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Resumo Princípios de Cirurgia e Reparação Tecidual • Os tecidos humanos possuem propriedades geneticamente determinadas que tornam suas respostas à lesão geralmente previsíveis. Devido a essa previsibilidade os princípios da cirurgia, que ajudam a aperfeiçoar o meio de cicatrização do corte, foram desenvolvidos através de pesquisa básica e clínica. • A maior parte das decisões importantes para realização dos procedimentos transoperatórios compete a reflexão das várias etapas do diagnóstico; • A identificação de vários fatores na história médica do paciente levantando os vários sinais e sintomas estabelecem o ponto inicial da avaliação pré-cirúrgica. • Durante o processo de coleta de informações através de entrevista com paciente, exames físicos, de imagem, laboratoriais que somados a ficha de anamnese registrados em formulários, permite a formação de hipóteses diagnósticas e possíveis doenças assim também como eliminar aquelas incompatíveis com os dados apresentados. • Existem uma pequena diferença entre necessidades básicas para realização da cirurgia e ações necessárias requeridas para a realização da mesma; • Os dois requerimentos principais são: (1) Visibilidade adequada e (2) Assessoramento. (1) depende de três fatores: a) Acesso adequado que consiste no afastamento dos tecidos sem lacerá-los evitando maiores danos, abertura de boca do paciente, como o acesso criado cirurgicamente; b) Luz adequada evitando a obstrução da luz por parte do operador, ou a utilização de fotóforos acoplados a cabeça do cirurgião. c)campo cirúrgico livre de excesso de sangue, isso implica na utilização correta do sugador de alta potência, assim como, o assistente seja capaz de antecipar o auxilio dos procedimentos transoperatórios; • (2) Assessoramento implica na utilização daquela frase: “Um bom auxiliar é um bom cirurgião em potencial”; • As técnicas assépticas ou assepsia cirúrgica consiste na tentativa de impedir que os micróbios acessem a ferida criada cirurgicamente; • Muitos procedimentos cirúrgicos orais e maxilofaciais precisam de incisões, o planejamento adequado das mesmas consiste desde da seleção adequada da lâmina a empunhadura correta do instrumental como também a dificuldade de acesso da região a ser incisada, além de 2 na prevenir situações de necrose, deiscência e dilaceração, são baseados em cinco princípios; • Primeiro princípio: lâmina afiada e de tamanho adequado; O embotamento da lâmina depende da resistência dos tecidos excisados (osso, ligamentos, gengiva) a proporção na qual a lâmina embota há necessidade de substituição mesmo durante o procedimento transoperatório; • Segundo princípio: golpe firme e contínuo em ângulo de 90 graus com movimento apenas do punho sem uso do antebraço proporciona secção quadrada do corte facilitando a coaptaçõa das bordas da ferida; • Terceiro princípio: evitar o corte de estruturas vitais tais como: vasos de maior calibre, nervos, respeitando a microanatomia de cada região principalmente na utilização de bisturi e fresas na proximidade de estruturas tais como: lábios e mucosas; • Quarto princípio: incisões em superfícies epiteliais, onde a reaproximação dos tecidos dependem de incisões em superfícies epiteliais com lâmina em posição perpendicular a superfície, diminuindo a suscetibilidade de necrose das bordas; • Quinto princípio as incisões devem ser realizadas em gengivas inseridas e osso saudável ou seja distante do osso ou tecido danificado oferencendo melhor suporte para cicatrização do corte, incisões aplicadas próxima do dente a ser extraído devem ser feitas dentro do sulco gengival; • Manipulação dos tecidos são feitos para conseguir acesso cirúrgico ou mesmo mover tecidos de um local para o outro, havendo a necessidade de um correto desenho do retalho devendo seguir algumas regras; • (1) O cume (ponta) do retalho não deve nunca ser maior que a base, a não ser que a artéria principal esteja presente na base. • (2) Geralmente, o comprimento de um retalho deve ter não mais que duas vezes a largura da base. Preferencialmente, a largura da base deve ser maior que o comprimento do retalho; • (3) Quando possível, um fornecimento de sangue axial deve ser incluído na base do retalho; • (4) A base dos retalhos não deve ser excessivamente torcida, esticada ou apertada com qualquer coisa que possa danificar os vasos; • Prevenção de Deiscência do retalho: A deiscência (separação) da margem do retalho é prevenida pela aproximação das bordas do retalho sobre o osso saudável, ao manusear gentilmente as bordas do retalho, e não colocando o retalho sobre pressão; • Prevenção da Dilaceração do retalho: é uma complicação comum consequente de um retalho que ofereceu acesso insuficiente, devendo evitar o rompimento forçado para estender a incisão; 3 • Manipulação dos tecidos é a diferença entre um resultado cirúrgico excelente consiste em como o CD manuseia os tecidos, uso de incisão apropriada e técnicas de confecção de retalho, manuseio de forma cuiudadosa, os tecidos não devem serem retraídos agressivamente para ganhar maior acesso cirúrgico isso caracterizaria falha no planejamento da incisão; • Cortes abertos sempre devem ser umedecidos com solução salina ou frequentemente cobertos com gaze úmida; • A hemostasia do corte pode ser obtido através de quatro meios: o O primeiro é auxiliando mecanismos hemostáticos naturais. Geralmente realizado utilizando uma esponja de tecido para colocar pressão nos vasos que estão sangrando ou colocando um hemostático em um vaso; o Um segundo meio de obter hemostasia é pelo uso do calor para fundir a ponta dos vasos cortados (coagulação térmica). § (1) O paciente deve estar aterrado para permitir que a corrente entre em seu corpo; § (2) a ponta do cautério e qualquer instrumento de metal que a ponta do cautério tocar não pode tocar o paciente em nenhum ponto que não seja o local do sangramento do vaso; § (3) a terceira necessidade para a coagulação térmica é a remoção de qualquer sangue ou fluido que tenha acumulado em torno do vaso a ser cauterizado. o O terceiro meio de ministrar hemostase cirúrgica é através de ligadura. Se um vaso de tamanho considerável for cortado, cada ponta é segurada com um hemostato. o O quarto meio para ministrar hemostase é colocar no corte substâncias de vasoconstrição, tais como, epinefrina, ou aplicar pró-coagulantes; • Manejo do espaço morto - Espaço morto em um corte é qualquer área que permanece desprovida de tecido após o fechamento do corte. Geralmente. preenche com sangue, o que cria um hematoma com grande potencial para infecção. Pode ser eliminado de quatro formas: o (1) A primeira é suturar os planos; o (2) A segunda forma é colocar um curativo compressivo sobre o corte reparado. o (3) A terceira forma de eliminar espaço morto é colocar uma vedação no vácuo até que o sangramento pare e então remover a vedação. o (4) A quarta forma de evitar espaço morto é o uso de drenagem, por eles mesmos, ou com adição de curativos compressivos. Drenos 4 de sucção removem continuamente todo o sangue acumulado em um corte até que o sangramento pare e os tecidos se unam, eliminando qualquer espaço morto; • Para entendermos a descontaminação e o debridamento das feridas precisa-se ter em mente que as bactérias invariavelmente contaminam todos os cortes abertos em um ambiente externo ou oral. Devido o risco de infecção estar relacionado com aumento do tamanho de uma inoculação, uma maneira de diminuir é irrigar repetidamente o corte durante a cirurgia e o fechamento do corte. • A irrigação particularmente feita sob pressão com solução salina desaloja inúmeras bactérias e outros materiais externos os enxaguando para fora do corte. Não são descartadas para irrigação soluções contendo antibióticos, mas a maioria dos cirurgiões utilizam o soro fisiológico esterilizado ou água destilada esterilizada. • Debridamento docorte é a remoção cuidadosa dos tecidos severamente esquemicos e necrosados, pois todo material externo lesado impedirá o corte de cicatrizar. Em geral é utilizado durante cortes ocorridos traumaticamente ou dano severo por condição patológica. • Controle de edema – edema é o acumulo de fluídos no espaço intersticial devido a trasudação de vasos danificados e obstrução linfática pela fibrina; • Duas variáveis ajudam a determinar o edema pós cirúrgico: o (1) Quanto maior a quantidade de lesão tecidual maior a quantidade de edema; o (2) quanto mais solto o tecido conjuntivo contido na região lesionada, maior o edema; • Para minimizar tais processos o CD pode controlar a quantidade de tecidos lesados de modo a não comprometer a visualização adequada; • Alguns acreditam que a aplicação de gelo em uma área recém ferida diminui a transudação e o edema, no entanto, nenhum estudo controlado verificou a eficácia desta prática. • A manutenção