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TRABALHO CONSTITUCIONAL III

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
					PUCRS
 DIREITO CONSTITUCIONAL III
NOME: Nathália Laino Sheuca
TURMA: 169 
PROFESSORA: Fernanda Luiza Fontoura de Medeiros
				SUMÁRIO
1. AÇÃO POPULAR.....................................................................2
2. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.............................................................3
3. MANDADO DE SEGURANÇA.................................................4
4. MANDADO DE INJUNÇÃO......................................................5
5. HABEAS DATA.........................................................................6
6. HABEAS CORPUS...................................................................7
7. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INCONSTITUCIONALIDADE......8
8. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO........................................................................9
9. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE.......10
10. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL.....................................................................11
1. AÇÃO POPULAR
O caso em observação é a Apelação Cível nº 0300238-72.2016.8.24.0023, julgada pela Capital do Estado de Santa Catarina. Trata-se de Ação Popular movida por Paulo Emílio de Moraes Garcia, na qual o autor alega a inconstitucionalidade da Resolução Nº 59/2011/TC, que em seu Art. 3º, declara: “O Auditor substituto de Conselheiro, em atuação permanente em órgão deliberativo do Tribunal de Contas, receberá gratificação equivalente à diferença de vencimentos, entre o seu subsídio e o de Conselheiro.” Entretanto o autor argumenta que essa lei de implementação de gratificação, diverge das regras constitucionais do Art. 39, X e XI, § 4º, CF/88: “O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.”, adiciona também que a remuneração dos auditores já foi estabelecida e fixada na forma de subsídio pela Lei Nº 13.573/2005, o que impossibilitaria o acréscimo de parcela remuneratória. 
Contudo, o juiz irá conhecer do recurso de apelação, bem como da remessa necessária, no entanto, irá negar-lhe provimento, sob o raciocínio baseado no parecer do Exmo. Sr. Dr. Aor Steffens Miranda, o qual declara que os atos administrativos admitem inúmeras classificações na doutrina, bem como os atos normativos não têm o condão de implementar direito em favor dos particulares, e nem deveres contra a Administração Pública, uma vez que seus preceitos são abstratos. Ainda alega que o objetivo da presente ação popular foi a nulidade de vício de inconstitucionalidade insanável e por consequência a condenação ao ressarcimento, o que não se adequa com a finalidade da Ação Popular, isso porque já foi definido que a Ação Popular não serve para declarar inconstitucionalidade de norma em abstrato.
	Posto que a Ação Popular é um importante remédio constitucional, que pode ser impetrado por qualquer cidadão, consoante o disposto no Art. 5, LXXIII, CF/88 “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;”. Portanto, permite ao povo exercer função de supervisionar o Poder Público, de modo que possam questionar judicialmente a validade de atos que considerem lesivos e possui como objeto sanar ato ilegal ou imoral que cause danos ao patrimônio público. Logo, é adequado o julgamento analisado acima, visto que não se encaixa nas funções da Ação Popular, julgar a constitucionalidade de ato normativo.
2. AÇÃO CIVIL PÚBLICA
	Diversamente do que ocorre na Ação Popular, a Ação Civil Pública só pode ser proposta pelos legitimados no Art. 5º, da Lei Nº 7.347, de 24 de julho de 1985, lei que regula a Ação Civil Pública. A mesma visa a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos, ou seja, a defesa dos interesses de toda a sociedade e não somente de um ou alguns cidadãos, conforme disposto na Lei Nº 7.347 ” Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (Vetado) e dá outras providências.”. Obtendo como finalidade, impor o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer e/ou condenação em dinheiro.
	Iremos analisar o caso Nº 70083082891, que trata de Apelação Cível de Ação Civil Pública, em que o Estado do Rio Grande do Sul apela da decisão que julgou parcialmente procedente a ação movida pelo Ministério Público. A qual condena o réu em obrigação de fazer consistente em adotar as medidas necessárias para obtenção de PPCI, no estabelecimento da Divisão de Assistência Farmacêutica do Estado do Rio Grande do Sul, localizada na Av. Ipiranga, 6113, Porto Alegre/RS, no prazo de um ano. Entretanto o Estado do Rio Grande do Sul alega que já está adotando as medidas necessárias para o cumprimento da sentença.
