico, por possuir uma porção polar (responsável pela interação com a água; hidrofílica) e uma porção apolar, insolúvel em água (hidrofóbica), que estabilizará a solução de forma homogênea (BRUICE, 2006). No caso das emulsões utilizadas nos referidos experimentos, o agente emulsificante relacionado a miscibilidade das substâncias, foi a lecitina, presente tanto no ovo quanto no leite (DOMENE, 2011). Acerca dos fatores nutricionais inerentes ao consumo das emulsões, cabe salientar a utilização do óleo de soja como base para a aquisição do produto final. Sabe-se 22 que o consumo exacerbado ácidos graxos pode ser danoso à saúde geral e, principalmente à saúde cardiovascular, havendo recomendações baseadas no consumo calórico diário (2000 kcal/dia) que variam entre 25% do valor calórico total na ingestão de lipídios, sendo controlada a ingestão de ácidosgraxos saturados (valores abaixo de 7% do valor calórico total) e o equilíbrio no consumo dos demais ácidos graxos e colesterol. Outra perspectiva se baseia na ingestão diária máxima de 35% do valor calórico total; 7-10% deste mesmo valor em ácidos graxos saturados e adequação acerca dos demais lípides (SANTOS et al., 2013). 2.6 EXPERIMENTO 6: MUFFINS *Muffin de ovo. 23 2.6.1 Gêneros e Materiais Material Quantidade Ovos 12 unidades Queijo Ralado* 200g Cebolinha** 50g Tomate 100g Pimentões 100g Cebola 100g Alho 30g Chuchu 100g Abobrinhas 100g Frango Desfiado 200g Azeite de Oliva q.s.p Sal q.s.p Pimenta q.s.p Bolws 4 unidades 2.6.2 Métodos e procedimentos . Pesou-se todos os ingredientes que foram utilizados antes e depois de descascados e/ou removidos as partes; . As hortaliças foram cortadas em pedaços pequenos e douradas em um frigideira com um fio de azeite e alho á gosto; . Em uma panela de pressão, foi colocado o frango com azeite e alho á gosto e dourado, após, acrescentou-se água e esperou a panela cozinhar o frango por 10 minutos; . Após cozimento, o frango foi desfiado e refogado em outra frigideira com cebola, alho e azeite; 24 . Bateu-se os ovos com um garfo e acrescentou sal e pimenta a gosto; . Untou-se com azeite os bolws, no fundo de cada colocou-se na seguinte ordem: uma camada de frango, hortaliças, queijo ralado e cebolinha, enchendo a forma em aproximadamente 2/3; . Em cada Bolws , despejou a mistura dos ovos; . O preparo foi assado durante aproximadamente 15 minutos a 190°C. 2.6.3 Análises e resultados Preparações PB (g) PL (g) Medida Caseira FC FR Abobrinha 100 100 1 Bowl 1 1 Chuchu 100 78 1 Bowl 1,28 0,78 Pimentão 100 100 1 Bowl 1 1 Tomate 100 100 1 Bowl 1 1 Ovos 666 580 12 un 1,14 0,87 Queijo ralado 200 200 1 xic 1 1 Cebolinha 50 50 ½ Xíc 1 1 Muffins 1161 1053 4 Bowl 1,11 0,90 2.6.4 Discussão Ao compreender que uma alimentação completa e rica engloba a ingestão de macro e micronutrientes diversos e em quantidades adequadas para a regulação da boa saúde, entende-se também que a variação e adaptação de cardápios e preparações é essencial para que as melhores características sensoriais sejam obtidas através de diferentes técnicas e possibilidades culinárias. 25 A preparação dos muffins de ovos tem como característica - por sua base de preparação - a composição de proteínas de elevado valor biológico vindas principalmente dos ovos de galinha. De acordo com Mazzuco (2008)o valor biológico (VB) dos ovos está relacionado ao seu conteúdo de aminoácidos essenciais biodisponíveis, estabelecendo este alimento como padrão comparativo para outras fontes de proteína, visto que seu VB corresponde a aproximadamente 93,7%, ou seja, tornando-o utilizável pelo organismo em quase sua totalidade. O albúmen (clara do ovo) carrega a maior parte das proteínas do ovo, sendo a ovoalbumina a principal. A ovotransferrina e ovomucóide apresentam-se em seguida, além de outras proteínas encontradas em menores quantidades, como a ovomucina, ovostatina, avidina, lisozima, etc., apresentam