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O plantão psicológico - DESENVOLVIMENTO

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DESENVOLVIMENTO
O plantão psicológico, como uma modalidade clínica contemporânea, apresenta-se como uma prática preocupada com o modo como as novas demandas psíquicas se configuram e, sobretudo, voltada ao respeito do horizonte histórico de sentido em que aquele que endereça o seu pedido de ajuda encontra-se inserido. Trata-se do compromisso em acompanhar o acontecer psíquico e o que é da ordem da vivência subjetiva não mais assentado nos moldes dos consultórios particulares, mas sim preocupado com os novos desafios enfrentados pela Psicologia no contexto da saúde mental. 
A modalidade de atendimento foi proposta pelo Serviço de Aconselhamento Psicológico (SAP) do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP) em 1969, tendo como coordenadora a professora Rachel Lea Rosenberg, cujo propósito era oferecer atendimento diferenciado à clientela que procurava o serviço, constituindo-se como uma forma de atender às longas filas de espera. O Plantão Psicológico foi se configurando como uma modalidade de prática clínica no próprio SAP, ganhando ao longo do tempo diversas compreensões advindas da experiência não apenas do serviço do IPUSP, mas em vários outros contextos institucionais, a partir de diversos projetos de extensão e pesquisa articulados, sobretudo, pelo Laboratório de Estudos em Fenomenologia Existencial e Prática em Psicologia (LEFE/USP).
Tal proposta não tem como finalidade a resolução ou o aprofundamento da “problemática” da pessoa, mas um momento de compreensão acerca do seu sofrimento. Entendemos o plantão psicológico como uma prática central e organizadora em torno da qual estágios de formação, projetos de extensão, prestação de serviços e pesquisas se articulam. Pensamos que o plantão enquanto prática clínica contemporânea não apenas consolida a relação da formação acadêmica com a realidade de novas demandas, mas, sobretudo, consolida o papel fundamental da universidade de estabelecer diálogo junto à comunidade e um serviço voltado à saúde pública de qualidade.
Tassinari nos leva a fazer uma reflexão junto com Bauman a respeito da vida moderna, o que nos leva a presenciar essa rapidez em tudo que fazemos, nos desafiando a todo tempo, trazendo para o nosso convívio cada vez mais as angústias e incertezas. Bauman fala que a liquidez da vida e da sociedade alimentam-se e se revigoram mutuamente.
Presenciamos o quanto o sofrimento de tantos acontecimentos emergentes estão acometendo cada vez mais nossas vidas e aí nos questionamos no que a Psicologia pode nos ajudar¿ E aí entramos em uma grande problemática, que vem da inserção da Psicologia na rede pública, logo o acesso a Psicologia não estende-se a todos. Como é possível construir práticas que atendam essa demanda de modo a contextualizar as problemáticas emergentes em cada comunidade, desenvolvendo trabalhos de transformação das relações injustas e excludentes e não reproduzindo o sistema sócio-dominante? Tassinari responde com o seguinte questionamento: Será que a psicoterapia tem evoluído na direção de incluir as necessidades sociais e de ser de ajuda para a maioria das pessoas que a procuram¿ Será que nossos modelos de psicoterapia tem sido efetivo a ao ponto de aliviar, resolver ou modificar o sofrimento da população ? Esses modelos tem sido efetivos para a maioria das pessoas no atendimento das suas urgências e para as que precisam das emergências?
Tassinari responde que durante muito tempo, a Psicologia, através de seus praticantes, tem respondido às pessoas de uma maneira quase que invariante com psicoterapia individual, duas a três vezes por semana, durante um período longo. É quase como se a Psicologia fosse identificada somente como Psicologia Clínica, esta entendida como psicoterapia individual de fundamentação psicanalítica, realizada nos consultórios particulares de duas a quatro vezes por semana, por cerca de cinco anos. Parece - nos empobrecedor reduzir a Psicologia a este entendimento, excluindo assim outras possibilidades eficientes de atendimento psicológico, bem como diferentes propostas psicoterápicas.
Busca-se compreender o mal estar contemporâneo, apontado, insistentemente, como sofrimento humano num mundo conturbado. O tema se impõe como urgência visto que essa prática questiona a transição de paradigmas científicos, atitudes fundamentalistas e niilistas, ao lado da globalização da economia, avanços tecnológicos propiciadores de intensa aproximação de misturas e pulverização de diferenças. 
O contexto social, político, econômico e cultural contemporâneo clamam por mudanças nas abordagens implicadas tanto na concepção e implementação de saúde e educação quanto na pedagogia da formação profissional de seus agentes. Propor alternativas de trabalho técnico e reflexões teóricas para profissionais que lidam com uma população resultante de uma nova ordem mundial apresenta-se como uma tarefa desafiadora para os psicólogos.
No contexto pós-guerra, o Aconselhamento Psicológico surgiu como uma modalidade da psicologia clínica, visando a prontidão ao cuidado do sofrimento imediato do outro (MORATO, 1999), dando a ver a necessidade de a Psicologia atentar, sofrer e transformar-se, acompanhando as mudanças sociais, como criação de métodos para buscar o bem-estar daqueles que demandavam para além da cientificidade de investigações, intervenções e teorias.
E é nesse momento que uma nova corrente humanista da Psicologia é inserida por Carl Rogers. A chamada A abordagem centrada na pessoa (ACP) com o intuito de trazer um novo olhar acerca do que é o ser humano.
Nesse prisma, a abordagem centrada na pessoa (ACP) rejeita às ideias dos outros psicólogos, que se concentrou na perspectiva que todo sujeito possuía uma neurose básica. Nesse sentido, Rogers defendeu a ideia de que o núcleo básico da personalidade humana era a tendência à saúde e ao crescimento.
Com essa descoberta, o processo psicoterapêutico nessa ênfase passou a postular uma cooperação entre terapeuta e cliente a fim de liberar esse núcleo de personalidade, estimulando ao amadurecimento emocional, a redescoberta da auto-estima e da auto-confiança.
A Abordagem Centrada na Pessoa foi uma expressão utilizada por Carl Rogers para referir uma forma específica de entrar em relação com outro, estando implícito um modo positivo de conceitualizar a pessoa humana. Esta expressão representa uma evolução no pensamento de Carl Rogers e no quadro teórico por ele desenvolvido, que foi formalizada na publicação do seu livro Sobre o Poder Pessoal (em inglês, On Personal Power, 1977), onde explicita a aplicação do seu quadro conceptual aos mais diversos campos (GOBBI et al., 1998: 13).
Esse método psicoterapêutico deve passar pelo amadurecimento do próprio terapeuta, tendo em vista que este não deve simplesmente “apropriar-se” da técnica utilizada, mas, sobretudo, experienciar tal técnica, até que seja próprio e natural o seu agir. Desse modo, não existe uma técnica “rogeriana”, mas terapeutas que se assemelham a conduta postulada por Rogers.

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