do paciente com a cabeça mais elevada que os pés também é utilizada para controle do edema; • A curto prazo altas doses de corticosteroides sistêmicos é extremamente efetiva quando administrada inicialmente antes que o tecido seja lesado; • Estado geral da saúde cicatrização de feridas do paciente depende da capacidade do paciente resistir a infecções, o corpo precisa fornecer matéria prima para execução dos processos celulares reparadores; • Inúmeras condições médicas prejudicam a capacidade do paciente a resistir a infecção e ou cicatrizar cortes entre elas: 5 o Condições que estabelecem um estado catabólico de metabolismo que impedem a entrega de oxigênio ou nutrientes aos tecidos ou que requerem a administração de alguma droga que interferem com células imunológicas ou cicatrização de cortes; o A diabetes Tipo I mal controlada, doenças hepáticas ou renais em estágio final, DPOC ( Doença pulmonar obstrutiva crônica) grave, insuficiência cardíaca congestiva (ICC)descompensada e o alcoolismo, terapias com corticosteroides por longo prazo podem contribuir pra indução de um estado de catabolismo; • O CD pode ajudar a aumentar as chances de ter uma cicatrização normal observando anteriormente o estado de saúde geral antes do procedimento cirúrgico, melhorando o estado nutricional dando a ele um equilíbrio positivo de nitrogênio e estado metabólico anabólico. • A lesão tecidual pode ser causada por condições patológicas ou eventos traumáticos. É Possível controle sobreo dano tecidual patológico tal como a possibilidade de infecção da ferida; Reparo de Feridas A lesão tecidual pode ser causada por condições patológicas ou eventos traumáticos. O cirurgião-dentista tem certo controle sobre o dano tecidual patológico como a possibilidade de uma infecção da ferida. O que será discutido será maneiras em que a lesão tecidual perioperatória ocorre e os eventos normalmente presentes durante a cicatrização dos tecidos moles e duros. As lesões traumáticas podem ser a causadas por danos físicos e químicos, o quadro abaixo sintetiza as principais causas de danos nos tecidos: 6 Epitelização e o reparo de feridas O epitélio ferido tem uma capacidade regenerativa geneticamente programada, restabelecendo sua integridade através da proliferação, migração e de um processo conhecido por INIBIÇÃO POR CONTATO. Se o epitélio de ambas as paredes do seio e a mucosa oral ficarem lesionados, ele começa a se proliferar em ambas as áreas. Neste caso, a primeira margem epitelial livre do seio do epitélio que pode entrar em contato é a mucosa oral, criando assim uma fístula oroantral (um trajeto entre o epitélio da cavidade oral e do seio maxilar). Células malignas perderam seu recurso de inibição por contato o que mostra a importância deste processo. Etapas da cicatrização de feridas Etapas inflamatória – processo inflamatório dura em torno de 3 a 5 dias. A fase inflamatória apresenta duas fases: (1) Fase Vascular e (2) Celular. (1) Vascular – ocorre vasoconstrição inicial ( vasos interrompidos) em seguida a coagulação e diminuição do fluxo de sangue no local da ferida, a histamina e prostaglandina E1 e E2 considerados mediadores químicos produzidas pelos glóbulos brancos promove vasodilatação endotelial favorecendo a migração de plasma e leucócitos para o interstício, o plasmas transudado rico em fibrina provoca obstrução dos vasos linfáticos o aumento do plasma transudado dilui os agentes contaminantes, chamamos esta coleção de fluídos de EDEMA. Observa-se os principais sinais da inflamação: eritema, Inchaço (edema) com dor, calor e perda de função. A dor e perda de função tem causas específicas: calor e eritema causados pela vasodilatação, o inchaço: transudação do flúido e a dor e perda de função: substâncias liberadas pelos leucócitos tais como: histaminas, cininas e prostaglandinas aumentam a pressão do edema. 