funções biológicas antibacteriana, antimicrobiana, reguladora do sistema imunológico dentre outras (MAZZUCO, 2008). Além disso, é necessário ressaltar a presença de hortaliças no preparo dos muffins, que reflete diretamente na presença de elementos necessários para a manutenção de diversas funções do organismo humano. É possível citar como exemplo o licopeno, um pigmento que confere a coloração vermelha aos tomates presentes na receita e tem por característica funcional, a ação antioxidante e a redução na ocorrência de alguns tipos de câncer (CARVALHO et al., 2006). Acerca da vitamina C (ácido ascórbico), pode-se destacar o pimentão como fonte desta, que é responsável por várias funções no organismo, como a formação de colágeno, absorção de ferro e prevenção ao escorbuto (CARVALHO et al., 2006). Além disso, em destaque com relação à cebola, também utilizada como ingrediente desta preparação, é possível dialogar a respeito da inulina, um carboidrato complexo da classe das frutanas, que mostra características similares às das fibras solúveis, podendo reduzir os lipídios circulantes e regular a glicose sanguínea, além de 26 apresentar ação probiótica em ação positiva na composição microbiana do trato gastrointestinal (CAUSEY et al., 2000). Com isso, fica evidente que a produção de pratos e alimentos com ingredientes relativamente simples não remonta à pobreza nutricional, mas sim, leva à reflexão de que é necessário variar e adicionar elementos aos cardápios diários, com vistas a ingestão completa ou mais próxima dos níveis ideais de vitaminas e minerais, muitas vezes desconsiderados em contextos comuns. No experimento 6 foram produzidos muffins através da combinação de diversas hortaliças com fontes proteicas animais como ovos, queijo e frango. Os muffins se apresentam como sendo uma possibilidade diferente de refeição completa (macro e micro elementos presentes) com cara de lanche ou mesmo uma excelente alternativa de lanche saudável. O muffin, por ter um teor menor de carboidrato, pode ser utilizado como possibilidade adequada a uma dieta com restrição de carboidratos ou com restrição de farinhas, sem, no entanto, perder em sabor e aceitabilidade. 27 2.7 EXPERIMENTO 7: OVOS *Preparação com ovo. 2.7.1 Gêneros e Materiais Material ovos Quantidade Medida caseira Ovos 8 U 8 U Leite 30 ml 2 C Bacon 4 Fatias 4 Fatias Molho inglês 5 ml 1 Cc Queijão parmesão 20 g 2 C Óleo de soja q.s.p q.s.p Sal q.s.p q.s.p Pimenta q.s.p q.s.p Plástico filme q.s.p Prendedor 2 U Material fritada Batata 331 g 2 U Sal q.s.p q.s.p Cebola 1 U 1 U Ovo 6 U 6 U 2.7.2 Métodos e procedimentos 28 A Preparação: Ovo Pochê (no saquinho plástico) . Cortaram um quadrado de plástico-filme e colocaram dentro de um pote de cerâmica; . Untaram o plástico com um pouco de óleo; . Quebraram o ovo dentro do plástico, delicadamente, para que a gema não se rompesse; . Juntaram as pontas do plástico, enrolaram e prenderam com um prendedor de roupa,mantendo cuidado com a gema; . Colocaram a “trouxinha” dentro de uma panela com água fervente. Deixaram cozinhar em fogo médio por cerca de 4 min, fazendo movimentos circulares; . Com uma escumadeira, transferiram o ovo, ainda no plástico, para uma tigela com água fria para facilitar a abertura; . Tiraram a “trouxinha” da água; . Abriram a “trouxinha” em um recipiente; B Preparação: Ovo Pochê (na água) . Em uma frigideira funda antiaderente com tampa, colocaram mais ou menos 5 cm de água para ferver; . Diminuíram a chama do fogo e colocaram os ovos cuidadosamente; . Tampou-se a panela e desligou-se o fogo ao iniciar a fervura; . Aguardaram 4 minutos e retiraram os ovos da panela; . Foi então, retirado o excesso de água com um papel absorvente; 29 . Colocaram o ovo poché em um recipiente. C Preparação Ovo frito no óleo vegetal . Coloram a frigideira em fogo baixo, e acrescentaram quantidade suficiente