	Contudo, diante dos argumentos apresentados, o juiz decidiu negar provimento ao recurso da apelante, visto que o prazo de um ano era razoável para a obtenção do PPCI, bem como o apelante não demonstrou nos autos, qualquer prova de impedimento referente ao cumprimento da obrigação. Posto isso, é evidente que o estabelecimento já citado sem possuir o PPCI, encontra-se em divergência com o disposto na Lei Nº 14.376, de 26 de setembro de 2013, Art. 5 “Fica proibida, no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul, a expedição de quaisquer licenças e/ou autorizações precárias, provisórias e definitivas de funcionamento, pelo município no âmbito de suas competências, sem a apresentação, por parte do proprietário ou de seu procurador, ou pelo responsável pelo uso da edificação, do Alvará de Prevenção e Proteção Contra Incêndios APPCI expedido pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul CBMRS.”, assim, violando os dispositivos legais.
3. MANDADO DE SEGURANÇA
	Iremos analisar o Mandado de Segurança nº 1.18.0001787-7, impetrado por Solange Teresinha em face do Município de Canoas e da Secretaria Municipal da saúde de Canoas e, posteriormente, o recurso de apelação nº 70083086447, movido pelo Município de Canoas contra a decisão procedente da sentença.
	Sabe-se que mandado de segurança é um remédio constitucional subsidiário, usado quando não couber Habeas Corpus ou Habeas Data, que tutela direito líquido e certo, com a finalidade de invalidar atos ilegais ou com abuso de poder, realizado por autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público conforme o disposto no Art. 5º, LXIX, CF/88 “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;” bem como o disposto na Lei n. 12.016, de 7 de agosto de 2009. 
Acontece que, conforme o analisado na sentença, após Inspeção da Vigilância Sanitária, a casa de acolhimento Lar Recanto da Terceira Idade, recebeu notificação determinando a retirada da paciente SOLANGE TERESINHA DE S. DE A., pois a mesma não se enquadrava nos requisitos para moradia do local, que exige idade mínima de 60 anos de idade. Ocorre que a recorrida, tendo 51 anos, necessita de cuidados, pois encontra-se paraplégica e com úlcera de decúbito, resultante de acidente de trânsito. Portanto, o juiz julgou seu pedido de mandado de segurança procedente, visto que de acordo com as circunstancias apresentadas,o caso deveria ser julgado de forma individual e não apresenta lesão ao impetrado. À vista disso, houve sim abuso de poder advindo das autoridades, visto que não analisaram o caso de modo concreto e agiram de maneira negligente com as necessidades da paciente e com a suas condições de saúde.
Contudo, o Município de Canoas recorreu contra a Sentença já citada, por meio da Apelação Cível em face da Sra. SOLANGE TERESINHA DE S. DE A. No entanto, a apelação foi improvida consoante o disposto na sentença, ainda adicionou a Desembargadora que o direito a saúde é garantia dos cidadãos, bem como a proteção à saúde e à vida são bens de maior importância em qualquer situação.
4. MANDADO DE INJUNÇÃO
Trata-se de pedido de mandado de injunção por adicional noturno dos policiais militares estaduais no caso nº 70072838451, no qual os impetrantes requerem adicional noturno de 20%, assim como a redução da hora noturna. O presente Mandado de Injunção foi julgado liminarmente improcedente visto que diversos processos com questões idênticas já tinham sido julgados e conforme o disposto nos Art. 332, III e Art. 985, I, o juiz não possui motivos para julgar repetidamente processos que tratem de mesma matéria, com igual causa de pedir e pedido. 
Inicialmente foi julgado procedente o pedido de adicional noturno expresso no julgamento nº 70069445039. Porém, após análise dos fatos e acordando com o disposto no Art. 46, da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul/89 “Os integrantes da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros Militar são servidores públicos militares do Estado regidos por estatutos próprios, estabelecidos em lei complementar, observado o seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 67, de 17/06/14)”, os militares estaduais possuem regramento próprio. Portanto, foi acolhida a decisão de julgar improcedente o pedido de adicional noturno dos policiais militares, nos Embargos de Declaração nº 70074064734. Ainda o magistrado manifestou-se quanto a aplicabilidade de sua decisão a todos os outros casos que tratem de matéria idêntica.
