Aula 4 - Empréstimo Compulsório

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Tema: Espécies Tributárias: Empréstimos 
Compulsórios
Profa. Renata Elaine Silva Ricetti Marques
 Natureza Jurídica dos Empréstimos compulsórios:
Tributo.
 Divergência sob a égide da CF de 46:
 Súmula 418 do STF, em 1964: “O Empréstimo
Compulsório não é tributo, e sua arrecadação não está
sujeita à exigência constitucional da prévia autorização
orçamentária”.
 EC 18/65 - Mudança de posicionamento, introduziu o
seguinte texto: “Somente a União, em casos
excepcionais definidos em lei complementar, poderá
instituir empréstimo compulsório”. Veio CTN em 1966 e
definiu as casos excepcionais em seu art. 15.
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 CF de 1967 manteve a mesma orientação;
 EC 1 de 1969 - a doutrina defendia duas espécies de
empréstimo compulsório, um de natureza tributária e um
de natureza diversa, um denominado empréstimo
excepcional (CF/69, art. 18, § 3º) e o chamado
empréstimo especial (CF/69, art. 21, § 2º, II).
 O STF, no julgamento do RE 111.954-3/PR, entendeu
que não haviam duas figuras distintas e declarou inválida
a súmula 418 e reconheceu a condição de espécie
tributária.
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 Definição Constitucional:
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá
instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de
relevante interesse nacional, observado o disposto no art.
150, III, "b".
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Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes
de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que
fundamentou sua instituição.
 Competência Exclusiva da União;
 Destinação das despesa que fundamentou sua
instituição: A lei deve prever para qual atividade estatal o
recurso será aplicado. Não se permite desvio de finalidade
(tredestinação)
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Despesas extraordinárias decorrentes de calamidade
pública: catástrofes (terremoto, maremoto, incêndio,
enchentes, secas, tufões, ciclones etc.) não podendo ser
um evento periódico e corriqueiro;
O art. 15, II do CTN estabelece que deve ser “calamidade
pública que exija auxílio federal impossível de atender com
os recursos orçamentários disponíveis”.
 Não precisa respeitar o princípio da anterioridade.
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Despesas extraordinárias decorrentes de guerra externa
e sua iminência: deve ser um conflito armando
internacional, iniciada por nação estrangeira;
OBS: temos a previsão do Imposto Extraordinário de
Guerra, art. 154, II da CF (lei ordinária)
 Não precisa respeitar o princípio da anterioridade.
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Investimento público de caráter urgente e relevante
interesse social: Necessidade urgente. Não possui
dotação orçamentária.
 Não tinha previsão na CF anterior;
 Inciso III do art. 15 do CTN – “Conjuntura que exija a
absorção temporária de poder aquisitivo” – não
recepcionado pela CF/88.
 Deve respeitar o princípio da anterioridade de exercício
e anterioridade nonagesimal também, art. 150, III, “c”,
que foi incluída pela EC 42/2003.
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 A lei deve observar também:
Previsão de restituição: A lei complementar que o
institui deve prever a forma de restituição do tributo,
devendo ser sempre em pecúnia, da mesma espécie
(RE 175.385/CE).
Prazo e condições: O parágrafo único do art. 15 do
CTN prevê a necessidade da lei estabelecer prazos e
condições para resgate.
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 Hipótese de Incidência:
 A lei complementar irá definir a materialidade;
 Apenas em caso de guerra externa que pode haver
invasão de competência e tributar materialidades atribuídas
aos Estados, DF e aos Município.
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 Histórico dos Empréstimos Compulsório:
 Empréstimo Compulsório em favor da Centrais Elétricas
Brasileiras (Eletrobrás), instituído em 1962, sob a égide
da CF de 46, lei 4.156/62 – sobre consumo de energia
elétrica;
 Empréstimo Calamidade, instituído em 1983, Decreto –
Lei 2.047/83 – adicional do IR – inconstitucional em
1995, por ferir o princípio da irretroatividade RE
111.954/PR;
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Empréstimo Compulsório sobre Aquisição de Veiculo e
Consumo de Combustível, instituído em 1986, Decreto –Lei
2.288/86, para absorção temporária de excesso do poder
aquisitivo, como medida complementar ao Programa de
Estabilização Econômica (Gov. José Sarney) – adicional do
ICMS – inconstitucional – REs 121.336/CE (1992) e
175.385/SC (1995);
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 Empréstimos compulsórios disfarçados:
 Empréstimo Compulsório sobre aquisição de passagem
aérea internacional e moeda estrangeira, criado por meio
da Resolução do Banco Central do Brasil 1154/86 –
Inconstitucional por ferir o princípio da legalidade – pelo
extinto TFR (AIAMS 126803/BA, Sessão Plenária de 03
de novembro de 1988);
 Plano Collor, instituído em 1990, Lei 8.024/90 –
despesas extraordinárias de calamidade pública – juros
alto;
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