de óleo. . Acrescentaram o ovo com cuidado; . Tamparam e mantiveram-na em fogo baixo tempo necessário para o cozimento; . Retiraram-na com a espátula; . O excesso de óleo foi removido com um papel absorvente; . Então, colocaram o ovo frito em um recipiente. C Preparação Ovo assado ao forno . As fatias de bacon foram fritadas sem óleo até dourarem e escorreram- nas sobre papel absorvente; . Picaram o bacon grosseiramente e distribuíram em 2 tigelinhas refratárias individuais. Regaram com um pouco de molho inglês e adicionaram cuidadosamente um ovo em cada tigela; . Salpicaram sal e pimenta-do-reino, cobriram cada uma com 1 colher de leite e polvilharam o parmesão; . Colocaram em uma assadeira e levaram ao forno quente por cerca de 12 minutos. C Preparação Fritada 30 . Descascaram e cortaram as batatas; . As batatas foram fritas em óleo quente até dourar; . Escorreram as batatas em papel toalha e então polvilharam, ao fim, reservaram; . A cebola foi refogada em óleo até que ficasse transparente; . Em uma tigela, misturaram os ovos, a cebola e a batata frita; . Aqueceram uma colher de sopa de óleo em uma frigideira, e então despejaram a mistura; . Mantiveram a mistura em fogo médio-baixo até dourar; . Viraram a fritada com auxílio de um prato, e então, deixaram dourar o outro lado. 2.7.3 Análises e resultados Batata Frita Preparação Cor Textura Sabor Aroma Ovo poché no saquinho 3 1 4 3 Ovo poché 3 2 3 3 Ovo frito 2 4 4 3 Ovo ao forno 4 3 4 4 Cor: 4 intensa; 3 pouco intensa; 2 clara; 1 descorado. Textura: 4 crocante; 3 pouco crocante; 2 macia; 1 semi-crua. Sabor: 4 saborosa; 3 pouco saborosa; 2 sem sabor; 1 ruim.Aroma: 4 intenso; 3 pouco intenso; 2 sem aroma; 1 ruim. Fritada Peso liquido Peso final FR Textura Oleosidade 540 g 513 g 0,95 3 1 Textura: 4 crocante; 3 pouco crocante; 2 macia; 1 murcha. Oleosidade: 4 intensa; 3 pouco intensa; 2 muito pouca; 1 nenhuma. Batata Frita 31 Peso bruto Peso líquido FC Peso óleo inicial Peso óleo final 331 g 279 g 1,18 140 g 105 g Peso papel inicial Peso papel final Peso óleo absorvido Peso batata final FR 6 g 11 g 5 g 171 g 0,61 2.7.4 Discussão O experimento 7 demonstra possibilidades de preparo de ovo tipo “frito”sem a adição de óleo de fritura. O ovo poché no saquinho e em água apresentaram sabor e aroma ótimos a excelentes mas deixaram a desejar na textura. Contudo o ovo assado ao forno apresentou-se com aroma melhor que o frito embora textura um pouco aquém do frito. Por conseguinte, entende-se que foram apresentadas diversas possibilidades de se obter um ovo tipo “frito” ou com sabor e textura semelhantes sem que para isso seja necessário submeter o alimento à fritura. Esse conhecimento torna-se muito importante para o manejo dietético de pacientes com restrição de frituras e será muito relevante no futuro exercício da Nutrição. No que toca à fritada e às batatas fritas, entende-se que a fritada parecer uma alternativa mais saudável e não menos saborosa que a batata frita. Na fritada além da batata como carboidrato, juntou-se uma excelente fonte de proteína, que é o ovo e ainda uma hortaliça que agrega por ser uma fonte de fibra e de vitaminas. A fritada parece um prato bastante importante para ser oferecido a crianças que gostam muito de batatas fritas e é mais nutritiva que estas. Assim, é uma substituição deliciosa a ser apresentada aos pacientes no futuro exercício da Nutrição. O experimento teve como objetivo, apresentar alguns dos preparos que são possíveis com a utilização de ovos de galinhas, esse é tipo de ovo mais consumido em todo o mundo, por ser de um preço mais acessível e também ter alto valor nutricional, a tempos atrás, ele era visto como um vilão na alimentação das pessoas, 32 devido ao colesterol que é presente em sua gema, em novos estudos foi possível observar que na realidade o ovo tem uma substância chamada lecitina, substância responsável por