Isto posto, no que concerne ao Mandado de Injunção, matéria encontrada no Art. 5º, LXXI da CF/88, visto que o mesmo tem a função de suprir a falta de uma lei, uma omissão do poder Público, com o propósito de possibilitar o exercício de um direito previsto na CF/88, conforme a mesma declara no Art. 5, inc. LXXI “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;” tal qual conforme a Lei nº 13.300/16, Art. 3º “São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2o e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora.”. Como já existe norma que regulamente a questão do adicional noturno aos policiais militares conforme conferimos na já citada Constituição Estadual, Art.46, I, não o que se falar em Mandado de Injunção no caso em análise. 
5. HABEAS DATA
	A seguinte ação nº 70076547462, trata-se de Habeas Data impetrado por Bruna Rauch Correa em face da SERASA EXPERIAN S/A. Sabendo que Habeas Data está exposto no Art. 5, LXXII, CF/88, “conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;” e o mesmo dispõe sobre o direito da pessoa física ou jurídica, de obter conhecimento de informações relativas a si próprio, constantes em registros ou bancos de dados, de entidades governamentais ou de caráter público e o mesmo é regulado pela Lei Nº 9.507, de 12 de novembro de 1997.
	Compondo-se a presente ação sobre o fato de a impetrante não ter conseguido obter acesso ao motivo pelo qual seu nome foi inscrito no órgão de proteção ao crédito SERASA EXPERIAN S/A e esse ser um órgão de caráter público conforme o Art. 43, § 4º, do Código de Defesa do Consumidor, a autora ajuizou Habeas Data, pois esse é o remédio constitucional mais adequado ao caso concreto. Sabendo que o habeas data além de acolher os requisitos previstos na legislação processual cível para apresentação da Inicial, é cabível somente quando houver interesse de agir por parte da autora do pedido, pelo disposto no Art. 8, único, “A petição inicial deverá ser instruída com prova: I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2º do art. 4º ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão.”. 
Entendendo isso, e visto que a autora demonstrou a negativa de acesso às informações relacionadas à inscrição de seu nome nos órgãos de restrição ao crédito, é seu direito obter conhecimento acerca de informações relativas ao seu nome, bem como retificação de dado, por mais que a inscrição não exista atualmente. Portanto, o pedido de habeas data foi concedido e parte impetrada foi intimada a prestar informações de interesse da autora.
6.HABEAS CORPUS
	Trata-se de habeas corpus com pedido de liminar nº 70080770902 impetrado por Charles Luiz Paim em favor de Carlos Alberto Nascimento Reis Dornelles, acusado de tentativa de roubo de veículo. Charles alega que seu cliente está sofrendo constrangimento ilegal, visto que os indícios de autoria do delito são precários, sendo utilizado como prova, o reconhecimento fotográfico, além de que o paciente é réu primário. Por conseguinte, requereu que o mesmo seja posto em liberdade ou pela substituição da prisão por medida cautelar alternativa. 
	O Habeas Corpus é um remédio constitucional que tutela a liberdade de locomoção e tem a finalidade de evitar ou cessar violência ou coação à liberdade por ato ilegal ou abuso de poder, consoante o disposto no Art. 5º, LXVII, CF/88 “conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”, sendo esse, o remédio constitucional mais qualificado para cessar uma prisão ilegal. Todavia, o presente pedido de Habeas Corpus foi negado, uma vez que o juiz declarou existir indícios suficientes da autoria do delito, além de ter sido reconhecido pela vítima, o agente fez uso de arma de fogo no momento que tentou furtar o veículo, tornando-o um delito grave. 
Ainda entende o juiz que o pedido deva ser negado, pois a prisão preventiva é imposta como forma de garantia da ordem pública e uma medida de proteção à sociedade, conforme o disposto no Art. 312 do Código de Processo Penal: “A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011)”. Uma vez concluída a necessidade de prisão preventiva, se exclui a hipótese de medidas cautelares alternativas, pois não seriam suficientemente eficazes para garantir a ordem pública, conforme revelada a periculosidade do agente. Portanto, foi negado o pedido de habeas corpus do caso em análise.
7. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INCONSTITUCIONALIDADE
	Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade nº 385-2, Distrito Federal. Proposta pelo Partido Trabalhista Renovador contra o Presidente da República e o Congresso Nacional. Alegando a inconstitucionalidade do disposto no parágrafo único do Art. 106, do Código Eleitoral, “Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo de lugares a preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a fração se igual ou inferiora meio, equivalente a um, se superior.”, sob o argumento de que o mesmo diverge do prescrito no Art. 77, parágrafo 2º da CF/88, “Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.” 
	Sabemos que a ação direta de inconstitucionalidade é um controle concentrado de constitucionalidade, que tem por finalidade declarar que uma lei ou parte dela é inconstitucional, ou seja, contraria a Constituição Federal. Tendo por objeto um pronunciamento acerca da própria lei e dispondo sobre a proteção do ordenamento jurídico. Sendo regulada pela Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999, que dispõe sobre o processo e julgamento da ADIN, admite-se ADIN somente para declarar inconstitucionalidade de lei ou norma federal, estadual ou distrital e contra atos editados posteriormente à CF/88 que ainda estejam em vigor. Portando, não cabe ADIN contra atos anteriores à CF/88, bem como lei ou ato normativo já exaurido ou revogado.
	Diante do exposto, a ação não foi conhecida preliminarmente. Sendo a decisão do juízo baseada em dois fatos que tornam incabível a presente ADIN. Primeiro, como já foi citado, não cabe ADIN para norma ou ato anterior a CF/88, sendo o Art. 106, do Código Eleitoral regido pela Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965, portanto 23 anos anterior à nossa Constituição. E segundo, não cabe ADIN contra lei ou ato revogado, entretanto o Art. 106, do Código Eleitoral foi revogado pela lei nº 9.504, de 30.9.1997, sendo outro motivo pelo qual não cabe ADIN no caso proposto pelo Partido Trabalhista Renovador. 
8. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO
	A ação declaratória de inconstitucionalidade por omissão tem como objeto, a falta de uma lei ou ato normativo que regulamente o dispositivo constitucional de eficácia limitada, ou seja, consiste em uma omissão legislativa que diverge da obrigação constitucional e quando declarada a inconstitucionalidade por omissão, têm como consequência, a adoção das providências necessárias pelo Poder competente. É regulada pelo disposto na Lei Nº 9.868, de 10 de novembro de 1999.
	A presente análise trata de Ação Declaratória de Inconstitucionalidade por Omissão Nº 37, Distrito Federal, impetrada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB). Alegando que há omissão administrativa do Presidente da República e da Agência Nacional de Telecomunicações quanto à aplicação dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços Telecomunicações (FUST), que possui o objetivo de conceder recursos destinados ao cumprimento das obrigações de universalização de serviços de telecomunicações.
	O Agravo em questão foi negado, visto que não houve omissão constitucional. Sendo assim, será mantida a inépcia da inicial, pois a ação direta de inconstitucionalidade por omissão pressupõe a inobservância de um dever constitucional de legislar, no entanto ocorre que a previsão de universalizar os serviços de telecomunicações decorre diretamente da Lei 9.472/1997 e não do texto constitucional e ainda quanto a esse direito, não há omissão normativa. A FUST foi instituída conforme podemos ler no Art. 81, II da Lei 9.475/1997 “ II - fundo especificamente constituído para essa finalidade, para o qual contribuirão prestadoras de serviço de telecomunicações nos regimes público e privado, nos termos da lei, cuja mensagem de criação deverá ser enviada ao Congresso Nacional, pelo Poder Executivo, no prazo de cento e vinte dias após a publicação desta Lei.”. Logo, a Inicial não atendeu o Art. 12-B, da Lei Nº 9.868/1999. 