7 (2) Celular: desencadeia-se pela ativação do complemento sérico por trauma dos tecidos. Os resultados da divisão do complemento C3a e C5a atuam como fatores quimiotáticos acionando os leucócitos polimorfonucleares ( neutrófilos) para ficar ao lado das veias sanguíneas (marginação), que após migrarem dos vasos por diapdese. Uma vez em contato com materiais estranhos os neutrófilos liberam o conteúdo de seu lisossomo as proteinases enzimas específicas destruindo bactérias e outros agentes estranhos e para digerir tecido necrosado. A remoção de detritos também é auxiliada pelos monócitos. Na fase inflamatória o principal material que mantem a ferida colabada é a fibrina, pela pouca quantidade de colágeno, deste modo, a ferida nesta fase apresenta pouca resistência a tração. Na etapa fibroblástica – os fios de fibrina da coagulação formam uma trama de em que os fibroblastos começam a estabelecer as substâncias basilares e tropocolágeno. Esta é a fase fibroplástica desta fase. - Substância basilares compostas por por vários mucopolissacarídeos, que vão atuar para compactar as fibras de colágeno. Os fibroblastos transformam células mesenquimais indiferenciadas locais e circulantes que começam a produção de colágeno no terceiro e quarto dia após a lesão do tecido. Os fibroblastos também secretam fibronectina (apresenta várias funções) que ajuda a estabilizar a fibrina, ajuda no reconhecimento do material estranho, atua como fator quimiotático para os fibroblastos e ajuda a guiar os macrófagos ao longo da cadeia de fibrina para eventual fagocitose se fibrina pelos macrófagos. A rede de fibrina também é utilizada por novos capilares que brotam de vasos existentes conforme a fibroplasia continua, ocorre a fibrinólise, que é causada pela plasmina trazida pelos novos capilares removendo as cadeias de fibrina que se tornaram inúteis. Apesar da má organização do colágeno os fibroblastos depositam tropocolágeno de maneira a ocorrer a produção de colágeno em grande quantidade e fixado de forma aleatória. Durante a etapa de fibroplasia em média de 2 a 3 semanas a ferida aumenta drasticamente sua resistência. 8 Clinicamente no fim da etapa de fibroplasia será rígida pela quantidade de colágeno, eritematosa pela grande quantidade de novos vasos e capaz de suportar de 70 a 80% tanto a tensão quanto o tecido não lesionado. Etapa de remodelação Na fase final do reparo de ferida como é conhecida esta fase para alguns são chamadas de maturação da ferida, anteriormente composta por muitas fibras colágenas desorganizadas dão espaço a substituição de novas fibras para melhor resistir as forças de tensão gradualmente por conta da orientação mais eficiente das fibras de colágeno, de maneira que um número menor delas é necessário, o que permite que a cicatriz amoleça, a vascularização é diminuída por conta da diminuição do metabolismo e eritema a perda de flexibilidade no local da cicatriz é resultado da não substituição da elastina durante a cicatrização. O último processo, que começapróximo ao final da fibroplasia e continua durante a parte inicial da remodelação é a contração da ferida. Significância cirúrgica da cicatrização de feridas O objetivo do cirurgião-dentista em relação à cicatriz não é preveni-la, mas, ao contrário, produzir uma cicatriz que minimize a perda de função e que tenha uma aparência tão discreta quanto possível. Fatores que prejudicam a cicatrização Corpo estranho – causam três problemas básicos: bactérias podem proliferar e causar uma infecção por liberar proteínas bacterianas destruindo o tecido do hospedeiro. Em segundo lugar objetos estranhos atuam como paraiso para bactérias, protegendo-as de defesas do hospedeiro, promovendo assim a infecção. Em terceiro o corpo estranho é antigênico e pode estimular uma reação inflamatória crônica. Tecido necrosado - O primeiro é que sua presença serve como uma barreira para o crescimento interno de células reparadoras. A fase inflamatória é então prolongada, enquanto os glóbulos brancos do sangue 9 trabalham para remover os restos necrosados pelos processos de lise enzimática e fagocitose. O segundo problema é que, semelhante ao material estranho, o tecido necrosado serve como um nicho protegido para as bactérias. O tecido necrosado frequentemente inclui sangue recolhido na ferida (hematoma), no qual pode servir como uma excelente fonte de nutriente para as bactérias. Isquemia - A isquemia da ferida diminui o fornecimento de oxigênio e de nutrientes necessários para uma boa cicatrização. Pode ser causada por vários aspectos, incluindo suturas apertadas ou localizadas incorretamente, retalhos projetados inadequadamente, excessiva pressão externa na ferida, a pressão interna na ferida (vista, p. ex., em hematomas), hipotensão sistêmica, doença vascular periférica e anemia. Tensão - Se as suturas são deixadas por muito tempo na tentativa de ultrapassar a tensão da ferida, ela ainda tenderá a abrir totalmente durante a etapa de remodelação na cura, e o tratamento