intervir na absorção de colesterol no intestino, sendo assim impedindo altos níveis do mesmo na corrente sanguínea. Dentre os tipos de cocções, destaca-se o ovo frito, mexido, cozido, pochê, assado, na forma de omelete e suflês, além de ser um ingrediente de diversas preparações. Os aspectos nutritivos do ovo de galinha são amplos. É uma fonte rica em proteínas de alto valor biológico, gorduras insaturadas, vitaminas lipossolúveis (principalmente vitamina A e E), vitamina B12 e componentes antioxidantes. (SciELO, 2017) Nessa aula, foram realizados os seguintes preparos, ovo poché, ovo poché no saquinho, ovo frito, ao forno e fritada espanhola. Pode-se concluir que o ovo pode apresentar diferentes tipos de textura e coloração de acordo com sua forma de preparo. Ao final dessa aula, foi iniciada uma análise referente as características sensoriais dos alimentos. A composição dos ovos e formas de preparos são ações muitos importantes para estudos mais aprofundados do mesmo, devido ao seu colesterol, o ovo é frequentemente envolvido em notícias polêmicas. Existem duas vertentes, uma mais cautelosa e outra que superestima opotencial do ovo como alimento. Em seu consumo é necessário consumi-lo sem exageros devido ao seu colesterol, entretanto, deve-se considerar o estilo de vida como um todo. No que toca à fritada e às batatas fritas, entende-se que a fritada parecer uma alternativa mais saudável e não menos saborosa que a batata frita. Na fritada além da batata como carboidrato, juntou-se uma excelente fonte de proteína, que é o ovo e ainda uma hortaliça que agrega por ser uma fonte de fibra e de vitaminas. A fritada parece um prato bastante importante para ser oferecido a crianças que gostam muito de batatas fritas e é mais nutritiva que estas. Assim, é uma substituição deliciosa a ser apresentada aos pacientes no futuro exercício da Nutrição. 33 3- CONCLUSÃO Através dos experimentos propostos foram colhidos resultados diversos que, por suas vezes, foram objeto de análise sob os parâmetros e técnicas aprendidos nas aulas de Técnica Dietética. Com base nas situações e nos experimentos postos foram estabelecidos conhecimentos e apresentadas soluções para um preparo mais adequado dos alimentos. Dessa forma, aprendeu-se como a Técnica Dietética auxilia no preparo dos alimentos, dá ferramentas de melhoria dos alimentos e proporciona saídas sensoriais, nutricionais, dietéticas, digestivas, operacionais, higiênicas e econômicas viáveis para melhorar a aceitação e resolver problemas no preparo dos alimentos. A assertiva acima é ratificada pelo primeiro experimento, amaciantes de carnes bovinas, que, a depender do corte, por vezes tem textura "rígida ou dura". Quando tais carnes mais rígidas são submetidas a técnicas dietéticas utilizando processos e substâncias amaciantes, o resultado obtido é que a carne torna-se mais macia e aceitável. Por efeito, aprendeu-se que a utilização de processos e substâncias amaciantes é uma técnica eficaz para tornar carnes, a princípio duras e difíceis de mastigar, em carnes macias, mais palatáveis e mais aceitáveis. No experimento 2 foi proposta uma maneira de preparo do salmão através de assar em forno médio em que se conservaram os valores nutricionais, inclusive os dos ácidos graxos conhecidos como ômega 3 e ômega 6, que são perdidos nas preparações fritas, ao mesmo tempo que se manteve o sabor e a suculência. Desse modo, com base na Técnica Dietética descobriu-se uma maneira de preparo do salmão em que se mantém o sabor e a suculência excelentes sem que se perca os ômega 3 e 6 tão valorizados pela Nutrição e pelo organismo humano. 