	Isso posto, a decisão foi pelo desprovimento do agravo regimental, bem como deixou claro a inexistência de razões convincentes para a conversão da presente ADO em ADI, uma vez que a própria impetrante alegou que a Lei Nº 9998/2000, que regulamenta a FUST, teria violado os princípios da moralidade e da eficiência
9. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
	A ação declaratória de constitucionalidade, diferentemente da ação direta de inconstitucionalidade, utiliza-se para dar ênfase a constitucionalidade de leis ou atos normativos federais, editados posteriormente à CF/88, além disso, a lei ou ato normativo proposto pela ADC deve estar sendo objeto de amplo debate, ou seja, serve para afastar incerteza a respeito daquele ato ou norma constitucional federal. É regulada pelo disposto na Lei Nº 9.868, de 10 de novembro de 1999 e seu objeto é a compatibilidade entre norma infraconstitucional e a Constituição. 
	Trata-se de Ação declaratória de Constitucionalidade Nº 41, DF, com pedido de medida cautelar, proposta pelo Conselho Federal da Associação dos Advogados do Brasil (CFOAB), a presente ação tem como objeto o disposto na Lei Nº 12.990, “Art. 1º Ficam reservadas aos negros 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito d a administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União, na forma desta Lei.” e pretende afastar a controvérsia judicial acerca da já citada lei. O requerente defende três argumentos para que a constitucionalidade seja deferida, segundo ele, aprovada a presente ADC, reduziria a discriminação racial, promoveria a igualdade de oportunidade entre brancos e negros, bem como iria proporcionar uma maior representatividade de negros e pardos no serviço público federal. Para responder a essa questão foram intimados o Presidente da República que pronunciou sobre a integral constitucionalidade da Lei mencionada, a Câmara dos Deputados que não se manifestou a respeito, já o Presidente do Senado Federal defendeu a constitucionalidade formal e material da Lei Nº 12.990/2014, bem como a Advocacia Geral da União e a Procuradoria Geral da República declararam sua opinião pela favoráveis à Lei.
	Portanto, a presente ação foi julgada pela procedência do pedido de constitucionalidade, com base em três fundamentos: princípio da isonomia, fundado na necessidade de superar o racismo ainda estruturado na sociedade brasileira; que a Lei 12.990/2014, não viola qualquer princípio do concurso público e nem sua eficiência, pois a reserva de vagas para negros não os isenta da aprovação no concurso público; princípio da proporcionalidade, pois existir uma política de cotas existência de raciais à educação superior não torna a reserva de vagas nos quadros da administração pública desnecessária ou desproporcional em sentido estrito.
10. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL
A resenha crítica aqui analisada, será a Arguição de descumprimento de preceito fundamental Nº 157, Distrito Federal. Trata-se de agravo interno interposto pelo Partido Popular Social – PPS contra a decisão de indeferimento da inicial, julgando-a extinta sem resolução de mérito. A decisão foi baseada no argumento de que não foi observado o princípio da subsidiariedade na inicial, conforme o Art. 4º, § 1º, da Lei nº 9.882/1999 “A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, quando não for o caso de arguição de descumprimento de preceito fundamental, faltar algum dos requisitos prescritos nesta Lei ou for inepta. § 1º Não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.”. Visto que a parte recorrente não produziu novos argumentos capazes de sanar o indeferimento da inicial, o magistrado decidiu por unanimidade, desprover o presente agravo.
	Sabendo que esse controle concentrado de constitucionalidade difere dos outros por ser o mais abrangente, tendo como finalidade evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público, ou seja, é destinado a combater o desrespeito aos conteúdos mais importantes da Constituição. Seu objeto são leis ou atos normativos ou não, federais, estaduais, distritais e municipais inclusive anteriores à CF/88, que apresentem ofensa ou ofereçam risco a preceito fundamental.Será regulada pela Lei Nº 9.882, de 3 de dezembro de 1999, conforme já falada, que dispõe em seu Art. 1 “A arguição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.” 
Mas o que seria esse preceito fundamental? Não é qualquer desrespeito ao texto Constitucional, é ofensa ao que houver de mais importante na Constituição. Como não há nenhum rol explicando o que seriam exatamente esses preceitos fundamentais, vai depender da demonstração de cada autor ao caso concreto. A ADPF vai ter como princípio, o da subsidiariedade, isto é, deverá ser utilizada quando não couber nenhum outro método com eficácia para tratar do dano causado à Constituição. Destarte, podemos ver que é cabível a decisão de negar provimento ao Agravo analisado.

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