dentro do epitélio através do funcionamento das suturas irá epitalizar, deixando marcas permanentes e desfigurantes. Cicatrização por Intenções Primárias, Secundárias e Terciárias. Primária - as margens de uma ferida em que não há perda de tecido são colocadas e estabilizadas essencialmente na mesma posição anatômica que tinham antes da lesão, permitindo curar-se. Secundária - implica que seja deixado um intervalo entre as margens de uma incisão ou dilaceração, ou entre o osso ou extremidades nervosas após a reparação, ou implica que ocorra a perda de tecido numa ferida para prevenir a aproximação das extremidades da ferida. Essas situações exigem uma grande quantidade de migração epitelial, deposição de colágeno, contração e remodelação durante a cicatrização. A cura é lenta e produz mais cicatrizes que no caso com a cura por intenção primária. Exemplos de feridas que curaram através da intenção secundária incluem cavidades de extração, fraturas mal reduzidas, úlceras profundas e grandes lesões por avulsão em qualquer tecido mole. Terciária – termo designado a cura de feridas através da utilização de enxertos de tecidos para cobrir grandes feridas e diminuir a distância entre as margens. 10 Cicatrização alvéolos Pós-extração – após a remoção o alvéolo enche-se de sangue, que coagula e veda o ambiente oral. A fase inflamatória ocorre durante a primeira semana com crescimento de fibroblastos e vasos, o epitélio migra por toda a parede do alvéolo até atingir um nível em que entre em contato com com epitélio do outro lado do alvéolo. A segunda semana é marcada pela grande quantidade de tecido de granulação que preenche o alvéolo a deposição de osteóide começou ao longo do osso alveolar que reveste o alvéolo. Os processos iniciados durante a terceira e quarta semanas de cicatrização, com epitelização na maioria dos alvéolos completa neste momento. O osso cortical continua a ser reabsorvido da crista e das paredes do alvéolo, e um novo osso trabecular é fixado através do alvéolo. Somente de 4 a 6 meses após a extração é que o osso cortical reveste o alvéolo, em geral, totalmente reabsorvido; isto é reconhecido radiograficamente por uma perda distinta de lâminas duras. Como o osso preenche o alvéolo, o epitélio move-se em direção à crista e, eventualmente, encontra-se em nível com a gengiva da crista adjacente. O único vestígio visível do alvéolo depois de 1 ano é o aro das fibras (cicatrizes) teciduais que permanecem desdentados na crista alveolar. Cicatrização óssea - Os eventos que ocorrem durante a cicatrização normal de feridas em lesões de tecidos moles (p. ex., inflamação, fibroplastia e remodelação) também ocorrem durante o reparo de um osso lesionado. No entanto, ao contrário dos tecidos moles, osteoblastos e osteoclastos também estão envolvidos na reconstrução e remodelação do tecido ósseo danificado. Células osteogênicas (osteoblastos) importantes para a cicatrização óssea são derivadas das três fontes a seguir: (1) periósteo, (2) endósteo e (3) da circulação de células mesenquimais pluripotentes. Os osteoclastos, derivados de células monócitas precursoras, têm a função de reabsorver um osso necrosado e um osso que precisa ser remodelado. Os osteoblastos, em seguida a osteoide, se imobilizados durante a cicatrização, geralmente vão para calcificar. Os termos intenção primária e secundária são apropriados para descrições de reparação óssea. Se um osso é fraturado* e suas extremidades livres são mais ou menos 1 milímetro (mm) afastadas, o osso cicatriza por intenção secundária, isto é, durante a etapa de cicatrização da fibroplasia, uma grande quantidade de colágeno necessariamente se fixará como ponte para a fenda no osso (Fig. 4-6). Os fibroblastos e os osteoblastos atualmente produzem tanta matriz fibrosa que a cicatrização do tecido estende-se circunferencialmente para além das extremidades livres do osso e forma o que é chamado de calo (Fig. 4-7). Sob condições normais, o tecido fibroso, incluindo o calo, ossifica. Durante a fase de remodelação, o osso que estava casualmente produzido é reabsorvido pelos 11 osteoclastos, e os osteoblastos fixam um novo osso direcionado a resistir às tensões de baixo grau colocadas no osso (Fig. 4-8). A cicatrização do osso pela intenção primária ocorre quando o osso é fraturado de forma incompleta de modo que as extremidades fraturadas não se separam uma das outras fraturas em galho verde ou quando