34 No experimento 3 foi proposta uma maneira de preparo do filé de frango em que se buscou alternativa para a preparação frita, no caso, assar filés empanados em fogo brando. O resultado obtido é que a alternativa assada manteve o sabor daquela frita mas perdeu um pouco na suculência. No entanto, há de se ressaltar que a alternativa assada teve ainda uma ótima aceitação. O experimento 4 trouxe a importância de se atentar ao corte correto das carnes. Aprendeu-se que o corte mais adequado a garantir maior maciez para as carnes é aquele em que se corta no sentido contrário ou perpendicular às fibras da carne. Essa informação é imprescindível para várias situações, como para cortar e servir carnes mais macias em churrascarias. O experimento 5 trouxe possibilidades de formar emulsões, que são sistemas heterogêneos a partir da difusão de um líquido imiscível em outro líquido imiscível através de procedimento de energização para a dispersão das gotículas de tais líquidos imiscíveis. O resultado encontrado é que consegue-se formar um sistema visualmente homogêneo mas molecularmente heterogêneo no qual partículas de líquidos imiscíveis se aglomeram através de energização, no caso, bater fortemente os líquidos. No caso, concluiu-se que o leite gelado com o óleo formou emulsão de melhor e mais encorpada textura, talvez pela apolaridade da gordura do leite que combinou com o óleo apolar e se imiscuiu melhor com a gordura presente no leite que é mais homogeneamente distribuída do que ocorre no ovo. No experimento 6 foram produzidos muffins através da combinação de diversas hortaliças com o fontes proteicas animais como ovos, queijo e frango. Os muffins se apresentam como sendo uma possibilidade diferente de refeição completa (macro e micro elementos presentes) com cara de lanche ou mesmo uma excelente alternativa de lanche saudável. 35 O muffin, por ter um teor menor de carboidrato, pode ser utilizado como possibilidade adequada a uma dieta com restrição de carboidratos ou com restrição de farinhas, sem, no entanto, perder em sabor e aceitabilidade. O experimento 7 demonstra possibilidades de preparo de ovo tipo “frito”sem a adição de óleo de fritura. O ovo poché no saquinho e em água apresentaram sabor e aroma ótimos a excelentes mas deixaram a desejar na textura. Contudo o ovo assado ao forno apresentou-se com aroma melhor que o frito embora textura um pouco aquém do frito. Por conseguinte, entende-se que foram apresentadas diversas possibilidades de se obter um ovo tipo “frito” ou com sabor e textura semelhantes sem que para isso seja necessário submeter o alimento à fritura. Esse conhecimento torna-se muito importante para o manejo dietético de pacientes com restrição de frituras e será muito relevante no futuro exercício da Nutrição. No que toca à fritada e às batatas fritas, entende-se que a fritada parecer uma alternativa mais saudável e não menos saborosa que a batata frita. Na fritada além da batata como carboidrato, juntou-se uma excelente fonte de proteína, que é o ovo e ainda uma hortaliça que agrega por ser uma fonte de fibra e de vitaminas. A fritada parece um prato bastante importante para ser oferecido a crianças que gostam muito de batatas fritas e é mais nutritiva que estas. Assim, é uma substituição deliciosa a ser apresentada aos pacientes no futuro exercício da Nutrição. Como visto, a aula trouxe muitos aprendizados e alternativas saborosas e nutritivas consagradas pela Técnica Dietética que auxiliam o manejo dietético de pacientes de diferentes condiçõese com diversas necessidades sem perder o sabor e a aceitabilidade. 36 4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRUICE, P.Y.. Química Orgânica . vol. 4. São Paulo: Person Prentice Hall, 2006. 641 p. CARVALHO, P. G.; MACHADO, C. M. M., MORETTI, C. L.; FONSECA, M. D. N.. Hortaliças como alimentos funcionais . Horticultura Brasileira, 24 ed. 2006, p. 397-404. CAUSEY JL; FEIRTAG JM; GALLAHER DD; TUNGLAND BC; SLAVIN JL. Effects of dietary inulin on serum lipids, blood glucose and the gastrointestinal environment in hypercholesterolemic men. 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