um cirurgião-dentista reaproxima cuidadosamente e estabiliza de forma rigorosa as extremidades fraturadas de um osso (redução anatômica da fratura). Em ambas as situações, há pouca produção de tecido fibroso, e a reossificação do tecido no interior da área da fratura ocorre rapidamente, com uma formação mínima de calos. Dois fatores são importantes para a cicatrização óssea adequada: (1) a vascularização e (2) a imobilização. O tecido conjuntivo fibroso que se forma numa fratura óssea local requer um elevado grau de vascularização (que transporta o sangue com um teor normal de oxigênio) para eventual ossificação. Se o fornecimento de vascularização ou oxigênio forem comprometidos, há a formação de cartilagem em vez de osso. Além disso, se o fornecimento da vascularização ou do oxigênio forem pobres, o tecido fibroso não ossifica. Ósseointegração do Implante - A descoberta da osseointegração na década de 1960 forçou uma reavaliação dos conceitos tradicionais de cicatrização de feridas. Antes da aceitação dessas descobertas pensava-se que o organismo poderia eventualmente expelir qualquer material estranho colocado através de uma superfície epitelial. A cicatrização de feridas em torno dos implantes dentários envolve os dois fatores fundamentais: (1) de cicatrização do osso para o implante e (2) de cicatrização do tecido mole alveolar para o implante. Os implantes dentários feitos de titânio puro são usados nos debates de cicatrização em torno dos implantesdentários; uma cicatrização semelhante ocorre em torno de implantes colocados adequadamente feitos de outros materiais inertes. A cicatrização do osso sobre a superfície de um implante tem de ocorrer antes que qualquer tecido mole se forme entre as superfícies óssea e do implante. Para se maximizar a probabilidade de que o tecido ósseo vença essa corrida contra o tecido mole a fim de recobrir o implante, os quatro fatores seguintes são requeridos: (1) a uma curta distância entre o osso e o implante, (2) ossos viáveis na, ou próximo da, superfície do osso ao longo do implante, (3) nenhum movimento do implante enquanto o osso é anexado à sua superfície, e (4) uma superfície de implante razoavelmente livre de contaminação por 12 materiais orgânicos ou inorgânicos. A curta distância entre o osso e o implante depende da preparação de um sítio ósseo no qual o implante se encaixa precisamente. A minimização do dano do osso durante a preparação do local preserva a viabilidade de osso perto da superfície do implante. Grande parte dos danos causados pela preparação do local de implante é o resultado do calor de atrito durante o processo de corte. A cicatrização de feridas em torno dos implantes dentários envolve os dois fatores fundamentais: (1) de cicatrização do osso para o implante e (2) de cicatrização do tecido mole alveolar para o implante. Os implantes dentários feitos de titânio puro são usados nos debates de cicatrização em torno dos implantes dentários; uma cicatrização semelhante ocorre em torno de implantes colocados adequadamente feitos de outros materiais inertes. A cicatrização do osso sobre a superfície de um implante tem de ocorrer antes que qualquer tecido mole se forme entre as superfícies óssea e do implante. Para se maximizar a probabilidade de que o tecido ósseo vença essa corrida contra o tecido mole a fim de recobrir o implante, os quatro fatores seguintes são requeridos: (1) a uma curta distância entre o osso e o implante, (2) ossos viáveis na, ou próximo da, superfície do osso ao longo do implante, (3) nenhum movimento do implante enquanto o osso é anexado à sua superfície, e (4) uma superfície de implante razoavelmente livre de contaminação por materiais orgânicos ou inorgânicos. A curta distância entre o osso e o implante depende da preparação de um sítio ósseo no qual o implante se encaixa precisamente. A minimização do dano do osso durante a preparação do local preserva a viabilidade de osso perto da superfície do implante. Grande parte dos danos causados pela preparação do local de implante é o resultado do calor de atrito durante o processo de corte. Classificação - Os três tipos de lesões nervosas são (1) neuropraxia, (2) axonotmese, e (3) neurotmese. Embora a determinação de qual o tipo de lesão ocorrida no nervo normalmente seja feita retrospectivamente, o conhecimento da fisiopatologia de cada tipo é importante para ganhar uma valorização da cicatrização do nervo.